Buscar

02 CONTRAVENÇÕES PENAIS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTRAVENÇÕES PENAIS 
Decreto – Lei nº 3.688/1941 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ed. 2020 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
Manual Caseiro 
Instagram: @manualcaseiro 
E-mail: manualcaseir@outlook.com 
Site: www.meumanualcaseiro.com.br 
Contravenções Penais – Decreto-Lei nº 3.688/1941 
 
CONTRAVENÇÕES PENAIS 
Decreto-Lei nº 3.688/1941 
 
 
 
 
 
Prezado aluno, passaremos nesse momento ao estudo da Decreto-Lei nº 3.688/1941 (Lei de 
Contravenções Penais). O presente material tem por objetivo reunir todas as informações que o candidato 
precisa para resolver questões dos certames públicos. 
É cediço que a infração penal é considerada no Ordenamento Jurídico Brasileiro gênero, das quais 
são espécies da infração penal o crime (delito) e a contravenção penal (teoria dicotômica). Assim, a infração 
penal é julgada como crime ou contravenção penal dependendo da classificação atribuída a conduta do 
agente: a conduta de caráter mais grave é considerada crime, enquanto a conduta menos lesiva é contravenção 
penal, estando a classificação submetida ao momento histórico e a sociedade de cada Estado. 
Contravenção penal consiste numa infração penal de baixa gravidade, considerada um “delito menor”. 
As contravenções são menos graves que os crimes, podendo estas variar de acordo com a legislação e 
contexto de determinada sociedade as quais se aplicam. 
A pena para a contravenção penal varia entre a prisão simples e/ou o pagamento de multa. No entanto, 
para que o delito seja tido como contravenção, este não deve apresentar, sob a ótica do Direito Penal, 
uma ameaça relevante. 
Na legislação brasileira, as regras sobre as contravenções penais estão previstas na Lei nº 3.688, de 3 de 
outubro de 1941, conhecida como a Lei das Contravenções Penais.1 
 
Nessa esteira, passaremos em diante ao estudo das principais diferenças de regramento entre 
contravenção penal e crime, bem como, o estudo pontual de algumas contravenções penais. 
 
1 https://www.significados.com.br/contravencao-penal/ 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
1. Decreto-Lei nº 3.688 e sua Recepção pela Constituição Federal/1988 
Conforme entendimento da doutrina, o DECRETO Nº 3688/1941 foi recepcionado pela Constituição 
Federal de 1988 como lei ordinária. 
Status àLEI ORDINÁRIA. 
 
2. Fundamento Constitucional: Art. 98, I, CF. 
Art. 5º, XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. 
Somente a lei em sentido formal pode criminalizar comportamentos (princípio da legalidade). 
Entende-se que deve ser dada interpretação extensiva a norma constitucional para incluir as 
contravenções penais como espécies do gênero infração penal. 
 
3. Conceito de Contravenções Penais 
 
O legislador optou em conceituar as contravenções penais não pelo que são, mas sim pela 
consequência que geram, ou seja, pela forma como são punidas. Nesse sentido, a Lei de Introdução do Código 
Penal e da Lei das Contravenções Penais (DL 3914/41), em seu art. 1.o, deixou claro que crime é a infração 
penal punida com reclusão ou detenção cumulada ou não com pena de multa e contravenção penal é a 
infração penal punida com prisão simples e/ou multa. 
 
4. Sistema Bipartido ou Critério Dicotômico 
O Ordenamento Jurídico Brasileiro adotou o sistema bipartido ou critério dicotômico, comportando 
a infração penal duas espécies: crimes e contravenções penais. 
De acordo com o Dec.-Lei nº 3.914/1941: a infração penal é gênero do qual são espécies os crimes e 
as contravenções. As contravenções também são denominadas de “delitos anões”, decorrência da ideia de 
um crime menor/menos grave. 
No Brasil, infração penal é gênero, dividindo-se em crime (ou delito) e contravenção penal. Adotou-se 
o sistema dualista ou binário. Essas espécies, no entanto, não guardam entre si distinções de natureza 
ontológica (do ser), mas apenas axiológica (de valor). Conclui-se, com isto, que o rótulo de crime ou 
contravenção penal para determinado comportamento humano depende do valor que lhe é conferido 
pelo legislador: as condutas mais graves devem ser etiquetadas como crimes; as menos lesivas, como 
contravenções penais. Trata-se, portanto, de opção política que varia de acordo com o momento 
histórico-social em que vive o país, sujeito a mutações. A título de exemplo, lembramos que o porte 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
ilegal de arma de fogo configurava contravenção penal até 1997, quando passou a ser considerado crime, 
embora ainda de menor potencial ofensivo. E, em 2003, nova sanção penal, mais grave, foi cominada. 
Ao longo do tempo, a conduta de portar arma de fogo sem autorização não mudou, mas sim a visão do 
legislador sobre a sua gravidade do comportamento2. 
 
Vejamos: 
Infração Penal 
Crime Contravenção Penal 
 
 
Art. 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, 
quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a 
infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, 
alternativa ou cumulativamente. 
Vamos esquematizar? 
Infração Penal 
Crime Contravenção Penal 
- Pena de RECLUSÃO; 
- Pena de DETENÇÃO; 
- Isoladamente ou cumulativamente com pena 
de multa. 
- Pena de prisão simples; 
- Multa isoladamente; 
- Ambas cumulativa ou alternativamente cumuladas. 
 
• As contravenções penais, em tese, são espécies de infração penal de menor gravidade em relação 
aos crimes; 
• Não há diferença substancial entre crimes e contravenções, considerando que as duas espécies 
caracterizam ilícitos penais; 
• A diferença legal é meramente formal, em razão da gravidade (ou quantidade da pena). 
 
 
Segundo a doutrina, as Contravenções Penais, inclusive as previstas em outras leis especiais, são 
infrações de menor potencial ofensivo, conforme melhor definição consagrada ao teor do art. 61 da Lei 
9.099/95. 
 
2 https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2018/09/09/certo-ou-errado-entre-crime-e-contravencao-distincao-e-apenas-
axiologica/ 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
Lei 9.099/95. Art. 61. Considera-se infrações de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, 
as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada 
ou não com multa. 
As contravenções penais, independentemente da pena, são INFRAÇÕES PENAIS DE MENOR 
POTENCIAL OFENSIVO. Já os crimes, para serem rotulados como de menor potencial ofensivo, deverá 
observar o limite da pena máxima em dois anos. 
Candidato, você sabia? 
De acordo com a Jurisprudência UNÂNIME dos Tribunais Superiores, não se aplica a lei 9.099/95 
às contravenções praticadas com violência contra mulher, em razão da vedação do art. 41 da Lei Maria da 
Penha. 
Mesmo em se tratando de contravenção penal, por exemplo, vias de fato, não poderá se aplicar a lei 
9.099/95, quando a violência ocorrer no âmbito da violência doméstica, em decorrência da vedação contida 
no art. 41, 11.340/2006. 
Em sentido contrário, a doutrina minoritária entende ser aplicável a lei 9.099/95, interpretando 
restritivamente o art. 41, que usa a expressão crimes. 
Vejamos o entendimento do STJ: 
Alinhando-se à orientação jurisprudencial concebida no seio do Supremo Tribunal 
Federal, a Terceira Seção deste Superior Tribunal de Justiça adotou o entendimento de 
serem inaplicáveisaos crimes e CONTRAVENÇÕES penais pautados pela Lei Maria 
da Penha, os institutos despenalizadores previstos na Lei n. 9.099/95, dentre eles, a 
suspensão condicional do processo. (HC 196.253/MS, SEXTA TURMA, DJe 
31/05/2013). 
à Inaplicáveis aos crimes e as CONTRAVENÇÕES PENAIS, de incidência na lei Maria da Penha. 
Súmula 536 do STJ. A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese 
de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. 
*Delitos: crimes e as contravenções penais. 
A expressão delitos contemplada pela súmula engloba os crimes e as contravenções penais. 
Corroborando o entendimento do STJ. 
STJ: No contexto dos crimes praticados com violência doméstica ou familiar contra a 
mulher, a palavra crime deve englobar toda e qualquer infração penal, conceito 
mais amplo que abrange as duas espécies: crime e contravenção penal. (AgRg no 
 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
AREsp 703.829/MG, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, 
julgado em 27/10/2015, DJe 16/11/2015). 
 
5. Competência para julgamento das Contravenções Penais 
O Art. 109, IV, da Constituição Federal fez a exclusão das contravenções de sua competência. 
Lembre-se: contravenções penais foram expressamente excluídas da Justiça Federal de 1º grau. 
Nesse sentido, o texto constitucional: 
O art. 109, inc. IV da CF: os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, 
serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as 
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; 
Nessa mesma linha, corroborando, dispõe a Súmula do STJ. 
STJ, Súmula nº 38: Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo 
por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de 
suas entidades. 
 
Candidato, e se houver conexão com o crime federal? Deverá ocorrer a separação dos processos. 
Segundo entendimento do STJ e a doutrina majoritária, as regras processuais de conexão e continência, se 
submetem à regra constitucional do art. 109 IV, da CR, determinando a separação obrigatória dos processos 
se houver conexão entre crime federal e contravenção. 
PROCESSUAL PENAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. CRIME E 
CONTRAVENÇÃO. DESMEMBRAMENTO. CONEXÃO. I - As contravenções, 
mesmo que praticadas em detrimento de interesse da União, são apreciadas na 
Justiça Estadual (Súmula nº 38-STJ). II - Na hipótese de conexão ou continência, 
prevalece a regra constitucional (art. 109, inciso IV), indicando a necessidade do 
desmembramento. Conflito julgado procedente. STJ, CC 20454/RO, 3ª Seção, Rel. 
Ministro FELIX FISCHER, julgado em 13.12.1999, DJ 14.02.2000. 
 
 De olho na Jurisprudência: 
Apesar da existência de conexão entre o crime de contrabando e contravenção 
penal, mostra-se inviável a reunião de julgamentos das infrações penais perante o 
mesmo Juízo, uma vez que a Constituição Federal expressamente excluiu, em seu art. 
 
 
 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
109, IV, a competência da Justiça Federal para o julgamento das contravenções penais, 
ainda que praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União. 
Súmula nº 38/STJ. Precedentes. Firmando-se a competência do Juízo Federal para 
processar e julgar o crime de contrabando conexo à contravenção penal, impõe-se o 
desmembramento do feito, de sorte que a contravenção penal seja julgada perante o 
Juízo estadual. (CC 120.406/RJ, TERCEIRA SEÇÃO, DJe 01/02/2013) 
 
 Diante do exposto, contemplamos que “a Justiça Estadual é a competente para julgar as 
contravenções penais, ainda que praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de 
suas entidades autárquicas ou empresas públicas, porquanto a Constituição da República de 1988, em seu 
art. 109, IV, embora se utilizando do gênero “infrações penais”, expressamente, excluiu da competência 
dos juízes federais o julgamento de contravenções penais”. 
 
• Contravenção praticada a bordo de Aeronave: COMPETÊNCIA ESTADUAL. 
O artigo 109, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, utilizado pelo Juízo suscitado para embasar 
o declínio da competência para o Juízo Federal, refere-se tão somente aos crimes cometidos a bordo de navios 
e aeronaves, EXCLUÍDAS, PORTANTO, AS CONTRAVENÇÕES PENAIS. (CC 117.220/BA, 
TERCEIRA SEÇÃO, DJe 07/12/2011). 
ATENÇÃO: Se o autor da contravenção for Juiz Federal será julgado pelo TRF, pois possui foro por 
prerrogativa de função. O critério funcional se sobrepõe à competência material. 
Lembre-se, tá excluído a análise da JF das contravenções de 1º grau, e possuindo o Juiz Federal 
prerrogativa, será julgado pelo respectivo Tribunal Regional Federal, ao qual estiver vinculado, sendo deste 
a competência. 
 
 
6. Análise do Decreto-Lei nº 3.688/1941 
 
6.1 Princípio da Especialidade 
Art. 1° - Aplicam-se às contravenções as regras gerais do Código Penal, sempre que a presente Lei não 
disponha de modo diverso. 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
Referido dispositivo contempla o princípio da especialidade, de modo que, aplicar-se-á a referida lei, 
objeto de estudo, sendo aplicada o CP no tocante as normas gerais, no que não for contrário. 
Corroborando ao exposto Thiago Gandra (2019):3 
Art. 1. da Lei das Contravenções Penais (LCP) já deixa claro que a ela se aplicam subsidiariamente as 
regras gerais do Código Penal, o que significa que toda a parte geral do Código Penal (art. 1 ao 120 do 
CP) se aplica às contravenções penais, salvo se a própria Lei das Contravenções não tiver disposição 
específica em contrário. 
 
Além das regras gerais do CP, aplicam-se subsidiariamente, as disposições do Código de Processo 
Penal e da Lei 9.099/95. 
Exemplos: abolitio criminis – art. 2º, CP. Divergência: art. 14, p. único, CP x art. 4º, LCP (não se 
pune a tentativa de contravenção penal). 
 
6.2 Não incidência da Extraterritorialidade 
Art. 2° - A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional. 
Diferentemente do Código Penal (art. 7º, CP), a lei de contravenção penal não admite a 
extraterritorialidade. 
REGRA: TERRITORIALIDADE DA LCP. Não há extraterritorialidade da lei de contravenções 
penais. Divergência entre o art. 2º, LCP e o art. 7º, CP. 
 
Lei de Contravenção Penal Código Penal 
Não admite extraterritorialidade Admite extraterritorialidade 
Art. 2º, LCP Art; 7º, CP. 
 
Atenção: O STF, não admite extradição de estrangeiro pela prática de contravenção penal. 
A exploração ilícita de jogo e a exposição ilícita de material de jogo configuram contravenções penais 
no ordenamento jurídico brasileiro. A extensão, nesse ponto, não pode ser concedida, por expressa vedação 
do artigo 77, II, da Lei n. 6.815/80. (Ext 787 extensão, julgado em 23/03/2006) 
Corroborando Thiago Gandra (2019):4 
 
3 Gandra, Thiago. LEIS ESPECIAIS, Coleção para concursos: Dicas para realização de provas com questões de concursos e 
jurisprudência do STF e STJ inseridas artigo por artigo – Salvador, Ed. JusPodivm, 2019. 
4 Gandra, Thiago. LEIS ESPECIAIS, Coleção para concursos: Dicas para realização de provas com questões de concursos e 
jurisprudência do STF e STJ inseridas artigo por artigo – Salvador, Ed. JusPodivm, 2019. 
 
 
 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
O art. 2. da Lei das Contravenções Penais consagra o princípio da territorialidade, segundo o qual, às 
contravenções praticadas no território nacional, aplica-se a lei brasileira. Assim também prescreve o art. 
5.o do Código Penal, no que tange aos crimes. No entanto, ensinaa doutrina que o Código Penal adotou 
o princípio da territorialidade relativa ou mitigada, porque existem hipóteses em que, mesmo tendo o 
crime sido praticado fora do território nacional, será́ aplicada a lei brasileira. Contudo, tratando-se de 
contravenção penal, o princípio é o da territorialidade absoluta, já que a disposição do texto legal em 
análise é clara no sentido de que a Lei das Contravenções Penais somente se aplica à contravenção 
praticada no território nacional, não havendo exceção a esta regra. Portanto, à Lei das 
Contravenções Penais não se aplicam as disposições do art. 7.o do Código Penal, que fixa as 
hipóteses de extraterritorialidade da lei penal brasileira. 
 
Como #JáCaiu em prova de Concursos? 
Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-PA Prova: CESPE - 2019 - TJ-PA - Juiz de Direito 
Substituto. Ao caminhar por uma praia turística na Grécia, Alex derramou na areia um litro de óleo dísel, 
com o único fim de sujar os banhistas que lá estavam. Após seu retorno ao Brasil, em razão da grande 
repercussão midiática, Alex foi denunciado pelo Ministério Público, que pediu sua condenação pela prática 
da contravenção tipificada no art. 37 do Decreto-lei n.º 3.688/1941. 
Considerando-se essa situação hipotética, é correto afirmar que Alex 
A. não responderá pela contravenção, pois a lei brasileira só é aplicável a contravenção praticada em 
território brasileiro. 
B. responderá pela contravenção, pois ao caso se aplica o princípio da extraterritorialidade. 
C. responderá pela contravenção, pois ao caso se aplica o princípio da territorialidade. 
D. não responderá pela contravenção, pois ao caso se aplica o princípio da insignificância, dada a quantidade 
de óleo dísel derramada. 
E. não responderá pela contravenção, mas poderá ser extraditado para responder pela conduta na Grécia. 
Gab. A, pois a lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional (art. 2). 
 
6.3 Teoria Psicológico-normativa 
Art. 3º- Para a existência da contravenção, basta a ação ou omissão voluntária. Deve-se, todavia, ter em 
conta o dolo ou a culpa, se a lei faz depender, de um ou de outra, qualquer efeito jurídico. 
 
Trata-se de disposição elaborada à luz da Teoria Psicológico-normativa, em que dolo e culpa eram 
espécies de culpabilidade. 
 
 
 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
De acordo com a doutrina, o artigo foi revogado tacitamente, pela reforma de 1984 do Código Penal. 
Aplica-se o artigo 18, CP (dolo e culpa). 
Diz-se o crime doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo, e culposo, 
quando deu causa ao resultado por negligência, imperícia ou imprudência. 
 
Como #JáCaiu em prova de Concursos? 
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-MA Prova: FCC - 2018 - DPE-MA - Defensor Público. A Lei de 
Contravenções Penais. 
A. prevê pena de prisão simples para a mendicância, em nítida violação ao direito penal do autor. 
B. preserva os princípios da intervenção mínima e ultima ratio ao prever condutas cuja gravidade não pode 
ser suprida por outros campos do direito. 
C. viola o princípio da culpabilidade ao prever que a contravenção pode ser caracterizada sem dolo ou culpa 
do agente. 
D. infringe a proporcionalidade ao prever punição da tentativa da mesma forma que a consumação. 
E. exige que a importunação ofensiva ao pudor seja praticada em local público ou acessível ao público. 
Gab. C, embora esteja previsto na legislação, entende-se que há essa violação e que tivemos a revogação 
tácita do presente artigo. 
 
6.4 Inadmissibilidade da punição da Tentativa 
Nos termos do art. 4º da Lei de Contravenções Penais, a tentativa da prática de contravenção não é 
punida. 
Art. 4° - Não é punível a tentativa de contravenção. 
 
E o que é Tentativa? Ocorre quando iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias 
a vontade do agente. 
Quanto à contravenção, no aspecto fático, obviamente, é possível tentar-se praticar uma 
contravenção, mas o legislador trata a hipótese como irrelevante penal. 
Corroborando Thiago Gandra (2019):5 
 
5 Gandra, Thiago. LEIS ESPECIAIS, Coleção para concursos: Dicas para realização de provas com questões de concursos e 
jurisprudência do STF e STJ inseridas artigo por artigo – Salvador, Ed. JusPodivm, 2019. 
 
 
 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
O legislador brasileiro optou por expressamente vedar a punição da modalidade tentada de contravenção 
penal. Destarte, considerou o legislador que se as contravenções penais consumadas são infrações penais 
menores, delitos anões, a contravenção penal tentada representaria um insignificante em matéria penal. 
Daí a razão pela qual a forma tentada de contravenção não mereceria tratamento da LCP. Repare-se 
que, na forma do art. 14, parágrafo único do CP, o crime tentado é punido com a pena do crime 
consumado, diminuída de um a dois terços. Neste contexto, considerando que as penas das 
contravenções já são muito pequenas (multas ou prisão simples de dias ou meses), a aplicação da 
redução da tentativa geraria penas absolutamente irrelevantes e desnecessárias. 
 
Pode-se dizer que é atípica a tentativa de contravenção. 
àNatureza jurídica: ATIPICIDADE. A norma de extensão fora afastada. Posição Majoritária. 
Nessa esteira, para Damásio, há exclusão da ilicitude. Teoria Minoritária. 
Aplicam-se: Art. 14, I, CP – consumação; Art. 16, CP – arrependimento posterior; Art.17, CP – crime 
impossível. 
Dificilmente será aplicado o artigo 15, CP – desistência voluntária e arrependimento eficaz – pois, na 
maioria das contravenções, não há resultado naturalístico ou este não é exigido para consumação. 
Em sua maioria, trata-se de infrações de perigo abstrato. Exceção: art. 29, LCP. 
 
6.5 Reincidência 
Art. 7° - Verifica-se a REINCIDÊNCIA quando o agente pratica uma contravenção depois de passar 
em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no 
Brasil, por motivo de contravenção. 
O que serve para fins de reincidência? 
a) prática anterior com decisão condenatória com trânsito em julgado por crime, seja praticado 
no Brasil, seja praticado no Estrageiro. 
- crime anterior, independente do local praticado. 
b) pratica anterior de contravenção no Brasil (apenas). 
Atenção! A contravenção penal no estrangeiro não gera reincidência no Brasil, conforme o disposto 
no art. 2º da LCP. 
 
 
 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
OBS.: Conforme dispõe o art. 63, a contravenção anterior não servirá para fins de consideração de 
reincidência, quando da prática de crime. Por exemplo: praticou contravenção, depois, praticou crime. 
Quando do julgamento desse crime, o referido não será considerado reincidente. (Contravenção é anterior) 
Combinando-se o art. 7º da LCP com o artigo 63 do CP, temos as seguintes situações: 
Crime Crime Reincidência 
Crime Contravenção Reincidência 
Contravenção Contravenção Reincidência 
Contravenção Crime Não gera reincidência 
 
Como #JáCaiu em prova de Concursos? 
Ano: 2019 Banca: IESES Órgão: TJ-SC Prova: IESES - 2019 - TJ-SC - Titular de Serviços de Notas e de 
Registros – Remoção. Em relação às contravenções penais, é INCORRETO afirmar: 
A. A prática de crime, depois de condenação prévia transitada em julgado por contravenção penal, não 
enseja reincidência. 
B. As contravenções penais não são punidas com reclusão, nem com detenção. 
C. A prática de contravenção penal é punível apenas na modalidade consumada, não se punindo a 
modalidade tentada. 
D. A prática de contravenção, depois de condenação prévia transitada em julgado por crime, não enseja 
reincidência. 
Gab. D, contravenção após a prática de crime gera reincidência sim, conforme quadroesquematizado acima. 
 
6.6 Erro de Direito 
O art. 8º, contempla o chamado Erro de Direito. 
Art. 8° - No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando escusáveis, a pena pode deixar 
de ser aplicada. 
 
A Ignorantia legis é o desconhecimento da existência da lei – erro de direito. 
Consequência: perdão judicial (pena poderá deixar de ser aplicada). 
De acordo com o art. 21 do Código Penal, o desconhecimento da lei é inescusável, sendo tratado 
como mera atenuante (art. 65, II, CP). 
 
 
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
De acordo com a doutrina, a primeira parte do art. 8º, a LCP deve ser aplicada, porque é mais benéfica, 
pois a ignorantia legis enseja o perdão judicial – causa de extinção da punibilidade. 
Todavia, quanto à errada compreensão da lei – erro de proibição – o art. 8º da Lei de Contravenções 
Penais estaria tacitamente revogado pelo art. 21 do Código Penal, que permite a isenção de pena – excludente 
de culpabilidade -, em caso de erro escusável. Nesse caso, a decisão é absolutória. 
Preferencialmente, sugere a doutrina a aplicação do art. 21 em detrimento do art. 8º, pois este é mais 
benéfico, posto que leva a exclusão da culpabilidade. 
Ignorância legis Erro de Direito 
Art. 8º, CP Art. 21, CP 
 
6.7 Espécies de Penas 
Espécies de Penas 
Prisão Simples Multa 
 
Art. 5° - As penas principais são: 
I - prisão simples; 
II – multa. 
 
Aplicação da pena privativa de liberdade segue o critério trifásico - art. 68, CP. 
A pena de multa também segue os critérios do CP (art. 49 e 60). 
 
a) Prisão simples (privativa de liberdade) 
Art. 6° - A pena de prisão simples deve ser cumprida, SEM RIGOR PENITENCIÁRIO, em 
ESTABELECIMENTO ESPECIAL ou seção especial de prisão comum, em regime SEMIABERTO ou 
ABERTO. 
§ Sem rigor penitenciário; 
§ Em estabelecimento especial; 
§ Em regime semiaberto ou aberto. 
Nesse sentido, contemplamos que é vedada a imposição de regime fechado, ressalvada a hipótese de 
transferência, à luz do artigo 33, CP. 
Corroborando ao exposto, preleciona Rogério Sanches (Código Penal Para Concursos, 2016) “em se 
tratando de contravenções penais punidas com prisão simples inexiste previsão de regime prisional fechado, 
 
 
 
14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
independentemente de ser o condenado reincidente ou não, pois o art. 6º da LCP é expresso no sentido de 
que a pena de prisão simples deve ser cumprida em regime semiaberto ou aberto”. 
§ 1° - O condenado à pena de prisão simples fica sempre separado dos condenados à pena de reclusão 
ou de detenção. 
§ 2° - O trabalho é facultativo, se a pena aplicada não excede a 15 (quinze) dias. 
 
Na Lei de Execução Penal, o trabalho é tanto um dever, quanto um direito. 
Como #JáCaiu em prova de Concursos? 
Ano: 2018 Banca: UEG Órgão: PC-GO Prova: UEG - 2018 - PC-GO - Delegado de Polícia. Sobre as 
contravenções penais previstas no Decreto-Lei n. 3.688, de 3 de outubro de 1941, verifica-se que: 
A. Admitem ação penal privada. 
B. Não há reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado a sentença 
que o tenha condenado, no Brasil, por motivo de contravenção. 
C. A tentativa de contravenção é punida na forma prevista pelo Código Penal. 
D. Segundo a Constituição, as contravenções praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da 
União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas são de competência da Justiça comum 
Federal. 
E. A pena de prisão simples não pode ser cumprida em regime fechado, mesmo em caso de regressão de 
regime. 
Gab. E. 
 
6.8 Limites das Penas 
Art. 10 - A duração da pena de prisão simples não pode, em caso algum, ser superior a 5 (cinco) anos, 
nem a importância das multas ultrapassar cinquenta contos de réis. 
 
O tempo máximo de prisão simples é de 5 ANOS. Mesmo que haja concurso de contravenções, a 
pena unificada não deve ultrapassar esse limite. 
As causas de aumento e redução de pena da parte geral do CP aplicam-se às contravenções. 
Limite da Pena 
Lei de Contravenção Código Penal 
5 anos 40 anos 
Art. 10, LCP Art. 75 
 
 
 
15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
 
6.9 Sursis e Livramento Condicional 
Art. 11 - Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender, por tempo não inferior a 1 (um) 
ano nem superior a 3 (três), a execução da pena de prisão simples, bem como conceder livramento 
condicional. 
Sursis – regras dos art. 77 a 82, CP – com PRAZO ESPECIAL DE 1 A 3 ANOS. 
Vamos esquematizar? 
Sursis e Tempo 
Lei de Contravenção Código Penal 
1 a 3 anos 2 a 4 anos 
 
Livramento condicional – ART. 83 a 89, CP. Aplica-se as mesmas regras do Código Penal. 
*Multa e não cumprimento 
Art. 9° - A multa converte-se em prisão simples, de acordo com o que dispõe o Código Penal sobre a 
conversão de multa em detenção. 
Segundo a doutrina, essa norma foi REVOGADA, uma vez que o art. 51, CP veda a conversão da 
multa em prisão, sendo considerada dívida de valor e executada na Vara da Fazenda Pública. 
Corroborando ao exposto, preleciona Rogério Sanches (Código Penal Para Concursos, 2016) “com o 
advento da Lei 9.268/96, transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada à dívida 
de valor, aplicando-se as normas da legislação relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no 
que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição, não mais se permitindo a conversão da 
pena de multa em detenção, no caso do seu não pagamento”. 
6.10 Penas acessórias 
 
É AMPLAMENTE MAJORITÁRIO o entendimento da doutrina de que O ARTIGO 12 FOI 
REVOGADO pela reforma penal de 1984, que aboliu as penas acessórias, convolando-as em EFEITOS DA 
CONDENAÇÃO. 
Nucci entende que não houve revogação. 
Art. 12 - As penas acessórias são a publicação da sentença e as seguintes interdições de direitos: 
I - a incapacidade temporária para profissão ou atividade, cujo exercício dependa de habilitação especial, 
licença ou autorização do poder público; 
 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
II - a suspensão dos direitos políticos. Parágrafo único - Incorrem: a) na interdição sob nº I, por 1 (um) 
mês a 2 (dois) anos, o condenado por motivo de contravenção cometida com abuso de profissão ou 
atividade ou com infração de dever a ela inerente; 
b) na interdição sob n° II, o condenado à pena privativa de liberdade, enquanto dure a execução da pena 
ou a aplicação da medida de segurança detentiva. 
 
 
6.11 Substituição das Penas 
Entende-se ser aplicável as regras do art. 44, do Código Penal. 
De acordo com a doutrina e a jurisprudência, é cabível a aplicação dos art. 44 e seguintes do CP, 
no tocante à substituição das penas privativas de liberdade por restritivas de direitos e/ou multa. 
 
De olho na Jurisprudência 
De acordo com o entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça, É INCABÍVEL a 
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos em casos de crime ou contravenção 
cometido mediante violência ou grave ameaça à pessoa. Precedentes. (AgRg no REsp 1542483/MS, 
SEXTA TURMA, julgado em 03/09/2015, DJe 22/09/2015). 
Não se admite a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direito em infrações 
penais com violência ou grave ameaça à pessoa, conforme a exigência do requisito objetivo do art. 44 do 
Código Penal. 
A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça pacificou-se no sentido de que a prática de delito 
ou contravenção cometido com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a 
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. (AgRg no AREsp 700.718/MS,SEXTA 
TURMA, julgado em 30/06/2015, DJe 03/08/2015) 
Em sentido diverso, julgado anterior do STJ: Constatando-se que a sanção imposta foi inferior a 4 
(quatro) anos e que se cuida da contravenção penal prevista no art. 21 do Decreto-Lei 3.888/41 - vias de fato 
- infração de natureza menos grave, POSSÍVEL E SOCIALMENTE RECOMENDÁVEL a substituição da 
sanção privativa de liberdade por restritivas de direitos, desde que não se resuma ao pagamento de cestas 
básicas, de prestação pecuniária ou de multa, isoladamente, como expressamente determinado no art. 17 da 
Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha). Precedente deste STJ. A concessão da permuta, na espécie, de forma 
alguma colidiria com a proposta de combate à violência doméstica, tendo em vista a sua adequação às 
 
 
 
17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
finalidades da aplicação da pena, que são a retribuição e a ressocialização do condenado, servindo ainda para 
prevenção geral, na medida em que afasta a ideia de impunidade. O deferimento do benefício também não 
ofenderia o previsto no art. 41 da Lei Maria da Penha, pois aqui o que se impede é a aplicação das medidas 
benéficas previstas na Lei 9.099/95 aos delitos cometidos no âmbito doméstico ou familiar contra a mulher, 
independentemente da pena prevista ou efetivamente aplicada. (HC 207.978/MS, QUINTA TURMA, DJe 
13/04/2012). 
*Atenção: esse entendimento é antigo, conforme se pode observar da data de julgamento. Os 
entendimentos mais recentes é pela não admissão. 
*Revogados 
De acordo com a doutrina, os artigos 13 a 15 estão REVOGADOS, pois se referem ao período em 
que o Código Penal adotava o sistema do duplo binário (aplicação cumulativa de pena e medida de 
segurança). 
A reforma de 1984 adotou o Sistema Vicariante, com aplicação de pena para os imputáveis e de 
medida de segurança para os inimputáveis. 
Aos inimputáveis só se aplica medida de segurança. 
- Art. 13 e 14, entende-se revogados. 
 
6.12 Prazo de Internação 
Art. 16 - O prazo mínimo de duração da internação em manicômio judiciário ou em casa de custódia e 
tratamento é de 6 (seis) meses. 
Parágrafo único - O juiz, entretanto, pode, ao invés de decretar a internação, submeter o indivíduo a 
liberdade vigiada. 
 
O Prof. DAMÁSIO afirma que deve prevalecer a regra do artigo 97 do CP. Conforme orientação 
majoritária da doutrina, não se aplica mais da liberdade vigiada, em face de sua extinção pela reforma da 
parte geral do Código Penal em 1984. NUCCI diverge e entende que o parágrafo continua em vigor, 
aplicando-se a liberdade vigiada ao contraventor, por ser mais favorável. 
 
6.13 Ação Penal 
àAção Penal Pública Incondicionada. 
 
 
 
18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
Art. 17 - A ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de ofício. 
 
O processo das Contravenções Penais se dá por meio de Ação Penal Pública Incondicionada. 
Rito: sumaríssimo, em regra, se tramitar no JECRIM. 
Cuidado: vias de fato no âmbito da violência doméstica – Juizado de Violência Doméstica – 
procedimento sumário, afastando a Lei 9.099/95. 
Nos demais casos, aplicar-se-á a regra acima exposta. 
 
7. Esquematizando as diferenças entre Crime e Contravenção Penal 
 Crime Contravenção Penal 
Extraterritorialidade Aplica-se Não se aplica 
Tentativa Punível Não punível/cabível 
Erro de direito Não se aplica Aplica-se 
Regime Fechado, semiaberto ou aberto Semiaberto ou aberto 
Pena privativa de liberdade Reclusão e detenção Prisão simples 
Limites das Penas 40 anos 5 anos 
Sursis 2 a 4 anos, ou de 4 a 6 anos nos 
casos de sursis humanitário ou 
etário 
1 a 3 anos 
Ação Penal Pública (condicionada ou 
incondicionada) ou privada 
Ação Penal Pública 
Incondicionada 
 
 
8. Contravenções Penais em Espécie 
 
Art. 18 - FABRICAR, IMPORTAR, EXPORTAR, TER EM DEPÓSITO OU VENDER, sem permissão 
da autoridade, ARMA OU MUNIÇÃO: Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa, 
ou ambas cumulativamente, se o fato não constitui crime contra a ordem política ou social. 
De acordo com a maioria da doutrina, a vigência do art.18 restringe-se às ARMAS BRANCAS e 
armas de arremesso. 
O artigo foi derrogado pela Lei de Armas de Fogo (Lei n.º 9.437/97), posteriormente, revogada pelo 
Estatuto de Desarmamento – Lei n. 10.826/2003. 
Se o objeto material é arma de fogo/munição: 
1) ter em depósito ou vender estão tipificados na Lei n. 10.826/2003, nos artigos 14 (uso permitido) 
ou 16 (uso restrito). 
 
 
 
19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
2) Vender, fabricar no exercício de atividade comercial ou industrial, configura o crime é de comércio 
ilegal - art.17. 
3) Importar e exportar caracterizam o crime de tráfico internacional de arma de fogo, - art. 18 do 
Estatuto. 
Desse modo, concluímos que o art. 18 da Lei de Contravenções Penais tem aplicação apenas no que 
se refere à arma branca, tendo sido revogado tacitamente quanto às armas brancas. 
Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada, nos termos do art. 17 da Lei de 
Contravenções Penais. O rito processual é o previsto na Lei n. 9.099/95, aplicando-se os institutos 
despenalizadores (transação penal e suspensão condicional do processo). 
 
Art. 19 - TRAZER CONSIGO ARMA fora de casa ou de dependência desta, sem licença da autoridade: 
Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, ou multa, ou ambas cumulativamente. 
 
Referido dispositivo continuaria sendo aplicável no caso de arma branca. 
De Olho na Jurisprudência 
Conforme entendimento adotado por esta Corte Superior de Justiça, o art. 19 da Lei de Contravenções 
Penais não foi revogado pela Lei n.º 9.437/97 - que instituiu o Sistema Nacional de Armas e tipificou como 
crime o porte ilegal de arma de fogo - mas tão somente DERROGADA, na medida em que ainda CONTINUA 
EM VIGOR EM RELAÇÃO À ARMA BRANCA. (STJ,HC 255.192/MG, QUINTA TURMA, 
02/04/2013). 
É pacífico o entendimento na jurisprudência que esta Contravenção Penal se classifica como de 
MERA CONDUTA E DE PERIGO ABSTRATO. 
É típico o simples porte indevido da arma independentemente de demonstração de que alguém foi 
exposto a perigo concreto. “TRAZER CONSIGO” significa que o artefato está junto ao corpo ou em local 
de fácil acesso, o que pressupõe ter a pronta disponibilidade do uso da arma. 
Segundo parte da doutrina, caso o sujeito esteja somente TRANSPORTANDO a arma branca, sem 
pronta disponibilidade, não se caracterizará a contravenção, pela evidente ausência da intenção de usar o 
objeto como arma. 
 
Obs.: TRANSPORTAR e TRAZER CONSIGO seriam condutas diferentes. 
 
 
 
20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
§ 1° - A pena é aumentada de um terço até metade, se o agente já foi condenado, em sentença 
irrecorrível, por violência contra pessoa. 
 
Trata-se de um bis in idem. 
Obs.: Aplicam-se as armas brancas. Art. 13 do Estatuto do Desarmamento. Aplicam-se aos artefatos 
que não são arma de fogo, as armas de fogo aplica-se o art. 13. A aplicação do art. 19 é sempre de forma 
residual. 
§ 2° - Incorre na pena de prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa, quem, possuindo 
arma ou munição: 
a) deixa de fazer comunicação ou entrega à autoridade, quando a lei o determina; 
b) permite que alienado, menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa inexperiente no manejo de arma a tenha 
consigo; 
c) omite as cautelas necessárias para impedir que dela se apodere facilmente alienado, menor de 18 
(dezoito) anos ou pessoa inexperiente em manejá- la. 
Obs.: Jurisprudência do STF e do STJ: É efeito da condenação – o confisco da arma branca ou 
perdimento em favor da União, conforme art. 91, inc. I, “a” doCódigo Penal. 
Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada, nos termos do art. 17 da Lei de 
Contravenções Penais. O rito processual é o previsto na Lei n. 9.099/95, aplicando-se os institutos 
despenalizadores (transação penal e suspensão condicional do processo). 
 
 
#HoradoInformativo #Info2020 #Recente #MaisQuenteQueFogueiradeSãoJoão 
Porte de arma branca. Contravenção penal. Art. 19 do Decreto-Lei n. 3.688/1941. Conduta típica.6 
O porte de arma branca é conduta que permanece típica na Lei das Contravenções Penais. 
Como cediço, em relação às armas de fogo, o art. 19 da Lei de Contravenção Penal foi tacitamente 
revogado pelo art. 10 da Lei n. 9.437/1997, que, por sua vez, também foi revogado pela Lei n. 10.826/2003. 
Assim, o porte ilegal de arma de fogo caracteriza, atualmente, infração aos arts. 14 ou 16 do Estatuto do 
Desarmamento, conforme seja a arma permitida ou proibida. 
 
6 https://ww2.stj.jus.br/jurisprudencia/externo/informativo/ 
 
 
 
21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
Entrementes, permaneceu vigente o referido dispositivo do Decreto-lei n. 3.688/1941 quanto ao porte 
de outros artefatos letais, como as armas brancas. 
Desse modo, a jurisprudência do STJ é firme no sentido da possibilidade de tipificação da conduta de 
porte de arma branca como contravenção prevista no art. 19 do Decreto-lei n. 3.688/1941, não havendo que 
se falar em violação ao princípio da intervenção mínima ou da legalidade. 
 
Art. 21 - Praticar VIAS DE FATO contra alguém: Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) 
meses, ou multa, se o fato não constitui crime. 
 
As VIAS DE FATO se caracterizam como atos de violência, sem o dolo e a intensidade suficiente 
para ofender efetivamente a integridade física ou mental. 
Nessa esteira, diz a doutrina, por exclusão: "constitui vias de fato toda agressão física contra a 
pessoa, desde que não constitua lesão corporal”. Ex.: empurrão, bofetada, puxar cabelo, rasgar roupa, 
causando eritemas. 
Trata-se de norma de natureza subsidiária - somente é aplicável se o fato não constituir crime (ex. injúria 
real). 
Polêmica 
A Lei 9.099/95 transformou a lesão corporal leve em crime de Ação Penal Pública Condicionada à 
representação (art. 88). Segundo parte da doutrina, deveria ser a ação penal pública condicionada à 
representação também para a contravenção vias de fato, por ser menos grave. 
Se a lesão leve que é de maior gravidade, depende de representação, de igual modo, deveria ser 
também a contravenção. 
ATENÇÃO – trata-se apenas de posição minoritária da Doutrina. O entendimento das Cortes Superiores é 
de que a contravenção penal de vias de fato permanece sendo de ação penal pública incondicionada. 
Segundo entendimento pacífico do STJ e do STF, a Contravenção Penal de vias de fato continua 
processada mediante Ação Penal Publica Incondicionada (STF - HC 80058/RJ (02.09.07), não ensejando a 
lei 9099/95 qualquer alteração na lei de contravenções penais. 
*Vias de Fato e o Princípio da Insignificância 
De acordo com o STJ: 
 
 
 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
A contravenção de vias de fato, embora de menor potencial ofensivo, protege um bem juridicamente 
relevante para o direito penal - a incolumidade física - e quem a pratica põe em perigo aquele bem. Além 
disso, a sua prática, no âmbito doméstico, é dotada de maior reprovação, pois geralmente é o prenúncio de 
uma conduta mais grave, sendo INVIÁVEL A APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. 
O artigo 21 (Vias de Fato) do Decreto-lei 3.688/41 foi recepcionado pela Constituição Federal, pois 
o bem jurídico tutelado pela norma - integridade física - possui relevância para o Direito Penal. AGRAVO 
EM RECURSO ESPECIAL Nº 608.601 – DF - 04 de agosto de 2015. 
De olho na Jurisprudência 
Informativo nº 0402 do STJ Terceira Seção COMPETÊNCIA. CONTRAVENÇÃO. LEI MARIA 
DA PENHA. No caso, o autor desferiu socos e tapas no rosto da declarante, porém sem deixar lesões 
(vias de fato). Os juízos suscitante e suscitado enquadraram a conduta no art. 21 da Lei de 
Contravenções Penais (vias de fato). Diante disso, a Seção conheceu do conflito para declarar 
competente o juízo de Direito da Vara Criminal, e não o do Juizado Especial, por entender ser 
inaplicável a Lei n. 9.099/1995 aos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, ainda que 
se trate de contravenção penal. CC 104.020-MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 
12/8/2009. 
Na Lei 11.343/2006 
§ não cabe suspensão condicional do processo; 
§ não cabe transação penal. 
- Súmula 536, STJ. 
 
*Causa de aumento de pena 
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) 
anos (acrescentado pelo Estatuto do Idoso). 
§ de 1/3 até a metade; 
§ se praticado em face do idoso. 
 
Art. 24 - FABRICAR, CEDER OU VENDER gazua ou instrumento empregado usualmente na prática 
de crime de furto: Pena - prisão simples, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
Gazua é chave falsa, mixa. 
Condutas: fabricar, ceder ou vender este instrumento. 
 
 
 
23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
Se o agente é surpreendido adquirindo “gazua” o fato é atípico. 
Também não comete receptação, porque se trata de produto de contravenção penal e o objeto material 
da receptação é produto de crime. 
A contravenção do art. 24 não se caracteriza para qualquer crime patrimonial, somente para crime de 
furto. 
O objeto material deve ter destinação própria para prática de furto, atentando-se para o termo 
usualmente, sendo necessário o exame pericial para a sua caracterização. 
A perícia é importante para definir o objeto, e consequentemente, a caracterização ou não do delito 
em espécie. 
 
Art. 25 - Ter alguém em seu poder, depois de condenado por crime de furto ou roubo, ou enquanto 
sujeito à liberdade vigiada ou quando conhecido como vadio ou mendigo, gazuas, chaves falsas ou 
alteradas ou instrumentos empregados usualmente na prática de crime de furto, desde que não prove 
destinação legítima: Pena - prisão simples, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano, e multa. 
Conduta: ter em seu poder (possuir). 
Objeto material é chave falsa ou instrumento usualmente utilizado na prática de furto. 
Sujeito ativo é o condenado definitivo por furto ou roubo, o vadio ou, ainda, o mendigo. 
Se o sujeito usa a chave falsa para furtar alguma coisa, a contravenção penal configura ato 
preparatório para o furto qualificado, sendo, a contravenção absorvida. 
De Olho na Jurisprudência: 
Informativo 722/STF: No julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 583523, o 
Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), por unanimidade, declarou NÃO 
RECEPCIONADO pela Constituição Federal (CF) de 1988 o artigo 25 da Lei de 
Contravenções Penais (LCP): O art. 25 da Lei de Contravenções Penais não é 
compatível com a Constituição de 1988, por violar os princípios da dignidade da 
pessoa humana (CF, art. 1º, III) e da isonomia (CF, art. 5º, caput e I). No mérito, 
destacou-se que o princípio da ofensividade deveria orientar a aplicação da lei penal, 
de modo a permitir a aferição do grau de potencial ou efetiva lesão ao bem jurídico 
protegido pela norma. Observou-se que, não obstante a contravenção impugnada ser 
de mera conduta, exigiria, para a sua configuração, que o agente tivesse sido 
condenado anteriormente por furto ou roubo; ou que estivesse em liberdade vigiada; 
 
 
 
24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
ou que fosse conhecido como vadio ou mendigo. Assim, salientou-se que o legislador 
teria se antecipado a possíveis e prováveis resultados lesivos, o que caracterizaria a 
presentecontravenção como uma infração de perigo abstrato. 
Argumentos 
§ violaria a dignidade da pessoa humana; 
§ violaria a isonomia; 
§ realçar o denominado direito penal do autor (não adotado em nosso Ordenamento Jurídico); 
Frisou-se que a LCP fora concebida durante o regime ditatorial e, por isso, o anacronismo do tipo 
contravencional. Asseverou-se que a condição especial “ser conhecido como vadio ou mendigo”, atribuível 
ao sujeito ativo, criminalizaria, em verdade, qualidade pessoal e econômica do agente, e não fatos objetivos 
que causassem relevante lesão a bens jurídicos importantes ao meio social. Consignou-se, no ponto, a 
inadmissão, pelo sistema penal brasileiro, do direito penal do autor em detrimento do direito penal do fato. 
No que diz respeito à consideração da vida pregressa do agente como elementar do tipo, afirmou-se o não 
cabimento da presunção de que determinados sujeitos teriam maior potencialidade de cometer novas 
infrações penais. Por fim, registrou-se que, sob o enfoque do princípio da proporcionalidade, a norma em 
questão não se mostraria adequada e necessária, bem como afrontaria o subprincípio da proporcionalidade 
em sentido estrito. (...), em acréscimo, que a tipificação em comento contrariaria, também, o princípio da 
presunção de inocência, da não culpabilidade. RE 583523/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 3.10.2013. 
 
Art. 28 - Disparar arma de fogo em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção 
a ela: 
Pena - prisão simples, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. 
 
A referida contravenção fora revogada pela superveniente tipificação disposta ao teor do art. 15 
(disparo de arma de fogo) do Estatuto do Desarmamento. 
Parágrafo único - Incorre na pena de prisão simples, de 15 (quinze) dias a 2 (dois) meses, ou multa, 
quem, em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, sem licença da 
autoridade, causa deflagração perigosa, 
QUEIMA FOGO DE ARTIFÍCIO ou solta balão aceso. 
Lembre-se: 
 
 
 
25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
DISPARO DE ARMA DE FOGO - revogada, configura o crime do art. 15 do Estatuto do 
Desarmamento. 
CAUSAR DEFLAGRAÇÃO PERIGOSA – revogada pelo art. 251, §1º do Código Penal e art. 16, 
parágrafo único, inc. III da L.10826/2003. 
SOLTAR BALÃO ACESO - revogada. Trata-se de crime ambiental (art. 42, Lei 9605/98). Crime 
ambiental! 
QUEIMAR FOGOS DE ARTIFÍCIO – é a única conduta do art. 28 que mantém vigência. 
Há contravenção quando não há licença da autoridade, conforme a potencialidade lesiva dos fogos de 
artifício. 
Os fogos que possuem queima livre não precisam de autorização. 
Informativo nº 0383 do STJ - Sexta Turma CRIME. EXPLOSÃO. FOGOS. ARTIFÍCIO. O crime 
de explosão (de perigo comum), tal como descrito no art. 251 do CP, exige, como circunstância elementar, 
a comprovação de que a conduta perpetrada causou efetivamente afronta às vidas e integridade física das 
pessoas, ou mesmo concreto dano ao patrimônio de outrem. Daí que o arremesso de fogos de artifício em 
local ocasionalmente desabitado (no caso, a bilheteria de um cinema), que sequer causou danos ao ambiente, 
não pode denotar o crime de explosão. Poderia, no máximo, mostrar-se como a contravenção penal do art. 
28, parágrafo único, do DL n. 3.688/1941, a qual já foi alcançada pela prescrição. HC 104.952-SP, julgado 
em 10/2/2009. 
 
Art.31 - Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou não guardar com a devida 
cautela animal PERIGOSO: Pena - prisão simples, de 10 (dez) dias a 2 (dois) meses, ou multa. 
ELEMENTO SUBJETIVO: CULPA – OMISSÃO DE CAUTELA - NEGLIGÊNCIA 
Para haver a contravenção, a omissão é relativa a animal perigoso, capaz de causar danos a alguém. 
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem: 
a) na via pública, abandona animal de tiro, carga ou corrida, ou o confia a pessoa inexperiente; 
b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança alheia; 
c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a segurança alheia. 
ELEMENTO SUBJETIVO: dolo. 
àAs figuras equiparadas do referido artigo são de natureza dolosa, diferentemente do caput, que em 
natureza culposa. 
 
 
 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
Art. 31, caput Art. 31 parágrafo único 
Culpa Dolo 
 
Art. 32 - Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via pública, ou embarcação a motor em águas 
públicas: Pena - multa. Derrogado quanto à direção de veículo automotor pelo art. 309/CTB. Continua 
em vigor quanto à condução inabilitada de embarcação a motor em águas públicas. 
De Olho na Súmula 
Súmula 720/STF: O art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro, que reclama decorra do fato perigo 
de dano (perigo concreto), derrogou o art. 32 da Lei das Contravenções Penais no tocante à direção sem 
habilitação em vias terrestres. 
O art. 309, CTB: tipifica a conduta de dirigir sem habilitação. Dirigir sem habilitação criando perigo 
concreto amolda-se ao art. 309, CTB. Se não causa perigo concreto, é infração de trânsito. 
 
Art. 34 - Dirigir veículos na via pública, ou embarcações em águas públicas, pondo em perigo a 
segurança alheia: Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa. 
Segundo o STF (HC 86276/MG), o art. 34/LCP ainda continuaria em vigor quanto à direção perigosa 
de veículo automotor, nas hipóteses não abrangidas pelos crimes tipificados no CTB. 
Logo, o que não for englobado no CTB, haveria a incidência da tipificação da contravenção. 
Ex.: freadas bruscas; trafegar na contramão; ultrapassar pela direita. 
Modalidades de direção perigosa previstas no CTB: 
§ Embriaguez ao volante (art. 306); 
§ Racha (art. 308); 
§ Dirigir sem habilitação (art. 309); 
Excesso de velocidade ou velocidade incompatível (art. 311) “VIAS PÚBLICAS” - São as vias de 
acesso ao público (ruas, estradas, etc.). Estacionamento de supermercado, shopping etc, segundo a 
jurisprudência MAJORITÁRIA, NÃO caracteriza via pública. 
 
Art. 42 - Perturbar alguém, o trabalho ou o sossego ALHEIOS: 
*A perturbação deve ser coletiva. 
I - com gritaria ou algazarra; 
II - exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais; 
III - abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos; 
 
 
 
27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
IV - provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem guarda: Pena - 
prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa. 
Elemento normativo 
A expressão “alheios” faz concluir que a perturbação de uma única pessoa não configura esta 
contravenção. Evidenciado que uma pessoa determinada se encontrou em situação de incômodo e prejuízo, 
devido a ações do agente, configura-se, em princípio, a perturbação da tranquilidade e, não a perturbação do 
sossego alheio – figura que prevê prejuízo para número indeterminado de pessoas. (RHC 11.235/MG, Rel. 
Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 02/08/2001). 
O STF, no HC 85032/RJ, decidiu que a perturbação deve alcançar um numero considerável de 
pessoas. Devem ser também considerados outros aspectos, tais como costumes e cultura. Segundo o STJ (HC 
54536/MS), se ocorrer poluição sonora em níveis prejudiciais à saúde humana, haverá crime ambiental. 
 
Art. 45 - Fingir-se funcionário público: 
Pena - prisão simples, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa. 
Sujeito Ativo pode ser qualquer pessoa. 
Segundo a doutrina minoritária, o funcionário público pode ser sujeito ativo se fingir ocupar cargo 
diverso do que exerce. Para a corrente majoritária caracteriza apenas infração administrativa. Na 
contravenção, a finalidade do agente é somente satisfazer a própria vaidade (“garganta”). 
Se efetivamente praticar ato privativode funcionário público, responde pelo crime de usurpação de 
função pública. (art. 328,CP). 
Se a intenção do agente é obter vantagem ou causar prejuízo a outrem, presente estará o crime de 
estelionato (art.171) ou o crime de falsa identidade do art. 307 do Código penal. 
 
Art. 47 - Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as 
condições a que por lei está subordinado o seu exercício: Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 
(três) meses, ou multa. 
 
Só haverá Contravenção Penal se a profissão ou atividade for realizada sem cumprimento das 
exigências legais (norma penal em branco). 
 
 
 
28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
Segundo a doutrina, o art. 47 busca garantir sejam determinadas profissões exercidas por profissionais 
habilitados, coibindo o abuso e a dissimulação em desfavor daqueles que acreditam estar diante de 
profissionais aptos. 
A Contravenção existe mesmo que não haja finalidade de lucro ou prejuízo a terceiros. De acordo 
com o STF, se não houver lei regulamentando atividade, o fato é atípico. 
STF: Impossibilidade de prosseguimento da ação penal quanto à acusação de exercício ilegal da 
profissão de árbitro, ou mediador. Ausência de requisito necessário à configuração do delito, contido na 
expressão "sem preencher as condições a que por lei está subordinado o seu exercício". Profissão cuja 
regulamentação é objeto de Projeto de Lei, em trâmite no Congresso Nacional. (HC 92183, 1ª Turma, 
18/03/2008). 
De Olho na Jurisprudência 
Informativo nº 0428 do STJ Terceira Seção A Seção decidiu que compete ao juizado especial civil 
e criminal processar e julgar a contravenção penal referente ao exercício ilegal da atividade profissional no 
caso de um corretor de imóveis que teve sua inscrição cancelada pelo Creci por impontualidade do pagamento 
das anuidades (art. 47 do DL n. 3.688/1941) CC 104.924-MG, em 24/3/2010. 
GUARDADOR DE AUTOMÓVEIS/ FLANELINHA 
De acordo com o STJ: Assim, a simples ausência de inscrição no órgão competente, em casos como 
o presente, em que não se exige do profissional conhecimento especial ou habilitação específica, não tipifica 
o delito, inexistindo justificativa para a intervenção do Direito Penal. (HC 190.186/RS, QUINTA TURMA, 
DJe 14/06/2013). 
O simples fato de exercer atividade de flanelinha, sem estar registrado no órgão competente, não é 
suficiente para caracterizar a contravenção penal. 
 
De Olho na Jurisprudência 
Informativo nº 0536 do STJ - Quinta Turma. O exercício, sem o preenchimento dos requisitos 
previstos em lei, da profissão de guardador e lavador autônomo de veículos automotores (flanelinha) não 
configura a contravenção penal prevista no art. 47 do Decreto-Lei 3.688/1941 (exercício ilegal de profissão 
ou atividade). RHC 36.280-MG, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 18/2/2014. 
De acordo com o STF: A profissão de guardador e lavador autônomo de veículos automotores está 
regulamentada pela Lei 6.242/1975, que determina, em seu art. 1º, que o seu exercício “depende de registro 
na Delegacia Regional do Trabalho competente”. Entretanto, a não observância dessa disposição legal pelos 
 
 
 
29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
pacientes não gerou lesão relevante ao bem jurídico tutelado pela norma, bem como não revelou elevado 
grau de reprovabilidade, razão pela qual é aplicável, à hipótese dos autos, o princípio da insignificância. 
Como é cediço, o Direito Penal deve ocupar-se apenas de lesões relevantes aos bens jurídicos que lhe 
são caros, devendo atuar sempre como última medida na prevenção e repressão de delitos, ou seja, de forma 
subsidiária a outros instrumentos repressivos. HC 115046 - 19/03/2013. 
Outras figuras mais graves: 
§ Exercício ilegal de profissão de médico, dentista ou farmacêutico (art. 282, CP). 
§ Se o agente exercer atividade da qual está impedido por decisão administrativa, responde pelo crime 
do art. 205, CP. 
§ Se exercer atividade ou profissão da qual está suspenso ou privado por decisão judicial pratica o crime 
do art. 359,CP. 
 
Como #JáCaiu em prova de Concursos? 
Ano: 2018 Banca: UEG Órgão: PC-GO Prova: UEG - 2018 - PC-GO - Delegado de Polícia. Nos termos do 
Decreto-Lei n. 3.688/1941, tipifica-se como contravenção relativa à organização do trabalho a seguinte 
conduta: 
A. recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país. 
B. exercer profissão ou atividade econômica, ou anunciar que a exerce, sem preencher as condições a que 
por lei está subordinado o seu exercício. 
C. provocar, abusivamente, emissão de fumaça, vapor ou gás, que possa ofender ou molestar alguém. 
D. perturbar alguém o trabalho ou o sossego alheios, exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em 
desacordo com as prescrições legais. 
E. entregar-se alguém habitualmente à ociosidade, sendo válido para o trabalho, sem ter renda que lhe 
assegure meios bastantes de subsistência, ou prover à própria subsistência mediante ocupação ilícita. 
Gab. B, art. 47 da Lei de Contravenções Penais. 
 
Art. 50 - Estabelecer ou explorar JOGO DE AZAR em lugar público ou acessível ao público, 
mediante o pagamento de entrada ou sem ele: Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) 
ano, e multa, estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos móveis e objetos de decoração 
do local. 
§ 1° - A pena é aumentada de um terço, se existe entre os empregados ou participa do jogo pessoa menor 
de 18 (dezoito) anos. 
 
 
 
30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
§ 2º - Incorre na pena de multa, de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), 
quem é encontrado a participar do jogo, ainda que pela internet ou por qualquer outro meio de 
comunicação, COMO PONTEIRO OU APOSTADOR. (Redação dada pela Lei nº 13.155, de 2015); 
§ 3° - Consideram-se jogos de azar: a) o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou 
principalmente da sorte; b) as apostas sobre corrida de cavalos fora de hipódromo ou de local onde 
sejam autorizadas; c) as apostas sobre qualquer outra competição esportiva. § 4º Equiparam-se, para os 
efeitos penais, a lugar acessível ao público: a) a casa particular em que se realizam jogos de azar, quando 
deles habitualmente participam pessoas que não sejam da família de quem a ocupa; b) o hotel ou casa 
de habitação coletiva, a cujos hóspedes e moradores se proporciona jogo de azar; c) a sede ou 
dependência de sociedade ou associação, em que se realiza jogo de azar; d) o estabelecimento destinado 
à exploração de jogo de azar, ainda que se dissimule esse destino. 
 
A lei pune o dono do local e o responsável pelo negócio, inclusive, na hipótese de cassino clandestino. 
Será partícipe, o funcionário que colabora com a efetivação do negócio no estabelecimento. 
Núcleos: estabelecer (organizar, instituir), explorar (auferir lucro) 
Jogo de azar: §3º - cujo ganho ou perda dependem exclusivamente da sorte. 
 
9. Súmulas 
 
Súmula 51-STJ: A punição do intermediador, no jogo do bicho, independe da identificação do “apostador” 
ou do “banqueiro”. 
 
Súmula 720-STF: O art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro, que reclama decorra do fato perigo de dano, 
derrogou o art. 32 da Lei das Contravenções Penais no tocante à direção sem habilitação em vias terrestres. 
 
10. Legislação 
Art. 1º Aplicam-se as contravenções às regras gerais do 
Código Penal, sempre que a presente lei não disponha de modo 
diverso. 
 Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção 
praticada no território nacional. 
 Art. 3º Para a existência da contravenção, basta a ação ou 
omissão voluntária. Deve-se, todavia, ter em conta o dolo ou a 
culpa, se a lei faz depender, de um ou de outra, qualquer efeito 
jurídico.Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção. 
 Art. 5º As penas principais são: 
 I – prisão simples. 
 II – multa. 
 Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem 
rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou em secção 
especial de prisão comum, podendo ser dispensado o isolamento 
noturno. 
 Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem 
rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou seção 
 
 
 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
especial de prisão comum, em regime semi-aberto ou 
aberto. (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) 
 § 1º O condenado a pena de prisão simples fica sempre 
separado dos condenados a pena de reclusão ou de detenção. 
 § 2º O trabalho é facultativo, se a pena aplicada, não excede 
a quinze dias. 
 Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente pratica 
uma contravenção depois de passar em julgado a sentença que o 
tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer 
crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção. 
 Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão da 
lei, quando escusaveis, a pena pode deixar de ser aplicada. 
 Art. 9º A multa converte-se em prisão simples, de acordo 
com o que dispõe o Código Penal sobre a conversão de multa 
em detenção. 
 Parágrafo único. Se a multa é a única pena cominada, a 
conversão em prisão simples se faz entre os limites de quinze 
dias e três meses. 
 Art. 10. A duração da pena de prisão simples não pode, em 
caso algum, ser superior a cinco anos, nem a importância das 
multas ultrapassar cinquenta contos. 
 Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode 
suspender, por tempo não inferior a um ano nem superior a três, 
a execução da pena de prisão simples que não ultrapasse dois 
anos. 
 Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode 
suspender por tempo não inferior a um ano nem superior a três, 
a execução da pena de prisão simples, bem como conceder 
livramento condicional. (Redação dada pela Lei nº 
6.416, de 24.5.1977) 
 Art. 12. As penas acessórias são a publicação da sentença e 
as seguintes interdições de direitos: 
 I – a incapacidade temporária para profissão ou atividade, 
cujo exercício dependa de habilitação especial, licença ou 
autorização do poder público; 
 lI – a suspensão dos direitos políticos. 
 Parágrafo único. Incorrem: 
 a) na interdição sob nº I, por um mês a dois anos, o 
condenado por motivo de contravenção cometida com abuso de 
profissão ou atividade ou com infração de dever a ela inerente; 
 b) na interdição sob nº II, o condenado a pena privativa de 
liberdade, enquanto dure a execução do pena ou a aplicação da 
medida de segurança detentiva. 
 Art. 13. Aplicam-se, por motivo de contravenção, os 
medidas de segurança estabelecidas no Código Penal, à exceção 
do exílio local. 
 Art. 14. Presumem-se perigosos, alem dos indivíduos a que 
se referem os ns. I e II do art. 78 do Código Penal: 
 I – o condenado por motivo de contravenção cometido, em 
estado de embriaguez pelo álcool ou substância de efeitos 
análogos, quando habitual a embriaguez; 
 II – o condenado por vadiagem ou mendicância; 
 III – o reincidente na contravenção prevista no art. 
50; (Revogado pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) 
 IV – o reincidente na contravenção prevista no art. 
58. (Revogado pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) 
 Art. 15. São internados em colônia agrícola ou em instituto 
de trabalho, de reeducação ou de ensino profissional, pelo prazo 
mínimo de um ano: (Regulamento) 
 I – o condenado por vadiagem (art. 59); 
 II – o condenado por mendicância (art. 60 e seu parágrafo); 
 III – o reincidente nas contravenções previstas nos arts. 50 
e 58. (Revogado pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) 
 Art. 16. O prazo mínimo de duração da internação em 
manicômio judiciário ou em casa de custódia e tratamento é de 
seis meses. 
 Parágrafo único. O juiz, entretanto, pode, ao invés de 
decretar a internação, submeter o indivíduo a liberdade vigiada. 
 Art. 17. A ação penal é pública, devendo a autoridade 
proceder de ofício. 
PARTE ESPECIAL 
CAPÍTULO I 
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PESSOA 
 Art. 18. Fabricar, importar, exportar, ter em depósito ou 
vender, sem permissão da autoridade, arma ou munição: 
 Pena – prisão simples, de três meses a um ano, ou multa, 
de um a cinco contos de réis, ou ambas cumulativamente, se o 
fato não constitue crime contra a ordem política ou social. 
 Art. 19. Trazer consigo arma fora de casa ou de 
dependência desta, sem licença da autoridade: 
 
 
 
32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou 
multa, de duzentos mil réis a três contos de réis, ou ambas 
cumulativamente. 
 § 1º A pena é aumentada de um terço até metade, se o 
agente já foi condenado, em sentença irrecorrivel, por violência 
contra pessoa. 
 § 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três 
meses, ou multa, de duzentos mil réis a um conto de réis, quem, 
possuindo arma ou munição: 
 a) deixa de fazer comunicação ou entrega à autoridade, 
quando a lei o determina; 
 b) permite que alienado menor de 18 anos ou pessoa 
inexperiente no manejo de arma a tenha consigo; 
 c) omite as cautelas necessárias para impedir que dela se 
apodere facilmente alienado, menor de 18 anos ou pessoa 
inexperiente em manejá-la. 
 Art. 20. Anunciar processo, substância ou objeto destinado 
a provocar aborto ou evitar a gravidez; 
 Art. 20. Anunciar processo, substância ou objeto destinado 
a provocar aborto: (Redação dada pela Lei nº 6.734, de 
1979) 
 Pena – multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis. 
 Pena - multa de hum mil cruzeiros a dez mil 
cruzeiros. (Redação dada pela Lei nº 6.734, de 1979) 
 Art. 21. Praticar vias de fato contra alguem: 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou 
multa, de cem mil réis a um conto de réis, se o fato não constitue 
crime. 
 Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até 
a metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) 
anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003) 
 Art. 22. Receber em estabelecimento psiquiátrico, e nele 
internar, sem as formalidades legais, pessoa apresentada como 
doente mental: 
 Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis. 
 § 1º Aplica-se a mesma pena a quem deixa de comunicar a 
autoridade competente, no prazo legal, internação que tenha 
admitido, por motivo de urgência, sem as formalidades legais. 
 § 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três 
meses, ou multa de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, 
aquele que, sem observar as prescrições legais, deixa retirar-se 
ou despede de estabelecimento psiquiátrico pessoa nele, 
internada. 
 Art. 23. Receber e ter sob custódia doente mental, fora do 
caso previsto no artigo anterior, sem autorização de quem de 
direito: 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou 
multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis. 
CAPÍLULO II 
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES AO 
PATRIMÔNIO 
 Art. 24. Fabricar, ceder ou vender gazua ou instrumento 
empregado usualmente na prática de crime de furto: 
 Pena – prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa, 
de trezentos mil réis a três contos de réis. 
 Art. 25. Teralguem em seu poder, depois de condenado, 
por crime de furto ou roubo, ou enquanto sujeito à liberdade 
vigiada ou quando conhecido como vadio ou mendigo, gazuas, 
chaves falsas ou alteradas ou instrumentos empregados 
usualmente na prática de crime de furto, desde que não prove 
destinação legítima: 
 Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, e multa de 
duzentos mil réis a dois contos de réis. 
 Art. 26. Abrir alguem, no exercício de profissão de 
serralheiro ou oficio análogo, a pedido ou por incumbência de 
pessoa de cuja legitimidade não se tenha certificado 
previamente, fechadura ou qualquer outro aparelho destinado à 
defesa de lugar nu objeto: 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou 
multa, de duzentos mil réis a um conto de réis. 
 Art. 27. Explorar a credulidade pública mediante 
sortilégios, predição do futuro, explicação de sonho, ou práticas 
congêneres: (Revogado pela Lei nº 9.521, de 
27.11.1997) 
 Pena – prisão simples, de um a seis meses, e multa, de 
quinhentos mil réis a cinco contos de 
réis. (Revogado pela Lei nº 9.521, de 27.11.1997) 
CAPÍTULO III 
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À 
INCOLUMIDADE PÚBLICA 
 Art. 28. Disparar arma de fogo em lugar habitado ou em 
suas adjacências, em via pública ou em direção a ela: 
 Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de 
trezentos mil réis a três contos de réis. 
 
 
 
33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
 Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de 
quinze dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois 
contos de réis, quem, em lugar habitado ou em suas adjacências, 
em via pública ou em direção a ela, sem licença da autoridade, 
causa deflagração perigosa, queima fogo de artifício ou solta 
balão aceso. 
 Art. 29. Provocar o desabamento de construção ou, por erro 
no projeto ou na execução, dar-lhe causa: 
 Pena – multa, de um a dez contos de réis, se o fato não 
constitue crime contra a incolumidade pública. 
 Art. 30. Omitir alguem a providência reclamada pelo 
Estado ruinoso de construção que lhe pertence ou cuja 
conservação lhe incumbe: 
 Pena – multa, de um a cinco contos de réis. 
 Art. 31. Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa 
inexperiente, ou não guardar com a devida cautela animal 
perigoso: 
 Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, 
de cem mil réis a um conto de réis. 
 Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: 
 a) na via pública, abandona animal de tiro, carga ou corrida, 
ou o confia à pessoa inexperiente; 
 b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança 
alheia; 
 c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a 
segurança alheia. 
 Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via 
pública, ou embarcação a motor em aguas públicas: 
 Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. 
 Art. 33. Dirigir aeronave sem estar devidamente 
licenciado: 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, e multa, 
de duzentos mil réis a dois contos de réis. 
 Art. 34. Dirigir veículos na via pública, ou embarcações em 
águas públicas, pondo em perigo a segurança alheia: 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou 
multa, de trezentos mil réis a dois contos de réis. 
 Art. 35. Entregar-se na prática da aviação, a acrobacias ou 
a vôos baixos, fora da zona em que a lei o permite, ou fazer 
descer a aeronave fora dos lugares destinados a esse fim: 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou 
multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis. 
 Art. 36. Deixar do colocar na via pública, sinal ou 
obstáculo, determinado em lei ou pela autoridade e destinado a 
evitar perigo a transeuntes: 
 Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, 
de duzentos mil réis a dois contos de réis. 
 Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: 
 a) apaga sinal luminoso, destrói ou remove sinal de outra 
natureza ou obstáculo destinado a evitar perigo a transeuntes; 
 b) remove qualquer outro sinal de serviço público. 
 Art. 37. Arremessar ou derramar em via pública, ou em 
lugar de uso comum, ou do uso alheio, coisa que possa ofender, 
sujar ou molestar alguem: 
 Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. 
 Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, sem 
as devidas cautelas, coloca ou deixa suspensa coisa que, caindo 
em via pública ou em lugar de uso comum ou de uso alheio, 
possa ofender, sujar ou molestar alguem. 
 Art. 38. Provocar, abusivamente, emissão de fumaça, vapor 
ou gás, que possa ofender ou molestar alguem: 
 Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. 
CAPÍTULO IV 
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PAZ PÚBLICA 
 Art. 39. Participar de associação de mais de cinco pessoas, 
que se reunam periodicamente, sob compromisso de ocultar à 
autoridade a existência, objetivo, organização ou administração 
da associação: 
 Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de 
trezentos mil réis a três contos de réis. 
 § 1º Na mesma pena incorre o proprietário ou ocupante de 
prédio que o cede, no todo ou em parte, para reunião de 
associação que saiba ser de carater secreto. 
 § 2º O juiz pode, tendo em vista as circunstâncias, deixar 
de aplicar a pena, quando lícito o objeto da associação. 
 Art. 40. Provocar tumulto ou portar-se de modo 
inconveniente ou desrespeitoso, em solenidade ou ato oficial, 
em assembléia ou espetáculo público, se o fato não constitue 
infração penal mais grave; 
 
 
 
34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De na 
Súmula!!! 
 
 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou 
multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. 
 Art. 41. Provocar alarma, anunciando desastre ou perigo 
inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou 
tumulto: 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou 
multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. 
 Art. 42. Perturbar alguem o trabalho ou o sossego alheios: 
 I – com gritaria ou algazarra; 
 II – exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em 
desacordo com as prescrições legais; 
 III – abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos; 
 IV – provocando ou não procurando impedir barulho 
produzido por animal de que tem a guarda: 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou 
multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. 
CAPÍTULO V 
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À FÉ PÚBLICA 
 Art. 43. Recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de 
curso legal no país: 
 Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. 
 Art. 44. Usar, como propaganda, de impresso ou objeto que 
pessoa inexperiente ou rústica possa confundir com moeda: 
 Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. 
 Art. 45. Fingir-se funcionário público: 
 Pena – prisão simples, de um a três meses, ou multa, de 
quinhentos mil réis a três contos de réis. 
 Art. 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de 
função pública que não exerce: 
 Art 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de 
função pública que não exerce; usar, indevidamente, de sinal, 
distintivo ou denominação cujo emprêgo seja regulado por 
lei. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 6.916, de 
2.10.1944) 
 Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, se 
o fato não constitue infração penal mais grave. 
 Pena – multa, de duzentos a dois mil

Continue navegando