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Exame de fezes - instrumento valioso para avaliação da função e da integridade do intestino; parte do perfil laboratorial de rotina do animal que apresenta sinais e sintomas de doença gastrintestinal Diversos tipos de exames de fezes - dependendo da técnica de análise escolhida, pode ser feito por meio de um método de triagem relativamente não invasivo com o objetivo de detectar sangramento intestinal, infecção (viral, bacteriana, protozoária ou parasitária), inflamação ou má absorção. Validade de exames de fezes - depende da maneira que a amostra foi coletada e manuseada. Técnicas microscópicas dependem muito da habilidade de observação e do conhecimento da pessoa que realiza o exame. Coleta da amostra Quando possível, deve-se coletar amostra de fezes frescas por ocasião do exame - minimiza problemas associados à amostra velha e elimina dúvidas a respeito da origem da amostra e de como foi armazenada. * No entanto, isso pode ser impossível para algumas técnicas, como de flotação ou sedimentação fecal, que exigem amostras volumosas (2 a 10 g, equivalente a 0,5 a 2,5 colheres de chá) - amostras menores podem originar resultados falso-negativos, em particular se o animal apresenta infecção discreta ou se ovos estiverem distribuídos de forma irregular nas fezes. Animal deve defecar em área limpa - colocada em um recipiente limpo e bem fechado (p. ex., frasco com tampa de rosca, embalagem com fecho) e armazenada de modo adequado. Amostras menores, para pesquisa de sangue oculto ou para esfregaço direto de fezes, podem ser coletadas diretamente do reto, mediante o uso de um aplicador com extremidade de algodão um pouco umedecido, uma alça fecal ou a ponta do dedo revestido com luva, durante o toque retal. Lavagem da ampola retal com solução salina - infundem-se 6 a 12 ml de solução salina no reto ou cólon, com auxílio de tubo de borracha vermelha 8F lubrificado. Solução salina é infundida e aspirada várias vezes até que se obtenha uma amostra semelhante a muco, contendo uma mistura de muco da superfície da mucosa e quantidade menor de material fecal. Pode ser utilizado para esfregaço direto ou armazenado em tubo de tampa vermelha estéril. É um tipo de amostra especialmente bom para identificar bactérias e protozoários móveis (p. ex., trofozoítos de Giardia) Menos confiável para o teste de flotação fecal - porque os ovos e cistos de parasitas são mais prevalentes no material fecal e menos numerosos em amostra obtida por lavagem. Armazenamento da amostra Análise deve ser realizada o mais breve possível após a coleta - fezes sofrem diversas alterações assim que excretadas. Células e microrganismos frágeis, como trofozoítos de Giardia e tricômonas, deterioram rapidamente - dificulta identificação. Ovos de nematódeos continuam a se desenvolver com o passar do tempo, podendo ser mais difícil sua identificação. Os ovos de ancilóstomos eclodem em 1 dia, em ambiente quente, enquanto os ovos embrionados de Toxocara canis demoram alguns dias para eclodir. Flora bacteriana continua a crescer, resultando em potencial supercrescimento de um tipo específico de bactéria ou fungo. Algumas espécies de bactérias sofrem esporulação. Análise imediata é mais importante para alguns exames do que para outros. Para preparações a fresco utilizadas na pesquisa de protozoários móveis, resultados acurados exigem fezes frescas (< 5 minutos após a coleta); todavia, existem métodos de armazenamento apropriados para muitos outros tipos de exame de fezes. Os esfregaços para exame citológico podem ser fixados em etanol ou corados (p. ex., com corante Romanovsky ou corante álcoolacidorresistente). Existem meios de transporte especiais para coprocultura. Congelamento preserva as fezes para métodos de pesquisa de antígenos. Ovos e oocistos são resistentes à degradação, e a refrigeração retarda a formação de ovos embrionados, estabilizando apropriadamente as fezes por até 1 dia, para os testes de flotação e sedimentação. Diversos fixadores também estão disponíveis para a conservação da amostra de fezes por período mais longo, antes dos testes de flotação e/ou sedimentação. Por tradição, as soluções fixadoras formalina e álcool polivinil de baixa viscosidade à base de cloreto de mercùrio são bem mais utilizadas em laboratórios de parasitologia, para conservação de ovos de helmintos, cistos de protozoários e trofozoítos nas amostras de fezes. No entanto, em resposta aos problemas com a toxicidade da formalina e a dificuldade em descartar de modo seguro a solução de cloreto de mercùrio, atualmente existem vários conservantes alternativos (p. ex., Ecofix®, do Meridian; Parasafe®, do Scientific Laboratories; Protofix ®, do Alpha Tec Systems). Manuseio da amostra Todas as amostras devem ser tratadas como se fossem material infectante. Apesar de muitos dos microrganismos presentes nas fezes serem inofensivos, alguns podem provocar doenças, ainda mais em pessoas imunocomprometidas. Exemplos de possíveis patógenos incluem Salmonella, algumas cepas de Escherichia coli e Cryptosporidium. Strongyloides sp. - zoonóticos em seres humanos e os vermes infectantes podem escavar a pele e migrar pelo corpo, com alto risco de infecção vitalícia. Recomenda-se a utilização constante de luvas ao manusear fezes e a posterior lavagem das mãos. Deve-se aconselhar aos proprietários que coletam amostras de fezes dos animais que utilizem tais cuidados. Vaden, Shelly L. Exames laboratoriais e procedimentos diagnósticos em cães e gatos / Shelly L. Vaden ... [et. al.]. tradução Adriana Érica Wilkes Burton Meirelles ... [et. al.]. – 1. ed. São Paulo: Roca, 2013. Tradução de: Laboratory tests and diagnostic procedures: canine and feline.
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