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Questionário Alimentação e Nutrição Animal 1

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Questionário Alimentação e Nutrição Animal 
1 - Explique os principais motivos para acreditarmos que os ruminantes são animais com 
capacidades superiores aos não-ruminantes. Descreva o trato gastrointestinal dos 
animais ruminantes e não-ruminantes e destaque as principais diferenças funcionais. 
R: Os ruminantes possuem capacidades superiores aos não-ruminantes pois são capazes de 
melhor utilizar a fibra vegetal do que os não-ruminantes. Além disso, conseguem regurgitar o 
alimento para garantir melhor uma mastigação e fazer maior proveito do mesmo; Nos 
monogástricos as exigências nutricionais são mais específicas (exemplo: aminoácidos ao invés 
de proteínas), os monogástricos têm menor capacidade de armazenar alimentos no organismo. 
Nos monogástricos o alimento passa rapidamente no intestino (tem que estar mais prontamente 
disponível), no monogástrico o processo de digestão é enzimático, monogástrico não tem 
capacidade de aproveitar células ou alimentos complexos, monogástrico tem a capacidade 
limitada para sintetizar proteínas e vitaminas. 
2 - Explique os motivos e quais práticas de manejo podem ser adotadas para acelerar a 
transformação do pré-ruminante em ruminante? 
R: As principais técnicas de manejo adotadas para acelerar o processo de desenvolvimento do 
trato gastrointestinal do pré-ruminante para se transformar em ruminante se dá pela introdução 
alimentar de outros componentes além do leite, como fibra (pastagem/feno) e concentrado (creep 
feeding = suplementação exclusiva para pré-ruminantes). Essa introdução alimentar irá auxiliar 
no melhor desenvolvimento das câmaras fermentativas, causando o espessamento e 
escurecimento da parede, que mostra alta população microbiana. 
3 - Quais são os mecanismos que controlam o consumo em animais ruminantes e em 
animais não-ruminantes? Explique os fatores que interferem nos processos. 
R: 
4 - Explique como ocorre acidose ruminal? Quais os fatores que podem afetar este 
processo? Como pode ser evitada? 
R: A acidose ruminal ocorre quando há alta ingestão e súbita de grãos ou outros carboidratos 
não-fibrosos que fermentam rapidamente, além de uma mudança brusca na dieta. Quando o 
suprimento de carboidratos rapidamente fermentáveis aos animais é aumentado abruptamente, 
há grande aumento da produção de ácidos graxos voláteis e de lactato. Assim, os mecanismos 
tamponantes do rúmen podem ser suplantados e o pH ruminal pode cair para níveis críticos 
abaixo de 5,5. Para ser evitado, existem estratégias que constituem no controle do fornecimento 
e concentrados, correto balanceamento dos carboidratos da dieta, monitoramento do tamanho 
da partícula das forragens fornecidas etc., controlando os microorganismos produtores e 
consumidores de lactato e possibilitando que a mucosa ruminal aumenta a capacidade de 
absorção de AGV’s, além do uso de alcalinizantes, como bicarbonato de sódio e óxido de 
magnésio, ou de fontes de nitrogênio não-proteico (ureia) que ajudam a reduzir a queda do pH 
ruminal após a ingestão de grandes quantidades de concentrado. 
5 – Explique a figura com base nos conhecimentos sobre o ambiente ruminal: 
 
R: 
6 - Quais as funções da fibra na dieta de animais ruminantes e de animais não-ruminantes? 
Caracterize os carboidratos estruturais. Diferencie Carboidrato Não-estrutural de 
Carboidrato Não-fibroso? Descreva como é o aproveitamento da fibra na dieta de animais 
ruminantes e animais não-ruminantes. 
R: A fibra sendo formada por celulose, hemicelulose, lignina, proteínas e por demais compostos 
minoritários desempenha papel importante na dieta de ruminantes, são fonte de energia e 
potencializadora dos processos fermentativos. No entanto, para os animais não ruminantes sua 
função não é fornecer energia, mas sim estimular os movimentos peristálticos do TGI (trato 
gastrointestinal), formar o bolo fecal e expulsar compostos indesejáveis do organismo. 
A classificação de carboidratos em estruturais e não-estruturais refere-se à função 
desempenhada nas plantas. Os carboidratos estruturais são encontrados na parede celular dos 
vegetais e fornecem suporte físico necessário para o crescimento das plantas, tendo a parede 
celular composta de pectina, celulose, hemicelulose, lignina, complexos fenólicos e proteína. 
Eles apresentam alta taxa de fermentação, levando ao abaixamento do pH ruminal, influenciando 
o desenvolvimento da flora ruminal, o que os diferem dos carboidratos não-fibrosos, no quais 
apresentam baixa taxa de fermentação, estimulam a ruminação e a maior salivação do animal, 
o que auxilia no tamponamento do pH do rúmen. Por essa razão, o equilíbrio no fornecimento de 
carboidratos fibrosos e não fibrosos é importante para manter o ambiente ruminal estável. 
Como aproveitamento geral das fibras, há o desenvolvimento da ação prebiótica nos animais 
não ruminantes, que ocorre pela ativação do metabolismo de um grupo de bactérias benéficas 
do trato gastrointestinal, promovendo aumento na produção de ácidos graxos de cadeia curta e 
do número de vilos no íleo, o que permite aumento na área absortiva intestinal e 
consequentemente melhora no desempenho animal. Já o aproveitamento de alimentos fibrosos 
pelos ruminantes está relacionado à síntese e secreção de enzimas pelos microrganismos do 
rúmen, promovendo a hidrólise da parede celular das plantas, pois tanto na saliva como no suco 
pancreático dos mamíferos existem enzimas hidrolíticas (amilases) capazes de catalisar a 
quebra das ligações glicosídicas α-1,4 do amido e do glicogênio, mas não das ligações β-1,4 da 
celulose, sendo assim alguns microrganismos, como os que habitam o rúmen de herbívoros, são 
capazes de hidrolisar as ligações β-1,4 da celulose e utilizá-la como fonte de energia. 
7 - Descreva como ocorre o metabolismo do Nitrogênio (proteico e não-proteico) no 
rúmen. Quais os processos que ocorrem com os compostos oriundos da degradação 
ruminal? Quais os fatores que podem interferir na degradação da proteína no rúmen? 
R: A degradação do nitrogênio proteico no ambiente ruminal é efetuada por sistemas 
multienzimáticos associados à membrana celular bacteriana. Inicialmente, as moléculas 
proteicas são hidrolisadas em oligopeptídeos, que são hidrolisados por aminopeptidases, 
liberando dipeptídeos e estes, por sua vez, são hidrolisadas por dipeptidases liberando os 
aminoácidos. Após a degradação extracelular, os peptídeos e aminoácidos resultantes são 
prontamente captados pelas células bacterianas ruminais, de modo que suas concentrações no 
fluido ruminal normalmente são muito baixas. 
Os microrganismos ruminais, por meio do processo de fermentação, irão promover a conversão 
do nitrogênio não proteico da dieta em amônia, e, no passo seguinte, a amônia produzida será 
convertida em compostos nitrogenados dos microrganismos, entre eles, a proteína verdadeira 
microbiana. Assim, os microrganismos presentes no rúmen são capazes de converter nitrogênio 
não proteico em proteína verdadeira 
Os fatores que podem interferir na degradação da proteína no rúmen são: composição química 
e física da proteína bruta, a atividade proteolítica microbiana, o acesso microbiano à proteína, o 
tempo de retenção do alimento no rúmen, o pH ruminal, o processamento do alimento e a 
temperatura ambiente. 
8 – Explique o passo-a-passo da confecção de fenos e silagens. Descreva as espécies 
recomendadas e equipamentos utilizados para cada método e suas recomendações de 
uso. 
R: O processo de confecção do feno é feito a partir do corte (5 cm do solo), esparrama (para 
secagem), revolve (para parte de baixo da massa secar), enleira, recolhe, enfarda, recolhimento 
do campo e no fim, armazenamento feito em galpões. As espécies recomendadas são as 
forrageiras de colmo fino (Cynodon e Brachiaria). Os equipamentos utilizados são a ceifadeira 
(faz o corte), o ancinho (enleira) e enfardadeira (enfarda e estoca o feno). 
A silagem é o resultado do processo de conservaçãodo alimento através de processos 
fermentativos dos açúcares, sob condições anaeróbias no silo. São confeccionadas seguindo as 
fases de: 
Pré-fechar: fase que vai da colheita até o fechamento do silo. Começa com a escolha da cultura 
(milho ou sorgo), plantio, colheita, maquinário, dimensionamento do silo, enchimento, 
compactação, vedação e fechamento do silo. Nessa fase é escolhido o tipo de silo (local de 
armazenamento) que será utilizado, podem ser trincheiras ou superfície (são as mais utilizadas 
em MS); 
Enchimento: fase em que a planta utilizada será armazenada; 
Compactação: Nesta fase utiliza-se trator / maquinário pesado para que seja feita a retirada do 
O2. 
Fechamento e vedação: utiliza-se lona e cobrimento com areia por cima. Algumas lonas possuem 
dupla camada e ainda com protetor solar; 
Fase fermentativa (entre 7 e 21 dias): inicia-se logo após a fase de compactação com a remoção 
do O2 e respiração da planta. Refere-se às condições anaeróbicas, rompimento das células e 
liberação do conteúdo celular. Crescimento microbiano através de fermentação ativa e 
acidificação da massa e o pH final deve ser: 3,8 - 4,2 ocorrendo a redução da atividade 
fermentativa. 
Estabilidade: após 3 semanas, o processo já está estável, portanto, a silagem está pronta. O 
tempo de estocagem é dependente da qualidade do processo de ensilagem. 
Abertura do silo: Utiliza-se faixas de 15 cm reduzindo a penetração de O2 e perdas aeróbicas. 
9 - Descreva como é o metabolismo dos carboidratos não fibrosos em ruminantes e não 
ruminantes. Descreva como e onde ocorrem os processos até a glicose ser 
absorvida/utilizada/transformada. 
R: O metabolismo dos carboidratos não fibrosos no rúmen ocorre através da degradação feita 
pelos microrganismos essenciais para o processo de fermentação e digestão dos alimentos não 
fibrosos, como as bactérias, que geram como principais produtos o acetato, butirato, propionato, 
lactato, succinato e o formato, promovendo a maior produção total de ácidos graxos voláteis, 
principalmente em razão da maior produção de propionato por meio do ácido láctico. Já nos não 
ruminantes…? 
10 – Descreva como são classificados os alimentos utilizados na alimentação animal. Dê 
exemplos e cite as características de cada um deles e suas limitações de uso, se houver. 
R: Alimento Volumosos: todos os alimentos que têm um alto teor de fibra e baixo valor energético. 
Mais de 18% de fibra bruta. 
Feno: o feno é uma mistura de forragens ceifadas e secas, geralmente gramíneas e leguminosas, 
que passam por um processo de desidratação e é amplamente utilizada na alimentação de 
ruminantes. 
Palhada: refere-se a resíduos mortos de vegetais que se encontram na superfície do solo e 
podem ser provenientes tanto de plantas não cultiváveis, como dos sistemas agrossilvipastoris. 
Silagens: é uma prática para armazenamento da forragem. Esse processo garante que a perda 
nutricional da forragem seja pequena e permite com que o alimento seja armazenado por um 
longo período, graças à uma fermentação controlada durante o processo 
Alimento concentrado: os concentrados possuem um baixo teor de fibras (menos de 18%) e alto 
teor energético. Tem alta concentração de nutrientes. Um tipo de dieta muito utilizada em 
confinamento. Além disso, é preciso ter cuidado para não causar danos à saúde dos bovinos. 
Por exemplo entre eles, o timpanismo, conhecido como estufamento, que pode levar o animal à 
morte se não tratado a tempo. 
Soja: o grão de soja é uma ótima forma de alimento para vacas leiteiras. E como engorda para 
novilhos mestiços. Já o farelo de soja é a fonte de proteína mais usada na pecuária brasileira., 
sendo utilizado unicamente nas rações. 
Caroço de algodão: caroço de algodão é um bom alimento complementar, pois é composto por 
elementos digestíveis, com bom índice de proteína e energia. É uma boa fonte de fósforo, 
elemento fundamental na reprodução dos bovinos. 
Sorgo: o valor nutritivo do sorgo é próximo ao milho. Corresponde a 90%. Por isso, ao substituir 
o sorgo pelo milho, é preciso alguns cuidados para não se afetar o cronograma de produção e 
engorda. É um cereal africano, rico em amido. Além de bovinos, suínos e aves o utilizam como 
alimento. Está entre as fontes de amido mais utilizadas em bovinos. 
Milho: é um componente muito bom para gado de leite, podendo render até 15 litros. 
 
https://www.infoescola.com/plantas/gramineas/
https://www.infoescola.com/animais/ruminantes/

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