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Férias (1)

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Profª Catiane Melo 
DIREITO DO TRABALHO II 
Férias 
 
As férias correspondem a um período prolongado de descanso, tendo como 
natureza um direito não apenas trabalhista como social, pois visa o bem estar, 
a saúde e a vida do trabalhador. Prevista na Constituição Federal, as férias 
encontram-se dentre as garantias fundamentais dos direitos sociais, 
assegurada aos trabalhadores rurais e urbanos, com o percebimento de um 
acréscimo de um terço, vejamos: 
 
“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que 
visem à melhoria de sua condição social: XVII - gozo de férias anuais 
remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;” O 
texto de lei supracitado passou a constar, tão somente na versão da 
Constituição de 1988, sendo que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) já 
tratava do tema desde a sua primeira versão, vindo a prevalecer, até os dias de 
hoje, a redação introduzida em 1977 pelo Decreto-Lei n° 1.535. 
 
Assim, a legislação trabalhista, nos proporciona um Capítulo direcionado às 
férias, com seções voltadas para os temas de duração das férias, períodos 
aquisitivo e concessivo, férias coletivas, remuneração de férias, dentre outros. 
O trabalhador terá direito às férias quando completar 12 meses de trabalho na 
empresa. Esse período é chamado de período aquisitivo, ou seja, é o período 
que ele vai adquirir esse direito. 
Os 12 meses seguintes ao período aquisitivo é o chamado período 
concessivo. Nesse período, o patrão obrigatoriamente tem que conceder 
férias ao seu empregado. 
Decidido o período das férias, o que ocorre se o empregador não conceder as 
mesmas dentro do prazo ou as concede, mas efetua o pagamento fora do 
prazo determinado pela CLT? Quais seriam os direitos do trabalhador? Embora 
se trate de situações diferentes, os direitos do trabalhador que não gozou das 
férias ou daquele que usufruiu, porém recebeu o pagamento correspondente às 
férias fora do prazo, serão os mesmos, ou seja, ambos terão o direito de 
perceber as férias em dobro. 
Se o empregador não conceder neste período, ele vai ter que pagar em dobro. 
Isso é uma penalidade imposta ao empregador previsto na CLT, para que ele 
conceda o direito de seus empregados no período estabelecido pela lei 
trabalhista. 
O pagamento das férias, do adicional de 1/3 (um terço) constitucional e do 
abono pecuniário deverá ser feito até dois dias antes do início do período de 
férias. Neste momento, o empregado dará quitação do pagamento, em recibo, 
no qual deverão constar as datas de início e término do respectivo período. 
O empregador deverá computar como tempo de serviço para efeito de férias o 
prazo do aviso prévio trabalhado e do indenizado, conforme determina o artigo 
487, parágrafo 1º da CLT. 
 
A previsão de relevante questionamento refere-se ao poder de decidir o 
período das férias. Teria o trabalhador direito a escolher as datas em que 
solicitará as férias? Poderia o empregador vedar o período escolhido, ou ainda 
decidir pelo empregado? Pois bem, não restam dúvidas que a decisão quanto 
ao período das férias de um empregado partirá do empregador, isto porque, a 
CLT é expressa em apontar no artigo 136 que a época da concessão das férias 
será a que melhor consulte os interesses do empregador. No entanto, ainda 
que a decisão seja do empregador, recomenda-se o uso do bom senso nas 
relações de trabalho, a fim de que ambas as partes – empregado e 
empregador – escolham datas que não represente prejuízo ao empregador e 
que sejam boas para o empregado usufruir do descanso. Seguindo as 
possibilidades de decisão quanto as férias, observo que a CLT dispõe que os 
membros de uma mesma família, que laborem para o mesmo empregador, 
poderão usufruir das férias juntamente. Neste caso, se deve observar que o 
direito do empregador em conceder ou não tal façanha permanece, porém a 
sua justificativa fica vedade a um único requisito, se não resultar em prejuízo 
ao empregador. 
 
O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer 
coincidir suas férias com as férias escolares. 
 
O que mudou com a Reforma Trabalhista? 
1)Fracionamento das férias (art. 134, § 1º, CLT): 
- Em até 3 períodos; 
- Um dos períodos não pode ser inferior a 14 dias corridos e os demais não 
podem ser inferiores a 5 dias corridos; 
- Fracionamento depende de concordância do empregado. 
 
2) Férias para menores de 18 anos e maiores de 50 anos (revogação do § 2º 
do art. 134, CLT): 
- Fim da obrigação de concessão de férias em único período para menores de 
18 anos e maiores de 50 anos. 
-Férias podem ser fracionadas da mesma forma que os demais empregados 
 
3) Início das férias (art. 134, § 3º, CLT): 
 
- Proibição de início das férias no período de 2 (dois) dias que antecede feriado 
ou dia de repouso semanal remunerado. 
 
4) Férias no regime de tempo parcial (art. 58-A, § 6º e 7º): 
- Mesma duração de férias dos demais empregados (art. 130, CLT); 
- Possibilidade de conversão em abono pecuniário de férias também para os 
empregados em regime de tempo parcial.

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