Buscar

Biópsia: Procedimento Diagnóstico

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Manuella Soussa Braga  
2018/2 - 4º período  
BIÓPSIA  
 
Refere-se a retirada de qualquer tipo de tecido de qualquer órgão com posterior envio para                              
análise histopatológica. É composto de duas etapas, sendo que a primeira etapa é um                            
procedimento cirúrgico. Junto ao material coletado, deve-se enviar o máximo de                      
informações possíveis, como localização e história da doença para que o patologista faça as                            
correlações necessárias para o diagnóstico.   
 
PROCESSO DIAGNÓSTICO  
Solicita-se como exame complementar ao final de toda anamnese e exame físico caso o                            
diagnóstico não tenha sido esclarecido com base nas informações obtidas até o momento.   
 
BASES DO DIAGNÓSTICO  
Conhecimento das patologias orais  
Avaliar paciente através do exame clínico  
Interpretação dos exames complementares  
 
BIÓPSIA  
A biópsia é um exame dos tecidos removidos                
de um indivíduo vivo. É um ato cirúrgico                
realizado pelo dentista, seguida de uma            
análise macroscópica e microscópica (exame          
histopatológico e anátomo-patológico) feita        
pelo patologista.   
 
Após retirada, coloca-se o espécime cirúrgico em um frasco com formol tamponado ou a                            
10%, sempre acompanhado da requisição a fim de oferecer mais informações, facilitando o                          
processo de diagnóstico. O formol fixa os tecidos tornando-os sem a coloração natural, mais                            
acastanhados. O espécime passa por processos que o coloca em uma lâmina, em que será                              
feito o exame microscópico. As informações obtidas serão escritas em um laudo que, por                            
expectativa, espera-se chegar no diagnóstico definitivo.   
 
A maioria das lesões bucais podem ser diagnosticadas pelos exames microscópicos. Além                        
disso, a biópsia representa um meio seguro, fácil e confiável para o diagnóstico final (há                              
exceções). O clínico geral está apto a executar quase todas as biópsias e é utilizada quando                                
se tem a necessidade de documentar ou confirmar um achado clínico.  
 
Permite assegurar quase sempre o seguro diagnóstico da lesão, sendo que este é                          
estabelecido em função de uma série de dados incluídos no requerimento enviado. A                          
finalidade da biópsia é o diagnóstico, não podendo ser considerada tratamento. A biópsia                          
excisional de algumas lesões como a mucocele, por exemplo, será considerada uma forma                          
de tratamento se não for necessário algum outro adicional, pois será suficiente para tratar                            
aquele paciente. Os princípios de cirurgia devem ser respeitados.   
 
 
 
Manuella Soussa Braga  
2018/2 - 4º período  
 
INDICAÇÕES  
Lesões que persistem por mais de duas semanas sem fatores etiológicos determinantes.   
Diagnosticar e avaliar o grau microscópico da malignidade da neoplasia.  
Úlceras que não cicatrizam.   
Nódulos.   
Lesões negras (p ex. melanoma), brancas e vermelhas (p. ex. eritroleucoplasia).   
Lesões intra-ósseas que não foram identificadas por meio clínico e imaginológico.   
 
De forma geral, faz-se a biópsia de lesões que não foram identificadas por outros métodos,                              
doenças que provocam alterações morfológicas, como expansão, exploração cirúrgica de                    
lesões sem diagnóstico (p ex. cistos), avaliar a extensão da lesão e lesões com suspeita de                                
malignidade.   
 
TIPOS  
Incisional: parcial  
Excisional: total  
Poderão ser feitas com diferentes instrumentos: bisturi, pinça saca-bocado ou punch.   
 
Existem biópsias por congelação , feitas mais comumente no trans cirúrgicos de neoplasias                        
malignas, em que o cirurgião encaminha o espécime para o patologista no próprio hospital                            
para conferir a segurança das margens livres. Também utiliza-se em pesquisas. A                        
curetagem ou raspagem é feita nas lesões intra-ósseas, retirando a lesão em pedaços. A                            
punção aspirativa em agulha fina (PAAF) é feita normalmente em nódulos ou tumefações.                          
É um tipo de exame citopatológico. Utiliza-se a própria agulha e retira-se células daquela                            
região estendendo-as em uma lâmina e enviadas para análise. Basicamente, dá para saber                          
se o espécime é benigno ou maligno e a sua origem (glandular, epitelial, mesenquimal etc).                              
A citopatologia , raspado ou citologia esfoliativa é o exame feito na prevenção de câncer de                              
colo de útero e também no diagnóstico de candidíase, herpes.   
 
INCISIONAL  
É indicado para lesões grandes, com suspeita de malignidade, placas extensas, lesões que                          
não apresentam certeza da origem etiológica etc. As incisões normalmente são feitas em                          
formato de cunha e elipse, abrangendo parte do tecido saudável e parte do tecido lesional                              
tanto na superfície quanto na profundidade. Essas incisões são contínuas e se encontram                          
na parte profunda. Desse modo permite analisar a transição e também comparar os dois                            
tecidos.  
 
Deve-se fixar as estruturas seja com um fio de sutura ou o auxiliar segurando com uma                                
gaze para garantir uma biópsia segura, não correndo o risco de esmagar o espécime.   
 
O QUE FAZER:  
(1) Antissepsia do paciente e anestesia (evita-se fazer muito próximo da lesão, pois pode                            
deformar a lesão, encharcá-la de anestésico e dificultar análise. Anestesia que poderia ser                          
utilizada: troncular), (2) corta dos lados e eleva a pinça, (3) sutura-se o leito cirúrgico,                              
primeiro na parte central, caminhando para a periferia.   
Manuella Soussa Braga  
2018/2 - 4º período  
 
EXCISIONAL  
As indicações são: lesões menores que 1 cm de diâmetro, lesões consideradas benignas                          
clinicamente, qualquer lesão que possa ser removida completamente sem mutilar o paciente                        
e lesões pigmentadas e vasculares pequenas. É muito indicada para lesões proliferativas                        
reacionais, podendo ser retiradas mesmo que maiores que 1 cm.   
 
*divulsão: separação dos tecidos para facilitar aproximação dos bordos numa sutura mais efetiva.   
 
*método para firmar lesão: tanto excisional quanto incisional, passa-se um fio de sutura e transfixa a lesão para                                    
poder apoiar, elevar e direcionar, permitindo uma biópsia mais rápida e mais segura.   
 
INSTRUMENTOS  
Punch : poderá ser utilizada tantopara biópsia excisional quanto incisional. Esse instrumento                        
mantém os padrões de retirada (em um cilindro de tecido) tornando o procedimento mais                            
rápido.   
 
Pinça saca-bocado : tem um bordo cortante que, algumas vezes, provoca a dilaceração do                          
tecido. Contudo, é boa para lesões distantes.   
 
BIÓPSIAS  
Biópsia por congelação : utiliza-se o criótomo que utiliza baixas temperaturas, então                      
congela o tecido, cortando-o para ser posto imediatamente na lâmina.   
 
Biópsia intra-óssea : Precisa de mais habilidade cirúrgica. Coleta-se o tecido da lesão dentro                          
da loja óssea, fazendo um retalho, com formação de janela óssea, retira a lesão, seguindo da                                
sutura ou marsupialização (deixa aberto para descomprimir a lesão, fazendo com que ela                          
diminua gradativamente). Antes de realizar essa biópsia, faz a punção diagnóstica que é                          
uma manobra feita para saber o conteúdo da lesão.  
 
Utiliza-se a trefina na biópsia intra-óssea que é como se fosse o punch de tecido duro,                                
também sendo um cilindro padronizado, facilitando a formação da loja óssea.  
 
PAAF : utiliza-se uma agulha fina com o objetivo de retirar células para saber basicamente                            
se é uma lesão benigna ou maligna. Não precisa aplicar anestesia. Para obter quantidade                            
significativa de lesão, faz-se diversos movimentos em várias direções. Após fazer a punção,                          
pinga o espécime na lâmina e fixa com álcool concentrado superior a 90º, enviando para                              
análise citopatológica. Deve-se firmar a estrutura.   
 
Citopatologia : utiliza-se uma espátula de madeira ou uma escova (traz mais quantidade de                          
materiais) para raspagem, colocando o espécime obtido em lâminas para microscopia                      
identificadas com lápis e protegidas com álcool comum. Deve-se distender o material o                          
máximo possível sobre a lâmina para facilitar a visualização e evitar sobreposição                        
microscópica.   
 
 
 
Manuella Soussa Braga  
2018/2 - 4º período  
CONTRA-INDICAÇÕES GERAIS  
Quando as condições sistêmicas do paciente não são compatíveis com as manobras                        
cirúrgicas, como pacientes com diabetes descontrolada, hemofílicos, cardiopatas, anêmicos                  
e hipertensos descompensados, por exemplo.   
 
CONTRA-INDICAÇÕES LOCAIS  
Lesões vasculares : há um aumento do risco de sangramento na biópsia incisional. Portanto,                          
faz-se a vitropressão para identificar a origem da lesão. Caso seja realmente necessário,                          
opta-se por uma biópsia excisional, pois, respeitando as margens de segurança, lesiona-se                        
um vaso sadio, que rapidamente será reparado.  
 
Melanoma : Deve-se evitar fazer a biópsia incisional, pois pode haver disseminação de                        
células tumorais na corrente sanguínea, aumentando o risco de metástase. O melhor é optar                            
por uma biópsia excisional com pequena margem caso seja realmente necessário,                      
lembrando sempre do benefício do diagnóstico, ou seja, mesmo em situações de incerteza                          
se deverá ou não realizar a biópsia, pensar se não é mais vantajoso obter um diagnóstico                                
rápido e nem sempre a razão daquela metástase será a biópsia, pois se trata de um tumor                                  
agressivo e de crescimento rápido.   
 
O melanoma maligno apresenta sinais de malignização. Sinais ABCDE: A - assimetria; B -                            
bordas irregulares; C - coloração heterogênea; D - diâmetro maior que 6 mm e; E - evolução                                  
com alteração de tamanho, forma, cor ou aparecimento como coceira.   
 
COMPLICAÇÕES  
Hemorragia, dificuldade de cicatrização e infecções.   
 
CUIDADOS COM O MATERIAL  
Não comprimir (pode alterar as características histopatológicas, sendo muito comum fazer                      
isso com a pinça), não dilacerar, remover sangue e outros indutos com soro fisiológico,                            
fixações (p. ex. retirar fio antes de mandar para análise), passar informações para o                            
patologista.   
 
FIXAÇÃO E ENVIO PARA O REPARO   
Ao fazer a coleta do espécime, deve-se colocar imediatamente no formol a 10% ou                            
tamponado respeitando a referência do volume de solução sendo 10x o volume da peça                            
(caso coloque menos, o tecido poderá necrosar, já que o formol não será suficiente para fixar                                
as partes profundas). Além disso, o frasco deve estar bem vedado e devidamente                          
identificado com o nome do paciente, acompanhado de uma ficha de requisição com                          
informações adicionais do paciente em um breve resumo clínico e do espécime.  
 
REQUISIÇÃO DE EXAME ANATOMOPATOLÓGICO  
Alguns exemplos:  
“Foi realizada biópsia incisional precedida por punção diagnóstica. Paciente portador de                      
discrasia sanguínea, com queixa de aumento de volume no céu da boca.”  
 
“Apresentou lesão nodular, séssil, mole à palpação, com cerca de 2,5 cm, na região anterior                              
e mediana do palato duro.”  
Manuella Soussa Braga  
2018/2 - 4º período  
 
“Na radiografia, foi notada lesão radiolúcida e circunscrita, com halo radiopaco, medindo                        
cerca de 2,5 cm”  
 
Também deve-se acrescentar hipóteses de diagnóstico.    
 
INFORMAÇÕES AO PATOLOGISTA  
São essenciais. A identificação correta do paciente, um resumo bastante preciso do                        
interrogatório e do exame clínico, exames complementares e radiográficos, bem como a                        
impressão diagnóstica de quem executa a biópsia facilitam bastante o trabalho do                        
patologista.   
 
ETAPAS DO PROCESSAMENTO HISTOLÓGICO  
1- coleta, 2- fixação (formol) com análise macroscópica 3- desidratação (álcool), 4-                        
clarificação ou diafanização (xilol), 5- inclusão (parafina), 6- microtomia, 7- colocação (HE).   
 
ERROS E FALHAS  
Uso de substâncias antissépticas corantes (p. ex. clorexidina), introdução do agente                      
anestésico sobre a lesão, falta de representatividade do material e material insuficiente para                          
análise, manipulação inadequada da peça, fixação inadequada, informações deficientes,                  
troca de material pelo clínico, troca de material no laboratório, lesão muito inflamada                          
distorcendo características típicas da lesão etc.   
 
Então, deve-se sempre avaliar o risco x benefício, levando em consideração a situação de                            
saúde do paciente, bem como a gravidade da lesão.A biópsia é um método confiável e                                
simples, porém devemos seguir o processo de diagnóstico para sua necessidade realmente                        
ser efetiva. Deve-se ter uma hipótese ao fazê-la e o profissional apto para isso é o cirurgião                                  
dentista.   
 
LAUDOS  
descritivo: não obteve-se diagnóstico conclusivo   
C/C (compátivel com): diagnóstico conclusivo   
sugestivo de: todas informações apresentadas sugerem aquela lesão

Continue navegando