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AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II FARMACOGNOSIA II Aula 01: A via do ácido chiquímico e formação dos fenilpropanoides AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II Assuntos desta aula 1. Revisão de fotossíntese; 2. Vias de oxidação da glicose-1-fosfato; 3. Formação do ácido chiquímico e outros ácidos; 4. Formação dos aminoácidos aromáticos; 5. Estrutura dos derivados do ácido chiquímico. 6. Caracterização fenilpropanoides. 7. Propriedades farmacológicas. 8. Propriedades toxicológicas. 9. Drogas com fenilpropanoides. AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II Revisão de fotossíntese e glicólise Fotossíntese • Uma molécula proveniente da fotossíntese inicia a via do ácido chiquímico. • A fotossíntese é composta de duas fases a fase clara (fotoquímica) e a fase escura (química). • A fase clara necessita de luz, é onde ocorre a fosforilação do ADP e a fotólise da água. • A fase clara tem como produtos o ATP e o NADPH. • Na fase escura, o Ciclo de Calvin-Benson produz o gliceraldeído-3-fosfato (triose de fosfato), percursor da glicose. AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II Vias de oxidação da glicose-1-fosfato Oxidação da glicose-1-fosfato • Na respiração, ocorre a degradação dos compostos sintetizados na fotossíntese produzindo energia e compostos intermediários para a síntese de outros importantes compostos. • A sacarose (UDP –Glicose + frutose-6-fosfato) a glicose-6- fosfato e as trioses de fosfato produzidas na fotossíntese são oxidadas na respiração. • A oxidação pode acontecer por meio da via da glicólise e da via das fosfopentoses. AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II Vias de oxidação da glicose-1-fosfato • Glicólise • Conversão de uma molécula de glicose em duas de acido pirúvico por uma sequência de reações. • Começa pela fosforilação de hexoses (glicose e frutose) provenientes da hidrólise da sacarose. • Outros produtos da fotossíntese como hexose e triose-fosfato também constituem substratos da glicólise. • O piruvato se converge em fosfoenolpiruvato que é um percursor do ácido chiquímico. AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II Vias de oxidação da glicose-1-fosfato • Via das Pentoses Fosfato • É uma via alternativa a via das pentoses fosfato (fosfopentoses). • Divide-se em duas etapas a etapa oxidativa e a etapa não oxidativa. • Na etapa oxidativa ocorre a conversão de NADP a NADPH e a produção de pentoses-fosfato (ribose-5-fosfato). • Na etapa não oxidativa a ribose-5- fosfato é transformada em trioses de fosfato e tetroses de fosfato como a eritrose- 4-fosfato um percursor do ácido chiquímico. AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II Formação do ácido chiquímico e outros ácidos • Vias metabólicas • A eritrose 4-P (via da fosfopentoses) e o fosfoenolpiruvato (glicólise) são intermediários da rota do ácido chiquímico. • As rotas metabólicas primárias e secundárias são interconectadas. • Rotas que sintetizam metabólitos primários fornecem precursores da síntese de metabólitos secundários. AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II Formação do ácido chiquímico e outros ácidos • Biossíntese dos ácidos chiquímico, corísmicos, gálico e prefênico • O ácido chiquímico é formado pela condensação aldólica do fosfoenolpiruvato e eritrose-4-fosfato. • Uma vez formado o ácido chiquímico pode ser metabolizado em ácido corísmico e ácido gálico. • O ácido corísmico, união do ácido chiquímico e do fosfoenolpiruvato, por hidroxilação dará origem ao ácido prefênico. • O ácido gálico formará os taninos hidrolisáveis. • O ácido corísmico formará os aminoácidos aromáticos e os alcaloides. AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II Formação do ácido chiquímico e outros ácidos • Biossíntese dos ácidos chiquímico, corísmicos, gálico e prefênico AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II Formação dos aminoácidos aromáticos • Biossíntese de aminoácidos • A partir do ácido prefênico são produzidos os aminoácidos aromáticos tirosina e fenilalanina. • A redução do corismato em conjunto com a incorporação da amônia forma o ácido antranílico, que origina o triptofano. • A fenilalanina e o triptofano são tidos como essenciais na dieta dos animais uma vez que a tirosina pode ser obtida a partir da fenilalanina. AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II Formação dos aminoácidos aromáticos • Biossíntese de aminoácidos AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II Estrutura dos derivados do ácido chiquímico • Formação de fenilpropanóides • A fenilalanina por ser convertida em ácido cinâmico pela ação da fenilalanina amônio liase (PAL). • O ácido cinâmico é o principal percursor dos fenilpropanoides. • Os fenilpropanoides (ArC3) são compostos aromáticos com cadeia lateral de três átomos de carbono ligada ao anel aromático. • O próprio ácido cinâmico e o cinamaldeído são classificados como fenilpropanoides. • Os fenilpropanoides são unidades formadoras de compostos fenólicos mais complexos. AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II Estrutura dos derivados do ácido chiquímico • Formação de fenilpropanóides AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II Caracterização e formação de fenilpropanoides • Caracterização e formação • São formados através da rota metabólica do ácido chiquímico. • São encontrados livres ou conjugados a açúcares. • Participam na composição de óleos essenciais, bálsamos e resinas. • Nos óleos essenciais, na maioria das vezes, estão em menor proporção do que os terpenos. • Apresentam-se como fenilpropanoides simples (ácido cafeico, ácido trans-cinâmico), cumarinas, e derivados do ácido benzoico, flavonoides e taninos (Taiz & Zeiger, 2015). AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II Propriedades farmacológicas dos fenilpropanoides • Propriedades farmacológicas • Conteúdo em tópicos e/ou parágrafos curtos. • Essas moléculas atuam como sequestradoras de radicais livres. • Previnem a peroxidação de lipídeos, agindo, na prevenção de doenças que envolvam a ação de radicais livres e a oxidação de lipoproteínas, como problemas cardiovasculares, arteriosclerose e trombose. • Modulam respostas fisiológicas em animais, como a vasodilatação e a inflamação. AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II Propriedades toxicológicas dos fenilpropanoides • Propriedades toxicológicas • Os óleos essenciais não são isentos de propriedades tóxicas. • Possuem atividade alelopática. • Os óleos de canela, funcho e alho que possuem alto teor de cinamaldeído podem ocasionar uma sensibilização, tipo reação alérgica, na primeira exposição à substância. • O óleo essencial pode produzir excitação, alucinações visuais e distorções de cores, devido possivelmente à presença de miristicina e elemicina. Farmacognosia II Drogas com fenilpropanoides • Canela • Espécies aromáticas mais importantes da antiguidade. • Origem botânica: Cinnamomum zeylanicum e a canela cuja origem é a China é denominada Cinnamomum cassia. • Família: Lauraceae. • Nomes populares: canela da Índia, canela da China, canela do Ceilão, árvore de canela, cinamomo. • Farmacógeno: casca seca. • As folhas também possuem fenilpropanoides. AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II Drogascom fenilpropanoides • Canela • Possuem como constituintes o aldeído ciâmico e o eugenol, ambos fenilprapanoides. • Seu óleo essencial ainda possui vanilina derivada da oxidação do eugenol, terpenos, cumarinas, açúcares, taninos, mucilagens e resinas. Farmacognosia II Drogas com fenilpropanoides • Canela Propriedades terapêuticas: • Estimulante; • Expectorante; • Antisséptico; • Anti-inflamatório (utilizado em quadros gripais e mucosa oral); • Digestivo e carminativo; • Antiespasmódico e miorelaxante; • Ascaricida. AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II Drogas com fenilpropanoides • Canela Os efeitos colaterais estão relacionados a doses elevadas e podem se expressar como: • Irritação de pele e mucosas; • Aumento da pressão arterial; • Taquicardia; • Insônia; • Diarreia. As principais contraindicações são: • Uso na gravidez e lactação; • Casos de hipersensibilidade à canela. Farmacognosia II Drogas com fenilpropanoides • Cravo-da-Índia • Origem botânica: Syzygium aromaticum [L] Merr. et Perry. • Família: Myrtaceae. • Origem Geográfica: Ilhas Molucas ou Ilhas das Especiarias (Indonésia). • Farmacógeno: botão floral seco. AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II Drogas com fenilpropanoides • Cravo-da-Índia • Seu principal constituinte fenilpropanoide é o eugenol que origina a vanilina por meio da sua oxidação. • As propriedades terapêuticas relacionadas ao eugenol são: antiviral, antibacteriano, antiúlcera, antidiabético, antioxidante, antitumoral, anestésico, emenagogo, carminativo e estomáquico. • Os efeitos tóxicos relacionados são neurotoxicidade (tremores, alterações de marcha, convulsões e alienação), aumento da frequência respiratória e agressividade. Farmacognosia II Drogas com fenilpropanoides • Anis-estrelado • Origem botânica: Illicium verum • Origem Geográfica: China e Ilhas Gregas. • Família: Illiciaceae. • Famacógeno: frutos secos. • Não é cultivado no Brasil, sendo importado principalmente da Europa. • O fruto é marrom e possui oito carpelos em formato de barco e que, juntos, formam uma estrela. • As sementes são ovais e marrom-amareladas. AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II Drogas com fenilpropanoides • Anis-estrelado • O anis-estrelado possui os fenilpropanoides estragol, cetona anísica, aldeído anísico, ácido anísico dentre outros em sua composição. • Possui propriedades terapêuticas carminativas, antiespasmódicas, expectorantes, bactericidas, antissépticas, anti-inflamatórias, calmantes, digestivas, diuréticas, emenagoga e antioxidantes. • Não foi constatado nenhum caso de intoxicação relativo ao anis-estrelado. Farmacognosia II Drogas com fenilpropanoides • Anis verde (erva doce) • Origem Botânica: Pimpinella anisum. • Família: Apiaceae. • Origem geográfica: Região Mediterrânea. • Farmacógeno: frutos secos. AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II Drogas com fenilpropanoides • Anis verde (erva doce) • Na sua composição química são encontrados o anetol (majoritário), o estragol, a cetona anísica, o aldeído anísico, o ácido anísico. Possui 2% a 3% de óleo essencial. • Possui propriedades terapêuticas digestivas, calmante da tosse, expectorante, carminativa, galactagoga, antisséptica, antioxidante e antimicrobiana. • É muito utilizada como chá para cólicas intestinais (carminativo e antiespasmódico) em recém-nascidos. Farmacognosia II Drogas com fenilpropanoides • Sassafrás • Origem botânica: Sassafras albidum. • Origem geográfica: leste da América do Norte. • Farmacógeno: casca da raiz seca. • O principal constituinte químico é o safrol (79-88%), ainda podem ser detectados, eugenol e aldeído coriferilico. • As principais propriedades terapêuticas são antirreumáticos, antiespasmódico, anti-inflamatório e antisséptico. AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II Drogas com fenilpropanoides • Noz moscada • Origem botânica: Myristiva fragans (Myristica fragans). • Origem geográfica: Ilhas Molucas. • Farmacógeno: semente secas (interior do fruto). • Semente é revestida por estrutura entrelaçada e avermelhada (macis). AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II Drogas com fenilpropanoides • Noz moscada • O óleo essencial (10%) composto principalmente por terpenos (60 a 80%) como sabineno, pineno, canfeno, felandreno, terpineno, limoneno, mirceno e fenilpropanoides (15 a 20%) como a miristicina, elemicina, safrol, isoeugenol. • São digestivas, regeneração das células hepáticas, afrodisíaca, anti-inflamatória, carminativa, diurética, emoliente, estomáquica, ansiogênica, contração muscular da bexiga, útero e intestino. • O isoeugenol é um potente antimicrobiano. AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II Drogas com fenilpropanoides • Noz moscada As principais interações medicamentosas são: • Aumento propriedade ansiogênica com o uso concomitante da noz-moscada drogas ansiolíticas; • Foram observadas interações com diazepam, ondansetron, ou buspirona em ratos; • Uma morte foi associada ao uso concomitante de noz-moscada e flunitrazepam; • Os sintomas de intoxicação incluem psicose aguda com feitos 0,5 a 8 horas após a ingestão, vermelhidão da pele, taquicardia, diminuição da salivação, dor abdominal, náusea, vômito, febre, excitação do SNC. AULA 01: A VIA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E FORMAÇÃO DE FENILPROPANOIDES Farmacognosia II VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Caracterização de lignoides; Formação de lignoides; Classificação de lignoides; Importância de lignoides; Propriedades farmacológicas; Propriedades toxicológicas; Drogas com lignoides. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
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