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Formação do Contrato (4)

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Formação do Contrato
(artigos 427 a 435 do CC)
Direito Civil IV – Contratos.
Professora: Janaina Alfredo da Rosa.
 Formação do Contrato:
O contrato nasce da conjunção entre duas ou mais vontades coincidentes, sendo fonte de obrigações. Sem esse mútuo consenso, não há contrato. No entanto, antes de se estabelecer o acordo final, é possível que ocorram algumas negociações preliminares (que são as sondagens, conversas prévias e debates, tendo em vista um contrato futuro), sem que haja vinculação jurídica entre os participantes, não se criando, ainda, obrigações. É a chamada fase das tratativas (ou puntuação). 
Apenas no momento em que as partes manifestam sua concordância é que se forma o contrato, criando obrigações. (Não esquecer de observar os entendimentos jurisprudências) 
De maneira geral, os contratos possuem duas fases: proposta e aceitação. 
O vínculo contratual nasce quando se integram essas duas fases.
Segue abaixo alguns esclarecimentos importantes no que diz respeito a fase de negociações preliminares:
Flávio Tartuce segue o entendimento de que nesta fase contratual (negociações) podemos falar em responsabilidade pré-contratual, nos casos de desrespeito à boa-fé objetiva. 
Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho ainda comentam: Ao dar início a um procedimento negociável, é preciso observar sempre se, a depender das circunstâncias do caso concreto, já não se formou uma legítima expectativa de contratar.
Por tal caminho, aquele que desrespeita a boa-fé objetiva na fase de debates pode cometer abuso de direito (artigo 187 do CC), o que gera o seu dever de indenizar. A responsabilidade do abusador ou violador da boa-fé é objetiva (art. 927 do CC), conforme Enunciado nº 37 CJF/STJ, aprovado na I Jornada de Direito Civil (2004). 
Encerrando o debate, não é errado afirmar que a fase de negociações gera deveres às partes, pois em alguns casos, diante da confiança depositada, a quebra desses deveres pode gerar a responsabilidade civil.
 
INDENIZATÓRIA. DESCUMPRIMENTO DE AVENÇA CONTRATUAL. DANOS MATERIAIS, LUCROS CESSANTES E DANOS MORAIS. PARCIAL PROCEDÊNCIA. IRRESIGNAÇÃO DA EMPRESA DEMANDADA. ALEGAÇÃO DE FASE PRÉ-CONTRATUAL QUE NÃO GERA DEVER DE INDENIZAR. INEXISTÊNCIA DE INSTRUMENTO CONTRATUAL ASSINADO PELAS PARTES, TODAVIA, DEMONSTRAÇÃO DE FORMAÇÃO DE AVENÇA CONTRATUAL. CONTRATO VERBAL DEMONSTRADO QUE ATESTA EXIGÊNCIAS DA DEMANDADA E DISPÊNDIO DA AUTORA PARA CUMPRI-LAS. DEVER DE INDENIZAR. Verificada que a etapa das negociações preliminares estava em estágio avançado, possível a existência de lesão geradora do dever de indenizar, em decorrência da inobservância dos deveres de lealdade e boa-fé, os quais devem estar presentes também nas fases pré e pós-contratual. DANOS MATERIAIS DEVIDAMENTE COMPROVADOS. A pretensão de indenização por danos materiais depende de prova robusta dos prejuízos alegados. Os danos materiais foram devidamente comprovados por meio de documentos que atestam o dispêndio econômico da empresa autora para cumprir com as solicitações da empresa demandada. DESFAZIMENTO DO NEGÓCIO ACORDADO. MERO ABORRECIMENTO. DANO MORAL AFASTADO.O descumprimento de avenças, por não afetar o estado anímico da vítima, seja relacionado à honra, à liberdade, à imagem, à intimidade, à vida ou à incolumidade física e psíquica, não autoriza a condenação em dano moral. LUCROS CESSANTES. DANO HIPOTÉTICO. RUBRICA QUE NÃO É DEVIDA. Para haver lugar à responsabilização por lucros cessantes deve estar configurada a probabilidade objetiva de prejuízo acarretado. Alegações destituídas de qualquer forma probatória não ensejam a condenação da parte causadora do ilícito. DESPESAS PROCESSUAIS. ADEQUAÇÃO NECESSÁRIA EM DECORRÊNCIA DA ALTERAÇÃO DO PROVIMENTO JURISDICIONAL. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. Comparando a extensão dos pedidos com o provimento jurisdicional exarado, necessário reconhecer a sucumbência recíproca, o que determina a distribuição dos ônus processuais, tanto no que concerne às custas processuais e aos honorários advocatícios, em adequação às disposições do art. 21 do Código de Processo Civil/73. COMPENSAÇÃO. HONORÁRIOS. IMPOSSIBILIDADE.A verba honorária pertence ao advogado, não se podendo falar em compensação, a teor da Súmula 306 do Superior Tribunal de Justiça, porque não ocorrentes, no caso, os requisitos do art. 368 do Código Civil. A solução apontada na Súmula 306 do STJ encontra-se em franco retrocesso, tanto que o art. 85, § 14, do novo CPC vem a dispôr que "os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial". RECURSO DO DEMANDADO PARCIALMENTE PROVIDO; APELO ADESIVO DA AUTORA NÃO PROVIDO. (TJSC, Apelação n. 0302117-88.2014.8.24.0022, de Curitibanos, rel. Des. Gilberto Gomes de Oliveira, Terceira Câmara de Direito Civil, j. 07-06-2016).
“Responsabilidade pré-contratual. Despesas realizadas pela autora, de forma antecipada, com o objetivo de viabilizar negócio jurídico com o réu. Não celebração do contrato, após uma séria (sic) de diligências e pagamentos feitas pela autora. Comportamento concludente do réu que gerou expectativa da autora de finalização do contrato e estimulou a realização de despesas para a regularização do imóvel. Composição de interesses negativos, consistentes nos danos que sofreu a autora com a frustração do negócio na fase de puntuação. Sentença de procedência. Recurso improviso”. (TJSP, Apelação 0134186-53.2006.8.26.0000, Jacareí, 4ª Câmara de Direito Privado, Rel.Des.Francisco Loureiro, j.15.09.2011).
“Obrigação de reparar o dano. Contrato verbal para evento religioso. Ausência de comparecimento do palestrante. Se as provas dos autos são suficientes para comprovar as negociações preliminares, proposta e aceitação do contrato verbal realizado entre as partes, havendo descumprimento por parte de uma delas, é devida a indenização pelos prejuízos causados” (TJMG, Apelação 2256933-70.2007.8.13.0105, Governador Valadares, 18ª Câmara Cível, Rel.Des.Mota e Silva, j.20.04.2010).
				Fase de Proposta:
Também denominada oferta, policitação ou oblação, é a manifestação unilateral da vontade de contratar, em que uma das partes (chamada de proponente, ofertante ou policitante), solicita a concordância da outra.
 Trata-se de ato receptício, porque só produz efeitos ao ser recebido pela outra parte. 
						Proposta:
Regra:
A proposta séria e consciente de um contrato obriga o proponente. Caso não seja mantida, induz perdas e danos. (artigo 427 do CC). 
A proposta deixa de obrigar se: (artigo 428 do CC)
Se, feita sem prazo a pessoa presente, não for imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante.
Lembrando: Pessoas Presentes são aquelas que podem se comunicar diretamente (por telefone, fax, etc.). Pessoa ausente: são aquelas pessoas que não mantêm contato direto e imediato entre si, caso daquelas que contratam por meio de carta, email ou telegrama.
Se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente.
se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
Se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente. Aqui, antes da proposta, ou junto com ela, chega ao conhecimento da outra parte a retratação ou o arrependimento do proponente, caso em que a oferta perderá também a sua obrigatoriedade.
429 do CC. A oferta ao público.  Consistente na proposta de contratar feita a uma coletividade. Exemplo: Propostas feitas pela internet, carro de som.
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. APURAÇÃO DE DANOS DECORRENTES DA ENTREGA DE VAGA DE GARAGEM SUPOSTAMENTE DIVERSA DA OFERTADA. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. PRELIMINAR. VALORAÇÃO DA PROVA RELACIONADA AO MÉRITO. RELAÇÃO REGIDA PELO CDC. AUSÊNCIA DE PROVA ACERCA DA PROPOSTA ENVOLVENDO GARAGEM DIVERSA DA ENTREGUE. PERÍCIA.RAZOABILIDADE NAS ALEGAÇÕES DA RÉ. TERMOS CONTRATUAIS RESPEITADOS. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA. A preliminar de nulidade da sentença fundada em alegação que diz respeito à valoração da prova confunde-se com o mérito, inexistindo mácula a determinar a edição de novo julgado em 1º Grau. Aplica-se o CDC às relações contratuais para a compra e venda de bem imóvel, estabelecidas entre pessoa física e construtora. As partes contratantes, nos termos do artigo 427, vinculam-se ao conteúdo da proposta. Todavia, a mera controvérsia a respeito da oferta informal de duas vagas de garagem livres (em oposição a uma vaga de garagem livre e uma confinada, pertencentes ao mesmo apartamento), em discordância com as disposições do contrato celebrado entre as partes não determina o dever de indenização por parte da construtora. Na interpretação das relações negociais, avalia-se o texto como um todo, compreendendo-se cada cláusula no contexto em que se insere, a fim de se assimilar a vontade efetivamente manifestada pelas partes, resguardada a boa-fé (Código Civil, art. 422) e lembrando-se o disposto no art. 112 do Código Civil, segundo o qual a "intenção" do negócio deve ser prevalente. (TJSC, Apelação Cível n. 0005859-61.2008.8.24.0005, de Balneário Camboriú, rel. Des. Sebastião César Evangelista, Segunda Câmara de Direito Civil, j. 04-05-2017).
						Aceitação:
É a manifestação da vontade (expressa ou tácita) do destinatário (também chamado de oblato, aceitante ou solicitado), consentindo na proposta , tornando o contrato definitivamente concluído. (430 do CC)
Regras:
Se o negócio for entre presentes, a proposta ou oferta pode estipular ou não prazo para a aceitação. Se não contiver prazo, a aceitação deverá ser manifestada imediatamente. Se houver prazo, deverá ser pronunciada até o termo concedido. 
Se o contrato for entre ausentes, a aceitação deve chegar a tempo, isto é, dentro do prazo marcado. Se chegar após o prazo marcado, sem culpa do aceitante, deverá o proponente avisar o aceitante, sob pena de responder por perdas e danos. 
Exemplo: Madaleno enviou a Souza uma proposta para venda de uma tonelada de maças. Souza, então, dentro do prazo assinado, responde, concordando com a oferta. Ocorre que, por circunstância imprevista, a carta é extraviada e somente chega às mãos do proponente/vendedor (Madaleno) dez dias após o final do prazo da resposta, já tendo o mesmo, inclusive, se comprometido a vender as maças a um terceiro, José. Madaleno deverá, pois, neste caso, comunicar imediatamente a Souza o recebimento tardio da sua resposta, sob pena de ser civilmente responsabilizado pelo danos daí resultantes.
Aceitação fora do prazo ou com adições, restrições, modificações corresponde a nova proposta. É o que se chama na prática de contraproposta.
Admite-se arrependimento se, antes da aceitação ou com ela, chegar ao proponente a retratação do aceitante. 
Momento da conclusão do contrato:
Entre presentes: por ocasião da aceitação da proposta. 
Entre ausentes: os contratos por correspondência epistolar (carta: contrato firmado entre ausentes) tornam-se perfeitos, em regra, no momento em que a aceitação é expedida. O Brasil adota a teoria da expedição da aceitação, ou seja, o momento em que a aceitação é colocada no correio, real ou virtual. 
No entanto, como se permite a retratação, alguns autores entendem que a teoria adotara foi a da recepção.
Atenção: o contrato não se considera concluído se a retratação chegar antes ou com a aceitação.
			Local da celebração:
O negócio jurídico reputa-se celebrado no lugar em que foi proposto. Trata-se de uma regra dispositiva (e não impositiva, pois as partes podem dispor de modo diverso); admite-se convenção expressa em contrário.
Contrato preliminar: (arts. 462 a 466)
Às vezes não é conveniente às partes celebrar, desde logo, o contrato definitivo. Elas podem firmar um contrato-promessa (pactum in contrahendo), comprometendo-se a celebrar o definitivo posteriormente (ex.: compromisso irretratável de compra e venda).
Deve ser registrado, presumindo-se irretratável. Se uma das partes desistir do negócio sem justa causa e não havendo cláusula que permite o arrependimento, a outra parte poderá exigir, coercitivamente, a celebração do contrato definitivo, sob pena de multa diária, fixada no contrato ou pelo juiz. Esgotado o prazo estipulado, o juiz, a pedido do interessado, poderá suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar. No entanto, a parte lesada pelo inadimplemento pode simplesmente considerar o contrato desfeito e requerer perdas e danos.
As partes se denominam promitentes (na compra e venda: promitente-comprador e promitente-vendedor). Quanto à forma, não há obrigatoriedade de ser observada a mesma que figurará no contrato definitivo. A promessa de compra e venda de um imóvel pode ter a forma de instrumento particular, mas o contrato definitivo somente poderá ser feito por instrumento público.

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