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21/08/2020 1 Adaptações Fisiológicas na Gestação Profa. Dra. Marcia Franco Zambelli Estruturas Ósseas Crista ilíaca Promotório sacral Acetábulo Sínfise púbica Tubérculo Púbico Abertura superior da pelve Articulação sacroilíaca Articulação Lombosacra Ramo isquiático Ramo Púbico Fossa Ilíaca Forame obturado Vista Anterior da Pelve 21/08/2020 2 Estruturas Ósseas Crista ilíaca Asa do Ílio Sínfise púbica Espinha isquiática Articulação sacroilíaca Articulação lombosacra Forame obturado Cóccix Crista sacral mediana Tuberosidade Isquiática Osso ísquio Espinha Isquiática Vista Posterior da Pelve Assoalho Pélvico 21/08/2020 3 21/08/2020 4 Ovulação liberação do folículo pelo ovário trompas uterinas fecundação (12 a 24 horas) nidação (5 a 6 dias). Nidação ocorre normalmente na parede uterina posterior/superior Placenta: órgão responsável pela nutrição do embrião/feto a partir da 6ª semana de gestação. Responsável pela respiração, excreção e circulação fetal. Duração da gravidez: 40 semanas ou 280 dias (10 meses lunares) DPP: + 7 ao 1o dia da última menstruação - 3 do mês - Atenção: Qdo a soma dos dias der maior que 30, despreza-se a dezena, considera apenas a unidade, e subtrai 2 do mês! - Ex: 26/06/2007 GRAVIDEZ 21/08/2020 5 SISTEMA ENDÓCRINO Gonadotrofina Coriônica Humana (HCG) - Prova para gravidez Efeitos: Sobrevivência do corpo lúteo SISTEMA ENDÓCRINO Progesterona - Importante na implantação da gravidez Efeitos: ↓ tônus da musculatura lisa ↓contratilidade uterina ↑ gordura e temperatura corporal desenvolvimento das células produtoras de leite estimula o centro respiratório 21/08/2020 6 SISTEMA ENDÓCRINO Estrogênio Efeitos: ↑retenção hídrica ↑flexibilidade das articulações crescimento do útero e ductos mamários vascularização da mucosa vaginal SISTEMA ENDÓCRINO Relaxina Efeitos: dispersão das fibras de colágeno → ↑ flexibilidade da sínfise púbica e articulação sacroilíaca inibição das contrações uterinas (relaxa o miométrio) 21/08/2020 7 SISTEMA ENDÓCRINO Lactogênio Placentário Humano (HPL) Efeitos: hiperglicemiante, principalmente na 2ª metade da gravidez SISTEMA ENDÓCRINO Prolactina Efeitos: Síntese de leite A partir da 20ª semana: pré-colostro em pequena quantidade 21/08/2020 8 SISTEMA ENDÓCRINO Ocitocina - Níveis ↑ com estimulação do mamilo e sucção - Seus receptores ↑ na gl. mamária na gravidez Efeitos: Contração uterina Ejeção do leite SISTEMA CARDIOVASCULAR ↑ FC (10 a 20 bpm) ↑ volume sistólico ↑ débito cardíaco (após a 32ª sem, tende a ↓) ↓ resistência vascular periférica ↓ PA sistólica; ↓ ↓ PA diastólica ↑ pressão venosa 21/08/2020 9 SISTEMA HEMATOLÓGICO Anemia fisiológica ou de diluição Anemia adquirida: por deficiência de ferro ↓ hematócrito (↑ volume plasmá co > eritrócitos) ↓ plaquetas no úl mo trimestre SISTEMA RESPIRATÓRIO Deslocamento superior do diafragma ↑ diâmetro AP e transverso do tórax ↓ volume residual ↑ consumo de O2 ↑ do volume corrente e da capacidade inspiratória ↑ volume‐minuto (ventilação pulmonar) Sensação de dispnéia Hiperemia e congestão do trato respiratório superior 21/08/2020 10 SISTEMA URINÁRIO Dilatação dos ureteres e pelves renais Maior estagnação de urina → infecção urinária Estiramento da área do trígono vesical → incompetência das válvulas uretrovesicais ↑ peso e tamanho dos rins ↑ do fluxo renal e da filtração glomerular Elevação progressiva da bexiga Polaciúria Predisposição à incontinência urinária SISTEMA GASTROINTESTINAL Náuseas e vômitos Azia (↓ tônus estômago; ↑ secreção gástrica) Amolecimento e hiperemia das gengivas Ptialismo (sialorréia, hipersalivação) Lentidão do esvaziamento gástrico e da motilidade intestinal Tendência à constipação intestinal Predisposição à hemorróidas 21/08/2020 11 SISTEMA GENITAL ↑ peso uterino (5 a 6 vezes) amenorréia espessamento da mucosa vaginal ↑ vascularização, elas cidade e amolecimento dos da vagina, vulva e assoalho pélvico SISTEMA TEGUMENTAR Pigmentação das aréolas, linha média do abdome (linha nigra), vulva e face ‐ “Cloasmas” Predisposição a estrias, secundárias a ganho de peso excessivo / predisposição genética. Predisposição a varizes, secundárias a ganho de peso excessivo, ↓ retorno venoso e predisposição genética. ↑ atividade gl. sudoríparas e sebáceas 21/08/2020 12 LINHA NIGRA MAMAS ↑ peso (500‐800g) e vascularização pigmentação da aréola e mamilo colostro a partir da 10ª semana e diferenciação das células alveolares em unidades secretoras 21/08/2020 13 REDE VENOSA DE HARLEY TUBÉRCULO DE MONTGOMERY 21/08/2020 14 GANHO PONDERAL Ganho Ponderal: 12,5 Kg • Feto: 3,5kg • Liq. amniótico, placenta: 2kg • Útero: 1 kg • Mamas: 500g • Liq.extravascular e sangue: 2,5 kg • Reservas maternas: 3kg ESTADO EMOCIONAL Oscilações de humor Sonolência Irritação Ansiedade 21/08/2020 15 SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO Tendências: deslocamento anterior do centro de gravidade hiperlordose lombar, hipercifose torácica e hiperlordose cervical protrusão dos ombros anteriorização da cabeça ↑ anteversão pélvica hiperextensão dos joelhos SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO Tendências: Sobrecarga de peso nos calcanhares Aplainamento do arco longitudinal medial Instabilidade pélvica Diastase dos reto‐abdominais: fisiológica até 3 cm Parestesia em MMSS 21/08/2020 16 ESTUDO DIRIGIDO 1. Descreva três funções da placenta. 2. Calcule a data provável do parto: a) Data da última menstruação (DUM) dia 17/04/2019. b) Data da última menstruação (DUM) dia 28/03/2019. 21/08/2020 17 ESTUDO DIRIGIDO 3. Sabe-se que os níveis de hormônios elevam-se durante o período gestacional. Cite pelo menos 2 efeitos de cada um dos hormônios citados abaixo nas gestantes. a) Progesterona. b) Estrógeno. c) Relaxina. d) Ocitocina ESTUDO DIRIGIDO 4) Qual deve ser o ganho ponderal das gestantes durante toda a gravidez? Explique como os fisioterapeutas podem auxiliar neste controle do ganho de peso. 21/08/2020 18 ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NA GESTAÇÃO Fisioterapia e Gestação ‐ Alívio de dores e desconfortos; ‐ Prevenir e tratar disfunções musculo‐ esqueléticas e uroginecológicas; ‐ Preparar para o parto; ‐ Atividade fisíca orientada. OBJETIVOS: 21/08/2020 19 ‐ Primeiro contato com a gestante; ‐ Importante para a definição e direcionamento da conduta fisioterapêutica. AVALIAÇÃO MODELO AVALIAÇÃO 21/08/2020 20 NOME: ________________________________________________________________ DATA DA AVALIAÇÃO: ____ / ____ / ________ ENDEREÇO: ________________________________ TEL.: _____________________ ESTADO CIVIL: Aspectos emocionais IDADE: Gravidez de risco? IDADE GESTACIONAL: __________________ PROFISSÃO: __________________ NOME DO MÉDICO PRÉ-NATALISTA: ____________________________________ DUM: _________________ DPP: ___________________ GPA: Causa/Multípara PA: ___________ FC: _____________ FR: ____________ PESO (Kg): _____________ QUEIXA PRINCIPAL: Fatores de risco? _________________________________ Ó Anamnese Baracho, 2007 ‐ Atividade / Participação ‐ Escala funcional específica da gestante Atividade\ Participação Data\pontuação ________________________ _____________________ Anamnese 21/08/2020 21 ESCALA VISUAL ANALÓGICA 0 ____________________________10 Anamnese AVALIAÇÃO POSTURAL EM ORTOSTATISMO VISTA ANTERIOR: _____________________________________________________ VISTA LATERAL: ______________________________________________________ VISTA POSTERIOR: ____________________________________________________ AVALIAÇÃO POSTURAL ASSENTADA: ___________________________________ MAMAS SIMETRIA: ____________________________________________________________ CONDIÇÃO MAMILAR:_________________________________________________ TIPO DE MAMILO:______________________________________________________ Exame Físico Baracho, 2007 21/08/2020 22 Diastase abdominal “A presença de uma diastase dos retos reduz potencialmente a capacidade dos músculos da parede abdominal contribuírem para sua função na estabilidade do tronco, no alinhamento pélvico, no apoio das vísceras pélvicas, na defecação, na micção e no 2º estágio do trabalho de parto” AVALIAR ALUNA! Strauhal M.J. Exercício terapêutico em obstetrícia. In: Hall C.M; Brody L.T. Exercício terapêutico na busca da função. Ed. Guanabara Koogan. 2001. 215‐34. (Baracho, 2007) Exame Físico Baracho, 2007 21/08/2020 23 ‐ Capacidade de contração dos músculos do Assoalho Pélvico? Toque? Exame Físico O treinamento dos MAP durante a gravidez é efetivo para reduzir a IU durante a gravidez e no pós‐ parto imediato. Nenhum efeito adverso do treinamento dos MAP foi relatado. Treinamento MAP - IU Bo, K e cols. 2014 21/08/2020 24 Treinamento MAP ‐ Ensinar à pcte sobre os MAP e funções do trato urinário inferior. ‐ Explicar a correta contração dos MAP. ‐ Deixá‐la praticar. ‐ Exercícios para casa, 8‐12 contrações máximas. 3X por dia. ‐ Pedir a ela que sugira quando e onde os exercícios devem ser feitos. Bo,K e cols. 2007 Treinamento MAP Quais gestantes devem fazer os exercícios para os MAP? 21/08/2020 25 Treinamento MAP AVALIAÇÃO Sistema Músculo‐Esquelético: Lombalgias Pubalgias Sacroileítes Síndrome do piriforme Síndrome do Túnel do Carpo Cervico‐dorsalgias 21/08/2020 26 Dor Posturas Viciosas Tensão Emocional Tensão Muscular Tratamento - Lombalgia Exame Físico – Específico Lombalgia • Diastase do músculo reto abdominal • Avaliação Postural 21/08/2020 27 Tratamento - Lombalgia ‐ Exercícios de alongamento das musculaturas encurtadas Tratamento - Lombalgia 21/08/2020 28 ‐ Exercícios de fortalecimento das musculaturas enfraquecidas Tratamento - Lombalgia Tratamento - Lombalgia ‐ Orientações posturais e de atividade de vida diária Como dormir Como se levantar 21/08/2020 29 Tratamento - Lombalgia Como calçar sapatos Atividade de trabalho Tratamento - Lombalgia Pegar objeto no chão 21/08/2020 30 Tratamento - Lombalgia Carregar sacolas Tratamento - Lombalgia Como se assentar na cadeira 21/08/2020 31 Tratamento - Lombalgia Pegar objetos no alto Atividade doméstica Tratamento - Lombalgia ‐ Exercícios de estabilização lombo‐pélvica 21/08/2020 32 Todas as mulheres sem contra-indicações deveriam ser encorajadas a participar de exercícios aeróbicos e de fortalecimento muscular na gravidez EXERCÍCIOS NA GRAVIDEZ Evita ganho excessivo de peso; ↓ desconfortos musculoesqueléticos; Mantém condicionamento físico; ↓ risco de pré-eclâmpsia e Diabetes gestacional Aumenta a auto-estima e ↓ stress, insônia e ansiedade Preparação para o parto Kramer & MacDonald, 2009; Penney 2008; ACSM, 2006; Joint SOGC/CSEP Clinical Practice Guideline, 2003 Quais são os benefícios? 21/08/2020 33 Relativas: Aborto espontâneo prévio Parto pré-termo prévio Desordens cardiovasculares ou respiratórias leves / moderadas Anemia (Hb<100g/L) Má nutrição ou desordens alimentares Gravidez gemelar após 28ª semana Outras condições médicas significativas (Society of Obstetricians and Gynaecologists of Canada / SOGC Clinical Practice Guideline, 2003) Quais são as contra-indicações? Absolutas: Ruptura de membranas Parto pré-termo Desordens hipertensivas da gravidez Incompetência cervical Crescimento fetal restrito Gestação múltipla (≥3) Placenta prévia após 28ª semana Sangramento persistente no 2º e 3º trimestres Diabetes tipo I incontrolado, desordem tireoideana ou outras desordens sérias cardiovasculares, respiratórias ou sistêmicas Infecção aguda (Society of Obstetricians and Gynaecologists of Canada / SOGC Clinical Practice Guideline, 2003) 21/08/2020 34 Riscos potenciais para o feto: Estímulo às contrações uterinas; Diminuição do fluxo sanguíneo uteroplacentário; Hipoglicemia fetal secundária ao aumento de consumo de glicose pelos músculos ativos; Hipertermia (Penney, 2008; Schlussel et al, 2008) Exercícios leves a moderados não são fator de risco, desde que não existam contra-indicações Quando e como iniciar um programa? Vantagens do 2º semestre: Fim/↓ da hiperemese gravídica e sonolência Limitações físicas do 3º trimestre ainda não se iniciaram Antes de iniciar, realizar avaliação dos riscos para a realização de exercícios (Society of Obstetricians and Gynaecologists of Canada / SOGC Clinical Practice Guideline, 2003) 21/08/2020 35 Disponível em: http://www.csep.ca/forms.asp (Society of Obstetricians and Gynaecologists of Canada / SOGC Clinical Practice Guideline, 2003) - Exercícios aeróbicos: deveriam ser feitos para manter condicionamento, sem tentativa de alcançar picos ou treinar para competições. Escolher atividades com baixo risco de perda de equilíbrio e trauma fetal, como: caminhada, bicicleta estacionária, natação, hidroginástica. Gestantes previamente sedentárias: iniciar com 15 minutos, 3x/semana, aumentando gradativamente para 30 minutos, 4x/semana. Incluir período de aquecimento e resfriamento. Quais os tipos de exercícios recomendados? Joint SOGC/CSEP Clinical Practice Guideline, 2003 21/08/2020 36 - Talk Test: se não for possível conversar durante a atividade, reduzir a intensidade - Escala de Percepção Subjetiva de Esforço de Borg Baracho, 2007; Joint SOGC/CSEP Clinical Practice Guideline, 2003 (MUITO, MUITO LEVE) (UM POUCO LEVE) (RAZOAVELMENTE LEVE) (UM POUCO INTENSO) (INTENSO) (MUITO INTENSO) (MUITO, MUITO INTENSO) Qual a intensidade adequada? Frequência Cardíaca Exemplo: gestante de 29 anos 220-29=191; 0,7 x 191 = 133 bpm 21/08/2020 37 - Exercícios de fortalecimento e alongamento muscular: Prescrever exercícios de acordo com a avaliação Evitar manobra de Valsalva (atenção aos ex. isométricos) Evitar posição supina por tempo prolongado, principalmente após 16ª semana de IG Evitar alongamentos passivos vigorosos Joint SOGC/CSEP Clinical Practice Guideline, 2003; http://www.csep.ca/forms.asp 21/08/2020 38 Preferir exercícios que oferecem estabilidade para a região lombar Realizar exercícios adequadamente alimentada e ingerir água antes e após os exercícios Evitar locais quentes, especialmente durante o 1º trimestre Vestimenta adequada (Baracho,2007; Harris, 2005Joint SOGC/CSEP Clinical Practice Guideline, 2003 ) Quais cuidados adicionais deveriam ser tomados? Interromper os exercícios e entrar em contato com médico nos casos de: - Falta excessiva de ar - Dor no peito - Pré síncope - Contrações uterinas dolorosas - Saída de líquido amniótico - Sangramento vaginal (Baracho,2007; Harris, 2005Joint SOGC/CSEP Clinical Practice Guideline, 2003 ) 21/08/2020 39 Tratamento – Pubalgia e sacroileíte ‐ Alongamento da musculatura encurtada ‐ Fortalecimento da musculatura enfraquecida Tratamento – Pubalgia e sacroileíte 21/08/2020 40 Tratamento – Pubalgia e sacroileíte Exame Físico – Síndrome do Piriforme • Avaliação Postural: observando principalmente a pelve (retro e anteroversão, simetria das proeminências ósseas) • Teste de flexibilidade Principalmente músculo piriforme • Teste de força muscular: principalmente de musculatura estabilizadora da pelve 21/08/2020 41 Exame Físico – Síndrome do Piriforme • Teste especial Teste de Lasegue • Palpação: trajeto do músculo piriforme Síndrome Pélvica cruzada (Janda e Jull apud Magee, 2002) Síndrome do Piriforme (Kapandji, 1990) Tratamento – Síndrome do Piriforme ‐Massagem: inibição de Trigger Points 21/08/2020 42 Tratamento – Síndrome do Piriforme ‐ Compressas frias ou mornas Tratamento – Síndrome do Piriforme ‐ Alongamentos ‐ Fortalecimento de musculatura estabilizadora da pelve21/08/2020 43 Exame Físico – Síndrome do Túnel do Carpo • Palpação: verificar edema • Testes especiais Teste de Tinel (pressão – percurssão) Teste de Compressão Carpal Teste de Phalen (60 seg.) Teste de Phalen Reverso (“prece”) Magee, 2002 Tratamento – Síndrome do Tunel do Carpo ‐ Bombeamento da região do túnel do carpo 21/08/2020 44 - Alongamento de retináculo - Alongamento de flexores e extensores do carpo Tratamento – Síndrome do Tunel do Carpo Tratamento – Síndrome do Tunel do Carpo ‐ Uso de órteses?? 21/08/2020 45 ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO TRABALHO DE PARTO O Parto É caracterizado pela presença de contrações uterinas de intensidade e freqüência crescentes, que produzem como resultado o apagamento e a dilatação progressivos da cérvix uterina e a descida da apresentação fetal. 21/08/2020 46 Características Principais do Trabalho de Parto 1) Cólicas abdominais: Característica indispensável do TP Início do TP: 2/10’/25” Freqüência, intensidade e duração crescentes Provocam dilatação cervical Corrêa, 2004 Nem sempre existe ou pode não ser percebida 3) Eliminação de líquido pelos genitais Pode ocorrer nas gestantes que não estão em TP 2) Eliminação do tampão mucoso 21/08/2020 47 Períodos do Trabalho de Parto Primeiro Período: Dilatação Inicia-se com as contrações e termina com 10cm de dilatação do colo uterino Parturiente pode adotar a postura que achar mais confortável, desde que não existam contra-indicações Monitoramento e registro das contrações uterinas, da dilatação cervical e das condições fetais e maternas Enteroclisma, tricotomia, amniotomia, ocitocina, anestesia Segundo Período: Expulsão Começa com dilatação total do colo e termina com expulsão do feto Quando necessário, uso de fórceps/vácuo-extrator e Episiotomia 21/08/2020 48 Posições de Parto Litotomia ou decúbito dorsal Decúbito Lateral Esquerdo Gaskin (4 apoios) Semi-sentada Sentada Cócoras Benefícios da Verticalização efeito positivo da gravidade redução do risco de compressão aorto-cava maior eficiência e força de contração uterina melhora do alinhamento do feto para passagem através da pelve aumento dos diâmetros pélvicos ântero-posterior e transverso nas posições de cócoras e ajoelhada maior conforto às parturientes assegura os intercâmbios materno-feto-placentários durante mais tempo, diminuindo o risco de sofrimento fetal Grupta & Hofmeyr, 2006; Golara et al, 2001; Humphrey et al, 1974 21/08/2020 49 Terceiro Período: Dequitação ou Secundamento Saída completa da placenta após expulsão fetal Manual ou espontânea Revisão do canal de parto; episiorrafia Quarto Período: Observação Estado geral, sangramento genital, involução uterina 21/08/2020 50 Parto Cesárea Indicações: Desproporção céfalo-pélvica Apresentação pélvica Placenta prévia Enfermidades maternas ou intercorrências gestacionais, como diabetes e síndromes hipertensivas Sofrimento fetal agudo ou crônico Objetivos: ↓ dores e desconfortos Auxiliar no posicionamento da parturiente Incentivar a participação ativa da parturiente durante o processo Fisioterapia no TP 21/08/2020 51 Posicionamento Ortostatismo: Contrações uterinas mais eficientes Deambulação: menor tempo de TP e menor uso de analgesia. deve ser encorajada se as membranas estiverem íntegras e se a apresentação estiver encaixada após o rompimento da membrana Posição sentada: Menor tempo médio na fase ativa do trabalho de parto Bola Suíça: Lúdica Melhora a percepção de tensão e relaxamento dos músculos do assoalho pélvico 21/08/2020 52 ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO PUERPÉRIO PUERPÉRIO Classificação: Puerpério Imediato: 1º ao 10º dia Puerpério Tardio: 11º ao 40º dia Puerpério Remoto: 41º ao 60º dia 21/08/2020 53 Útero: Involução uterina Lóquios: secreção vaginal pós-parto 1º ao 5º dia: sanguinolento 5º ao 10º dia: serossanguinolento 11º ao 21º dia: seroso Genitália externa: Hiperemia e edema (traumatismo local) Atrofia por carência estrogênica Episiotomia: relato de dor Hemorróidas (↑ Pabdominal no período expulsivo) ADAPTAÇÕES ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS DO PUERPÉRIO Mamas: Lactação 24 a 72 horas após o parto (↑prolactina) Parede abdominal: Torna-se flácida; sensação de “vazio” abdominal Diastase abdominal Aparelho Urinário: Hiperdistensão vesical e ↑ urina residual Pode surgir incontinência urinária 21/08/2020 54 Aparelho Cardiovascular: Perda sangüinea de 500 (parto normal) a l000 mL (cesariana) ↓FC ↑ Transitório do DC; tende a diminuir em 20% dos níveis gestacionais ↓ Pressão venosa nos MMII Aparelho Respiratório: Hipocinesia diafragmática por fadiga pós-parto vaginal ↓ Ventilação alveolar pós-cesariana Aparelho Digestório: ↓ Peristaltismo intestinal Peso: Perda de 5-6 Kg logo após o parto Diurese, sudorese, involução uterina e lóquios: perda adicional de 2-5 Kg Final do 6º mês de pós-parto: peso final, em média 1,4 Kg acima do peso pré-gestacional Alterações Psíquicas: Choros, labilidade emocional, alterações de humor 21/08/2020 55 ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO PUERPÉRIO IMEDIATO Avaliação: Coleta de dados no prontuário. Atendimento: após 6 horas (PN) e 8 horas (PC) Estabelecimento de contato com a puérpera Dados vitais Aparelho respiratório: - Padrão respiratório - Expansibilidade da caixa torácica Avaliação das mamas: - Aspecto: flácida, túrgida, estrias - Volume, simetria - Tipo de mamilo: protruso ou normal; plano; invertido - Expressão mamilar 21/08/2020 56 Avaliação abdominal: - Timpanismo abdominal - Involução uterina (fundo uterino=nível cicatriz umbilical) - Diastase abdominal Não realizar em pós-cesariana! Sistema Urinário e Assoalho Pélvico: - Diurese - História de incontinência urinária ou anal - Avaliação da habilidade de contração do assoalho pélvico Avaliação dos membros inferiores: - Sinais e sintomas de trombos - Edema 21/08/2020 57 Conduta: Reeducação da função respiratória Alívio de dores e/ou tensões musculares: − Estímulo ao aparelho circulatório − Estímulo ao peristaltismo intestinal − Estímulo à musculatura abdominal Reeducação do assoalho pélvico (propriocepção) Orientações quanto ao posicionamento e mudanças de decúbito Orientações quanto à postura nos cuidados com o bebê Orientações quanto à amamentação ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO PUERPÉRIO REMOTO Atendimentos realizados em ambulatório ou clínica 30-40 dias após o parto, por 2-3 meses Objetivos: Reeducação do assoalho pélvico Reeducação Postural - Preparação para o retorno às atividades habituais 21/08/2020 58 AMAMENTAÇÃO Banho de sol Não usar cremes ou óleos na região areolar Usar sutiã durante toda a gravidez Atividade educativa Colostro: obtido até 7 dias pós-parto (rico em imunoglobulina) Leite de transição: 7-15 dias pós-parto Leite maduro: a partir do 15º dia pós-parto. Composição: água, proteínas, lipídeos, carboidratos, minerais e vitaminas. O LEITE HUMANO 21/08/2020 59 BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO Mãe: Facilita o estabelecimento do vínculo afetivo Favorece a involução uterina Favorece o retorno do peso pré-gestacional Bebê: Protege contra infecções Diminui a probabilidade de desencadear processos alérgicos - “Pega” correta - Posicionamento adequado da mãe e do bebê - Uso do sutiã - Não passar cremes ou óleos na aréola e mamilo - Hidratação Orientações quanto à amamentação 21/08/2020 60 Sinais de pega correta: A boca do bebê está bem aberta O queixo do bebê toca o peito O lábio inferior do bebê está virado para fora O bebê suga, dá uma pausa e suga novamente – com sucções lentas e profundas A mãe pode ouvir o bebê deglutindo Se as mamas estiverem ingurgitadas, dificultando a pega e a sucção, orientar a mãe a fazer massagem iniciando na região areolar ecirculando toda a mama e ordenhar em seguida para aliviar a mama. Ministério da Saúde COMPLICAÇÕES FISSURAS Podem ocorrer por técnica inadequada Tratamento: correção da técnica, ordenha, banho de sol, evitar pomadas e evitar higiene excessiva 21/08/2020 61 INGURGITAMENTO Ocorre quando oferta é maior que demanda Sinais e sintomas: ↑ volume mamário; edema; tensão na região aréolo-mamilar; dificuldade de drenagem; endurecimento Tratamento: ordenha, compressa fria MASTITE Processo infeccioso agudo - Staphylococcus aureus Porta de entrada mais comum: mamilos fissurados Sinais e sintomas: Febre; dor; rubor; calor; mal-estar; calafrios; vômitos Tratamento: higienização, antibioticoterapia, analgésico, ordenha da mama, compressa fria.
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