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Aula Antianginosos Vasodilatadores

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Farmacologia Aplicada
Antianginosos e 
Vasodilatadores
Prof. Marcus Moura
IAM: definição
◼ É a necrose da célula miocárdica
resultante da oferta inadequada de
oxigênio ao músculo cardíaco
MECANISMOS DETERMINANTES DA ISQUEMIA 
MIOCÁRDICA NAS SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS
1. Trombo sobre placa aterosclerótica vulnerável
2. Espasmo coronário ou vasoconstricção
3. Progressão da placa aterosclerótica
4. Desequilíbrio oferta/consumo de O2
Fatores de Risco Cardíaco
Fisiopatologia: Infarto Agudo do Miocárdio
Anatomia da Irrigação do Miocárdio
Epicárdio
Endocárdio
Coronária
ATP
PH
CKMB
Troponinas
Histamina, PGE2 
K+
Arritmias
Inflamação, 
dor
Lesão 
Radicais 
Livres
FISIOPATOLOGIA: Infarto Agudo do Miocárdio
◼ Não gera potencial de ação;
◼ Não produz vetores;
◼ Não se despolariza e não se repolariza;
◼ Não se contrai, apenas conduz o estímulo; 
◼ Promove reações teciduais com liberação de 
mediadores da dor;
◼ Libera proteínas celulares para o sangue: 
CK-MB, Troponinas, Mioglobina.
Alteração histológica irreversível 
A Célula Necrosada 
Sintomatologia 
Clínica
Alterações no 
ECG
Elevação de 
enzimas
Alterações na 
contratilidade 
cardíaca: 
hipocinesia
DIAGNÓSTICO DE INFARTO DO MIOCÁRDIO
História típica de dor precordial
Alterações eletrocardiográficas
Elevação enzimática
Manifestações Clínicas
. Características da dor
. Sintomas associados
ALTERAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS
. O diagnóstico eletrocardiográfico é dado pela análise do ECG 12 derivações, 
o qual apresenta alterações de ST / T / onda Q importante.
Componentes do 
ECG normal.
ISQUEMIA
LESÃO
NECROSE
ALTERAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS NO IAM
ABORDAGENS TERAPÊUTICAS
Reduzir chance de 
recorrência
Repouso, controle PA, β-bloqueio.
Prevenir trombose
Antiagregante plaquetário, 
antitrombínico
Promover Vasodilatação
Nitratos, bloqueadores de canais de 
cálcio.
Reperfusão 
(oclusão total)
Trombólise, angioplastia
Tratar e prevenir 
complicações da 
isquemia / necrose
Β-bloqueadores, antiarrítmicos
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
. Antiplaquetários
.Aspirina
.Derivados tienopiridínicos – ticlopidina e clopidogrel
. Antitrombínicos
Heparinas
-Inibe a Ciclooxigenase, reduzindo produção de 
tromboxanos;
-Reduz mortalidade e incidência de IAM não-fatal, em 
pacientes com AI ou IAM sem supra de ST, em até 64% 
(estudo RISC)
-Reduz em 23% a mortalidade em pacientes com IAM com 
supra de ST, p<0,00001 (estudo ISIS-2)
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TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
. Anti-isquêmicos
.Nitratos -Redução da pré-carga e pós-carga, diminuindo consumo 
de oxigênio, age na vasodilatação arterial;
-Diminui vasoespasmo coronariano;
-Potencial inibição da agregação plaquetária.
.Betabloqueadores
.Antagonistas dos canais de Cálcio
TRATAMENTO DE REPERFUSÃO NO IAM
. Trombolíticos
.Estreptoquinase (SK)
.Ativador tecidual do plasminogênio
.Trombolíticos de terceira geração
Contraindicações
>> Sangramentos abdominais, dissecção de aorta, 
RCP prolongada, trauma ou cirurgias nas 2 semanas 
precedentes, AVC hemorrágico prévio, gravidez.
TRATAMENTO DE REPERFUSÃO NO IAM
. Angioplastia
Vantagens sobre os trombolíticos:
.Patência arterial precoce, superior a 90%;
.Melhor manutenção de fluxo coronariano pleno;
.Menor lesão de reperfusão;
.Melhora função ventricular;
.Menor risco de sangramento e AVC;
.Redução nas taxas de reoclusão, reinfarto e mortalidade 
hospitalar.
COMPLICAÇÕES DAS SCA
INSTABILIDADE HEMODINÂMICA
-Hipotensão, choque cardiogênico;
-Edema agudo de pulmão;
-Insuficiência cardíaca congestiva.
ARRITMIAS
-Taquicardias ventriculares;
-Fibrilação ventricular;
-Bloqueios atrioventriculares avançados.
Angina Pectoris
◼ Angina pectoris é a intensa dor
torácica que ocorre quando o fluxo
sangüíneo coronário é inadequado
para fornecer o oxigênio necessário ao
coração.
ANGINA - CLASSIFICAÇÃO
ANGINA ESTÁVEL
Causada por estenose fixa de 
artéria devido a ateroma.
ANGINA INSTÁVEL 
Causada por trombo de plaqueta
e fibrina + ateroma.
ANGINA VARIANTE 
(de Prinzmetal) Causada por espasmos 
em artéria afetada por doença 
ateromatosa.
ANGINA - CLASSIFICAÇÃO
ANGINA ESTÁVEL
Os episódios anginosos podem ser precipitados por:
exercício,
frio,
emoção ou
alimentação.
Terapia racional:
- diminuição da carga cardíaca (pré-carga e pós-carga)
- aumento do fluxo miocárdico.
ANGINA - CLASSIFICAÇÃO
ANGINA INSTÁVEL 
(pré-infarto, angina de repouso)
Associada com uma modificação na característica,
frequência e duração da dor em pacientes com angina
estável e quando há prolongados episódios de dor em
repouso.
Requer vigorosa terapia por ser um sinal de possível 
ocorrência de infarto do miocárdio.
Terapia racional:
- Inibição de agregação plaquetária e formação de trombos
- Diminuição da carga cardíaca
- Vasodilatação das artérias coronárias
ANGINA - CLASSIFICAÇÃO
ANGINA VARIANTE 
(de Prinzmetal, vasoespástica)
- causada por vasoespasmo passageiro dos vasos
coronarianos
- usualmente associada com ateromas subjacentes
- episódios de dor podem ocorrer em repouso
Terapia racional:
Diminuição do vasoespasmo das coronárias.
ANTIANGINOSOS
◼ Nitratos
◼ Beta Bloqueadores
◼ Bloqueadores de Canais de Calcio
NITRATOS – Justificativa como antianginosos
Reduzem a pré-carga
Reduzem a pós-carga
Dilatam as artérias coronarianas
Inibem a agregação plaquetária
NITRATOS – Efeitos farmacológicos
1. Vasodilatação periférica
✓maior ação nas veias que nas arteríolas, resultando em
redução na pré-carga e menor redução na pós-carga
✓redução nas pré e pós-cargas diminuem o trabalho
cardíaco e consumo de ox. pelo miocárdio
2. Grandes artérias coronárias epicárdicas são
dilatadas sem alteração na auto-regulação dos 
pequenos vasos coronarianos
3. Redistribuição do fluxo coronariano p/áreas
isquêmicas (circulação colateral)
4. Redução da agregação plaquetária 
NITRATOS - Efeitos
DROGAS DOSES DURAÇÃO
DE CURTA AÇÃO
Nitroglicerina (SL) 0,15 – 1,2 mg 10 - 30 min
Isossorbida (SL) 2,5 – 5 mg 10 – 60 min
Nitrito de amila (INAL) 0,18 – 0,3 ml 3 – 5 min
NITRATOS - Farmacocinética
DROGAS DOSES DURAÇÃO
DE LONGA AÇÃO
Nitroglicerina ap (VO) 6,3 – 13mg / 6 – 8h 6 – 8h
Nitroglicerina (bucal) 1 – 2mg / 4h 3 – 6h
Nitroglicerina (transdérmica) 10 – 25mg / 24h 8 – 10h
Dinitrato de isossorbida (SL) 2,5 – 10mg / 2h 1,5 – 2h
Dinitrato de isossorbida (VO) 10 – 60mg / 4 – 6h 4 – 6h
Dinitrato de isossorbida 
(mastig)
5 – 10mg / 2 – 4h 2 – h
Monitrato de isossorbida 20mg / 12h 6 – 10h
Tetranitrato de eritritil 10 – 40mg / 6 – 8 h 6 – 8h
NITRATOS - Farmacocinética
NITRATOS – Efeitos adversos
▪ Hipotensão ortostática
▪ Taquicardia
▪ Cefaléia pulsátil severa
▪ Tontura
▪ Rubor
▪ Síncope
▪ Carcinogenicidade
(nitratos e nitritos + aminas = nitrosaminas))
Bloqueadores dos Canais de Calcio
◼ Diidropiridinas
◼ Nifedipine (Adalat®, Procardia®)
◼ Fenialquilaminas
◼ Verapamil (Calan®, Isoptin®)
◼ Benzotiazepínicos
◼ Diltiazem (Cardizem®)
BLOQ. CANAIS DE CÁLCIO – Justificativa
Reduzem a pós-carga.
Dilatam as artérias coronarianas.
Podem Inibir a agregação plaquetária.
Alguns também diminuem a frequência
cardíaca e diminuem a contratilidade
BLOQ. CANAIS DE CÁLCIO – Efeitos
Todos dilatam as arteríolas coronárias e
reduzem a pós-carga, mas cada classe tem
diferentes efeitos na frequência e contratilidade
cardíacas:
Verapamil e diltiazem têm efeitos inotrópico,
cronotrópico e dromotrópico negativos diretos.
Nifedipina tem efeitos diretos cardíacos sem
valor, mas pode causar resposta simpática
reflexa por diminuir a pressão arterial.
BLOQ. CANAIS DE CÁLCIO – Farmacocinética
➢Todos são ativos oralmente
➢Exibem alto metabolismo de primeira
passagem e alta ligação às proteínas
plasmáticas
➢Após administração oral agem dentro de 30
min e têm meia-vida plasmática de algumas
horas
BLOQ. CANAIS DE CÁLCIO – Efeitos adversos
❑ Depressão da contratilidadee falha cardíaca
❑ Bradicardia
❑ Bloqueio AV
❑ Parada cardíaca
❑ Toxicidade menor:
hipotensão
tontura
edema
rubor
Antagonistas dos Receptores Beta-
adrenérgicos
◼ Propranolol (Inderal ®)
◼ Metoprolol (Seloken®)
◼ Atenolol (Tenormin®)
◼ Nadolol (Corgard®)
ANTAG. BETA ADRENÉRGICOS – Justificativa
Diminuem a frequência cardíaca
Diminuem a contratilidade
Reduzem a pós-carga por 
diminuírem o débito cardíaco
Podem inibir a agregação plaquetária
Bibliografia recomendada:
RANG,H.P.; DALE,M.M.; RITTER,J.M. –
Farmacologia. 4.ed.,Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2001. P. 223-228.

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