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Aula 5 - Didática aplicada à Educação Física

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Didática aplicada à Educação Física / Aula 5 - Abordagens pedagógicas do ensino da Educação Física na atualidade I
· Introdução
Atualmente 
Processo histórico da Educação Física no Brasil
Na aula anterior, compreendemos que a Educação Física se desenvolveu mais voltada às instituições médica, militar e esportiva, e foi historicamente subordinada aos interesses dessas instituições.
A Educação Física surgia com o papel de promoção de corpos saudáveis, dóceis, preocupados com a estética, mão de obra e nacionalismo, porém essa determinação inicial se altera em função das mudanças históricas.
Sabendo das diferentes abordagens de ensino da Educação Física, que, a partir da década de 1980, surgiram em oposição aos modelos tecnicistas, esportivistas e biologista, Freitas (2008) chama atenção ao fato de que possivelmente coexistam na atualidade várias tendências de ensino que contrapõem esse componente curricular.
Todas elas resultam da articulação de diferentes teorias psicológicas, sociológicas e concepções filosóficas, tendo em comum a tentativa de modificar essa prática pedagógica mecanicista.
De acordo com Darido e Rangel (2005), na década de 1980, ocorreram profundas mudanças, principalmente no âmbito da Educação Física escolar, antes voltada mais para os alunos das séries finais do ensino fundamental, que passou a ser direcionada para a educação infantil e séries iniciais, com foco no desenvolvimento psicomotor do aluno.
Nos anos 1990, o esporte passa a ser visto como meio de promoção à saúde acessível a todos manifestada de três formas conforme descrito por Brun (2002, p. 54):
“[...] esporte educação, esporte participação e esporte desempenho. A Educação Física finalmente regulamentada é de fato e de direito uma profissão a qual compete mediar e conduzir todo o processo”.
Em 1997, na Reunião do Comitê Diretor em Ghent, o autor descreveu (BRUN, 2002, p. 54):
“A Associação Europeia de Educação Física, na busca de uma identidade da Educação Física na Europa, reconheceu que a Educação Física é a única possibilidade de contribuição para todos os alunos, não existindo Educação na Escola sem Educação Física.
[Ela] objetiva o desenvolvimento de uma aprendizagem e saúde, e é essencialmente um meio de ensino da atividade física como uma parte da experiência educacional dos alunos.
Cada país tem sua própria identidade cultural, onde, em geral, cada aluno, independente da habilidade, sexo, etnia ou base cultural, tem o direito de experimentar um programa de Educação Física que promova:
• Sólida base de competência física e conhecimento das atividades físicas;
• Crescimento e desenvolvimento;
• Entendimento da importância de um estilo de vida saudável;
• Autoestima;
• Habilidades que possam ajudar a resolver problemas;
• Cooperações com outros nos contextos do esporte e da atividade física”.
No trajeto histórico da Educação Física escolar, há uma significativa mudança de status em relação a sua inserção e seu fazer pedagógico na escola, em que transita da condição de mera atividade extraclasse a componente curricular, como bem expressa a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) – Lei nº 9.394/1996.
Constatamos avanços na legislação, e a história da Educação Física no Brasil mostra esse progresso. Mas, quando passamos a analisar sua função na escola e as práticas nela materializadas, observamos um significativo descompasso – reflexo das várias concepções que os atores que participam do cotidiano escolar possuem.
Para Souza Neto (1992), no século XX, a Educação Física escolar no Brasil sofreu influências de correntes filosóficas, tendências políticas, científicas e pedagógicas.
1990
A década de 1990 se caracterizou pela consolidação e implementação de muitas propostas e de muitos projetos de diferentes concepções pedagógicas no cenário nacional – entre elas as propostas construtivista, desenvolvimentista e críticas.
2017
Hoje, a Educação Física é mais do que moldar a estrutura física do aluno. E, atualmente, coexistem na área da Educação Física várias concepções – todas tendem a romper com o modelo mecanicista predominante no passado. Ela deve contribuir para a atividade intelectual e para a formação do cidadão.
Abordagem psicomotora
Na abordagem psicomotora, utilizamos a atividade lúdica como impulsionadora dos processos de desenvolvimento e aprendizagem.
Essa tendência pedagógica:
• Trata das aprendizagens significativas, espontâneas e exploratórias da criança e de suas relações interpessoais;
• Focaliza-se na criança pré-escolar, destacando sua pré-história como fator de adoção de estratégias pedagógicas e de planejamento;
• Busca analisar e interpretar o jogo infantil e seus significados;
• Aproxima a história da psicomotricidade à história da Educação Física;
• Tem na psicomotricidade seus objetivos funcionais, onde os mecanismos de regulação entre o sujeito e seu meio permitem o jogo da adaptação que implica os processos de assimilação e acomodação.
Abordagem construtivista-interacionista
A abordagem construtivista-interacionista é apresentada como uma proposta metodológica que se opõem às linhas de Educação Física escolar anteriores, as quais buscavam o desempenho máximo de padrões de comportamento sem considerar as diferenças individuais e as experiências dos alunos, visando selecionar os mais habilidosos para competição.
Baseada no construtivismo de Piaget, Darido (2001) afirma que a corrente construtivista sofreu influências da psicomotricidade, no sentido de valorizar aspectos psicológicos, afetivos e cognitivos no desenvolvimento do movimento humano.
  Dentro dessa complexidade, a construção do conhecimento ocorre por meio da interação sujeito-mundo, em que o conhecer é um processo constante de reorganização.
  As habilidades motoras precisam ser desenvolvidas em um contexto de jogos e de brincadeiras, mas, do ponto de vista cognitivo, social e afetivo, as consequências devem estar claras.
  Freire (1991) – cuja obra é referência no contexto construtivista – pode ser considerado o responsável pela introdução dessa abordagem na Educação Física escolar. Para o autor, a criança:
• É uma especialista no jogo, no brincar e no brinquedo;
• Possui um conhecimento prévio que deve ser respeitado;
• Considera o erro um processo para a aprendizagem.
Abordagem desenvolvimentista
• Tem como meio e fim principal da Educação Física o movimento;
• Orienta-se especialmente a crianças de 4 a 14 anos;
• Busca nos processos de aprendizagem e de desenvolvimento uma fundamentação para a Escolar Física escolar.
No Brasil, Tani (1988)  é o representante dessa abordagem. Trata-se de uma tentativa de caracterizar a progressão normal do crescimento físico, do desenvolvimento fisiológico, motor, cognitivo e afetivo-social na aprendizagem motora. Em função dessas características, sugerem-se elementos para a estruturação da Educação Física.
Além disso, essa tendência procura privilegiar a aprendizagem do movimento, embora possam estar ocorrendo outras aprendizagens decorrentes da prática das habilidades motoras.
A ideia é proporcionar ao aluno condições para que seu comportamento motor seja desenvolvido por meio da interação, do aumento da diversidade e da complexidade de movimentos, oferecendo experiências de movimento adequadas a seu estágio de crescimento e desenvolvimento para que as habilidades motoras sejam alcançadas.
A tendência desenvolvimentista está estruturada na aprendizagem e no desenvolvimento motor. Essa abordagem se preocupa com o desenvolvimento das habilidades motoras básicas, entre elas as habilidades locomotoras, de manipulação e de estabilização.
O objetivo da Educação Física é trabalhar as habilidades e capacidades motoras, oferecendo experiências de movimento adequadas ao nível de crescimento e desenvolvimento da criança, a fim de que a aprendizagem das habilidades motoras seja alcançada.
No entanto, nessa tendência, não existe preocupação com a reflexão, com alfabetização e com a transformação, embora estas possam ocorrer como consequência (DARIDO; RANGEL, 2005).Por ser mais biologicista, a abordagem desenvolvimentista também possui um conceito de saúde indireto, resumindo-se à preocupação com a aprendizagem das habilidades motoras, pois é por meio delas que os seres humanos se adaptam aos problemas do cotidiano (DARIDO; RANGEL, 2005).
Abordagens críticas
Ao se oporem ao tecnicismo da Educação Física escolar, alguns autores elaboraram propostas de mudanças para a área regida pelo marxismo.
Também denominadas progressistas, as abordagens críticas:
• Exigem do professor de Educação Física uma visão da realidade de forma mais política;
• Combatem a alienação dos alunos;
• Defendem uma postura de superação das injustiças sociais, econômicas e políticas.
  Entre essas tendências, podemos citar a crítico-superadora e a crítico-emancipatória.
Clique nos títulos abaixo para saber mais sobre cada uma delas.
Abordagem crítico-superadora
Abordagem crítico-emancipatória
Essa abordagem é completamente voltada para uma ótica crítica, defende o ensino crítico, pois é a partir dele que os alunos passam a compreender a estrutura autoritária dos processos institucionalizados da sociedade e que formam as falsas convicções, interesses e desejos.
Dessa forma, a missão da educação crítica é promover condições para que essas estruturas autoritárias sejam suspensas, e o ensino encaminha no sentido de uma emancipação, possibilitado pelo uso da linguagem.
Disponível em: <https://goo.gl/Ma8Rys>. Acesso em: 23 out. 2017.
Exercícios
Questão 1: Analise a seguinte situação:
Em uma turma de 2º ano do Ensino Fundamental, o professor de Educação Física iniciou sua aula perguntando aos alunos se já haviam brincado de Amarelinha. Após ouvir os depoimentos dos estudantes, pediu que cada um mostrasse as diferentes formas de jogar que conheciam, e todos as experimentaram. Seu objetivo foi atingido ao resgatar essa brincadeira da cultura popular a partir do que a criança já conhecia e da participação ativa dos alunos.
Esta aula prática foi baseada, principalmente, em que abordagem pedagógica?
Higienista
Militarista
Saúde renovada
Crítico-superadora
Construtivista-interacionista
Corrigir
2. Analise a seguinte sentença:
“As aulas de Educação Física devem partir dos conhecimentos que os alunos já têm sobre os conteúdos a serem trabalhados. Isso inclui a realidade histórico-social na qual estão inseridos, permitindo a eles se entenderem como sujeitos capazes de interferir na sociedade”.
Esta afirmação enfatiza a perspectiva crítico social, baseada em uma aula na qual:
A técnica e a tática são os objetivos principais.
Há diálogo entre professor e aluno com objetivo de criticidade.
O aluno tem de reproduzir as ações e o pensamento do professor.
O desenvolvimento de competências técnicas do aluno é o mais importante.
O aluno tem toda a liberdade de escolha quanto ao conteúdo e determina a aula, realizando, geralmente, jogos coletivos.
Corrigir
3. Entre algumas abordagens da Educação Física escolar, podemos encontrar a chamada crítico-superadora, cujo objetivo é:
Erro! O objeto incorporado não é válido.
Fomentar a ideia de que o movimento é o principal meio e fim da Educação Física, e que, por isso, uma aula deve privilegiar tal aprendizagem.
Enfatizar os pressupostos teóricos de Jean Piaget e do construtivismo, de tal modo que o conhecimento possa ser construído na relação do sujeito com o mundo.
Propor conteúdos que se associem à promoção da saúde, especialmente considerando que a prática de atividades físicas na infância pode influenciar a adoção de um estilo de vida fisicamente mais ativo.
Estabelecer a progressão normal do crescimento fisiológico bem como do desenvolvimento cognitivo, motor e afetivo para associá-los ao processo de aprendizagem motora e, desse modo, propor elementos para a estruturação das aulas.
Trazer à tona questões relacionadas às relações de poder, além de considerar que os aspectos abordados pela Pedagogia não devem se restringir apenas a como ensinar, mas também a como se adquirem os conhecimentos, valorizando a contextualização dos fatos e do resgate histórico.
Corrigir
Nesta aula, identificamos a importância das teorias críticas ou progressistas.
As concepções crítico-emancipatória e crítico-superadora devem estar presentes nas práticas pedagógicas dos professores.
É necessário compreender a Educação Física como um fenômeno histórico-cultural, apresentando aos alunos seus diferentes conteúdos como conhecimento construído historicamente pelo homem.
Para entender melhor a questão, assista ao vídeo:
Em seguida, construa uma reflexão sobre o assunto, ressaltando a relevância das abordagens críticas da Educação Física na prática pedagógica.
Corrigir
Em oposição ao uma Educação Física tradicional e tecnicista, alguns autores elaboram uma proposta de mudanças para a área regida pelo marxismo.
As abordagens críticas – também chamadas de progressistas – exigem do professor de Educação Física uma visão da realidade de forma mais política. Elas combatem a alienação dos alunos e defendem uma postura de superação das injustiças sociais, econômicas e políticas.
Entre essas abordagens, podemos citar a abordagem crítico-superadora e a crítico-emancipatória.
A obra que representou a abordagem crítico-superadora (SOARES et al, 1992) instiga a reflexão sobre questões de poder, interesse, esforço e contestação. Além disso, destaca que não devemos apenas explicar como ensinar, mas, sobretudo, como adquirimos conhecimento, respeitando, dentro desse contexto, os aspectos socioculturais dos alunos.
A obra sugere, ainda, que os conteúdos da Educação Física escolar têm de considerar a realidade dos operários. Nessa abordagem, a disciplina é declarada como um tipo de conhecimento que trata da cultura corporal (DARIDO, 2001).
Já a abordagem crítico-emancipatória possui como principal autor Kunz (1994) e segue as diretrizes da Escola de Frankfurt, buscando um ensino, por meio da Educação Física, de libertação de falsas ilusões, interesses e desejos criados por uma mídia com interesses capitalistas (DARIDO, 2001).

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