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NUTRIÇÃO DE BOVINOS PARTE 1 08/09/2020 Falamos sobre as fases da criação dos bovinos. Na fase de cria as vacas são cobertas na época de estação de monta, 1 mês antes do parto vão para o pasto maternidade aonde é um pasto especial para elas parirem, nesse pasto maternidade tem alguns cuidados, como: avaliar a condição corporal da vaca para que ela esteja parindo com a condição corporal adequada. E logo após o nascimento temos alguns cuidados para serem feitos com esses bezerros, eles ficavam por volta de 15 dias nesse pasto maternidade com a mãe e dps eram levados para o pasto aonde ficam até o momento da desmama, e dependendo do objetivo do produtor temos 3 tipos de desmama: -desmama tradicional- onde o custo é menor, sendo que os bezerros ficam a pasto, com apenas o leite materno e recebendo a pastagem. Pq a partir do momento que ele passa a se tornar ruminante ele começa a ingerir o capim, a mãe ensina ele a ingerir esse capim (ele come aonde a mãe come), e a presença desse alimento solido vai fazer com que ele se torne ruminante mais rapidamente. Ele fica com a mãe, e quando ele tem 7-8 meses ou 6-8 meses ele é desmamado com 150-180kg. -desmama precoce: é outra forma de desmama, ele é desmamado com 90 dias pesando 90kg, tem como objetivo a mãe e não o bezerro, já que desmamando precocemente tenho que ter cuidados maiores em suplementar esse bezerro (por ele ser mais jovem), e visa a mãe portanto tem como objetivo fazer com que ela emprenhe mais rapidamente, ela entra em cio mais rápido e consiga produzir um novo bezerro, ou tb desmamando mais cedo para que essa femea engorde para ser vendida para o abate, é mto usado em novilhas de 1° cria já que elas são mais sensíveis e ainda estão em fase de crescimento. -desmama com creep-feeding: tem como objetivo desmamar bezerros mais pesados já que eles são suplementados a partir dos 2 meses de idade, quando a produção do leite da mãe começa a cair eu forneço essa suplementação concentrada que apenas o bezerro tem acesso, ele vai manter um alto ganho sendo desmamado mais pesado, então ele tem a mesma idade da desmama tradicional (de 7-8 meses ou 6-8 meses), só que desmamando com um peso maior 230- 250kg). O objetivo de desmamar bezerros pesados é que ele atinja mais rapidamente o peso de abate, então conseguindo abater um animal precocemente ou fazendo o creep-feeding para as femeas eu consigo que elas atinjam a primeira cobertura a uma idade menor, tendo o 1° parto com 24 meses, que seria considerado o ideal. -Esses animais após a desmama vão para a fase de recria, que tem como objetivo ganhar estrutura e peso para entrar na fase de terminação (se o objetivo é produzir carne, que eles atinjam o acabamento e o peso em uma idade considerada adequada). Então quanto mais cedo abatermos esse animal teremos uma carne de melhor qualidade e uma melhor conversão alimentar, e com isso o nosso capital gira mais rápido. É importante saber como produzir um novilho precoce e superprecoce, então o creep- feeding surge como uma estratégia para eu conseguir produzir o novilho precoce e superprecoce já que eu desmamo os bezerros mais pesados, que podem ir para o pasto e logo para uma suplementação a pasto, ou posteriormente para o confinamento e ser abatido mais pesado. -Nutrição de ruminantes: voltada para as noções práticas. -Sabemos que a realidade brasileira na pecuária é produção a pasto, pq a pastagem é a forma mais barata de conseguir produção de carne e produção de leite. Só que falamos tb quando falamos dos sistemas de produção que dependendo da região nós temos que fazer uma programação para suplementar esses animais na época seca. Pq hj produzindo somente a pasto, principalmente em regiões onde temos a época seca onde a produção e a qualidade dessas pastagens diminuem, e temos o chamado boi sanfona- que é aquele animal que será abatido com 4 anos de idade, no sistema atual acaba inviabilizando a pecuária. Todo produtor que trabalha com pecuária tem que ter um planejamento para suplementação desses animais na época seca. E quais seriam os tipos de suplementação? -Sistema semi-intensivo: onde vou fazer a suplementação apenas de manutenção, fornecendo sal mineral enriqueido com ureia ou vou fazer uma suplementação de pequenos ganhos tb fornecendo a pastagem, a suplementação com sal mineral e fornecendo uma fonte de proteína e energia (como farelo de soja e milho), e no semi-confinamento que seria a suplementação concentrada, forneço uma quantidade de concentrado maior para que esses animais tenham um maior ganho de peso. -Quais são os volumosos e concentrados que poderão ser usados e pq que fornecendo uma quantidade maior ou menor de concentrado eu promovo um maior ou menor ganho de peso? E quais os problemas que os animais podem ter quando ingerem uma quantidade de concentrado maior? Para isso veremos a fermentação ruminal. -Classificação dos alimentos: para falar sobre suplementação, saber o que é um alimento volumoso e um alimento concentrado? Os alimentos são divididos em alimentos volumosos e alimentos concentrados. Os alimentos volumosos são tds os alimentos que possuem mais que 18% de fibra bruta na matéria seca. Para fazer análise bromatológica dos nossos alimentos a primeira etapa é determinar o teor de matéria seca, que é retirar a água. Nessa matéria seca temos a fibra, proteína, extrativos não nitrogenados, teor de lipídeos. Faremos a análise bromatológica, e nela quando temos mais que 18% de fibra bruta na matéria seca o meu alimento é volumoso, e menos que 18% de fibra bruta na matéria seca esse alimento é concentrado. É importante saber o que é volumoso e o que é concentrado pq dependendo do tipo de alimentação que eu vou fornecer para esses animais eu preciso saber quais são as proporções de volumoso e concentrado respectivamente, principalmente para o confinamento. Pq à medida que eu aumento o teor de volumoso (a proporção de volumoso em relação ao concentrado), eu vou diminuir o ganho de peso dos animais. E à medida que eu aumento a quantidade de concentrado na ração, aumento o ganho de peso e a produção de leite tb desses animais, por isso que vamos falar o que vai interferir nessa proporção de volumoso e concentrado. Então que tipo de volumoso tenho? Os volumosos úmidos tem mais que 13% de água (ex: capins, silagens e cana), e os volumosos secos são aqueles que tem menos que 13% de água (ex: fenos, palhas). Com relação aos concentrados, o meu concentrado pode ser: energético e proteico. O concentrado energético é todo concentrado que tem menos que 20% de proteína bruta na matéria seca; e o concentrado proteico é o que tem mais de 20% de proteína bruta na matéria seca. -Toda dieta ou ela é à base só de volumoso, ou se tem concentrado adicionado aos volumosos- pq o sistema digestório do ruminante foi desenvolvido para usar as fibras dos volumosos, sendo que o objetivo de acrescentar o concentrado é para promover um melhor desempenho ou melhor ganho de peso e uma melhor produção de leite dos animais, principalmente quando os nossos volumosos são de baixa qualidade. Quando eu for adicionar o concentrado, geralmente adiciono o proteico e o energético, pq o objetivo do concentrado é corrigir a proteína como tb fornecer energia para os nossos animais. A ingestão de matéria seca dos animais é em função do tipo de alimento. Ex: quanto que um animal come de feno? De 1,5 a 2% do peso vivo médio dele de feno, palha- 0,8% do peso vivo, palha enriquecida com ureia- 1,2% do peso vivo, bagaço de cana-1,2% do peso vivo dele, capins- de 1,8 1 2,2% do peso vivo (na época das águas), pq na época seca a ingestão de capim diminui. Falamos em ingestão em função do alimento pq quanto melhor a qualidade do alimento, maior a ingestão de matéria seca daquele alimento. À medida que a qualidade do alimento diminui, a ingestão de matéria seca tb diminui. Ex: palha temuma qualidade inferior, na época seca os capins tem uma qualidade inferior pq o consumo de alimento é menor. As silagens, silagem de milho- 2%, sorgo 1,8%, capim 1,5% de peso vivo. Quanto melhor a qualidade da silagem, maior é a ingestão de matéria seca daquele alimento. E um animal ingere em média 50g de sal comum (cloreto de sódio) por dia, a partir do momento que eu tenho esse sal adicionado com vitaminas e minerais, e até a ureia, o consumo desse sal mineral aumenta. -Quanto melhor a qualidade do alimento, mais ele come. Quanto melhor a qualidade, maior será a degradação desse alimento no rúmen e com isso maior será a ingestão desse alimento. o alimento que tem uma qualidade ruim, a degradação dele no rúmen é mais lenta e por isso que ele vai comer menos. -Fermentação ruminal: um ruminante produz em média 200L de saliva por dia, é mta coisa, e a função da saliva para o ruminante é manter o pH do rúmen. O pH do rúmen fica em torno de 5,5-7,0 (em média 6,8- é um pH básico), por isso que essa grande produção de saliva é importante para manter esse pH do rúmen em torno de 6,8. A saliva não possui enzimas digestivas, a finalidade da saliva é manter o pH do rúmen, só que ela é uma fonte de nitrogênio para o ruminante. O nitrogênio que foi absorvido na forma de amônia lá no rúmen volta através da saliva para o rúmen. A saliva é produzida em grade quantidade, pq ela mantém o pH do rúmen e ela tb é uma fonte de nitrogênio para o rúmen. Os ruminantes passam 8h por dia ruminando, 8h pastejando e 8h dormindo (então em 24h é tudo 8-8-8h), e se eu dificultar a disponibilidade de alimentos ou a acessibilidade de alimento para o ruminante ele vai passar uma maior parte do tempo pastejando e isso pode interferir no consumo de alimento, posteriormente na ruminação e tb no tempo que o animal descansa. A forma com que o alimento está disponível e a quantidade de alimento disponível para esse animal tb vai interferir no ganho de peso e na produção desses animais. -O estômago do ruminante é composto/formado pelo rúmen, retículo, omaso e abomaso. O rúmen é chamado de câmara de fermentação, é o local onde se encontram os microorganismos que realizam a fermentação ruminal (que é onde acontece a degradação dos alimentos quando estes caem no rúmen, então no rúmen ocorre a degradação ruminal), sendo que a digestão ocorre no abomaso. A partir do momento que o animal ingeriu o alimento, este cai no rúmen, que é uma parte do estômago que está em constante movimento, pq a finalidade da ruminação é promover a estratificação do alimento lá no rúmen. Na primeira ingestão do alimento o ruminante faz uma mastigação rápida e engole esse alimento. Esse alimento tem partículas maiores e 60 minutos após a ingestão desse alimento o animal começa a ruminar. Então o que promove a ruminação é o enchimento do rúmen, o tempo que demorou para o animal ingerir, e ele começa a ruminação. -A ruminação é o ruminante regurgitar esse alimento, que volta para a boca, ele vai fazer uma remastigação mais demorada (ele vai remastigar o alimento que já foi ingerido, remastiga de uma forma mais demorada) e redeglute. Quando ele redeglute esse material que foi mastigado mais demorado vai ter partículas menores que por essa movimentação desse material dentro do rúmen promove essa estratificação. Então temos os materiais mais grossos/grosseiros e maiores na parte superior do rúmen e os materiais médios e os menores na parte inferior do rúmen. Esse material mais liquido e menor (com partículas menores) que está na parte inferior do rúmen vai passar a sofrer a ação dos microorganismos presentes no rúmen (que são bactérias, fungos e protozoários); mas principalmente as bactérias que vão promover a fermentação ruminal. Então após essa parte mais liquida e menor sofrer a ação dos microorganismos do rúmen ela passará para o retículo, omaso e chegará ao abomaso. E no abomaso essas partículas menores sofrerão ação das enzimas digestivas (no processo de digestão química), que finalizará a digestão no duodeno (no intestino do animal). E as partículas maiores (que estavam no estrato superior) retornam para a boca para sofrer ruminação e serem remastigadas. -No rúmen a saliva não tem enzimas digestivas e nem o rúmen secreta enzimas. Então quais enzimas vão atuar para ocorrer a fermentação ruminal ou a degradação desses alimentos que caíram no rúmen? As enzimas que serão secretadas pelos microorganismos presentes no rúmen. Os microorganismos que estão no rúmen secretam enzimas que irão degradar as proteínas, amido como as amilases, proteases, e tb eles sintetizam vitamina B e K (que serão usadas pelos ruminantes). Os alimentos que estão em contato com os microorganismos do rúmen serão os que sofrerão a fermentação ruminal (que é a degradação dos microorganismos no rúmen). O pH do rúmen é em torno de 6,8 e a temperatura para que ocorra a ação dessas enzimas produzidas pelos microorganismos do rúmen é em torno de 39-40°C (a temperatura do rúmen é alta), e os tipos de alimentos que caem nesse rúmen são constituídos de 3 partes: carboidratos, proteínas e lipídeos. -Pq fornecer água quente para o boi em confinamento ou para o boi é bom? Um dos indicativos do animal tomar água que não seja gelada favorece a atuação das enzimas do rúmen, pq a temperatura ideal para elas atuarem e de 39-40°C. Se a água é mto fria promove uma redução na temperatura e para as enzimas atuarem a temperatura precisa voltar ao normal para que elas atuem de forma adequada. - Carboidratos: Os carboidratos estão presentes nos alimentos na célula vegetal, temos 2 tipos de carboidratos que formam o alimento: há os carboidratos estruturais (que são os que formam a fibra do alimento e que estão presentes na forma de celulose e hemicelulose), e temos os carboidratos de armazenamento, e temos os carboidratos solúveis (como os carboidratos de reserva o amido, e os açúcares solúveis que estão presentes dentro do conteúdo celular). Somente os microorganismos do rúmen conseguem degradar a celulose e a hemicelulose (e alguns microorganismos presentes no ceco de alguns animais degradam uma pequena quantidade de celulose), esses microorganismos presentes no rúmen transformam a celulose em energia ou os açúcares solúveis ou o amido também em energia. Então essa transformação se chama fermentação ruminal, os microorganismos do rúmen vão atuar nos carboidratos e vão degradar esses carboidratos em ácidos graxos voláteis, e para que ocorra essa atuação e degradação ou a fermentação lá no rúmen precisa ter energia na forma de ATP (que vem da presença dos carboidratos que estão sendo degradados no rúmen), esses carboidratos foram convertidos em ácidos graxos voláteis, e uma parte deles ou eles serão absorvidos pelas papilas ruminais (lembrando que o rúmen parece uma toalha felpuda internamente, sendo que cada partícula dessa toalha felpuda seriam as papilas ruminais- que tem como principal finalidade absorção desses AGVs que serão convertidos em energia pelo ruminante). Os ácidos graxos voláteis que são produzidos no rúmen são: ácido acético (65-70%), ácido propiônico (20-25%), e o ácido butírico (10- 15%), e estes serão convertidos em energia pelos ruminantes. O ácido propiônico é o precursor da glicose, e ele entra no ciclo na glicólise e vai fornecer energia para o ruminante, então os ácidos graxos absorvidos a nível de rúmen fornecem energia para o ruminante e eles também são usados para os microorganismos do rúmen incorporarem as suas células e sintetizarem massa microbiana. Então os microorganismos no rúmen presentes usam uma parte desses carboidratos para a produção de massa microbiana. E quando essa massa microbiana morrer ela fornece energia e proteína para o ruminante. Além dos ácidos graxos voláteis que são absorvidos pelo rúmen e da massa microbiana que é sintetizada no rúmen, há também durante a fermentação ruminala produção de gases (como metano, CO2 e nitrogênio) que serão eliminados pelo ruminante na forma de eructo. Este eructo são gases eliminados através das narinas, é comum nos confinamentos ouvir essa eliminação (é como se eles estivessem arrotando, mas não sai pela boca- pode até sair uma parte pela boca, mas é principalmente pelas narinas), e ele deve ser eliminado porque o acúmulo desses gases pode levar o animal a um quadro de timpanismo. Em média um bovino produz de 400-600L de gases por dia, daí se considerar o bovino como poluidor do meio ambiente pela quantidade de gases produzidos e liberados principalmente por serem o gás metano, que pode provocar danos na camada de ozônio. -E além desses gases há a produção de calor e de by pass (que é a parte do carboidrato que não foi degradada no rúmen), esse carboidrato que não foi degradado no rúmen ele vai passar intacto para o abomaso e sofre digestão química no abomaso (onde se inicia a digestão química), que finaliza no duodeno. Então a digestão do ruminante se inicia no abomaso, e finaliza no duodeno (aonde ocorre a maior parte de absorção dos nutrientes). Dos carboidratos, grande parte deles foi convertida em AGVs que foram absorvidos pelas papilas ruminais, sendo usados como fonte de energia pelo animal, uma parte do carboidrato foi usado como fonte de energia/ATP para sintetizar massa microbiana e o que não foi usado a nível de rúmen passou intacto para as partes posteriores do rúmen, que temos o retículo, omaso e abomaso. O retículo e o rúmen estão se movimentando, no abomaso temos o principal local para absorção de água (60-70% da água ingerida pelo animal é absorvida a nível de abomaso), e o que não foi absorvido será absorvido depois no intestino grosso, e no omaso há a absorção de ácidos graxos voláteis e minerais que não foram absorvidos no rúmen, e o abomaso é o local de digestão química (equivalente ao estômago químico). Então o que não sofreu degradação no rúmen vai ser digerido no abomaso, por isso que falamos que é by pass (pq ela é passante). - Proteínas: além dos carboidratos temos as proteínas que também sofrem ação dos microorganismos ruminais, as proteínas presentes na dieta do animal são: temos as proteínas presentes na forma de polipeptídeos, dipeptídeos, e tb alguns aminoácidos. As proteínas presentes nas células dos vegetais ou no farelo de soja, no concentrado proteico, elas vão sofrer ação dos microorganismos do rúmen (elas serão degradadas pelos microorganismos do rúmen e convertidas em aminoácidos). As proteínas sofrem ação das enzimas produzidas pelos microorganismos do rúmen (proteases), e serão degradadas em aminoácidos que posteriormente serão degradados em amônia. A amônia é o produto da degradação das proteínas verdadeiras (que são as proteínas dos alimentos, que estão presentes no volumoso ou no concentrado proteico). Então aquela proteína vai ser degradada e convertida em amônia, que pode ser absorvida também pelas papilas ruminais ou pode ser usada pelas bactérias do rúmen para sintetizar novos peptídeos. A amônia é uma fonte de alimento para os microorganismos do rúmen, que utilizam a amônia como fonte de nitrogênio para sintetizar novos peptídeos ou uma nova proteína de alta qualidade. Essa proteína microbiana vai oferecer proteína para o bovino, quando essa proteína microbiana que foi sintetizada pelos microorganismos do rúmen, quando esses microorganismos morrerem ela vai para o abomaso como proteína by pass (como uma proteína microbiano que vai fornecer proteína para o bovino). Essa proteína microbiana quando passa pelo abomaso ela fornece proteína para o bovino. -A proteína do alimento foi degradada pelos microorganismos do rúmen em amônia e esses microorganismos usaram essa amônia para sintetizar novas proteínas microbianas/novos microorganismos do rúmen (que fazem a degradação ruminal). Só que além da proteína que foi convertida em amônia, toda a proteína verdadeira (ex: farelo de soja) possui uma parte que não sofrerá degradação no rúmen, que passa intacta para o abomaso e se chama proteína by pass. Do mesmo modo que eu tinha o amido by pass, tenho q proteína by bass (que é a proteína que não foi degradada pelos microorganismos do rúmen). O amido e a proteína by pass são de extrema importância para os animais de alta produção, pois quanto mais amido e mais proteína passarem intactos pelo rúmen, maior será o ganho de peso e a produção de leite desses animais. Mas pq que elas sofrem ação dos microorganismos do rúmen? Pq se os microorganismos do rúmen não tiverem AGVs ou amido para produzirem novos microorganismos, ou amônia para sintetizar novos microorganismos e os microorganismos do rúmen morrerem, não tem como promover a degradação do alimento (principalmente a degradação da fibra que somente os microorganismos degradam). Além da proteína verdadeira, que é a proteína dos alimentos, o produtor pode fornecer para os ruminantes um outro tipo de proteína que se chama proteína não verdadeira, que é a ureia. Pq falamos de proteína verdadeira e não verdadeira? O que é a ureia? A proteína verdadeira é a proteína do alimento, que é a proteína que estava na silagem de milho, no farelo de soja ou algodão. A ureia é chamada de proteína não verdadeira pq ela não é uma proteína, ela é uma fonte de nitrogênio que ao cair no rúmen os microorganismos do rúmen sintetizam a urease que degrada a ureia em amônia. A ureia presente no rúmen já é rapidamente convertida em amônia, que será usada pelos microorganismos do rúmen para sintetizar proteína microbiana, então a proteína que a ureia fornece- ela não fornece proteína para o boi, e sim fornece amônia que será usada para a síntese de proteína microbiana pelos microorganismos do rúmen, e quando esses microorganismos/proteína microbiana morrem que fornece proteína para o bovino. Então essa proteína oriunda dos microorganismos do rúmen é de alta qualidade, mas ela tem uma qualidade inferior à proteína verdadeira. Por isso que a ureia é composta basicamente por 45% de nitrogênio (multiplicando por 6,25 chego que a ureia tem 261% de proteína bruta), então ela tem um alto teor de proteína mas é uma proteína de qualidade inferior à proteína verdadeira. Por isso que quando misturamos ureia, quando falamos do sal proteinado (que é sal com ureia), sempre que eu forneço ureia misturo o enxofre junto pq toda proteína verdadeira (ex: proteína do farelo de soja) ela tem na sua constituição enxofre e nitrogênio, e se eu fornecer somente a ureia os microorganismos do rúmen vão sintetizar uma proteína só com nitrogênio (sem enxofre). Então para eles conseguirem sintetizar uma proteína de alta qualidade eu forneço além da ureia o enxofre tb, para eles sintetizarem uma proteína de alta qualidade. E quando esses microorganismos do rúmen morrerem fornecerem uma proteína de alta qualidade para o bovino. Se a ureia fornece um alto teor de proteína, ex: farelo de soja tem 36% de proteína e a ureia 261%, então seria melhor fornecer ureia do que farelo de soja? Não, pq o farelo de soja vai ter a proteína by pass, que é uma parte da proteína do farelo de soja que não é degradada no rúmen, enquanto toda a ureia que forneço é transformada em amônia, e dependendo da quantidade de ureia que eu forneço eu posso levar o animal à morte pq uma parte da amônia é rapidamente absorvida pelas papilas ruminais e pode levar o animal à morte (promover intoxicação), daí existe um limite de ureia a ser fornecido para os ruminantes. -A amônia, que é o produto da ureia, então rapidamente a ureia sob a ação da uréase é convertida em amônia, ou a proteína sob a ação das enzimas secretadas pelos microorganismos do rúmen é degradada em aminoácidos e uma parte vira amônia e umaparte passa como proteína verdadeira. A amônia é importante estar no rúmen pq ela é a matriz para a síntese de proteína microbiana que corresponde aocrescimento dos microorganismos que habitam o rúmen. Então quanto mais amônia no rúmen, maior a quantidade de microorganismos e maior vai ser a degradação dos alimentos. Pq que quanto pior a qualidade do alimento, menor a ingestão de matéria seca dele? Pq o rúmen precisa ter no mínimo 6,25-7% de proteína no rúmen, se não tiver 7% de proteína no rúmen os microorganismos morrem, e se não tem microorganismos no rúmen eles não conseguem degradar os alimentos. Então quanto mais amônia/proteína no rúmen, maior a quantidade de microorganismos e maior a degradação dos alimentos, maior é a ingestão do alimento. E se o meu alimento é de baixa qualidade, ex: capim seco ou palha são de baixa qualidade, o que ocorre com os microorganismos do rúmen? Um pasto na época seca tem 3% de proteína, se o animal comer só capim com 3% de proteína dentro do rúmen dele vai diminuir a quantidade de microorganismos. Então falta proteína no rúmen, falta amônia no rúmen, os microorganismos morrem e se tem poucos microorganismos eles não vão conseguir degradar o alimento/o capi, seco que está no rúmen, e o animal não vai conseguir comer. O animal morre pela falta de microorganismos no rúmen que não conseguem degradar o alimento mesmo sendo de baixa qualidade. Daí a vantagem da suplementação de manutenção (onde eu dou o capim seco, mas dou o sal com ureia e enxofre) com a finalidade de manter a fonte de amônia no rúmen, que vai manter os microorganismos vivos, degradando ou fermentando aquele alimento de baixa qualidade. Mas pq que ele mantém o peso? Pq a qualidade do alimento é baixa, então se eu tenho um alimento de baixa qualidade mantém o peso pq mantém a fermentação e a degradação da fibra, que fornece um alimento de baixa qualidade para os animais. -Com a presença de energia no rúmen as bactérias captam a amônia e sintetizam novos aminoácidos, e deles novos peptídeos e polipeptídeos, que são a proteína microbiana de alta qualidade, por isso que tem que ser o enxofre (para ter nitrogênio e enxofre tb), e essa proteína microbiana quando morre vai para o abomaso posteriormente ser absorvida a nível intestinal como um aminoácido de qualidade. Quando dou a ureia, eu não dou nitrogênio para o boi, eu dou a fonte de alimento para o microorganismo do rúmen, que sintetiza a proteína microbiana e quando essa proteína microbiana morre que dá a proteína para o boi. E que eu preciso ter um mínimo de proteína no rúmen para esses microorganismos sobreviverem e fazerem essa fermentação ruminal. Pq se eles morrerem eles não tem como fermentar nem o carboidrato e nem a proteína, e aí o alimento fica no rúmen e o animal come menos, por isso que ganha menos peso ou morre. Então fornecendo o sal com ureia mantenho o nível mínimo de amônia no rúmen, mantenho a sobrevivência das bactérias, que continuam degradando fibra e promovendo a manutenção do peso. A ureia quando cai no rúmen sob a ação da uréase (que é sintetizada pelos microorganismos do rúmen) dão origem à 2 moléculas de amônia e 1 molécula de CO2, que posteriormente é convertida em aminoácido. E esse aminoácido que pode ser usado para sintetizar novas proteínas microbianas. -Falamos que tínhamos a suplementação de mantença, só que temos tb a suplementação de pequenos e altos ganhos, que era além do sal com ureia tb misturávamos nos pequenos ganhos farelo de soja e milho. Pq quando eu misturo farelo de soja e milho proporciono um maior ganho de peso nos animais do que quando forneço somente a ureia? O que o farelo de soja e o milho fornecem para o animal que vai proporcionar maior ganho de peso, e somente o sal com ureia não? Aumenta o by pass de carboidratos e proteínas. Então quando eu misturo uma proteína verdadeira (farelo de soja) ou milho, mesmo que eles sofram a fermentação no rúmen uma parte deles passa na forma de by pass (amido by pass e proteína by pass) e a eficiência de utilização deles como fonte de energia e proteína para o animal é maior do que se ele fosse totalmente absorvido a nível de rúmen. Aquela suplementação de pequenos ganhos e grandes ganhos proporciona maior ganho de peso pq forneço carboidrato by pass e amido by pass. -Qual é a diferença dos pequenos e grandes ganhos? Nos pequenos ganhos eles consumiam 300g por ex por animal/dia, e nos grandes ganhos 3kg por animal/dia. Então comendo 300g a quantidade que passa é menor, 3kg a quantidade de carboidrato (milho e farelo de soja) que eu ofereço é maior, por isso que proporciona maior ganho de peso. -Lipídeos: além da fermentação dos carboidratos (que originaram os AGVs, que absorvidos a nível de rúmen forneceram energia), e as proteínas (que forneceram as bactérias, que seriam fonte de proteína para o boi), temos tb a presença de lipídeos ou gorduras (que estão nas membranas celulares das plantas, todas as membranas são lipoproteicas, nos pigmentos, na cera, nos olhos, farelo de algodão tem um alto teor de lipídeos). Esses lipídeos quando caem no rúmen, tb sofrem ação dos microorganismos do rúmen e são convertidos em glicerol + ácidos graxos de cadeia longa. O glicerol posteriormente é convertido em ácidos graxos voláteis (que quando absorvidos fornecem energia para o boi, massa microbiana), e temos tb a parte by pass. Então é dessa forma que os lipídeos tb fornecem energia e proteína para o boi. (Os lipídeos fornecem energia como os carboidratos ?). Então quanto mais alimentos by pass, maior vai ser o ganho de peso ou a produção de leite dos nossos animais. Os microorganismos do rúmen além de fazer a fermentação ruminal, eles tb sintetizam vitaminas B e K (que são absorvidas a nível de rúmen e tb posteriormente a nível de duodeno). No abomaso se inicia a digestão química, que finaliza no duodeno com a ação das enzimas produzidas pelo fígado e pelo pâncreas, que finalizam a digestão a promovem a absorção dos nutrientes, principalmente no duodeno. E dps temos o duodeno, jejuno e íleo, ceo, cólon e reto, no intestino grosso ocorre grande absorção de água, e o que não foi absorvido ou usado pelo animal é eliminado através das fezes. O quadrado na imagem é o rúmen, do que entra no rúmen na forma de nitrogênio e o que sai na forma de nitrogênio. Falamos que no rúmen nós temos o nitrogênio proteico (que é a proteína verdadeira, que é o nitrogênio que veio do capim e do farelo de soja, ou de qualquer fonte proteica- é o nitrogênio proteico que é a proteína verdadeira), e temos o nitrogênio não proteico (que é o da ureia). Esse nitrogênio não proteico, que é convertido em amônia, uma parte dessa amônia e absorvida pelas paredes ruiminais (por isso que tem perigo de intoxicação), então existe um limite do fornecimento de ureia- que é 0,3g/kg de peso vivo (nunca posso passar esse limite). Todo animal deve consumir no máximo 0,3g/kg de peso vivo na forma de ureia, acima disso pode levar à morte. À medida que existe a formação da amônia no rúmen, ela é absorvida pelas papilas ruminais, uma parte que é absorvida não é usada pelos microorganismos para sintetizar proteína microbiana, é absorvida no rúmen a vai para o fígado, é convertida em ureia, uma parte é eliminada na forma de urina e a outra volta através da corrente sanguínea pela saliva (que é chamada de proteína metabólica). O que entra no rúmen é o nitrogênio que vem do alimento, o nitrogênio da ureia, e todo o tempo temos o nitrogênio que veio na saliva. Quanto maior a quantidade de ureia que forneço e os microorganismos não conseguiram usar, esse excesso de ureia é absorvido a nível de rúmen e vai para o fígado, daí a morte dos animais por intoxicação. O excesso de proteína vai sendo eliminado na forma de urina ou volta pela saliva, ou pode levar o animal à morte. Ex: eu vou dar mais proteína, vou dar mto farelo de soja, não adianta fazer isso pq se eu der mais do que o necessário ele vai ser convertido em ureia e vai ser eliminado na forma de urina. E se eu der uma alta concentraçãode amônia, rapidamente é absorvido a nível de rúmen, e leva o animal à morte. Então há um limite, mas e se ocorrer intoxicação? Se o funcionário colocou uma quantidade maior ou choveu e ela dissolveu rapidamente e o animal ingeriu, então se tiver uma grande quantidade de amônia já dissolvida no rúmen e o animal ingerir pode levar à morte. -O que eu faço se o animal estiver intoxicado por ureia? Quais são os cuidados que eu tenho que ter? O vet tem que saber e toda fazenda que usa ureia tem que ter para impedir a morte dos animais: é importante aplicar nos animais um diurético para que ele urine bastante, pq urinando ele vai estar eliminando a ureia na forma de urina, diminuindo o retorno na saliva. E tb coloco na boca deles para que evite a morte é vinagre, ele é imprescindível em fazendas que usam ureia, pq ao observar os animais que estão com sintomas de intoxicação o ideal é que eu coloque via oral de 3-6L de vinagre (ácido acético), pq ele vai tornar o pH do rúmen ácido (lembrando que o pH era básico 6,8). E eu colocando o vinagre ele vai manter o pH do rúmen baixo e vai fazer com que a amônia seja convertida em amônio (NH4), este não é absorvido pelas papilas ruminais, então ele convertido em amônio não será absorvido e será eliminado posteriormente, e eu dando tb um diurético eu vou forçar a eliminação dessa ureia que estava presente na urina. Forneço de 3-6L de vinagre quando observo os sintomas, que podem ocorrer de 20min a 1h após o consumo em excesso. Com o diurético e dando soro fisiológico intravenoso auxilia o animal, e promovendo soluções de cálcio, magnésio, glicose, e laxativos para evitar a perda e morte desses animais. -Sintomas de intoxicação por ureia: tremores musculares, incoordenação ao andar, dor abdominal, salivação excessiva (baba espessa), animal começa a urinar frequentemente, respiração acelerada, timpanismo, viram a cabeça na direção do rúmen, enrijecimento dos membros, convulsões. São sintomas que se uso a ureia, indicam intoxicação por ureia, o que é comum quando se usa em confinamento a ureia. -A partir do momento que o animal ingeriu a proteína, no duodeno temos o nitrogênio da saliva, nitrogênio do alimento (by pass), o nitrogênio da ureia (que não fio absorvido), e o nitrogênio microbiano (proteína microbiana, que será digerida a nível de abomaso e duodeno). Mesmo que eu retire essa alimentação do animal, colocar ele no pasto se ele estava em confinamento, e observar ele pq mesmo retirando a ureia ele ainda pode no mesmo dia ou no dia seguinte ter intoxicação por causa do nitrogênio que veio pela saliva (que é essa proteína metabólica). Então o excesso de ureia pode retornar ao rúmen através do nitrogênio da saliva. Quando for formular uma ração, posso colocar na ração a ureia como uma fonte de nitrogênio barata, para baratear a ração, sabendo que é uma fonte de nitrogênio para os microorganismos do rúmen, então é uma proteína que fornece proteína para o boi mas ela não proporciona altos ganhos para o animal. Se for misturar a ureia na cana, que é mto recomendada, se mistura ureia na cana pq a cana apesar de ser rica em energia (rica em sacarose), e ter aquelas folhas verdes, ela é pobre em proteína (só tem 3% de proteína, a mesma proteína que o capim seco da época seca tem). Se der somente cana para o boi ele vai morrer, pq os microorganismos do rúmen não vão ter 7% de proteína no rúmen e eles vão parar de comer a cana, pq esses microorganismos vão morrer por falta de nitrogênio e com isso levando o animal à morte, pq ele não vai conseguir comer. O alimento ideal é a cana enriquecida com ureia, que é uma fonte barata. E faço isso misturando 1%, a cada 100kg de cana misturo nesses 100kg de cana 900g de ureia e 100g de sulfato de amônio (totalizando 1kg). Nesses 100kg de cana com ureia forneço 2% do peso vivo do animal, o animal que pesa em média 200kg vai comer 12kg de matéria seca por dia (2% de 100kg, ele vai comer 5% de matéria seca do peso vivo dele). Pq se tenho 100kg de cana já misturada com ureia, o animal de 200kg vai comer 2% do peso vivo, 2% de 200kg dará 4kg. (2 dividido por 100, vezes 200kg= ele vai comer 4kg de matéria seca de cana). Se for oferecer na forma de silagem, aplica a ureia na forma de 0,5%, a cada 100kg de silagem misturo 450g de ureia e 50g de sulfato de amônio, e mistura com água no material para fornecer para o animal (corrigindo a deficiência de proteína), e posso misturar a ureia na fonte de mineral, usando 80% da mistura mineral e 20% de ureia. -O bovino pode comer volumoso e concentrado, só que o concentrado é caro e o bovino é mais rústico que o equino (sendo que para este não dou ureia pq ele não tem rúmen), a degradação e essa fermentação ruminal do equino ocorre no ceco, então ele vai fazer a fermentação da fibra (que no ruminante é feita no rúmen) mas o equino produz esses AGVs que são absorvidos a nível de ceco, o ruminante não. Posso dar o capim ou cana ou silagem para o boi com a fonte de proteína e energia (com isso tenho um custo maior, pois estou dando farelo de soja e milho), só que tenho a cana e tenho um animal que não tem uma exigência mto grande, e eu vou querer manter o ganho dele e fornecer um ganho baixo. Posso fornecer para ele para baratear o custo: a cana (que é um alimento de excelente qualidade) e somente corrigir a deficiência de proteína com a ureia, que é uma fonte barata de nitrogênio. Só que existe um limite da ureia. Então posso misturar essa proporção e para cada 100kg de cana coloco 1kg de ureia e sulfato de amônio, vou molhar e misturar em água, vou diluir e aí esse material já misturado de cana com ureia vou dar apenas 2% do peso vivo dele. 0,3g/kg de peso vivo (esse valor é na formulação da dieta total), agora se eu dilui a ureia e misturo o volumoso, eu calculo a ingestão do volumoso e não da ureia (pq eu já fiz a proporção de diluição de cana com ureia). Os 4kg de matéria seca são o que ele vai comer no total no dia. Ex: ele vai comer 20kg de cana misturada com ureia, pq eu estou dando só o volumoso que já foi corrigido com a ureia. Ou posso dar 10kg de silagem + 3kg de farelo de soja e milho, aí fica mais caro. Ou ele pode comer só o capim e eu dou somente o sal proteinado (sal enriquecido com ureia) para corrigir a deficiência de proteína do capim, pq se não o animal não vai conseguir comer pq os microorganismos do rúmen morrem. -Posso dar só a suplementação de volumoso (cana + ureia), posso dar só suplementação de concentrado (capim, corrigindo com fonte de proteína- farelo de soja e milho), ou posso deixar ele no pasto e se não tem capim forneço para ele feno + farelo de soja e milho. Isso depende de qual é a alimentação que tenho para eles disponível no momento. -A proteína não degradada no rúmen (proteína by pass, que é a proteína verdadeira, ex: do farelo de soja) é importante para animais de alta produção, onde a demanda de proteína é maior que os microorganismos do rúmen conseguem sintetizar. Então aquela proteína que dou em maior quantidade visando a proteína by pass, que é do farelo de soja ou de algodão, do amido, que vem do milho ou sorgo, eles são mto importantes para animais de alta produção, por isso que quando quero altos ganhos de peso forneço quantidade maior de farelo de milho e de soja, e quando quero alta produção de leite forneço uma quantidade maior de milho e de soja, pq são animais que precisam de proteína e amido by pass. Essa proteína que não foi degradada no rúmen (que é o alimento by pass) deve ser um suplemento/complemento à proteína microbiana, e deve atender as exigências- se ele não atender as exigências o produtor pode usar a proteína verdadeira by pass ou até a protegida. Então tem animais de alta produção de gado de leite que a nível experimental que protegem algum aminoácido, principalmente lisina e metionina, contra a ação dos microorganismos do rúmen com o intuitode que eles passem intactos para o abomaso e serem absorvidos a nível de duodeno, pq a fermentação ruminal diminui a eficiência de aproveitamento do alimento quando comparado ao intestino delgado (aonde o aproveitamento energético seria maior se o alimento passasse intacto para o abomaso). Se o alimento fosse intacto para o abomaso, o aproveitamento daquele alimento seria mto melhor para o animal, só que se eu não tiver a fração do alimento que é degradada no rúmen não tenho a sobrevivência dos microorganismos do rúmen. Então todo o alimento precisa ter uma parte que vai ser degradada no rúmen, e para animais de alta produção proporcionar alimentos que possam passar intactos para o abomaso e serem digeridos a nível intestinal, para isso fornecer um maior ganho de peso ou uma maior produção de leite. Por isso que animais de confinamento ganham mais peso pq eles tem uma quantidade maior de concentrado que proporciona uma maior quantidade de alimentos by pass, e com isso terão um maior ganho de peso em um menor espaço de tempo. E as vacas de leite tb, vacas de alta produção, que comem maior quantidade de concentrado, proporcionam maior produção de leite por terem maior quantidade de alimento como amido e proteína by pass. -Quanto mais concentrado, maior ganho de peso e maior será a produção de leite. Só que rações ricas em amido podem promover o acúmulo de ácidos graxos voláteis no rúmen (principalmente o ácido propiônico), fazendo com que o pH do rúmen se torne baixo (lembrando que o pH era 6,8), o pH do rúmen ácido promove alteração dos microorganismos ruminais (predominando os lactobacilos) e causando a acidose ruminal. O pH do rúmen baixo promove acidose ruminal, que pode reduzir o consumo de alimentos, promover desidratação acentuada, laminites (inflamações do casco), levando animal à morte. Por isso que toda alimentação do ruminante deve ser feita com adição de concentrado e ureia na fase de adaptação para os animais se adaptarem a receber esses concentrados, quem tem que adaptar são os microorganismos do rúmen, sempre observando a quantidade de concentrado fornecida para esses animais. Então vemos mto problema de laminites em gados de leite que mtas vezes elas recebem 60% de concentrado e 40% de volumoso, principalmente quando elas tem uma alta produção. É mto comum em rações de confinamento, rações de altos ganhos de suplementação a pasto, adicionar calcário, que tem como finalidade fornecer cálcio para manter o pH mais básico e tb adicionar alguns aditivos como monensina sódica, pq alguns aditivos reduzem a produção de gases produzidos durante a fermentação ruminal, e com isso melhoram a conversão alimentar evitando tb o problema de timpanismo. Pq à medida que que nós promovemos um excesso de concentrado, vou promover alta produção de ácidos graxos voláteis (principalmente o propiônico), que promove acidose ruminal. E alta quantidade de concentrados tb promove alta produção de gases, que podem promover o timpanismo. Como se trata o timpanismo desses animais? O animal com timpanismo fica mais “estufado/parece um balão”, o rúmen que está sempre em um vazio do lado esquerdo fica aumentado, e o animal fica tão incomodado que vira a cabeça para a região indicando desconforto e dor, há o trocarter que é colocado para a eliminação desses gases, e tem algumas sondas que pode tentar passar até o rúmen para promover a saída e a eliminação desses gases tb. -Saber como ocorre a fermentação ruminal. O animal que come concentrado tem um ganho de peso maior, e fornecendo vinagre consigo controlar a intoxicação por ureia. Quando há intoxicação com ureia se usa o vinagre (ácido acético), ele vai diminuir o pH do rúmen (lembrando que o pH do rúmen é básico 6,8), diminuindo/tornando o pH do rúmen ácido a amônia se transforma em amônio (NH4), que não é absorvido pelas paredes ruminais, ele vai ser eliminado pelos animais e não vai mais ser absorvido pelas paredes ruminais.
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