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VOLUME 3
CONFERÊNCIAS
TESES DE ESTUDANTES (GRADUAÇÃO)
VOLUME 3
CONFERÊNCIAS
TESES DE ESTUDANTES (GRADUAÇÃO)
ANTONIO HERMAN BENJAMIN
ELADIO LECEY
SÍLVIA CAPPELLI
(Organizadores/Editors)
ANTONIO HERMAN BENJAMIN
ELADIO LECEY
SÍLVIA CAPPELLI
(Organizadores/Editors)
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Desde a sua fundação, em 1995, o Instituto “O Direito por um Planeta Verde” cumpre um papel fundamental no
desenvolvimento e consolidação do Direito Ambiental brasileiro. Nesse período, o Instituto teve importante participação
na elaboração das leis e normas ambientais aprovadas pelo Congresso Nacional e pelo CONAMA – Conselho Nacional
do MeioAmbiente. Reunindo renomados especialistas do país, o Instituto edita a conhecida Revista de DireitoAmbiental
e realiza cursos em todas as regiões do país. Pelo seu trabalho sério e dedicação, tornou-se uma referência nacional e
internacional.
O Instituto “O Direito por um Planeta Verde” é a maior e mais conhecida instituição jurídico-ambiental do Brasil. Integrado
por especialistas de todo o país, muitos deles professores das melhores universidades brasileiras, o Instituto em poucos
anos se transformou em ator indispensável e sempre presente nos grandes debates ambientais, tanto no Parlamento,
como na academia. Seja propondo inovações legislativas, como a Lei dos Crimes contra o MeioAmbiente de 1998, seja
opondo-se às tentativas de enfraquecimento das leis existentes, o Instituto, pela sua credibilidade científica e
acadêmica, virou ponto de apoio para todos aqueles que se preocupam com a nossa ameaçada biodiversidade.
O Brasil conta hoje com uma das mais avançadas legislações ambientais do mundo. Por outro lado, publica-se mais
sobre Direito Ambiental aqui do que em todos os países da América Latina somados. Não obstante tantos avanços,
continua a degradação dos nossos recursos naturais. Nesse contexto de boa lei e cumprimento insuficiente, o trabalho
do Instituto “O Direito por um Planeta Verde” é imprescindível. Responsável por muito do que há de bom no Direito
Ambiental brasileiro, o Instituto, pela excelência de seu trabalho, sempre encontra as portas abertas por onde passa. Foi
a primeira instituição brasileira a abordar o tema da implementação ambiental. E, mais recentemente, foi também
pioneira ao iniciar um Projeto Piloto sobre indicadores de implementação ambiental. O Brasil deve muito aos membros
do Instituto “O Direito por um Planeta Verde”.
Since it was founded in 1995, the Law for a Green Planet Institute has played a fundamental role in the development and
consolidation of Brazilian environmental law. In this period, the Institute has participated in the drafting of environmental
laws and regulations enacted by the National Congress and the National Council on the Environment. Bringing together
renowned Brazilian experts, the Institute publishes the prestigious Revista de Direito Ambiental (Journal of
Environmental Law) and conducts capacity-building programs in all regions of the country. Due to its serious and
dedicated work, the Institute has become a national and international reference in the field of Environmental Law.
The Law for a Green Planet Institute is the largest and best known legal-environmental think tank in Brazil. With
members from the entire country, many of them professors at leading Brazilian universities, the Institute in only a few
years has been transformed into an indispensable and always-present participant in the great environmental debates of
our country, as often in Parliament as in the academy. At times proposing legislative innovations, such as the Crimes
against the Environment Act of 1998, or at times opposing efforts to weaken existing environmental laws, the Institute –
with its academic and scientific credibility – has become a resource for all those who are worried about our endangered
biodiversity.
Brazil today has some of the most advanced environmental legislation in the world. And we publish more on
Environmental Law than in all the countries of Latin America combined. Despite such progress, the degradation of our
natural resources continues. In this context of good law and insufficient implementation, the work of the Law for a Green
Planet Institute is crucial. Responsible for much of what is good about Brazilian environmental law, the Institute, because
of its excellent reputation, always finds doors open to it. “Green Planet” was the first Brazilian institution to study the
theme of implementation of environmental legislation. And, more recently, it was again a pioneer in initiating a Pilot
Project on environmental compliance and enforcement indicators. Brazil owes much to the members of the Law for a
Green Planet Institute.
Senadora Marina Silva
Ministra do Meio Ambiente
Deputado José Sarney Filho
Ex-Ministro do Meio Ambiente
José Carlos Carvalho
Ex-Ministro do Meio Ambiente
Senator Marina Silva
Minister of the Environment
Deputy José Sarney Filho
Former Minister of the Environment
José Carlos Carvalho
Former Minister of the Environment
iniciais Vol III.indd 1 5/23/07 3:56:28 PM
Criação de Capa: Armando de Lima Sardinha
Imagem da Capa: Clayton Ferreira Lino
Cover Designer: Armando de Lima Sardinha
Cover Image: Clayton Ferreira Lino
Miolo em papel 100% reciclado (Papel Reciclato® da Suzano)
Pages printed on 100% recycled paper (Reciclato® Suzano Paper)
Coordenadores Científicos/Academic Coordinators
Antonio Herman Benjamin
Eladio Lecey
Sílvia Cappelli
Comissão de Organização do 12º Congresso Brasileiro de Direito Ambiental
Steering Committee of the 12th Brazilian Conference on Environmental Law
Annelise Monteiro Steigleder, Eladio Lecey, Marisa Rocha Teixeira Dissinger, 
Ney de Barros Bello Filho, Rogério Hetmanek, Sílvia Cappelli 
e/and Vanêsca Buzelato Prestes
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Biblioteca do Ministério Público do Estado de São Paulo
C76m
Congresso Internacional de Direito Ambiental (11.: 2007 : São Paulo, 
 SP)=International Conference on Environmental Law 
 Meio ambiente e acesso à justiça : flora, reserva legal e APP
 =environment and access to justice / orgs. Antonio Herman Benjamin,
 Eladio Lecey, Sílvia Cappelli. – São Paulo : Imprensa Oficial do Estado
 de São Paulo, 2007.
 3v. 
 
 Conteúdo: v.1 Teses de profissionais – v.2 Teses de estudantes – v.3
Conferências, teses de estudantes (graduação)
 Trabalhos apresentados no 11º. Congresso Internacional de Direito
Ambiental, 2º. Congresso de Direito Ambiental dos Países de Língua
Portuguesa e Espanhola, 12º. Congresso Brasileiro de Direito Ambiental e
2º. Congresso de Estudantes de Direito Ambiental, realizados em São Paulo
nos dias 27 de maio a 1º. de junho de 2007
 
 1. Direito ambiental – Congresso internacional. I. Benjamin, Antonio 
Herman de Vasconcelos e, org. II. Lecey, Eladio, org. III. Cappelli, Sílvia, 
org. IV. Título.
 CDU 349.6(100)(063) 
iniciais Vol III.indd 2 5/23/07 3:56:28 PM
MINISTÉRIO PÚBLICO
DO ESTADO DE SÃO PAULO
iniciais Vol III.indd 3 5/23/07 3:56:31 PM
É fácil comprar seu livro
no site
www.imprensaofi cial.com.br/livraria
Informações
São Paulo: 11 5013.5108 | 5109
Demais localidades: 0800 0123401
livros@imprensaofi cial.com.br
Livraria Casa das Rosas
Av. Paulista, 37 Cerqueira Cesar
01311-902 São Paulo SP
Tel. 11 3289 1791
Terça a Sábado
10h00 às 18h00
Livraria XV de Novembro
Rua XV de Novembro, 318 Centro
01013-000 São Paulo SP
Tel. 11 3105 6781 e 3101 6473
Segunda a Sexta-feira 
09h00 às 18h00
A grande oferta de textos voltados à implementação 
da utopia concreta que seconvencionou chamar de 
“desenvolvimento sustentável” já faz com que pro-
fessores, alunos e outros interessados tenham difi -
culdade em distinguir joio do trigo. Em Avaliação 
e contabilização de impactos ambientais, po-
dem estar certos de ter encontrado uma das mais 
importantes coletâneas já publicadas no Brasil sobre o tema. Este conjunto de vinte 
textos vem preencher uma séria lacuna na bibliografi a disponível para as disciplinas 
que fazem a ponte entre as ciências humanas e as ciências naturais nos cursos de 
economia, sociologia, geografi a, agronomia ou de planejamento urbano e regional.
245 - Impacto Ambiental.indd 1 22.05.07 17:43:52
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01311-902 São Paulo SP
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Livraria XV de Novembro
Rua XV de Novembro, 318 Centro
01013-000 São Paulo SP
Tel. 11 3105 6781 e 3101 6473
Segunda a Sexta-feira 
09h00 às 18h00
A grande oferta de textos voltados à implementação 
da utopia concreta que se convencionou chamar de 
“desenvolvimento sustentável” já faz com que pro-
fessores, alunos e outros interessados tenham difi -
culdade em distinguir joio do trigo. Em Avaliação 
e contabilização de impactos ambientais, po-
dem estar certos de ter encontrado uma das mais 
importantes coletâneas já publicadas no Brasil sobre o tema. Este conjunto de vinte 
textos vem preencher uma séria lacuna na bibliografi a disponível para as disciplinas 
que fazem a ponte entre as ciências humanas e as ciências naturais nos cursos de 
economia, sociologia, geografi a, agronomia ou de planejamento urbano e regional.
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AGRADECIMENTOS
O Instituto “O Direito por um Planeta Verde” agradece à Procuradoria-
Geral de Justiça de São Paulo, pelo apoio inestimável ao 11º Congresso In-
ternacional de Direito Ambiental, fazendo-o nas pessoas dos doutores Rodrigo 
César Rebello Pinho (Procurador-Geral de Justiça), Gabriel Bittencourt Perez, 
Dalva Teresa da Silva, Nelson Gonzaga de Oliveira, Marisa Rocha Teixeira Dis-
singer, nos membros do CAO do Meio Ambiente, Ana Laura Bandeira Lins 
Lunardelli, Carlos Henrique Prestes Camargo, Cláudia Cecilia Fedeli, Fernando 
Reverendo Vidal Akaoui e Roberto Luis de Oliveira Pimentel, e nos Promotores 
de Justiça José Avelino Grota de Souza, Roberto Carramenha, José Carlos Me-
loni Sícoli e José Eduardo Ismael Lutti.
Outras pessoas e instituições contribuíram, decisivamente, para o sucesso do 
evento, cabendo em especial lembrar:
Governo do Estado de São Paulo (José Serra, Luiz Antonio Guimarães Marrey, 
Aloysio Nunes Ferreira Filho)
Ministério da Justiça (Tarso Genro)
Ministério do Meio Ambiente (Marina Silva e João Paulo Capobianco)
Procuradoria Geral da República (Antonio Fernando Souza e Sandra Cureau)
Escola Superior do Ministério Público da União (Rodrigo Janot Monteiro 
de Barros)
CONAMA (Nilo Sérgio de Melo Diniz)
MOA – Fundação Mokiti Okada (Tetsuo Watanabe, Hidenari Hayashi, 
Rubens Manzalli, Rogério Hetmanek, Hajime Tanaka, Agner Bastoni, 
Fernando Augusto de Souza, Yoshiro Nagae, Luiz Fernando dos Reis, Edson 
Matsui, Erisson Thompson de Lima Jr. , Martin Hirai, Yugi Yaginuma, Rosana 
Cavalcanti e Alessandra Kobayashi)
Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Francisco Graziano 
Neto, Pedro Ubiratan Escorel de Azevedo, Fernanda Bulhões e Daisy Engelberg)
Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo (Alberto José Macedo 
Filho, Marisa Nittolo Costa, Franscisca Tié Sumita, João Paulo Feijão Teixeira e 
Antonio Batista Filho)
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo (Professor Hubert Alquéres, 
Professora Vera Lucia Wey, Teiji Tomioka, Edemar Viotto Junior, Nanci Roberta 
da Silva, Fernanda Buccelli, Marli Santos de Jesus, Alexandra Bernardi Arouca, 
Vanessa Merizzi, Carolina de Oliveira Pinto, Angélica Rodrigues Daraia Tanze e 
Solange Aparecida Couto Brianti)
Embaixada da França (Alain Siberchicot)
Consulado-Geral dos Estados Unidos em São Paulo (Lisa Helling, Laura 
Gould, Cezar Borsa e Eva Reichmannn)
Superior Tribunal de Justiça (Ministros Barros Monteiro, Fernando Gonçalves 
e Nilson Naves)
Procuradoria-Geral de Justiça do Rio Grande do Sul (Mauro Henrique 
Renner e Anízio Pires Gavião Filho)
Fundação Escola Superior do Ministério Público do Rio Grande do Sul (Luiz 
Fernando Calil de Freitas)
ABRAMPA – Associação Brasileira do Ministério Público de Meio Ambiente 
(Jarbas Soares Junior)
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UICN (Sheila Abed e Alejandro Iza)
INECE (Durwood Zaelke e Kenneth J. Markowitz)
Caixa Econômica Federal (Antonio Carlos Ferreira e Karen Malafaia)
University of Texas (William Powers e Lawrence Sager)
Conselho Nacional de Procuradores-Gerais de Justiça (Rodrigo César 
Rebello Pinho)
AMB – Associação dos Magistrados Brasileiros (Rodrigo Colaço)
AJUFE – Associação dos Juízes Federais do Brasil (Walter Nunes da 
Silva Junior)
Escola Nacional da Magistratura (Luiz Felipe Salomão)
Associação Paulista do Ministério Público (Washington Epaminondas 
Medeiros)
Escola Superior do Ministério Público de São Paulo (Nelson Gonzaga 
de Oliveira)
Escola Superior da Magistratura do Rio Grande do Sul (Paulo de Tarso 
Sanseverino)
ANPR – Associação Nacional dos Procuradores da República (Antonio Carlos 
Alpino Bigonha)
Procuradoria Geral do Município do Rio de Janeiro (Júlio Horta e Arlindo 
Daibert Neto)
Procuradoria Geral do Município de Porto Alegre (Mercedes Maria 
de Moraes Rodrigues)
PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Cristina 
Montenegro e Andrea Brusco)
Companhia Suzano de Papel e Celulose (Luiz Cesar Pizzotti, Edivaldo Eduardo 
dos Santos e José Francsico Pinto Amaral)
FIESP – Federação das Indústrias de São Paulo (Nelson Pereira dos Reis 
e Anicia Baptistella Pio)
Perdigão (Antonio Zambelli, Silvia Eduarda Ribeiro Coelho e Plínio Lopes 
Shiguematso)
Editora Revista dos Tribunais (Antonio Bellinello, Carlos Henrique de 
Carvalho Filho e Regina Bellinello Troncon)
Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São 
Paulo (José Amaral Wagner Neto e Adnea Ali Fakih)
BRASILCON – Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor 
(Leornardo Bessa)
Companhia Vale do Rio Doce (José Alberto da Costa Araújo e Márcio Silva 
Pereira)
CNI – Confederação Nacional das Indústrias (Maurício Mendonça, Armando 
Monteiro Neto e Grace Dalla Pria)
GERDAU (Erico Teodoro Sommer, Rogério Forster e Vera Martini Wanner)
Polícia Militar Ambiental do Estado de São Paulo (Cel PM Ronaldo Ramos, 
Cap. PM Walter Nyakas Júnior, Ten. PM Marcelo Robis Francisco Nassaro)
Rede Accor de Hotéis (Gustavo Syllos e Tatiane Madeira)
TAM Linhas Aéreas (Laura Malz, Illan Gomes de Oliveira)
TAM Viagens (Ane Kiefer)
INPEV – Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias 
(Rafaella Antici e Gisele Goes)
Toyota do Brasil Ltda (Edson Orikassa e Marcelo Sandrini)
iniciais Vol III.indd 7 5/23/07 3:56:37 PM
SpECIAl ThANkS
The Law for a Green Planet Institute would like to thank the Office of the At-
torney General of São Paulo, for its inestimable support for the 11th International 
Conference on Environmental Law, and would like to especially express its grati-
tude to Rodrigo César Rebello Pinho, Gabriel Bittencourt Perez, Dalva Teresa da 
Silva, Nelson Gonzaga de Oliveira, Marisa Rocha Teixeira Dissinger, Furthermo-
re, it would like to thank the members of the Environmental Protection Division 
of the AG’s Office Ana Laura Bandeira Lins Lunardelli, Carlos Henrique Prestes 
Camargo, Cláudia Cecilia Fedeli, Fernando Reverendo Vidal Akaoui e Roberto 
Luis de Oliveira Pimentel and other Assistant Attorneys General that helped in the 
organizationof the congress José Avelino Grota de Souza, Roberto Carramenha, 
José Carlos Meloni Sícoli e José Eduardo Ismael Lutti).
Other institutions and individuals contributed immensely to the success of the 
event and deserve to be mentioned:
The Governor’s Office of the State of São Paulo (José Serra, Luiz Antonio 
Guimarães Marrey and Aloysio Nunes Ferreira Filho)
The Ministry of Justice (Tarso Genro)
The Ministry of the Environment (Marina Silva and João Paulo Capobianco)
The Federal Attorney General’s Office (Antonio Fernando Souza and 
Sandra Cureau)
The School of the Federal Public Prosecution Service (Rodrigo Janot 
Monteiro de Barros)
CONAMA - National Environmental Council (Nilo Sérgio de Melo Diniz)
MOA – Mokiti Okada Foundation (Tetsuo Watanabe, Hidenari Hayashi, 
Rubens Manzalli, Rogério Hetmanek, Hajime Tanaka, Agner Bastoni, 
Fernando Augusto de Souza, Yoshiro Nagae, Luiz Fernando dos Reis, Edson 
Matsui, Erisson Thompson de Lima Jr., Martin Hirai, Yugi Yaginuma, Rosana 
Cavalcanti and Alessandra Kobayashi)
The Secretariat of the Environment of the State of São Paulo (Francisco 
Graziano Neto, Pedro Ubiratan Escorel de Azevedo, Fernanda Bulhões and 
Daisy Engelberg)
The Secretariat of Agriculture of the State of São Paulo (Alberto José 
Macedo Filho, Marisa Nittolo Costa, Franscisca Tié Sumita, João Paulo Feijão 
Teixeira and Antonio Batista Filho)
The Official Press of the of the State of São Paulo (Professor Hubert Alquéres, 
Professora Vera Lucia Wey, Teiji Tomioka, Edemar Viotto Junior, Nanci Roberta 
da Silva, Fernanda Buccelli, Marli Santos de Jesus, Alexandra Bernardi Arouca, 
Vanessa Merizzi, Carolina de Oliveira Pinto, Angélica Rodrigues Daraia Tanze e 
Solange Aparecida Couto Brianti)
The French Embassy (Alain Siberchicot)
The Consulate General of the United States in São Paulo (Lisa Helling, 
Laura Gould, Cezar Borsa and Eva Reichmannn)
Superior Court of Justice of Brazil (Justices Barros Monteiro, Fernando 
Gonçalves and Nilson)
The Office of the Attorney General of the State of Rio Grande do Sul 
(Mauro Henrique Renner and Anízio Pires Gavião Filho)
The Attorney General’s Office of the State of Rio Grande do Sul Superior 
iniciais Vol III.indd 8 5/23/07 3:56:37 PM
School Foundation (Luiz Fernando Calil de Freitas)
ABRAMPA – Brazilian Association of Environmental Public Prosecutors 
(Jarbas Soares Junior)
IUCN (Sheila Abed and Alejandro Iza)
INECE (Durwood Zaelke and Kenneth J. Markowitz)
Caixa Econômica Federal (Antonio Carlos Ferreira and Karen Malafaia)
University of Texas (William Powers and Lawrence Sager)
The National Association of Attorneys General (Rodrigo César Rebello Pinto)
AMB – Brazilian Association of Judges (Rodrigo Collaço)
AJUFE – National Association of Federal Judges (Walter Nunes da Silva Júnior)
National School of Judges (Luiz Felipe Salomão)
The Attorney General’s Office of the State of São Paulo Association 
(Washington Epaminondas Medeiros)
The Attorney General’s Office of the State of São Paulo Superior School 
(Nelson Gonzaga de Oliveira)
The Superior School of Judges of the State of Rio Grande do Sul (Paulo 
de Tarso Sanseverino)
ANPR – National Association of Federal Public Prosecutors (Antonio Carlos 
Alpino Bigonha)
Office of the Chief-Legal Counsel, City of Rio de Janeiro (Júlio Horta and 
Arlindo Daibert Neto)
Office of the Chief-Legal Counsel, City of Porto Alegre (Mercedes Maria 
de Moraes Rodrigues)
UNEP – United Nations Environment Programme (Cristina Montenegro 
and Andrea Brusco)
Suzano Bahia Sul Papel e Celulose (Luiz César Pizzotti, Edivaldo Eduardo 
dos Santos and José Francisco Pinto Amaral)
FIESP – Chamber of Industries of the State of São Paulo (Nelson Pereira 
dos Reis and Anicia Baptistella Pio)
Perdigão (Antonio Zambelli, Silvia Eduarda Ribeiro Coelho and Plínio Lopes 
Shiguematso)
Revista dos Tribunais Publishing Company (Antonio Bellinello, Carlos 
Henrique de Carvalho Filho and Regina Bellinello Troncon)
Foundation for Forestry Conservation and Production of The State of São 
Paulo (José Amaral Wagner Neto and Adnea Ali Fakih)
BRASILCON (Leornardo Bessa)
Companhia Vale do Rio Doce (José Alberto da Costa Araújo and 
Márcio Silva Pereira)
CNI – National Industries’ Confederation (Maurício Mendonça, Armando 
Monteiro Neto and Grace Dalla Pria)
GERDAU (Érico Teodoro Sommer, Rogério Forster and Vera Martini Wanner)
Environmental Military Police of the State of São Paulo (Cel PM Ronaldo 
Ramos, Cap. PM Walter Nyakas Júnior and Ten. PM Marcelo Robis Francisco 
Nassaro)
Accor Hotels (Gustavo Syllos and Tatiane Madeira)
TAM Airlines (Laura Malz and Illan Gomes Oliveira)
TAM Tourism Operator (Ane Kiefer)
INPEV – National Institute of Empty Packing Processing (Rafaella Antici 
and Gisele Goes)
Toyota – Brazil (Edson Orikassa e Marcelo Sandrini)
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VlADIMIR pASSOS DE FREITAS, MAGISTRADO, 
JURISTA E INCENTIVADOR DO DIREITO 
AMBIENTAl NA AMÉRICA lATINA
Esta é uma homenagem mais do que 
merecida e oportuna a alguém que, como 
jurista e magistrado, fez muito pela proteção 
do meio ambiente no Brasil, em especial pelo 
seu esforço de muitos anos no sentido de des-
pertar e sensibilizar o Poder Judiciário brasi-
leiro para a crise ambiental mundial, que não 
poupou o Brasil.
Vladimir Passos de Freitas, filho da 
cidade de Santos, foi Delegado de Polícia, 
Promotor de Justiça e Juiz Federal, coroan-
do sua vitoriosa carreira como Presidente do 
Tribunal Regional Federal da 4a Região.
Mestre e Doutor pela Universidade Fe-
deral do Paraná, professor de Direito Civil na Faculdade de Direito de Curitiba e 
de Direito Socioambiental, no curso de mestrado da PUC/PR, Vladimir Passos de 
Freitas é um jurista nacional e internacionalmente festejado. Publicou inúmeros 
livros e artigos, tanto no Brasil, como no exterior.
É também líder nato, tendo presidido a AJUFE - Associação dos Juízes Fe-
derais do Brasil, e legislador, pois integrou a Comissão de Juristas que elaborou a 
Lei 9.605, de 1998 (Lei dos Crimes contra o Meio Ambiente). 
De todas suas qualidades, o traço que mais impressiona em Vladimir Pas-
sos de Freitas é a sua integridade acadêmica e pessoal, e seu compromisso in-
transigente com o Direito Ambiental e com as gerações futuras. Hoje aposentado 
da Magistratura, continua mais ativo do que nunca, emprestando sua larga expe-
riência e notório saber às grandes causas em favor, e nunca contra, da natureza. 
O Brasil e os brasileiros devem muito ao seu trabalho, perseverança, e dedicação 
ao interesse público, gratidão essa que se estende à sua querida esposa Sandra, e 
a seus filhos Dario, Mariana e Rubens.
ANTONIO HERMAN BENJAMIN
Ministro do Superior Tribunal de Justiça
Coordenador-Acadêmico, 11o Congresso Internacional
SÍLVIA CAPPELLI
Presidente, Instituto “O Direito por um Planeta Verde”
ELADIO LECEY
Diretor, Escola Brasileira de Direito e Política Ambiental
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CARTA DE SÃO pAUlO
10º CONGRESSO INTERNACIONAl DE DIREITO AMBIENTAl
SÃO pAUlO, 6-9 DE JUNhO DE 2006
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
1. É necessário superar o antropocentrismo em relação ao meio ambiente, reco-
nhecendo-se o valor intrínseco da Natureza e percebendo-se o Planeta Terra 
como um organismo vivo.
2. Urge que os conceitos de ecologia e economia sejam revisados, sob a cha-
mada “Ética do Cuidado”, como pré-requisito para uma efetiva proteção do 
meio ambiente. 
3. Com base nessa “Ética do Cuidado” emerge o conceito de Economia Am-
biental, que deve estar em sintonia com os princípios da Ecologia. Isso em 
favor da Natureza, mas também da própria dignidade da pessoa humana.
4. Ao lado da “Ética do Cuidado” coloca-se também a “Ética da Solidarieda-
de”, que rejeita a descartabilidade do ser humano e respeita a diversidade, 
inclusive a biológica, em homenagem às gerações futuras.
5. A “Ética da Vida” impõe a valorização de todas as formasde vida, e está na 
base do princípio in dúbio pro natura.
6. A UICN tem um compromisso inafastável com a divulgação e promoção da 
Carta da Terra. Entre suas dimensões principais estão: a) a unidade de vida 
humana e não humana; b) a compreensão de que alguns direitos devem ser 
ampliados e outros limitados; e, c) o reconhecimento de que ao mundo não-
humano também é aplicável a noção de dignidade. 
ACESSO AO pATRIMÔNIO GENÉTICO 
E AO CONhECIMENTO TRADICIONAl
1. O conhecimento tradicional diz respeito a todos os aspectos materiais e ima-
teriais do conhecimento produzido pelas comunidades indígenas ou locais, 
sendo transmitido oralmente através das gerações e constantemente atualiza-
do pela prática cotidiana.
2. Conhecimento tradicional associado é toda a informação ou prática detida 
por uma ou mais pessoas, integrantes das comunidades indígenas ou locais, 
sobre características e usos da biodiversidade.
3. Urge o combate à biopirataria, reconhecendo-se o direito fundamental das 
comunidades ao seu conhecimento tradicional; deve-se garantir a essas pes-
iniciais Vol III.indd 13 5/23/07 3:56:37 PM
soas uma participação efetiva no processo de regulação jurídica da utilização 
econômica de tal saber.
4. O conhecimento tradicional não integra o domínio público.
5. Atribuir direitos às comunidades locais não basta; é necessário educa-las so-
bre seus direitos; o Ministério Público tem o dever institucional de zelar pelos 
direitos dessas comunidades. 
6. A biodiversidade adquire valor de mercado quando se transforma em algo in-
teressante para a produção econômica, sendo que o conhecimento tradicional 
associado à biodiversidade deve ser transformado em preço.
7. A atual disciplina jurídica da biossegurança criou uma inversão de papéis, em 
que a CTNBio se pronuncia em relação aos procedimentos administrativos e 
o Conselho de Ministros decide sobre a segurança dos organismos genetica-
mente modificados, o que gera conflitos legais e incertezas. 
BIODIVERSIDADE E DANO
1. Na Mata Atlântica, a restauração natural in situ deve ser a prioridade na recu-
peração de áreas degradadas. 
2. No que se refere à atividade minerária, a compensação ambiental even-
tualmente exigida deve contemplar os danos irrecuperáveis causados à 
biodiversidade e não deve ser confundida com compensação financeira 
prevista no art.20, 1º, da Constituição Federal. Nesse aspecto, há respon-
sabilidade objetiva e solidária quanto à reparação integral dos danos am-
bientais causados a ser exigida do concessionário da lavra, do superfici-
ário, do financiador, e do adquirente da área degradada, pois se trata de 
obrigação propter rem.
3. O dano ambiental é um conceito jurídico que reflete o que a sociedade enten-
de por degradação intolerável, traduzindo a percepção humana em relação à 
Natureza.
4. A responsabilidade civil por danos decorrentes de OGMs é objetiva e funda-
da no risco integral, pois a atividade é intrinsecamente perigosa, além do fato 
de que os danos relacionados à poluição genética são irreversíveis.
5. No tema do dano ambiental, evitar a degradação é prioritário, o que só realça 
o papel dos princípios da precaução e da prevenção. 
6. O plantio de espécies exóticas deve ser planejado em termos espaciais, crian-
do-se corredores com espécies nativas entre as culturas, para assegurar a con-
servação da biodiversidade. 
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7. O princípio da inversão do ônus da prova é aplicável às ações civis públicas 
ambientais, inclusive para presumir o nexo de causalidade entre a conduta e 
o dano.
8. A introdução de espécies exóticas nos ecossistemas deve ser precedida de Es-
tudo Prévio de Impacto Ambiental, informando-se a sociedade sobre todos os 
aspectos relevantes, a fim de que esta possa influenciar a tomada de decisões 
dos agentes públicos.
INSTRUMENTOS DA pOlÍTICA NACIONAl DO MEIO AMBIENTE
1. Admite-se o controle judicial do licenciamento ambiental e do conteúdo do Es-
tudo Prévio de Impacto Ambiental, respeitado-se as diretrizes normativas da 
Res. 01/86 do CONAMA e aferindo-se tecnicamente se os instrumentos de ava-
liação de risco realmente atenderam às finalidades protetivas e precautórias.
2. Em sua apreciação, o juiz não está adstrito aos laudos periciais, podendo 
decidir conforme sua própria convicção, desde que motivadamente, sem es-
quecer o princípio do in dubio, pro Natura. 
3. Uma das hipóteses de controle judicial de ato administrativo é quando o ad-
ministrador põe em risco a proteção do meio ambiente.
4. A competência para o licenciamento ambiental é ainda um tema controver-
tido. Não obstante a resolução nº 237/97 do CONAMA adotar o critério da 
extensão e do alcance dos impactos ambientais para a definição da competên-
cia, há posicionamentos jurisprudenciais no sentido de que a dominialidade 
dos bens afetados - bem como a existência de outros interesses específicos - 
também deve ser considerada. Desse modo, urge que se proceda à regulamen-
tação do art. 23, da Constituição Federal, por meio de Lei Complementar.
INFORMAÇÃO, CONSUMO E BIODIVERSIDADE
1. O ser humano tem direito fundamental à informação alimentar, associado ao 
direito de liberdade de opções de consumo. 
2. A liberdade de escolha é moldada pelo grau de informação. Se a informação 
é retida, a autonomia da vontade é irracional e pode ocasionar nulidade con-
tratual e indenização, com base no Código de Defesa do Consumidor.
3. O direito à informação tem três faces, com graus progressivos: dever conduta, 
dever de esclarecimento (ambiental, inclusive), dever de alerta (sobre riscos).
4. O acesso à informação ambiental não deve ser garantido tão-somente ao con-
sumidor final, mas também nas fases de distribuição e produção, incluindo-se 
aí os todos os insumos que compõem o produto.
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5. O consumo imoderado e excessivo, estimulado pela publicidade, gera 
enormes impactos negativos à biodiversidade, razão pela qual o marketing 
deve ser responsável, de modo a não agredir valores ambientais.
FlORESTAS E MDl
1. O Protocolo de Quioto tem dois objetivos: atenuar as alterações climáticas e 
adaptar a atividade antrópica. O MDL busca auxiliar os países em desenvol-
vimento a alcançar desenvolvimento sustentável e a cumprir compromissos 
assumidos com o Protocolo de Quioto.
2. O mercado não resolve todos os problemas ambientais, havendo necessidade 
de se acoplar os projetos de MDL à questão social. 
3. Não se pode pensar no clima sem se associar aos outros regimes jurídico-
econômicos, especialmente o de proteção à biodiversidade. 
SUSTENTABIlIDADE DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
1. A gestão democrática das Unidades de Conservação deve ser incentivada, 
superando-se as dificuldades estatais, tudo com o intuito de permitir a efetiva 
participação da sociedade, em especial das comunidades diretamente atingi-
das pela criação de tais espaços protegidos.
2. A Zona de Amortecimento, por situar-se fora dos limites territoriais da Uni-
dade de Conservação, é um limite administrativo ao direito de propriedade 
privada. Seu papel é fundamental, especialmente na garantia da biodiversida-
de, pela formação de “corredores ecológicos”.
3. A grande conquista do Sistema Nacional das Unidades de Conservação é a 
busca da conectividade dos ecossistemas, que visa a assegurar a continuidade 
e o fluxo gênico das espécies.
MEIO AMBIENTE E pROTEÇÃO DOS DIREITOS hUMANOS
1. O relacionamento entre meio ambiente e direitos humanos é de mão dupla. 
O direito ao meio ambiente equilibrado é requisito essencial para a exis-
tência e eficácia dos direitos humanos. Já os direitos humanos tradicionais 
superam obstáculos que se colocam entre os seres humanos e uma efetiva 
proteção da Natureza (a pobreza, p. ex.).
2. A proteção ao meio ambiente é pré-requisito para a proteção dos direitos 
humanos. Por outro lado, certos direitos humanos são pressupostos para 
a proteção ambiental, como a informaçãoe a participação no processo de 
decisão.
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3. O direito ao meio ambiente, como direito formal e material, vincula juri-
dicamente os Poderes do Estado, bem como todas as pessoas, constituindo 
deveres e posições jurídicas fundamentais.
4. O reconhecimento do direito ao meio ambiente equilibrado como direito hu-
mano é a única forma de protegê-lo a nível internacional.
5. O custo dos direitos e o princípio da separação de poderes não são obstáculos 
jurídicos ao reconhecimento e à concretização do direito fundamental ao am-
biente ecologicamente equilibrado, exigindo-se a ponderação dos diversos 
princípios constitucionais, à luz do caso concreto.
6. O princípio da vedação ao retrocesso social aplica-se ao direito fundamental 
ao ambiente ecologicamente equilibrado.
7. Deve-se reconhecer o direito a um mínimo existencial em matéria ambiental, 
a partir de um mandado de ponderação. 
8. O Estado de Direito Ambiental é um estado da proporcionalidade.
9. As legislações internas, constitucionais e infraconstitucionais, ainda preci-
sam ser aperfeiçoadas, superando-se o individualismo dos Códigos Civis de 
ontem e de hoje, a partir do entendimento de que os problemas ambientais 
não são meras questões de vizinhança, mas sim danos ao direito humano 
fundamental ao equilíbrio ecológico, tudo a demandar enfrentamento a partir 
da perspectiva do interesse público.
10. Na França, a Carta Constitucional de 1º de março de 2005 consagrou o di-
reito a um meio ambiente sadio enquanto direito fundamental, estabelecendo 
três modalidades de deveres fundamentais: (a) de participar na proteção do 
meio ambiente; (b) de prevenir toda agressão ao meio ambiente; (c) de con-
tribuir na reparação do dano causado por si próprio.
11. As conseqüências práticas dessa reforma constitucional são de duas ordens: 
(a) modificação de algumas práticas jurídicas, administrativas e jurisdicio-
nais e (b) alteração dos procedimentos emergenciais, que permitem aos juí-
zes fazer cessar, de imediato, atividades poluidoras.
12. O direito humano fundamental à água envolve a) acessibilidade; b) qualidade 
adequada; e, c) quantidade suficiente.
13. O direito à água refere-se à sobrevivência imediata das pessoas, mas também 
envolve as necessidades do próprio ambiente, que também é “consumidor” 
de água (“consumo ecológico”).
14. A gestão da água inclui o manejo in natura, mas também a manutenção da 
saúde do ecossistema em geral.
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15. O novo paradigma na gestão dos recursos hídricos refere-se ao conceito de 
fluxo ecológico, que engloba a gestão da água no âmbito das bacias, bem 
como a consideração dos usos concorrentes das fontes.
16. A necessidade de adoção de um regime jurídico para o provisionamento 
dos recursos hídricos envolve a) gerenciamento dos recursos hídricos 
em bacias; b) estabelecimento de um conjunto claro de regras a serem 
implementadas; c) aplicação do princípio da subsidiariedade; d) defini-
ção do conteúdo e dos legitimados do direito à água; e) envolvimento 
da comunidade; f) adaptabilidade; g) noção de que o ambiente também 
é consumidor de água; e, h) adoção de medidas preventivas, corretivas e 
participativas.
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CONFERêNCIAS / INVITED pApERS
01. MEDIDAS COMPENSATÓRIASE A INTERVENÇÃO EM ÁREAS DE 
PRESERVAÇÃO PERMANENTE - Annelise Monteiro Steigleder .............. 3
02. RACIONALIDADE ECOLÓGICAALGUMAS REFLEXÕES 
Carlos Alberto Molinaro ................................................................................... 21
03. DELIMITAÇÃO AUTOMÁTICA DE APPS: UMA VERDADE 
INCONVENIENTE - Carlos Antonio Alvares Soares Ribeiro, Michael 
J. Meitner, Brent C. Chamberlain, Vicente Paulo Soares ............................... 43
04. COMPENSAÇÃO DE RESERVA LEGAL: LIMITES à SUA 
IMPLEMENTAÇÃO - Carlos Teodoro José Hugueney Irigaray ................ 53
05. CIDADES, APP E RESERVA LEGAL: AS QUESTÕES JUDICIAIS 
RELEVANTES - Consuelo Yatsuda Moromizato Yoshida .......................... 65
06. PROTEÇÃO PENAL DA FLORA EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO, 
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL 
Eladio Lecey ....................................................................................................... 83
07. O PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DA AÇÃO CIVIL PúBLICA 
SOB O âNGULO DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PúBLICO 
Hugo Nigro Mazzilli ........................................................................................ 111
08. COBERTURA VEGETAL NA PROPRIEDADE PRIVADA E O 
CONCEITO DA REDUÇÃO COMPENSADA - José Heder Benatti, 
Liana da Silva Rodrigues ................................................................................ 121
09. DE LA RESPONSABILIDAD AQUILIANA A LA RESPONSABILIDAD 
SIN DAÑO. UNA PROPUESTA PARA AMERICA DEL NORTE - José 
Juan González Márquez ................................................................................. 137
10. GERAÇÕES FUTURAS: DEVIR, PARADOXO E FUNDAMENTO 
Julio César Costa da Silveira.......................................................................... 151
11. DANO MORAL COLETIVO - Leonardo Roscoe Bessa ............................ 175
12. RESPONSABILIDADE CIVIL POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
E RESPONSABILIDADE CRIMINAL DOS CONSULTORES POR 
ESTUDOS AMBIENTAIS FALSOS - Luis Fernando Cabral 
Barreto Junior ................................................................................................. 201
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13. ASPECTOS CONTROVERTIDOS DA NOVA LEI DA MATA 
ATLâNTICA – LEI Nº 11.428, DE 22/12/2006 - Marga Inge 
Barth Tessler .................................................................................................... 217
14. ACCESO A LA JUSTICIA - INFORMACIÓN - LEGITIMACIÓN 
FUNCIÓN DEL JUEZ - Dra. Maria Cristina Garros Martinez .............. 229
15. MATA ATLâNTICA - Miriam Prochnow .................................................. 237
16. TUTELA PENAL DAS FLORESTAS E DEMAIS FORMAS DE 
VEGETAÇÃO CONSIDERADAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE 
Nelson R. Bugalho ........................................................................................... 243
17. PRUEBA Y NEXO DE CAUSALIDAD EN EL DAÑO AMBIENTAL 
 Néstor A. Cafferatta ....................................................................................... 265
18. POLÍTICAS DE PRECAUÇÃO OU POLÍTICAS DE INSEGURANÇA? 
A REGULAÇÃO DOS RISCOS DE ALIMENTOS GENETICAMENTE 
MODIFICADOS NO DIREITO AMBIENTAL BRASILEIRO 
Patryck de Araújo Ayala ................................................................................. 311
19. ELEMENTOS JURÍDICO-ARGUMENTATIVOS DE PROTEÇÃO 
DO MEIO AMBIENTE COMO DIREITO FUNDAMENTAL: UMA 
PERSPECTIVA PROCEDIMENTAL - Prof. Dr. Rogério Gesta Leal ....... 341
20. EL ACCESO A LA INFORMACIÓN Y PARTICIPACIÓN POPULAR EN 
LOS PROCESOS COLECTIVOS AMBIENTALES - Romina Picolotti .... 357
21. MATA CILIAR E RESERVA LEGAL - FUNDAMENTOS E 
IMPORTâNCIA - Saint-Clair Honorato Santos ....................................... 371
22. A IMPLEMENTAÇÃO DOS PLANOS DIRETORES E A PROTEÇÃO 
DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE - Sheila Cavalcante 
Pitombeira ........................................................................................................ 379
23. A RESOLUÇÃO CONAMA Nº 369/2006 NA PERSPECTIVA DO 
DIREITO INTERTEMPORAL: A HIPÓTESE DA REGULARIZAÇÃO 
FUNDIÁRIA SUSTENTÁVEL - Vanêsca Buzelato Prestes ...................... 391
24. O PODER JUDICIÁRIO E O DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL 
 Vladimir Passos de Freitas ............................................................................. 413
25. POLÍTICAS PúBLICAS E ÁREAS DE PRESERVAÇÃO 
PERMANENTE: INSTRUMENTOS DE IMPLEMENTAÇÃO 
Ximena Cardozo Ferreira .........................................................................431
26. REPARAÇÃO DE DANOS AMBIENTAIS EM APP - Zenildo Bodnar .... 453
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TESES DE ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO 
pApERS OF lAw SChOOl STUDENTS
01. AS INFLUÊNCIAS DOS TRATADOS INTERNACIONAIS AMBIENTAIS 
CELEBRADOS PELO BRASIL NO ORDAMENTO JURÍDICO 
BRASILEIRO - Adib Antonio Neto ............................................................ 465
02. A PRODUÇÃO ANIMAL INDUSTRIALE A QUESTÃO AMBIENTAL 
André Pinto Donadio, Pedro de Bernardo Freire Boga ............................... 483
03. LIBERDADE, RESPONSABILIDADE E ACESSO à JUSTIÇA NA 
PERSPECTIVA DE PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE - Antonio 
Borja de Almeida Junior, Francisco Seráphico da Nóbrega Coutinho ....... 493
04. POLUIÇÃO TRANFRONTEIRIÇA DE RIOS INTERNACIONAIS 
Carolina Corrêa Lougon Moulin, Professor Orientador:Leonardo 
Estrela Borges .................................................................................................. 505
05. MEIO AMBIENTE: O PLANETA PEDE SOCORRO - Clariane Leila 
Dallazen, José Carlos dos Santos ................................................................... 519
06. JURISPRUDÊNCIAS EM MATÉRIA AMBIENTAL: ASPECTOS 
CARACTERÍSTICOS - Daniel Luís Tenfen ............................................... 533
07. RETRATO DA MP 2.186-16: “ESTADO DA ARTE” DE SUA 
APLICAÇÃO TÉCNICO-JURÍDICA COMO SUBSÍDIO PARA O 
APERFEIÇOAMENTO LEGISLATIVO - Débora Borges Paiva ............... 547
08. REFLEXÕES SOBRE O CONCEITOJURÍDICO DE MEIO AMBIENTE 
Edna Ferreira Lemos ..................................................................................... 567
09. A SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO 
PERMANENTE - Elizabeth Albuquerque Pelisson ................................... 577
10. INCIDÊNCIA DE TERRAS QUILOMBOLAS EM UNIDADES DE 
CONSERVAÇÃO - Emanuel Fonseca Lima ............................................... 595
11. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL: APRECIAÇÃO CRÍTICA 
SOBRE A SUA EFETIVIDADE - Felipe Campanha Demarchi, 
Flavia Trentini .................................................................................................. 611
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12. A PAISAGEM COMO PRINCÍPIO DE INTERPRETAÇÃO NA TUTELA 
DAS FUNÇÕES SOCIAIS DA CIDADE - Flávio Soares Bertoldo, 
Juliana Oliveira Cavalcanti Barros, Patrícia Santos do Carmo, 
Thiago Caldas Franco .................................................................................... 625
13. O PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO POPULAR NO DIREITO 
AMBIENTAL BRASILEIRO E A SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A 
PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE - Gabriela Gonçalves Barbosa, 
Talden Farias .................................................................................................... 633
14. REFLEXOS DAS REFORMAS ADMINISTRATIVAS NA POLÍTICA 
NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS: AS EXPERIÊNCIAS DO 
COMITÊDO ITAJAÍ - Hélio Lentz Puerta Neto, Ivone Morcilo 
Fernandes Lixa ................................................................................................ 647
15. CONSUMO SUSTENTÁVEL E A INTEGRAÇÃO ENTRE DIREITO 
DO AMBIENTE E DIREITO DAS RELAÇÕES DE CONSUMO 
Liana Amin Lima da Silva .............................................................................. 655
16. A PROMOÇÃO DAS AUDIÊNCIAS PúBLICAS COMO 
INSTRUMENTO DE DEMOCRACIAE CRESCIMENTO CULTURAL 
Luana Martins Vianna .................................................................................... 671
17. EDUCAÇÃO AMBIENTAL NÃO-FORMAL: A FUNção PEDAGÓGICO-
PREVENTIVA DAS AUDITORIAS AMBIENTAIS EXERCIDAS PELOS 
TRIBUNAIS DE CONTAS - Luciana Ribeiro Campos, Tanísia Valéria 
da Costa Sousa, Sayonara de Medeiros Cavalcante ..................................... 683
18. DA (IM)POSSIBILIDADE DE INSTITUIÇÃO DE RESERVA LEGAL 
EM RESERVA EXTRATIVISTA E RESERVA DE DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL - Marcela Ferreira Costa ............................................... 693
19. A INEFICÁCIA DA GOVERNANÇA GLOBAL DO CLIMA DEVIDO 
à SUPERVALORIZAÇÃO DOS INTERESSES NACIONAIS 
Miguel Franco Frohlich .................................................................................. 703
20. RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL: ESTUDO 
DE CASO NO ESTADO DO PARÁ - Naire Alves dos Santos ................... 715
21. ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA àS ASSOCIAÇÕES 
AMBIENTAIS CARENTES DE RECURSOS FINANCEIROS: 
POSSIBILIDADE DE AMPLIAÇÃO DO ACESSO à JUSTIÇA 
Pietro Tabarin Volponi .................................................................................... 727
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22. ÁGUA DE LASTRO: DESASTRE AMBIENTAL - Rafaela de 
Carvalho Stresser ............................................................................................ 737
23. A APLICAÇÃO DE EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE CIVIL 
EM CASO DE DANOS AMBIENTAIS E A ADOÇÃO DA TEORIA DO 
RISCO CRIADO COMO A MELHOR FORMA DE SE EFETIVAR OS 
PRINCÍPIOS DA SEGURANÇA JURÍDICA E DA PREVENÇÃO 
 Ronan Cardoso Naves Neto ........................................................................... 755
24. A CRUELDADE CONTRA OS ANIMAIS E A CONSTRUÇÃO DE UM 
NOVO PARADIGMA - Tatiana Costa de Figueiredo Amormino ............ 767
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Conferências
Invited Papers
MEDIDAS COMPENSATÓRIAS 
E A INTERVENÇÃO EM ÁREAS DE 
PRESERVAÇÃO PERMANENTE
Annelise Monteiro steigleder
Promotora de Justiça no Rio Grande do Sul. 
Mestre em Direito pela UfPR
1. INTRODUÇÃO
O art. 225, “caput”, da Constituição Federal de 1988, afirma que: “todos têm 
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo 
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade 
o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
No seu parágrafo 1º, inciso III, prevê a Carta que, para assegurar o direito 
fundamental ao meio ambiente, incumbe ao Poder Público “definir, em todas as 
unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especial-
mente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de 
lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que 
justifiquem sua proteção”.
O Código Florestal Federal (Lei n. 4.771, de 15 de setembro de 1965) con-
sagra a proteção das áreas de preservação permanente nos seus arts. 2º. e 3º1, pre-
1 “Art. 1º - As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação, reconhecidas de utilidades às ter-
ras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade com 
as limitações que a legislação em geral e especialmente esta lei estabelecem. Parágrafo único - As ações ou omissões con-
trárias às disposições deste Código na utilização e exploração das florestas são consideradas uso nocivo da propriedade.
Art. 2º - Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação 
natural situadas:
a)ao longo dos rios ou de qualquer curso d´água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja:
1. de 30 (trinta) metros para os cursos d´água de menos de 10 (dez) metros de largura;
2. de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d´água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinqüenta) metros de largura;
3. de 100 (cem) metros para os cursos d´água que tenham de 50 (cinqüenta) a 200 metros de largura;
4. de 200 (duzentos) metros para os cursos d´água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;
5. de 500 (quinhentos) metros para os cursos d´água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros;
b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d´água naturais e artificiais;
c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados olhos d’ água, qualquer que seja a sua situação topográfica num 
raio mínimo de 50 (cinqüenta) metros de largura;
d) no topo de morros, montes, montanhas e serras;
e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45º, equivalente a 100 metros em projeções horizontais;f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros 
em projeções horizontais;
h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação.
Parágrafo único – No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei 
municipal, e nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, em todo o território abrangido, observar-se-á o disposto 
nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, respeitados os princípios e limites a que se refere este artigo.
� 11º CONGRESSO INTERNACIONAL DE DIREITO AMBIENTAL
vendo, no art. 4º, que a supressão de vegetação em área de preservação permanen-
te somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública ou interesse social, 
devidamente caracterizados e motivados em procedimento administrativo próprio, 
quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto.
Nessa hipótese, o §4º do art. 4º do Código Florestal prevê que “o órgão 
ambiental competente indicará, previamente à emissão da autorização para a 
supressão de vegetação em área de preservação permanente, as medidas mitiga-
doras e compensatórias que deverão ser adotadas pelo empreendedor”.
Elucidando este dispositivo, a recente Resolução 369/2006 do CONAMA 
prevê o seguinte no seu art. 5º:
“Art. 5º - O órgão ambiental competente estabelecerá, previamente à emissão 
da autorização para a intervenção ou supressão de vegetação em APP, as me-
didas ecológicas, de caráter mitigador e compensatório, previstas no §4º do art. 
4o da Lei 4771/65, que deverão ser adotadas pelo requerente.
 §1º - Para os empreendimentos e atividades sujeitos ao licenciamento ambien-
tal, as medidas ecológicas, de caráter mitigador e compensatório, previstas 
neste artigo, serão definidas no âmbito do referido processo de licenciamento, 
sem prejuízo, quando for o caso, do cumprimento das disposições do art. 36 da 
Lei 9985/2000, de 18 de julho de 2000.
 §2º - As medidas de caráter compensatório de que trata este artigo consistem 
na efetiva recuperação ou recomposição de APP e deverão ocorrer na mesma 
sub-bacia hidrográfica, e prioritariamente:
I – na área de influência do empreendimento, ou
II – na cabeceira dos rios.
Ou seja, a utilização das áreas de preservação permanente tem caráter ex-
tremamente excepcional, presumindo-se o dano ambiental daí decorrente, já que 
as funções biológicas desempenhadas por tais espaços territoriais serão, inafasta-
velmente, comprometidas. Tanto o é que a própria legislação estabelece a forma 
como tal dano deverá ser reparado, adotando-se, para tanto, os conceitos de “mi-
tigação” e de “compensação” ecológica, prestigiando-se providências que assegu-
rem resultados práticos equivalentes, do ponto de vista funcional, à manutenção 
de áreas de preservação permanente.
Art. 3º - Consideram-se, ainda, de preservação permanente, quando assim declaradas por ato do Poder Público, as florestas 
e demais formas de vegetação natural destinadas:
a) a atenuar a erosão das terras;
b) a fixar as dunas;
c) a formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;
d) a auxiliar a defesa do território nacional a critério das autoridades militares;
e) a proteger os sítios de excepcionar beleza ou de valor científico ou histórico;
f) a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção;
g) a manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas;
h) a assegurar condições de bem-estar público.
Parágrafo 1º - A supressão total ou parcial de florestas de preservação permanente só será admitida com prévia autorização 
do Poder Executivo Federal, quando for necessária à execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública 
ou interesse social.
Parágrafo 2º - As florestas que integram o patrimônio indígena ficam sujeitas ao regime de preservação permanente (letra 
g) pelo só efeito desta lei.
�Conferências / Invited Papers
Diante disso, importa refletir, no presente estudo, sobre o conteúdo da me-
dida compensatória decorrente da supressão de vegetação de preservação perma-
nente que tenha sido previamente autorizada a fim de permitir a implantação de 
obra de utilidade pública ou de interesse social, analisando-se seus fundamentos 
e as distinções em relação à compensação prevista no art. 36 da Lei 9985/2000, 
bem como sua forma de implementação.
2. A ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE COMO BEM JURÍDICO
Nicolao Dino de Castro e Costa Neto assevera que “o termo preservação 
permanente impõe um caráter de rigorosa proteção, acentuando a maior relevân-
cia dessas florestas para o equilíbrio ecológico do sistema. Tal função ambiental 
projeta-se no campo da higidez dos recursos hídricos, da preservação das pai-
sagens naturais, da proteção da biodiversidade, da preservação da estabilidade 
geológica, da garantia do fluxo gênico da fauna e da flora, da proteção do solo e 
da promoção do bem-estar da coletividade”2.
As áreas de preservação permanente são uma espécie de “espaço territorial 
protegido”, a respeito do qual se refere o art. 225, §1º, III, da Constituição Fede-
ral de 1988, correlacionando-se diretamente com o direito fundamental ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, já que proporcionam a tutela da fauna, da 
flora e a preservação dos processos ecológicos essenciais.
Nesse sentido, pode-se afirmar que consistem em um bem jurídico dotado 
de relevância constitucional, valendo-se do conceito de bem jurídico de Helita 
Barreira Custódio, para quem este se define como qualquer bem reconhecido e 
protegido pela lei3.
No julgamento da Medida Cautelar em Ação Direta de Constitucionalidade 
3540-1, o Tribunal Pleno do Supremo Tribunal Federal associou o regime de 
proteção das áreas de preservação permanente ao próprio direito à preservação 
da integridade do meio ambiente, qualificando-o como um típico direito de ter-
ceira geração (ou de novíssima dimensão), que assiste a todo gênero humano, 
circunstância esta que justifica a especial obrigação – que incumbe ao Estado e 
à própria coletividade de defendê-lo e preservá-lo em benefício das presentes e 
futuras gerações, evitando-se, desse modo, que irrompam, no seio da comunhão 
social, os graves conflitos intergeracionais marcados pelo desrespeito ao dever de 
solidariedade na proteção da integridade desse bem essencial de uso comum de 
todos quantos compõem o grupo social 4.
Como assevera Ana Maria Moreira Marchesan, a fundamentação da proteção 
jurídica que incide sobre as áreas de preservação permanente, tornando-as um bem 
juridicamente relevante, decorre da importância de suas funções biológicas para o 
2 COSTA NETO, Nicolao Dino de Castro. Proteção jurídica do meio ambiente, Belo Horizonte: Del Rey, 2003, p. 203. 
3 CUSTÓDIO, Helita Barreira. Responsabilidade civil por danos ao meio ambiente. Campinas: Ed. Millenium, p. 563. 
4 STF, Méd. Caut. em ADIN 3540-1, Tribunal Pleno, Rel. Min. Celso de Mello, j. em 01.09.2005. Trecho do voto do Min. 
Celso de Mello, disponível em www.stf.gov.br.
� 11º CONGRESSO INTERNACIONAL DE DIREITO AMBIENTAL
equilíbrio ambiental como um todo, apontando para o exemplo da vegetação ciliar, 
contemplada nas alíneas a, b e c do art. 2º. do Código Florestal, cujas funções con-
sistem em “a) reduzir as perdas do solo e os processos de erosão e, por via reflexa, 
evitar o assoreamento (arrastamento de partículas do solo) das margens dos corpos 
hídricos; b) garantir o aumento da fauna silvestre e aquática, proporcionando refú-
gio e alimento para esses animais; c) manter a perenidade das nascentes e fontes; d) 
evitar o transporte de defensivos agrícolas para os cursos d’água; e) possibilitar o 
aumento de água dos lençóis freáticos, para a dessedentação humana e animal e para 
o uso nas diversas atividades de subsistência e econômicas; f) garantir o repovoa-
mento da fauna e maior reprodução da flora; g) controlara temperatura, propiciando 
um clima mais ameno; h) valorização da propriedade rural e i) formar barreiras 
naturais contra a disseminação de pragas e doenças na agricultura”5.
A mesma relevância tem a vegetação antierosiva mencionada nas alíneas d 
a h do art. 2º. do Código Florestal, responsável, ainda, pela manutenção do micro-
clima de sua área de influência, regulando a vazão dos cursos d’água e garantindo 
a captação de água para as populações que vivem nessas regiões6. 
Por fim, as terras úmidas, nas quais existem muitas das nascentes dos rios, que 
são consideradas áreas de preservação permanente pela alínea c do Código Flores-
tal, “agem como barreiras de controle à erosão, servem de berçários para peixes e 
anfíbios, além de serem áreas de repouso para aves em rotas migratórias”7.
Em virtude dessas características, a supressão da vegetação de área de pre-
servação permanente constitui degradação ambiental, assim caracterizada juridi-
camente no art. 3º., II, da lei 6938/81, pois elementos indispensáveis à manuten-
ção das funções ecológicas acima referidas serão destruídos irreversivelmente. 
A questão que deve ser colocada é se hipóteses de utilidade pública e inte-
resse social podem incidir para justificar a degradação das áreas de preservação 
permanente, bem como em que condições essa degradação poderá ser tolerada.
Nos termos do art. 2º., I, da Res. 369/2006 do CONAMA são hipóteses de 
utilidade pública: a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária; b) as 
obras essenciais de infra-estrutura destinadas aos serviços públicos de transporte, 
saneamento e energia; c) as atividades de pesquisa e extração de substâncias mine-
rais, outorgadas pela autoridade competente, exceto areia, argila, saibro e cascalho; 
d) a implantação de área verde pública em área urbana; e) pesquisa arqueológica; f) 
obras públicas para implantação de instalações necessárias à captação e condução 
de água de efluentes tratados; g) implantação de instalações necessárias à captação e 
condução de água e de efluentes tratados para projetos privados de aqüicultura, obe-
decidos os critérios e requisitos previstos nos §§ 1º. E 2º. do art. 11 da Resolução.
Por sua vez, são hipóteses de interesse social, consoante inc. II do art. 2º. da 
mencionada Resolução: a) as atividades imprescindíveis à proteção da integrida-
de da vegetação nativa, tais como prevenção, combate e controle do fogo, controle 
5 MARCHESAN, Ana Maria Moreira. Áreas de ‘degradação permanente’, escassez e riscos. Revista de Direito Ambiental, 
vol. 35, julho-setembro de 2004, p. 206. 
6 Idem, p. 209.
7 Idem, p.211.
�Conferências / Invited Papers
da erosão, erradicação de invasoras e proteção de plantios com espécies nativas, 
de acordo com o estabelecido pelo órgão ambiental competente; b) o manejo 
agroflorestal, ambientalmente sustentável, praticado na pequena propriedade ou 
posse rural familiar, que não descaracterize a cobertura vegetal nativa, ou impeça 
sua recuperação, e não prejudique a função ecológica da área; c) a regularização 
fundiária sustentável de área urbana; d) as atividades de pesquisa e extração de 
areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas pela autoridade competente.
Finalmente, o art. 2º., inc, III, da Res, 369/2005 prevê a possibilidade de 
supressão de vegetação em área de preservação permanente assim considerada 
eventual e de baixo impacto ambiental. Nessa última hipótese, que extrapola – a 
nosso sentir indevidamente - os limites do art. 4º. do Código Florestal, que res-
tringiu a utilização da área de preservação permanente aos caos de utilidade públi-
ca e interesse social, tem-se a impressão de que o CONAMA adotou o princípio 
da insignificância, valendo-se de conceitos jurídicos indeterminados, quais sejam 
intervenção e supressão “eventual” e de “baixo impacto”, que deverão ser preen-
chidos após avaliação técnica do órgão ambiental, com possibilidade de controle 
judicial caso se constate que a autorização ou licença acaso concedida determinou 
intervenção excessiva e desproporcional à área de preservação permanente, não se 
caracterizando qualquer das hipóteses dos incisos I e II da Res. 369/20068. 
3. O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E SUA FUNÇÃO LEGITIMADORA 
DE IMPACTOS AMBIENTAIS NEGATIVOS 
De acordo com a Resolução 1/86 do CONAMA, impacto ambiental é defi-
nido como “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do 
meio ambiente, causado por qualquer forma de matéria ou energia que resultante 
das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: I – a saúde, a segu-
rança e o bem-estar da população; II – as atividades sociais e econômicas; III – a 
biota; IV – as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V – a qualidade 
dos recursos ambientais”.
O impacto ambiental negativo, embora no plano dos fatos, possa se identifi-
car como uma grande alteração do meio ambiente, constatando-se destruição ou 
diminuição das propriedades do ecossistema, nem sempre será considerado “dano 
ambiental reparável”. É que esse “impacto” será objeto de autorizações e licen-
ciamentos administrativos, efetuados pelo órgão ambiental, após procedimentos 
de avaliação de riscos, como é o caso do Estudo de Impacto Ambiental (EIA/
RIMA), os quais identificarão formas de mitigar e compensar esses impactos.
Na base desta conceituação, impõe-se perceber a noção de progresso, o 
quarto axioma da modernidade apontado por Boaventura de Souza Santos, for-
jado pelo racionalismo científico, segundo o qual “o processo científico asse-
gura, por via do desenvolvimento tecnológico que torna possível, o progresso 
8 MIRRA, Álvaro Valery. O controle judicial do conteúdo dos estudos de impacto ambiental. in Direito Ambiental em 
Evolução, vol. 4, Curitiba, Juruá, 2005, p. 41.
� 11º CONGRESSO INTERNACIONAL DE DIREITO AMBIENTAL
da sociedade”9. A idéia de progresso é relevante para a construção do conceito 
jurídico de dano porque vem sendo utilizada para justificar a degradação am-
biental, como um preço a ser pago pelo desenvolvimento econômico. Neste sen-
tido, inclusive, vale colacionar trecho da ementa dos Embargos de Declaração 
na Apelação Cível nº 9504220347, do TRF – 4ª. Região: “A responsabilidade 
objetiva pelo dano ambiental deve ser contextualizada, pois sempre haverá um 
custo ao ambiente com obras como a ora atacada, mas aí, não cabe falar em 
dano, mas, sim, em preço ambiental”.
O impacto também é justificado por outra expressão de conteúdo multifun-
cional, qual seja: “desenvolvimento sustentável”, compreendido como aquele que 
atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as ge-
rações futuras atenderem as suas próprias necessidades. A noção tem dois con-
ceitos-chave: o conceito de “necessidades”, considerando-se principalmente as 
necessidades dos pobres do mundo, que devem ser priorizados; e a noção das 
limitações que o estágio da tecnologia e da organização social impõe ao ambien-
te, impedindo-o de atender às necessidades presentes e futuras. Seus principais 
objetivos são: retomar o crescimento, alterar a qualidade do desenvolvimento, 
atender às necessidades essenciais de emprego, alimentação, energia, água e sa-
neamento, manter um nível populacional sustentável, conservar e melhorar a base 
de recursos, reorientar a tecnologia e administrar o risco, incluir o meio ambiente 
e a economia do processo de tomada de decisões.
As noções de progresso e de desenvolvimento sustentável também são utilizadas 
a fim de justificar a aceitação de determinados riscos. Esta justificação dá-se a partir 
de uma ponderação entre os riscos e os potenciais benefícios oriundos da atividade. 
No julgamento da Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstituciona-
lidade n. 3540-1, já citado, diversos Ministros do Supremo Tribunal Federal 
valeram-se, nos respectivos votos, do conceito de desenvolvimento ecologica-
mente sustentável para fundamentar a possibilidade de supressão da vegetação 
de preservação permanente nas hipótesesde utilidade pública e interesse so-
cial. Assim, por exemplo, o Ministro Celso de Mello reconheceu a existência 
de um permanente estado de tensão entre o imperativo de desenvolvimento 
nacional (CF, art. 3º., II), de um lado, e a necessidade de preservação da in-
tegridade do meio ambiente (CF, art. 225), de outro, tornando-se necessária a 
superação desse antagonismo através “da ponderação concreta, em cada caso 
ocorrente, dos interesses e direitos postos em situação de conflito, em ordem 
a harmonizá-los e a impedir que se aniquilem reciprocamente, tendo-se como 
vetor interpretativo, para efeito da obtenção de um mais justo e perfeito equilí-
brio entre as exigências da economia e as da ecologia, o princípio do desenvol-
vimento sustentável, tal como formulado nas conferências internacionais (a 
Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento de 
9 SANTOS, Boaventura de Souza. Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade. 7ª ED., São Paulo: Cortez, 
2000, p. 328.
�Conferências / Invited Papers
1992, p. ex) e reconhecido por valiosos estudos doutrinários que lhe destacam 
o caráter eminentemente constitucional...”10. 
A distinção entre impacto negativo e dano aponta para o caráter injusto do 
dano, o que deve ser compreendido em seu sentido objetivo, como violação do 
princípio do alterum non laedere,11 nada tendo a ver com a licitude ou ilicitude 
da atividade12. Daí que o impacto, mesmo negativo e não-mitigável, poderá ser 
legitimado pelo ordenamento jurídico, ao passo que o dano não o será, e dará ori-
gem à tutela reparatória, mediante a imposição de obrigações de fazer, tendentes à 
reconstituir o ecossistema lesado ao status quo ante, sem prejuízo da indenização 
pelos danos irreversíveis e pelos danos extrapatrimoniais. Mas, se dano e impacto 
negativo não-mitigável podem ter o mesmo substrato físico, a partir de que mo-
mento o impacto será considerado injusto, convertendo-se em dano ambiental? 
Deve-se perceber que a própria noção de “impacto”, como conceito jurí-
dico indeterminado, é ambivalente, submetida a interesses econômicos, políti-
cos e sociais que remetem para a necessidade de ponderação com outros valores 
constitucionalmente protegidos. No caso a caso, deverão ser cotejados os interes-
ses sociais, econômicos, culturais, dentre outros com os impactos adversos que 
o empreendimento pode produzir, percebendo-se que estaremos diante de uma 
ponderação de direitos fundamentais, e que o conceito de dano é um conceito 
socialmente construído.
A diferenciação entre “impacto negativo” e “dano”, portanto, assume imen-
sa relevância prática no que se refere à tutela reparatória do dano propriamente 
dito, atuando no plano do reconhecimento jurídico do dano. É que a degrada-
ção – entendida como alteração adversa -, no plano da realidade fática poderá 
ocorrer, mas nem sempre será reconhecida como “dano reparável”, pois poderá 
ser considerada uma intervenção “justificada” no meio ambiente, em virtude dos 
benefícios econômicos e sociais que pode, em tese, proporcionar. E, como conse-
qüência, não haverá qualquer reparação integral desses impactos, que serão – na 
melhor das hipóteses – compensados na esfera administrativa, no âmbito da cha-
mada responsabilidade ex ante. 
O impacto negativo, objeto de atividade licenciada ou autorizada, somente 
será considerado “dano” se, em avaliação ex post, for considerado despropor-
cional, evidenciando um desequilíbrio ambiental intolerável. Assim, vejamos a 
seguinte tentativa de síntese:
10 Idem, trecho do voto do Min. Celso de Mello, disponível em www.stf.gov.br. 
11 AGOGLIA, op. cit., p. 03. A autora esclarece que o fato nocivo, ainda que a conduta seja lícita, contém uma nota de 
antijuridicidade, desde que importa na violação do alterum non laedere. Em tais hipóteses, o epicentro da antijuridicidade 
reside no resultado lesivo, o que não significa que o dano, propriamente, seja antijurídico, pois o dano não é lícito, nem 
ilícito. O processo danoso, ainda que desencadeado por uma conduta lícita, é antijurídico, porquanto atinge interesses 
tutelados pelo direito. “a veces la injusticia – antijuridicidad – de la conducta comunica al daño una injusticia efectiva. 
Otras, el daño se reputa injusto per se, en virtud de una actitud selectiva Del legislador, aunque dimane de una conducta 
lícita” (p. 47).
12 Na responsabilidade objetiva, a licitude ou ilicitude da atividade é irrelevante, devendo-se atentar para o resultado, o qual 
é reputado antijurídico porque afeta interesses juridicamente protegidos. Ou seja, o que é antijurídico é o resultado, não, 
necessariamente, a atividade que o produziu.
10 11º CONGRESSO INTERNACIONAL DE DIREITO AMBIENTAL
IMPACTO NEGATIVO DANO AMBIENTAL
• Avaliado pelos órgãos ambientais, 
com apoio em instrumentos de avalia-
ção de riscos, como o EIA/RIMA, de 
acordo com o conhecimento científico 
disponível.
• Informado pelas noções de progresso e 
de desenvolvimento sustentável.
• “Preço” a ser pago por eventuais be-
nefícios.
• Impactos são compensados através 
de sistemas legais, tarifados, que não 
guardam equivalência com a extensão 
do desequilíbrio ecológico
• Responsabilidade “ex ante”, para qual 
é legitimado o órgão ambiental
• Nos casos sujeitos a EIA/RIMA, 
o valor da compensação é destinado 
para Unidades de Conservação, não se 
vinculando aos prejuízos efetivamente 
impostos no ecossistema (art. 36, Lei 
9985/2000)
• Conceito jurídico, identificado com lesão 
injusta a interesses juridicamente protegi-
dos.
• Atinge o meio ambiente como bem de uso 
comum do povo.
• Reconhecido no âmbito da responsabi-
lidade ex post, voltando-se para impactos 
negativos descobertos após a instalação e 
operação da atividade.
• Demanda prova pericial sobre sua exis-
tência, embora efeitos futuros e potenciais 
possam ser reconhecidos.
• Sua reparação é norteada pelo princípio 
da reparabilidade integral e pelo princípio 
da tutela específica, restaurando-se o ecos-
sistema lesado e indenizando-se danos ir-
reversíveis e extrapatrimoniais impostos ao 
bem difuso.
• Legitimação concorrente para pleite-
ar a recuperação do dano (art. 5º da Lei 
7347/85), o que permite maior controle so-
cial sobre a reparação do dano.
No caso do art. 4º. Do Código Florestal e da Res. 369/2006, percebe-se que 
os próprios textos legais alcançaram critérios para a ponderação entre os valores 
em jogo, ao apresentarem os conceitos de utilidade pública e interesse social. 
Além disso, se estabeleceu a excepcionalidade da intervenção ou supressão de 
vegetação em área de preservação permanente, condicionada à prova, por parte do 
empreendedor, no sentido: 
da inexistência de alternativa técnica e locacional às obras, planos, ativida-
des ou projeto propostos; 
atendimento às condições e padrões aplicáveis aos corpos d’água; 
averbação da área de reserva legal; e 
inexistência de risco de agravamento de processos como enchentes, erosão 
ou movimentos acidentais de massa rochosa”.
Portanto, a utilização da área de preservação permanente dependerá de uma 
prévia ponderação por parte do órgão ambiental competente que, em decisão mo-
tivada, deverá convencer-se de que a utilização da área é imprescindível, não ha-
vendo outra alternativa locacional ou técnica para o empreendimento, bem como 
no sentido de que não há riscos de agravamento de processos como enchentes, 
erosão ou desmoronamentos, que, em regra, podem ser evitados quando se man-
tém a vegetação antierosiva recobrindo tais áreas.
Em síntese, após essa ponderação, no âmbito de um processo administrativo, o 
órgão ambiental autorizará a supressão da vegetação ou a intervenção na área como 
11Conferências / Invited Papers
um impacto ambiental negativo, aplicando-se ao empreendedor medidas mitigado-
ras e compensatórias como condicionantes à instalação das obras ou exercício das 
atividades, a fim de que não resulte comprometida a integridade dos atributos que 
justificam a proteção da área de preservação permanente,respeitando-se o valor 
constitucionalmente tutelado no art. 225, §1º, III, da Constituição de 1988. 
4. INTERVENÇÃO LÍCITA EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE 
Em virtude da relevância constitucional da área de preservação permanen-
te como um espaço territorial especialmente protegido em decorrência de suas 
funções biológicas indispensáveis ao equilíbrio ecológico, entendemos que a in-
tervenção autorizada, na forma do art. 4 da Lei 4771/65 e da Res. 369/2006 do 
CONAMA, não tem natureza de mero impacto negativo, mas sim de “dano” em 
seu sentido jurídico, adotando-se conceito de Maria Martha Agoglia, para quem 
o dano é a afetação de um interesse legítimo, substrato de um direito subjetivo, ou 
de um simples interesse, como expectativa lícita de continuar obtendo do objeto 
satisfação, ainda que não confira ao titular um direito subjetivo13, daí a necessida-
de de mitigação e compensação dessa degradação.
Veja-se que a Constituição veda o comprometimento da integridade dos 
atributos que justificam a proteção do espaço territorial especialmente protegido. 
Consequentemente, como a área será afetada pela supressão da vegetação ou sua 
utilização, a degradação será intolerável. Ou seja, ainda que lícita a atividade, nos 
termos da Res. 369/2006, o impacto é ilícito, na medida em que atenta contra o 
valor constitucional posto no art. 225, §1º, III, comprometendo efetivamente a 
integridade dos atributos da área. 
Daí que o próprio Código Florestal condicionou a utilização da área de pre-
servação permanente à reparação do dano, assumindo aqui a expressão “com-
pensação” a natureza de medida subrogatória em relação à restauração natural, 
no caso inviabilizada já que a área de preservação permanente terá sua vegetação 
suprimida e o valor constitucional tutelado no art. 225, §1º, III, deve ser assegu-
rado de outra forma. 
Portanto, o objetivo da “compensação” contida no Código Florestal e na 
Resolução 369/2006 é diverso do objetivo visado pela compensação prevista na 
Lei 9985/2000, o que, aliás, foi corretamente percebido pelo art. 5º, §1º, da Reso-
lução 369/2006, quando este expressamente refere que “as medidas ecológicas, 
de caráter mitigador e compensatório, previstas neste artigo, serão definidas no 
âmbito do referido processo de licenciamento, sem prejuízo, quando for o caso, 
do cumprimento das disposições do art. 36 da Lei 9985/2000.
Cuida-se de compensação decorrente de responsabilidade civil objetiva, na 
forma do art. 225, §3º, CF/88, e art. 14, §1º, da Lei 6938/81, em virtude da produ-
ção de uma atividade lícita, porém lesiva, já que as funções essenciais da área de 
13 AGOGLIA, Maria Martha. El dano jurídico: enfoque actual. Buenos Aires: La Ley, 1999, p. 59.
12 11º CONGRESSO INTERNACIONAL DE DIREITO AMBIENTAL
preservação permanente foram suprimidas ou diminuídas, o que é intolerável pela 
Constituição Federal de 1988, preocupada com a preservação e restauração dos 
processos ecológicos essenciais (art. 225, §1o,I) e com a tutela de determinados 
espaços territoriais em decorrência de sua importância para o equilíbrio ecossis-
têmico (art. 225, §1o, III).
Por sua vez, o art. 36 da Lei 9.985/2000, estabelece que “nos casos de licen-
ciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim 
considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de im-
pacto ambiental e respectivo relatório – EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a 
apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do grupo de Prote-
ção Integral, de acordo com o disposto neste artigo e no regulamento desta Lei”. 
Prevê o §1º que “o montante de recursos a ser destinado pelo empreendedor 
para esta finalidade não pode ser inferior a 0,5% (meio por cento) dos custos totais 
previstos para a implantação do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo 
órgão ambiental licenciador, de acordo com o grau de impacto ambiental causa-
do pelo empreendimento”. A matéria foi recentemente regulada pela Resolução 
371/2006, do CONAMA14.
Ainda, o art. 33 do Decreto 4340/2002 estabelece a prioridade na aplicação 
dos recursos de que trata o art. 36 da Lei 9985/2000:
“Art. 33 – A aplicação dos recursos da compensação ambiental de que trata o 
art. 36 da Lei 9985/2000, nas unidades de conservação, existentes ou a serem 
criadas, deve obedecer à seguinte ordem de prioridade:
I – regularização fundiária e demarcação das terras;
II – elaboração, revisão ou implantação de plano de manejo;
III – aquisição de bens e serviços necessários à implantação, gestão, monitora-
mento e proteção da unidade, compreendendo sua área de amortecimento;
IV – desenvolvimento de estudos necessários à criação de nova unidade de 
conservação e;
V – desenvolvimento de pesquisas necessárias para o manejo da unidade de 
conservação e área de amortecimento.
Parágrafo Único – Nos casos de Reserva Particular do Patrimônio Natural, 
Monumento Natural, Refúgio de Vida Silvestre, Área de Relevante Interesse 
Ecológico e Área de Proteção Ambiental, quando a posse e o domínio não se-
jam do Poder Público, os recursos da compensação somente poderão ser apli-
cados para custear as seguintes atividades:
I – elaboração do Plano de Manejo ou nas atividades de proteção da unidade;
II – realização de pesquisas necessárias para o manejo da unidade, sendo ve-
dada a aquisição de bens e equipamentos permanentes;
III – implantação de programas de educação ambiental; e
14 As Resolução 10/87 e 02/96 do CONAMA previam a necessidade de implantação de uma Estação Ecológica, a ser 
exigida no âmbito de licenciamento de obras de grande porte, “para fazer face à reparação dos danos ambientais causados 
pela destruição de florestas e outros ecossistemas”. O valor da área a ser utilizada e das benfeitorias a serem feitas deveria 
ser proporcional ao dano ambiental a ressarcir e não poderia ser inferior a 0,5% dos custos totais previstos para a implan-
tação dos empreendimentos. Essa proporcionalidade não foi exigida pela Resolução 371/2006, que hoje regulamenta o 
art. 36 da Lei 9985/2000.
13Conferências / Invited Papers
IV – financiamento de estudos de viabilidade econômica para uso sustentável 
dos recursos naturais da unidade afetada”.
Veja-se que essa compensação não se relaciona a danos ambientais em seu 
sentido jurídico, mas sim a impactos negativos não mitigáveis conhecidos no mo-
mento do licenciamento, apresentando diferença substancial em relação às com-
pensações estabelecidas em virtude de responsabilidade civil, no âmbito de ações 
civis públicas ou de termos de ajustamento de conduta, com o objetivo de recu-
perar danos ambientais, até porque o art. 2º, §1º, da Res. 371/2006 expressamente 
prevê a não inclusão, no conceito de impacto, dos riscos decorrentes da operação 
do empreendimento. Confira-se:
 “Art. 2º - O órgão licenciador estabelecerá o grau de impacto ambiental causa-
do pela implantação de cada empreendimento, em base técnica específica que 
possa avaliar os impactos negativos não mitigáveis sobre os processos 
ambientais identificados no processo de licenciamento, de acordo com 
o EIA/RIMA, e respeitado o princípio da publicidade.
§1º - Para estabelecimento do grau de impacto ambiental serão considerados 
somente os impactos ambientais causados aos recursos naturais, 
excluídos riscos da operação do empreendimento, não podendo ha-
ver redundância de critérios”. 
A respeito da definição dessa compensação, Carlos Teodoro José Hugue-
ney Irigaray entende que “constitui mecanismo financeiro de compensação pelos 
impactos inevitáveis decorrentes da construção, instalação, ampliação e funcio-
namento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, 
considerados efetiva e potencialmente causadores de impacto ambiental signi-
ficativo. Compreende-se como inevitáveis, os impactos que não podem ser mi-
tigados, como no exemplo da Usina Hidrelétrica de Barra Grande, a perda de 
biodiversidade e a destruição de área representativa de um ecossistema ameaçado

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