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Estudo Dirigido – Revisão de Embriologia – 22/04/20 1) Diferencie os períodos do desenvolvimento da embriologia. 2) A respeito do ciclo ovariano normal, comente sobre os hormônios que estão envolvidos com esse processo, onde são produzidos e o quais são as suas funções. 3) O que é o corpo lúteo? Qual a sua importância? 4) Como ocorre a espermatogênese? 5) O que é capacitação espermática? Por que ocorre? 6) Como ocorre a fecundação? Descreva a sequência de eventos do encontro nos gametas até a formação do zigoto. 7) Quais são as causas mais comuns de infertilidade masculina e feminina? 8) Descreva os eventos que ocorrem durante a primeira semana de gestação. 9) O que é gastrulação? Descreva as suas etapas. 10) O que é neurulação? 11) Quais são os fatores que estimulam o trabalho de parto? 12) O que são agentes teratogênicos? Cite alguns exemplos. GABARITO 1) Diferencie os períodos do desenvolvimento da embriologia. Período pré-embrionário: está compreendido entre a fecundação e o término da segunda semana pós-fecundação. Nessa fase, a probabilidade de que agressões ao pré-embrião humano resultem em anomalias congênitas é baixa ou inexistente, uma vez que o pré-embrião é abortado ou passa ileso para o próximo período gestacional, pois ainda não ocorreu a implantação. Período embrionário: está compreendido entre a 3° e a 8° semanas pós-fecundação. Também conhecido como período da organogênese (formação dos órgãos), por isso é considerado o período de maior suscetibilidade às anomalias congênitas. Período fetal: está compreendido entre a 9° semana até o nascimento, esse período é caracterizado pela maturação de tecidos e órgãos, e simultaneamente pelo crescimento do corpo do feto. 2) A respeito do ciclo ovariano normal, comente sobre os hormônios que estão envolvidos com esse processo, onde são produzidos e quais são as suas funções. A oogênese é o processo pelo qual a oogônia se diferencia em oócitos maduros. A maturação dos oócitos começa antes do nascimento. Uma vez que as CGPs (células germinativas primordiais) cheguem à gônada de um embrião geneticamente feminino, elas se diferenciam em oogônias. Essas células sofrem inúmeras divisões mitóticas e, ao final do terceiro mês, estão dispostas em grupos cercados por uma camada de células epiteliais achatadas. Enquanto todas as oogônias de cada grupo são provavelmente derivadas de uma única célula, as células epiteliais achatadas, conhecidas como células foliculares, originam-se do epitélio superficial que recobre o ovário. A maioria das oogônias continua a se dividir por meiose, mas algumas param suas divisões na prófase da meiose I e formam oócitos primários. Nos meses seguintes, as oogônias aumentam rapidamente em número e, ao final do quinto mês de desenvolvimento pré-natal, o número total de células germinativas no ovário alcança seu máximo, estimado em 7 milhões. Nesse momento, a morte celular começa e muitas oogônias, assim como oócitos primários, degeneram e tornam-se atrésicos. Até o sétimo mês, a maioria das oogônias já degenerou, exceto por algumas próximas à superfície da gônada. Todos os oócitos primários sobreviventes já entraram na prófase da meiose I, sendo a maioria deles circundados por uma camada de células epiteliais foliculares achatadas. Um oócito primário, junto com suas células epiteliais achatadas circunjacentes, é conhecido como folículo primordial. Os oócitos primários permanecem parados na prófase e não terminam sua primeira divisão meiótica antes da puberdade ser alcançada. Na puberdade, à medida que o folículo cresce, as células foliculares se tornam cuboides e começam a secretar a zona pelúcida. O oócito primário completa a primeira divisão meiótica e torna-se um oócito secundário, liberando o primeiro corpúsculo polar. A célula entra, então, na meiose II, mas fica parada na metáfase aproximadamente 3 horas antes da ovulação. A alteração hormonal favorece o rompimento folicular e a liberação do ovócito maduro, os demais folículos sofrem atresia. O ciclo menstrual e o ovariano sofrem a ação dos hormônios hipofisários: hormônio folículo estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH) e hormônios ovarianos: estrogênio e progesterona. O hipotálamo produz o Hormônio Liberador de Gonadotrofinas (GnRH), o qual atua a nível de hipófise, a qual produz o FSH e o LH. O FHS e LH estimulam os ovários a produzirem estrógeno e progesterona para maturarem o oócito. 1) Fase folicular: dura 12-16 dias. Iniciada pelo FSH, acompanhada pelo aumento de estrógeno, que tem um pico rápido e desencadeia um aumento pré-ovulatório de LH, que induz a ovulação. 2) Fase luteínica: dura 10- 16 dias. Caracterizada por uma mudança na dominância de estrógenos para progesterona pela formação de um corpo lúteo. 3) O que é o corpo lúteo? Qual é a sua importância? É formado por células remanescentes do folículo que permanecem no ovário após a liberação do oócito maduro. Apresenta funções importantes como secreção de progesterona e estrógeno para manter o endométrio e garantir o crescimento do embrião, por isso é considerado um órgão endócrino. Na ausência de fecundação degenera. Na presença de fecundação é essencial para manter a gravidez (corpo lúteo gravítico). Degenera apenas no quarto mês de gravidez (luteólise), pois a placenta já consegue sintetizar os hormônios necessários para manter a gravidez. 4) Como ocorre a espermatogênese? Diferentemente da oogênese, a maturação do espermatozoide começa na puberdade. Túbulos seminíferos são as estruturas responsáveis pela produção dos espermatozoides a temperatura de 34°C. Células de Leydig (secretam testosterona); Células de Sertoli atuam na defesa contra a invasão de micro-organismos, auxiliam na nutrição, suporte das células germinativas e na regulação do desenvolvimento dos espermatozoides. Na puberdade, com a produção pronunciada de testosterona pelas células de Leydig, ocorrem os ciclos de espermatogênese gonadal e liberação dos primeiros espermatozoides. As espermátides se transformam em espermatozoides, ocorrendo a formação de uma estrutura chamada acrossomo, condensação e alongamento do núcleo, desenvolvimento do flagelo e perda da maior parte do citoplasma. 5) O que é capacitação espermática? Por que ocorre? Ao contrário do que possa ser pensado, o trato reprodutivo da mulher, em especial a vagina, tem um papel muito dinâmico no processo de fecundação. Isto porque os espermatozoides quando são recém ejaculados dentro deste órgão, ainda não são capazes de fecundar o ovócito. Para que eles se tornem potencialmente espermatozoides fecundadores, eles irão ter que passar por um processo denominado de capacitação. Como foi visto no sistema reprodutivo masculino, os espematozoides são banhados por substâncias nutritivas e protetoras, produzidas por glândulas acessórias. Muitas destas substâncias formam um complexo de glicoproteínas que envolve os espermatozoides e impede-o de fecundar. O fenômeno de capacitação é o da “degradação destas moléculas” tornando o espermatozoide apto à fecundar. Os mecanismos moleculares deste processo ainda não são bem conhecidos. Entretanto, é possível mimetizar a capacitação in vitro, utilizando solução salina. No ser humano, o fenômeno de capacitação ocorre em 7 a 12 horas após o espermatozoide estar no trato feminino. Já que o esperma apresenta pH básico e trato vaginal pH ácido, ocorre a neutralização do pH removendo as glicoproteínas e permitindo a fecundação. Durante o período de capacitação o espermatozoide está movendo-se em direção as tubas uterinas atraído pelo oócito. Além dos movimentos flagelares, os espermatozoides são auxiliados por ondas de contração muscular da vagina, causadas em parte pela excitação sexual e pela estimulação a movimentação feita por prostaglandinas, uma substânciaque está presente no esperma. O conjunto de modificações da capacitação permitem ainda, que o espermatozoide tenha um amento na motilidade, sendo esse fenômeno descrito como hiperativação. Desenho esquemático de um segmento da parede de um túbulo seminífero Espermatozoides produzidos são liberados na luz do túbulo -> túbulos retos -> epidídimo. A figura mostra os receptores do espermatozoide, necessários para a fecundação, sendo liberados e ficando aptos para a fecundação, após o contato com o trato reprodutor feminino. 6) Como ocorre a fecundação? Descreva a sequência de eventos do encontro nos gametas até a formação do zigoto. 1 - Passagem do espermatozoide através da corona radiata do ovócito: O acrossoma dos espermatozoides possue enzimas como a hialuronidase. A hialuronidase é liberada do acrossoma e as células da corona radiata do ovócito se dispersam. Os movimentos da cauda do espermatozoide também ajudam na penetração da corona radiata. 2 - Penetração da zona pelúcida: O acrossoma dos espermatozoides possue enzimas como a esterase, acrosina e neuraminidase. Tais enzimas causam a lise da zona pelúcida, formando uma via de entrada do espermatozoide. Nesse momento, ocorre uma mudança nas propriedades da zona pelúcida, chamada reação zonal, tornando-a impermeável a outros espermatozoides. 3 - Fusão das membranas plasmáticas do ovócito e espermatozoide: As membranas plasmáticas (membrana celular) do espermatozoide se fundem a membrana plasmática do ovócito. Ocorre a entrada apenas do material genético do espermatozoide. 4 - Término da segunda divisão meiótica do ovócito e formação do pro-núcleo feminino: Após a entrada do espermatozoide, a metáfase II, da segunda divisão meiótica do ovócito, se completa. Há a formação do ovócito maduro e o aparecimento de um segundo corpo polar. Nesse momento, os cromossomos maternos se descondensam e formam o pro-núcleo feminino. 5 - Formação do pró-núcleo masculino: Dentro do citoplasma do ovócito, o núcleo do espermatozoide aumenta. Há a formação do pró-núcleo masculino. Nesse momento, há também duplicação do material genético de ambos os pró-núcleos por replicação do DNA. 6 - Quebra das membranas pró-nucleares, condensação e arranjo dos cromossomos para a divisão celular mitótica: A combinação de 23 cromossomos (n) de cada pró-núcleo resulta no zigoto de 46 cromossomos (2n). Ocorre o início da mitose. 7) Quais são as causas mais comuns de infertilidade masculina e feminina? As principais causas de infertilidade masculina são: 1) Varicocele; 2) Infecção e inflamação das glândulas anexas; 3) Fator hormonal e imunológico; 4) Azoospermia. As principais causas de infertilidade feminina são: 1) Síndrome do ovário policístico; 2) Alterações anatômicas uterinas e tubárias; 3) Endometriose; 4) Miomas. 8) Descreva os eventos que ocorrem durante a primeira semana de gestação. Ø Fecundação; Ø Zigoto; Ø Clivagem (blastômeros); Ø Mórula; Ø Blastocisto (trofoblasto e embrioblasto); Ø Implantação (sinciciotrofoblasto e citotrofoblasto, hipoblasto). 9) O que é gastrulação? Descreva as suas etapas. A terceira semana do desenvolvimento embrionário inicia-se com o processo de gastrulação. A gastrulação é o processo pelo qual o disco embrionário bilaminar (epiblasto e hipoblasto) é convertido em disco embrionário trilaminar (Ectoderma, Endoderma e Mesoderma). Este é o início da morfogênese: desenvolvimento da forma de vários órgãos e tecidos do corpo. Ectoderma: origina a epiderme, sistema nervoso central e periférico e outras estruturas. Endoderma: forma tecidos epiteliais, vias respiratórias, sistema gastrointestinal e órgãos associados. Mesoderma: origina tecidos conjuntivos e vasos de tecidos e órgãos, medula óssea e ossos. A gastrulação inicia com a formação da linha primitiva. As células epiblásticas da região mais espessa migram em direção ao centro, permitindo o alongamento (extensão) da área espessada, formando a chamada linha primitiva. O processo de alongamento da linha primitiva continua; ocorre invaginação de células do epiblasto no centro da linha primitiva, formando o sulco primitivo (uma depressão dessas células). Na extremidade cranial da linha primitiva, há o depósito de células, originando um espessamento chamado nó primitivo. Porém, nesse nó primitivo, também há uma depressão celular, formando a fosseta primitiva. Células laterais do epiblasto começam a migrar para o sulco primitivo, passando a se depositar entre o epiblasto e o hipoblasto. Em seguida, essas células provenientes do epiblasto vão substituindo as células do hipoblasto, gerando o endoderma. Células do epiblasto migram para entre o epiblasto e hipoblasto. Células do hipoblasto são substituídas, forma-se o endoderma. Nesse momento há então os três folhetos embrionários: 1) Ectoderma: células do epiblasto que não migraram para o sulco primitivo; 2) Mesoderma: células do epiblasto que originaram uma nova camada celular entre o epiblasto e o hipoblasto; 3) Endoderma: células do hipoblasto que foram substituídas por células do epiblasto que migraram Ao mesmo tempo em que ocorre a migração de células do epiblasto para o sulco primitivo, ocorre também migração de tais células através da fosseta primitiva. Essas células iniciam o processo notocordal. Além disso, existem duas regiões em que o ectoderma é ligado ao endoderma, não havendo presença de mesoderma entre essas camadas, as quais: membrana bucofarígea e membrana cloacal. As células que vão migrando do epiblasto pela fosseta primitiva, vão alongamento o processo notocordal em direção a extremidade cranial. Isso faz com que haja uma elevação do ectoderma, região que passa a ser chamada de neuroectoderma (placa neural). Em seguida, a notocorda se desprende do endoderma e volta a ocupar o mesoderma 10) O que é neurulação? A neurulação é o processo onde a notocorda induz a conversão da placa neural (neuroectoderma) em tubo neural e cristas neurais, sendo essas estruturas recobertas pelo ectoderma de revestimento. Lembrando que a placa neural (neuroectoderma) é formada por células que vão migrando do epiblasto pela fosseta primitiva e vão alongamento o processo notocordal em direção a extremidade cranial. Mais tarde o tubo neural originará o sistema nervoso central e as cristas neurais formarão o sistema nervoso periférico. Esse processo inicia-se na terceira semana e finaliza na quarta semana do desenvolvendo embrionário. 11) Quais são os fatores que estimulam o trabalho de parto? Os fatores desencadeantes do trabalho de parto ainda não são completamente compreendidos, porém sabe-se que: - Ocorre a produção de cortisol pelo feto que estimula a produção de estrógenos pela mãe. Os estrógenos estimulam a contração uterina; - As contrações uterinas são também estimuladas pela produção de oxitocina liberada pela neuro-hipófise materna. A oxitocina também atua induzindo a produção de prostaglandinas que estimulam a contratilidade do miométrio. Existem basicamente 4 estágios do trabalho de parto, os quais: 1) Modificações dos níveis hormonais e agentes indutores de contração uterina, como as prostaglandinas, por exemplo, com início das contrações do útero e dilatação completa do colo uterino; 2) Estágio em que ocorre a saída do bebê pelo canal vaginal; 3) Fase em que ocorre a expulsão da placenta através do canal vaginal; 4) Período final em que as contrações do útero fazem com que os vasos sanguíneos sejam constritos. 12) O que são agentes teratogênicos? Cite alguns exemplos. Um teratógeno é qualquer agente, incluindo fatores ambientais, que cause um anormal desenvolvimento pré-natal, ou seja, que leve a alterações em fases do período embrionário. Existem diversos tipos de agentes teratogênicos, dos quais incluem-se: Drogas lícitas; Drogas ilícitas; Substâncias químicas; Doençasmaternas; Radiações; Infecções congênitas; Medicamentos.
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