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Gabriela Reis Viol 112331 síndrome nefrótica • Conjunto de sinais, sintomas e achados laboratoriais que se desenvolvem quando ocorre aumento da permeabilidade dos glomérulos às proteínas (alteração de permeabilidade dos glomérulos): proteinúria maciça > 3,5g/1,73m2/24h. • Acomete o indivíduo insidiosamente. • A proteinúria maciça resulta em: hipoalbuminemia, edema, hiperlipidemia, lipidúria. • A função renal costuma estar preservada no momento da apresentação e geralmente NÃO há oligúria. • A hipertensão arterial é um achado variável, dependendo do tipo de glomerulopatia, não fazendo também parte da síndrome. • O edema é comum. • A maioria os distúrbios que afetam os glomérulos podem resultar em síndrome nefrótica. • Anormalidade básica da síndrome nefrótica. • Considera-se proteinúria maciça a taxa de excreção renal de proteínas superior a 3,5 g/1,73 m2/dia em adultos e 50 mg/kg/dia ou 40 mg/m2/h em crianças. • Tradicionalmente, a quantificação da proteinúria é feita pela coleta de urina 24 horas, sendo este o padrão ouro. • Atualmente a coleta de amostra urinária única (de preferência a primeira urina da manhã) tem sido empregada. Faz-se estimativa da proteinúria diária através da relação proteína total/ creatinina ou albumina/creatinina. • Pode ser do tipo seletiva ou não seletiva dependendo da doença de base. • A parede dos glomérulos apresenta dois mecanismos de seletividade: fendas de filtração e carga negativa da membrana basal. As fendas de filtração são responsáveis pela “barreira de tamanho”, impedindo a filtração de macromoléculas. A carga negativa da membrana basal é responsável pela “barreira de carga”, dificultando a filtração de qualquer partícula com carga negativa (independente do tamanho). Gabriela Reis Viol 112332 Alterações do sedimento urinário tipo hematúria microscópica, dismórfica e cilindros temáticos podem ser detectadas em algumas glomerulopatias nefróticas. Proteinúria Uma proteinúria superior a 2 g/dia sugere glomerulopatia. Em crianças pequenas a relação proteína/creatinina possui interpretação diferente. A relação deve ser feita utilizando miligramas (mg de proteínas/mg de creatinina). E considera-se como normal um valor < 0,2. • A “barreia de tamanho” (fendas de filtração), permite a livre passagem de proteínas de pequeno peso molecular, e essas são reabsorvidas no túbulo proximal. Impedindo a passagem de globulinas. • O maior obstáculo à passagem de albumina é a “barreira de carga” (carga negativa da membrana basal). • Quando o processo lesivo renal acarreta perda da “barreira de carga” (NEFROPATIA POR LESÃO MÍNIMA) ↠ proteinúria seletiva, à custa de albumina. As condições que determina perda preferencial da “barreira de carga” não costumam cursar com alterações importantes da estrutura física glomerular. • Quando a lesão glomerular determina perda da “barreira de tamanho” (GEFS) ↠ proteinúria não seletiva, perda proporcional de todas as macromoléculas do plasma. Sinal de que ocorreram alterações estruturais dos glomérulos (podócitos lesados ↠ desarranjo nas fendas de filtração ↠ escape de proteínas). • A perda de proteínas em grande quantidade na urina geralmente provoca a queda de seus níveis plasmáticos. • Albumina é a principal proteína do plasma, sendo a grande responsável pela pressão oncótica que ajuda a manter o líquido no compartimento intravascular. • Com a redução da pressão oncótica do plasma ↠ há perda de líquido para o 3º espaço ↠ tendência a hipovolemia ativando SRAA ↠ edema. PERDA DE OUTRAS PROTEÍNAS PLASMÁTICAS • ANTITROMBINA III: cofator da heparina, sua perda resulta em um estado de hipercoagulabilidade ↠ risco de eventos tromboembólicos. • GLOBULINA DE LIGAÇÃO DE TIROXINA (TBG): sua redução pode determinar anormalidades nos exames da tireoide ↠ sugerindo hipofunção tireoidianas (T4 total baixo). • PROTEÍNA FIXADORA DE VITAMINA D: proteína que transporta a 25 (OH) vitamina D. O metabólito ativo calcitriol não costuma estar depletado, mantendo o cálcio ionizado em níveis normais. • TRANSFERRINA: transportadora de ferro, o déficit dessa proteína pode resultar em anemia hipocrômica e microcítica resistente a reposição de sulfato ferroso. • IMUNOGLOBULINAS E FATORES DO COMPLEMENTO: a perda urinária de IgG provoca hipogamaglobulinemia, que aliada à perda de dois fatores da via alternativa do complemento (fator B e properdina) predispõe à infecção por bactérias encapsuladas ↠ Streptococcus pneumoniae. Gabriela Reis Viol 112333 Eletroforese de proteínas urinárias identifica os tipos de proteína que constituem a proteinúria do paciente. Hipoalbuminemia • As trocas de líquido entre os capilares e interstício funcional de acordo com o equilíbrio da pressão hidrostática e pressão oncótica (determinada pela concentração de proteínas na luz do vaso). • O edema se formará sempre que houver aumento da pressão hidrostática em relação a pressão oncótica. Teoria de Underfilling (aumento nos níveis de renina) • O edema generalizado (anasarca) é dependente da queda da pressão oncótica por efeito da hipoalbuminemia. • A queda da pressão oncótica faz o líquido sair do intravascular para o interstício, determinando uma tendência a hipovolemia e consequente ativação do SRAA ↠ retenção hidrossalina na tentativa de compensar. • O líquido retido mantém e agrava o edema. • Logo, por essa teoria, o edema seria osmótico. • Há um contra argumento ↠ uma queda da pressão oncótica plasmática geralmente é acompanhada pela queda da pressão oncótica intersticial, mantendo-se o gradiente oncótico e por isso não haveria formação de edema. • Para que o fenômeno Underfilling ocorra é necessário que haja uma redução aguda ou acentuada da albumina (< 2g/dL). • Crianças com nefropatia por lesão mínima e hipoalbuminemia grave ↠ fenômeno Underfilling. Teoria do Overfilling (renina normal ou suprimida) • Outro mecanismo de edema é a retenção hidrossalina primária. • Há tendência a hipervolemia e aumento da pressão hidrostática capilar. • Portando, acredita-se que o mecanismo do edema varie de acordo com a patologia glomerular. • Adultos com outras glomerulopatias (GEFS) ↠ retenção hidrossalina primária. • Aumento da lipoproteína LDL (hipercolesterolemia) ↠ mais aterogênica. • Aumento da síntese hepática de lipoproteínas, estimulada pela queda da pressão oncótica induzida pela hipoalbuminemia. • A hipertrigliceridemia é causada muito mais pela redução do catabolismo do VLDL. • A hiperlipidemia nefrótica resulta no aumento da filtração glomerular de lipídios ↠ lipidúria. Gabriela Reis Viol 112334 Edema Hiperlipidemia O mesmo estímulo que faz o fígado produzir mais albumina, leva a sintetizar mais lipoproteína (LDL). • O sedimento urinário contém células com gotículas de gordura e cilindros graxos (aderidas à proteína de Tamm-Horsefall). • A hiperlipidemia nefrótica contribui para aterogênese e suas complicações. Além de acelerar a perda da função renal (provavelmente por induzir lesão tubulointersticial). FENOMÊNOS TROMBOEMBÓLICOS • A perda de antitrombina III pela urina é o principal fator determinante, mas existem outros: redução dos níveis e/ou atividade das proteínas C e S, hiperfibrinogenemia, comprometimento da fibrinólise, maior agregação plaquetária. • O estado de hipercoagulabilidade resulta em trombose venosa profunda (TVP), especialmente das veias renais. Sendo obrigatória a suspeita de Trombose de Veia Renal em todo paciente com síndrome nefrótica que desenvolva: dor nos flancos ou na virilha, varicocele do lado esquerdo (a veia testicular esquerda drena para veia renal), hematúria macroscópica, mudanças no padrão da proteinúria, redução inexplicada do débito urinário, assimetria do tamanho e/ou função dos rins (urografia). • A TVP pode se complicar com embolia pulmonar. • Algumas doenças estão mais associadas à TVR: glomerulopatia membranosa (principal), glomerulonefrite membranoproliferativa,amiloidose. • A anticoagulação plena está sempre indicada em pacientes nefróticos que tiveram alguma complicação tromboembólica documentada. • O ACO cumarínico (warfarim) tem eficácia superior a da heparina, pois ela precisa da antitrombina III para exercer seu efeito. • Portanto, na vigência de trombose, o warfarin não deve ser iniciado sem anticoagulação prévia com outro medicamento, pois no início apresenta um efeito pró trombótico paradoxal. Logo, a heparina deve preceder o warfarim, e sua dose deve ser maior do que a convencional (ajustada de modo a manter o PTTa entre 2 e 2,5). • O cumarínico é iniciado quando a anticoagulação plena tiver sido atingida (PTTa na faixa), e mantido pelo tempo em que o paciente permanecer nefrótico. Gabriela Reis Viol 112335 Complicações da síndrome nefrótica As veias profundas dos MMII e veias pélvicas também são afetadas. A síndrome nefrótica é uma das principais causas de trombose da veia cava inferior (raro). SUSCETIBILIDADE A INFECÇÕES • Principalmente pela deficiência de IgG e componentes da via alternativa do complemento. • Streptococcus pneumoniae (pneumococo). Seguido pela Escherichia coli. • Uma infecção bastante comum é a peritonite bacteriana espontânea ↠ acomete pacientes com ascite. • A síndrome nefrótica pode ser a expressão clínica de uma doença renal primária (idiopática) ou secundária a fatores ou patologias extrarrenais, como infecções, medicamentos, neoplasias, doenças multissistêmicas e distúrbios hereditários. • A síndrome nefrótica primária é classificada de acordo com os padrões morfológicos encontrados na biópsia renal: I. Glomeruloesclerose focal e segmentar. II. Glomerulopatia Membranosa. III. Doença por lesão mínima. IV. Glomerulonefrite membranoproliferativa. V. Glomerulonefrite proliferativa mesangial. • As duas principais causas de síndrome nefrótica secundária a doenças sistêmicas são: DM e amiloidose. • Nefropatia por lesão mínima. • Fusão e apagamento dos processos podocitários, alterando a estrutura normal das fendas de filtração. • Resulta da perda da carga negativa da barreira glomerular ↠ originando um tipo seletivo de proteinúria. Gabriela Reis Viol 112336 Patologias associadas Em crianças a maioria dos casos é representada pela Doença por Lesão Mínima. Doença por lesão mínima Acredita-se ser uma doença de linfócitos T (sensíveis a corticoides), os quais secretam uma citocina que age sobre os podócitos, inibindo a síntese de poliânions responsáveis pela barreira de carga. A perda de interação entre o podócito e as proteínas da matriz extracelular provocaria a fusão podocitária. • A doença por lesão mínima pode ocorrer em qualquer idade, mas predomina em crianças entre 1 a 8 anos. Sendo muito rara em menores de um ano. • Os pacientes abrem um quadro de síndrome nefrótica clássica. • Em muitos casos, a proteinúria intensa se inicia logo após fatores desencadeante. • Existe uma associação a fenômenos atópicos, como asma e eczema. • A função renal não costuma alterar, a não ser que haja hipovolemia grave ↠ com hipotensão e hipoperfusão renal. • A excreção urinária de proteínas pode chegar a 40 g/dia nos casos graves. • O nível sérico de albumina quase sempre está < 2 g/dL. • Existem períodos de remissão espontânea e recaídas (caracterizadas por proteinúria intensa). • A instabilidade hemodinâmica com choque circulatório é a complicação mais séria (especialmente em crianças) e ocorre na fase de formação de edema. Pode ser precipitada pelo surgimento de diarreia, sepse ou mesmo de forma iatrogênica (uso de diuréticos ou drenagem excessiva do líquido ascítico). O quando pode associar a dor abdominal, febre e vômitos ↠ investigar peritonite espontânea (Streptococcus pneumoniae). • Assim como todas as outras, relaciona-se a manifestações tromboembólicas, mas a TVR é rara. • Redução da volemia e hemoconcentração aumentam as chances de trombose venosa profunda ↠ isquemia ↠ grangrena de MI. • Pode estar relacionada a doenças sistêmicas, numa forma secundária de apresentação. O linfoma de Hodking é a principal doença associada. Os AINEs (ibuprofeno, naproxeno, cetoprofeno) estão relacionados a uma síndrome que combina síndrome nefrótica por doença por lesão mínima e nefrite tubulointersticial aguda, manifestando-se com insuficiência renal aguda oligúria e proteinúria nefrótica. E outras drogas: ampicilina, rifampicina. • Os exames complementares costumam revelar apenas as alterações pertinentes a própria síndrome nefrótica. • O exame do sedimento urinário apresenta proteinúria (seletiva) de +3 a +4. • Pode haver hematúria microscópica (20%), mas é rara. • A bioquímica pode revelar hipoalbuminemia, mas os níveis de complemento estão normais. • Existe quase sempre redução dos níveis de IgG e aumento da IgM. • O curso clínico é marcado por períodos de remissão e atividade e resposta dramática à corticoterapia. • A evolução natural geralmente é boa. • Em crianças pode haver remissão espontânea do quadro. • O tratamento difere conforme a faixa etária. • ADULTOS: prednisona 1 mg/kg/dia (máximo de 80 mg/dia) ↠ diário ↠ 8 semanas OU 2 mg/ kg/dia (máximo de 120mg/dia) ↠ dias alternados ↠ 8 semanas. • Havendo resposta satisfatória (remissão da proteinúria), o corticoide deve ser “desmamado" até 6 meses completos de tratamento. • Um adulto é considerado RESISTENTE AOS CORTICOIDES se a proteinúria não remitir em 16 semanas de tratamento. • CRIANÇAS: dose inicial de prednisona 60 mg/m2/dia (máximo 60 mg/dia) ↠ 4 a 6 semanas. Gabriela Reis Viol 112337 • Nos respondedores, a dose é reduzida para 40 mg/m2/dia em dias alternados ↠ 4 semanas, progredindo-se o “desmame”. • Se a proteinúria persistir por mais de 8 semanas em crianças, o paciente é classificado como RESISTENTE AOS CORTICOIDES. Logo, a biópsia renal está indicada ↠ padrão de GEFS ou proliferação mesangial. • Pacientes que apresentam recidiva (> 4 recidiva/ano). Devemos associar imunossupressores ↠ CICLOSFOSFAMIDA 2 mg/kg/dia. A terceira opção é a Ciclosporina, podendo usar o Tacrolimus e Micofenolato. • O Levamisol também pode ser empregado como poupador de corticoide. A principal de indicação é a doença recidivante frequente. • Surgimento de esclerose com colapso capilar em menos de 50% dos glomérulos renais (lesão focal) e em parte das algas de cada glomérulo acometido (lesão segmentar). • Diversas condições sistêmicas, como anemia falciforme, HAS e infecção pelo HIV podem ser responsabilizadas. • A forma idiopática tende a ter um início abrupto e uma síndrome nefrótica clássica. • As formas secundárias tem início insidioso, muitas vezes com níveis subnefróticos de proteinúria. • Em ambas, a proteinúria é NÃO SELETIVA ↠ áreas focais de esclerose com desestruturação da arquitetura das fendas de filtração (barreira de tamanho). • Com frequência são encontradas HAS (causa importante de HAS secundária em adultos). • Na GEFSi os níveis de complemento séricos estão normais. GEFS PRIMÁRIA • A maioria dos pacientes tem entre 25-35 anos, mas pode surgir em qualquer idade. • É a principal forma de SN primária em adultos no Brasil. • A microscopia óptica visualiza-se ↠ hialinos segmentar, colapso de alças capilares. • Imunofluorescência: depósito de IgM e C3 de padrão segmentar. • A microscopia eletrônica ↠ fusão dos pedicelos dos podócitos na área de esclerose. • Quando o processo de esclerose glomerular começa a se desenvolver, os primeiros glomérulos a serem acometidos são os justamedulares (próximos a região medular). Somente com a progressão da doença é que os glomérulos mais corticais são comprometidos. • Os glomérulos que não contêm as alterações da GESF apresentam as da DLM (fusão podocitária) e áreas escleróticas e mensagiais frequentemente evidenciam depósitos de IgM e C3. Gabriela Reis Viol 112338 Tais associações prolongam o período de remissão e permitem reduzir a dose de corticoide. Glomeruloesclerosefocal e segmentar (GEFS) • O achado de um único glomérulo com esclerose do tipo segmentar em regiões corticais mais profundas ↠ mais agressivo e menos responsivo ao tratamento. • Hipertrofia glomerular (aumento do volume glomerular). • As principais CAUSAS são: I. Idiopática. II. Secundária a sequela direta de uma doença glomerular focal necrosante: Glomerulonefrite por LES; Nefropatia por IgA; Vasculite Necrosante. III. Resultante da sobrecarga fisiológica dos glomérulos: Nefropatia por refluxo; Nefroesclerose Hipertensiva; Cirurgia; Anemia falciforme. IV. Resultante de vasodilatação renal crônica (hiperfluxo): Anemia falciforme; Obesidade; Pré- Eclâmpsia. V. Origem não esclarecida: HIV; Uso de heroína; Neoplasias. Gefs secundária • Depósitos de autoanticorpos e complexos imunes nas formas secundárias às doenças auto imunes. • Haverá sequela de uma doença específica aos glomérulos renais ↠ lesão estrutural. Doenças sistêmicas como LES. • Uma sobrecarga dos glomérulos remanescentes ↠ perda do parênquima renal. Como na nefropatia por refluxo, HAS, isquemia glomerular. • E um hiperfluxo glomerular é criança por vasodilatação arteriolar renal. Como ocorre na anemia falciforme. TRATAMENTO • Corticoterapia: prednisona 1mg/kg/dia - diariamente OU 2 mg/kg/dia em dias alternados, por 3 a 4 meses. • Redução paulatina da dose nos 3 a 6 meses subsequentes com a resposta. • Em casos de RECIDIVA: Ciclosporina por 12 a 24 meses com desmame gradual. • Pacientes que NÃO RESPONDEM após 4 meses de corticoterapia em altas doses ↠ reduzir a dose de corticoide ↠ associar ciclosporina na dose padrão. Gabriela Reis Viol 112339 Trata-se de distúrbios de linfócitos T que secretam uma citocina, responsável pela lesão dos podócitos; sendo mais grave que na DLM, afetando a arquitetura das fendas de filtração (barreira de tamanho), o que determina a proteinúria não seletiva. Alguns pacientes sofrem recidivas após suspensão do corticoide. • Pode aparecer de forma isolada (primária ou idiopática) ou ser secundária a condições sistêmicas como LES, hepatites virais, neoplasias e medicamentos. • CONDIÇÕES ASSOCIADAS: I. Idiopática II. Infecciosa: hepatite B e C, esquistossomose, sífilis, malária. III. Neoplásicas. IV. Medicamentosa: captopril, sais de ouro, fenoprofeno. V. Colagenoses: LES. • A microscopia óptica: espessamento uniforme e difuso da membrana basal glomerular, na ausência de proliferação (sem hipercelularidade) • Imunofluorescência: depósitos de IgG e C3 de padrão granular. • Microscopia eletrônica: depósitos imunes subepiteliais, apagamento dos processos podocitários • Proteinúria nefrótica não seletiva ↠ ativação local do sistema complemento ↠ formação do complexo de ataque à membrana ↠ estimularão de células epiteliais e mesangiais a produzir proteases e oxidantes ↠ degradação da matriz MBG ↠ perda da barreira de tamanho. • Os imunodepósitos, nas formas secundárias costumam ser provenientes do plasma. • Na GM idiopática os imunodepósitos são formados no próprio glomérulo. • 70 a 80% dos casos a GMi se apresenta como uma síndrome nefrótica clássica, insidiosa, que ocorre entre 30-50 anos. • 30% apresentam proteinúria isolada (ausência de edema). COMPLICAÇÕES • TROMBOEMBÓLICAS: trombose da veia renal, embolia pulmonar e trombose venosa profunda. • GLOMERULONEFRITE RAPIDAMENTE PROGRESSIVA (GNRP). LABORATÓRIO • Proteinúria maciça, do tipo não seletiva. • Hematúria microscópica (30%). • Complemento sérico normal. Gabriela Reis Viol 1123310 Glomerulopatia membranosa Se o paciente > 50 anos, até que se prove o contrário é manifestação paraneoplásica. Deve-se realizar investigação por: mamografia, EDA, colonoscopia. 80% dos pacientes com glomerulopatia membranas primária possuem associação com autoanticorpos contra receptores de fosfolipase A2 (PLA2R), que aparecem a biópsia. DIAGNÓSTICO • Paciente adulto com síndrome nefrótica franca e isolada ↠ BIÓPSIA RENAL ↠ GM. • SERÁ UMA FORMA IDIOPÁTICA? • FAN, complemento sérico, anti-DNA. • HbsAg, anti-HCV, VDRL. • EPF. • Rx de tórax, US abdominal. CURSO CLÍNICO E TRATAMENTO • 10 a 20% ↠ remissão completa espontânea. • 25 a 40% ↠ remissão espontânea parcial. • 40 a 50% ↠ perda progressiva da função renal ↠ IRC em 15 anos. • FATORES DE “MAU PROGNÓSTICO” ↠ idade, sexo masculino, HAS, proteinúria maciça persistente, hipoalbuminemia significativa, hiperlipidemia, insuficiência renal no diagnóstico, esclerose focal e lesão tubulointersticial associada a biópsia. • A terapia com imunossupressor está indicada neste caso ↠ Ciclofosfamida ou Clorambucil com Prednisona por 6 a 12 meses. • Todos os casos devem ser acompanhados or 3 a 4 anos, observando a evolução. Gabriela Reis Viol 1123311 Hipocomplementemia sugere GM secundária ao LES.
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