Buscar

COMPORTAMENTOS GERADOS EM CÃES DOMÉSTICOS PELO CONFINAMENTO EM CORRENTES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
DISCIPLINA: BEM-ESTAR E COMPORTAMENTO ANIMAL
PROFESSORA: FRANCIELY DE OLIVEIRA COSTA
COMPORTAMENTOS GERADOS EM CÃES DOMÉSTICOS PELO CONFINAMENTO EM CORRENTES
Raimunda Costa de Araújo
Turma. 301.4
JUAZEIRO DO NORTE
MAIO 2020
 INTRODUÇÃO
A criação de animais de estimação ou de companhia é uma característica universal nas sociedades humanas. O relacionamento entre homens e animais é uma entidade complexa iniciada nos primórdios da história da humanidade com a domesticação dos animais e mantida até hoje graças a sentimentos muito peculiares (Faraco, 2004). Assim podemos perceber que esse vínculo afetivo se estreitou e que essa relação entre o homem e os animais se intensificou ao longo dos anos e dessa aproximação resultou um grande numero de animais de companhia e tendo como consequência o aumento de animais errantes nos centros das cidades ocasionando vários problemas de saúde publica. Com tudo e em um contexto geral o homem é cada vez mais envolvido pelo capitalismo e essa busca desenfreada bate de frente com a escarceis do tempo, levando os donos ao abandono, seja em ruas ou a um tipo de abandono muito comum e ate inconsciente que é dentro do seu próprio lar. Outro fator observado é a falta de condições financeiras ao controle de natalidade, e a simples negligencia por ser mais prático deixá-lo de lado. Essa prática de maus-tratos interfere diretamente em toda a estrutura psicológica e comportamental dos animais.
A população pet no Brasil é de cerca de 140 milhões de animais, entre cães, gatos, peixes, aves e répteis e pequenos mamíferos. A maioria é de cachorros (54,2 milhões) e felinos (23,9 milhões), num total de 78,1 milhões de animais. Desses, 5% são Animais em Condição de Vulnerabilidade (ACV), o que representa 3,9 milhões de pets. Do total da população ACV, cães representam 69% (2,69 milhões), enquanto os gatos correspondem a 31% (1,21 milhões). Dados Instituto Pet Brasil (IPB). A população de cães cresce demasiadamente, mas os filhotes com raça são os disputados por uma questão de ego em dizer que possui um animal com “pedigree”, quando se na verdade não se tem nenhum conhecimento do que se trata o conceito e menos ainda das necessidades que o animal precisa. Esse tipo de animal de raça tem dois destinos, servira apenas para exibição do dono ou para fins lucrativos de venda de seus futuros filhotes, frustrada as expectativas dessa ideia o destino do mesmo passa a ser igual a de um cão sem raça definida, acorrentado ou abandonado, essa ação causa um impacto devastador no animal, além de trazer transtornos a população com a reprodução sem controle e aumento do numero de animais. 
Não se tem muito tempo em que a realidade de cães nos grandes centros urbanos era apenas de cumprir funções de guarda, mantidos acorrentados em áreas externas, comendo restos de comida dos donos e podiam circular livremente pelas ruas, corriam o risco de serem capturados pela carrocinha, de adquirirem doenças ou sofrerem violência pela maldade humana. 
Essa realidade em grande parte mudou nos centros urbanos, apesar dessas práticas não ter desaparecido por completo mas começaram a ter arranjos diferentes, a começar pela posição que o cão assumiu dentro das famílias. Onde se começou a enxergar um leque de oportunidades financeiras como uma crescente no número de clínicas veterinárias e pet shops com grande variedade de produtos, além de inúmeros serviços na área, o comércio lucrativo de animais de companhia, e é claro a falta de tempo, pessoas mais ocupadas tende a adquirir mais pets do que ter filhos. Essa escarceis de tempo ao mesmo tempo em que ajuda na adoção de pets, também prejudica pois aumenta o número de maus-tratos e abandono, entra ai o papel das instituições que acolhem e cuidam desses animais vitimas de maus-tratos. 
 Já em cidades pequenas, especialmente em sítios a prática do manejo desses animais ainda é muito cultural, são criados geralmente acorrentados no fundo de quintais, servindo de guarda, quando adoecem são tratados com receitas caseiras como “mentruis” (mastruz, planta medicinal) é feito um suco batido no liquidificador e oferecido ao animal. Se mesmo assim o animal definhar até a morte diz-se que foi de tristeza (caso claro de depressão pelo confinamento na corrente), se a doença o debilitasse mas não o levasse a morte, mesmo assim eles eram abatidos sem muitos questionamentos ou sensação de empatia. Animais saudáveis que incomodam seja com latidos e por correr e até matar outros animais como galinhas, pintos e gatos são simplesmente passados adiante para outras pessoas ou abandonados em locais públicos para que eles se virassem a própria sorte. 
O que a maioria não sabe é que esses atos são considerados crime e os donos podem ser levados à prisão, de acordo com a Lei Federal de Crimes Ambientais nº 9.605 de 1998, Art. 32 – Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa. § 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal. (Projeto GatoVerde/Planalto.gov).
Nos sítios localizados na cidade de Farias Brito – Ceará essas práticas são muito comuns e os donos até riem quando se questionados se eles sabem que os animais são sencientes e que a situação em que se encontram pode explicar o comportamento dos cães e até leva-los a depressão. Os donos exacerbaram sua relação de poder, de autoridade mesmo em uma situação de total desprendimento de afeto como no caso de cães. Para eles as correntes não exercem nenhum efeito no comportamento dos animais e que eles agem dessa forma porque eles já nasceram com esse comportamento ou os donos anteriores não souberam cria-los. Também acreditam que os animais não têm direitos e são convictos de que eles podem decidir sobre a liberdade ou não e ate morte do animal. 
JUSTIFICATIVA:
Vivemos tempos de violência, sejam domésticas, agressões, no âmbito escolar e na atual conjuntura mundial em que uma pandemia nos prende a maior de todas as violências, a privação da liberdade, nos tornando mais impacientes e menos toleráveis. São tantas as questões a respeito que requer um envolvimento de autoridades e da sociedade civil. Essa situação nos tira o foco para um dos tipos de violência mais covarde e inaceitável que é contra os animais, por se tratar acima de tudo da incapacidade de defesa e alterar mecanismos fisiológicos gerando inúmeros problemas. Se por um lado há animais bem tratados com donos comprometidos que dispões de carinho, cuidados e luxos desnecessários, por outros há animais que simplesmente são invisíveis aos olhos dos seus tutores e considerados apenas para servir e quando esgotado essa eficiência torna-se um estorvo. A interação homem-cão precisa ser benéfica para que ambos possam usufruir desses benefícios. Para o animal essa relação traz ao tutor o entendimento de oferecer ao cão bem estar, propiciado de uma boa alimentação, moradia e lazer e livra-lo dos maus tratos, excluindo o confinamento e as correntes, já para o homem os benefícios estão relacionados ao lazer, companhia, proteção e nos tratamentos de doenças psicológica. 
OBJETIVO
Esse estudo será realizado com o objetivo de avaliar os efeitos consequentes do confinamento de correntes no comportamento de cães domésticos. 
HIPÓTESE
O acorrentamento afeta diretamente o aspecto psicológico dos cães, deixando-os mais agressivos, devido a falta de interação social com pessoas e outros animais. 
MATERIAL E MÉTODOS 
Primeiramente realizou-se pesquisa em artigos e sites de busca eletrônica acerca do assunto abordado no projeto em questão. A pesquisa é de caráter motivacional e tem o proposito de descobrir os motivos que levam a mudança de comportamento de cães domésticos em situação de acorrentamento na cidade de FariasBrito – Ce, Brasil.
Serão avaliados 14 cães sem raça especifica, com idades de 5 anos e 6 anos e que vivem nas mesmas condições. Sem alimentação adequada (ração), a eles é oferecido as sobras de alimentados duas vezes ao dia, meio e a noite, a troca de água é em torno de três dias, vivem em casinhas improvisadas e acorrentados por longos períodos nos quintais. Nesse período de observações preliminares os cães foram habituados a presença dos observadores, para que sua presença não interfira no estudo, serão dois observadores, uma para cada grupo. Esses 14 cães serão divididos em dois grupos: grupo 1 – 07 animais que serão libertados das correntes, mas permaneceram no quintal; grupo 2 – 07 animais que permanecerão acorrentados. A observação terá duração de 30 dias e será sempre no horário da manhã 8h as 11:30. Também será observado as categorias de evento e estado. Na categoria de estado vai ser analisado o comportamento de longa duração como por exemplo xxxxxx,e na categoria de evento serão analisados os comportamentos pouca duração como por exemplo xxxxxxx. A amostragem focal e registro continuo vão ser utilizados com intenção de fazer um comparativo comportamental entre os dois grupos e avaliar o efeito de cada modelo de criação. Serão avaliados os seguintes comportamentos:
· Agressividade: comportamento agressivo na presença de pessoas da família ao se aproximar dele;
· Depressão: demonstração de tristeza e quietitude;
· Socialização: demonstração de socialização com o dono, demais pessoas da casa e visitante;. 
· Ação/Reação: reação do animal diante de uma situação de incomodo (perigo, irritabilidade);
· Interação: como a animal reage com presença de outros animais e sua interação com o próprio alimento;
Sabe-se que comportamentos são difíceis de mudar, mas a busca desse trabalho é inibir quaisquer atitude perigosa do animal bem como levar bem estar ao mesmo.
Em seguida sera posto em pratica
Esse estudo foi realizado no Sitio São Vicente localizado na cidade de Farias Brito – Ceará, foram avaliados três cães de famílias diferentes que tem como hábito o acorrentamento diário, tendo como foco os efeitos dessa ação no comportamento dos animais. 
O cão 1, é um srd (sem raça definida) de 5 meses, o filhote fica acorrentado durante todo o dia e noite embaixo de uma árvore, tem um balde com água que é trocada a cada 3 dias, alimenta-se das sobras da comida dos tutores, e geralmente é soltura tem duração máxima de hora, mas não é solto todos os dias. O animal é muito brincalhão, cheio de energia e tenta soltar-se a todo instante, esta com a família a aproximadamente 3 meses.
O cão 2, é um srd (sem raça definida) de aproximadamente 4 anos, ele passa o dia acorrentado e é solto a noite, ele serve de guarda da casa. O animal alimenta-se uma vez ao dia e come da mesma comida dos donos, tem água fresca e limpa. Acorrentado a um tornete, apenas um dos tutores tem acesso ao animal, a explicação é que ele tem uma a agressividade muito aflorada e ataca qualquer pessoa, por esse motivo ele nunca é solto durante o dia. 
O cão 3 é raciado, uma mistura de pastor alemão com srd (sem raça definida) tem 5 anos, alimenta-se 2 vezes ao dia, mesma comida dos donos, tem água limpa trocada a cada dois dias. Ele está sempre acorrentado embaixo de uma árvore, onde fica a sua casinha, que é improvisada com tapumes e papelão, mesmo se tirarem a corrente ele não sai do local. Não é sociável, não serve de cão de guarda, já foi muito valente, mas não demonstra mais agressividade e é extremamente triste. O cão vive na corrente por hábito.
Os cães foram observados durante toda uma manhã e em conversa com os seus donos ficou claro que todos os dias eles tem a mesma postura, sendo um comportamento trivial, com consequências de médio a longo prazo. 
A analise mostrou diferentes tipos de comportamento, sendo que todos tem influência pela idade e tempo de confinamento. Quanto o animal é muito jovem o confinamento exerce menor dano, ele ainda tem aspectos infantis, demonstra excesso de alegria e interação social com os demais. A medida que a idade avança e o animal percebe a situação em que se encontra, tem um aumento no nível do cortisol o que vai influenciar a mudança de comportamento, ele passa a ficar mais bravo e antissocial. A fase seguinte mostra-se como a mais preocupante para o animal, ele está totalmente vulnerável, não reage mais nem a soltura e nem a invasores, totalmente alheio ao que se passa a seu redor nota-se que o animal entra em uma tristeza profunda. Por serem animais sencientes (com sentimentos), o isolamento e maus-tratos o leva a um quadro de depressão canina, o que vai interferir na alimentação e comprometer a saúde do animal.
 
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Faraco, C. B.and Seminotti, N., 2004, A Relação Homem-Animal e a Prática Veterinária. Revista CFMV, Vol. 10, N. 32, p. 57-62.
“BRASIL TEM 3,9 MILHÕES DE ANIMAIS EM CONDIÇÃO DE VULNERABILIDADE”. Conteúdo Digital. Disponível em https://www.jcnet.com.br 
Lima, Maria Helena Costa Carvalho de Araújo, 2016.. “ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO E CIVILIDADE: A SENSIBILIDADE DE EMPATIA INTERESPÉCIE NAS RELAÇÕES COM CÃES E GATOS”. Tese de doutorado digital. Disponível em https://repositorio.ufpe.br 
Lei Federal de Crimes Ambientais nº 9.605/98. Conteúdo online. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9605.htm. Acesso em novembro de 2018.
“ANIMAIS TEM MESMO NÍVEL DE CORTISOL QUE OS DONOS”. Conteúdo digital. Disponível em https://super.abril.com.br. Acesso em Abril de 2020.
Vaiano, B., 2019 “COMO LIDAR COM A DEPRESSÃO CANINA”. Conteúdo digital. Disponível em https://super.abril.com.br/ciencia/caes. Acesso em Abril de 2020.
Petz, 2019 “ASPECTOS PSICOLOGICOS NA INTERAÇÃO DO HOMEM – ANIMAL DE ESTIMAÇÃO”. Artigo digital. Disponível em https://www.petz.com.br

Continue navegando