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Aluna: Maria Alíniza da Silva Paracambi: Paracambi Matrícula: 19113120324 Nota: _____________ 1.O riso e o deboche são marcas de uma severa crítica em relação aos governantes na poesia de Gregório de Matos. Mais do que isso, em suas sátiras, Matos procura compreender as linguagens de seu tempo. Logo, por que podemos configurar a poesia de Gregório como um “jornal” do Brasil Colônia e o poeta como cronista? Resposta: Antes de mais, é importante conhecer quem foi Gregório de Matos - um advogado e poeta do Brasil Colônia, cunhado de “Boca do Inferno” expressão retirada de um soneto do espanhol Lope de Vega, fazendo assim jus às críticas à igreja católica, à religiosidade e à burguesia presentes na época feitas pelo autor. Considerado um dos maiores poetas do barroco em Portugal e no Brasil é o mais importante poeta satírico da literatura, como também, conhecido por suas críticas à situação econômica no Estado da Bahia, especialmente de Salvador, relatando as mazelas da realidade social as quais o povo baiano era submetido. A sátira política tornou-se marca em uma das vertentes mais conhecidas de sua obra poética no período colonial. Desse modo, podemos configurar a poesia do poeta como um jornal, devido o formato que era publicado, pelas críticas as autoridades civis e religiosas e seus relatos sobre a má administração do Brasil. Em relação à configuração da poesia de Gregório como um “jornal” se deu por suas narrativas curtas, com também por suas crônicas expondo os fatos do cotidiano. 2. Por que houve tanta dificuldade em se fixar a autonomia dos textos atribuídos a Gregório de Matos? Resposta: Os textos de Gregório de Matos não foram publicados em vida, com isso, os historiadores e pesquisadores não sabem ao certo o que foi escrito de fato pelo poeta, como também, quais textos foram atribuídos ao autor de forma equivocada, gerando conflitos e discórdia sobre a autoria verdadeira das publicações. 3. Comente a seguinte afirmação paradoxal de Hansen:“ A sátira é guerra caritativa fere para curar”. Resposta: Segundo o crítico literário Hansen a sátira de ironia de sarcasmo de Matos é uma declaração de uma constatação verídica, ou seja, ela só é eficaz se for percebida. Além disso, o crítico compara a sátira a uma benevolência, pois através dela, é evidente o embate da verdade, como também, o cumprimento de seu objetivo corrosivo. Estabelecendo assim a crítica pelo moralismo, mas que ensina os bons caminhos. 4. Explique o que seria o “caso” Gregório de Matos a partir da discussão desenvolvida por Antônio Candido em A formação da literatura brasileira: momentos decisivos e Haroldo de Campos em O sequestro do Barroco na e Haroldo de Campos em O sequestro do Barroco na formação da literatura brasileira: o caso Gregório de Matos. Resposta: Segundo Candido, os escritores do período Barroco não fazem parte do sistema literário brasileiro, pois não teriam formado uma “tradição” literária. Desse modo, estabelecendo uma distinção entre as manifestações literárias. O exemplo dado por Candido é o barroco, em especial Antônio Vieira e Gregório de Matos devido suas “manifestações literárias” do período colonial que não tiveram fôlego de constituir um sistema, além de não existir público coeso. A tomar Matos como exemplo, diz que a existência literária desse autor está condicionada a seu descobrimento por parte dos românticos, ou seja, não exerce influências sobre outro autor, como também, não contribui para a formação da literatura nacional. Haroldo de Campos critica a exclusão do Barroco da história da literatura brasileira efetuada por Antônio Candido em Formação da literatura brasileira e defende o barroco como uma vertente da sensibilidade brasileira e evidencia a importância de se criar uma tradição com base nele. 5. O Arcadismo literário no Brasil não tem como principal característica a convergência do campo literário com o político. No entanto, em Cartas Chilenas, de Tomás Antônio Gonzaga, o âmbito político aparece ao mesmo tempo em que a produção poética do autor coaduna-se com sua época. Disserte sobre o cunho político construído pelas Cartas Chilenas. Resposta: Em síntese, as Cartas Chilenas escritas por Gonzaga, formam um dos primeiros registros satírico ao governo no período das Capitanias no Brasil e muitas vezes com certa agressividade. Conforme estudando no material do curso, pode-se dizer que as Cartas Chilenas constituem-se como ponto de entroncamento de várias práticas discursivas que têm sua origem no Renascimento, é seu texto mantém uma dupla articulação com o leitor de época, ou seja, por um lado, conversa com o leitor que consuma a experiência ficcional dos nomes inventados pelo autor dando vida aos personagens consolidados do Arcadismo e, assim também, ao olhar racional que vasculha com um saber crítico e orienta a comunidade. 6. Segundo o crítico Antonio Candido, a obra do escritor José de Alencar divide-se em três fases, a ponto de o crítico elaborar um capítulo intitulado “Os três Alencares”. Quais são as características constituintes de cada fase do escritor, segundo Antonio Candido? Resposta: O Alencar dos rapazes, heroico, altissonante; o Alencar das mocinhas, gracioso, às vezes pilantra e outro quase trágico. Referências: CAMPOS, Haroldo de. O sequestro do barroco na formação da literatura brasileira: o caso Gregório de Matos. São Paulo: Iluminuras, 2011. CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira. São Paulo: Ouro sobre o azul, 2009. GONZAGA, T. A. Cartas Chilenas. In: A poesia dos inconfidentes: poesia completa de Claudio Manuel da Costa, Tomás Antonio Gonzaga e Alvarenga Peixoto/organização Domício Proença Filho; artigos, ensaios e notas de Melânia Silva de Aguiar...[et alii]. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. HANSEN. João Adolfo. A sátira e o engenho. São Paulo: Ateliê; Campinas: Unicamp, 2004.