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Prof. Diângeli Izabelly Alvares 1 Transtorno de Ansiedade - A ansiedade é uma resposta a uma ameaça desconhecida, vaga ou interna ao passo que o medo é uma resposta a uma ameaça conhecida, mais bem delimitada ou externa. - Medo: resposta emocional à ameaça iminente real ou percebida; mais frequentemente associado à excitabilidade autonômica aumentada, necessária para luta ou fuga. - Ansiedade: antecipação de ameaça futura; mais frequentemente associada a tensão muscular e vigilância em preparação para perigo futuro, bem como comportamento de cautela e esquiva. - A ansiedade pode ser compreendida como sintoma, quando expressa uma sensação que pode ou não ter correlação com um transtorno mental. - A ansiedade pode ser compreendida como um transtorno, quando associada a outros sintomas que preenchem critérios para um diagnóstico nosológico específico. - A ansiedade pode ser compreendida como um espectro, que segundo o DSM V inclui diversos diagnósticos, dentre os quais o transtorno de pânico e o mutismo seletivo. - Mutismo seletivo (DSM-IV) ou Mutismo eletivo (CID 10) é um transtorno psicológico caracterizado pela recusa em falar em determinadas situações e em outras o indivíduo consegue falar. Geralmente envolve pessoas tímidas, introvertidas e ansiosas. - Os transtornos ansiosos se diferenciam entre si nos tipos de objetos ou situações que induzem o medo, ansiedade ou comportamento de esquiva. - A ansiedade pressupõe a associação de dois componentes: a percepção de sensações físicas e a sensação de estar nervoso ou assustado. - Ansiedade e medo apresentam diferença no nível de desconforto. - TAG: medo de morrer, medo de doença. - Ansiosas: pedir exames por sintomas inespecíficos por medo de doença/morte. - Ansiedade tem caráter somático. Ela se associa a um conjunto de sintomas somáticos, como pressa, angústia, sensação de estar no limite, sobrecarga, nervosismo, tremor, suor, taquicardia. Luta e fuga (diarreia, aumenta batimento cardíaco). - Os transtornos ansiosos cursam com sintomas somáticos associados a uma sensação subjetiva de nervosismo, tensão, sobrecarga ou agitação. - Os transtornos ansiosos se diferenciam da ansiedade e medo adaptativos por serem excessivos e/ou duração acima do esperado. - O DSM V descreve os seguintes transtornos no espectro da ansiedade: Transtorno de ansiedade de separação. Mutismo seletivo. Sem medo: nível de desconforto 0. Ansiedade: nível de desconforto 1. Medo: nível de desconforto 1 ou 2. É focado no objeto. Ataque de pânico: nível de desconforto 10. Prof. Diângeli Izabelly Alvares 2 Fobia específica. Transtorno de ansiedade social. Transtorno de pânico. Agorafobia. Transtorno de ansiedade generalizada. Transtorno de ansiedade induzido por substância/medicamento. Transtorno de ansiedade induzido por outra condição médica. Outro transtorno de ansiedade especificado. Transtorno de ansiedade não especificado. - Fobia específica: medo ou ansiedade acentuados diante de um objeto específico, com resposta desproporcional ao perigo real imposto pelo objeto. - Transtorno de ansiedade de separação: medo ou ansiedade intensos envolvendo a separação de figuras de apego. - Mutismo seletivo: fracasso persistente em falar em determinadas situações há pelo menos 30 dias, estando preservada a capacidade de falar em outras situações. M Agorafobia: medo mórbido de se achar sozinho em grandes espaços abertos ou de atravessar lugares públicos. SITUAÇÕES: - Fobia Específica: Ana, 30 anos, engenheira, casada, no quinto mês de sua primeira gestação, buscou psicoterapia para tratamento de fobia a injeção, sangue e ferimentos ao descobrir, em uma das palestras do curso para gestante coordenado pela autora, que, no parto, não se aplica anestesia geral, exceto em casos extremos, cujo custo-benefício para a dupla mãe e bebê justifique seu uso. Ela relatou que, ao engravidar, pensava que poderia ser aplicada a anestesia geral, sendo assim, não vivenciaria todos os sintomas e dramas que costumam apresentar diante da situação fóbica. - Transtorno de Ansiedade Social: Um homem de 35 anos procura seu médico por sentir uma ansiedade devastadora devido a uma palestra que precisa fazer. Relata que recentemente foi promovido a uma posição em sua empresa que requer que fale diante de cerca de 100 pessoas. Diz que a primeira dessas palestras será em duas semanas e que sua preocupação o impede de dormir. Sabe que seu medo é desproporcional, mas não consegue controlá-lo. Explica que sempre teve problemas para falar em público. - JCB, sexo feminino, 30 anos, evangélica, casada, natural e procedente de SBC, chega ao PA de psiquiatria apresentando taquicardia, opressão no peito, sudorese fria e sensação de morte iminente. Vem acompanhando do marido, que refere ter procurado a “psiquiatria” porque nos últimos meses a paciente tem apresentado esses “surtos”. Ele já está cansado de levá-la ao PS, fazer diversos exames que “não dão nada”. Após ser tranquilizada e receber Clonazepan 2,0mg, a paciente consegue nos falar e confirmar tais informações trazendo ECG, e Holter sem alterações, bem como exames séricos sem anormalidades (hemograma, função hepática e função tireoidiana). Paciente também nega uso de medicação, drogas e álcool. Conta que vem apresentando medo constante de “acontecer novamente”. Realizado novo ECG (apresentando leve alteração de repolarização, ritmo cardíaco sinusal com FC de 105 bpm, segmento ST com elevação de 0,8 mm). PA = 140x100 mmHg. FC = 104 bpm, FR = 78irpm. A HD e a conduta para esse caso são: Transtorno de pânico – encaminhamento ambulatorial com ISRS e BZP de curta duração por curto período. - Uma mulher de 28 anos chega a seu clínico com a queixa principal de tensão muscular. Afirma que, durante toda sua vida, sempre sentiu uma considerável Prof. Diângeli Izabelly Alvares 3 tensão muscular, mas que isso piorou nos últimos sete meses. Descreve-se como alguém que se preocupa muito e, desde que teve seu primeiro filho, no ano anterior, sua preocupação aumentou. Não consegue parar de se preocupar, mesmo quando se esforça ativamente para fazê-lo. Preocupa-se com uma série de coisas – as relações dos Estados Unidos com outros países, se ela e o marido conseguirão pagar a faculdade do filho, a saúde do marido e o mercado de ações. Também relata sintomas de inquietude e insônia. Adormece sem dificuldade, mas acordo no meio da noite e não consegue voltar a dormir. Descreve seu humor como “OK” e nega qualquer uso de substância, fora um copo de vinho eventual no fim de semana. Ela e o marido são advogados. A paciente relata ter dificuldade para concentrar-se no trabalho desde o nascimento do filho. Diagnóstico mais provável: Transtorno de Ansiedade Generalizada. M TAG + Ataque de Pânico. M Quais são os neurotransmissores mais implicados nos transtornos ansiosos, segundo o Compêndio de Psiquiatria do Kaplan? Serotonina, noradrenalina e GABA. - Principais opções farmacológicas para o tratamento dos transtornos ansiosos: Inibidores seletivos da recaptação da serotonina. Benzodiazepínicos. Antidepressivos tricíclicos.
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