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1 Adequação do meio bucal na odontopediatria atual Prof. Dr. Paulo Nelson Filho Adequação do meio bucal: é uma filosofia de tratamento que devemos ter em mente para atender qualquer paciente; é um conjunto de procedimentos que visa preparar a cavidade bucal para receber o tratamento definitivo, para que ele seja mais duradouro, controlando os fatores etiológicos da doença; Controle da cárie dental e da doença periodontal: não devemos fazer apenas as restaurações, devemos tratar o paciente como um todo (orientação, etc), para que não haja recidivas e o tratamento seja duradouro. Adequação do meio bucal: • Interrupção da cadeia de infecção • Instrução de higiene oral • Utilização de antimicrobianos • Orientação dietética • Escavação e selamento em massa das lesões cariosas • Fluorterapia • Avulsão de raízes residuais • Remoção de iatrogenias Cárie dental: não é uma doença previnível, é causada por microorganismos presentes em nossa boca naturalmente (cavitação), porém se consumirmos muito açúcar facilita. É controlável: dieta, saliva, tomar água. Para fazer a adequação, é necessário conhecer os agentes etiológicos: microbiota, hospedeiro, dieta, tempo disbiose causada pelo açúcar. ✓ Estreptococos do grupo mutans, sendo que as espécies mais envolvidas são os S. mutans e os S. sobrinus (capacidade de adesão no esmalte); apresentam capacidade de produzir polissacarídeos que grudam no esmalte, são acidogênicos (produzem ácidos e forma biofilme na superfície de esmalte) e acidúricos (sobrevive bem em ambiente ácido). ✓ Os lactobacilos não se aderem, precisam de uma cavidade para se aderir, são mais responsáveis pela progressão da doença. Risco x atividade de cárie: ver se é ativo/inativo em dentes já com atividade de cárie; se o paciente apresentar alto risco de cárie deve voltar com mais frequência ao consultório. Cavidade bucal do bebê: não apresenta superfície dura para grudar, mas existem microorganismos que colonizam mucosa. - 1ª ano de vida: anaeróbios e aeróbios (microbiota indígena) – streptococus salivarius. Não há a existência de mutans. - é necessário limpar a cavidade bucal para ele se acostumar com a manipulação da mesma e também para o processo de dessensibilizarão. - não é necessário utilizar nenhuma substância antimicrobiana. - não precisa limpar demais, pois o leite apresenta imunoglobulinas - como efetuar: fundo do saco do vestíbulo, utilizar uma frauda, não utilizar água oxigenada, e sim agua filtrada, fervida, destilada, soro fisiológico. Reflexos primitivos x odontopediatria: os bebes nascem com eles, depois do 4 mês desaparecem e cedem lugar para reflexos mais elaborados. São testados para ver se o bebe não apresenta nenhum problema de desenvolvimento ou neurológico - reflexos de preensão palmar e plantar: bebe precisa tentar agarrar - reflexo de sucção - reflexo de moro: bebe precisa chorar - reflexo de babkin: apertar as duas palmas da mão do bebe ao mesmo tempo e ele deve abrir a boca Erupção do 1ª dente: oferece superfície para adesão de biofilme, e se tiver uma dieta inadequada (sacarose), forma- se um biofilme acidogênico. Colonização da cavidade bucal por estreptococs do grupo mutans: 26 meses -> janela de infectividade 1ª consulta: antes dos 6 meses ou até mesmo gestante. Para adequar, é necessário prevenir ou retardar a contaminação. A colonização geralmente é feita pela mãe (saliva), por isso é necessário fazer uma orientação pré-natal (adequação do meio bucal para que haja menor chance de transmissão). - prevenção/controle: medidas preventivas aplicadas às mães e outros membros da família (não é bom beijar na boca por ex.) - Orientar as mães para: não provar alimentos com a mesma colher, antes de.. Quando irrompe um dente já é necessário introduzir a escovação, o uso do fio dental. 2 - limpeza da cavidade bucal de bebês com dentes irrompidos: dedeiras (se tiver muita dificuldade de passar da gaze para a escova); assim que for possível entrar com a escova (cerda arredondada com tamanho compatível com a cavidade bucal do bebe), para controle mecânico do biofilme dental. Usar dentifrício com flúor (entre 1000 e 1500 ppm de flúor e xilitol), no tamanho de grão (para evitar risco de fluorose). - Escovação – técnica: a imitação é a melhor forma de educação. Até 2-3anos e a palavra é ouvida, entendida e até falada, mas está longe de ser compreendida. Nesta idade é educada principalmente por imitação. Seleção da escova e dentifrício: motivação. Existem também medidas preventivas para detecção do biofilme, melhorando a motivação. A periocidade de troca de escovas é de a cada 3 ou 4 meses e a cada 2 meses, em bebês. As escovas dentais devem ser desinfectadas após a utilização? Sim - por quanto tempo os microorganismos permanecem vivos: por até 2 dias (deve-se usar, fazer desinfecção e ai sim guardar no armário) -> spray com antimicrobiano (fácil, econômico, baixo custo). Exemplo: gluconato de clorexidina a 0,12% Protocolo de desinfecção: lavar as mãos; escovação; lavar em água corrente; remoção do excesso de água; borrifar antimicrobiano Controle bioquímico do biofilme: utilização de antimicrobianos (pacientes com alto risco e alta atividade de cárie) - clorexidina: atividade antimicrobiana (amplo espectro de ação –> gram + ou – anaeróbios ou aeróbicos, não há seleção de mutante resistente – “parou de usar, todos os níveis voltam”); mecanismo de ação (é altamente catiônica, ocorrendo uma atração eletrostática com a bactéria que é negativa, alterando a permeabilidade da parede, penetra, precipita o citoplasma e a bactéria morre); substantividade (se liga a película adquirida, hidroxiapatita e mucosa. A medida que sua concentração cai na boca, ela vai sendo liberada por volta de 12 a 24 horas -> efeito prolongado, residual); efeitos colaterais (se usadas por mais de 14 dias ela pode pigmentar o dorso da língua e restaurações de marrom, perda de sensibilidade gustativa, pode aumentar a propensão do paciente a ter cálculo, por ser altamente positiva). Paciente de alto risco/alta atividade de cárie: tratamento de choque 4 sessões de: profilaxia com pedra-pomes e água ou jato de bicarbonato; bochecho de 10 ml de gluconato de clorexidina a 0,12% (para menores de 6 anos, se tiver engolindo muito, fazer embrocação, pegar gaze, molhar e passar na boca); aplicação tópica de flúor (mousse, gel ou verniz fluoretado) • Se for feito cirurgia, fazer primeiro tratamento de choque; nos demais procedimentos pode ser feito no início ou no final do tratamento Medida clínica necessária para a redução da contaminação microbiana: bochecho pré-operatório (digluconato de clorexidina a 0,12%). Orientação dietética: fazer restrição da frequência de ingestão de açúcar (muitos períodos de desmineralização e poucos de remineralização), se a frequência for menor, o organismo terá tempo para recuperar o ph perdido. -Ph crítico para desmineralização do dente: hidroxiapatita (5,5); fluorapatita (4,5) -Ideal: frequência de ingestão de açucares fermentáveis menor que 5 vezes ao dia. Não é necessário fazer abstinência total. Fazer restrição ou substituição em alguns casos. Escavação e selamento em massa; curetar lesões de cárie abertas e colocar material provisório -> redução da microbiota bucal cariogênica. Reduz a quantidade de s. mutans por 30 dias na boca (reduz quantidade de microbiota cariogênica) – paralisa progressão da lesão, depois volta e restaura. -Apenas em cavidades rasas e médias – sem anestesia -Se for profunda deve-se coloca-la em primeiro no plano de tratamento (com anestesia e isolamento) -Com cureta tira todo o tecido amolecido, lava a cavidade com clorexidina 1 ou 2 %, colocar pasta de hidróxido decálcio p.a. (colocar pó na placa de vidro e espatular com soro fisiológico, colocar apenas na parede de fundo), espatular hidróxido de zinco e eugenol bem duro e restaura a cavidade -Selamento em massa com cimento de ionômero de vidro: convencional – vidrion Inconveniente: cinérese e embebição (ionômero perde as propriedades por conta da água misturada com P.A., deve-se colocar cimento a base de hidróxido de cálcio antes) Fluorterapia: o efeito tópico é mais importante que o sistêmico (transforma a hidroxiapatita em fluorapatita, mas se comer algo que deixe o ph a 3 não adianta. O tópico forma uma capa de fluoreto de cálcio no dente que serve de mecanismo local às quedas de ph -> após as profilaxias deve- se sempre passar flúor para criar essa capa. Aplicações tópicas de flúor: vernizes mousses e géis. - neutro: concentração de fluoreto de sódio a 2% - acidulado: 1,23% Doença periodontal em crianças 3 Prof. Kranya Características de normalidade dos tecidos periodontais: aspecto de casca de laranja, sem sangramento, consistência firme, bem aderida. Há uma singularidade na fase da dentição decídua/mista, gerando falsos-positivos. Características de normalidade em crianças: ✓ Gengiva mais avermelhada ✓ Gengiva mais protuberante (principalmente na região cervical) ✓ Pontilhado pouco evidente ✓ Consistência menos firme (menos fibroso) ✓ Contornos irregulares ✓ Sulcos profundos Características dos tecidos periodontais em crianças: ✓ Maior suprimento sanguíneo e linfático ✓ Epitélio paraqueratinizado mais fino ✓ Fibras periodontais menos densas ✓ Ligamento periodontal mais largo ✓ Menor grau de mineralização dos tecidos ✓ Cemento mais fino e menos denso ✓ Espaços medulares mais largos ✓ Menos trabeculado ósseo Características da gengiva inserida: Largura: < menor que no adulto, < em dentes recém irrompidos, mudanças durante a erupção, aumenta com a idade em ambas dentições Características da gengiva Alterações periodontais fisiológicas na fase de dentição mista: Gengiva: coloração mais avermelhada, aspecto liso e brilhante, consistência menos firme. Processo alveolar: o posicionamento dentário determina a espessura (grau de desenvolvimento do dente, se ele está bem alinhado no arco). Sulco gengival: até 1 mm na dentição decídua e 1,5 a 2mm na dentição permanente. ✓ Na região anterior o sulco é mais profundo, pode ser maior, porém com a mesma severidade. Processo de erupção Região anterior -> > 5mm Região posterior -> > 2mm Problemas periodontais em crianças e adolescentes: mais comumente ocorre a gengivite; pode ocorrer perda óssea, recessão gengival, perda de contorno da gengiva ✓ Mudanças estruturais e funcionais dos tecidos ✓ Desenvolvimento do sistema imunológico e endócrino ✓ Estabelecimento e amadurecimento da microbiota bucal Etiologia da DP: biofilme dental (p. gingivalis, b. forsythus, A. a); em crianças > de 2 anos a probabilidade da existência dessas bactérias é maior ✓ Fatores retentivos de biofilme: aparelho ortodôntico, desalinhamento dos dentes ✓ Fatores modificadores o Locais (fumo) o Sistêmicos (diabetes, fatores hormonais) Puberdade – alterações fisiológicas: resposta inflamatória pronunciada; aumento do fluxo sanguíneo; alteração da morfologia gengival; alteração da coloração gengival; sangramento espontâneo; aumento do fluido do sulco Doença gengival induzida por biofilme dental - Sinais clínicos: alteração na cor; contorno; consistência - < grau de severidade que no adulto - Sem perda de inserção periodontal - Sem perda de osso alveolar - Maior grau de severidade: eritema, edema, sangramento; destruição progressiva de fibras. Doença gengival não induzida por biofilme dental – infecções virais, fúngicas, idiopáticas ✓ Gengivo estomatite herpética (muito doloroso) ✓ Herpes simples recorrente ✓ Estomatite aftosa recorrente ✓ Candidíase Periodontite agressiva - dentição decídua e mista • Localizada: ausência de gengivite; sangramento à sondagem; perda óssea nos 1ª molares decíduos. • Generalizada: gengivite severa; perda óssea generalizada. Periodontite agressiva – dentição permanente jovem 4 • Localizada: gengivite leve; perda óssea nos 1ª molares permanente e incisivos permanentes. • Generalizada: gengivite severa; perda óssea > 4mm/ + de 8 dentes. Anomalias de desenvolvimento ou adquiridas: problemas mucogengivais; alterações no freio. Métodos de avaliação periodontal: - Clínico: • Visual: sinais de inflamação; contornos anormais; problemas mucogengivais; IHO • Sondagem: presença de bolsa; sangramento gengival - Radiográfico: largura do espaço do ligamento; distância entre JCE e COA; integridade da lâmina dura. Terapêuticas periodontais em crianças e adolescentes: controle mecânico do biofilme dental; raspagem e alisamento radicular; uso de antimicrobianos; uso de antibióticos; cirurgia periodontal; controle periódico Controle mecânico do biofilme dental: motivação do paciente em respeito à higiene bucal (escovação, uso de fio dental; enxaguatórios) Remoção profissional do biofilme dental Jato de bicarbonato de sódio: cautela!! Raspagem e alisamento radicular: remoção do biofilme subgengival; remoção do cálculo subgengival; reduzir inflamação gengival; promover a cicatrização Doença gengival não induzida por biofilme dental – gengivo estomatite herpética • Etiologia: vírus herpes simples – tipo I • Opções de tratamento: anestésico local + hidróxido de Al ou Mg; antimicrobiano; terapia sistêmica antiviral; suplemento nutricional; antipirético Terapêutica periodontal em crianças e adolescentes Cirurgia periodontal: promover a regeneração do tecido periodontal; corrigir os problemas mucogengivais, reduzir a profundidade das bolsas; remover tecido inflamado; promover cicatrização; modelar a gengiva Controle periódico: fatores de risco; severidade da doença; motivação do paciente; habilidade no controle do biofilme dental Anestesiologia em odontopediatria Prof. Raquel Preparo psicológico: ✓ Anamnese detalhada -> características particulares do paciente -> plano de tratamento ✓ Experiências anteriores com a anestesia: experiência prévia ruim é pior do que uma que não teve nenhuma experiência ✓ Manejo do paciente: conquistar a confiança; desviar a atenção; manuseio discreto da carpule; antecipação dos movimentos reflexos da cabeça e do corpo o luva para carpule – redução da ansiedade pelo medo da agulha; limitação: não dá pra ver a quantidade de anestésico, o quanto foi introduzido da agulha o cobertura para seringa: sem limitações o cobrir a agulha com rolete de algodão o distração no tratamento odontológico: televisão, óculos 3D Importante informar sobre a sensação pós anestesia!! Anestesia local convencional: Considerações farmacológicas: quando ocorre a condução de impulsos nervosos, após um estímulo, ocorre entrada de sódio, e despolarizações transitórias que conduzem o estímulo. Os anestésicos locais penetram no axônio, se ligam aos receptores dos canais de Na+, bloqueiam temporariamente a condução dos impulsos nervosos, causando perda ou diminuição da sensibilidade dolorosa. Composição química: porção hidrofílica (acondionamento do anestétiso e injeção nos tecidos) + porção intermediária (união das porções hidro e lipo e classificação) + porção lipofílica (difusão na célula nervosa e absorção sistêmica) Grupo éster: soluções menos estáveis; pouca penetração tecidual; grandes reações alérgicas; pouco utilizado em odontologia (restrita a benzocaína para uso tópico) Grupo amida: maior estabilidade, menor reação alérgica, maior penetração tecidual ✓ lidocaína 2% ✓ mepivacaína 2% ✓ prilocaína ✓ articaína 4% ✓ bupivacaína2% importante: utilizar vasoconstritor!! (aumenta a concentração local do anestésico, dissemina menos sistemicamente, efeito vasoconstritor, diminui chance de hemorragia, reduz tempo de ação do anestésico, necessita de menor quantidade de anestésico). Não utilizamos em caso Podem ser usados com segurança Não pode ser 1ª escolha em caso de crianças 5 de alguma condição sistêmica grave do paciente. Para crianças, gestantes e idosos, o vasoconstritor de escolha é a epinefrina (adrenalina), por ser mais eficaz e mais seguro, sendo que a melhor opção é a concentração 1:100.000. Anestésicos locais – fatores de escolha: possibilidade de dor pós-operatória; possibilidade de automutilação pós- operatória; tempo necessário de controle da dor (duração do procedimento); necessidade de hemostasia; contraindicação absoluta: condição sistêmica do paciente. Técnicas anestésicas: tópica, infiltração, regional ptérigo- mandibular; bloqueio do nervo bucal; bloqueio do nervo mentoniano; bloqueio do nervo nasopalatino; bloqueio do nervo palatino maior; interseptal ou interpapilar; intraligamentar Em todos os casos deverá ser executada a anestesia tópica!! Deve-se realizar secagem da mucosa com sugador e rolete de algodão ✓ antissepsia – chx 0,12% -> aplicar por no mínimo 3 minutos. É indispensável fazer sucção concomitante e secar mucosa. ✓ EMLA (prilocaína 2,5% + lidocaína 2,5%) Em odontopediatria: utilizar agulhas curta ou extra-curta. Anestesia infiltrativa – indicações: dentes decíduos e permanentes; dentes superiores; dentes anteriores inferiores; molares decíduos inferiores; bastante efetiva em crianças; importante: altura do ápice dental!! Anestesia regional pterigomandibular: procedimentos mais invasivos – todos os dentes inferiores; tecido mucoso da mandíbula; tecido ósseo; lábio inferior ✓ Crianças em idade mais precoce não é efetiva pelo próprio crescimento ósseo mandibular da criança ✓ 1ª molar permanente: indica que o crescimento ósseo está adequado para realização do bloqueio do nervo alveolar inferior ✓ Multiplicar a idade da criança pelo segundo número do dente. Se der < que 20, não adianta fazer bloqueio ✓ Indicações: cirurgia; endodontia; dentística. ✓ Técnica: altura do forame mandibular o 6 anos: abaixo do plano oclusal: inclinar a agulha 45º o 10 anos: altura do plano oclusal – agulha na altura do plano oclusal o + de 12 anos: semelhante ao adulto: localizar o trígono e subir 1 cm. Bloqueio do nervo mentoniano: entre os 2 molares decíduos; entre os 2 pré-molares. Bloqueio do nervo nasopalatino: indicado para tecido palatino dos dentes anteriores. Bloqueio do nervo palatino maior Anestesia intraligamentar: não é muito usada; dolorida; muita possibilidade de contaminação; duração limitada: cerca de 30 min. Toxicidade: história médica e desenvolvimento mental do paciente; duração do procedimento; necessidade de controle 6 de hemorragia; administração de outros métodos sedativos como óxido nitroso, agentes sedativos; conhecimento do agente anestésico. Para prevenir a toxicidade: avaliar condições do paciente; criança debilitada ou pré-medicada, reduzir a dose total máxima para 1/3; ter conhecimento dos anestésicos locais; manter dose total do anestésico abaixo da dose máxima; injetar a solução lentamente Complicações locais: mordedura acidental do lábio, língua ou bochecha; infecções; trismo; queimaduras com alimentos quentes; hematomas; dor; escaras; fratura da agulha; reações alérgicas; injeção intravascular; úlceras traumáticas Atualidade: sedação consciente com óxido nitroso e oxigênio – custo elevado, habilitação profissional, técnica segura; injetor computadorizado de anestésico (Morpheus). Diagnóstico e planejamento em odontopediatria Prof. Fabrício Quando deve ser a 1º consulta odontológica? Durante aproximadamente o 2º trimestre de gestação, já é válido a gestante procurar uma odontopediatra (saúde bucal -> formação adequada do feto, aprender importantes atos de saúde odontológica). Aos 6 meses, antes de ter dente, é importante que se inicie a odontologia na vida do bebê. Dessa forma, a família já deve estar preparada para certos hábitos odontológicos após erupção dos 1ºs dentes. Anamnese + exame clínico + exames complementares -> diagnóstico -> plano de tratamento (uma etapa depende da outra) – 1ºs consultas devem ser feitas com tempo e planejamento, sem perder nenhum detalhe. Autorização do responsável é obrigatória (menor incapaz!) Tipos de exame: de urgência (diante de uma situação de dor odontológica – traumatismos, lesões bucais, abcesso – deve-se realizar procedimentos que diminuam a dor; anamnese e exame clínica deve ser feita voltada para a situação de urgência, porém é importante para que o tratamento seja feito com mais segurança); de retorno (quando o paciente já atendido por você e será feito exame de retorno; anamnese voltada apenas para o período que ele ficou longe da clínica); completo (1º vez que houve contato com o paciente; anamnese deve ser completa, além disso, deve ser realizado todos os exames possíveis). Obs.: deixar de atender paciente que procure cuidados profissionais em caso de urgência, quando não há outro CD em condições de fazê-lo infringe o código de ética! Pode-se iniciar o atendimento sem o consentimento por escrito dos pais nesse caso. Exame completo: identificação -> anamnese -> exame clínico -> exames complementares -> plano de tratamento -> prognóstico (não deixar a criança de lado, algumas perguntas devem ser direcionadas à ela). Anamnese: envolve dados ou informações desde o período pré-natal, até o trans natal (pré parto e pós parto): - História médica (pré e trans natal; pós natal – revisão das funções orgânicas após o nascimento) - História dental - Hábitos (higiene bucal, alimentares, nocivos) - Comportamentos psicológicos (crianças, pais) -> determinar forma de manejo de comportamento. História médica pré e trans natal: enfermidades durante a gestação; uso de medicamentos nesse período; duração da gestação; tipo de parto; complicação no parto; aleitamento (seio, mamadeira ou misto); tempo e forma de aleitamento. Pós natal: condições que interferem com o tratamento odontológico (riscos); doenças sistêmicas com repercussões bucais; doenças infectocontagiosas (infecção cruzada); medicamentos utilizados e efeitos adversos; alergias *dúvidas: solicitar avaliação médica/exames complementares direcionados. História dental: queixa principal (deve ser direcionada para os pais e para a criança, para que seja determinadas as expectativas em relação ao tratamento odontológico, e devem fundamentar o mesmo); uso de anestesias, traumatismos, hábitos (sucção digital, de chupeta – recessões gengivais, mordida aberta – hábitos de amamentação, bulimia, anorexia); experiências anteriores no CD. Avaliação psicológica: ver se a família e a criança são colaboradoras ou não para decidir qual técnica de manejo de comportamento vai ser utilizada. Exame clínico geral: começa desde que você chama a criança na sala de espera (observar o comportamento da mesma); analisar o andar, a face, ver se ela está confiante. Fazer cálculo de IMC, para ver algum possível problema de saúde. Exame clínico extrabucal (anotar alguma alteração). • Exame clínico extrabucal: mobilidade mandibular; limitações de movimentos; desvios mandibulares; ruídos articulares; sintomatologia dolorosa (dores nos músculos de cabeça e pescoço – palpação com a pontas dos dedos com certa pressão) o Região do pescoço: palpação com as polpas dos dedos para diagnóstico de linfonodos 7 infartados (se forem moles e móveis – possível infecção na região de orofaringeativa). o Região nasal: condições anatômicas; obstrução das vias nasais; desvios do septo; padrão respiratório (observa se a criança tem respiração bucal – olheiras, mordida aberta, nasal ou mista) o Região externa dos lábios e comissura labial – herpes • Exame clínico intrabucal: de fora pra dentro da boca – primeiramente seio invertido, mucosas internas dos lábio, mucosa bucal, inserções do freio, ver se tem lesão ativa, freio labial superior (inserção alterada – diastema) – isquemia ao fazer aversão do lábio; quando a alteração não é tão danosa, fazer a cirurgia após a erupção dos caninos permanentes. Língua e região sublingual (observar lesões ou alterações anatômicas; alterações de freio lingual que pode causar alterações fonéticas, retrações gengivais nas regiões linguais dos incisivos inferiores); palato e orofaringe (observar regiões de palato duro e mole, região de orofaringe); região gengival (alterações da cor da mucosa e do padrão da erupção dental – gengivites localizadas em um dente só geralmente são causadas por hábitos) o Tecidos mineralizados: cor, forma, tamanho e número; biofilme e cálculo dental; lesões cariosas; restaurações; erosão/abrasão, atrição e fraturas; anomalias dentais; oclusão; mobilidade. ▪ Preencher avaliação de risco e atividade de cárie: determina muito do nosso plano de tratamento – história de cárie dental (principalmente mãe); frequência de consumo de carboidratos; frequência e horários de amamentação (noturna); higiene bucal; alterações anatômicas dentais; uso do flúor; alterações sistêmicas (doenças crônicas); condições socioeconômicas e culturais. Carie dental atualmente: “nichos” de prevalência; doença complexa multifatorial; desequilíbrio entre dente-biofilme, com interação dinâmica entre fatores determinantes e modificadores; medidas voltadas aos fatores de risco; não apenas ao reparo das lesões. Acomete classes sociais com maior dificuldade de informação. Deve-se prestar atenção nos fatores determinantes, sem esquecer dos fatores modificadores, tentando sempre alterar os mesmos. Hábitos alimentares: diário alimentar (ficha extra que a mãe leva para casa por 3 dias -1 semana para preencher tudo que a criança ingeriu de alimentos e medicamentos – observar prevalecia de > 3 carboidratos por dia além das refeições). Após orientações dietéticas, um novo diário pode ser solicitado. Deve-se avaliar fluxo salivar (>3 ml após 3 min – normal), usar medidores de ph da saliva (determinar ph estático da saliva naquele momento – entre 7,2 a 7,4 é normal). Exames complementares: exames por imagem; exames laboratoriais. Plano de tratamento: fase preparatória (orientada pela avaliação do risco e atividade de cárie), fase restauradora, fase de manutenção. Prioridades em odontopediatria: urgências; necessidade de condicionamento psicológico (de acordo com a idade e a necessidade disso de acordo com a criança); dentes permanentes x decíduos (mais inteligente programar ações nos dentes permanentes antes dos decíduos); tipos de procedimentos (cirurgia -> endo -> restaurações); mantenedores de espaço. Planejamento – pode ser dividido em 2 consultas: 1º consulta 2º consulta anamnese, preenchimento do prontuário Instruções de dieta/higiene Distribuição do diário alimentar Profilaxia e ATF (para exame) Solicitar kit de higiene bucal (próxima sessão) Avaliação de risco/atividade 8 Exame clínico Plano de tratamento Exame radiográfico (?) Exames complementares (?) Avaliação médica (ou outros) Plano de tratamento: ✓ Classificação do risco e atividade de cárie (baixo, médio ou alto risco) – determina a fase preparatória – orientações de dieta, higiene, selantes. ✓ Fase preparatória: adequação do meio bucal ✓ Fase restauradora (prioridades; cirurgia; periodontia; endodontia; restaurações – em quadrantes se for possível; próteses) ✓ Polimento de restaurações, reavaliação do risco e atividade de cárie (principalmente se o paciente era médio ou alto risco), alta parcial ✓ Fase de manutenção (periodicidade de retorno – alto risco a cada 3 meses). Rizólise e esfoliação de dentes decíduos Prof. Kranya Dentes decíduos: irrompem aos 6 meses de idade, aos 12 anos são trocados -> tempo de vida curto. Esses processos são necessários para ceder espaço para irrompimento dos dentes permanentes na cavidade bucal. - Esfoliação: fenômeno fisiológico no qual os dentes decíduos são gradativamente eliminados para cederem lugar à dentição permanente. - Rizólise: processo de reabsorção radicular fisiológico dos dentes decíduos, que se inicia após sua completa formação, resultando em redução do comprimento das raízes e perda das estruturas de suporte. Histórico: - Linderer, 1851: pressão do germe do dente permanente. - John Tomes, 1859: reabsorção clástica. - Charles Tomes, 1880: processo intermitente. - Kronfeld, 1932: Rizólise na ausência dos permanentes. Outros fatores para reabsorção: crescimento dos maxilares; ação dos músculos da mastigação; força oclusal. A reabsorção dental fisiológica (Rizólise) é composta por eventos coordenados (mecânicos, bioquímicos, genéticos, moleculares, morfológicos, celulares). Mecanismos das reabsorções: a patológica sempre vai ter um agente agressor (físico, mecânico), diferentemente da fisiológica em que o agente agressor é inexistente. - Reabsorção dental fisiológica: apresenta-se como um processo programado e silencioso, sem danos para o organismo, no qual se observa, o desaparecimento de cementoblastos, odontoblastos e fibroblastos nos dentes decíduos. • Espontânea: apoptose – gatilho biológico (morte celular programada) -> ativação dos clastos (age juntamente com os osteoblastos, cementoblastos, fibroblastos – unidades osteorremodeladoras – que atuam juntamente com os mediadores bioquímicos) A célula clástica necessita de células blásticas (sofrem apoptose) e de macrófagos para realizara reabsorção (fagocita os corpos apoptóticos) -> ocorrência da reabsorção dos tecidos mineralizados a partir da liberação de mediadores após a fagocitose que se ligam aos clastos. o Mediadores: IL-1 (estimula a diferenciação de clastos); EGF, TGF- B1 (inibem a atividade clástica); PGER (favorece a reabsorção); Bmp-H (participa da apoptose); PTH (induz reabsorção). • Induzida: folículo pericoronário (onde existem uma série de mediadores bioquímicos) Mecanismos moleculares da reabsorção: - Células blásticas -> RANKL – proteína - Células clásticas -> RANK (receptor) * A OPG intercepta essa ligação se ligando a RANK -> dificulta a ativação da célula clástica. Processo de rizólise - Fase inicial de reabsorção: dentina e cemento apresentam irregularidades; maior quantidade de fibroblastos, cementoblastos e odontoblastos; células prestes a iniciar a apoptose. - Fase ativa de reabsorção: clastos estão ativos; há um sinal característico (lacunas de Houship) -> crateras e estruturas irregulares; menor quantidade de blastos; neutrófilos; muitos vasos sanguíneos. - Fase de repouso ou reparo: tentativa de repor aquilo que está sendo alterado (alternância entre reabsorção e deposição) • Superfície de dentina não regular, recoberta por cementoblastos; poucos macrófagos; nenhum clasto ativo; deposição de cemento; tentativa de reorganização do LP; aumento de calcitonina no sangue (inibe os clastos) • Processo intermitente: fase ativa x fase de reparo Ligação: ativação das células clásticas 9 Progressão da rizólise: - época de início do processo: se inicia quando é completada a forção radicular do dente decíduo • Dentes anteriores unirradiculares: apical – lingual (geralmente de forma horizontal – bisel) • Dentes multirradiculares: região da furcaonde está localizado o germe do permanente (septo/inter- radicular) - Dependendo do estágio da rizólise, é exigida uma intervenção diferente (2/3 -> raiz completamente formada - > exodontia, caso o dente precisar de algum tratamento). • Inicial – ¼ - 1/3 – ½ - 2/3 – ¾ - completa reabsorção da raiz Cronologia e sequência de exfoliação dos dentes decíduos: ICI -> ICS -> ILI -> ILS -> CI -> 1ªMI -> 2ªMS -> CS -> 2ªM • Meninas mais precoce. Soalho da câmara pulpar (alterações morfológicas) - Limites estruturais causados pelo processo de reabsorção - > implicações clínicas -> atenção com limite apical (endodontia). Fatores locais que aceleram o processo de rizólise: cárie - > necrose pulpar; processo inflamatório pulpar crônico; trauma oclusal -> bruxismo (no entanto, em caso de bruxismo -> anquilose de dentes molares decíduos). Fatores sistêmicos que aceleram o processo de rizólise: - Hipofosfatasia (dentina, cemento, esmalte menos densos). - Querubismo (osso em forma de “bolha de sabão”). - Tumores benignos e malignos. Fatores locais que retardam o processo de rizólise: ausência do germe do dente permanente (mediadores presentes no folículo coronário); dente permanente sucessor incluso; fusão dos dentes decíduos; odontoma; anquilose. Fatores sistêmicos que retardam o processo de rizólise: displasia cleidocraniana; hipotireoidismo (aumento de calcitonina no sangue); hipopituitarismo. Reabsorção dental fisiológica -> complexa interação de diferentes mecanismos (apoptose; celulares; morfológicos; moleculares; genéticos; bioquímicos) Erupção dentária Prof. Alexandra A erupção dentária é um processo no qual o dente migra da sua posição intraóssea na maxila e mandíbula para sua posição funcional, envolvendo, portanto, outros tecidos e mecanismos fisiológicos além do simples irrompimento no tecido gengival. Fases do processo de erupção dental Fase pré-eruptiva: - Esta fase é intra-óssea e estende-se do rompimento do pedículo que une o germe dentário à lâmina dentária, durante a fase de campânula da odontogênese indo até a formação completa da coroa. - Para manter uma relação espacial constante com os maxilares em crescimento, os germes dentários se movimentam para oclusal (para compensar o aumento em altura) e para vestibular (para compensar o aumento em largura). Esses movimentos são chamados de movimento de corpo, ou seja, todo o germe movimenta-se por completo. - Outro movimento presente nesta fase é o movimento excêntrico, o qual significa que uma parte do germe dentário em desenvolvimento permanece estacionário, enquanto o restante continua a crescer, levando a uma mudança em seu centro. Fase eruptiva ou pré-funcional: - Esta fase é intra e extra-óssea, iniciando-se quando a coroa dental está completamente formada e terminando quando o dente atinge o plano oclusal. Nessa fase os dentes continuam se adaptando à sua posição dentro dos ossos maxilares em crescimento, e se movem, sendo que a principal direção de movimento é a oclusal ou axial. Ocorrem, ainda, movimentos de acomodação, com inclinações para vestibular, lingual/palatina, mesial e distal e movimentos de rotação. • Superfícies oclusais dos 1ª molares superiores -> voltados distalmente, girando quando tiver espaço. • Superfícies oclusais dos 1ª molares inferiores -> voltados mesialmente, ocupam posição vertical quando há espaço. - Ocorre formação das raízes, do LP e da junção dentogengival. A formação da raiz é iniciada pela proliferação da bainha radicular epitelial de Hertwig. À medida que as raízes se formam, o folículo dentário sofre importantes alterações, tais como deposição óssea sobre a parede da cripta, deposição de cemento sobre a superfície radicular e organização do LP. - A perda do tecido conjuntivo interposto entre o epitélio reduzido do órgão do esmalte que recobre a coroa do dente e o epitélio bucal suprajacente faz com que ambos os epitélios se proliferem e formem um obstáculo de células ao avanço do dente em erupção. As células centrais dessa massa se degeneram, formando um canal revestido por epitélio, o qual permita que o dente irrompa sem que ocorra hemorragia ou ulceração. - Inicialmente, o germe do dente permanente sucessor se desenvolve no interior da mesma cripta do germe de seu antecessor decíduo. À medida que o dente decíduo irrompe, o germe do dente permanente move-se para uma posição mais apical. * canal gubernacular: mantém uma continuidade temporária entre o germe do sucessor permanente e o tecido conjuntivo da lâmina própria da gengiva. Sua provável função é a de dirigir os dentes permanentes sucessores em seu trajeto eruptivo. Fase pós-eruptiva ou funcional: - Esta fase é totalmente extraóssea, e se inicia quando o dente entra em oclusão com o antagonista, terminando com a perda do elemento dental ou sua extração, ou com a morte 10 do indivíduo. Os movimentos dentários pós-eruptivos são responsáveis por manter a posição do dente irrompido, enquanto o maxilar continua a crescer, e compensar o desgaste oclusal e proximal, por meio da deposição de cemento. Teorias sobre os mecanismos de erupção dental Teoria do crescimento radicular: - Tem Cate (1978) -> discorda da teoria. Justifica a erupção dental devido ao alongamento das raízes. - No entanto: • Os caninos permanentes, para atingirem o plano oclusal, se movem a uma distância maior do que o comprimento de suas raízes completamente formadas. • O início da formação da raiz e o movimento eruptivo são sincrônicos. • Exigência de uma base fixa. Tal base não existe, pois a pressão sobre o osso resulta em sua reabsorção. • Dentes sem raízes irrompem. Obs.: o desenvolvimento da raiz deve ser considerado independente, mas coordenado com a erupção dental. Teoria de tração do ligamento periodontal: - Baseia-se em 2 possibilidades: força de tração devido a maturação do colágeno ou devido as propriedades contrácteis dos fibroblastos provocarem a erupção. - No entanto, dentes sem LP (displasia dentinária tipo I) irrompem. * a organização do LP não se inicia até que a erupção esteja em processo adiantado. Assim, esse mecanismo só poderia contribuir para a erupção em fases posteriores do processo e nunca no início do mesmo. Teoria do crescimento ósseo alveolar: - Supõe que a deposição e reabsorção seletivas do osso sejam responsáveis pela erupção dental. - No entanto, a reabsorção e deposição óssea ao redor das raízes dos dentes em movimento são resultado e não causa do movimento dentário axial. O crescimento do osso alveolar, o desenvolvimento dental e a erupção são interdependentes. Entretanto, apesar de haver deposição óssea abaixo da cripta dos dentes em erupção esta, por si só, é suficiente para fazer com que o dente irrompa. Teoria folicular: (mais atual e mais aceita) - O folículo dentário é capaz de induzir, orientar e coordenar a reabsorção óssea acima da coroa (reabsorção óssea coronária) e a aposição óssea abaixo da raiz em formação (aposição óssea apical) durante o processo de erupção dental, sendo o folículo dental o responsável pela regulação da fase intra-óssea da erupção dental. * manipulação cirúrgica em dentes de cães: • Remoção da coroa dental, deixando o folículo -> reabsorção óssea na direção do movimento e formação óssea na parte basal da cripta. • Remoção da coroa dental colocando uma réplica, deixando o folículo -> erupção da réplica. • Ablação cirúrgica de raízes, deixando o folículo -> erupção dental. • Remoção do folículo -> cessou a erupção. • Remoção apenas da porção superior do folículo dentário -> falha da erupção. Osso acima da coroa e o antecessor decíduo não foram reabsorvidos. • Remoção apenas da porção inferior do folículo dentário -> falha da erupção.Não houve deposição óssea apicalmente. Eventos celulares em dentes de cães: - Na fase eruptiva, 1 ou 2 semanas antes da erupção intra- óssea ativa ter início, ocorre um acúmulo de células mononucleares (monócitos) na porção coronária do folículo dentário. Essas células fusionam e diferenciam-se em osteoclastos, os quais reabsorvem osso para permitir a passagem da coroa. - O folículo dental alcança seu peso máximo quando se inicia o movimento dental intra-ósseo ativo. O colágeno aumenta em 250% e proteoglicanos 45%. Mais de 20 proteínas, a de maior peso molecular é uma sialoproteína denominada DF-95 (adjacente ao folículo – epitélio reduzido do esmalte). A fragmentação da DF-95 ao término da formação da coroa, em 3 novas proteínas é interpretada como o sinalizador bioquímico que indica o início da erupção dental ativa. - Proteases do órgão do esmalte são ativadas ocasionando a fragmentação da DF-95 e dar início à erupção através da liberação de metaloproteinases (colagenase e estromilisina) do folículo dental. - Os eventos metabólicos, iniciados no reticulo estrelado, são continuados e coordenados pelo folículo, por meio de uma cascata de mediadores bioquímicos. Foram identificados células, genes, fatores de transcrição de proteínas, fatores de crescimento e citocinas envolvidas com a regulação local do processo de erupção dental. A concentração e expressão máxima de algumas destas moléculas ocorre quando o influxo de monócitos no folículo também for máximo. Além da formação do caminho eruptivo (osteoclastos na cripta óssea), a deposição óssea na base da cripta é fundamental para o movimento do germe durante a erupção dental. Cronologia e sequência da erupção Dentes decíduos: - 6ª semana de vida intra-uterina: início da formação dos dentes decíduos, com a expansão da camada basal de células do epitélio bucal. - 4ª semana de vida intra-uterina: início da mineralização dos dentes decíduos. - 6ª mês de vida intra-uterina: aproximadamente todos os dentes decíduos tem sua mineralização iniciada. - Nascimento: 5/6 da coroa do IC, 2/3 do IL, cúspide de canino e molares já mineralizados. - 1 ano: a mineralização de todos os dentes decíduos está finalizada. - 1,5-3 anos: formação completa das raízes. * 6 a 8 meses de idade: incisivos centrais, seguidos pelos incisivos laterais, primeiros molares, caninos e segundos molares, sendo que, de maneira geral, os dentes inferiores antecedem os superiores. ICS 7 MESES ICI 6 MESES ILS 9 MESES ILI 7 MESES 11 CS 18 MESES (1,5 ANOS) CI 16 MESES (1,4 ANOS) 1ªMS 14 MESES (1,2 ANOS) 1ªMI 12 MESES 2ªMS 24 MESES (2 ANOS) 2ª MI 20 MESES (1,8 ANOS) ORDEM: ICI -> ICS/ILI -> ILS -> 1ªMI -> 1ªMS -> CI -> CS -> 2ªMI -> 2ªMS Dentes permanentes: - A calcificação dos dentes permanentes tem início ao nascimento da criança com as cúspides dos 1ª molares. Os incisivos iniciam sua mineralização durante o 1ª ano de vida, os pré-molares e 2ª molares durante o 2ª e 3ª ano de vida. As coroas dos dentes permanentes, exceto os 3ª molares, geralmente estão completas entre os 5 e 7 anos de idade. O desenvolvimento das raízes leva 6 a 7 anos, e os ápices radiculares fecham-se 3 a 4 anos após a erupção do dente. - O estágio eruptivo da dentição permanente estende-se dos 6 aos 12 anos em média, exceto os 3ª molares. O período médio entre a esfoliação dos dentes decíduos e a emergência de seus sucessores permanentes entre 0 dia e 4 a 5 meses. - A idade de erupção dos permanentes é mais variável que aquela dos dentes decíduos, sendo que a variação é mais baixa para os 1ª dentes a irromperem (incisivos e 1ª molares) e mais elevada para os últimos (caninos, pré-molares e segundos molares). ICS 7-8 ANOS 2ª PMS 10-12 ANOS ILS 8-9 ANOS 1ª MS 6-7 ANOS CS 11-12 ANOS 2ª MS 12-13 ANOS 1ª PMS 10–11 ANOS 3ªMS 17-25 ANOS ICI 6-7 ANOS 2ª PMI 11-12 ANOS ILI 7-8 ANOS 1ª MI 6-7 ANOS CI 9-10 ANOS 2ª MI 11-13 ANOS 1ª PMI 11-12 ANOS 3ª MI 17-21 ANOS ORDEM: - Maxila: 6 – 1 – 2 – 4 – 5 – 3 – 7 - Mandíbula: 6 – 1 – 2 – 3 – 4 – 5 - 7 * Dentes natais: presentes ao nascimento. - Dentes neonatais: até 30 dias depois do nascimento. - 90%: série normal; prevalência: 1:2000 a 1:3500. - Dentes + acometidos: ICI. - Aparência clínica: forma normal, cônicos, pequenos, descoloridos, hipoplásicos e com pouca raiz. - Padrão familiar (gene autossômico dominante), posição superficial do germe, atividade osteoclástica na área, infecção ou má nutrição, febre, hipovitaminoses, síndromes congênitas, deficiências nutricionais, distúrbios endócrinos. Fatores que podem influenciar a cronologia e sequência de erupção: - Fatores de ordem geral: raça, etnia, sexo, fatores hormonais, padrão familiar, condições socioeconômicas, estado nutricional, urbanização, prematuridade, doenças de origem sistêmica ou infecciosa, síndromes genéticas e problemas endócrinos. - Fatores de ordem local: ausência de espaço no arco, presença de sequelas de traumas, raízes residuais, anquilose do dente decíduo, perda prematura do dente decíduo, dentes supranumerários, odontoma, dentes duplos e cistos. * Retardam o processo de erupção do dente permanente: falta de espaço no arco, perda prematura do dente decíduo, raízes residuais, anquilose, retenção prolongada do decíduo, dentes supranumerários, dilaceração, odontoma, dentes duplos, cistos, fibrosamento da mucosa gengival. Erupção dos dentes decíduos e manifestações orgânicas: Manifestações orgânicas gerais: - Irritabilidade: inflamação do tecido gengival, o qual ocasiona dor e desconforto; deficiência de potássio (perda de saliva), provoca agitação, perturbação do sono e mal humor. - Perturbações gastrointestinais, diarreia: levar à boca dedos e objetos contaminados; inflamação local -> crianças irritáveis e febris, ocasionando mudanças no peristaltismo intestinal; situação de “stress”; mudanças alimentares durante a fase de erupção; contaminação do leite não materno. - Estado febril de 37ºC: Somente deve ser motivo de preocupação se a febre for alta e estiver associada a vômitos ou erupções cutâneas; vírus H -> movimentos eruptivos exacerbam o vírus, presente na crista alveolar; inflamação no sítio da erupção pode afetar a temperatura corpórea -> não há suporte científico. - Diminuição da resistência orgânica as infecções: erupções dentárias múltiplas -> estresse. - Alterações na pele: erupções periorais; aumento da salivação -> escoamento para a face -> pele delicada e sensível. - Perda do apetite: irritação do bebê durante o aleitamento * sucção -> compressão gengiva -> dor. - Aumento da secreção nasal: baixa resistência da criança nessa fase. - Vômitos, tosse, urina forte, coceira auditiva e dificuldade de movimentação: baixa prevalência. - Eritema da face. Manifestações orgânicas locais: - Inflamação da mucosa gengival: proteínas da matriz de esmalte (antígeno) são eliminadas ao redor do dente em erupção e determinam uma reação imunológica, com acúmulo de células mastócitas. A interação da imunoglobulina E (anticorpo encontrado na superfície de mastócitos) com o antígeno resulta na liberação de histamina, ocasionando uma reação de hipersensibilidade. - Edema/tumefações gengivais. - Prurido gengival: imunoglobulina E. - Sialorreia: ✓ intensa do 6ª ao 15ª mês de vida. ✓ Maior durante a erupção dos dentes anteriores. Sequência + favorável 12 ✓ Mudanças na qualidade da saliva, concomitantemente ao período de erupção dental, devido a maturação das glândulas salivares, aumentando a viscosidade da saliva e dificultando sua deglutição. ✓ Maior manipulação da cavidade bucal pela criança. ✓ Diagnóstico diferencial com estomatites e com hipertrofia das tonsilas e das adenoides. - Cisto de erupção:✓ Predileção pelo sexo masculino, sendo os dentes mais acometidos os ICI decíduos e os 1ªs molares permanentes. ✓ É uma das manifestações locais observadas durante a erupção dos dentes decíduos. ✓ É um edema azulado ou não, sobre o dente em erupção, e se deve à dilatação do espaço folicular ao redor de sua coroa. ✓ Existem finos traços de epitélio celular espinhoso não-queratinizado e algum grau de tecido conjuntivo fibroso. ✓ Não há necessidade de tratamento, pois o dente irrompe através do cisto. A intervenção cirúrgica só se faz necessária se o aumento de volume interferir na alimentação natural. ✓ Caso haja sintomatologia dolorosa pode ser aplicada solução anestésica tópica, analgésicos, oferecer objetos (alimentos rígidos). ▪ Como alterar a sintomatologia? Massagem gengival (digital/mordeduras); crioterapia (gelo/picolé de leite materno ou de suco de frutas); soluções, pomadas e géis anestésicos; medicamentos homeopáticos. Erupção dos dentes permanentes e manifestações orgânicas: Manifestações orgânicas locais: - Opérculo gengival: tecido mole permanece na porção distal dos molares permanentes. - Sequestros de erupção: fragmentos ósseos localizados sobre a superfície oclusal dos dentes, geralmente dos 1ª molares permanentes, durante a fase eruptiva pré-funcional. São removidos automaticamente durante o aparecimento do dente na cavidade bucal. Somente devem ser removidos quando romperem a mucosa gengival, provocando irritação. Selante de fossas e fissuras Prof. Cristina Odontologia cirúrgico-restauradora -> prevenção Controle da doença cárie: higiene; dieta; flúor. Morfologia das superfícies oclusais (8x mais susceptíveis) -> alta suscetibilidade das fossas e fissuras à cárie. A superfície oclusal pela morfologia complexa que apresenta favorece o acúmulo e a retenção do biofilme dentário aumentado e assim, a sua vulnerabilidade à instalação de lesões cariosas. Além disso, favorece a disponibilidade de substrato cariogênico e dificulta a higienização. Histórico: • Odontotomia profilática: remoção de fossas e fissuras não cariadas (preparo de cavidades e suas restaurações com amalgama). • Erradicação das fissuras: alargamento das mesmas com brocas esféricas, tornando-as não retentivas. Técnica do condicionamento ácido (buonocore, 1955) -> Bis- GMA (bowen, 1963) -> selante de fossas e fissuras. • Maneira fácil e rápida de se aumentar a retenção de materiais resinosos ao dente • Começou-se a pensar na possibilidade de aplicar estes materiais sobre o esmalte condicionado, selando fossas e fissuras, sem a necessidade de preparo cavitário. Selantes: são materiais resinosos ou ionoméricos que, quando aplicados na superfície oclusal do dente, atuam como barreira física, impedindo que microorganismos e seus substratos provindos do meio ambiente bucal entre em contato com os sulcos e fissuras, dificultando a formação de ácidos associados com o início do processo da lesão de cárie. Indicação: avaliar risco à cárie; passível de falhas; dentes recém-irrompidos. Quanto maior o risco de contaminação, menor o sucesso clínico. - Fossas e fissuras de molares e pré-molares hígidos recém irrompidos; - Pequenas hipoplasias; - Manchas brancas; - Sulcos profundos em superfícies lisas; Contra-indicações: crianças com baixa suscetibilidade à cárie (fazer controle clínico e radiográfico); crianças que apresentam lesões cariosas interproximais, cárie rampante e 13 lesões de cárie oclusais (está contra-indicada pois os mesmos requerem procedimentos restauradores). Obs.: dentes irrompidos a mais de 4 anos e livres de cáries (hoje não é mais uma contra-indicação, pois observa-se que mesmo após longos períodos de erupção do dente, este pode se tornar cariado, dependendo do desafio cariogênico a que ele é submetido). Tipos de selantes: - Polimerização: química, luz halógena. - Carga: vidro de bário; silicato de lítio e de alumínio. -> confere ao material uma maior resistência ao desgaste, porém uma menor fluidez -> menor retenção e maior microinfiltração marginal. - Cor: branco, rosa, opaco. - Composição: presença ou não de flúor. ✓ o Sucesso clínico: retenção, resistência ao desgaste, selamento adequado (impedindo microinfiltração -> controle da contaminação/umidade. Os princípios de adesão, ou união dos materiais resinosos ao esmalte dental, definem que a retenção do selante nas fossas e fissuras do esmalte dental depende das condições de isolamento do campo operatório, da profilaxia, da seleção da técnica, se invasiva ou não, da correta técnica de condicionamento ácido, do tipo e viscosidade do selante. o Efeitos do isolamento absoluto sobre a retenção do selante: a retenção dos selantes é sensivelmente reduzida quando a contaminação salivar acontece após o condicionamento do esmalte ou durante a aplicação do selante. o – 1 segundo de contaminação: película bloqueando microporosidades o o Importância da profilaxia: remove detritos no fundo das fissuras? (pedra pomes x jatos de bicarbonato) o – Auxilia na obtenção de uma perfeita união do selante ao esmalte. o – Técnica eficiente: realizada com taça de borracha ou escova de Robinson e paste de pedra-pomes e água. Após a profilaxia deve-se lavar abundantemente a superfície com a finalidade de remover quaisquer partículas de pedra-pomes das fissuras, seguida de secagem e exame visual. o Aplicação de ácido na superfície de esmalte: permite maior contato entre o material resinoso e a superfície condicionada, aumentando a retenção de materiais resinosos ao esmalte. o Tempo de aplicação do ácido: idade do paciente; esmalte x flúor; dentes decíduos; presença de biofilme e/ou contaminação. o – Redução do tempo de aplicação do ácido: 20 e 60” – valores de retenção semelhantes o – Realizar o condicionamento com ácido fosfórico a 37%, durante 30 segundos para decíduos e 15 a 20 segundos em permanentes. o Padrões de condicionamento do esmalte: o – Tipo 1: ácido afeta o centro dos prismas o – Tipo 2: ácido afeta a periferia dos prismas o – Tipo 3: centro e periferia dos prismas são afetados o Efeitos do condicionamento ácido: o – Esmalte: profundidade do esmalte afetado – 25 a 50 micrômetros (altera a superfície de esmalte, produzindo microporosidades, necessárias para o imbricamento mecânico entre o material resinoso e o esmalte dental, e quanto menor a concentração de ácido fosfórico, maior a profundidade do esmalte afetado). o – Dentina: aumenta o calibre dos canalículos. o – Suscetibilidade à cárie o Penetração do selante na superfície condicionada: depende das características morfológicas do esmalte; composição química do selante; viscosidade do selante; velocidade de polimerização do selante. o o Viabilidade dos microorganismos -> selante de fossas e fissuras o - Uma grande preocupação dos profissionais é com a progressão de lesões cariosas sob selantes de fossas e fissuras (não é viável) o – Se for aplicado o selante sobre uma lesão inicial de cárie, não há necessidade de preocupação, uma vez que o condicionamento ácido remove apenas 85 a 95% dos microorganismos viáveis da superfície oclusal, e os demais serão sepultados, ou seja, não sobreviverão pela ausência de nutrientes. o o Técnicas de aplicação: o – Seleção do dente; o – Anestesia interpapilar – EMLA o – Isolamento absoluto o – Profilaxia o – Tratamento da superfície do esmalte o – Aplicação do selante – Tentativa de retirar o selante Requisitos de um selante: união ao esmalte; aplicação clínica (5 min); bom escoamento; resistência ao desgaste; baixa solubilidade; polimerizável prontamente Cáries ativas x paralisadas Clinicamente: analisar o tipo de biofilme sobre a lesão:- Ativas: biofilme espesso e pegajoso; 14 - Inativas: ausência de biofilme ou a presença de biofilme calcificado; Selamento biológico: acúmulo de biofilme calcificado preenchendo o fundo das fissuras. Durabilidade e eficiência dos selantes na prevenção da cárie: Alta taxa de retenção dos selantes resinosos, mesmo quando esta retenção era diminuída com o passar do tempo levando à redução de cárie. Retenção de selantes em dentes decíduos: - Falhas mais frequentes: deslocamento total ou parcial; excesso de selante; desgaste; infiltração marginal; fratura de borda; presença de bolhas (porosidade). - A camada aprismática dos dentes decíduos tem sido responsável pela pequena efetividade do condicionamento nestes, uma vez que os cristais apresentem a mesma orientação e o ácido atua de maneira uniforme sobre o esmalte. Nos dentes permanentes, o ácido aruá ao nível do prisma, onde os cristais de apatita estão colocados em orientações diferentes, mas regularmente distribuídos -> provoca microporosidades. Selantes resinosos x selantes ionoméricos - Selantes ionoméricos: solubilidade; retenção menor; maior microinfiltração. Apesar disso, permanecem remanescentes nas fissuras que previnem e reduzem instalação de lesões de cárie, associados aos benefícios do flúor presente na sua composição. - Microinfiltração ✓ Selante resinoso: coeficiente de expansão térmica; contração de polimerização. ✓ Selante ionoméricos: desintegração; solubilidade. Microinfiltração marginal e profundidade de penetração de diferentes selantes: todos os materiais proporcionaram um excelente vedamento marginal. A resina Flow it e o Fluroshield penetraram mais efetivamente nas fossas e fissuras que o Fuji IX. Microinfiltração em selantes de fossas e fissuras: todos os selantes testados apresentaram microinfiltração similares entre si. Somente o selante prisma shield apresentou microinfiltração grau 2. Avaliação clínica da retenção de selantes de fossas e fissuras em pacientes institucionalizados: - Objetivo: avaliar clinicamente, num período de 5 anos, a retenção de selantes oclusais em paciente institucionalizados na APAE de batatais. - Resultados: taxas de retenções altas (dentes permanentes – 86% / dentes decíduos – 91%); maior número de reaplicações (dentes permanentes, delton) Novos conceitos na utilização de selantes de fossas e fissuras Efeitos dos sistemas adesivos sobre a resistência ao cisalhamento de selantes, em condições de contaminação salivar: avaliação “in vitro”: - Contaminação salivar do esmalte condicionado -> deslocamento de selantes; ocorre aumento da microinfiltração e redução na resistência ao cisalhamento ✓ Pode ocorrer por causa da saliva, sangue, umidade, materiais graxos ✓ Pode ocorrer após a profilaxia; durante o condicionamento; após o condicionamento; durante a aplicação do selante Película de glicoproteínas: bloqueio das microporosidades (reduz a retenção) Importância do IA no campo operatório Manutenção do campo operatório seco: - Pacientes especiais - Crianças muito jovens - Dentes recém-irrompidos Resistência ao cisalhamento - Associação de sistemas adesivos e selantes em condição de contaminação - Avaliar “in vitro” se a interposição de um sistema adesivo ou de seus componentes, entre o esmalte contaminado pela saliva e o selante, pode alterar a resistência ao cisalhamento do selante. - Conclusões: ✓ A interposição do adesivo One Step entre o esmalte condicionado e contaminado e o selante, determinou um aumento na resistência ao cisalhamento do selante, em todas as condições de tratamento. ✓ Os menores valores de resistência ao cisalhamento foram obtidos quando, em superfície contaminada e mantida úmida, o adesivo do SBMPP + selante e, apenas o selante foram aplicados. ✓ A utilização do primer do SBMPP nas condições de tratamento A (contaminar e secar) e B (contaminar, lavar e secar), mostrou os menores valores de resistência ao cisalhamento quando comparadas às condições C, D e E. ✓ Na ausência de contaminação salivar, a associação dos sistemas adesivos ao selante não aumentou a resistência ao cisalhamento do selante. Giomer – beautisealant: propriedade de liberar/recarregar flúor e outros íons. o o 15 o ✓ dddd ✓
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