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NOÇÕES DE DIREITO PENAL PARA CONCURSO DA POLÍCIA FEDERAL

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NOÇÕES DE DIREITO PENAL PARA CONCURSO DA POLÍCIA FEDERAL 
focada no cespe/unb 
 
NOÇÕES DE DIREITO PENAL PARA CONCURSO DE AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL 2012 
 
 
Autor: Professor Alison Rocha www.beabadoconcurso.com.br todos os direitos reservados 2 
 
DIREITO PENAL – POLÍCIA FEDERAL 2012 – FOCADO NO CESPE/UnB 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
UNIDADE 1 Aplicação da Lei Penal 
 
1.1 Princípios da legalidade e da anterioridade 
 Questões de provas anteriores 
 
1.2 Lei penal no tempo e no espaço 
 Questões de provas anteriores 
1.3 Tempo e lugar do crime 
 Questões de provas anteriores 
1.4 Lei penal excepcional, especial e temporária 
 Questões de provas anteriores 
1.5 Territorialidade e extraterritorialidade da lei penal 
 Questões de provas anteriores 
1.6 Pena cumprida no estrangeiro 
 Questões de provas anteriores 
1.7 Eficácia da sentença estrangeira 
 Questões de provas anteriores 
1.8 Contagem de prazo; frações não computáveis da pena 
 Questões de provas anteriores 
 
1.9 Interpretação da lei penal e analogia 
 Questões de provas anteriores 
 
1.10 Irretroatividade da lei penal 
 Questões de provas anteriores 
 
1.11 Conflito aparente de normas penais 
 Questão de prova anterior 
 
UNIDADE 2 Infração penal 
 
2.1 Elementos 
2.2 Espécies 
 
UNIDADE 3 Sujeitos da infração penal 
 
3.1 Sujeito ativo 
 
3.2 Sujeito passivo 
 Questões de provas anteriores 
 
UNIDADE 4 Tipicidade, ilicitude, culpabilidade, punibilidade 
 Questões de provas anteriores 
 
NOÇÕES DE DIREITO PENAL PARA CONCURSO DE AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL 2012 
 
 
Autor: Professor Alison Rocha www.beabadoconcurso.com.br todos os direitos reservados 3 
 
UNIDADE 5 Imputabilidade penal 
Questões de provas anteriores 
 
UNIDADE 6 Concurso de pessoas 
Questões de provas anteriores 
 
UNIDADE 7 Crimes contra a vida 
Questões de provas anteriores 
 
UNIDADE 8 Crimes contra a pessoa 
Questões de provas anteriores 
 
UNIDADE 9 Crimes contra a honra 
Questões de provas anteriores 
 
 UNIDADE 10 Crimes contra a fé pública 
Questões de provas anteriores 
 
UNIDADE 11 Referências bibliográficas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOÇÕES DE DIREITO PENAL PARA CONCURSO DE AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL 2012 
 
 
Autor: Professor Alison Rocha www.beabadoconcurso.com.br todos os direitos reservados 4 
 
 
UNIDADE 1 
 
 
 
Aplicação da Lei Penal 
 
 
 1.1 Princípios da legalidade e da anterioridade 
 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 
O princípio da legalidade é encontrado na Constituição Federal em seu artigo 5º, inciso XXXIX; como de tal 
forma também podemos encontrar no Código Penal no seu artigo 1º: não há crime sem lei que o defina; 
não há pena sem cominação legal. 
 
MUITO IMPORTANTE: O princípio da legalidade proíbe a analogia para prejudicar o réu - analogia in 
malam partem -, e a criação de crimes e penas pelos costumes. 
 
ATENÇÃO: O dispositivo acima alcança tanto as medidas de segurança como as contravenções penais. 
 
IMPORTANTE: No Direito penal, o princípio da legalidade se desdobra em outros dois: princípio da 
anterioridade da lei penal e princípio da reserva legal. Por anterioridade da lei penal, entende-se que não 
se pode impor uma pena a um fato praticado antes da edição desta lei, exceto se em benefício do réu. Já a 
reserva legal, estabelece não existir delito fora da definição da norma escrita (não pode ser por medida 
provisória ou lei delegada). 
 
CUIDADO: A norma penal em branco não fere o princípio da reserva legal. 
 
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO 
 
1. As principais garantias constitucionais de caráter não-penal estão consubstanciadas, precipuamente, 
segundo a doutrina tradicional, nas garantias da inexistência de crime sem lei anterior que o defina 
(anterioridade), bem como na inexistência de pena sem prévia cominação legal (legalidade ou tipicidade 
penal). 
 
2. O princípio da legalidade veda o uso da analogia in malam partem, e a criação de crimes e penas pelos 
costumes. 
 
3. O princípio da legalidade, que é desdobrado nos princípios da reserva legal e da anterioridade, não se 
aplica às medidas de segurança, que não possuem natureza de pena, pois a parte geral do Código Penal 
apenas se refere aos crimes e contravenções penais. 
 
4. Segundo o princípio da reserva legal, apenas a lei em sentido formal pode criar tipos penais. Dessa 
maneira, a norma penal em branco, que exige complementação de outras fontes normativas, fere o 
mencionado princípio e, consequentemente, é inconstitucional. 
 
5. O princípio da estrita legalidade ou da reserva legal e o da irretroatividade da lei penal controlam o 
exercício do direito estatal de punir, ao afirmarem que não há crime sem lei anterior que o defina, nem 
pena sem prévia cominação legal. 
 
 
NOÇÕES DE DIREITO PENAL PARA CONCURSO DE AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL 2012 
 
 
Autor: Professor Alison Rocha www.beabadoconcurso.com.br todos os direitos reservados 5 
 
GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO 
 
1. C 
 
2. C 
 
3. E 
 
4. E 
 
5. C 
 
 
 1.2 Lei penal no tempo e no espaço 
 
LEI PENAL NO TEMPO 
 
O conceito de lei penal no tempo encontra-se no artigo 2º do Código Penal que diz: “Art. 2º - Ninguém 
pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução 
e os efeitos penais da sentença condenatória.” 
 
MUITO IMPORTANTE: Conforme reza o Parágrafo único do art. 2º do CP- A lei posterior, que de qualquer 
modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória 
transitada em julgado. 
 
O QUE É EXTRA-ATIVIDADE DA LEI PENAL? 
A extra-atividade pode se desdobrar no tempo para frente ou para trás, dando origem, respectivamente à 
ultratividade ou à retroatividade. 
 
QUAIS SÃO AS SUAS ESPÉCIES? 
Ultratividade – ocorre quando a lei, mesmo depois de revogada, continua a regular os fatos ocorridos 
durante a sua vigência; 
 
Retroatividade – possibilidade conferida à lei penal de retroagir no tempo, a fim de regular os fatos 
ocorridos anteriormente à sua entrada em vigor. 
 
A ultratividade e a retroatividade da lei penal serão realizadas, em regra, em benefício do agente 
(novatio legis in mellius), e não em seu prejuízo (novatio legis in pejus), e pressupõem, necessariamente, a 
sucessão de leis no tempo (trataremos das exceções em seguida). 
 
A lei nova, editada posteriormente à conduta do agente, pode conter dispositivos que beneficiem ou que 
prejudiquem o mesmo. Se beneficiá-lo, será considerada uma novatio legis in mellius. Se prejudicá-lo será 
considerada uma novatio legis in pejus. 
 
A novatio legis in mellius terá sempre efeito retroativo, sendo aplicada aos fatos ocorridos anteriormente 
à sua vigência, ainda que já tenha havido sentença com trânsito em julgado. 
 
A novatio legis in pejus em regra não se aplica, ou seja, não pode a lei mais grave retroagir para prejudicar 
o réu. 
 
 
NOÇÕES DE DIREITO PENAL PARA CONCURSO DE AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL 2012 
 
 
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Exceção na aplicação da novatio legis in pejus nos crimes permanentes e continuados: 
 
Súmula 711STF - A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua 
vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. 
 
ATENÇÃO: À luz da súmula nº 611 do STF - Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao 
juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna. 
 
CUIDADO: No direito processo penal não se aplica retroatividade da lei penal mais benéfica, porquanto ele 
é regido pelo princípio do Tempus regit actum que significa literalmente o tempo rege o ato 
(a lei processual penal tem aplicação IMEDIATA), no sentido de que os atos jurídicos se regem 
pela lei da época em que ocorreram. 
 
Exemplo retirado de uma questão de prova do CESPE: 
Pelo princípio da retroatividade da lei mais benigna, a norma processual penal tem efeito retroativo, 
anulando os atos processuais anteriores, no caso de a lei nova de natureza exclusivamente processual vir a 
beneficiar o réu. 
 
Comentário: O item está errado, pois no direito processo penal não se aplica retroatividade da lei penal 
mais benéfica, porquanto ele é regido pelo princípio do Tempus regit actum que significa literalmente o 
tempo rege o ato (a lei processual penal tem aplicação IMEDIATA). 
 
 
ABOLITIO CRIMINIS 
 
 
 
É o fenômeno pelo qual o legislador, atento às mutações sociais, resolve não mais incriminar determinada 
conduta, retirando do ordenamento jurídico-penal a infração que a previa. No CP: Art. 2º. Ninguém pode 
ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os 
efeitos penais da sentença condenatória. 
 
O efeito da descriminalização de uma conduta é a extinção de sua punibilidade. A extinção da punibilidade 
pode ocorrer na fase de inquérito ou já no processo. 
 
Se durante o inquérito, a autoridade policial deve remetê-lo ao Ministério Público, que solicitará seu 
arquivamento. 
 
Se a denúncia já tiver sido recebida, o juiz, com base no artigo 61, do CPP, deverá declarar a extinção da 
punibilidade de ofício. Art. 61 do CP - Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a 
punibilidade, deverá declará-lo de ofício. 
 
 
EFEITOS DA ABOLITIO CRIMINIS 
 
A abolitio criminis faz cessar todos os efeitos PENAIS da sentença condenatória, subsistindo os efeitos 
civis. 
Quando existe uma sentença penal condenatória, ela serve de título executivo judicial para que a vítima ou 
seu representante ajuíze ação de execução contra o réu para a reparação dos prejuízos por ela (a vítima) 
experimentados em decorrência do crime. Esse título será mantido válido e eficaz mesmo se ocorrer a 
descriminalização da conduta. 
 
 
 
 
NOÇÕES DE DIREITO PENAL PARA CONCURSO DE AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL 2012 
 
 
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SUCESSÃO DE LEIS NO TEMPO 
Entre a data do fato praticado e o término do cumprimento da pena pelo réu podem surgir várias leis 
penais que, de alguma maneira, tenham aplicação ao fato praticado pelo agente. Se a lei nova for benéfica, 
será retroativa. Se a lei anterior for mais benéfica, será ultrativa. 
 
 
LEI INTERMEDIÁRIA 
 
A lei intermediária é aquela que não era vigente (não existia) à data do fato nem à data da prolação da 
sentença. Deve ser aplicada sempre que, comparativamente a ambas, for mais benéfica, o que faz surgir 
uma retroatividade em relação à lei anterior e uma ultratividade em relação a uma lei mais nova. 
 
 
LEI PENAL NO ESPAÇO 
 
Quadri Padova no seu livro Diritto penal e internacional e de 1943 (traduzido por Paulo José da Costa 
Júnior e Alberto Silva Franco), entende que a lei penal é elaborada para viger dentro dos limites em que o 
Estado exerce a sua soberania. Como cada Estado possui sua própria soberania, surge o problema da 
delimitação espacial do âmbito de eficácia da legislação penal. Observando assim o estudo em face do 
denominado Direito Penal Internacional, que se refere ao estudo do modo pelo qual um determinado 
ordenamento jurídico interno prove com referência à matéria penal, a resolução dos problemas impostos 
ao Estado, do qual emana este ordenamento, em virtude de sua coexistência com outros Estados da 
comunidade internacional superior. 
 
ATENÇÃO: Em regra, em relação à aplicação da lei no espaço, vigora o princípio da absoluta territorialidade 
da lei processual penal. 
 
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO 
 
6 As normas processuais têm aplicação imediata, ainda que o fato que deu origem ao processo seja 
anterior à entrada em vigor dessas normas. 
 
7 Considere que um indivíduo seja preso pela prática de determinado crime e, já na fase da execução 
penal, uma nova lei torne mais branda a pena para aquele delito. Nessa situação, o indivíduo cumprirá a 
pena imposta na legislação anterior, em face do princípio da irretroatividade da lei penal. 
 
8 Quando lei nova que muda a natureza da pena, cominando pena pecuniária para o mesmo fato que, na 
vigência da lei anterior, era punido por meio de pena de detenção, não se aplica o princípio da 
retroatividade da lei mais benigna. 
 
9 Considere a seguinte situação hipotética. Um indivíduo respondia a processo judicial por ter sido preso 
em flagrante delito, quando transportava em seu veículo, caixas contendo cloreto de etila (lança-perfume). 
Posteriormente à sua prisão, ato normativo retirou a referida substância do rol dos entorpecentes ou dos 
que causam dependência física ou psíquica. Nessa situação, em face da abolitio criminis, extinguiu-se a 
punibilidade. 
 
10 Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude 
dela a execução e os efeitos penais e civis da sentença condenatória. 
 
 
NOÇÕES DE DIREITO PENAL PARA CONCURSO DE AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL 2012 
 
 
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11 Roberval foi definitivamente condenado pela prática de crime punido com reclusão de um a três anos. 
Após o cumprimento de metade da pena a ele aplicada, adveio nova lei, que passou a punir o crime por ele 
praticado com detenção de dois a quatro anos. Nessa situação, a lei nova não se aplicará a Roberval, tendo 
em vista que sua condenação já havia transitado em julgado. 
 
12 O dispositivo constitucional que estabelece que a lei não retroagirá, salvo para beneficiar o réu, aplica-
se à lei penal e à lei processual penal. 
 
GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO 
 
6. C 
 
7. E 
 
8. E 
 
9. C 
 
10. E 
 
11. E 
 
12. E 
 
 
 1.3 Tempo e lugar do crime 
 
TEMPO DO CRIME = momento de sua prática do crime 
Tempo do crime é o momento em que se considera o crime praticado. Essa noção é necessária para 
resolver problemas de confronto de leis que se sucedem no tempo. 
1. TEORIA DA ATIVIDADE – tempo do crime é o da ação ou da omissão, ainda que outro seja o momento 
do resultado (adotada pelo código penal para o Tempo do crime); 
2. TEORIA DO RESULTADO – o tempo do crime é o da ocorrência do resultado, não importando o tempo 
da conduta comissiva ou omissiva (adotada pelo código processual penal); 
3. TEORIA MISTA OU DA UBIQUIDADE – considera os dois fatores. O tempo do crime será o da ação ou 
imissão, bem como o do momento do resultado. 
 
À luz do código penal, tempo do crime, art. 4º do CP: “Art. 4º - Considera-se praticado o crime no 
momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.” 
 
 
 
MUITO IMPORTANTE: Vamos supor que depois de realizada a atividade executória do delito e antes de 
produzido o resultado (consumação), surge nova lei Y (lex mitior) alterando a legislação X de forma mais 
gravosa (lex gravior ou lex severior) sobrea conduta punível. 
 
- Qual lei será aplicada, a em vigor (lei X) ou a lei mais gravosa (Y)? 
 
 
NOÇÕES DE DIREITO PENAL PARA CONCURSO DE AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL 2012 
 
 
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1ª Situação: Se for um crime de homicídio (crime material), ainda que a vítima esteja em coma, ao entrar 
em vigor a lei nova mais gravosa (Y), e a vítima venha a morrer logo depois, aplicar-se-á a lei do tempo do 
crime, o momento em que ocorreu a ação ou omissão, onde será considerado praticado, ou seja, será 
aplicada a lei X. 
 
2ª situação: Se for um delito permanente, continuado ou habitual*, será aplicada a lei do momento em 
que a conduta criminosa parar, terminar, cessar (lei Y), em decorrência da súmula nº 711 do STF 
(A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior 
à cessação da continuidade ou da permanência). 
*Ainda que não esteja expresso o crime habitual na referida sumulada do STF, pode-se estender esse entendimento, consoante 
a doutrina majoritária moderna. 
 
 
LUGAR DO CRIME 
 
Conceito de lugar do crime, art. 6º do CP: “Art. 6º – Considera-se praticado o crime no lugar em que 
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o 
resultado” 
Quanto ao lugar do crime no Brasil foi adotado a teoria da Ubiquidade, também conhecida como mista e 
da unidade, lugar do crime é aquele em que se praticou qualquer dos atos executórios, como observamos 
no art. 6º do Código Penal já citado. 
 
MACETE: Lembre-se de L U T A: 
L ugar do crime 
U biquidade 
 
T empo do crime = momento da prática do crime 
A tividade 
 
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO 
 
13 Considere a seguinte situação hipotética. Bira, auxiliado por Giovane, sequestrou sua própria vizinha. 
Ocorreu que, em virtude de a família da vítima se negar a pagar o resgate, passaram-se mais de 15 dias 
desde o início do cativeiro. Nesse termo, ou seja, durante o período em que a vítima esteve sob a custódia 
dos réus, foi publicada lei nova (com vigência e eficácia imediata), aumentando a pena do crime em 
questão. Nessa situação, de acordo com a posição sumulada do STF, não será aplicada a lei nova em 
virtude da obrigatória aplicação da lei mais benéfica. 
 
14 Com relação ao lugar em que o crime é considerado praticado, a lei penal brasileira adotou 
expressamente a teoria da atividade, desprezando a teoria da ubiquidade. 
 
15 Considera-se praticado o crime no momento da produção do resultado. 
 
16 Quanto ao momento em que o crime é considerado praticado, a lei penal brasileira adotou 
expressamente a teoria da ubiquidade, desprezando a teoria da atividade. 
 
17 Em relação ao tempo do crime, o Código Penal brasileiro adotou, em regra, a teoria do resultado. 
 
 
NOÇÕES DE DIREITO PENAL PARA CONCURSO DE AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL 2012 
 
 
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GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO 
 
13. E 
 
14. E 
 
15. E 
 
16. E 
 
17. E 
 
 
 1.4 Lei penal excepcional, especial e temporária 
 
O conceito sobre Lei Penal Excepcional e Temporária encontra-se no artigo 3º do Código Penal que diz: 
“Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as 
circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência”. 
 
Conceito de legislação Especial, art. 12 do Código Penal: “Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se 
aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso.” 
 
- Leis penais temporárias são aquelas que possuem vigência previamente fixada pelo legislador. Este 
determina que a lei tenha vigência até certa data. 
 
- Leis penais excepcionais não têm prazo determinado, perduraram até o momento de calamidade 
pública, guerras, revoluções, cataclismos, epidemias etc. 
 
IMPORTANTE: A lei temporária é exceção ao princípio da irretroatividade da lei penal, em decorrência da 
ultratividade, ou seja, uma lei posterior pune mais gravemente ou severamente um fato criminoso (lex 
gravior ou lex severior), revogando de forma tácita ou implícita a lei anterior que o punia mais 
brandamente (lex mitior), prevalecerá a lei mais benéfica. Deste modo diz-se que a lei anterior é ultrativa, 
mas somente para os fatos ocorridos durante sua vigência. Do contrário, se a lei anterior for a mais 
gravosa, ela não será ultrativa, ao contrário, a lei posterior é que retroagirá. 
 
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO 
 
18. Considere a seguinte situação hipotética. Entrou em vigor, no dia 1.º/1/2008, lei temporária que 
vigoraria até o dia 1.º/2/2008, na qual se preceituou que o aborto, em qualquer de suas modalidades, 
nesse período, não seria crime. 
 
19. As leis penais excepcional e temporária são ultrativas, pois se aplicam a fatos ocorridos antes e durante 
as respectivas vigências. 
 
20. A lei excepcional ou temporária, embora tenha decorrido o período de sua duração ou cessadas as 
circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante a sua vigência. 
 
NOÇÕES DE DIREITO PENAL PARA CONCURSO DE AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL 2012 
 
 
Autor: Professor Alison Rocha www.beabadoconcurso.com.br todos os direitos reservados 11 
 
21. A lei temporária, após decorrido o período de sua duração, não se aplica mais nem aos fatos praticados 
durante sua vigência nem aos posteriores. 
 
GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO 
 
18 E 
 
19 E 
 
20 C 
 
21 E 
 
 
 1.5 Territorialidade e extraterritorialidade da lei penal 
 
O princípio adotado pelo Brasil é o da territorialidade temperada, permitindo-se a aplicação da lei penal 
estrangeira a delitos total ou parcialmente praticados em nosso território, quando assim determinarem 
tratados ou convenções celebrados entre o Brasil e outros Estados, ou cânones de direito internacional. 
 
O território se compõe das seguintes partes: 
 
a) solo ocupado pela corporação política, sem solução de continuidade e com limites reconhecidos; 
 
b) regiões separadas do solo principal; 
 
c) rios, lagos e mares interiores; 
 
d) golfos, baías e portos; 
 
e) partes que o Direito Internacional atribui a cada Estado, sobre os mares, lagos e rios contíguos; 
f) a faixa de mar exterior, que corre ao longo da costa e constitui o “mar territorial”; 
 
g) espaço aéreo; e 
 
h) navios e aeronaves, conforme circunstâncias a seguir indicadas. 
 
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao 
crime cometido no território nacional. 
 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e 
aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, 
bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se 
achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 
 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações 
estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no 
espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. 
 
 
 
 
 
NOÇÕES DE DIREITO PENAL PARA CONCURSO DE AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL 2012 
 
 
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EXTRATERRITORIALIDADEExtraterritorialidade incondicionada 
 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, 
de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder 
Público; 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. 
 
ATENÇÃO: Nos casos acima, de extraterritorialidade incondicionada, ainda que o agente sofra condenação 
ou cumpra pena no estrangeiro responderá pelas leis brasileiras. 
 
CUIDADO: Nos crimes contra a honra (calúnia, difamação e injúria) contra o Presidente da República não 
se aplica a regra acima ( art. 7º, inciso I, alínea a), ou seja, se for cometido no estrangeiro, será processado 
e julgado lá. 
 
 
Extraterritorialidade condicionada 
 
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em 
território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
 
§ 1º. Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado 
no estrangeiro. 
 
§ 2º. Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
 
MUITO IMPORTANTE: b) “ser o fato punível também no país em que foi praticado” (art. 7°, § 2°, b). O 
fato deve preencher, no Brasil e no país estrangeiro, todos os requisitos para a imposição da pena, ou seja, 
deve ser típico, ilícito, culpável e punível. 
 
 
Extraterritorialidade hipercondicionada 
 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, 
se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
 
 
 
 
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Princípios aplicados ao Código Penal Brasileiro: 
 
1º. No art. 7º, I, a, b, c, d, adota-se o princípio da defesa real ou proteção; 
2º. No art. 7º, II, a, adota-se o princípio da justiça universal; 
3º. No art. 7º, II, b, adota-se o princípio da nacionalidade ativa; 
4º. No art. 7º, §3º adota-se o princípio da nacionalidade passiva; 
5º. No art. 7º, II, c, adota-se o princípio da representação ou da bandeira ou do pavilhão. 
 
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO 
 
22 De acordo com a lei penal brasileira, o território nacional estende-se a aeronaves e embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, onde quer que se encontrem. 
 
23 Se, no interior de uma embarcação não-mercante brasileira que esteja navegando em alto-mar, um 
cidadão russo praticar lesão corporal em um dos tripulantes, aplicar-se-á, obrigatoriamente, à hipótese, a 
lei penal brasileira, em face do princípio da territorialidade. 
 
24 Aplica-se a lei penal brasileira a crimes praticados contra a vida ou a liberdade do presidente da 
República, mesmo que o crime tenha ocorrido em outro país. 
 
25 Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes contra a vida do presidente 
da República, exceto se o agente tiver sido condenado no estrangeiro. 
 
26 O princípio básico que norteia a aplicação da lei penal brasileira é o da territorialidade temperada. 
 
27 Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes de genocídio praticados por 
brasileiros natos, mas não os praticados por estrangeiros, ainda que residentes no Brasil. 
 
28 Em alto-mar, a bordo de uma embarcação de recreio que ostentava a bandeira do Brasil, Júlio praticou 
um crime de latrocínio contra Lauro. Nessa situação, aplicar-se-á a lei penal brasileira. 
 
29 Os crimes cometidos no exterior por agente estrangeiro contra o patrimônio de sociedade de economia 
mista instituída pelo poder público federal brasileiro não se sujeitam à lei brasileira. 
 
30 Um cidadão sueco tentou matar o presidente do Brasil, que se encontrava em visita oficial à Suécia. 
Nessa hipótese, o crime praticado não ficará sujeito à lei brasileira. 
 
31 Laura, funcionária pública a serviço do Brasil na Inglaterra, cometeu, naquele país, crime de peculato. 
Nessa situação, o crime praticado por Laura ficará sujeito à lei brasileira, em face do princípio da 
extraterritorialidade. 
 
32 De acordo com a lei penal brasileira, o território nacional estende-se a embarcações e aeronaves 
brasileiras de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro, onde quer que se encontrem. 
 
33 Caso um cidadão alemão, dentro de uma embarcação da Marinha Mercante Brasileira, ancorada em 
porto holandês (local onde, em tese, não se pune o aborto), contribua para que sua esposa, francesa, 
pratique o abortamento, o território brasileiro não será considerado local de ocorrência da conduta, pois o 
navio estava ancorado em águas estrangeiras. 
 
34 É aplicado o princípio real ou o princípio da proteção aos crimes praticados em país estrangeiro contra a 
administração pública por quem estiver a seu serviço. A lei brasileira, no entanto, deixará de ser aplicada 
quando o agente for absolvido ou condenado no exterior. 
 
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35 Em águas territoriais do Brasil, abordo de um navio mercante que ostentava a bandeira da Argentina, 
um brasileiro praticou um homicídio contra um argentino, ambos tripulantes da embarcação. Nessa 
situação, aplicar-se-á a lei penal argentina. 
 
36 Considere a seguinte situação hipotética. Peter, de nacionalidade norte-americana, desferiu cinco tiros 
em direção a John, também norte-americano, matando-o. O crime aconteceu no interior de uma 
embarcação estrangeira de propriedade privada em mar territorial do Brasil. Nessa situação, não se aplica 
a lei brasileira ao crime praticado por Peter. 
 
37 Aplica-se a lei penal brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras 
de propriedade privada que estejam em território nacional. 
 
38 Conforme o art. 7°, inciso I, a, do Código Penal, ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no 
estrangeiro, os crimes contra a honra do Presidente da República Federativa do Brasil. 
 
GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO 
 
22. E 
 
23. C 
 
24. C 
 
25. E 
 
26. C 
 
27. E 
 
28. C 
 
29. E 
 
30. E 
 
31. C 
 
32. C 
 
33. C 
 
34. E 
 
35. E 
 
36. E 
 
37. E 
 
38. E 
 
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 1.6 Pena cumprida no estrangeiro 
 
1. A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil. 
2. O crime deve ser o mesmo e as penas diversas. 
3. Quando as penas forem IDENTIDAS, nela é computada a pena imposta no Brasil. 
 
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO 
 
39. É aplicado o princípio real ou o princípio da proteção aos crimes praticados em país estrangeiro contra 
a administração pública por quem estiver a seu serviço. A lei brasileira, no entanto,deixará de ser aplicada 
quando o agente for absolvido ou condenado no exterior. 
 
40. A pena cumprida no estrangeiro não pode atenuar a pena importa pelo Brasil, visto que são Estados 
independentes e um não se subordina à nenhuma imposição de outro. 
 
41. Um condenado a um crime em país estrangeiro e pela mesma conduta no Brasil, serão descontados os 
anos já cumpridos, lhe restando cumprir apenas o restante da pena no Brasil. 
 
GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO 
 
39. E 
 
40. E 
 
41. C 
 
 
 1.7 Eficácia da sentença estrangeira 
 
No Brasil, a competência para a homologação de sentença estrangeira é do Superior Tribunal de Justiça, 
em acordo com o que estabelece o artigo 105, I, i, da Constituição Federal, com as modificações 
decorrentes da Emenda Constitucional nº 45, de 2004. 
 
O que é um processo de homologação de sentença estrangeira? 
 
É um processo que visa conferir eficácia a um ato judicial estrangeiro. Qualquer provimento, inclusive não 
judicial, proveniente de uma autoridade estrangeira só terá eficácia no Brasil após sua homologação pelo 
Superior Tribunal de Justiça (art. 4º da Resolução n. 9/STJ de 4/5/2005). 
 
 
Quais são os requisitos indispensáveis para a homologação de uma sentença estrangeira no Brasil? 
 
a) Haver sido proferida por autoridade competente. 
b) Terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia. 
c) Ter transitado em julgado. 
d) Estar autenticada pelo cônsul brasileiro e acompanhada de tradução por tradutor oficial ou juramentado 
no Brasil. 
 
 
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QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO 
 
42 A homologação da sentença estrangeira depende da existência de estar autenticada pelo cônsul 
brasileiro e acompanhada de tradução por tradutor oficial ou juramentado no Brasil. 
 
43 No Brasil, a competência para a homologação de sentença estrangeira é do Superior Tribunal de Justiça. 
 
GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO 
 
42. C 
 
43. C 
 
 
 
 1.8 Contagem de prazo; frações não computáveis da pena 
 
Conforme o art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os 
anos pelo calendário comum. 
 
Frações não computáveis da pena 
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, 
na pena de multa, as frações de cruzeiro 
 
Contagem de prazo 
 
“Inclusão do dia do começo: não interessa a que horas do dia o prazo começou a correr; considera-se o dia 
todo para efeito de contagem de prazo. Assim, se a pena começou a ser cumprida às 23h50min, os 10 
minutos são contados como um dia inteiro. Do mesmo modo, não importa se o prazo começou em 
domingo ou feriado, computando-se um ou outro como primeiro dia. Prescrição e decadência: os prazos 
são contados de acordo com a regra do art. 10 do Código Penal. 
 
Prazos processuais: contam-se de acordo com a regra do art. 798, §1º do CPP. Exclui-se o dia do começo. 
De acordo com a Súmula 310 do STF, se o dia do começo for domingo ou feriado, o início do prazo será o 
dia útil imediatamente subsequente. 
 
Contagem de mês e ano: são contados como períodos que compreendem um número determinado de 
dias, pouco importando quantos sejam os dias de cada mês. 
 
Exemplo: 6 meses a partir de abril; terminará o prazo em setembro, não importando se o mês tem 30 ou 
31 dias.” (Fernando Capez) 
 
JURISPRUDÊNCIA: TJPR: 8104763 PR 810476-3 (Acórdão) Frações não computáveis da pena: STJ - 
RECURSO ESPECIAL: REsp 188681 SC 1998/0068464-6 PENAL. PRESCRIÇÃO. CONTAGEM EM ANOS. TERMOS 
INICIAL E FINAL. CP, ART. 10.CP10- O prazo de prescrição é prazo de natureza penal, expresso em 
anos,contando-se na forma preconizada no art. 10, do Código Penal, na linha do calendário comum, o que 
significa dizer que o prazo de uma no tem início em determinado dia e termina na véspera do mesmo dia 
do mês e ano subsequentes.10Código Penal- Os meses e anos são contados não ex número, mas ex 
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numerationedierum, seja, não se atribui 30 dias para o mês, nem 365 dias para o ano, sendo irrelevante o 
número de dias do mês - 28, 29, 30 e 31-, mas o espaço entre duas datas idênticas de meses consecutivos.- 
Recurso especial não conhecido. (188681 SC 1998/0068464-6, Relator: Ministro VICENTE LEAL, Data de 
Julgamento: 05/09/2000, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJ 25/09/2000 p. 146) 
 
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO 
 
44 O início do prazo recursal para as partes será a partir da publicação em Diário Oficial. 
 
45 Na contagem de prazo, de acordo com o CP, não inclui-se o dia do começo, somente o dia do fim. 
 
46 Desprezam-se as frações de dia, apenas nas penas privativas de liberdade. 
 
GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO 
 
44. C 
 
45. E 
 
46. E 
 
 
 1.9 Interpretação da lei penal e analogia 
 
INTERPRETAR: é inter pretare, que deriva de inter press, corretor, intermediário, mediador. Intérprete é o 
mediador entre o texto da lei e a realidade. (Asúa, em seu Tratado de derecho penal). 
 
A interpretação consiste em extrair o significado e a extensão da norma em relação à realidade. É uma 
operação lógico-jurídica que se dirige a descobrir a vontade da lei, em função de todo o ordenamento 
jurídico e das normas superiores de cultura, a fim de aplicá-las aos casos concretos da vida real. 
 
ANALOGIA: Só pode ser aplicada, a uma hipótese não prevista em lei, a disposição relativa a um caso 
semelhante. (só pode em normas não incriminadoras e em beneficio do réu), pois não se admite a 
analogia in malan patem (para prejudicar o réu) 
 
REQUISITOS: 
1.º Fato considerado não pode ter sido regulado pelo legislador; 
 
2º. Existir uma situação regulada que oferece relação de identidade/coincidência com o caso concreto; 
 
3º. O ponto comum a ambas situações é um ponto determinante na aplicação do principio da analogia. 
 
POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA EM LEI PENAL INCRIMINADORA 
 
Há tipicidade caso a coisa seja, ao invés de produto de crime, venha ser produto de ato infracional, quanto 
ao crime de receptação – art. 180 CP? 
 
 
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Quanto ao crime de extorsão mediante sequestro - art. 159, CP-, se, ao invés de sequestro (cerceamento 
da liberdade, com possibilidade de locomoção dentro do ambiente), haveria tipicidade com o cárcere 
privado (cerceamento da liberdade, com imobilização da vítima), ou seja extorsão mediante cárcere 
privado ? 
 
A hermenêutica privilegia a "mens legis" (vontade da lei) em detrimento da "mens legislatoris" (vontade do 
legislador), justificável, sobretudo, pela dificuldade da língua portuguesa em simbolizar por palavras aquilo 
que realmente se quer significar. Assim, não fere o princípio da reserva legal o uso da interpretação 
extensiva em lei penal incriminadora, para se buscar o preciso e exato alcance e significado do texto legal. 
 
 
JURISPRUDÊNCIA: Pratica infração grave, na forma prevista no art. 50, VII, da Lei 7.210/84, com as 
alterações introduzidas pela Lei 11.466/2007, o condenado à pena privativa de liberdade que é flagrado na 
posse de acessórios de aparelhoscelulares em unidade prisional. A interpretação extensiva no direito 
penal é vedada apenas naquelas situações em que se identifica um desvirtuamento na mens legis. Não se 
criou um novo tipo penal, mas apenas deu ao existente o seu verdadeiro dimensionamento. 
(RHC 106481, Relator (a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, julgado em 08/02/2011). 
 
Essa extensão admitida no acórdão atacado não acrescenta à norma elemento não existentes. Ela apenas 
revela a intenção do legislador, que não se expressou adequadamente, o que é perfeitamente admissível 
em Direito penal. 
 
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO 
 
47 A analogia só pode ser aplicada, a uma hipótese não prevista em lei, a disposição relativa a um caso 
semelhante. 
 
48 A interpretação extensiva no direito penal é vedada apenas naquelas situações em que se identifica um 
desvirtuamento na mens legis. 
 
GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO 
 
47. C 
 
48. C 
 
 
 
 1.10 Irretroatividade da lei penal 
 
O princípio da irretroatividade da lei também tem aplicação pacífica tratando-se da definição de novas 
hipóteses para a caracterização de crime ou contravenção, ou mesmo aumento da pena ou 
nova agravante. 
 
Dessa forma, no momento que o agente realiza um ato que possa ser moral ou socialmente condenável, 
ele tem condições de saber de antemão se a lei penal caracteriza aquela ação como crime ou não, se 
haveria algum agravante e qual a pena máxima prevista. 
 
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Aplica-se aqui o princípio universalmente aceito do nullum crimen nulla poena sine lege (princípio 
da Legalidade ou Reserva Legal ) , que o Código Penal brasileiro colocou no seu artigo primeiro nos 
seguintes termos: "Art.1. Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação 
legal". 
 
IMPORTANTE: No Direito Penal, a irretroatividade não tem aplicação se a lei estabelecer pena mais 
branda ou deixar de considerar alguma ação como crime. É a chamada retroatividade benigna. 
 
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO 
 
49. A irretroatividade da lei penal deve ser sempre obedecida. 
 
50 Em regra, a irretroatividade da lei penal não pode ocorrer quando mais gravosa ao agente. 
 
GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO 
 
49. E 
 
50. C 
 
 
 1.11 Conflito aparente de normas penais 
 
Ocorre um Conflito Aparente de Normas, também conhecido como Antinomia Aparente de Normas Penais, 
quando temos um crime, e aparentemente duas ou mais leis aplicáveis. Dessa forma, para resolver um 
conflito aparente entre as normas penais é preciso considerar quatro princípios: Especialidade, 
Subsidiariedade, Consunção e Alternatividade. 
 
MACETE: S E C A 
 
 
S = S ubsidiariedade; 
E = E specialidade; 
C = C onsução; 
A = A lternatividade. 
 
 
Segue uma breve explanação sobre os Princípios: 
 
Princípio da Especificidade: lei geral será aplicada tão-somente quando uma norma de caráter mais 
específico sobre determinada matéria não se verificar no ordenamento jurídico. 
 
EXEMPLO1: Se houver privação da criança ou do adolescente de sua liberdade, procedendo à sua 
apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária 
competente, a autoridade que realiza esse ato responderá pelo ECA e não pela lei de abuso de autoridade, 
em decorrência do princípio da especialidade. 
 
EXEMPLO2: Se um menor de idade for torturado, o agente delitivo responderá pelo inciso II, parágrafo 4º, 
art.1º da lei 9.455/97(tortura), pois o art.4º da lei de Tortura(9.455/97)revogou o art.233 do ECA. Assim, 
tal conduta só pode ser tipificada na lei de tortura. 
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EXEMPLO3: Se uma gente, capaz, oferecer droga a um menor de idade, ele responderá pelas regras do 
art.243doECA ,uma vez que o componente que cause dependência física ou psíquica não é ilícito, como por 
exemplo, cola de sapato. Agora, se for droga ilícita, o agente será responsabilizado pela lei 11.343/06 
(lei de drogas). 
 
Principio da Subsidiariedade: No caso da subsidiariedade tácita, a norma nada diz, mas, diante do caso 
concreto, verifica-se seu caráter secundário. 
 
EXEMPLO: No crime de roubo, em que a vítima, mediante emprego de violência, é constrangida a entregar 
a sua bolsa ao agente. Aparentemente, incidem o tipo definidor do roubo (norma primária) e o do 
constrangimento ilegal (norma subsidiária), sendo que o constrangimento ilegal, no caso, foi apenas uma 
fase do roubo, além do fato de este ser mais grave. 
 
 
Princípio da Consunção: quando um crime mais grave é absorve o menos grave. 
 
EXEMPLO: Um indivíduo, sem porte de arma ou com arma ilegal, utiliza-se da mesma para ceifar a vida de 
terceiro, praticando homicídio. A primeira conduta de portar arma de fogo de maneira ilegal, está descrita 
como crime no Estatuto do Desarmamento, art. 14 da Lei 10.826/03, porém, no exemplo, é absorvida pela 
conduta tipificada no art. 121 do Código Penal. 
 
 
Princípio da Alternatividade: quando o tipo penal prevê mais de uma conduta em seus variados núcleos. 
 
EXEMPLO: O art. 33 da lei nº 11.343/06: Importar, exportar (...). 
 
QUESTÃO DE PROVA ANTERIOR RELACIONADA AO TEMA EXPOSTO 
 
51 Considere a seguinte situação hipotética. O comerciante Ronaldo mantém em estoque e 
frequentemente vende para menores em situação de risco (meninos de rua) produto industrial conhecido 
como cola de sapateiro. Flagrado pela polícia ao vender uma lata do produto para um adolescente, o 
comerciante foi apresentado à autoridade policial competente. Nessa situação hipotética, caberá ao 
delegado de polícia a autuação em flagrante de Ronaldo, por conduta definida como tráfico de substância 
entorpecente. 
 
GABARITO RELACIONADO AO TEMA EXPOSTO 
 
51. E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 2 
 
 
 
Infração Penal 
 
 
Conceito formal: infração penal é um comportamento previsto em uma norma penal incriminadora (tipo 
penal incriminador), sob ameaça de sanção penal; 
 
Conceito material: é um comportamento humano indesejado que causa uma relevante lesão ou perigo de 
lesão a um bem jurídico penalmente tutelado (protegido) e portanto uma conduta passível de sanção 
penal; 
 
Conceito analítico: Para a teoria finalista, adotada pelo CP pátrio, crime é igual a fato típico + ilicitude + 
culpabilidade (para essa teoria dolo e culpa estão no fato típico). 
 
 
 2.1 Elementos 
 
Qualquer delito possui os seguintes elementos: 
Tipicidade: enquadramento do fato ao modelo (tipo) descrito na lei penal; 
Ilicitude: contrariedade entre o fato e o ordenamento jurídico; 
Culpável: praticado de forma reprovável pelo seu agente. 
A punibilidade, embora deva existir para que seja aplicada a pena, não é considerada elemento do delito. 
 
 
 
 2.2 Espécies 
 
 
 
 
ATENÇÃO: O CP adotou a teoria dicotômica ou bipartida. Não adotou a Tripartida. 
 
 
DIFERENÇA
Crime / Delito
É a infração penal cuja lei comina pena de reclusão 
ou detenção.
+ GRAVE
Contravenção Penal
É a infração penal a que a lei comina pena de prisão 
simples ou multa, ou seja, o segredo está na pena.
- GRAVE
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UNIDADE 3 
 
 
 
Sujeitos da infração penal 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sujeitos do 
Crime
Ativo
É o autor do crime, 
isoladamente ou em 
concurso.
Autor ou agente - é o 
executor direto
Co-autoria - quando há 
mais de um autor
Partícipe - é o executor 
indireto
Co-participação - quando 
há mais de um partícipe
Autor mediato
Passivo
Constante, mediato, 
formal, geral, genérico ou 
indireto - é o Estado, pois 
o Estado é o titular do ius 
puniendi 
Eventual, imediato, 
material, particular, 
acidental e direto - é o 
particular, titualr do bem 
juridicamente protegido
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 3.1 Sujeito Ativo 
 
É a pessoa que pratica infração penal isoladamente ou em concurso com outra ou outras pessoas. O 
conceito de sujeito ativo abrange o autor, o co-autor e o partícipe. 
 
Quem pode ser sujeito ativo da infração penal? Pessoa Física e Pessoa Jurídica (crimes ambientais – art. 
225, § 3º, CF e que foi regulamentado pela lei 9.605/98 que é a lei dos crimes ambientais, em seu art. 3º), 
de acordo com o STJ a pessoa jurídica só pode ser processada, por crime ambiental, juntamente com a 
pessoa física que executou a infração penal. O STJ não admite denúncia e processo somente contra a 
pessoa jurídica, tem que denunciar a pessoa física e a pessoa jurídica conjuntamente. 
 
Para parte da doutrina, minoritária, pessoa jurídica não pode ser sujeito ativo de crime ambiental, pode 
apenas sofrer responsabilidade penal pelo crime ambiental cometido pela pessoa física. 
 
IMPORTANTE: O art. 173, § 5º, CF (esta norma constitucional ainda não foi regulamentada, portanto 
não é possível considerar pessoa jurídica sujeito ativo de crime econômico e financeiro) também prevê a 
possibilidade de responsabilidade penal da pessoa jurídica nos crimes econômicos e financeiros, porém, 
esse dispositivo constitucional até hoje não foi regulamentado por lei infraconstitucional, portanto 
atualmente pessoa jurídica não pode ser processada criminalmente por crimes econômicos e financeiros, 
pois, não existe a regulamentação devida. 
 
CAPACIDADE DO SUJEITO ATIVO 
 
Em regra os crimes podem ser praticados por qualquer pessoa, ou seja, não se exige uma qualidade, uma 
condição especial do sujeito ativo. Em regra o crime é comum. 
 
CRIME COMUM: é aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa, o que significa dizer que não se 
exige uma condição ou uma qualidade especial do sujeito ativo. A esmagadora maioria dos crimes são 
comuns, ex.: furto, roubo, homicídio, estelionato etc. Em alguns casos de crime o tipo penal exige uma 
condição específica, uma condição especial do sujeito ativo e aí então temos: crime próprio. 
 
CRIME PRÓPRIO: é o crime que não pode ser praticado por qualquer pessoa, o tipo penal ou a lei exige 
uma condição especial do sujeito ativo, ex.: os crime funcionais que são os crimes praticados por 
funcionário público contra a Administração (art. 312 a 326 do CP), o sujeito ativo precisa sustentar uma 
condição especial – ser funcionário público. Outro exemplo: deputado e seu assessor solicitam propina, 
ambos são co-autores de corrupção passiva. 
 
ATENÇÃO: O crime próprio admite tanto a co-autoria quanto a participação de terceiros, ex.: os crimes 
funcionais admitem tanto a co-autoria quanto a participação de terceiro sendo ele funcionário público ou 
não. 
 
Crimes de mão própria (ou crime de atuação pessoal, ou ainda, crime de conduta infungível): Crime que 
não pode ser praticado por qualquer pessoa, ou seja, a lei exige uma qualidade especial do sujeito ativo, 
ex.; falso testemunho (art. 342, CP). Esse crime admite participação de terceiro (não admite co-autoria), 
ex.: somente a testemunha é que pode mentir diante do juiz, mas ela pode ser induzida ou instigada pelo 
advogado que será partícipe do crime. 
 
 
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QUAL É A DIFERENÇA ENTRE CRIME PRÓPRIO E CRIME DE MÃO PRÓPRIA? 
 
A diferença é que o crime próprio admite co-autoria e participação e o crime de mão própria só admite 
participação 
 
 
 3.2 Sujeito Passivo 
 
É a pessoa física ou jurídica que sofre as consequências diretas da infração penal. Exemplo de pessoa 
jurídica vítima de crime: furto contra pessoa jurídica, vítima de dano, vitima de estelionato. 
 
Pergunta: pessoa jurídica pode ser vítima do crime de extorsão mediante sequestro (art. 159, CP)? Sim. Ela 
não pode ser sequestrada, mas ela pode ser vítima do prejuízo patrimonial causado pelo crime. Ex.: os 
infratores sequestram o gerente do banco em troca de resgate, em troca de dinheiro do banco, e o banco 
paga o sequestro do gerente (sendo assim o dinheiro é do banco). A liberdade cerceada é do gerente do 
banco, agora o prejuízo patrimonial suportado foi do banco. Portanto ele pode ser vítima de crime contra o 
patrimônio; 
 
PESSOA JURÍDICA PODE SER VÍTIMA DE CRIME CONTRA A HONRA? 
 
Existem duas correntes que se manifestam sobre esse caso: 1ª corrente: pessoa jurídica pode ser vítima de 
calunia se for acusada falsamente de crime ambiental. Essa pessoa jurídica só pode ser acusada de crime 
ambiental e por isso poderá ser falsamente acusada de crime ambiental. A pessoa jurídica pode ser vítima, 
também, de difamação. Justificativa dessa 1ª corrente – a pessoa jurídica tem honra objetiva, tem 
reputação social (nome da empresa está em jogo); 2ª corrente: pessoa jurídica só pode ser vítima de 
difamação (essa segunda corrente é aquela que entende que pessoa jurídica não pratica crime ambiental). 
 
Para o concurso da PF o que vale é a 1ª corrente. Agora, com absoluta certeza, pessoa jurídica não pode 
ser vítima de injúria, isso porque pessoa jurídica não tem honra subjetiva, não tem sentimento íntimo e 
pessoal. 
 
 
SUJEITO PASSIVO FORMAL - também chamado de constante: que é o Estado (ele é vítima de todo crime), 
isso porque, o crime é uma violação da lei penal elaborada pelo Estado. O crime atinge sempre a segurança 
pública, cujo dever de proteção é sempre do Estado. 
 
SUJEITO PASSIVO MATERIAL OU EVENTUAL - é a pessoa física ou a pessoa jurídica que sofre a conduta 
criminosa (pode inclusive ser o Estado – pessoa jurídica de direito público. Portanto o Estado pode ser em 
alguns crimes sujeito formal e matéria ao mesmo tempo, simultaneamente. Ex.: dano a uma viatura 
militar). 
 
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO 
 
52 Pode alguém, simultaneamente, ser sujeito ativo e passivo do mesmo crime. 
 
53 O incapaz, a exemplo do recém-nascido, pode ser sujeito passivo de crimes, porque é titular de direitos 
e interesses jurídicos que o delito pode lesar ou expor a perigo. 
54 Doentes mentais, desde que maiores de dezoito anos de idade, têm capacidade penal ativa. 
 
55 Com relação ao sujeito ativo e passivo do crime, é correto afirmar que a pessoa jurídica, como titular de 
bens jurídicos protegidos pela lei penal, pode ser sujeito passivo de determinados crimes. 
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56 A pessoa jurídica não pode ser sujeito ativo de infração penal. 
 
57 Sujeito ativo do crime é aquele que realiza total ouparcialmente a conduta descrita na norma penal 
incriminadora, tendo de realizar materialmente o ato correspondente ao tipo para ser considerado autor 
ou partícipe. 
 
GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO 
 
52. C 
 
53. C 
 
54. C 
 
55. C 
 
56. E 
 
57. E 
 
 
 
UNIDADE 4 
 
 
 
Tipicidade, ilicitude, culpabilidade, punibilidade 
 
TIPICIDADE 
 
Tipicidade é a relação de enquadramento entre o fato delituoso (concreto) e o modelo (abstrato) contido 
na lei penal. É preciso que todos os elementos presentes no tipo se reproduzam na situação de fato. Ex.: o 
tipo de furto consiste em subtrair uma coisa móvel alheia, com o intuito de apoderamento. Se a pessoa 
subtrai a coisa com a intenção de devolvê-la, o fato não será típico. 
 
Os elementos do fato típico são: a) conduta; b) resultado; e c) nexo de causalidade. 
 
CONDUTA - DOLO E CULPA EM SENTIDO ESTRITO 
 
Conduta é o agir humano consciente e voluntário, dirigido a uma finalidade. A conduta compreende duas 
formas: o agir e o omitir-se (desde que voluntários). O termo ação, em sentido amplo, as abarca, embora 
seja mais interessante seguir os exemplos do Código, e usar a palavra ação como sinônimo de ação 
positiva, e o termo omissão para designar a ação negativa. Conduta seria a palavra mais apropriada como 
denominador comum. 
 
CRIME COMISSIVO - praticado por ação - é o mais fácil de conceituar. Corresponde a um movimento 
corpóreo do indivíduo. Uma alteração da posição dos músculos, determinada pelo cérebro de acordo com 
a vontade do indivíduo. Faz-se o que não se poderia fazer. 
 
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A vontade não se confunde com a intenção (finalidade), sendo esta o direcionamento ao fim almejado. A 
vontade é a força psicológica que determina o movimento; a intenção é o conteúdo da vontade, aquilo que 
se deseja. 
 
Os atos meramente reflexos não são atos voluntários, logo não se enquadram no conceito de ação. Nos 
atos tomados por impulso (uma reação brusca a uma agressão, por exemplo), existe ação, pois sempre há 
a concorrência da vontade. 
 
CRIMES OMISSIVOS - por sua vez, apresentam maior dificuldade, eis que não é a atuação do indivíduo que 
causa o dano. Pune-se o agente por ter deixado de agir conforme a norma penal — não fez o que tinha 
obrigação de fazer. Logo, a omissão só é verificável confrontando-se a conduta praticada com a conduta 
exigível, o que implica, necessariamente, uma valoração por parte do juiz. 
Há duas espécies de crimes omissivos. Os omissivos próprios e os omissivos impróprios. 
 
OMISSIVOS PRÓPRIOS - contém, na definição do tipo penal, um verbo que indica a falta de ação, 
normalmente o verbo deixar. A descrição típica alude a um não-fazer (omissão de socorro, abandono 
intelectual, omissão de notificação de doença etc.). 
 
OMISSIVOS IMPRÓPRIOS - são crimes comissivos praticados mediante uma omissão. Um exemplo: quem 
deixa de alimentar uma criança, e causa-lhe a morte, pratica um homicídio por omissão. O tipo penal 
descreve uma ação, mas o resultado é obtido por uma inação. 
 
A diferença básica entre um e outro consiste em que, no primeiro, o resultado é produzido por conta da 
omissão, enquanto, no segundo, outra causa produz o resultado, mas se exigia do agente uma ação 
positiva no sentido de evitá-lo, rompendo o nexo de causalidade. 
 
O art. 13 do Código Penal, ao tratar do nexo de causalidade, esclarece que a omissão é relevante quando o 
agente podia agir e devia agir. O dever de ação incumbe a quem: 
 
Por lei, tivesse a obrigação de agir, como os policiais, bombeiros, médicos etc.; 
 
Por disposição contratual ou qualquer outro meio houvesse se comprometido a impedir o resultado, como 
o guia de excursão, o líder dos escoteiros, o nadador experiente que se compromete a ajudar seu 
acompanhante; ou 
 
Por sua ação anterior, criou o risco de produzir o resultado, como alguém que ateia fogo a uma casa, para 
receber o seguro, sem atentar para a presença de uma pessoa dentro do recinto; ou quem, por 
brincadeira, empurra uma pessoa que não sabe nadar dentro de uma piscina; em ambos os casos, por 
terem ocasionado o perigo, devem impedir a ocorrência do resultado lesivo. 
A conduta, comissiva ou omissiva, pode ser dolosa ou culposa. Será dolosa se houver coincidência entre a 
finalidade desejada pelo agente e o resultado alcançado. Haverá culpa, em sentido estrito, quando o 
resultado, embora não desejado pelo agente, foi produzido em razão de sua imprudência, negligência ou 
imperícia: 
 
IMPRUDÊNCIA: Corresponde à ação positiva, que não devia ser praticada ou o é sem os cuidados 
necessários. Por exemplo: dirigir em alta velocidade, manusear uma arma de fogo sem descarregá-la etc. 
 
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NEGLIGÊNCIA: Significa desleixo, falta de cuidado. Ocorre quando o agente deixa de realizar atos 
necessários a impedir que o resultado lesivo ocorra. Se deixa uma arma ao alcance de crianças, se não 
procede à correta manutenção do automóvel, e assim por diante. 
 
IMPERÍCIA: Implica descumprimento de regra técnica, que pode vir expressa em lei, regulamento, ou 
simplesmente pertencer ao domínio de alguma ciência, arte ou profissão. A imperícia normalmente vem 
acompanhada da imprudência ou da negligência. Exemplo: o médico que, sem saber utilizar o 
equipamento, dele faz uso, produzindo lesões no paciente; ou o motorista profissional que não procede à 
manutenção de seu veículo e por isso provoca acidente. 
 
 
 
 
 
Há que se diferenciar o dolo eventual da culpa consciente. Nesta, embora haja previsão, o agente tem 
certeza de que o resultado não ocorrerá. Do contrário, não persistiria na conduta. Naquele, a ocorrência 
ou não do resultado lhe é indiferente. A assunção do risco implica assentimento ao resultado. 
 
 
Esboçamos a seguir um quadro onde diferenciamos, a partir dos elementos previsibilidade, previsão, 
assunção de risco e intenção as duas espécies de dolo e culpa mais importantes: 
 
 
 
ELEMENTO 
 
CULPA 
INCONSCIENTE 
CULPA 
CONSCIENTE 
DOLO 
EVENTUAL 
DOLO 
DIRETO 
Previsibilidade Sim Sim Sim Sim 
Previsão Não Sim Sim Sim 
Assunção do risco Não Não Sim Sim 
Intenção Não Não Não Sim 
 
 
 
 
 
O dolo pode ser direto ou indireto. Este, alternativo ou eventual
Direito: quando o agente deseja o resultado. 
Alternativo: quando há mais de um resultado possível e ao agente interessa qualquer 
deles.
Eventual: quando o agente não deseja o resultado, mas assume o risco de produzi-lo.
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RESULTADO 
 
Resultado é uma modificação no mundo exterior que se segue, como consequência, à primeira 
modificação, que é a conduta. 
O resultado é, dentre os efeitos da prática da conduta, o que a lei penal entende como suficiente à 
configuração do crime. Há, no entanto, delitos sem resultado, nos quais o legislador procurou antecipar a 
punição, recaindo esta, unicamente, sobre a prática da conduta. 
 
 
 
 
 
 
 
NEXO DE CAUSALIDADE 
 
É a relação de causa e efeito entre a conduta e o resultado. Adotou o CP a teoria da equivalência dos 
antecedentes, que considera causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
 
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO 
 
58 Ana e Bruna desentenderam-se em uma festividade na cidadeonde moram Bruna e Ana, sem intenção 
de matar, mas apenas de lesionar, atingiu levemente, com uma faca, o braço esquerdo de Bruna, a qual, ao 
ser conduzida ao hospital para tratar o ferimento, foi vítima de acidente de automóvel, vindo a falecer 
exclusivamente em razão de traumatismo craniano. 
Acerca dessa situação hipotética, é correto afirmar, à luz do CP, que Ana 
a) não deve responder por delito algum, uma vez que não deu causa à morte de Bruna. 
b) deve responder apenas pelo delito de lesão corporal. 
c) deve responder pelo delito de homicídio consumado. 
d) deve responder pelo delito de homicídio na modalidade tentada. 
 
Materiais 
•Também chamados “crimes de ação e resultado”, pois o tipo penal descreve tanto a conduta
quanto seu efeito. Se este não ocorrer, por circunstâncias alheias à vontade do agente, haverá
tentativa.
•Ex.: homicídio (o resultado é a morte); furto (subtração); peculato (apropriação); estupro
(conjunção carnal).
Formais
•Existe um resultado possível e desejado pelo agente, mas o tipo penal não exige sua ocorrência,
punindo a simples prática da conduta.
•Ex.: corrupção ativa (basta prometer a vantagem, ainda que esta não seja aceita); extorsão
(consuma-se somente com a prática da violência ou grave ameaça); calúnia (não é necessário
comprovar que a honra foi lesionada, bastando o ato de ofender).
De mera 
conduta
• o tipo descreve apenas a conduta, sem se referir a qualquer resultado.
• Ex.: violação de domicílio, desobediência, porte de arma etc.
Quanto ao resultado, classificam-se os delitos em: 
 
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59 Considere que, durante a formação de uma tempestade, Lino tenha convencido Jorge a visitar 
determinada floresta na esperança de que um raio o atingisse de forma letal. Considere, ainda, que, de 
fato, Jorge tenha sido, na ocasião, atingido por um raio e falecido como consequência. Nesse caso, Lino 
deve responder pelo delito de homicídio na modalidade dolo eventual. 
 
60 Nos crimes preterdolosos, 
a) o agente prevê o resultado, mas espera que este não aconteça. 
b) o dolo do agente é subsequente ao resultado culposo. 
c) há maior intensidade de dolo por parte do agente. 
d) o agente é punido a título de dolo e também de culpa. 
e) o agente aceita, conscientemente, o risco de produzir o resultado. 
 
61 No dolo eventual, 
a) o agente, conscientemente, admite e aceita o risco de produzir o resultado. 
b) a vontade do agente visa a um ou outro resultado. 
c) o sujeito prevê o resultado, mas espera que este não aconteça. 
d) o sujeito não prevê o resultado, embora este seja previsível. 
e) o agente quer determinado resultado. 
 
62 Excetuadas as exceções legais, o autor de fato previsto como crime só poderá ser punido se o praticar 
dolosamente. 
 
63 Se o sujeito ativo do delito, ao praticar o crime, não quer diretamente o resultado, mas assume o risco 
de produzi-lo, o crime será culposo, na modalidade culpa consciente. 
 
64 João, dirigindo um automóvel, com pressa de chegar ao seu destino, avançou com o veículo contra uma 
multidão, consciente do risco de ocasionar a morte de um ou mais pedestres, mas sem se importar com 
essa possibilidade. João agiu com 
a) dolo direto. 
b) culpa. 
c) dolo indireto. 
d) culpa consciente. 
e) dolo eventual. 
 
GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO 
 
58. B 
 
59. E 
 
60. D 
 
61. A 
 
62. C 
 
63. E 
 
64. E 
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EXCLUSÃO DA TIPICIDADE 
 
O fato é atípico quando não há conduta, nexo de causalidade, dolo ou culpa. 
 
Não existe conduta se não há manifestação de vontade. Isso ocorre quando: 
 
O agente se encontra em estado de inconsciência (ex.: o indivíduo, dormindo, mexe-se na cama e cai por 
sobre uma pessoa que estava no chão, provocando-lhe lesões); 
 
A movimentação do agente resulta de atos reflexos (ex.: alguém leva um susto e, movimentando os 
braços, termina derrubando da escada outra pessoa, que quebra a perna na queda); 
 
O agente sofre coação física irresistível (ex.: uma pessoa leva um soco violento e cai por cima de objetos 
valiosos, quebrando-os). 
 
Inexiste nexo de causalidade quando, sem a ação ou omissão, o resultado seria o mesmo. Rompe-se o nexo 
de causalidade, na hipótese do art. 13, §1º, quando uma causa superveniente relativamente independente 
leva o fato a um desdobramento fora do que ordinariamente ocorre, e por isso se considera que essa 
causa “por si só” produziu o resultado. 
 
O dolo está ausente quando o autor do fato não desejou nem assumiu o risco de produzir o resultado. Ou 
quando agiu mediante erro de tipo 
 
Não há culpa se o resultado era imprevisível, o que também ocorre na hipótese de erro de tipo escusável. 
 
Pode existir conduta sem que o agente tenha dolo ou culpa, mas, nesse caso, a conduta será atípica, pois a 
lei penal apenas descreve condutas dolosas ou culposas. 
 
 
CRIME CONSUMADO 
 
Diz-se consumado o crime quando o tipo está inteiramente realizado, ou seja, quando o fato concreto se 
subsume no tipo abstrato descrito na lei penal (art. 14, I, CP). 
 
ATENÇÃO: Não se confunde o crime consumado com o crime exaurido. Neste, após a consumação, outros 
resultados lesivos ocorrem. Ex.: O recebimento do resgate por parte do autor exaure o crime de extorsão 
mediante sequestro, art. 159, CP. A consumação irá variar de acordo com o tipo de crime, assim: 
 
Crime material - somente com a ocorrência de um resultado é que existirá consumação. Exemplos: 
homicídio (com a morte- art. 121), furto (com a subtração- art. 155), lesão corporal (com a ocorrência da 
lesão- art. 129). 
 
Crime formal - a consumação não depende de um resultado natural como no homicídio. O resultado é 
dispensável. Exemplo: ameaça (basta somente proferir a ameaça para que o crime já esteja consumado, 
não é preciso cumprir com a ameaça- art. 147); corrupção passiva (basta solicitar à vantagem que o crime 
já está consumado, não é necessário que receba o dinheiro pedido – art. 317). 
 
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Crime de mera conduta - a consumação ocorre com a simples conduta, não há nenhum resultado natural 
descrito no tipo penal. Exemplos: violação de domicílio (basta entrar nas dependências do imóvel e o crime 
já está consumado- art. 150). 
Crime permanente - a consumação se prolonga no tempo, durando enquanto não cessar a atividade do 
autor. Exemplos: seqüestro e cárcere privado (a consumação irá existir enquanto a vítima estiver sob o 
julgo do autor – art. 148). Conatus, ou crime imperfeito, é a realização incompleta da conduta típica, que 
não é punida como crime autônomo (art. 14, II, CP). 
 
 
CRIME TENTADO 
 
A tentativa situa-se no iter criminis a partir da prática de um ato de execução, desde que não haja 
consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente, ou seja, a tentativa ocorre quando o agente 
(autor) não chega à consumação. Ex.: Eu quero, mas não posso. 
 
O CP não faz previsão para cada tipo da figura da tentativa. Há, na verdade, uma fórmula de extensão 
(ampliação temporal da conduta) para caracterizar um crime tentado, aplica-se a figura do crime 
consumado em associação com o disposto no art. 14, II, CP. A teoria adotada pelo CP, como regra, é a 
Teoria Objetiva Temperada, Realística ou Dualística que confere punição em facedo perigo provocado pela 
conduta do agente. Há exceção com aplicação da Teoria Subjetiva, Monista, nos crimes de atentado ou de 
empreendimento onde há punição em face do perigo. 
 
CUIDADO: O elemento subjetivo da tentativa é o dolo. Não há tentativa de crime culposo, exceto a culpa 
imprópria que trataremos com propriedade logo à frente! São elementos da tentativa: Início da execução; 
Não-consumação do crime por circunstâncias alheias à vontade do agente; Dolo de consumação. 
 
 
 
ESPÉCIES DE TENTATIVA 
 
Tentativa perfeita (acabada, frustrada, crime falho) – quando a consumação não ocorre apesar de ter o 
agente praticado os atos necessários à produção do evento (Ex.: vítima de envenenamento é salva por 
intervenção de médicos). 
 
Tentativa imperfeita (inacabada) – o agente não consegue praticar todos os atos necessários à 
consumação por interferência externa (Ex.: agressor é segurado no momento que está desferindo os 
primeiros golpes contra a vítima). 
 
Tentativa Branca (incruenta, sem sangue) – quando o objeto material não é atingido. 
 
Tentativa Vermelha (cruenta, com sangue) – quando o objeto material é atingido. Crimes que não 
admitem tentativa: A admissibilidade da tentativa de um dado crime relaciona-se com o caráter 
plurissubsistente do delito. 
 
SÃO CRIMES QUE NÃO ADMITEM O CONATUS: 
 
1. Culposo - resultado involuntário, 
2. Preterdoloso – ilógico; 
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3. De perigo abstrato; 
4. Unissubsistentes – constituídos de único ato; 
5. Omissivos próprios; 
6. Habituais próprios; 
7. De atentado; 
8. Contravenções penais, força do art. 4º da LCP. 
 
CRITÉRIOS PARA DIMINUIÇÃO DA PENA 
 
Tentativa é causa obrigatória de diminuição de pena. O critério decisivo para a diminuição da pena é à 
distância percorrida do iter criminis pelo autor do fato. Quanto menor a proximidade da consumação, 
maior será a diminuição da pena máxima. Quanto maior a proximidade da consumação, menor será a 
diminuição da pena. 
 
 
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA 
 
Desistência no prosseguimento dos atos executórios do crime, feita de modo voluntário, respondendo o 
agente somente pelo que já praticou (art. 15, CP), também chamada de tentativa abandonada ou 
qualificada. 
 
Ex.: A desejando matar sua sogra B coloca veneno para rato no chá dela, mas quando esta vai beber o chá, 
A desiste de sua vontade e retira a xícara de chá das mãos da sogra antes que ela tome. Neste exemplo, 
não restou nenhum ato anterior que seja considerado crime, pois, colocar veneno no chá não é crime, 
assim, A não responderá por crime algum. 
 
 
ARREPENDIMENTO EFICAZ 
 
Trata-se da desistência que ocorre entre o término dos atos executórios e a consumação. O agente, nesse 
caso, já fez tudo o que podia para atingir o resultado, mas resolve interferir para evitar a sua concretização, 
adotando providências aptas a impedir a produção do resultado (art. 15, CP). Cabível somente aos crimes 
materiais. 
 
Desistência voluntária e Arrependimento eficaz são Formas de Tentativa Abandonada e constituem Causas 
de Exclusão da Tipicidade. A consumação não ocorre em razão da vontade do agente. Ex.: Eu posso, mas 
não quero. 
 
Ambos têm como requisitos: 1º Início de execução; 2º não-consumação; 3º interferência da vontade do 
próprio agente. Sendo os motivos irrelevantes, bastando à voluntariedade. O agente responde apenas 
pelos atos já praticados. 
 
ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
 
Trata-se da reparação do dano causado ou da restituição da coisa subtraída nos delitos cometidos sem 
violência ou grave ameaça, desde que por ato voluntário (sem necessidade de espontaneidade) do agente, 
até o recebimento da denúncia ou queixa. Constitui causa pessoal e obrigatória de diminuição da pena 
(art. 16, CP). 
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REQUISITOS: 
1º Natureza do crime – sem violência ou grave ameaça, 
 
2º Reparação do dano ou restituição da coisa – voluntária, pessoal, integral ou parcial; 
 
3º Limite temporal – até o recebimento da denúncia ou queixa. 
 
 
IMPORTANTE: Informativo 608 do STF (20.11.2010), a norma penal (art. 16, do Código Penal) não 
estabelece como requisito a reparação integral do dano, podendo o mesmo ser reparado parcialmente. A 
sua razão de ser é de política criminal visando à proteção da vítima e o fomento do arrependimento do 
autor do fato. 
 
Havendo recusa do ofendido, mas presentes os requisitos aplica-se a diminuição do arrependimento 
posterior. 
 
Sendo voluntária, não ocorrerá se ocorrer à reparação por coação física ou moral. A reparação feita por um 
dos acusados aproveita aos demais, por se tratar de circunstância objetiva. Caso a reparação for posterior 
à denúncia e anteceder o julgamento, constituirá apenas circunstância atenuante genérica (65, III, b, última 
parte). 
 
 
CRIME IMPOSSÍVEL 
 
Também conhecido por tentativa inidônea, impossível, inútil, inadequada ou quase-crime. 
 
O próprio CP no seu art. 17 determina quando há incidência de crime impossível. 
 
Deste dispositivo extrai-se que há 02 espécies de crime impossível, em que de nenhuma forma o sujeito 
ativo conseguiria chegar à consumação do delito, a saber: 
 
Por ineficácia absoluta do meio empregado pelo agente para alcançar o resultado. O meio é incapaz de 
produzir o resultado. Ex.: tentativa de homicídio por envenenamento com substância inócua. 
 
ATENÇÃO: Para que haja crime impossível é imprescindível que o meio seja inteiramente ineficaz. Assim, 
se o meio for tão somente relativamente inidôneo, ou seja, quando há perigo, ainda que mínimo, para o 
bem jurídico ser atingido pela ação do agente, não se excluirá a tentativa. A inidoneidade do meio há de 
ser verificada in concreto (Ex.: tentativa de homicídio por envenenamento através de dose insuficiente 
para causar a morte do sujeito passivo). 
 
Por absoluta impropriedade do objeto material do crime, que não existe ou, nas circunstâncias em que se 
encontra, torna impossível a consumação. O objeto material inexiste antes do início da execução. Ex: 
manobras abortivas em mulher que não está grávida. Como também, disparar arma de fogo em cadáver. 
 
ATENÇÃO: Em que pese o art. 17 determinar “não se pune a tentativa”, indicando caso de isenção de 
pena, no crime impossível há verdadeira exclusão da própria tipicidade. 
 
No caso de roubo praticado mediante uso de arma de brinquedo, a jurisprudência pátria está dividida. 
Todavia, há entendimento consolidado no STJ, que cancelou a Súmula 174, de que tal fato exclui a 
qualificadora do § 2º, inciso I do art. 157, mas não exclui o crime de roubo. 
 
No caso de flagrante provocado ou preparado, também chamado de crime de ensaio, há hipótese de crime 
impossível. O STF tem sedimentado tal entendimento através da Súmula Nº 145, que diz “Não há crime 
quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação”. 
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IMPORTANTE: Não se confunde flagrante preparado com flagrante esperado. Neste último caso, não há 
agente provocador. A polícia tendo ciência da prática delituosa simplesmente aguarda a sua realização, 
que, inclusive, poderia acontecer de modo totalmente diverso do esperado. 
 
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO 
 
65 De acordo com o art. 14, inciso II,

Outros materiais