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Semiologia Neurológica Pamela Barbieri – T23 – FMBM Profª Dra. Priscila Colavite I olfatório II óptico III oculomotor IV troclear V trigêmeo VI abducente VII facial VIII vestibulococlear IX glossofaríngeo X vago XI acessório XII hipoglosso Relembrar de onde cada nervo tem origem: Os 2 primeiros pares (óptico e olfatório) não saem do tronco cerebral. III, IV, V e VI saem do mesencéfalo. VII, VIII, IX e X saem da ponte. XI e XII saem do bulbo. ✓ NC I olfatório: Não testa de rotina, a não ser que o paciente tenha queixa de anosmia (geralmente acompanhada com perda do paladar). P/ testar: testa narina separadamente (pede ao paciente que oclua a narina que será testada, uma de cada vez, começa pela aquela que refere a queixa). Utiliza-se substâncias de odor característicos que não sejam irritante (café fresco, tabaco...) ✓ NC II óptico: → P/ testar acuidade visual: cartão de Rosembaum ou tabela de Snellen. Testa o quanto esse paciente enxerga. Tabela de Snellen, deve estar a 6m de distância do paciente (considera a acuidade visual da linha que o paciente conseguir ler pelo menos metade das letras). Cartão de Rosembaum a cerca de 35cm dos olhos do paciente. Se o paciente visual não tem acuidade visual nem para ler a primeira letra, que é a maior, avalia-se acuidade visual de outras formas: colocando a mão perto do rosto e pede para contar dedos, se o paciente não conseguir, coloca a mão na frente do rosto e movimenta os dedos e avalia se o paciente percebe os movimentos. Se ele não consegue perceber os movimentos, a outra avaliação é se o paciente percebe iluminação do ambiente. →Fundoscopia: avaliar presença de edema de papila. Utiliza-se oftalmoscópio de mão, não costuma dilatar pupila do paciente e tem como principal objetivo avaliar a papila – corresponde a inserção do nervo óptico no globo ocular. Paciente normal (esquerda): bordas bem delimitadas, vasos saem exatamente do centro da papila e consegue visualizar pulsação venosa. Direita: paciente com edema da papila: ela perdeu o contorno regular da borda, não consegue ver no centro os vasos saindo e não consegue ver o pulso venoso. O edema de papila é um sinal precoce de que o paciente tem hipertensão craniana (tumor, meningite (↑ volume de líquor...)). Semiologia Neurológica Pamela Barbieri – T23 – FMBM Profª Dra. Priscila Colavite →Campo visual: método de confrontação. Geralmente faz-se de forma mais rudimentar do que o oftalmologista, pelo método de confrontação: examinador coloca-se de frente ao paciente, pede pro paciente olhar diretamente para a ponta do nariz, de forma que não desvie o olhar para lateral. Examinador posiciona as mãos de modo que ele consiga vê-las através da visão periférica. Tapa o olho esquerdo e depois o direito. Ele deve perceber movimento das mãos com a visão periférica. Se o campo visual está preservado, infere-se que ele reconhece o movimento das mãos nos 4 quadrantes. Isso é importante para identificar se o paciente tem perda de campo visual: Nas figuras a direita: representação de possibilidades de perdas de campo visual. Figura B: perda dos campos laterais, temporais (hemoianopsia heterônima bitemporal). Observar linhas no quiasma óptico: B no meio do quiasma óptico. Figura representa Paciente teve lesão ali naquele local do quiasma óptico, que passam as fibras da retina nasal que estão levando as imagens que chegam do campo visual temporal. →Reflexão fotomotor: direto e consensual (via aferente II óptico; e via eferente III oculomotor). Reflexo fotomotor: ilumina a pupila do paciente e observar se há uma miose (contração) reflexa. Direto: avalia contração na própria pupila que está iluminando. Consensual: avaliar se a pupila do olho não iluminado também está contraindo. Semiologia Neurológica Pamela Barbieri – T23 – FMBM Profª Dra. Priscila Colavite ✓ NC II oculomotor: -Faz resposta de miose; é o principal nervo craniano relacionado a motricidade ocular extrínseca. Participa junto com o IV troclear e V abducente na motricidade ocular extrínseca. Faz contração da pupila (miose) e elevação da pálpebra. → Se paralisia total desse nervo: alterações da motricidade ocular; midríase (dilatação da pupila); ptose palpebral. A) paciente com o olho esquerdo fechado e o direito aberto: ptose palpebral direita. B) a pupila da direita mais larga e a da esquerda um pouco mais contraída. Usa-se as definições para saber qual pupila está com midríase e a que está com miose. A pupila a esquerda não está com menos de 2mm, está normal, então é provável que a esquerda com mais 6mm de diâmetro esteja midriática. C): O paciente está tentando olhar para cima. O olho esquerdo sobe normalmente e o direito não se movimenta. D) paciente tenta olhar para baixo: esquerdo olha normalmente e o direito não se movimento. Tríade clássica da paralisia total do nervo oculomotor: ptose, midríase, alteração do movimento ocular. Ao avaliar a movimentação ocular do paciente, geralmente faz- se movimentos para pelo menos 6 ou 8 direções: pede para o paciente olhar para cima, para baixo, para as laterais, medialmente, para cima e pra fora, pra baixo e para dentro. Para cima: músculo reto superior, inervado pelo oculomotor (III). Para baixo: músculo reto inferior, também pelo oculomotor (III). Para o meio: músculo reto medial, também pelo oculomotor (III) coloca o dedo na lateral, um dos olhos olha para a lateral, mas o outro olho está olhando medialmente, essa é a melhor forma de pedir para o paciente olhar para o meio. Para cima e para fora (canto superior): músculo oblíquo inferior, inervado pelo oculomotor (III). Para lateral: músculo reto lateral, inervado pelo nervo abducente (VI). Para baixo e para dentro: Músculo oblíquo superior, inervado pelo nervo troclear (IV)Posiciona o dedo para baixo e lateralmente, um dos olhos voltam para dentro e para baixo. ✓ Nervo IV troclear Inerva exclusivamente o músculo oblíquo superior. A paralisia do IV se manifesta pelo desvio do globo ocular para cima e para fora. ✓ Nervo VI abducente Inerva o músculo reto lateral e sua paralisia provoca o desvio medial do olho afetado. Processos intracranianos que cursem com aumento de pressão intracraniana e edema intracerebral. Definições: Midríase: pupila acima de 6mm de diâmetro. Miose: pupila abaixo de 2mm de diâmetro. Semiologia Neurológica Pamela Barbieri – T23 – FMBM Profª Dra. Priscila Colavite ✓ Nervo V trigêmeo Função sensitiva: predominantemente sensitivo: 3 ramos: oftálmico (V1), maxilar (V2) e mandibular (V3). Função motora: tem um pequeno ramo motor que inerva os mm. mastigadores: masseteres, pterigoideos, temporais, milo-hioideos e parte anterior do musculo digástrico (quando há lesão do ramo motor do trigêmeo e tem-se a perda da musculatura mastigatória de um dos lados, a tendência é que a mandíbula quando aberta, se desvie para o lado lesionado). Reflexos: axiais da face (orbicular dos olhos e lábios e masseterino). Córneo-palpebral: utiliza-se um chumacinho de algodão, com bastante cuidado toca a córnea; normalmente o paciente irá fazer um piscamento reflexo. Sensibilidade superficial da língua: dor, tato e temperatura. Observar que não pega porção da mandíbula. ✓ Nervo VII facial Mimíca facial: pede para o paciente enrugar a testar, fechar os olhos, sorrir, assoviar... é importante testar sempre o movimento da parte superior da face e o movimento da parte inferior da face. Sensibilidade gustatória dos 2/3 anteriores da língua. Função secretória: inervação das glândulas salivares. Paralisia facial: precisa-se entender se é periférica (afeta o nervo propriamente dito) ou central (se afetou o córtex, onde os movimentos faciais são interpretados). Quando a paralisia é periférica, o movimento da fronte fica comprometido.A paralisia facial periférica: movimento da fronte fica comprometido (o lado direito consegue elevar a fronte normalmente e o lado esquerdo não eleva a fronte (lado paralisado), em volta da boca o sulco nasogeniano do lado direito está bem marcado (movimentos preservados) e do lado esquerdo com o sulco pouco marcado (lado paralisado). Paralisia facial central: movimento da fronte não é comprometido (porque o córtex tem interpretação bilateral do movimento da fronte), por exemplo, um paciente que sofreu AVC. O paciente com paralisia central consegue fechar os olhos normalmente, o paciente com paralisia periférica não conseguira fechar o do lado paralisado. O sorriso fica assimétrico tanto na paralisia central, quando na periférica. Não esquecer de pedir para o paciente enrugar a testa, pois isso que diferencia a periférica da central. ✓ Nervo VII vestíbulo-coclear Função coclear: auditiva – testes com Rinnie e Weber. - Rinnie: pega o diapasão de 128Hz, coloca para vibrar, encosta na região mastoidea, pede para o paciente prestar atenção no som e cronometra por quanto tempo ele escutou. Quando ele parar de escutar o som na região mastoidea, coloca o diapasão para vibrar novamente e só aproxima do conduta auditivo, pede para prestar atenção no som e Semiologia Neurológica Pamela Barbieri – T23 – FMBM Profª Dra. Priscila Colavite cronometra por quando tempo escutou o som. Observa qual tempo foi maior: geralmente a condução aérea é maior que a condução óssea. Se a condução aérea está com tempo maior está normal. -Faz-se então o teste de Weber: pega o diapasão, coloca para vibrar e toca em algum ponto da linha média do crânio do paciente (glabela, fronte, no meio dos lábios, no mento...) e pede pro paciente observar como está escutando – se o som está centralizado na linha média e se está centralizando para os dois ouvidos igualmente: teste de Weber normal. Se o som se lateraliza mais para um dos lados: o teste Weber é anormal. Ex: teste de Rinnie normal (condução aérea maior que a óssea dos dois lados). Teste de Weber lateralizando mais para esquerda – se o som está lateralizando melhor para a esquerda, é porque a condução óssea do lado esquerdo está normal. Muito provavelmente o paciente tem uma perda neurossensorial do lado direito (ele não está conseguindo transmitir esse som através do nervo vestíbulo-coclear pro lado direito). Ex: se Rinnie não for positivo: quando a condução óssea está maior do que a condução aérea, o problema é condutivo, algum problema impede que o som passe através do ar. Confirma com Weber lateralizando para o lado com condução óssea maior. Função vestibular: esquilibrio – sinal de Romberg estereotipado (paciente sempre cai pro lado que o labirinto lesado). ✓ Nervos IX glossofaríngeo e X vago Geralmente avaliados juntos, são responsáveis pelos movimentos harmônicos de deglutição e fala. Reflexos: vômito, deglutição e tosse. Avalia o reflexo do vômito: pega o um abaixador de língua, toca o palato mole (dos dois lados), o reflexo é de vômito é uma resposta normal. Se não obtêm o reflexo de vômito a função está alterada. ✓ Nervo XI acessório Possui uma porção craniana e uma porção espinal. É responsável pela inervação dos músculos esternocleidomastoideo e trapézio. Avalia através dos movimentos de lateralização da cabeça (esternocleidomastoideo) e elevação dos ombros (trapézio). ✓ Nervo XII hipoglosso Nervo motor da língua, protrui a hemilíngua ipsilateral. Sua lesão causa paralisia ou paresia da hemilíngua (desvia para o lado lesionado quando protusa) e quando crônica evolui com atrofia. Pede para o paciente protruir a língua (colocar para fora), língua tende se desviar para o lado lesado.
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