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EQUIPARAÇÃO 
SALARIAL 
 1
SUMÁRIO 
 
1. CONCEITO........................................................................................................3 
1.1 Sujeitos da Equiparação Salarial..............................................................3 
1.2 Funções Idênticas .................................................................................3 
1.2.1 Nomenclatura de Cargos...............................................................4 
1.2.2 Jurisprudência...............................................................................4 
1.3 Mesmo empregador.................................................................................6 
1.3.1 Jurisprudência:..............................................................................6 
1.4 Mesma localidade....................................................................................7 
1.4.1 Jurisprudência.......................................................................................7 
1.5 Distinção de sexo, nacionalidade ou idade..............................................8 
 
2. IGUAL PRODUTIVIDADE, PERFEIÇÃO TÉCNICA, 
LAPSO TEMPORAL ...........................................................................................9 
2.1 Igual Produtividade .................................................................................9 
2.1.1 Jurisprudência...............................................................................9 
2.2 Perfeição técnica.......................................................................................10 
2.2.1 Jurisprudência...............................................................................10 
2.3 Lapso temporal.........................................................................................12 
2.3.1 Jurisprudência..............................................................................12 
 
3. QUADRO DE CARREIRA .............................................................................13 
3.1 Jurisprudência...........................................................................................13 
 
4. TRABALHADOR READAPTADO.................................................................14. 
4.1 Jurisprudência............................................................................................15 
 
5. REQUISITOS PARA A ISONOMIA SALARIAL.........................................15 
5.1 Jurisprudência............................................................................................16 
 
 2
6. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA ..................................................................17 
6.1 Ônus Probatório.........................................................................................17 
.6.1.1 Jurisprudência...............................................................................17 
 
BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autores: Mário Hessel 
Adriana J Ferreira 
 3
1. CONCEITO 
Adotando o princípio da isonomia salarial (ISONOMIA = Do grego isos = igual + 
nomos = norma. Princípio da igualdade de todos perante a lei.), o qual proíbe remuneração 
diferente para empregados que, dentro da mesma empresa, exerçam atividades idênticas, a 
CLT por intermédio de seu art. 461, assim dispôs: 
Sendo idêntica a função, a todo trabalho de 
igual valor, prestado ao mesmo 
empregador, na mesma localidade, 
corresponderá igual salário, sem distinção 
de sexo, nacionalidade ou idade. 
 
1.1 Sujeitos da Equiparação Salarial 
Equiparando: Denomina-se “equiparando” ou reclamante, o empregado que pleiteia 
obter a equiparação salarial. 
Paradigma: É o nome dado ao empregado com o qual se pretende buscar a identidade 
de funções para fins salariais. 
 
1.2 Funções Idênticas 
Sendo idênticas as funções, deverá o empregador pagar ao empregado o mesmo 
salário, para tanto é necessário que o equiparando e o paradigma exerçam as mesmas 
atividades, sendo irrelevante o nome dado ao cargo pelo empregador. 
 Não se deve confundir função com cargo, já que há empregados com o mesmo cargo 
e funções diferentes. Exemplo: os professores universitários e primários têm o mesmo 
cargo, mas a função (atribuição) é diferente. 
O que é cargo? 
È um conjunto de funções similares. 
 4
O que é função? 
É o conjunto de tarefas que se acumulam. 
 
1.2.1 Nomenclatura de Cargos 
A mesma nomenclatura dos cargos, nos leva a pressupor haver identidade de funções; 
porém, essa presunção é relativa, ou seja, para efeito de equiparação salarial compete ao 
empregado provar de forma inequívoca a identidade de funções, somada aos demais 
requisitos legais. 
 
1.2.2 Jurisprudência: 
EQUIPARAÇÃO SALARIAL - 
VENDEDORES SÊNIOR E JÚNIOR - 
FUNÇÕES DESIGUAIS - EQUIPARAÇÃO 
NEGADA. Requerida equiparação salarial 
com paradigmas que exerciam funções de 
vendedores "sênior", e comprovado o 
exercício, pelo reclamante, das funções de 
vendedor "júnior", indevida a equiparação 
salarial, porque inexistente identidade de 
funções.(TRT 15ª Reg., RO 011746/1997, 
Rel.Antonio Miguel Pereira). 
Equiparação salarial. Identidade de 
funções. Nomenclatura dos cargos gera 
presunção relativa da identidade de 
funções, como ordinariamente acontece 
(CLT, art. 769; CPC, art. 335). E, assim, 
cabia à reclamada o ônus da prova quanto 
aos fatos extintivos, modificativo e 
impeditivos alegados (CLT, art. 818; CPC, 
 5
art. 333, II; enunciado nº 68, do colendo 
TST). Ac. (unânime) TRT 1a Reg. 3a T (RO 
5821/92), Rel. Juiz Azulino Joaquim de 
Andrade Filho, DO/RJ 02/12/96, p. 72)”. 
 
EQUIPARAÇÃO SALARIAL - 
NOMENCLATURA DE CARGOS - 
INDEFERIMENTO - A nomenclatura do 
cargo por si só não justifica o deferimento 
da isonomia salarial. A identidade absoluta 
das tarefas executadas, ônus que incumbe 
ao trabalhador - art. 818, da CLT, é 
requisito essencial para o deferimento da 
isonomia salarial - art. 461, da CLT.(TRT 
15ª Reg., RO 025664/1998, Rel. Luiz 
Antonio Lazarim). 
Equiparação salarial. CLT, arts. 5º e 461. 
Não tem valor jurídico a avaliação 
subjetiva feita pelo empregador, ou por 
seus prepostos, com a finalidade de pagar 
salário maior a este ou a aquele 
empregado, atribuindo- lhe uma 
identificação do tipo "A", "B", "C", ou 
"Sênior", "Pleno", "Júnior", etc. Essas 
distinções só terão valor legal se estiverem 
relacionadas a empregados com tempo na 
função superior a dois anos, ou maior 
produtividade, ou maior perfeição técnica, 
ou em decorrência de quadro organizado 
em carreira. TRT, 2a Reg, 9a T (RO 
20020770370), Rel. Luiz Edgar Ferraz de 
Oliveira, 13/12/2002.” 
 
 6
1.3 Mesmo empregador 
O serviço devera ser prestado ao mesmo empregador. Naturalmente, não há o que se 
falar em igualdade salarial, quando a pretensão do empregado objetivar comparar-se a 
outros empregadores (empresas diferentes). Todavia, vale ressaltar que, em se tratando de 
um grupo econômico, há divergências doutrinárias nesse sentido. De um lado, há aqueles 
que entendem que não se pode falar de isonomia salarial quando o equiparando e o 
paradigma pertencerem à empresas diferentes (ainda que do mesmo grupo), isto porque, 
cada empresa tem suas características próprias, peculiaridades diferentes que 
impossibilitariam a equiparação salarial. 
De outro lado, consoante o disposto no art. 2º da CLT que, quando uma ou mais 
empresas constituírem grupo econômico, elas são solidárias entre si para efeitos 
trabalhistas, o que, nesta hipótese, não constituiria impedimento para a isonomia salarial 
. 
1.3.1 Jurisprudência: 
 
EQUIPARAÇÃO SALARIAL. DIFERENTES 
EMPREGADORES. IMPOSSIBILIDADE. 
Emboracumprisse às autoras a prova dos 
fatos constitutivos do direito pretendido, 
cuidou a reclamada (empresa prestadora de 
serviços) de demonstrar que as paradigmas 
eram empregadas da empresa tomadora. 
Quanto à única paradigma que era sua 
empregada, provou fatos impeditivos do 
direito, qual seja, diversidade de funções e 
tempo de função superior a dois anos. 
Ausentes os pressupostos previstos no § 1º 
do artigo 461 da CLT, seja pela diversidade 
de empregadoras, seja pelo tempo de 
 7
função superior a dois anos, seja pela 
diversidade de funções, indevida a 
equiparação salarial pretendida. (TRT, 15ª 
Reg., 5ª T, RO 026222, Relator:OLGA 
AIDA JOAQUIM GOMIERI, 13.03.2000). 
Equiparação salarial. Empregado de 
empresa prestadora de serviço e empregado 
de empresa cliente. Impossibilidade. Pela 
leitura dos arts. 5º e 461 da CLT, o 
empregador só está obrigado a equiparar o 
salário de seus empregados, não tendo 
obrigação de conceder aumento salarial 
diante da existência de outros empregados 
recebendo salário superior, na empresa 
cliente, pelo mesmo serviço.(TRT 2ª Reg., 
RO 02748/2003, Rel. Luiz Edgar Ferraz de 
Oliveira) 
 
1.4 Mesma localidade 
O serviço deve ser prestado na mesma localidade, sendo que 
localidade compreende o mesmo município, já que as condições locais podem influir no 
desnivelamento da remuneração. A jurisprudência conceitua como “mesma localidade”, o 
município ou os municípios que pertençam à mesma região metropolitana. 
 
1.4.1 Jurisprudência 
EQUIPARAÇÃO SALARIAL - LOCAL DE 
TRABALHO DIVERSO. Não há falar-se em 
equiparação salarial quando o reclamante 
e o paradigma apontado labutam em 
 8
cidades diversas, mesmo tratando-se as 
empresas do mesmo grupo econômico. 
Ausente um dos requisitos contidos no art. 
461, da CLT, qual seja, mesma localidade, 
descabe o pedido de diferença salarial. 
(TRT 15ª Reg, 5ª T., RO 024048/1997, Rel. 
Alberto da Costa Junior 
Em se tratando de identidade funcional, não 
pode a empresa argüir a prestação de 
serviço em localidade diversa para isentar-
se da equiparação salarial, se resta 
provado que, a nível nacional, ela paga o 
mesmo salário aos seus empregados Ac. 
(unânime) TRT 1a Reg. 8a T (RO 15758/94), 
Rel. Juiz João Mário de Medeiros, DO/RJ 
23/10/96, p. 118). 
 
1.5 Distinção de sexo, nacionalidade ou idade. 
Vedada a distinção de sexo, nacionalidade ou idade, consoante ao artigo 7º. da 
Constituição Federal de 1988. 
Art. 7o São direitos dos trabalhadores...XXX 
– proibição de diferença de salários, de 
exercício de funções e de critério de 
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou 
estado civil; XXXI – proibição de qualquer 
discriminação no tocante a salário e 
critérios de admissão do trabalhador 
portador de deficiência. 
. 
 9
2. IGUAL PRODUTIVIDADE, PERFEIÇÃO TÉCNICA, LAPSO TEMPORAL 
§ 1o Trabalho de igual valor, para os fins 
deste capítulo, será o que for feito com 
igual produtividade e com a mesma 
perfeição técnica, entre pessoas cuja 
diferença de tempo de serviço não for 
superior a dois anos. 
 
Aquele que reivindica a equiparação salarial deve realizar seu trabalho com uma 
produtividade e perfeição técnica análogas as do paradigma, sendo assim o trabalhador 
impontual e pouco assíduo não poderá provar que seu trabalho é tão produtivo quanto o 
daquele que se comporta de modo oposto. 
 
2.1 Igual Produtividade 
Ressalte-se que o legislador preferiu adotar o termo produtividade ao invés de 
produção. Isto porque a produção por si só, não traduz, necessariamente, a igualdade na 
produtividade, mas sim o resultado obtido. 
Em outras palavras, para avaliar a produtividade entre dois empregados, temos 
que considerar os recursos empregados numa determinada produção, bem como a 
produção média de um trabalhador normal. 
 
2.1.1 Jurisprudência: 
EQUIPARAÇÃO SALARIAL – 
PRODUTIVIDADE-CONCEITO. O 
requisito da mesma produtividade exigido 
no artigo 461, consolidado, atrai conceito 
diverso de produção. Aquele, sob o enfoque 
 10 
jurídico, só pode ser aferido tendo-se em 
conta a produção média de um trabalhador 
normal. Assim, irrelevante para a 
equiparação que o paradigma, 
eventualmente, por fugir à média, produza 
mais que o equiparando.(TRT, 15ª Reg., 2ª 
T., RO 003990/1995, Relator: JORGE 
LEHM MÜLLER). 
 
2.2 Perfeição técnica 
Não basta realizar suas tarefas nas mesmas quantidades que o paradigma, tem que 
haver identidade de perfeição técnica. Este é um aspecto que deve ser apreciado com 
bastante razoabilidade, pois, evidentemente, dois seres humanos que exerçam a mesma 
tarefa, poderão apresentar resultados semelhantes, porém não iguais, uma vez que a 
experiência, conhecimento, capacidade intelectual inerente a cada ser humano interferirão 
no processo produtivo. 
 
2.2.1 Jurisprudência 
Equiparação salarial. Requisitos. Restando 
demonstrado que o paradigma possuía 
melhor perfeição técnica e maior 
produtividade que o reclamante, bem como 
que este realizava apenas algumas das 
tarefas daquele, estão ausentes os requisitos 
exigidos pelo artigo 461 da CLT para a 
caracterização da equiparação salarial. 
(TRT 15ª Reg., 3ª T., RO 027617/2001, Rel. 
Domingos Spina). 
 11 
Equiparação salarial. Maior experiência. 
Maior experiência não é requisito que 
impede a equiparação salarial, porque o 
artigo 461 da CLT não faz distinção nesse 
sentido. Esse requisito deve ser 
demonstrado pela empresa como tendo 
influência na maior produtividade ou 
perfeição técnica por parte da paradigma, 
porém não o foi. TRT 2a Reg. 3a T (RO 
2003038466), Rel. Sérgio Pinto Martins, 
08/07/2003. 
 
Perfeição técnica em trabalhos intelectuais 
Embora seja de difícil aferição para efeito da isonomia salarial, os Tribunais têm 
proferido decisões favoráveis à equiparação salarial mesmo nos casos em que envolvam os 
trabalhos intelectuais. 
Equiparação salarial. Trabalho intelectual. 
Ainda que se ressinta de maior dificuldade 
probatória e analítica, é perfeitamente 
cabível a equiparação salarial entre dois 
empregados exercentes de cargo intelectual 
(inteligência do art. 7º, XXXII da CF/88 e 
Orientação Jurisprudencial nº 298 da SDI-1 
do C. TST). (TRT 2ª Reg., 10ª T., RO 
23170/2003, Rel. Lílian Gonçalves). 
 
 
 
 
 12 
2.3 Lapso temporal 
Outro fator pertinente é o lapso temporal, que não haja diferença do tempo de 
serviço entre o equiparado e o paradigma, na função, superior a dois anos. Se o tempo de 
serviço na função for superior a dois anos, impossibilitará a equiparação. 
É importante notar que o que acarreta a equiparação é o trabalho na mesma função 
não superior a dois anos, e não no emprego ou no cargo.. 
Neste caso, a jurisprudência entende que se trata de tempo de função não superior a 2 
anos, visto que a equiparação se faz entre empregados na mesma função. Igualmente, não 
há impedimentos para se pleitear a equiparação salarial pelo fato do paradigma ser mais 
novo no emprego que o reclamante. 
 
2.3.1 Jurisprudência 
Equiparação salarial. Identidade de 
funções. Para a caracterização da 
equiparação salarial prevista no artigo 461, 
da CLT, faz-se necessário que não haja 
entre o reclamante e o paradigma, 
diferença de tempo na função superior a 
dois anos. (TRT 15ª Reg., 3ª T., RO 
023014/2000., Rel. Domingos Spina). 
É desnecessário que, ao tempo da 
reclamação sobre equiparação salarial, 
reclamante e paradigma estejam a serviço 
do estabelecimento, desde que o pedido se 
relacione com situação pretérita (TST – 
Súmula 22). 
 
 
 13 
3. QUADRO DE CARREIRA 
�
§ 2o Os dispositivos deste artigo não 
prevalecerão quando o empregador tiver 
pessoal organizado em quadro de carreira,hipótese em que as promoções deverão 
obedecer aos critérios de antiguidade e 
merecimento. 
§ 3o No caso do parágrafo anterior, as 
promoções deverão ser feitas 
alternadamente por merecimento e por 
antiguidade, dentro de cada categoria 
profissional. 
 
Condição fundamental para se pleitear a ação de equiparação salarial, é estar ausente 
na empresa o quadro organizado de carreira. Para tanto este quadro de carreira deve 
obedecer ao critério de promoção por tempo de serviço e merecimento. 
Para evitar que o quadro exista pró-forma na empresa, a lei traçou metas exigindo sua 
homologação no Ministério do Trabalho, e fixou a competência da Justiça do Trabalho 
para apreciar reclamação dos trabalhadores que se sintam lesados na movimentação do 
quadro de carreira. Quem deve provar os merecimentos da equiparação é o trabalhador. Ao 
empregador cabe provar os requisitos negativos, ou seja, as exceções, como a de que há 
quadro de carreira, e que a diferença na função é superior a dois anos. 
 
3.1 Jurisprudência: 
Para se configurar a excludente prevista no 
§ 2o do art. 461 da CLT, mister não só a 
existência de quadro de carreira, como 
 14 
também sua homologação pelo órgão 
competente e a concessão de promoções 
através dos critérios alternativos de 
antiguidade e merecimento (TSS, RR 
163.093/95.9, Milton de Moura França, Ac. 
4a T). 
Homologação de quadro organizado em 
carreira por outros órgãos de Poder 
Público Federal ou Regional, que não o 
Ministério do Trabalho, pois os entes 
públicos têm a presunção legal da licitude 
de seus atos (TST, RR 127.862/94.1, Ac. 2a 
T. 5.127/96). 
 
4. TRABALHADOR READAPTADO 
 
§ 4o O trabalhador readaptado em nova 
função por motivo de deficiência física ou 
mental atestada pelo órgão competente da 
Previdência Social não servirá de 
paradigma para fins de equiparação 
salarial. 
 
O equiparado não poderá utilizar como paradigma os trabalhadores que forem 
remanejados em suas funções devido à deficiência física ou mental, desde que 
devidamente ratificada por órgão competente. 
 
 
 
 15 
4.1 Jurisprudência 
Equiparação salarial. A regra é a 
diversidade salarial em vista dos trabalhos 
desenvolvidos por cada empregado, pois 
cada ser é único, os momentos são diversos 
e as tarefas, em tese, também são 
desenvolvidas de acordo com as 
especialidades personalizadas de cada um. 
Entretanto, a legislação pretende a 
uniformização salarial, em seu art. 461 da 
CLT, buscando o ideal de Justiça no caso 
de pessoas que desenvolvem de fato e de 
direito idêntica função ou ainda trabalho de 
igual valor. A segunda situação aqui não se 
apresenta, pois o paradigma - Antonio 
Carlos - exercia a mesma função mas com 
um plus de tarefas, vez que desenvolvia 
atribuições também na área de Informática. 
Logo, não concorre a segunda situação 
como deveria, ou seja, trabalho de igual 
valor. Recurso ordinário da reclamada que 
se provê, no particular. (TRT 2ª Reg., 2ª T., 
RO 02716/2004, Rel. Rosa Maria Zuccaro). 
 
5. REQUISITOS PARA A ISONOMIA SALARIAL 
Os requisitos que autorizam a igualdade salarial são: a) serviços prestados para o 
mesmo empregador; b) mesma localidade; c) tempo de serviço não superior a 2 anos; d) 
igual produtividade; e) mesma perfeição técnica. Esses requisitos são concomitantes, ou 
seja, a ausência de um deles, impossibilita a equiparação salarial. 
 
 16 
5.1 Jurisprudência: 
EQUIPARAÇÃO SALARIAL. DIFERENTES 
EMPREGADORES. IMPOSSIBILIDADE. 
Embora cumprisse às autoras a prova dos 
fatos constitutivos do direito pretendido, 
cuidou a reclamada (empresa prestadora de 
serviços) de demonstrar que as paradigmas 
eram empregadas da empresa tomadora. 
Quanto à única paradigma que era sua 
empregada, provou fatos impeditivos do 
direito, qual seja, diversidade de funções e 
tempo de função superior a dois anos. 
Ausentes os pressupostos previstos no § 1º 
do artigo 461 da CLT, seja pela diversidade 
de empregadoras, seja pelo tempo de 
função superior a dois anos, seja pela 
diversidade de funções, indevida a 
equiparação salarial pretendida. (TRT, 15ª 
Reg., 5ª T, RO 026222, Relator:OLGA 
AIDA JOAQUIM GOMIERI, 13.03.2000). 
Equiparação salarial. Empregado de 
empresa prestadora de serviço e empregado 
de empresa cliente. Impossibilidade. Pela 
leitura dos arts. 5º e 461 da CLT, o 
empregador só está obrigado a equiparar o 
salário de seus empregados, não tendo 
obrigação de conceder aumento salarial 
diante da existência de outros empregados 
recebendo salário superior, na empresa 
cliente, pelo mesmo serviço.(TRT 2ª Reg., 
RO 02748/2003, Rel. Luiz Edgar Ferraz de 
Oliveira) 
 17 
6. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
A jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho ( TST) estabelece que é 
desnecessário que, ao tempo da reclamação sobre equiparação salarial, reclamante e 
paradigma estejam a serviço do estabelecimento, desde que o pedido se relacione com a 
situação pretérita 
Observamos neste caso, o período prescricional de cinco anos para os trabalhadores 
urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho. 
 
6.1 Ônus Probatório 
Compete ao empregado provar que preenchia os requisitos elencados no art. 461, 
concomitantemente. 
Por sua vez, compete ao empregador demonstrar fatos impeditivos, modificativos ou 
extintivos da equiparação salarial, sob pena de, não o fazendo, ver os direitos pleiteados 
pelo empregados reconhecidos pela Justiça do Trabalho. 
 
6.1.1 Jurisprudência: 
EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ÔNUS DA 
PROVA. O ônus de demonstrar presentes os 
requisitos indispensáveis para a 
equiparação salarial é do autor, que deve 
comprovar suas alegações, a teor do 
disposto nos artigos 818, da CLT, e 333, 
inciso I, do Código de Processo Civil, não 
se justificando que tal prova caiba à 
reclamada. (TRT 15ª Reg., 5ª T., RO 
 18 
027302/2000. Rel.Olga Ainda Joaquim 
Gomieri). 
É do empregador o ônus da prova do fato 
impeditivo, modificativo ou extintivo da 
equiparação salarial (TST – Súmula 68). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19 
BIBLIOGRAFIA 
Nascimento, Amauri Mascaro. Curso do Direito do Trabalho. São Paulo, Editora 
Saraiva, 16ª edição, 1999. 
Carrion, Valentim . Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. São Paulo, 
Editora Saraiva, 28º edição atualizada por Eduardo Carrion, 2003. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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