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SEMI Politica seguridade social Tema 04

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Seguridade Social
Autor: Maria Lucimar Pereira
Tema 04
A assistência social como direi-
to e política social.
seç
ões
Tema 04
A assistência social como direito e política so-
cial
PEREIRA, Maria Lucimar. Política de Seguridade 
Social: a assistência social como direito e política 
social. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2018. 
SeçõesSeções
LEITURAOBRIGATÓRIA
FINALIZANDO
REFERÊNCIAS
GABARITO
CONTEÚDOSEHABILIDADES
AGORAÉASUAVEZ
GLOSSÁRIOLINKSIMPORTANTES
4
Tema 04
A assistência social como direito e política so-
cial
5
A Constituição Federal de 1988 foi o grande marco para a história da proteção social 
brasileira. Ampliou os direitos sociais a toda população e, entre os direitos sociais, consagrou 
a assistência social como um deles, além de conceder o status de política pública à 
assistência social. Representou um avanço, pois até então a prática da assistência estava 
no campo da caridade, benemerência e filantropia das organizações religiosas e no próprio 
aparelho do Estado. 
Além da Constituição Federal de 1988, outros documentos legais reafirmaram o direito à 
assistência a quem dela necessitar, como a regulamentação a partir da Lei Orgânica de 
Assistência Social - LOAS e a construção do Sistema Único de Assistência Social – SUAS.
CONTEÚDOSEHABILIDADES
6
LEITURAOBRIGATÓRIA
A História da Assistência Social no Brasil
A assistência a partir da ótica da ajuda, da caridade e da solidariedade aos pobres, viajantes, 
doentes e incapazes sempre existiu na humanidade desde tempos mais longínquos. Essas 
pessoas representavam públicos das mais variadas formas de intervenção, que assumiam 
contornos conforme as sociedades e o período. O que foi comum por séculos era a 
compreensão de que existem pessoas frágeis e fracas que dependiam da ajuda de quem 
era mais forte e com condições de vida garantida.
Sposati (2007) afirma que tanto na Grécia como em Roma foram resgatados registros de 
ajuda aos necessitados através da distribuição de trigo. Essa prática toma a dimensão da 
caridade e benemerência com a civilização judaico-cristã. Com o objetivo de consolidar 
essas práticas, grupos filantrópicos com conotação religiosa e moral iniciaram a organização 
que deu origem mais tarde às instituições de caridade.
No período da Idade Média, com a doutrina da fraternidade influenciada pelo Cristianismo, 
foi estimulada a prática assistencial com a propagação das confrarias que ajudavam os 
órfãos, os idosos, os doentes e as viúvas. 
Com a consolidação do capitalismo, que levou ao trabalho precarizado, a pobreza toma 
uma dimensão que é impossível não ser vista e, de tanto incomodar aos olhos da burguesia, 
passa a ser considerada um risco social. Aquilo que era considerado ações solidárias passa 
a ser utilizado na relação de dominação.
Podemos utilizar como exemplo de ações de solidariedade como forma de dominação as 
“Poor Laws” ou as Leis dos Pobres, que tinham caráter público. Essas normativas começaram 
a ser implantadas na Inglaterra a partir do século XVI, sob o reinado da Rainha Elizabeth. 
A ideia era atender algumas necessidades das pessoas em situação de pobreza extrema, 
pois este segmento havia aumentado excessivamente devido ao êxodo rural. Outro fator 
que forçou a implantação de normativas de caráter protetivo foi a disseminação da ideia, 
pela Igreja Católica, de que o Estado era responsável em suprir as necessidades desta 
população.
7
LEITURAOBRIGATÓRIA
A Lei dos Pobres consistia na criação de um benefício de subsídio financeiro a todas as 
pessoas que estavam sem condições de trabalhar ou tinham dificuldades de alimentar seus 
filhos. Entretanto, o benefício não era na perspectiva do direito, pois, quem recebia devia 
trabalhar gratuitamente para o Estado e para a Igreja.
Boschetti (2003) acrescenta que essas leis aplicavam um código coercitivo do trabalho e o 
seu caráter era mais punitivo e repressor do que protetor, além disso, atribuía ao indivíduo 
a condição de incapaz, carente e necessitado da ajuda dos mais providos da sociedade. A 
responsabilidade pela condição da pobreza era do próprio indivíduo, pois este não dedicava 
esforços para superar sua condição, assim, eram vistos como culpados por estarem em 
situação de miséria.
Foi desta forma que o Estado se apropriou da prática assistencial, criou leis, entretanto 
sendo executadas pelas instituições atreladas às igrejas de diferentes credos e a partir da 
concepção da benemerência. Para o Estado ficou a responsabilidade de sensibilizar as 
organizações da sociedade para assumir as ações assistenciais. 
No Brasil, as ações assistenciais têm referência nas unidades hospitalares das Santas 
Casas de Misericórdia, sendo que a primeira unidade de acolhimento aos pobres é de 
1543, na cidade de Santos, no Estado de São Paulo. A entidade defendia que a caridade 
e a benemerência eram formas de expressão de amor ao próximo, concepção que carrega 
até os dias de hoje.
O histórico da participação do Estado através da implantação e implementação de políticas 
públicas é muito recente, mais recente do que na Europa e Estados Unidos. Apenas com a 
promulgação da Constituição Federal de 1988 é que todos os brasileiros passaram a ter o 
direito à proteção social. Até então, apenas a população contribuinte da previdência social 
era destinatária de políticas sociais públicas, enquanto a população pobre e excluída do 
processo produtivo não era cidadã de direitos à proteção. 
Nozabielli (2008) relata que há mais de 400 anos surgiram no Brasil as primeiras iniciativas 
de assistência ligadas às instituições religiosa e filantrópica. Na Velha República (1889 a 
1930), período iniciado logo após a abolição dos escravos, as práticas do Estado foram 
de controle e repressão contra a população que estava em situação de abandono. A 
Velha República era uma proposta nova, mas carregou o modelo e concepção do modelo 
escravista. 
8
LEITURAOBRIGATÓRIA
As ações do Estado neste período eram estruturadas a partir da preocupação com o 
crescimento dos movimentos sociais, principalmente o movimento operário, já que iniciara 
o processo de industrialização em momento em que não havia nenhuma regulamentação 
de proteção aos trabalhadores. Os acordos eram definidos a partir da relação entre 
empregadores e empregados e quem detinha mais o poder ditava as regras. A forma de 
relação do Estado com a população centrava-se no autoritarismo e na repressão:
O combate exercido pelo Estado contra os movimentos de revolta que se constituíam por 
um lado manifestações coletivas de descontentamento político e social, por outro lado, 
acabou por criar uma tradição de repressão e desqualificação das reivindicações populares 
no país. (RIZOTTI, 1999, p. 89)
Como o Estado não assumia as situações provocadas pela pobreza com a implantação 
de serviços públicos, cabia então às organizações religiosas o atendimento à população 
pobre. As ações eram na perspectiva da ajuda e da caridade. Entretanto, quem vivia na 
situação de pobreza era considerado culpado pela própria condição, pois estar vivendo 
neste contexto significava que eram acomodados e incapazes. Até este momento não havia 
políticas sociais por parte do Estado. As expressões da questão social eram tratadas como 
caso de polícia, ou seja, qualquer manifestação popular contrária ao governo era tratada 
com a repressão policial.
A crise de 1929, provocada pela quebra da bolsa de Nova York, exigiu do Estado uma 
reposição de seu papel frente às organizações sociais e populares. O momento era da 
consolidação capitalista, portanto sendo necessária a introdução da relação capital x 
trabalho na perspectiva política do Estado. 
A partir desta crise, o governo passa a discursar que a pobreza é reflexo da questão social, 
desta forma cabe ao Estado o desenvolvimento de política social para o enfrentamento 
destas situações. Como até na década de 1920 o discurso era o de que ‘a questão social 
era caso de polícia’, a partir da década de 1930 o discurso era que ‘a questão socialé caso 
de política’.
É nesta perspectiva que o Governo de Getúlio Vargas inicia a gestão de seus 15 anos 
ininterruptos de governos. Com fortes características paternalistas, tuteladoras e 
autoritárias, este governo passa a controlar a força de trabalho mediante a negociação com 
os movimentos populares. Apesar de atender à reivindicação do movimento operário diante 
das pressões como greves, comícios e destruição de equipamentos nas fábricas, a imagem 
9
LEITURAOBRIGATÓRIA
do presidente era de um pai bondoso que concedia as dádivas. 
Bering e Boschetti (2006) relatam que a Era Vargas ficou marcada pela introdução das 
políticas sociais no Brasil. O processo foi diferente em comparação com países europeus. 
Aqui não aconteceu o processo da Revolução Industrial, pois este processo iniciou 
timidamente, com limitações e desorganização no que se refere ao processo industrial e 
as relações sociais. Mas foi neste contexto que iniciou a regulamentação das legislações 
que mediou as relações. Esse arcabouço jurídico objetivava transformar os conflitos entre 
as classes sociais em cooperação entre elas. Desta forma, o Estado contribuía para o 
crescimento e empoderamento da burguesia desenvolvendo, além das políticas sociais, 
políticas econômicas que privilegiavam o processo industrial.
As áreas de maior atuação deste governo foram no trabalho, previdência social e educação 
e saúde, desenvolvendo ações que permitiam melhores condições para os trabalhadores 
cumprirem sua função de produção no sistema capitalista.
O acesso aos benefícios sociais, da previdência social e da saúde, estava condicionado à 
inserção ao mercado de trabalho. Sposati (2007) destaca que:
 “No pensamento idealizado liberal permanecia a ideia moral pela qual atribuir benefícios 
ao trabalhador formal era um modo de disciplinar e incentivar a trabalhar o trabalhador 
informal, tido por vadio”. (SPOSATI, 2007, p .12)
Há de se destacar que a maioria da população estava excluída de qualquer vínculo de 
trabalho, desta forma, uma parcela muito pequena da sociedade estava em condições de 
acessar os direitos sociais. E a este público sobravam a ações das instituições de caridade 
e de filantropia, pois inexistia qualquer ação na área da assistência social por parte do 
governo até aquele momento.
Além da exclusão de quem não estava inserido no mundo formal de trabalho, também 
ficaram de fora do sistema de proteção os trabalhadores rurais. 
A população urbana cresceu significativamente com o crescimento industrial, em especial 
nas periferias dos grandes centros, desta forma também cresceu a organização da classe 
trabalhadora, que pressionava para a implantação e efetivação dos direitos já conquistados 
e das políticas sociais urbanas.
Getúlio Vargas instituiu o Conselho Nacional de Serviço Social – CNSS em 1º de julho 
10
LEITURAOBRIGATÓRIA
de 1938, por meio do Decreto-lei nº 5.256, atrelado ao Ministério de Educação e Saúde. 
Este conselho vinculou-se ao Ministério de Educação e de Saúde, foi composto por sete 
pessoas destinadas a representar a área social, tendo como responsabilidades principais 
a elaboração de inquéritos sociais, análise dos ajustamentos de entidades sociais quando 
estas solicitavam subvenções e isenções, e ainda assistiam os menos favorecidos da 
sociedade. 
Este conselho caracterizou-se por utilizar mecanismos políticos e clientelistas, pois tinha 
poderes para manipular verbas e subvenções públicas. O seu papel foi substituído cinco 
anos depois com a criação da Legião Brasileira de Assistência – LBA. 
A LBA foi criada em 1942 como a primeira instituição de âmbito nacional de assistência 
social, sob a direção do primeiro damismo, que naquele momento era a senhora Darcy 
Vargas, com a finalidade, de imediato, de agrupar as organizações assistenciais de todo 
o país para direcionar o atendimento prioritário às famílias dos pracinhas que foram para 
a Segunda Guerra Mundial. Sposati (2007) e Yazbec (2008) destacam que em 1946 esta 
entidade passa a implantar unidades de serviços dedicadas à maternidade e à infância, 
procurando a legitimação do Estado no atendimento à população pobre.
A LBA representou:
 “[...] a simbiose entre a iniciativa privada e a pública, a presença da classe dominante 
enquanto poder civil e a relação benefício/caridade x beneficiário/pedinte, conformando a 
relação entre Estado e classes subalternas”. (SPOSATI et al., 2007, p. 46).
A partir do longo período da Era Vargas tivemos sucessivas mudanças políticas no 
cenário nacional. Mesmo com implantações de novas ações na área da assistência 
social, a compreensão acerca deste tema continuou a mesma, com ações clientelistas, 
assistencialistas, focalizadas e conservadoras. Uma demonstração destas características 
foi a estruturação da concessão de benefícios como se fossem dádivas e não na concepção 
do direito.
Durante a década de 1950 o governo implantou programas de desenvolvimento comunitário, 
principalmente para atender as pessoas pobres, como a alfabetização de adultos e 
preparação de mão de obra para o campo industrial.
No governo de Juscelino Kubistchek (1956 a 1960) percebeu-se maior preocupação com a 
situação social. Mas foi nos governos de Jânio Quadros e João Goulart que se ampliaram 
11
LEITURAOBRIGATÓRIA
os debates e reflexões sobre os direitos sociais. Neste mesmo período aprovou-se a Lei 
Orgânica da Previdência Social - LOPS, em 1960, que propôs a unificação e centralização 
dos Institutos de Aposentadoria e Pensão - IAPs. Apesar desta proposta ter avançado um 
pouco a mais, por exemplo, incluindo categorias profissionais que anteriormente não haviam 
sido contempladas, mesmo assim ainda se restringia aos trabalhadores que estavam no 
mercado formal de trabalho, ou seja, os contribuintes da previdência social, que naquele 
momento era reordenada para o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). 
Neste período, que compreende de 1945 a 1960, também se identificou uma maior 
mobilização dos movimentos sociais que reivindicavam reformas de base que atendessem 
as necessidades de toda a população, tanto urbana como rural. Essa reivindicação era 
considerada legítima, inclusive pelos governos.
O próximo período já compreende a ditadura militar, sendo esta de 1964 a 1985 e que foi 
marcada pela repressão e pelo cerceamento dos direitos políticos e das liberdades individuais. 
A Constituição Federal não era respeitada, sendo o país regido por atos institucionais. 
Os militares assumiram o poder, a partir do golpe de 1964, com a proposta de acabar com o 
período do governo populista, erradicar o fantasma do comunismo e transformar o Brasil em 
uma grande potência internacional, tendo como perfil das suas ações o cunho burocrático 
e tecnicista. (COUTO, 2004, p. 119)
Por outro lado, este mesmo período implantou importantes políticas sociais utilizando 
recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS. Os investimentos nesta área 
eram direcionados para superar os prejuízos sociais provocados pela perda da estabilidade 
que os trabalhadores tinham no emprego no Brasil. Neste período foram criados vários 
programas governamentais, como a Fundação de Bem-Estar do Menor - FUNABEM; o 
Instituto Nacional de Previdência Social - INPS; as Companhias de Habitação - COHABs; a 
Central de Medicamentos - CEME, Banco Nacional de Habitação – BNH e o Ministério de 
Previdência e Assistência Social.
Pela primeira vez a assistência passa a fazer parte de um organograma do governo, mas 
isso não significou mais investimento financeiro na área, pelo contrário, os recursos ainda 
eram escassos e pulverizados, e a execução era de responsabilidade do governo e da rede 
filantrópica. Com essa estrutura, as ações continuavam sendo setorizadas e fragmentadas.
A expectativa era de que, com a criação destes programas, a relação entre trabalhadores e 
patrões pudesse melhorar, pois estava numa situação delicada. 
12
LEITURAOBRIGATÓRIA
A crise estava instalada. Além de uma nova crise econômicana década de 1970, ainda 
foram acrescentadas a esse momento a redução dos investimentos públicos por parte dos 
governos militares e a questão do autoritarismo dos governos.
A Constituição Federal que regia o país a partir de 1967, elaborada exclusivamente pelo Poder 
Executivo, tinha caráter militar e autoritário. A população não teve nenhuma participação 
neste processo. O Estado direcionou suas ações pela racionalidade e burocratização na 
máquina pública e ainda pelo uso da repressão, como a invasão nas residências, a prática 
de torturas, proibições de manifestações políticas, censura aos meios de comunicações, 
como rádios, televisões e jornais, e prisões ilegais. 
A Assistência Social como Política Pública
Ao final da década de 1970 aumentaram os sinais de insatisfação da população com os 
governos militares e com a desproteção social. Os movimentos sociais restabeleceram e 
fortaleceram suas articulações no início da década de 1980. 
Os questionamentos em relação ao regime autoritário da Ditadura Militar engrossaram com 
as denúncias sobre as péssimas condições de vida de grande parte da sociedade brasileira. 
O fortalecimento dos movimentos sociais e as expressões políticas nas ruas, especialmente 
nos grandes centros, foram fatores determinantes para o desmonte do regime que durou 21 
anos. Associado a esse fator:
Internacionalmente, esse movimento foi influenciado, no plano econômico, pela 
reorganização do capitalismo mundial que alterava também o modelo de Estado e, no plano 
político, pela abertura democrática que procurava a ampliação e o reconhecimento dos 
direitos sociais. (SOUZA, 2005, p. 30)
A chegada da década de 1980 foi marcada pela efervescência dos movimentos sociais 
e pela expressão do empobrecimento da população, associado à total falta de serviços 
sociais para a população. Souza (2005) denuncia que em 1985 havia 45 milhões de pessoas 
vivendo com renda per capita de até ¼ do salário mínimo, o que significava sobreviver na 
fronteira da dignidade humana. 
Os fatores responsáveis por essa estatística vão desde a estagnação da economia, que levou 
grande parte da população ao desemprego, desta forma ficando desprotegida socialmente, 
já que quem tinha acesso aos serviços públicos eram os trabalhadores inseridos no mercado 
formal, até a falta de credibilidade no Estado repressor. 
13
LEITURAOBRIGATÓRIA
A década de 80 teria, assim, se caracterizado por uma ‘estagnação socialmente truncada’, 
ou seja, pelo esgotamento do crescimento econômico combinado a alguns ganhos de 
desenvolvimento devidos, em parte, às forças inerciais provenientes de transformações 
sociais ocorridas anteriormente. Esses ganhos, no entanto, foram contrarrestados por 
perdas igualmente significativas. Tratar-se-ia de ‘um processo de evolução incompleto, 
mutilado, que tende a tornar-se gradativamente exclusivo, acirrando o conflito distributivo’, 
e ‘ampliando as tensões sociais’ (SOUZA, 2005, p. 175).
Há de se lembrar que neste período a assistência não era direito social, ou seja, não era 
prevista constitucionalmente, ainda permanecia no campo do assistencialismo filantrópico, 
onde as ações eram previstas aos indigentes, desvalidos e os inaptos ao trabalho. As ações 
desenvolvidas pelas instituições eram na perspectiva de reverter este quadro. Visava-se a 
inserção destes indivíduos ao trabalho, ou seja, torná-los aptos.
Em meados da década de 1980 os movimentos sociais intensificaram as articulações em 
prol do processo da Constituinte. Nozabielli (2008) aborda que muitos setores da sociedade 
se mobilizaram em torno deste acontecimento, pois esta era a primeira Constituição após 
findar o regime militar. 
A assistência social foi uma das reivindicações destes movimentos sociais. Para aprofundar 
a discussão, professores, alunos e pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica de 
São Paulo - PUC-SP se mobilizaram para a elaboração da pesquisa que, posteriormente, 
originou o livro Assistência na Trajetória das Políticas Sociais Brasileiras: uma Questão de 
Análise. As autoras desencadearam o processo para o estabelecimento das “bases para 
fundamentar a assistência social como objeto de estudo acadêmico” (NOZABIELLI, 2008, 
p. 52).
Outra importante mobilização deste período pela assistência social foi a dos trabalhadores 
da Fundação Legião Brasileira de Assistência - FLBA em parceria com a PUC-SP, que 
culminou na realização do seminário nacional com o tema: As Políticas Sociais na Nova 
República: Transformação da Assistência Social no Brasil.
Nozabielli (2008) contribui contando que a Fundação Legião Brasileira de Assistência 
se uniu com a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP em 1987 para a 
realização de uma pesquisa sobre as efetivas ações no enfrentamento à pobreza brasileira. 
Todas as unidades da LBA participaram deste evento, e ainda contribuíram no debate sobre 
a assistência como direito. 
14
LEITURAOBRIGATÓRIA
Essa mobilização contribuiu para fortalecer o processo da Constituinte para a construção da 
assistência social como direito e política da seguridade social.
Em 5 de outubro de 1988 foi promulgada a Constituição Federal, que foi chamada pelo 
deputado e presidente da Assembleia Nacional Constituinte como Constituição Cidadã, 
devido à orientação desta para a construção de um regime democrático. Esta Constituição 
estabelecia importantes princípios para caminhar em direção da igualdade e justiça social.
E foi com este espírito que, pela primeira vez na história do Brasil, a assistência social passa 
ser um direito social e é reconhecida como política pública, sendo um direito do cidadão que 
dela necessitar e responsabilidade do Estado em criar as condições para sua efetivação. 
O reconhecimento da assistência social como direito do cidadão e como política pública 
foi um dos motivos que contribuiu para que a Constituição Federal de 1988 se constituísse 
como importante referência para a trajetória da proteção social brasileira. 
A assistência social como direito social foi consagrada no Artigo 6º da Constituição Federal, 
juntamente com outros tão importantes e necessários, como:
“São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o 
transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, 
a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição” (BRASIL, 2016, p. 18)
Outra importante inovação com o advento da Carta Magna foi o estabelecimento de um 
sistema de proteção social criado por meio da seguridade social, formada pelas políticas de 
Saúde, Previdência Social além da Assistência Social: 
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos 
Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à 
previdência e à assistência social. (BRASIL, 2016, p. 117)
O sistema de proteção, garantido pela Seguridade Social, assumiu duas vertentes. 
Uma mantinha o caráter contributivo, ou seja, o acesso ao direito estava condicionado à 
contrapartida a partir dos rendimentos do salário, que é a política de previdência social. As 
outras duas políticas, sendo a saúde e a assistência social, não exigiam a contribuição, 
são destinadas aos cidadãos de uma forma universal. A saúde a todos os brasileiros e a 
assistência para quem dela necessitar, conforme estabelece o Artigo 203 da Constituição 
Federal de 1988:
15
LEITURAOBRIGATÓRIA
‘Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de 
contribuição à seguridade social [...]”
A efetivação do Estado de Direito Democrático perpassa pela promoção dos direitos 
sociais e sua efetivação a partir da implantação e implementação das políticas sociais, 
pois esta estruturação contribui para a redução da exclusão social das pessoas e famílias 
historicamente excluídas do sistema de proteção social brasileiro, além disso, retira a 
assistência do campo da caridade e a destaca como política pública.A mesma Constituição direciona para a forma de gestão da política de assistência social, 
devendo os entes federados (União, Estados e Municípios) dividir a responsabilização da sua 
implantação de forma descentralizada e ainda criar as bases para propiciar a participação 
da população na gestão desta política: 
“Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com 
recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e 
organizadas com base nas seguintes diretrizes:
 I– descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais 
à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas 
estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social; 
II – participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação 
das políticas e no controle das ações em todos os níveis” (BRASIL, 2016, p. 122). 
Para possibilitar a efetiva participação da população nas políticas sociais, também ficaram 
definidos os espaços constitucionais de participação, sendo o plebiscito, iniciativa popular 
de lei, audiência pública, orçamento participativo, fóruns, conferências e conselhos.
Mesmo com todas essas dificuldades, a militância em torno da assistência social continuava, 
por isso, os artigos 203 e 204, que tratam exclusivamente acerca da Política de Assistência 
Social, conforme citados anteriormente, foram regulamentados pela Lei nº 8.742, de 7 de 
dezembro de 1943 – Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). 
A LOAS definiu a materialização da Política de Assistência Social em seus 42 artigos, 
detalhando como deve ser organizada a gestão descentralizada e democrática, dividindo 
a estrutura em fundos públicos para financiamento das ações; a formação dos conselhos 
municipais, do Distrito Federal, estaduais e nacional, compostos pelo poder público e 
sociedade civil, de forma paritária e com poder de deliberação das ações e planos.
16
LEITURAOBRIGATÓRIA
No entanto, para chegar até a aprovação da Lei Orgânica de Assistência Social muitas 
coisas aconteceram, foi necessária a mobilização dos atores sociais envolvidos nesta 
causa. Desde o processo e construção e aprovação da Constituição Federal de 1988 havia 
críticas por parte da classe dominante. Pois este segmento considerava desnecessária a 
participação do Estado no enfrentamento dos problemas sociais, especialmente no que 
se referia ao investimento para a implantação e implementação de serviços, programas, 
projetos e benefícios.
Esse movimento atrapalhou a regulamentação dos dispositivos constitucionais que tratavam 
da previdência, saúde e assistência social. Por isso, repercutiu no veto da primeira versão 
da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) em 1990. Foi necessária a mobilização das 
organizações de trabalhadores, professores, alunos, pesquisadores e militantes da área de 
políticas públicas para que fosse aprovada a proposta apresentada em 1993. 
A Construção do Sistema Único de Assistência Social – 
SUAS
A IV Conferência Nacional de Assistência Social, realizada na capital do país, em Brasília, 
em 2003, além de cumprir a função que compete a este espaço, a tarefa de avaliar a 
situação da política de assistência social, também aprovou a proposta da construção do 
Sistema Único de Assistência Social – SUAS.
Com a construção do SUAS foi necessária uma nova Política Nacional de Assistência 
Social para atender as orientações do Sistema, que foi aprovada em setembro de 2004 
pelo Conselho Nacional de Assistência Social. 
A nova política provocou um grande desafio. Romper com a concepção da ajuda e caridade 
e colocar no lugar a concepção do direito, para isso lançou novas visões acerca da realidade 
brasileira e de como deve ser a interpretação da proteção social:
• Uma visão social inovadora, dando continuidade ao inaugurado pela Constituição 
Federal de 1988 e pela Lei Orgânica da Assistência Social de 1993, pautada na dimensão 
ética de incluir ‘os invisíveis’, os transformados em casos individuais, enquanto de fato 
são parte de uma situação social coletiva; as diferenças e os diferentes, as disparidades 
e as desigualdades.
• Uma visão social de proteção, o que supõe conhecer os riscos, as vulnerabilidades 
sociais a que estão sujeitos, bem como os recursos com que contam para enfrentar 
17
LEITURAOBRIGATÓRIA
tais situações com menos dano pessoal e social possível. Isto supõe conhecer os 
riscos e as possibilidades de enfrentá-los.
• Uma visão social capaz de captar as diferenças sociais, entendendo que as 
circunstâncias e os requisitos sociais circundantes do indivíduo e dele em sua família 
são determinantes para sua proteção e autonomia. Isto exige confrontar a leitura 
macrossocial com a leitura microssocial.
• Uma visão social capaz de entender que a população tem necessidades, mas também 
potencialidades ou capacidades que devem ser desenvolvidas. Assim, uma análise de 
situação não pode ser só das ausências, mas também das presenças, até mesmo 
como desejos em superar a situação atual.
• Uma visão social capaz de identificar forças e não fragilidades que as diversas 
situações de vida possuem. (BRASIL, 2005, p. 15)
As famílias e indivíduos passaram a ser vistos em contextos de diversidades e complexidades 
que, além de respeito, necessitavam também de estruturas da política de assistência social 
que atendessem a heterogeneidade e as demandas apresentadas a partir de serviços que 
assegurassem proteções sociais. 
Para isso que se construiu a Política Nacional de Assistência Social - PNAS, a Norma 
Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social em 2005, e mais tarde, em 
2012, readequou-a.
A PNAS de 2004 definiu que a proteção social deveria ser hierarquizada em dois níveis, 
sendo a Proteção Social Básica - PSB e Proteção Social Especial - PSE, sendo esta última 
dividida em média e alta complexidade.
Após sete anos de mobilização dos conselhos de assistência social, gestores, usuários e 
profissionais da área, o Sistema Único da Assistência Social foi assegurado legalmente 
com a sanção da Lei nº 12.435, de 2011, conhecida como a Lei do SUAS. 
Outro documento que compôs o arcabouço jurídico da política de assistência social foi 
a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais – Resolução do CNAS, de 2011, 
reimpressa em 2014 –, que define e padroniza os serviços da PSB e PSE em todo território 
nacional, e ainda define critérios de qualidade para os serviços. Os serviços socioassistenciais 
devem ser executados pelas entidades não governamentais quanto pelo poder público. 
18
LEITURAOBRIGATÓRIA
Sendo que alguns destes serviços devem ser executados exclusivamente pelo Estado.
A Proteção Social Básica define como objetivo evitar situações de risco através do 
desenvolvimento de potencialidades e aquisições, bem como visa ao fortalecimento dos 
vínculos familiares e comunitários. São serviços desse nível de proteção:
• Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF.
• Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos.
• Serviço de Proteção Social Básica no domicílio para pessoas com deficiência e 
idosas.
Esses serviços destinam-se a pessoas e famílias que se encontram em situação de 
desproteção social, como consequência da pobreza, privação (ausência de renda, precário 
ou nulo acesso aos serviços públicos, entre outros) e/ou vínculos afetivos fragilizados – 
sentimento de pertencimento social, discriminações de gênero, étnico, por idade ou por 
deficiências.
O PAIF é o principal serviço da Proteção Social Básica. Há de se esclarecer que anterior à lei 
do SUAS, o PAIF era um programa, por isso que inicia com a letra P, após a regulamentação 
do Sistema, em 2012, passou a ser Serviço, que é de execução continuada e financiado 
pela União e pelos municípios. Constitui o principal serviço da PSB e tem como finalidade 
a prevenção da ruptura dos vínculos familiares, a criação de condições e promoção deacesso e usufruto dos direitos dos cidadãos aos serviços públicos, e contribuir na qualidade 
de vida desses cidadãos. 
Esse serviço expressa a mudança no paradigma da concepção da assistência social. 
Anterior à Constituição Federal de 1988, as práticas da assistência, em sua maioria, eram 
executadas pelas entidades da sociedade civil e, com a proposta do SUAS, por meio do 
PAIF, o Estado deve anteceder aos acontecimentos que provocam a desproteção, por isso 
este serviço age na fragilização dos vínculos e dá apoio a partir da equipe de profissionais 
que atuam nos territórios do Centro de Referência de Assistência Social – CRAS.
O CRAS é um equipamento público, por isso é chamado de unidade estatal. É o local onde 
se desenvolvem os serviços da política de assistências social da proteção social básica, 
sendo principal o PAIF, no qual se ofertam serviços continuados às famílias e aos indivíduos 
que se encontram em situação de vulnerabilidade social. 
19
LEITURAOBRIGATÓRIA
O CRAS se efetivou como a primeira porta de entrada da política de assistência social, ou 
para acessar a proteção social.
Os Serviços da Proteção Social Especial são organizados para o atendimento especializado 
à população que se encontra com seus direitos ameaçados, ou já violados, por negligência 
das pessoas ou dos órgãos responsáveis. 
Esse nível de complexidade deve oferecer serviços de caráter especializado, que garantam 
condições dignas de vida quando ocorre a violação de direitos às famílias ou pessoas, 
em especial, crianças, adolescentes, jovens, idosos e pessoas que vivem com alguma 
deficiência, além de situações que expressam a exclusão social. 
Os serviços da Proteção Social Especial têm como público a ser atendido as pessoas em 
situação de rua, migrantes, famílias em situações decorrentes do abandono, maus tratos 
físicos e psíquicos, abuso sexual, uso abusivo de substâncias psicoativas, cumprimento 
de medidas socioeducativas, conflito com a lei, ou famílias com membros em situação de 
privação de liberdade, situação de trabalho infantil, entre outros. 
Diante dessas desproteções, faz-se necessária a interface com o Sistema de Garantia de 
Direitos, com os serviços socioassistenciais, com os serviços das políticas sociais e com as 
famílias em seus territórios (BRASIL, 2005).
São objetivos da Proteção Social Especial “[...] contribuir para a reconstrução de vínculos 
familiares e comunitários, o fortalecimento de potencialidades e aquisições e a proteção 
de famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações de risco pessoal e social, por 
violação de direitos” (BRASIL, 2011c, p. 17).
A Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, de 2009, define como serviços de 
Proteção Social Especial de Média Complexidade:
• Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI).
• Serviço Especializado em Abordagem Social.
• Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa 
de Liberdade Assistida (LA), e de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC).
• Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas 
Famílias.
20
• Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua.
Esses serviços são direcionados para as famílias e pessoas que estão em situação de 
risco social e que sofreram alguma violência ou violação de direito. Por isso devem estar 
estruturados para oferecer apoio, encaminhamentos, orientação e acompanhamento para o 
enfrentamento das situações que levaram a tais situações. As ofertas dos serviços devem 
partir do acesso e da inclusão de direitos, do resgate de vínculos e do fortalecimento das 
relações familiares, comunitárias e sociais.
Da relação de serviços da Média Complexidade, nem todos são necessariamente estatais. 
Dos cinco serviços, três devem ser estatais, sendo: Serviço Especializado para Pessoas em 
Situação de Rua; Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida 
Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA), e de Prestação de Serviços à Comunidade 
(PSC); e Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI).
Quanto aos serviços estatais, estes devem ter equipamento próprio. O Serviço Especializado 
para Pessoas em Situação de Rua é desenvolvido no Centro Especializado para Atendimento 
à População de Rua – Centro Pop, os demais, sendo o Serviço de Proteção Social a 
Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA), e 
de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC), e o Serviço de Proteção e Atendimento 
Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI) são desenvolvidos necessariamente no 
Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), conforme determinação 
da Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais. 
O CREAS também é um equipamento social público, como o CRAS é para a Proteção 
Social Básica, portanto deve ter estrutura física devidamente equipada e com funcionários 
públicos – de inteira responsabilidade do Estado. A instância responsável é o município, mas 
deve ter financiamento do Governo do Estado e do Governo Federal para sua construção 
e manutenção.
É nesse equipamento que acontece a execução dos serviços especializados de caráter 
continuado para famílias e indivíduos em situação de desproteção social por violência ou 
violação de direitos.
Já na Alta Complexidade da Proteção Social Especial os Serviços de acolhimento para 
crianças, adolescentes e adultos são de natureza pública e não governamental, que integram 
a política de assistência social. Devem ofertar acolhimento e proteção para aqueles que se 
encontram em medidas protetivas, afastados da família de origem ou devido à situação de 
LEITURAOBRIGATÓRIA
21
rua. 
A proteção social oferecida nestes serviços deve também se estender às famílias, ou 
seja, o cuidado é para as pessoas que estão acolhidas como também as suas famílias, na 
perspectiva de apoiá-las e prepará-las para o retorno daquele que está temporariamente 
afastado. 
A Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais define quais são os serviços da 
Proteção Social Especial de Alta Complexidade:
• Serviço de Acolhimento Institucional, nas seguintes modalidades:
o Abrigo institucional.
o Casa-Lar.
o Casa de Passagem.
o Residência Inclusiva.
• Serviço de Acolhimento em República.
• Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora.
• Serviço de Proteção em Situações de Calamidade Pública e de Emergências.
Sempre existiram, em nossa sociedade, famílias com dificuldades para cumprir as funções 
esperadas socialmente, como de proteção, afeto, socialização e cuidados de suas crianças, 
adolescentes e idosos. São vários os fatores que contribuíram para essas dificuldades, 
mas em especial, foi a ausência de serviços públicos que garantissem cuidados a essas 
famílias, na perspectiva de seu fortalecimento, através do acesso a direitos. 
Quando se constata que essas famílias não conseguem evitar as situações de desproteção, 
é necessário que o Estado ofereça proteção integral fora do espaço da família de origem.
O acolhimento de crianças, adolescentes e adultos em Serviço de Acolhimento Institucional 
ou Serviço de Família Acolhedora tem grandes responsabilidades, pois deve-se acompanhá-
los e atendê-los em todas as suas necessidades.
Além da implantação e implementação de serviços socioassistenciais, a Política de 
LEITURAOBRIGATÓRIA
22
Assistência Social também prevê a garantia de renda por meio de programas e benefícios. 
Esses programas e benefícios têm como principais objetivos a contribuição para a superação 
das desvantagens enfrentadas no dia a dia, o acesso aos serviços das diversas políticas 
sociais, com especial atenção dos serviços da Proteção Social Básica e Especial. 
Os programas que mais atendem aos usuários da política de assistência são o Programa 
Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada – BPC.
O Programa Bolsa Família – PBF se constitui em um benefício que transfere renda direto 
parao cidadão que se encontra em situação de pobreza e de miserabilidade em todas as 
cidades do Brasil, de forma que esse recurso e as demais ações do programa possam servir 
minimamente para o enfrentamento das condições de desproteção social. O programa, 
a partir do recurso de subsídio financeiro e do acompanhamento social, deve garantir o 
direito das famílias ao acesso à alimentação, à educação e à saúde, entendendo que são 
condições elementares para a superação das condições em que se encontram, ou seja, a 
pobreza e a extrema pobreza. 
Para o enfrentamento das situações de pobreza, o Programa se pauta em três frentes 
fundamentais, sendo:
• A transferência imediata da renda para as famílias, para o alívio da pobreza.
• Acesso ao exercício dos direitos fundamentais, especialmente nas áreas de saúde 
e educação, entendendo que são elas as principais para iniciar o rompimento do ciclo 
entre as gerações que as famílias passam com a pobreza.
• Implantação de novos programas complementares ao Programa Bolsa Família, para 
a superação da situação em que vivem.
Quanto ao Benefício de Prestação Continuada – BPC, foi incorporado à Constituição 
Federal de 1988, no Capítulo da Seguridade Social, Seção IV – Da Assistência Social, Art. 
203 – Inciso V: “garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de 
deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção 
ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei” (BRASIL, 2016, p. 117).
Na regulamentação desse artigo, ficou determinado que pessoas idosas com 65 anos ou 
mais e pessoas com deficiência sem condições para o trabalho e que comprovem ausência 
de renda ou renda per capita inferior a ¼ do salário mínimo têm direito de requerer o BPC. 
LEITURAOBRIGATÓRIA
23
Em 1995, definiu-se o Instituto Nacional de Seguro Social -INSS como responsável pela 
operacionalização do BPC. 
A criação e implantação do Benefício de Prestação Continuada no âmbito da Política de 
Assistência Social foi um dos mais importantes marcos da Seguridade Social brasileira. 
LEITURAOBRIGATÓRIA
24
Especial apresenta história da Assistência Social no Brasil
Em comemoração pelo Dia do Assistente Social, em 2010, foi lançado um documentário 
sobre a Construção da Assistência Social no Brasil. Destacando os cenários políticos, 
econômicos e sociais de cada momento histórico.
Sugerimos que assista ao vídeo antes de iniciar a leitura da unidade, assim, quando estiver 
interagindo com o conteúdo da disciplina, vai visualizar cenas do documentário.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=gq4YXI1pggg>. Acesso em: 26 set. 
2017.
Vulnerabilidades e Proteção Social - CRAS
O vídeo remete à necessidade de conhecimento das informações acerca do território para 
determinar o que é necessário implantar e/ou implementar pelo Centro de Referência de 
Assistência Social, desta forma cumprindo a função protetiva da política de assistência 
social. O conteúdo é apresentado pela professora Dra. Dirce Koga, que é estudiosa e 
militante desta política.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Xnr0cRdMiQg>. Acesso em: 26 set. 
2017.
Síntese da Tipificação de Serviços Socioassistenciais em vídeo CEGOV - CapacitaSUAS
O vídeo relata, sucintamente, o conteúdo da Tipificação Nacional dos Serviços 
Socioassistenciais. Sendo este um dos documentos que compõem o arcabouço legal da 
política de assistência social. Vale destacar que este documento apresenta os serviços que 
fazem parte do Sistema Único de Assistência Social – o SUAS, dividido em Proteção Social 
Básica e Proteção Social Especial.
LINKSIMPORTANTES
25
Sugerimos que assista ao vídeo assim que chegar no conteúdo sobre o SUAS.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=UmrNuVraEKU&t=79s>. Acesso em: 
26 set. 2017.
Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais
Para completar as informações sobre os serviços que compõem o SUAS por meio da 
Proteção Social Básica e Proteção Social Especial, sugerimos a leitura do documento na 
íntegra. 
Disponível em: <http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/
Normativas/tipificacao.pdf>. Acesso em: 26 set. 2017.
LINKSIMPORTANTES
26
Instruções: 
Agora chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você 
encontrará algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia 
cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo 
pedido. Bom estudo! 
AGORAÉASUAVEZ
Questão 1:
) A Constituição Federal de 1988 significou 
importante avanço para a proteção social 
brasileira, tanto que ficou conhecida como 
a Constituição Cidadã. Por que ela adquiriu 
essa denominação?
a) Pela superação ao período da ditadura 
militar.
b) Pela conquista do direito ao voto para 
mulheres e menores de 18 anos.
c) Pela consagração dos direitos sociais 
e da seguridade social.
d) Pelo perdão àqueles que cometeram 
violência no período da Ditadura Militar. 
Questão 2:
A partir da Constituição Federal de 1988, a 
assistência social inicia sua trajetória como 
política pública de direito do cidadão e de 
responsabilidade do Estado. Além da Car-
ta Magna, quais são os demais documen-
tos legais que marcaram sua caminhada 
nesses quase 30 anos?
a) ECA, SUAS e NOB.
b) LOAS, PNAS e SUAS.
c) C. F. de 1988, LOAS e SUS.
d) C.F. de 1988, ECA e LOAS.
27
AGORAÉASUAVEZ
Questão 5:
A partir da Constituição Federal de 1988, a 
Política da Assistência Social tornou-se uma 
política pública e parte do tripé da segurida-
de social. Em 2005 esta política inovou com 
a implantação do Sistema Único de Assis-
tência Social. Outro importante documento 
foi a Tipificação Nacional de Serviços Assis-
tenciais, de 2009. Neste documento define-
-se pela primeira vez um serviço para aten-
dimento à pessoa em situação de rua. Que 
serviço é este e onde é executado?
Questão 4:
A Constituição Federal de 1988 garantiu 
em seu art. 203, inciso V, bem como na Lei 
Orgânica de Assistência Social, em seu 
art. 20, o Benefício de Prestação Continu-
ada. Qual o público que tem direito a este 
benefício?
Questão 3:
Qual instituição de Assistência Social, no 
Brasil, criada em 1942, sendo responsável 
por concentrar as organizações privadas e 
conveniadas com o governo? 
a) Legião Brasileira de Boa Vontade – 
LBV.
b) Fundação Nacional do Menor.
c) Instituto Nacional de Seguridade 
Social.
d) Legião Brasileira de Assistência – LBA.
28
FINALIZANDO
A trajetória da assistência social foi construída a partir das bases da caridade e filantropia, 
que desconsiderava o seu público na condição de cidadão. Transformou o cidadão em 
incapaz, coitado, carente e necessitado da ajuda alheia, ou seja, da ajuda daqueles que 
eram abastados e tinham ‘bom coração’.
A responsabilidade ficou a cargo do setor privado, através das ações das instituições 
filantrópicas. As ações eram fundamentadas na perspectiva de que as pessoas eram os 
necessitados da ajuda material, acusados de produzir a situação em que viviam, ou seja, a 
situação de pobreza a que estavam expostos. 
A partir do desenvolvimento do capitalismo e a precarização da força de trabalho, ou seja, 
as péssimas condições em que viviam os trabalhadores, os poderes públicos passam a 
relacionar as expressões da questão social como de sua responsabilidade. 
No Brasil, a proteção social estatal aos trabalhadores só chegou a partir da década de 
1930, com o governo do presidente Getúlio Vargas. É a partir deste período que iniciou 
a estruturação das políticas sociais. Período também marcado pelo investimento no 
desenvolvimento industrial, ou seja, a implantação das condições para a consolidação do 
capitalismo brasileiro.
Entretanto, a proteção social inicia também de forma restritiva, já que teve como condição 
de acesso aos direitos sociais aqueles trabalhadores inseridos no mundo formal urbano. 
As pessoas que estavam excluídas do pleno emprego ficavam fora do acesso às políticas 
sociais, ou seja, estavam privadas da condição de cidadãos de direitos,já que não exerciam 
a obrigação moral e dever de trabalhar. Eram tratados como caso de polícia, já que eram 
considerados casos de vadiagem.
Esta realidade perdurou até a década de 1980, quando a sociedade exigia a redemocratização 
do país depois de 21 longos anos de ditadura militar. A discussão perpassou também pela 
ampliação dos direitos sociais a toda a população, não apenas os inseridos no mercado de 
29
trabalho. É neste contexto que se introduziu a discussão da assistência social como política 
social de direito a quem necessitar e de responsabilidade do Estado.
Desta forma, a Constituição Federal de 1988 introduziu a assistência social na condição de 
direito ao cidadão e dever constitucional do Estado e passou a agregar o tripé da seguridade 
social sem a exigência da contribuição previdenciária. 
Para a regulamentação dos direitos socioassistenciais conforme previstos nos artigos 203 
e 204 da Carta Magna, foi aprovada a Lei Orgânica da Assistência Social, a LOAS, que 
seguiu a construção do arcabouço da política de assistência social. Este processo, sem 
dúvidas, significou grande avanço rumo à cidadania. 
Seguindo a lógica da implantação e consolidação desta política, outro grande avanço foi a 
construção do Sistema Único de Assistência Social, deliberado na IV Conferência Nacional 
de Assistência Social em 2003.
O SUAS reafirmou os princípios e diretrizes da Constituição Federal de 1988 e da Lei 
Orgânica de Assistência Social de 1993, de que a política de assistência social é um direito 
social e sua execução tem que ser descentralizada e com a participação da sociedade. O 
sistema foi mais além, quando estabelece que a proteção social deve partir da necessidade 
dos seus usuários, assim define-se que deve ter estruturas para a implantação da Proteção 
Social Básica e Proteção Social Especial, onde cada qual tem seus serviços definidos na 
Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, aprovada pelo Conselho Nacional de 
Assistência Social em 2009.
FINALIZANDO
30
GLOSSÁRIO
Constituinte: Grupo de deputados e senadores eleitos com a responsabilidade de elaborar 
a Constituição.
Descentralização: Refere-se à divisão de poderes entre os três entes federados: União, 
Estado e Município.
Per capita: é uma expressão que indica “por cabeça”. Ela é mais utilizada no campo da 
estatística para indicar uma média por pessoa de uma família.
Conferência: Refere-se aqui como um evento da política de assistência social, formado por 
pessoas representando a sociedade civil e pessoas representando o Estado. Neste encontro 
serão avaliadas as ações desta política nos últimos dois anos e se proporá diretrizes.
Direitos Socioassistenciais: São todos os direitos de proteção social referentes à política 
de assistência social que são consagrados no arcabouço jurídico desta política. Totalizam 
10 direitos socioassistenciais, alguns deles são: direito de equidade rural-urbana na 
proteção social não contributiva, direito à renda, direito ao controle social e defesa dos 
direitos socioassistenciais e outros.
31
Questão 1
Resposta: Alternativa C.
Questão 2
Resposta: Alternativa B.
Questão 3
Resposta: Alternativa D.
Questão 4
Resposta: 
A pessoa portadora de deficiência e o idoso com 65 anos ou mais e que comprovem não 
possuir meios de prover a própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família. Ainda 
de acordo com essas leis, a pessoa portadora de deficiência é aquela incapacitada para a 
vida independente e para o trabalho
Questão 5
Resposta: 
O serviço destinado à pessoa em situação de rua é Serviço Especializado para Pessoas 
em Situação de Rua, sendo executado no Centro Pop.
GABARITO
32
REFERÊNCIAS
BEHRING, Elaine; BOSCHETTI, Ivanete. Política social: fundamentos e história. São 
Paulo: Cortez, 2006.
BOSCHETTI, Ivanete. Assistência Social no Brasil: um direito entre originalidade e con-
servadorismo. 2. ed. Brasília: UNB, 2003.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional 
de Assistência Social. Política Nacional de Assistência Social – PNAS/2004 e Norma 
Operacional Básica – NOB/SUAS. Brasília, 2005.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 2016. 
Disponível em: <https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/518231/CF88_Livro_
EC91_2016.pdf?sequence=1?concurso=CFS%202%202018> Acesso em: 20 set. 2017.
COUTO, Berenice Rojas. O Direito Social e a Assistência Social na Sociedade Brasi-
leira: uma equação possível? São Paulo: Cortez, 2004.
NOZABIELLI, S. R. Entre permanência e mudanças: a gestão municipal da política de 
Assistência Social na região de Sorocaba (SP). Tese (Doutorado) – Pontifícia Universida-
de Católica de São Paulo. São Paulo, 2008.
RIZOTTI, M. L. Implantação da política de Assistência Social e a constituição de su-
jeitos políticos na Região da AMEPAR-PR. 1999. Tese (Doutorado em Serviço Social) 
– Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, 1999.
SOUZA, M. D. Assistência Social em Londrina-PR no período 2001-2004: a construção 
de uma política pública. 2005. Dissertação (Mestrado em Serviço Social e Política Social) 
– Universidade Estadual de Londrina. Londrina, 2005.
SPOSATI, Aldaíza et al. A assistência na trajetória das políticas sociais brasileiras: 
uma questão em análise. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2007.
33
REFERÊNCIAS
YAZBEK, M. C. Estado, Políticas Sociais e Implementação do SUAS. In: BRASIL. SUAS: 
configurando os Eixos de Mudança. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à 
Fome; Instituto de Estudos Especiais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 
Brasília: MDS, 2008. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/as-
sistencia_social/Cadernos/SUAS_Vol1_%20Mudanca.pdf>. Acesso em: 28 set. 2017.

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