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ATO, FATO E NEGOCIO JURÍDICO ELEMENTOS ACIDENTAIS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS Fato jurídico - conceitos Fato Jurídico, fato jurígeno ou fato gerador é todo acontecimento a que uma norma Jurídica atribui um efeito. Todos acontecimentos em virtude dos quais nascem, subsistem e se extinguem as relações jurídicas. Miguel Reale informa que é todo e qualquer fato de ordem física ou social, inserido numa estrutura normativa, já Arnold Wald coloca que os fatos Jurídicos são aqueles que repercutem no direito, provocando a aquisição, a modificação ou a extinção de direitos subjetivos. Noções distintivas sobre fatos, atos e negócios jurídicos Os fatos jurídicos podem decorrer da vontade humana (fatos humanos ou atos jurídicos) ou alheios à vontade humana (fatos naturais ou stricto sensu). O ato jurídico (lícito ou ilícito), portanto, é toda ação humana que provoca efeitos jurídicos. O ato jurídico lícito é dividido em ato jurídico em sentido estrito e negócio jurídico. OBS: O critério de diferenciação consiste na autonomia: se o agente tem autonomia para definir o conteúdo e os efeitos do ato, trata-se de negócio jurídico; se, porém, a autonomia restringe-se à prática do ato e os efeitos são aqueles definidos em lei, sem espaço para a liberdade negocial do sujeito, é ato jurídico em sentido estrito. Classificações do fato jurídico Fato Jurídico em sentido amplo é todo acontecimento, dependente ou não da vontade humana, a que a lei atribui certos efeitos jurídicos. É o elemento que dá origem aos direitos subjetivos, impulsionando a criação da relação jurídica, concretizando as normas jurídicas. Fato Jurídico em sentido estrito independente da vontade humana (fatos naturais). É classificado em fato ordinário e fato extraordinário. Fatos ordinários são aqueles que integram a ordem do dia, como nascimento, morte, alcance da maioridade e outros. Fatos extraordinários são os que fogem a ordem natural das coisas, decorrem de caso fortuito e força maior. O caso fortuito e a força maior, se caracterizam pela presença de dois requisitos: o primeiro é objetivo, que se configura na inevitabilidade do evento; e o segundo é o subjetivo, que é a ausência de culpa ou a imprevisibilidade do acontecimento. Na força maior conhece-se a causa que dá origem ao evento, pois se trata de um fato da natureza , como o raio, que provoca incêndio, a inundação, que danifica produtos. No caso fortuito, acidente que gera o dano, advém de causa desconhecida, como o cabo elétrico aéreo que se rompe e cai sobre fios telefônicos, causando incêndio. Obs: A imprevisibilidade integra o conceito do caso fortuito. Ato-fato jurídico O Ato-Fato Jurídico é um fato jurídico qualificado pela atuação humana. É um ato humano, com substancia de fato jurídico, não sendo relevante para norma se houve, ou não, intenção de praticá-lo. É um "fato humano", onde a relevância é atribuída à consequência do ato e não a vontade humana. Ato jurídico em sentido estrito Atos jurídicos meramente lícitos são os praticados pelo homem sem intenção direta de ocasionar efeitos jurídicos, tais como invenção de um tesouro, plantação em terreno alheio, construção, pintura sobre uma tela. Todos esses atos podem ocasionar efeitos jurídicos, mas não têm, em si, tal intenção. São eles contemplados pelo art. 185 do atual Código. Esses atos não contêm um intuito negocial. Dos Negócios Jurídicos Negócio jurídico: conceito, classificação e elementos constitutivos. Consiste na manifestação de vontade que procura produzir determinado efeito jurídico. Trata-se de uma declaração de vontade que não apenas constitui um ato livre, mas pela qual o declarante procura uma relação jurídica entre as várias possibilidades que oferece o universo jurídico. É por meio do negócio jurídico que se dá vida às relações jurídicas tuteladas pelo direito. O atual Código adota a denominação negócio jurídico (arts. 104 ss). Classificação - Quanto à formação: unilaterais, bilaterais e plurilaterais. - Quanto ao sacrifício patrimonial das partes (ou vantagens para as partes): onerosos e gratuitos. - Quanto ao momento da produção dos efeitos: inter vivos e mortis causa. - Quanto às relações recíprocas (ou quanto à independência ou autonomia): principais e acessórios. - Quanto à forma: formais (solenes) ou informais (não solenes). - Quanto às condições pessoais dos negociantes: impessoais e pessoais. - Quanto à causa: causais e abstratos. - Quanto à eficácia: consensuais e reais. - Quanto à extensão dos efeitos: constitutivos e declarativos. Interpretação do negócio jurídico A parte geral do Código Civil dedica cinco dispositivos à interpretação dos negócios jurídicos: Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento. Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente. A regra geral é a de prevalência da vontade declarada. Destaque seja feito ao art. 113, CC, que integra um da das funções da cláusula geral da boa-fé objetiva. Além dessas normas gerais, os livros que integram a parte especial do Código Civil estabelecem regras específicas para as diversas espécies negociais ( art. 423: interpretação dos contratos por adesão). Enunciado n. 409, V Jornada de Direito Civil: os negócios jurídicos devem ser interpretados não só conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração, mas também de acordo com as práticas habitualmente adotadas entre as partes. No tocante à reserva mental, o art. 110 do Código Civil, seguindo a linha de que lei não tem por função trazer definições, não conceitua reserva mental, apresentando apenas os efeitos da reserva conhecida e não conhecida pela outra parte. Cláudio Luiz Bueno de Godoy leciona que a reserva mental é uma proposital divergência, uma deliberada disparidade entre a vontade interna e a vontade afinal declarada. O sujeito declara uma vontade que não corresponde a seu verdadeiro querer, o qual reserva para si. A reserva mental espécie de divergência intencional entre a vontade interna e a vontade declarada através da qual o declarante emana vontade que não pretende cumprir no intuito de ludibriar o declaratário, que, no ato da celebração do negócio, em regra desconhece a real intenção (reservada) da outra parte. Parece óbvia a conclusão de que a vontade reservada, quando desconhecida pelo declaratário, será irrelevante, de sorte que prevalecendo a declaração sobre a vontade interna, deverá o negócio ser integralmente cumprido. Diferente é a solução dada à reserva mental conhecida pela outra parte. Aliás, a diversas são as soluções, tanto nas diversas legislações, quanto na doutrina. Todas, porém, convergem para a sobreposição da vontade interna sobre a vontade declarada, ao inverso do que ocorre na reserva mental não conhecida pelo declaratário. Noções sobre os planos de existência, validade e eficácia do negócio jurídico. O negócio se desdobra em três planos distintos: existência, validade e eficácia. Plano de existência = O negócio jurídico apresenta três pressupostos ou elementos existência: vontade, objeto e forma. Qualquer negócio jurídico sem ao menos um desses pressupostos é considerado inexistente e não deve produzir efeito. Plano de eficácia= O plano de eficácia do negócio jurídico diz respeito à produção dos efeitos. Nele estão presentes os elementos acidentais do negócio: condição, termo e encargo. Esses elementos serão estudadosem tópico específico. Plano de validade= O art. 104, CC, estipula os requisitos de validade do negócio jurídico: capacidade das partes; objeto lícito, possível e determinado ou determinável e adequação da forma. A capacidade das partes é o requisito subjetivo do negócio jurídico. Trata-se aqui da capacidade de fato. A ausência de capacidade das partes pode tornar o negócio nulo ou anulável (incapacidade absoluta, art. 3o, CC/2002, e incapacidade relativa, art. 4o, CC/2002). A capacidade deve ser averiguada no momento da prática do ato. Capacidade superveniente não valida o negócio jurídico, assim como a incapacidade superveniente não o vicia. Se o negócio for celebrado por relativamente incapaz ele não pode invocar a incapacidade para eximir-se de obrigação se dolosamente ocultou a sua idade (art. 180, CC - máxima de que a ninguém é dado o direito de valer-se de sua própria torpeza). Com relação ao objeto, o CC exige que ele seja lícito, possível e determinado ou determinável. Licitude do ato (idoneidade do objeto): o suporte material do ato condiz com a permissibilidade normativa, ou seja, não viola preceitos normativos e/ou morais. Sobre a possibilidade, há que se distinguir: - Possibilidade jurídica: confunde-se com a própria licitude do ato. - Possibilidade física: o ato não pode ser materialmente praticado. Distingue-se a impossibilidade absoluta da relativa – na primeira, o ato é materialmente impraticável para qualquer pessoa, objetivamente, enquanto que na segunda, o ato pode ser praticado por um terceiro. Apenas a impossibilidade física absoluta invalida o ato, pois na relativa, o devedor pode contratar outrem para realizar o serviço (exceto nas obrigações intuito personae). O último requisito de validade é a adequação da forma. É o requisito formal do negócio jurídico. Todo negócio deve, para existir, ter forma e, para ser válido, esta forma deve ser prescrita ou não defesa em lei. O Código Civil brasileiro adota o princípio da liberdade das formas (princípio do consensualismo) – art. 107, CC/2002. O negócio jurídico celebrado em desobediência à forma prevista na lei é nulo (art. 166, IV e V). Da Representação Desde a aquisição da personalidade jurídica a pessoa está apta a adquirir direitos e contrair deveres na ordem civil. Art. 2º CC. Todavia, muito embora esteja dotada desta aptidão genérica, nem sempre o sujeito pode, pessoalmente, praticar os atos que importem na criação, extinção ou modificação de posições jurídicas. Tal impossibilidade de exercício pessoal das prerrogativas conferidas pela personalidade jurídica deve ser entendida, aqui, de uma forma bastante ampla, para abranger não apenas as hipóteses de falta de capacidade, mas também as situações em que o sujeito, apesar de capaz, não quer ou está impedido de atuar pessoal e diretamente. Para situações como essas existe a representação, que pode, em uma primeira aproximação, ser entendida como uma substituição através da qual uma terceira pessoa (o representante) passa a agir no lugar e no interesse do sujeito impossibilitado de atuar pessoalmente para a formação de seus negócios. Assim, a pessoa absolutamente incapaz, por exemplo, deverá ter a incapacidade suprida por um representante, que ficará encarregado de manifestar a vontade dirigida à produção de efeitos jurídicos. Esta terceira pessoa deve estar investida em um poder de representação conferido diretamente pela lei (representação legal) ou por um negócio jurídico celebrado com o representante (representação voluntária). Para José de Oliveira Ascensão, a representação está assentada em dois pressupostos, quais sejam a) um poder de representação e b) uma atuação (do representante) em nome de outrem (o representado). O efeito característico da representação é que o ato praticado pelo representante irá repercutir unicamente na esfera jurídica do representado. O poder de representação é pressuposto que deve ter a sua causa profundamente investigada. Isso porque o nexo de representação dá origem a uma relação angular, composta por um antecedente e um consequente: antecedente à representação é a relação jurídica subjacente existente entre representante e representado, e uma relação jurídica consequente, formada pelo representado e aquele com quem o negócio jurídico foi celebrado. Esta relação jurídica base pode ter por fonte imediata a lei ou um negócio jurídico entre as partes, o que irá classificar as duas principais espécies de representação (legal ou necessária e voluntária, respectivamente). Qualquer que seja a espécie de representação, a sua fonte irá definir os limites do poder de representação. Importa aqui também a chamada causa objetiva da representação, que consiste na defesa do melhor interesse do representado. Com efeito, o instituto da representação existe para resguardar o interesse daquele que não pode, pelo menos naquele momento, praticar pessoalmente o ato. É esse vetor que deve direcionar a atuação do representante. Quanto ao segundo pressuposto, é certo que deve ficar claro ao terceiro que celebra o negócio jurídico que o representante está a atuar em nome do representado, até mesmo por uma exigência da própria boa-fé objetiva, que deve reger todas as relações privadas. Por fim, no que toca o efeito da representação, as consequências jurídicas do ato praticado pelo representante serão suportadas pelo representado. Essa consequência reforça a necessidade de o representante atuar vinculado à relação jurídica subjacente que deu origem ao poder de representação, sempre dentro dos limites impostos pela lei ou pela vontade (do representante e do representado). Com efeito, a representação encerra uma posição jurídica objetivamente complexa, que terá seus direitos e deveres revelados conforme o poder de representação conferido pela relação jurídica subjacente. O atual Código Civil, porém, orientado pela diretriz da operabilidade, organizou a representação em Capítulo próprio dentro do Título I Livro III da Parte Geral, reservando os arts. 115 a 120 para disciplinar o regime jurídico aplicável à representação voluntária e à representação legal: Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado. Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado. Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo. Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido subestabelecidos. Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem. Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou. Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo. Art. 120. Os requisitos e os efeitos da representação legal são os estabelecidos nas normas respectivas; os da representação voluntária são os da Parte Especial deste Código. Elementos acidentais dos negócios jurídicos: condição, termo e encargo. São elementos acidentais (ou fatores eficaciais) dos negócios jurídicos: Condição - Termo - Encargo. Estes elementos, decorrentes exclusivamente da vontade dos negociantes, provocam modificações na eficácia do negócio jurídico. Alguns negócios jurídicos não estão sujeitos aos elementos acidentais, tais como o casamento e a renúncia à herança ou ao legado.Condição = Elemento acessório, inexo, futuro e incerto, que condiciona a produção dos efeitos do negócio jurídico (art. 121, CC/2002). A incerteza e a futuridade têm que ser tomadas de forma objetiva. Considera- se condição a cláusula que subordina o efeito do ato jurídico a evento futuro e incerto. São requisitos das condições: - Voluntariedade; - Incerteza do evento; - Futuridade do evento. - Por serem inexas, as condições devem seguir os mesmos requisitos de validade do negócio jurídico, ressaltando-se, aqui, a licitude e a possibilidade da condição. - O Código Civil de 2002 (art. 121) inovou ao reduzir a abrangência da licitude das condições, considerando ilícitas as condições que forem contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes. Classificação das condições: A) Quanto ao conteúdo: Causais; Simplesmente potestativas; Mistas; Puramente potestativas; Perplexas. B) Quanto à eficácia: Suspensivas; Resolutivas. C) Quanto à possibilidade: Condições possíveis; Condições impossíveis;- Condições mistas. D) Quanto à natureza (ou fonte): Condições causais; Condições potestativas As condições puramente potestativas e as condições que privarem o negócio jurídico de produzir seus efeitos são também consideradas ilícitas e, ao lado das condições perplexas e das condições suspensivas impossíveis (física ou juridicamente), invalidam o negócio jurídico. As condições impossíveis, quando resolutivas, são tidas por inexistentes. Condições suspensivas e resolutivas -As condições suspensivas suspendem a eficácia do negócio jurídico até o advento do evento futuro e incerto aposto voluntariamente. Enquanto não for implementada a condição, o direito não terá sido adquirido, mas aquele que possui o direito condicional, durante o período de pendente conditione, pode tomar medidas acautelatórias para a proteção de seu direito. Há uma proteção ao credor condicional (arts. 126 e 130). As condições resolutivas não impedem a aquisição do direito. Porém, vindouro o evento condicional, provoca sua extinção, resolvendo o negócio jurídico. A proteção ao credor condicional também abrange os negócios submetidos à condição resolutiva (art. 130). OBS: Retroeficácia da condição: os atos praticados durante a pendente condicione perdem validade e eficácia com o implemento da condição. Termo -Elemento acidental que subordina a eficácia do negócio jurídico a evento futuro e certo. Traduz-se em um limite temporal, em um prazo estipulado, podendo este prazo ser determinado ou indeterminado. São características do termo: - Futuridade; - Certeza do evento. Obs: ao termo são aplicáveis, no que couber, as disposições relativas à condição. Classificação do termo: A) Quanto à eficácia: - Inicial, dilatório, suspensivo ou dies a quo: determina o início da produção dos efeitos do negócio jurídico. - Final, resolutivo, peremptório ou dies ad quem: determina o final da produção dos efeitos do negócio jurídico. B) Quanto ao momento de sua ocorrência: - Determinado: prazo certo. - Indeterminado: prazo incerto. C) Quanto ao modo de seu nascimento: - Convencional: nasce da vontade das partes; - Legal ou de direito: decorre da lei; - Judicial ou de graça: imposto por decisão do juiz. Obs: o termo inicial não impede a aquisição do direito, apenas suspende seu exercício. Regras sobre contagem dos prazos: 1) É excluído o dia do início e incluído o dia do vencimento; 2) Quando o dia do vencimento cair em dias não úteis, o prazo é prorrogado até o próximo dia útil; 3) Meado é sempre o 15° dia do mês; 4) Os prazos de meses e anos expiram no dia exato do mês final, ou, se faltar correspondência, no próximo dia; 5) Os prazos de horas são contados minuto a minuto. Obs: nos negócios jurídicos estas regras podem ser afastadas pela lei ou pela vontade das partes. Encargo ou modo- É uma cláusula que é aposta aos negócios jurídicos gratuitos e que, sem impedir a aquisição ou o exercício do direito, impõe ao beneficiário uma obrigação de dar, fazer ou não fazer, sem que tal obrigação caracterize uma contraprestação. Traduz-se em uma limitação da liberdade que cria um vínculo obrigacional que pode ser exigido pelo autor da liberalidade. O encargo que impede a aquisição e o exercício do direito deve vir expressamente imposto como condição suspensiva. O encargo é anexo e, por isso, sua invalidade não atinge a validade do negócio jurídico a que foi aposto. Porém, o encargo ilícito ou impossível colocado como motivo determinante da liberalidade, é inexo e invalida o próprio negócio.
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