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TCC - Engenharia de produção (fuzzy / finanças)

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THIAGO DIAS DE SOUZA MOURA 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO 
FINANCEIRA: ESTUDO DE CASO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NITERÓI / RJ 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
M929a Moura, Thiago Dias de Souza 
 Avaliação da importância da educação financeira: estudo de caso / Thiago Dias de Souza 
 Moura.– Niterói, 2018. 
 75 f. : il. color.; 30cm. 
 
 Orientador: Prof. D.Sc. Jesus Domech More. 
 Trabalho de conclusão de curso (graduação) – Universidade Estácio de Sá, 
 Curso de Engenharia de Produção, 2018. 
 
 
1. Educação financeira. 2. Qualidade de vida. 3. Independência financeira. 
 4. Método Fuzzy. I. More, Jesus Domech. II. Avaliação da importância da educação 
 financeira: estudo de caso. 
 CDD: 658.15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Se controlarmos a nossa riqueza, seremos ricos e livres. Se deixarmos a riqueza nos 
controlar, seremos, certamente, pobres.” 
Edmund Burk
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente agradeço a Deus, pois tudo que tenho foi proporcionado por Ele. 
 
Agradeço aos meus familiares e a minha noiva, pelo suporte que me prestaram 
sempre que precisei. 
 
Agradeço a todos os professores que fizeram parte da minha formação. 
 
Agradeço ao meu orientador, pelo incentivo e auxílio ao longo do 
desenvolvimento deste trabalho. 
 
Agradeço aos meus amigos, pelo apoio e companheirismo ao longo do curso. 
 
Agradeço também a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha 
formação. 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA: 
ESTUDO DE CASO 
 
RESUMO 
 
 
Em virtude de problemas financeiros existentes em grande parte das famílias brasileiras, 
devido ao analfabetismo financeiro, este estudo surgiu com o objetivo de demonstrar a 
importância da educação financeira para obtenção de uma vida financeiramente estável, com 
possibilidade de crescimento da qualidade de vida e do atingimento da independência 
financeira. Este estudo, em sua fundamentação teórica, aborda conceitos de educação 
financeira, qualidade de vida, investimentos, independência financeira e método fuzzy. O 
desenvolvimento do estudo se deu através de uma pesquisa bibliográfica com teor qualitativo 
e da aplicação de um questionário que foi aplicado ao corpo docente da Universidade Estácio 
de Sá, no campus de Niterói. Foi-se levado a crer que os hábitos e atitudes de um indivíduo, 
bem como sua educação financeira, podem refletir em sua vida econômica e na sua qualidade 
de vida. 
 
 
Palavras-Chave: Educação Financeira; Qualidade de Vida; Independência Financeira; 
Método Fuzzy. 
 
 
 
EVALUATION OF THE IMPORTANCE OF FINANCIAL EDUCATION: 
CASE STUDY 
 
ABSTRACT 
 
 
Because of existent financial problems in a large part of the Brazilian families, due to the 
financial illiteracy, this study appeared with the objective of demonstrating the importance of 
the financial education for obtaining of a life economically stable, with the possibility of 
growth of the life quality and of the reaching of the financial independence. The study has 
theoretical grounds approaches concepts of financial education, life quality, investments, 
financial independence and method fuzzy. The development of the study felt through a 
bibliographical research with qualitative content and of the elaboration of a questionnaire that 
will be applied to the University of the Universidade Estácio de Sá, in the campus Niterói. 
It led to believe that the atitudes and habits of an individual as well as his/her financial 
education can reflect in his/her economic and life quality 
 
Keywords: Financial Education; Quality of Life; Financial Independence; Fuzzy Method. 
 
 
 
 
Lista de Figuras 
 
Figura 1 - Pirâmide da Teoria das Necessidades de Maslow. ............................................. 42 
Figura 2 - Ciclo Circadiano ................................................................................................. 43 
 
 
 
 
 
Lista de Quadros 
 
Quadro 1 - Diferença entre patrimônios .............................................................................. 49 
Quadro 2 - Média das avaliações ......................................................................................... 49 
Quadro 3 - Cálculo do grau de inclusão .............................................................................. 50 
Quadro 4 - Critérios para grau de inclusão .......................................................................... 51 
Quadro 5 - Critérios corrigidos positivamente .................................................................... 52 
Quadro 6 - Qualidade de vida dos "ricos" e "não ricos"...................................................... 55 
Quadro 7 - Comparação entre critérios ............................................................................... 53 
 
 
 
 
 
Lista de Gráficos 
 
Gráfico 1 - Montante necessário. ......................................................................................... 22 
Gráfico 2 - Comparação: com prestação x sem prestação 1. ............................................... 23 
Gráfico 3 - Comparação com prestação x sem prestação 2. ................................................ 23 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
ICC - Indicador de Confiança do Consumidor 
PIB – Produto Interno Bruto 
PNIF – Patrimônio Necessário para Independência Financeira 
PI – Patrimônio Ideal 
VP – Valor Presente 
VF – Valor Futuro 
VFPM - Valor Futuro com Pagamento Mensal 
VFT – Valor Futuro Total 
LCI - Letra de Crédito Imobiliário 
LCA - Letra de Crédito do Agronegócio 
CDB - Certificado de Depósito Bancário 
COE - Certificado de Operações Estruturadas 
LF - Letra Financeira 
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano 
CEO - Chief Executive Officer ou Diretor executivo 
UNESA – Universidade Estácio de Sá 
CLT - Consolidação das Leis do Trabalho 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 12 
2. PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ................................................................................ 13 
3. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 14 
3.1. OBJETIVOS GERAIS ..................................................................................................... 14 
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................... 14 
4. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 15 
5. EMBASAMENTO TEÓRICO ......................................................................................... 16 
5.1. EDUCAÇÃO FINANCEIRA ........................................................................................... 16 
5.1.1.Independência financeira ................................................................................................. 17 
5.1.2.Reserva de emergência .................................................................................................... 24 
5.1.3.Regras para delimitação de gastos ................................................................................... 25 
5.1.4.Ferramentas para controle de orçamento ......................................................................... 29 
5.1.5.Formas de renda .............................................................................................................. 31 
5.1.6.Dívidas .............................................................................................................................32 
5.1.7.Sonhos, projetos e metas ................................................................................................. 33 
5.1.8.Previdência social ............................................................................................................ 35 
5.1.9.Investimentos ................................................................................................................... 37 
5.1.10.Mindset .......................................................................................................................... 39 
5.2. QUALIDADE DE VIDA ................................................................................................. 41 
5.2.1.Acordar mais cedo faz bem? ........................................................................................... 43 
5.3. MÉTODO FUZZY ........................................................................................................... 45 
5.3.1.Conceito ........................................................................................................................... 45 
5.3.2.Grau de Inclusão (GI) ...................................................................................................... 45 
6. METODOLOGIA ............................................................................................................. 47 
7. ANÁLISE DE DADOS .................................................................................................... 48 
8. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 57 
9. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 58 
10. APÊNDICES .................................................................................................................... 60 
10.1.Apêndice A – Questionário .............................................................................................. 60 
10.2.Apêndice B – Resultado do questionário ......................................................................... 73
12 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
A economia do país continua ruim para 79% dos brasileiros, segundo análise do 
indicador de confiança do consumidor (ICC) realizada pelo SPC Brasil, e 53% dos que estão 
insatisfeitos com a própria vida financeira afirmam que o elevado custo de vida é o principal 
motivo. (SPC BRASIL, 2018) 
Através da análise dos dados do ICC de julho de 2018 percebe-se que a maioria dos 
entrevistados – talvez, a maioria dos brasileiros − atribuem à fatores externos o motivo de 
estarem vivenciando um momento ruim financeiramente. (SPC BRASIL, 2018) 
Por outro lado, é possível observar que a maioria dos entrevistados que estão 
vivenciando uma vida financeira boa atribuem a causa à fatores internos. Tais fatores internos 
podem ser caracterizados como comportamentos, pensamentos e hábitos. (SPC BRASIL, 
2018) 
Uma das grandes dificuldades que o ser humano possui é de assumir os próprios 
erros, dado que encontrar um culpado para os problemas se tornou um hábito. 
O dinheiro possui grande influência sobre um indivíduo podendo ocasionar 
problemas em diversas áreas da vida, seja de esfera emocional ou física. Uma pesquisa 
realizada pela Universidade de Kansas revela que a vida financeira desestruturada motiva 
56% dos divórcios. Além disso, o endividamento pode gerar insônia, falta de apetite, estresse, 
baixa autoestima, entre outros problemas. (DEW & STEWART, 2012) 
Visto que os fatores internos do ser humano podem ser as principais causas de 
problemas ou sucessos financeiros e que o dinheiro possui uma relação direta com o bem estar 
físico e emocional de um indivíduo, este trabalho visa estudar os padrões subjetivos inseridos 
no subconsciente de cada pessoa a fim de analisar, através da metodologia fuzzy, os hábitos 
que favorecem o alcance de uma vida financeira saudável, e consequentemente, o aumento da 
qualidade de vida. 
 
 
 
 
 
13 
 
 
2. PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA 
De acordo com pesquisa do Serasa, aproximadamente 50% das pessoas tiveram o 
nome incluído em algum serviço de proteção ao crédito e 70% atrasaram ao menos uma conta 
no ano de 2017. (SPC BRASIL, 2018) 
Estudos demonstraram que existe uma grande parcela da população que continua 
trabalhando após se aposentar, devido a necessidades financeiras. (COCKELL, 2014) 
Foi comprovado que problemas financeiros podem afetar o bem estar de um 
indivíduo trazendo problemas relacionados à saúde e, inclusive, aos seus relacionamentos. 
(DEW & STEWART, 2012) 
Visando proporcionar uma qualidade de vida melhor e um bom planejamento para 
aposentadoria, este trabalho almeja avaliar a importância da educação financeira para 
soluções dos problemas apresentados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
3. OBJETIVOS 
3.1. OBJETIVOS GERAIS 
Esta monografia tem como objetivo geral demonstrar a importância da educação 
financeira para a obtenção da qualidade de vida de um indivíduo bem como o atingimento da 
independência financeira. 
 
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
• Conceituar educação financeira, qualidade de vida e independência financeira; 
• Compreender a relação entre a educação financeira e a independência 
financeira; 
• Compreender a relação entre a educação financeira e a qualidade de vida; 
• Apresentar os resultados encontrados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
4. JUSTIFICATIVA 
A educação financeira é um meio eficaz que possibilita o aprendizado sobre o 
consumo consciente e sobre a administração do dinheiro para que ele trabalhe em favor do 
investidor. É comum, no Brasil, encontrar cidadãos endividados, não que isso seja o 
problema, mas geralmente gastam mais do que recebem e consequentemente não conseguem 
poupar. 
O ato de poupar possibilita a realização de sonhos de curto, médio e longo prazo, 
como a independência financeira e o consumo consciente torna mais fácil o alcance da 
qualidade de vida. 
Segundo Goldfajn (2018), presidente do Banco Central do Brasil (BCB), o 
crescimento do país não pode ser baseado somente no consumo, mas também deve haver 
investimentos. Para Goldfajn (2018) a educação financeira é tão importante quanto a 
matemática e o português, portanto é de notória importância para o cidadão e para a economia 
nacional. Com base nisto percebe-se a grandiosa relevância socioeconômica, bem como 
acadêmica, da temática estudada neste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
5. EMBASAMENTO TEÓRICO 
5.1. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 
“A educação financeira sempre foi importante para auxiliar as pessoas a planejar e 
gerir sua renda, poupar, investir e garantir uma vida financeira mais tranquila” (CONEF, 
2017) 
Segundo o Banco Central do Brasil (2013), a educação financeira é o meio de prover 
conhecimento e informações sobre comportamentos básicos que contribuem para melhorar a 
qualidade de vidas das pessoas, sendo, portanto, um instrumento para promover o 
desenvolvimento econômico. 
Segundo Bresser-Pereira (2006), o desenvolvimento econômico é o processo 
histórico de crescimento sustentado pelo PIB per capita implicando na melhoria da qualidade 
de vida da população de determinado local e resultando na acumulação de capital e da 
incorporação de conhecimento. 
O indivíduo educado financeiramente é capaz de gerir os seus rendimentos, investir, 
controlar seus gastos e evitar endividamentos maléficos. A educação financeira possibilita a 
alavancagem da qualidade de vida a partir da utilização correta dos recursos financeiros, 
humanos e do recurso mais precioso, o tempo. 
Para Pereira & Lopes (2014), o investimento em capital humano melhora o 
desempenho individual de um trabalhador e eleva seu salário, e também é fator decisivo para 
a geração de riqueza e de crescimento econômico. 
Segundo o Banco Central do Brasil (2013), a qualidadedas decisões financeiras dos 
indivíduos influencia toda a economia por estar intimamente ligada a problemas como os 
níveis de endividamento e de inadimplência das pessoas e a capacidade de investimento dos 
países. 
Consumidores bem educados financeiramente demandam serviços e produtos 
adequados às suas necessidades, incentivando a competição e desempenhando papel relevante 
no monitoramento do mercado, uma vez que exigem maior transparência das instituições 
financeiras, contribuindo dessa maneira para a solidez e para a eficiência do sistema 
financeiro. 
Dada a importância da educação financeira o Governo Federal instituiu por meio do 
Decreto nº 7.397, de 22 de dezembro de 2010, a Estratégia Nacional para Educação 
17 
 
 
Financeira (ENEF) que é uma mobilização multissetorial em torno da promoção de ações de 
educação financeira no Brasil. 
Além de contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas e o 
desenvolvimento econômico, a educação financeira viabiliza, através de suas ferramentas, o 
atingimento da independência financeira. 
Após compreender o conceito de educação financeira é importante destacar quais são 
os comportamentos de pessoas educadas financeiramente. Pode-se destacar como critérios 
mais relevantes: 
 Possuir uma despesa inferior à receita; 
 Poupar mensalmente; 
 Investir com frequência; 
 Estabelecer um planejamento financeiro, para realização das metas de curto, 
médio e longo prazo, e segui-lo com disciplina; 
 Estar preparado para emergências. 
As pessoas que apresentam esses comportamentos estão mais propensas a atingir a 
independência financeira, considerando que realizam um planejamento para isso, se preparam 
para eventuais imprevistos, executam e monitoram seu planejamento. 
 
5.1.1. Independência financeira 
Gramaticalmente falando, a independência financeira é o estado onde se tem 
liberdade em relação ao dinheiro, ou seja, não existe uma relação de dependência entre o 
indivíduo e o dinheiro. 
Navarro (2017) relata que a Independência Financeira está diretamente relacionada à 
geração mensal de um fluxo de renda, de caráter perpétuo, que seja capaz de manter aquele 
padrão e qualidade de vida por tempo indeterminado. Ele cita como exemplo duas situações 
clássicas: quando um jovem começa a ganhar seu próprio dinheiro sem precisar da ajuda dos 
pais e quando, já mais tarde, um casal estabelecido pode viver apenas dos rendimentos 
(aluguéis, investimentos, poupança etc.) sem precisar de salário para viver. 
De acordo com Cerbasi (2004), o planejamento financeiro não significa 
simplesmente "não ficar no vermelho", mas tem sim por objetivo conquistar um padrão de 
18 
 
 
vida e conseguir mantê-lo. Ter independência financeira não significa necessariamente ser 
milionário, mas obter uma renda permanente que sustente o padrão de vida já estabelecido. 
As rendas podem ser caracterizadas como ativas e passivas. A renda ativa, que pode 
ser renda principal ou renda extra, é aquela oriunda do trabalho. Para obter uma renda ativa é 
necessário estar ativo, trocando a sua mão-de-obra física ou intelectual por determinada 
quantia de dinheiro. A renda passiva, por outro lado, é a renda que obtém-se sem precisar 
trabalhar, como por exemplo: rendimentos provenientes de investimentos, de aluguéis, de 
previdências, de patentes, de direitos autorais ou de pensões. 
A reserva de emergência é o primeiro, dos quatro passos, para a independência 
financeira. Sem exceções, todos passam por momentos bons e momentos difíceis na vida, mas 
o que diferencia as pessoas está na forma como agem em cada situação. Quem se previne das 
incertezas e se planeja para os momentos difíceis tende a não depender de terceiros para 
resolução dos seus problemas, alcançando o primeiro nível de independência. 
Cerbasi (2015) declara que: 
“Ao contrário do que muitos pensam, seu equilíbrio financeiro não está em 
ter as contas em dia, sem dívidas atrasadas e sem investimentos. O equilíbrio desse tipo 
de situação é muito tênue e pode se desfazer diante de qualquer imprevisto. O 
Patrimônio Mínimo de Sobrevivência é aquele que você precisa ter para simplesmente 
poder dar um rumo a sua vida em caso de desemprego, doença ou planos frustrados em 
sua atividade de negócios.” 
O segundo passo da independência financeira é vivenciado pela ausência de dívidas e 
pelo equilíbrio financeiro. Neste passo a renda é superior às despesas e não existe o 
endividamento em nenhuma esfera. Nota-se que no primeiro e no segundo passo a renda 
predominante ainda é a ativa, havendo uma dependência do trabalho. 
No terceiro passo é obtida a liberdade de emprego, ou seja, não é necessário que seja 
mantida uma renda principal inalterada para manter o padrão de vida estabelecido, pois a 
renda passa a ser composta também pela renda passiva. Contudo, neste passo ainda é 
necessário que haja alguma renda ativa, mesmo que não seja em sua totalidade ela continua 
sendo importante. A diferença está na possibilidade de, por exemplo, um dos cônjuges parar 
de trabalhar para se dedicar à outra atividade, ou de haver uma mudança de emprego para algo 
que proporcione mais prazer, isto sem a preocupação excessiva com o sustento familiar. 
A independência financeira é atingida em sua totalidade no quarto passo, onde o 
indivíduo obtém 100% da renda necessária para a manutenção do seu padrão de vida através 
19 
 
 
da renda passiva. Logo, o trabalho que originava a renda ativa não é mais necessário para o 
sustento familiar e passa a se tornar algo opcional. Ao atingir a independência financeira o 
trabalho se torna um hobby e a capacidade de melhor utilizar o tempo é expandida. Com 
liberdade de tempo e dinheiro, a qualidade de vida é uma escolha. 
Cerbasi (2015) deduziu a independência financeira por meio da seguinte fórmula: 
Patrimônio Necessário para Independência Financeira (PNIF) = [Gasto Médio Mensal da 
Família] / [Rentabilidade Real Mensal] 
Exemplificando, temos: Uma família que possui determinado padrão de vida tem 
como gasto mensal R$5.000,00. Esta família aplica seu dinheiro em investimento de renda 
fixa e obtém um rendimento líquido de 0,70%. O PNIF é igual a R$5.000,00 dividido por 
0,7%, ou seja, R$714.285,71. 
Portanto, com um patrimônio de R$714,285,71 esta família obtém uma renda passiva 
mensal de R$5.000,00 que é capaz de manter inalterado o padrão de vida desta família. 
Existem algumas fórmulas que tornam possível calcular o montante necessário para 
obtenção da independência financeira, bem como fórmulas para calcular e indicar se o 
planejamento está sendo executado com eficácia. 
Possuir um capital que proteja das incertezas não irá, necessariamente, garantir que 
seja possível manter a situação de consumo atual vitaliciamente. Possuir reservas suficientes 
para assegurar a estabilidade pode não ser suficiente para uma aposentadoria segura. 
(CERBASI, 2015) 
Como demonstrado, é possível calcular o montante necessário para obtenção da 
independência financeira pela fórmula PNIF. Para calcular o indicador do planejamento 
usamos a fórmula do patrimônio ideal. 
Portanto é importante que seja definido o patrimônio necessário para atingir a 
independência financeira e, em seguida, definido o patrimônio ideal para cada momento da 
vida. O patrimônio ideal serve como um indicador para mostrar se o indivíduo está no 
caminho certo para atingir seu objetivo no tempo estimado. 
Existem diversas teorias para estimar o Patrimônio Ideal. Cerbasi (2015) destaca que 
uma das teorias mais simples e utilizadas entre consultorias financeiras é a que sugere que, 
para estar no caminho certo, deve-se acumular 10% do gasto familiar anual para cada ano de 
vida. Ou seja: 
20 
 
 
PI = 10% x [Gasto médio anual da família] x Idade 
Neste trabalho define-se outra forma para calcular o patrimônio financeiro ideal, o 
qual tem como base o Patrimônio Necessário para a Independência Financeira(PNIF). O 
PNIF indica qual o patrimônio necessário para que não seja necessária nenhuma renda ativa 
para subsistência de uma família ou indivíduo. 
Simplificando, pode-se dizer que ao atingir o PNIF obtém-se a independência 
financeira, o estado onde o capital investido oferta uma rentabilidade igual ou superior ao 
necessário para o sustento familiar. 
Embasado nisto, e utilizando os conceitos de juros composto, deduziu-se a teoria 
onde o Patrimônio Ideal é definido pela fórmula do juros composto, alterando o Valor Futuro 
(VF) para o valor do PNIF e definindo o Valor Presente (VP) como Patrimônio Ideal (PI). 
 
𝑉𝐹 = 𝑉𝑃 𝑥 (1 + 𝑖)𝑛 (1) 
 
𝑃𝑁𝐼𝐹 = 𝑃𝐼 𝑥 (1 + 𝑖)𝑛 (2) 
 
𝑃𝐼 = 
𝑃𝑁𝐼𝐹
(1+𝑖)𝑛
 ou 𝑃𝐼 = 
𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑚𝑒𝑛𝑠𝑎𝑙
𝑖
(1+𝑖)𝑛
 (3) 
 
PNIF = Patrimônio Necessário para Independência Financeira 
PI = Patrimônio Ideal para idade e situação de consumo 
i = Taxa de rendimento 
n = Tempo 
A medida do tempo irá variar de acordo com a taxa de rendimento aplicada. Se a taxa 
de rendimento for ao mês, o tempo será medido em meses, se a taxa de rendimento for ao ano, 
o tempo será medido em anos, e assim por diante. 
 
21 
 
 
VFPM = Valor Futuro com Pagamento Mensal 
𝑃𝐺𝑇𝑂
𝑖
 × ((1 + 𝑖)𝑛 − 1) (4) 
VF = Valor Futuro 
𝑉𝑃 × (1 + 𝑖)𝑛 (1) 
VFT = Valor Futuro Total 
𝑉𝐹𝑃𝑀 + 𝑉𝐹 (5) 
Resumidamente, o PNIF mensura o capital necessário para alcançar a independência 
financeira e o PI indica se o indivíduo possui o capital necessário proporcional em relação a 
sua idade atual e a ideia que almeja se aposentar. 
Por exemplo, considerando que uma determinada pessoa, de 52 anos, possua uma 
despesa mensal de R$10.000,00 e almeja se aposentar aos 60 anos. Dado que esta pessoa 
investe em renda fixa e tem um rendimento de 0,70% ao mês. 
𝑃𝑁𝐼𝐹 =
𝑅$10.000,00
0,007
= 𝑅$1.428.571,43 (2) 
Logo, ela precisa de um montante de R$1.428.571,43 para obter uma renda passiva 
de R$10.000,00 por mês (investindo a uma taxa de 0,70% ao mês). 
Contudo, sabendo que ela possui 52 anos e almeja se aposentar aos 60 anos, 
calcula-se, através do PI, o valor ideal que esta pessoa precisa ter, para que após oito anos 
ela possua o capital estimado (desconsiderando novas aplicações ao montante inicial). 
Utilizando a fórmula do patrimônio ideal obtém-se: 
𝑃𝐼 =
𝑅$1.428.571,43
(1+0,007)96
= 𝑅$731.261,63 (3) 
No gráfico abaixo é possível compreender o patrimônio ideal em função do tempo. 
 
 
 
 
22 
 
 
Gráfico 1 - Montante necessário. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor. 
 
Entretanto, caso esta pessoa invista mensalmente, para somar com seu montante 
inicial, será necessário que seja realizado o cálculo do VFPM. 
VFPM = 
𝑅$1.000,00
0,70%
 × ((1 + 0,70%)96 − 1) (4) 
VFPM = 𝑅$142,857,14 × (1,95357088 − 1) (4) 
VFPM = 𝑅$142,857,14 × (0,95357088) (4) 
VFPM = 𝑅$136.224,41 (4) 
No gráfico abaixo é possível observar que o patrimônio desejado, de 
aproximadamente R$1.428.000,00, foi alcançado em 96 meses, sem aportes mensais, e em 84 
meses com aportes mensais. 
 
 
 
 
R$731.261,63 
 R$-
 R$200.000,00
 R$400.000,00
 R$600.000,00
 R$800.000,00
 R$1.000.000,00
 R$1.200.000,00
 R$1.400.000,00
 R$1.600.000,00
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
Montante necessário
23 
 
 
Gráfico 2 - Comparação: com prestação x sem prestação 1. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor. 
O gráfico abaixo visa possibilitar uma melhor observação dos valores alcançados nas duas 
simulações. 
 
Gráfico 3 - Comparação com prestação x sem prestação 2. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor. 
Considerando que esta pessoa invista um valor mensalmente, correspondente a 10% 
da sua despesa mensal, ela conseguiria antecipar o seu capital desejado, o PNIF, em um ano, 
conforme exposto acima. 
Contudo, apesar de realizar um planejamento adequado e poupar regularmente 
conforme definido, existe a possibilidade da meta não ser atingida. Problemas de saúde, 
R$1.428.571,43 
R$1.427.671,91 
 R$-
 R$200.000,00
 R$400.000,00
 R$600.000,00
 R$800.000,00
 R$1.000.000,00
 R$1.200.000,00
 R$1.400.000,00
 R$1.600.000,00
 R$1.800.000,00
96939087848178757269666360575451484542393633302724211815129630
Comparação - Com Prestação e Sem Prestação
Sem prestações Com prestações
R$1.428.571,43 
R$1.427.671,91 
 R$-
 R$500.000,00
 R$1.000.000,00
 R$1.500.000,00
 R$2.000.000,00
9695949392919089888786858483828180
Comparação - Com Prestação e Sem Prestação
Sem prestações Com prestações
24 
 
 
desemprego, crise financeira entre outros aspectos podem, eventualmente, afetar o 
planejamento realizado e comprometer o alcance dos objetivos esperados. Portanto, é 
recomendável que seja estabelecida uma reserva de emergência antes de executar o que foi 
planejado. 
 
5.1.2. Reserva de emergência 
Ao contrário do que muitos pensam, seu equilíbrio financeiro não está em ter as 
contas em dia, sem dívidas atrasadas e sem investimentos. “O equilíbrio desse tipo de situação 
é muito tênue e pode se desfazer diante de qualquer imprevisto.” (CERBASI, 2015) 
A reserva de emergência é o patrimônio aplicado, com liquidez diária, ou em 
dinheiro que tem como objetivo arcar com despesas eventuais e emergenciais. Frente a este 
tipo de despesa se faz necessário a utilização de um patrimônio líquido, disponível para ser 
utilizado imediatamente. Desemprego e doença são tipos de imprevistos onde é necessária a 
utilização imediata da reserva de emergência 
Patrimônios em situação de desfrute são recomendados apenas após a obtenção da 
reserva de emergência, composta por investimentos de liquidez. Caso um indivíduo venha a 
enfrentar um momento de crise – de súbita mudança – e se veja necessitado de uma quantia 
monetária considerável, ele irá recorrer aos meios que lhe são ofertados. Ou seja, caso ele 
tenha uma reserva de emergência ele irá utiliza-la, caso não tenha, ele será obrigado a vender 
alguns de seus bens em situação de desfrute ou solicitará um empréstimo. 
O mínimo recomendável é que a reserva de emergência seja constituída de uma 
reserva financeira igual a três vezes o valor do consumo médio familiar. O ideal é que a 
reserva seja de seis vezes o valor do consumo médio familiar. 
“Para estar financeiramente seguro, você precisa contar com reservas financeiras que 
lhe permitam escolhas profissionais e pessoais sem elevar o dinheiro a um grau de 
importância maior do que seus valores pessoais.” (CERBASI, 2015) 
Ou seja, com uma reserva financeira elevada torna-se viável a realização de sonhos 
pessoais ou ousar na vida profissional sem a preocupação excessiva com o sustento familiar. 
A reserva de emergência pode ser classificada em mínima, ideal e de segurança. A 
reserva de emergência mínima é composta pelo gasto médio mensal familiar multiplicado por 
três: Reserva de emergência mínima = 3 x [Gasto médio mensal familiar] 
25 
 
 
A reserva de emergência ideal é composta pelo gasto médio mensal familiar 
multiplicado por seis: Reserva de emergência ideal = 6 x [Gasto médio mensal familiar] 
A reserva de emergência de segurança é composta pelo gasto médio mensal familiar 
multiplicado por 18: Reserva de emergência de segurança = 18 x [Gasto médio mensal 
familiar] 
Exemplificando: A família Moura tem um gasto mensal de R$6.000,00, portanto sua 
reserva de emergência será de: 
 Reserva de emergência mínima: 3 x R$6.000,00 = R$18.000,00 
 Reserva de emergência ideal: 6 x R$6.000,00 = R$36.000,00 
 Reserva de emergência de segurança: 18 x R$6.000,00 = R$108.000,00 
É importante que a renda familiar seja delimitada em categorias, afim de que possa 
ser melhor distribuída. Para aqueles que não possuem dívidas e pretendem executar seu 
planejamento financeiro é necessário que delimitem uma porcentagem para a construção da 
reserva de emergência. 
 
5.1.3. Regras para delimitação de gastos 
Após compreenderde onde vem a receita de uma família, por exemplo, e quais são 
as suas despesas, é recomendável a utilização de uma regra para propor melhorias 
orçamentárias visando atender as metas de curto, médio e longo prazo da família em questão. 
Especialistas divergem sobre as variáveis desta regra, contudo sua essência é a 
mesma. Segundo esta regra um orçamento familiar pode ser dividido em categorias e cada 
categoria possui uma porcentagem específica para distribuição da receita. 
Uma forma bem conhecida desta regra é popularmente chamada de Regra 50/15/35. 
Cada número simboliza uma porcentagem, como exposto abaixo. 
 50% - Gastos essenciais 
Os gastos essenciais englobam todas as despesas necessárias para você se manter no 
dia-a-dia, como por exemplo: moradia, educação, saúde, transporte e alimentação. 
 
 
26 
 
 
 15% - Prioridades financeiras 
As prioridades financeiras podem ser diferentes de acordo com a situação do 
indivíduo. Se o indivíduo estiver endividado sua prioridade financeira será quitar suas dívidas. 
Se não estiver endividado, sua prioridade financeira será elaborar uma reserva de emergência 
de três a seis salários, para que você se proteja dos momentos de incerteza da vida e não tenha 
que recorrer ao cheque especial cada vez que se deparar com um gasto inesperado. 
 35% - Estilo de vida 
Após deixar em dia seus compromissos essenciais e suas prioridades financeiras o 
indivíduo está livre para usufruir dos seus 35% da forma que lhe trouxer maior qualidade de 
vida, podendo utilizar esse recurso em bares e restaurantes, balada, academia, salão de beleza, 
viagens, TV a cabo, assinatura de revistas e compras no shopping, entre outras opções. 
Outra ramificação desta regra é conhecida como Regra 50/20/30 que possui a mesma 
essência da Regra 50/15/35 alternando 5% do estilo de vida para as prioridades financeiras. 
Paulo Vieira (2016) categoriza de uma forma diferente e com uma riqueza maior de 
informações. Para Paulo (2016) existem 6 divisões: 
 Pague-se (5%) 
“É o exercício do merecimento, em que você deixa de ser coadjuvante e se coloca em 
primeiro lugar na própria vida. É como gritar ao mundo e a você próprio: "Eu mereço ter 
dinheiro”. “(Vieira, 2016) 
Para Vieira (2016) pagar-se primeiro produz crenças de que: 
1º Mereço ter dinheiro; 
2º Não sou escravo do dinheiro, afinal eu o possuo; 
3º Tenho intimidade com o dinheiro e a presença dele na minha vida não me assusta. 
 Doação (10%) 
Vieira (2016) declara que: 
“Doar é um comportamento de enriquecimento muitíssimo importante. 
Talvez o mais importante dos seis comportamentos que o levarão de uma mentalidade 
de escassez para uma mentalidade abundante. O fato é que pessoas verdadeiramente 
ricas são abundantes e fartas. Elas têm sobras em sua vida financeira.” 
27 
 
 
Você dessa forma irá constantemente comunicar seu cérebro que não possui 
problemas financeiros e possui dinheiro o suficiente. 
Para Vieira (2016) quanto exercitamos a doação como estilo de vida financeiro, 
algumas crenças são instaladas: 
1º Sou abundante; 
2º Sou capaz de ganhar mais; 
3º Existe mais que o suficiente para todos; 
4º Sou generoso e grato; 
5º O mundo é um lugar bom de viver; 
6º Sou importante para pessoas e para um mundo melhor; 
7º Sou merecedor de ter mais, afinal, contribuo e ajudo quem precisa; 
8º Agrado a Deus, pois ajudo o desvalido e necessitado. 
 Pagar as contas (60%) 
Pagar todas as contas, paga-las em dia e paga-las com certa facilidade e, sobretudo, 
com sobras. Neste passo é importante que tenha dinheiro para pagar todas as suas contas com 
até 60% do salário ou rendimentos familiares. 
 Investir (10%) 
Esta etapa é a mais prazerosa para muitas pessoas. Afinal, quem não quer ficar rico? 
No entanto, está diretamente ligada ao cumprimento das outras três anteriores. Uma 
complementa a outra e todas juntas produzem o conjunto das crenças financeiras 
fortalecedoras. Nesta etapa, aplique os ativos financeiros que vão gerar mais dinheiro para 
você. 
 Realização de sonhos (10%) 
Nesta etapa você deve poupar 10% para realização dos seus sonhos, como comprar 
uma casa, um carro, viajar etc. É fundamental realizar sonhos, desejos e ter prazer na vida. 
Não importa qual é o sonho, o importante é que ele aqueça seu coração e gere expectativa 
positiva ao longo do processo. 
 
 
28 
 
 
 Abundar (5%) 
Com os 5% restantes você poderá fazer o que quiser. Esse passo é necessário porque 
é junto com esse dinheiro que sobrou que você diz para o seu cérebro que você possui 
dinheiro em superabundância. 
Independente da regra nota-se uma similaridade em sua essência, dado em ambas 
disponibilizam parte da receita para pagar contas essenciais, para compromissos financeiros 
ou investimentos e para estilo de vida ou realização de sonhos e doações. É importante 
compreender que as regras promovem uma utilização consciente dos recursos, dado que são 
escassos, para melhor aproveitamento e com foco no bem estar do indivíduo. 
Exemplificando a importância das regras citadas, para o bem estar de um indivíduo: 
1º Se as contas não forem pagas em dia tem-se por consequência a criação de dívidas 
que podem trazer problemas familiares e emocionais; 
2º Se não for disponibilizados recursos para as prioridades financeiras as eventuais 
dívidas não poderão ser quitadas, intensificando o problema, ou não seria possível construir 
uma reserva de emergência para evitar futuras “dores de cabeça”. Por fim, sem essa 
priorização dos recursos não seria viável o desenvolvimento de um bom plano de 
aposentadoria, acarretando então em problemas futuros. 
3º Se o indivíduo não usufruir do seu capital para adquirir produtos e serviços que 
lhe gerem prazer ou para que seja possível realizar seus sonhos de curto e médio prazo 
dificilmente ele terá uma qualidade de vida alta. Neste caso, pode-se considerar que este 
indivíduo está em uma corrida dos ratos, um exercício sem fim, autodestrutivo ou inútil. Na 
corrida dos ratos, um rato tenta escapar correndo em uma roda ou em um labirinto, e um 
exemplo do mundo humano são as pessoas que acordam cedo, pegam transito, trabalham 
exaustivamente, vivem insatisfeitas, sem qualidade de vida, com um salário que serve apenas 
para pagar as contas e nem ao menos gostam do que fazem, se tornando “escravas” do 
trabalho. 
Inicialmente pode-se imaginar que é difícil realizar a delimitação correta dos gastos 
e, principalmente, cumprir de acordo com o que foi delimitado. Porém, existem aplicativos 
que auxiliam no gerenciamento do orçamento pessoal ou familiar e tornam a atividade mais 
simples. 
 
29 
 
 
5.1.4. Ferramentas para controle de orçamento 
Antigamente o método mais comum para controle orçamentário era desenvolvido 
através de planilhas criadas no Microsoft Excel ou programas similares. Na atualidade já 
existem numerosos métodos e ferramentas que podem ser utilizadas com a finalidade de 
controlar o orçamento familiar ou empresarial. 
O orçamento é importante, resumidamente, para facilitar a identificação das receitas 
e despesas de uma pessoa ou organização. Após tornar conhecidos os valores referentes às 
entradas e saídas, é possível realizar uma análise e implantar uma melhoria com o foco no 
aumento do lucro, por exemplo. 
Mediante a um controle periódico deste orçamento é possível monitorar o progresso, 
comparando resultados reais com resultados planejados. Esse feedback ou monitoramento e 
avaliação do progresso, por sua vez, permite que ações corretivas sejam tomadas 
oportunamente, se necessárias. (REIS, 2009) 
Dentro da ampla gama de opções de ferramentas, destacam-se algumas delas abaixo. 
 
 B3 
O site da B3 (antiga BM&FBovespa) disponibiliza uma planilha para baixar e 
organizar o orçamento. Ela reúne em apenas uma aba do Excel o orçamento de todos os meses 
do ano. É possível lançar despesas divididas em fixas, variáveis, extraordinárias e adicionais.O documento também permite incluir valores mensais destinados a investimentos em ações, 
Tesouro Direto, renda fixa, previdência privada e outras aplicações. (LEWGOY, 2018) 
 
 Gastos Diários 3 
O aplicativo “Gastos Diários 3” possibilita classificar receitas e despesas por 
categorias e agendar gastos e ganhos recorrentes. O aplicativo tem alguns diferenciais: faz um 
resumo dos seus gastos e ganhos todo mês, permite escolher o formato da moeda e da data 
que preferir a ferramenta e está disponível em dez línguas. (LEWGOY, 2018) 
 
 
 
http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/educacional/educacao-financeira/planilha-de-orcamento/
30 
 
 
 Grana 
O “Grana” aposta na interface simples, sem anúncios, e sincroniza e categoriza dados 
da conta bancária de forma automática. O usuário consegue acompanhar gastos diários, 
semanais e mensais e exportar seus gastos para qualquer planilha financeira, até mesmo para o 
Google Drive. (LEWGOY, 2018) 
 
 GuiaBolso 
O aplicativo “GuiaBolso” permite que você controle suas finanças de forma 100% 
automática. Funciona assim: o usuário conecta seu banco, o aplicativo tem acesso à sua conta 
e sempre mostra o saldo e as transações bancárias atualizadas, sem que você precise preencher 
as informações. O aplicativo também organiza os gastos automaticamente em categorias, e 
assim você sabe para onde o dinheiro foi. Também pode traçar metas e a ferramenta avisa 
quanto você ainda tem para gastar em cada categoria, e se está perto de estourar o orçamento. 
O aplicativo ainda permite consultar seu CPF para checar se você tem pendências financeiras 
e pegar empréstimos conforme o seu perfil. (LEWGOY, 2018) 
 
 Microsoft Office 
As planilhas do Microsoft Office são para quem prefere modelos mais tradicionais de 
controle financeiro, mas não menos eficientes. Basta acessar o programa no seu computador, 
sem precisar de internet. Quem não tem o Microsoft Office pode acessar as planilhas online, 
no site. (LEWGOY, 2018) 
 
 Minhas Economias 
O Minhas Economias é bem tradicional e funcional: permite inserir e categorizar os 
gastos, acompanhar sua evolução em gráfico e organizar a movimentação do cartão de 
crédito, da carteira, da conta-corrente e da poupança. 
Além de receber alertas e acompanhar as metas, também dá para calcular suas 
transações com a ajuda de uma calculadora no próprio aplicativo, programar transações 
repetidas e inserir anotações. A ferramenta sincroniza seus dados em todas as plataformas e é 
protegida com um código de segurança de quatro dígitos. (LEWGOY, 2018) 
https://www.guiabolso.com.br/
https://templates.office.com/pt-br/templates-for-Excel
http://minhaseconomias.com.br/
31 
 
 
Mediante às análises realizadas no orçamento, por meio das ferramentas, será 
possível observar e entender como está sendo utilizada a receita familiar. Se for constatado 
que as despesas são superiores às receitas e não for possível reduzir as despesas, uma 
alternativa viável será a obtenção de uma nova forma de renda afim de complementar a renda 
principal. 
 
5.1.5. Formas de renda 
A renda, ou receita, é o total das importâncias recebidas periodicamente e pode ser 
classificada em três tipos: renda principal, renda extra e renda passiva. 
Renda principal é aquela oriunda do trabalho principal. É a responsável por pagar 
todas ou a maioria das despesas familiares. Pode ser classificada também como renda ativa, a 
qual exige uma atividade de trabalho para obtenção da receita. 
A renda extra também pode ser classificada como renda ativa, pois é proveniente de 
uma atividade de trabalho. Contudo, esta atividade não está atrelada necessariamente ao 
exercício profissional principal. É possível obter uma renda extra através de horas extras de 
trabalho, exercendo a mesma função da atividade principal, ou através de diferentes 
atividades como marketing multinível, venda direta, uber, empresas etc. 
Por último – e não menos importante – tem a renda passiva, aquela que não é oriunda 
do trabalho. Com a renda passiva é possível receber periodicamente um rendimento sem que 
seja necessário exercer alguma atividade de trabalho. 
Exemplos conhecidos de renda passiva são a poupança e a aposentadoria. Em ambos 
os casos você obtém um capital independentemente do exercício do trabalho. A poupança 
oferta rendimentos de acordo com o capital que se encontra aplicado, de forma automática. A 
aposentadoria remunera o aposentado mensalmente sem a necessidade de que ele exerça 
qualquer atividade trabalhista. 
Pode-se citar também como renda passiva os investimentos em renda fixa, renda 
variável, direitos autorais, royalty, aluguéis, e em alguns casos o marketing multinível. 
Quando se obtém múltiplas fontes de renda torna-se mais difícil de contrair dívidas 
que prejudiquem o orçamento familiar. 
 
32 
 
 
5.1.6. Dívidas 
O super endividamento dos consumidores constitui um fenômeno social de extrema 
relevância na atualidade. Todavia, esta questão não faz correlação somente a um campo de 
conhecimento, posto que se configura como um grave e crescente problema social que 
necessita, para seu entendimento e enfrentamento, da articulação de diferentes disciplinas tais 
como Direito, Economia e Psicologia entre outros. (HENNIGEN & GEHLEN, 2012) 
Uma pesquisa que foi realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e 
pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revela que 7 em cada 10 
brasileiros (70%) deixaram de pagar ou pagaram com atraso pelo menos uma conta no ano de 
2017. As contas mais comprometidas no ano passado foram: cartão de crédito (39%), plano 
de internet (28%) e plano de celular e/ou telefone fixo (26%). (SPC BRASIL, 2018) 
De acordo com o levantamento, 47% dos brasileiros estão ou tiveram nos últimos 12 
meses o nome incluído em algum serviço de proteção ao crédito, sobretudo entre as classes C, 
D e E (50%). (SPC BRASIL, 2018) 
Diante destes aspectos a educação financeira constitui uma importante estratégia de 
superação e prevenção ao endividamento. Neste sentido, em 2010 houve a criação da 
Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF, 2010) uma política de Estado que busca 
estimular o consumo responsável entre a população e promover a reflexão dos consumidores 
sobre os riscos do endividamento. 
De acordo com esta estratégia a Educação Financeira é compreendida como um 
processo que permite que as pessoas tenham melhor entendimento dos conceitos e dos 
produtos financeiros para tomar decisões sobre as oportunidades e os riscos envolvidos. 
Vieira (2012) revela que em estudo realizado em nenhum dos casos, o endividamento 
foi causado por um fato isolado, por exemplo, doença, catástrofe, falência. Destaca-se que o 
endividamento foi causado pela falta de controle mensal dos gastos. Notou-se uma despesa 
superior ao salário, repetidamente, com itens como alimentação, roupas e viagens. 
Quando não existe um controle orçamentário adequado os pequenos gastos podem se 
tornar uma “bola de neve” ocasionando grandes problemas no orçamento. 
“Tudo leva a crer que a qualidade de vida no trabalho é prejudicada, principalmente, 
no que se refere aos inter-relacionamentos e à própria concentração e motivação para o 
trabalho.” (VIEIRA, 2012) 
33 
 
 
O dinheiro possui grande influência sobre um indivíduo podendo ocasionar 
problemas em diversas áreas de vida, seja de esfera emocional ou física. Uma pesquisa 
realizada pela Universidade de Kansas revela que a vida financeira desestruturada motiva 
56% dos divórcios. Além disso, o endividamento pode gerar insônia, falta de apetite, estresse, 
baixa autoestima, entre outros problemas. (DEW & STEWART, 2012) 
É importante citar que existem as dívidas boas e as dívidas ruins, levando em conta o 
seu objetivo e sua utilização. Acima foi abordado sobre as dívidas ruins, as dívidas oriundas 
de escolhas erradas pautadas nas emoções, contudo existem as dívidas boas que muitos 
desconhecem.A forma mais fácil de demostrar a existência dessa dívida é através de um exemplo. 
Considerando, hipoteticamente, que exista um investimento que oferte um retorno líquido de 
6% ao ano e que determinado banco oferte um empréstimo a uma taxa de juros de 2% ao ano 
é possível concluir que o investidor obterá uma lucratividade de 4% ao ano em cima do seu 
investimento através de um crédito obtido no banco, uma dívida inteligente. Ou seja, de forma 
inteligente o investidor usufruiu de um dinheiro que não era dele para gerar um rendimento 
superior às prestações do banco, de forma que obtivesse um saldo entre o valor recebido e o 
valor pago nas prestações. 
O crédito é algo bom quando utilizado com inteligência e algo prejudicial, em muitas 
esferas, quando utilizado sem planejamento. 
A população cujo índice de educação financeira é baixo certamente possuirá um 
índice de endividamento alto. Tão importante quanto o valor da receita mensal de uma família 
é a conscientização e aplicação dos conceitos da educação financeira, como por exemplo, 
gastar menos do que ganha. Para aqueles que possuem um bom índice de educação financeira 
é mais viável a conquista dos seus sonhos de curto, médio e longo prazo. 
 
5.1.7. Sonhos, projetos e metas 
O Banco Central do Brasil (2013) declara que: 
"A educação financeira pode trazer diversos benefícios, entre os quais, 
possibilitar o equilíbrio das finanças pessoais, preparar para o enfrentamento de 
imprevistos financeiros e para a aposentadoria, qualificar para o bom uso do sistema 
financeiro, reduzir a possibilidade de o indivíduo cair em fraudes, preparar o caminho 
para a realização de sonhos, enfim, tornar a vida melhor." 
34 
 
 
O ser humano é movido pelos sonhos, os quais trazem esperança, motivação e 
norteiam os desejos pelo futuro. Por meio deles criamos uma expectativa de onde queremos 
chegar. 
Nem todos os sonhos envolvem necessariamente o dinheiro, contudo existem sonhos 
que necessitam desse recurso. A boa administração dos recursos financeiros maximiza as 
chances de concretização dos sonhos, e a educação financeira pode auxiliar neste objetivo. 
Um problema enfrentado por muitos é não saber como concretizar os sonhos, ora por 
falta de uma visão nítida do caminho a ser trilhado entre o sonho e sua realização, ora porque 
é necessário refletir no assunto e "vestir a camisa" para transformar os sonhos em projetos. 
Os sonhos podem ser definidos como o desejo ou anseio. O projeto é o sonho 
colocado "no papel" para que possa ser analisado quais os melhores caminhos a serem 
percorridos para alcançar o objetivo. "O projeto implica um esforço temporário empreendido 
para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo na direção do sonho ou dos objetivos 
que se quer concretizar. Como você pode ver, um é a complementação do outro." (BCB, 
2013) 
Os projetos podem ser comparados com a Meta SMART, ou seja, podemos defini-los 
da seguinte forma: 
 Específicos: Deverá ser bem definido qual é a meta, quem será responsável 
pela realização, como ela será conquistada e porque ele deve ser seguida. 
 Mensurável: O projeto deve poder ser medido. Espera-se saber qual o 
resultado esperado e o tempo estimado para atingir a meta. 
 Atingível: É inútil criar um projeto que não seja possível ser concretizado. 
Este erro aparentemente óbvio pode desmotivar e criar uma grande 
frustração. 
 Relevante: Quanto mais relevante for a meta para o indivíduo, mais motivado 
ele estará para trabalhar em prol da realização do seu projeto. Uma meta 
irrelevante pode facilmente ser classificada como não prioritária e ser deixada 
de lado com o passar do tempo. 
 Temporal: Qualquer projeto deve ter um prazo para conclusão. Ou seja, se 
você cria um objetivo e não estabelece uma “deadline”, ele pode ser 
alcançado em 1 dia, 1 mês ou 1 ano. 
35 
 
 
É importante que sejam estabelecidas etapas intermediárias para verificar o percurso 
caminhado e, caso necessário, reavaliar e direcionar melhor o projeto. Um projeto pode levar 
anos para ser finalizado, desta forma, até que se consigam os recursos necessários para 
realização do sonho existe a possibilidade de desânimo ou desvio do foco. Portanto, além de 
estabelecer as etapas intermediárias é importante comemora-las. Não importa como você irá 
comemorar, desde que não desvie do foco principal do projeto. 
Dentre as metas de curto, médio e longo prazo, pode-se exemplificar, 
respectivamente, como a compra de um aparelho celular novo, uma viagem para outro país, e 
a aposentadoria. 
 
5.1.8. Previdência social 
A previdência é o resultado de contribuições realizadas por trabalhadores com a 
finalidade de prover alguma subsistência na incapacidade de trabalhar. (JUNIOR, 2018) 
A previdência social pode ser dividida em dois tipos: pública ou privada. A 
previdência pública é subdividida em três regimes, o Regime Geral da Previdência Social 
(RGPS), o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) e o Regime Facultativo 
Complementar de Previdência Social (RFCPS). 
O RGPS é operado pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), uma entidade 
pública e de filiação obrigatória para os trabalhadores regidos pela CLT. O RPPS é instituído 
pelo Instituto de Previdência ou pelo Fundo Previdenciário e é de filiação obrigatória para os 
servidores públicos titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios. O RFCPS ou Regime de Previdência Complementar (RPC) é operado por 
entidades abertas e fechadas de previdência complementar, de regime privado e filiação 
facultativa, criado com o propósito de proporcional uma renda extra ao trabalhador que 
complemente a sua previdência oficial. (FUNPRESP, 2013) 
A previdência social garante uma renda de pelo menos um salário mínimo ao 
trabalhador e sua família nas seguintes situações, previstas no art. nº 201 da Carta Magna: 
I – cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; 
II – proteção à maternidade, especialmente à gestante; 
III – proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; 
36 
 
 
IV – salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa 
renda; 
V – pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e 
dependentes. 
A Previdência Social do Brasil funciona pelo regime de caixa. As contribuições 
efetuadas pelos ativos hoje, são automaticamente utilizadas para pagamento dos inativos. 
Sendo assim, os recursos previdenciários não são suficientes para pagar a massa de 
aposentados. (WEINTRAUB, 2003) 
Calixto (2007) expôs que: 
“Em 1950, eram 8 contribuintes financiando um aposentado; em 1970, esta 
relação caiu para 4,2; na década de 90 eram 2,5 e atualmente a proporção é de 1 para 1. 
O sistema de pagamento das contribuições é realizado por meio de repartição simples, 
ou seja, a geração ativa financia os pagamentos dos benefícios da população inativa. [...] 
O maior problema, para a Previdência Social brasileira, não está no presente, mas no 
futuro. Nos próximos cinco anos, o Brasil estará no auge da população produtiva, mais 
trabalhadores, maior receita. De acordo com estudos do IBGE (2006), em 43 anos a 
população idosa crescerá 5 vezes.” 
Calixto (2007) constatou e demostrou a importância do planejamento financeiro 
pessoal visando a complementação de renda na aposentadoria, partindo do pressuposto que a 
previdência social pública tem sinalizado que não conseguirá sustentar por muito tempo o 
pagamento das aposentadorias, transferindo a responsabilidade de garantir uma renda vitalícia 
a cada indivíduo. 
O aumento da perspectiva de vida é acompanhado, segundo Cockell (2014), pela 
permanência dos trabalhadores por um período maior de tempo no mercado de trabalho, 
induzida pelo aumento da idade mínima para se aposentar, bem como pela necessidade de 
complementação da renda. 
“No caso dos brasileiros com 65 anos ou mais, cerca de 3,1milhões (22,5%) 
continuam trabalhando, sendo que a grande maioria (74,7%) é aposentada. Parte da renda dos 
idosos provém dos benefícios da Previdência Social.” (COCKELL, 2014) 
Segundo Cockell (2014), dentre os fatores que influenciam os idosos aposentados, a 
decisão de continuar trabalhando estão: hobby, bem-estar físico e mental ou em decorrência 
de necessidades financeiras. 
37 
 
 
Cockell (2014) relata: 
“Outro dado interessante é que o valor dos benefícios é percebido de maneira 
singular de acordo com a classe social do aposentado. Segundo Libâneo (citado por 
Vieira, 2009), a aposentadoria nas classes mais baixas é um “dinheiro certo” e 
“constante”, às vezes maior que o rendimento anterior ao benefício, pois, para as classes 
mais baixas, a aposentadoria é uma renda constante e segura. Afirma ainda que, nas 
classes mais altas, a aposentadoria significa uma queda da renda devido à perda, por 
exemplo, das gratificações.” 
Dado que o teto previdenciário é de R$5.645,80, é aconselhável, principalmente 
àqueles que recebem acima de seis salários mínimos, a realização de um planejamento 
financeiro para complementar a renda no período da aposentadoria para que não haja a 
necessidade de trabalhar em decorrência de necessidades financeiras e para que não haja uma 
queda da renda, incorrendo numa diminuição do padrão de vida já estabelecido. 
O planejamento financeiro pode ser composto de investimentos de renda fixa, 
variável ou imóveis 
 
5.1.9. Investimentos 
 Porque investir? 
O dinheiro sofre, diariamente, variações positivas ou negativas, que impactam no 
poder de compra do consumidor. Esta variação do valor do dinheiro é chamada de inflação. 
Normalmente a inflação é positiva fazendo com que o poder de compra seja reduzido com o 
passar do tempo. 
Dado que o dinheiro pode-se desvalorizar em determinado período, o que certamente 
acontece, o ato de investir, em contrapartida, proporciona uma proteção contra a inflação para 
que não haja tal desvalorização. Além de proteger o dinheiro contra a inflação, o dinheiro bem 
investido pode proporcionar rendimentos passivos que são superiores às perdas de poder de 
compra. 
 
 Como investir? 
Atualmente existe uma grande facilidade para realizar investimentos financeiros com 
menos burocracia. Através dos bancos tradicionais é possível investir na famosa caderneta de 
38 
 
 
poupança que, em alguns casos, já estão atreladas a conta corrente, não havendo necessidade 
de fazer nada além de depositar o dinheiro na conta. 
Para outros investimentos em renda fixa se faz necessário a abertura de uma conta de 
uma corretora de valores onde haverá uma cartela de opções de investimentos a sua escolha. 
No tesouro direto, por exemplo, é possível começar a investir com apenas R$30,00. 
 
 Com que frequência investir? 
A frequência dos investimentos deve estar atrelada às metas individuais de cada 
pessoa, porém, é recomendável o hábito de investir mensalmente. Desta forma a mente será 
condicionada a gastar sempre menos do que está disponível evitando possíveis problemas 
com endividamento e gastos descontrolados. 
 
 Onde investir? 
Os investimentos são condicionados ao perfil de cada investidor, podendo ser, por 
exemplo, conservador, moderado ou agressivo. Alguns tipos de investimentos são: renda fixa, 
renda variável, imóveis, negócios etc. 
 
 Renda fixa 
Os investimentos de renda fixa são conservadores, de baixo risco, trazendo segurança 
e rendimentos baixos ou moderados. Dentre eles estão a poupança, tesouro direto, LCI, LCA, 
CDB, COE, LF, debentures etc. 
Os investimento de renda fixas podem ser pré-fixados ou pós-fixados. Os pré-
fixados, são os investimentos com taxa de retorno já conhecida no momento da aplicação. Ou 
seja, não importa quanto as taxas se movimentem, para mais ou para menos, o seu retorno já 
está definido para a data de resgate. A BTG Pactual Digital (2017) exemplificou: 
“Uma aplicação em LCI (Letras de Crédito Imobiliário) com rendimento de 
10% ao ano, é um exemplo de pré-fixado. Em contrapartida, um investimento pós-
fixado só terá o seu rendimento conhecido no futuro, apesar de você poder realizar 
simulações que cheguem perto do valor final. Esses rendimentos são sempre atrelados a 
algum índice, como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), taxa Selic ou IPCA 
(Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Por exemplo, uma LCA que rende 95% do 
39 
 
 
CDI é pós-fixada, uma vez que a taxa do CDI oscila e não sabemos qual será a taxa no 
futuro.” 
 Renda Variável 
Os investimentos de renda variáveis são agressivos, de alto risco, trazendo 
insegurança e rendimentos baixos, moderados ou altos, podendo também haver perda de 
capital. Dentre eles estão as ações, derivativos, câmbio, fundos de ações etc. 
 
 Imóveis 
Para investir em imóveis é interessante que seja feita uma análise para avaliar se o 
imóvel tem a tendência de se valorizar. Para isso pode-se considerar o processo de 
urbanização, saturação de regiões vizinhas e o histórico da construtora e do arquiteto. 
Caso o imóvel já tenha sido adquirido é aconselhável que se analise a diferença do 
rendimento do imóvel alugado, acrescido a possível valorização, em relação à rentabilidade 
que seria obtida se o valor do imóvel fosse aplicado em outro investimento. 
Existem casos onde o indivíduo não consegue poupar para investir, pois sempre gasta 
um valor maior do que aquele que recebe. Alguns desses casos são reflexo do 
condicionamento que tiveram em algum momento de suas vidas. 
 
5.1.10. Mindset 
Eker (2005) deduziu uma fórmula que determina como criamos a nossa realidade e a 
nossa riqueza, e a chamou de “Processo de Manifestação”. A fórmula demonstra que a 
programação mental conduz aos pensamentos, os pensamentos conduzem aos sentimentos, os 
sentimentos conduzem às ações e as ações conduzem aos resultados. 
Ou seja, a mudança da programação é o primeiro e indispensável passo para 
modificar os resultados. Existem 4 passos para a reprogramação, são eles: conscientização, 
entendimento, dissociação e recondicionamento. 
Conscientização: Não é possível modificar algo que a existência seja ignorada. 
Entendimento: Compreensão do modo de pensar. 
Dissociação: Constatar a origem do modo de pensar e analisar, como uma 
informação, se é útil ou não. 
40 
 
 
Recondicionamento: Reprogramação de acordo com os objetivos individuais. 
Dweck (2006) demonstrou, através de suas pesquisas, que a opinião adotada por um 
indivíduo a respeito de si mesmo afeta profundamente a maneira pela qual ele leva sua vida. 
Ela pode decidir se ele se tornará a pessoa que deseja ser e se realizará aquilo que é 
importante pra ele. 
Eker (2005) relata que aquilo que se ouve na infância exerce uma enorme influência 
na vida da criança, fazendo parte de sua programação mental. Exemplificando: Uma criança 
que sempre ouviu dos pais “Eu não tenho dinheiro”, “Dinheiro não é importante”, “Os ricos 
são más pessoas" ou “Nós somos pobres” possui uma grande probabilidade de reproduzir o 
comportamento e as mesmas frases que os pais diziam. 
Dweck (2006), analisando o comportamento das crianças, observou que enquanto 
algumas resmungavam perante um desafio havia algumas que diante de um fracasso viam 
uma oportunidade de aprendizado. Em meio aos adultos não é diferente, cada um enxerga o 
mundo com uma perspectiva diferente e consequentemente possuem resultados opostos diante 
de adversidades e oportunidades. 
Em uma entrevista à BBC, Zimbardo (2015) afirmou que: 
"O experimento nos mostra que a natureza humana não está totalmente 
sujeita ao livre arbítrio, como gostamos de pensar, mas que a maioria de nós pode ser 
seduzida a se comportar de maneira totalmente atípica em relação ao que acreditamos 
que somos." 
Em seu experimento na Universidade Stanford, realizado em 1971, Zimbardo buscou 
entender se uma pessoa “boa” poderia mudar a sua forma de serde acordo com a influência 
do meio onde ele está. Ele concluiu que o entorno tem influência sobre o comportamento 
humano, ou seja, que o ser humano aceita como verdade, em seu subconsciente, aquilo que o 
meio externo impõe a ele. E, consequentemente, ele muda o seu comportamento mediante ao 
condicionamento que sofreu. (ZIMBARDO, 2015) 
Ou seja, além do conhecimento técnico, que torna uma pessoa capacitada para 
exercer uma atividade e conquistar um objetivo, é essencial o condicionamento mental, que 
favorecerá para que de fato ela obtenha sucesso. Caso contrário, por mais capacitada que seja, 
poderá fracassar. 
O mesmo, teoricamente, pode-se aplicar em alguns critérios que influenciam na 
qualidade de vida de uma pessoa. Se ela estiver condicionada, por exemplo, a estar em paz em 
41 
 
 
meio as dificuldades, a estar bem humorada, reclamar menos, aproveitar a vida com os 
recursos ao seu alcance, em tese, ela obterá uma qualidade de vida melhor. 
 
5.2. QUALIDADE DE VIDA 
“O universo de conhecimento em qualidade de vida se expressa como uma área 
multidisciplinar de conhecimento que engloba além de diversas formas de ciência e 
conhecimento popular, conceitos que permeiam a vida das pessoas como um todo.” 
(ALMEIDA, GUTIERREZ, & MARQUES, 2012) 
O conceito de qualidade de vida é amplo e abrangente compreendendo aspectos 
físicos, sociais, psicológicos, educacionais, financeiros, dentre outros valores. 
A definição proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é a que melhor 
traduz a abrangência do construto qualidade de vida. O “THE WHOQOL GROUP” (1995) 
definiu qualidade de vida como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no 
contexto de sua cultura e no sistema de valores em que vive e em relação a suas expectativas, 
seus padrões e suas preocupações”. 
Qualidade de vida não pode ser medida apenas através do IDH, pois seria 
incompleta, muito menos pode ser comparada com o padrão de vida. A qualidade de vida é 
relativa, subjetiva e pessoal, portanto não pode-se estabelecer um padrão universal. 
De forma geral pode-se estabelecer uma relação entre a qualidade de vida e a 
pirâmide de necessidades de Maslow, que determina as condições necessárias para que cada 
ser humano atinja a sua satisfação pessoal e profissional. Segundo Robbins (2002), as 
necessidades do ser humano são divididas em cinco partes: 
 Necessidades fisiológicas básicas; 
 Necessidades de segurança; 
 Necessidades sociais; 
 Necessidades de autoestima; 
 Necessidades de autorrealização. 
 
 
42 
 
 
Figura 1 - Pirâmide da Teoria das Necessidades de Maslow. 
 
Fonte: Maslow, 1943 
Dado que a qualidade de vida é relativa, subjetiva e pessoal, a relação com a 
pirâmide de Maslow é generalizada, pois além do fato das cinco partes da pirâmide serem 
necessidades de qualquer pessoa, cada pessoa sana suas necessidades de uma forma diferente 
da outra. 
Apesar de ser um conceito difícil de explicar, a maioria das pessoas percebe 
intuitivamente o que é qualidade de vida. De forma simples, a qualidade de vida propõe um 
melhor aproveitamento do tempo com o intuito de estar próximo às pessoas que são 
importantes para cada indivíduo e realizar atividades que possam lhe proporcionar prazer. 
Para Seabra (2017), a relação entre qualidade de vida e educação financeira não é 
uma regra. Segundo ele, existem pessoas que aparentam ter uma ótima qualidade de vida, mas 
que não tem a mínima noção de dinheiro, e várias pessoas que administram seus patrimônios 
de forma extraordinária, mas não tem tempo para nada. 
Conforme dito anteriormente, a qualidade de vida é relativa, subjetiva e pessoal e não 
pode ser atribuída em sua totalidade a algum fator, como a educação financeira. Entretanto, 
Seabra (2017) conclui seu pensamento afirmando que o segredo está em aproveitar os 
resultados da educação financeira para ficar cada vez mais próximo da qualidade de vida, ou 
seja, para intensifica-la. 
 
 
 
43 
 
 
5.2.1. Acordar mais cedo faz bem? 
Todos os seres vivos possuem um mecanismo regulador chamado de relógio 
biológico, que é baseado no ritmo ou ciclo circadiano que é influenciado pela variação de luz, 
temperatura, marés e ventos entre o dia e a noite. 
“A região que controla os ritmos biológicos, que são de 24 horas, é o 
hipotálamo anterior, e são esses ritmos biológicos, chamados de ciclos circadianos, que 
regulam os horários de dormir, acordar, comer, dentre outras atividades como esvaziar a 
bexiga, o intestino, e também a produzir hormônios como o cortisol, a melatonina e o 
hormônio do crescimento.” (MORAES, 2018) 
Segundo Teixeira (2016), os principais hormônios relacionados ao sono que são 
afetados pelo relógio biológico são a melatonina, que gera sonolência e abaixa a temperatura 
do corpo, e o cortisol. Quando funcionando corretamente a liberação de melatonina ocorre em 
oposição à luz do sol, conforme demonstrado na figura abaixo, e quanto mais esses hormônios 
funcionam corretamente mais reparador é seu sono. 
Figura 2 - Ciclo Circadiano 
 
Fonte: Teixeira ,2016. 
Existe um grupo de pessoas que assumiram o compromisso de acordarem todos os 
dias às 5h00, por escolha própria. Estas pessoas são aderentes ao 5am club. Dentre os 
participantes do 5am club estão algumas pessoas mais bem sucedidas do mundo. Pode-se 
destacar o nome do Tim Cook (CEO da Apple), Richard Branson (CEO da Virgin), Jeff Bezos 
(CEO da Amazon), Indra Nooyi, (CEO da Pepsico), entre outros. (PATI, 2016) 
Embasado apenas entendimento do relógio biológico, o qual possui uma relação 
direta com o sono, e no fato de muitas pessoas bem sucedidas adotarem o 5am club é possível 
44 
 
 
constatar que seguir o ciclo do nosso corpo é benéfico para uma boa noite de sono. Contudo, 
existem outros motivos que fazem os “high achievers”, os empreendedores de sucesso, a 
aderirem ao clube. Dentre esses motivos destaca-se pelo menos três: 
Saúde: Existem pessoas que iniciam uma rotina de exercícios, mas eventualmente 
desanimam, pois chegam cansadas do trabalho. Contudo, mesmo que não houvesse o 
desânimo, seria prejudicial ao sono dado que o exercício físico no período noturno deixa o 
indivíduo agitado. Logo, ao acordar cedo existe um tempo hábil para prática de exercícios 
físicos sem prejudicar a qualidade do sono além de dar um “gás” para começar o dia. 
Produtividade: Iniciando o dia mais cedo é possível realizar um planejamento 
adequado de suas atividades, a fim de obter produtividade. Após o planejamento, torna-se 
viável a realização de atividades importantes antes das atividades urgentes que costumam 
aparecer quando o “resto do mundo” está acordado. 
De acordo com Teixeira (2016): 
“O que é importante gera não só mais resultados, mas também a sensação de 
eficiência, competência e realização. Tudo que é urgente suga energia, gera cansaço 
mental, e muitas vezes nem traz retorno significativo. Por isso, quanto menos você agir 
nesse estado de urgência melhor para você e para os seus resultados.” 
No período matutino cria-se um ambiente adequado para trabalhar ou estudar em 
“paz” e em silêncio. Neste período não existe uma dependência da agenda de outras pessoas, é 
possível começar o dia de acordo com o planejamento, sem interrupções. Ao acordar, a mente 
está descansada, calma, livre e a todo vapor para exercer seu potencial e obter produtividade. 
De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Brighton, as pessoas 
que acordam mais cedo (em média às 6h58) são mais saudáveis que aquelas que acordam 
mais tarde (em média às 8h54). (PETROS, OPACKA-JUFFRY, & HUBER, 2013) 
Felicidade: Um estudo realizado na Universidade de Binghamton comprovou que 
existe uma relação entre o horário e a duração do sono e o pessimismo. (NOTA & COLES, 
2014) 
Ou seja, quanto mais tarde o indivíduo for dormir ou quanto menos ele dormir, 
maiores as chances de terem altas taxas de pensamentos negativos. Segundo pesquisa,pessoas 
que vão dormir tarde devido a problemas com insônia possuem um risco três vezes maior de 
desenvolver depressão em contraste que as não sofrem de insônia. (NUTT, WILSON, & 
PATERSON, 2018) 
45 
 
 
Quando o indivíduo acorda tarde, torna possível sentir a sensação de que a vida está 
sem controle, acarretando problemas como priorizar atividades urgentes, estando sempre com 
pressa, estressado e sem tempo para se programar. 
 
5.3. MÉTODO FUZZY 
5.3.1. Conceito 
A Teoria dos Conjuntos Fuzzy foi introduzida por Lofti Asker Zadeh, em 1965, com 
a finalidade de dar um tratamento matemático a termos linguísticos subjetivos, tais como: 
“aproximadamente”, “em torno de”, “baixo”, etc. 
Na teoria de conjuntos clássica, um elemento pertence ou não a um dado conjunto. 
Dado um universo U e um elemento particular x ∈ U, o grau de pertinência µA(x) com 
respeito a um conjunto A ⊆ U é dado por: 
 
Lima (2007) afirma que: 
“Entretanto, existem casos em que a pertinência entre elementos e conjuntos 
não é precisa, isto é, não sabemos dizer se um elemento pertence efetivamente a um 
conjunto ou não. Podemos, porém, dizer qual elemento do conjunto universo se 
enquadra “melhor” ao termo que caracteriza o subconjunto.” 
Seja U um conjunto “crisp” (clássico). Um conjunto fuzzy A em U é caracterizado 
por uma função µ: U → [0, 1] chamada função de pertinência do conjunto fuzzy A. 
Em outras palavras, um conjunto fuzzy A em U é expresso em conjunto de pares 
ordenados: A= {(x, µA(x)) | x ∈ U} 
 
5.3.2. Grau de Inclusão (GI) 
Moré (2004) Estabelece que através da fórmula do Grau de Inclusão, de Kosko 
(1992), é possível determinar o nível de pertinência de um elemento em um conjunto fuzzy, e 
consequentemente, calcular a distância perceptiva entre eles. O grau de inclusão corresponde 
a um valor qualquer no intervalo [0,1] que um conjunto fuzzy A detém em relação a um 
determinado conjunto fuzzy B. Assim sendo, utilizando o método neste projeto, é possível 
ftp://calhau.dca.fee.unicamp.br/pub/docs/gudwin/publications/ifsa95.pdf
ftp://calhau.dca.fee.unicamp.br/pub/docs/gudwin/publications/ifsa95.pdf
ftp://calhau.dca.fee.unicamp.br/pub/docs/gudwin/publications/ifsa95.pdf
http://matematicauva.org/semana2011/palestras/carpegiani.pdf
http://matematicauva.org/semana2011/palestras/carpegiani.pdf
http://matematicauva.org/semana2011/palestras/carpegiani.pdf
http://matematicauva.org/semana2011/palestras/carpegiani.pdf
46 
 
 
atribuir suas características ao processo de identificação de áreas críticas, determinando quão 
incluído está o perfil padrão de criticidade (GPC), estabelecido pelos especialistas, no perfil 
crítico de cada amostra. 
𝐺.𝐼.(𝑝,𝑎)= 1 − ∑ max (
0 ;P.Criticidade−I.Fuzzy
𝐶𝑎𝑟𝑑 𝑝
) (5) 
Onde: 
𝐺. 𝐼𝑝,𝑎= valor do grau de inclusão que o perfil padrão de criticidade (GPC) possui em 
relação à amostra 
Card (p) = cardinalidade (soma de todos os valores do conjunto padrão de 
criticidade) 
P. Criticidade = Padrão de criticidade dos indicadores (GPC) 
I.Fuzzy = Índices-Fuzzy 
 
47 
 
 
6. METODOLOGIA 
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica com a finalidade de definir o perfil dos 
indivíduos que possuem independência financeira e qualidade de vida. A pesquisa 
quantitativa, que também foi realizada, se deu por meio do questionário, contendo dados 
numéricos e subjetivos, aplicados aos docentes da UNESA de Niterói. Os dados subjetivos 
obtidos, na pesquisa bibliográfica e questionários, foram submetidos aos métodos fuzzy para 
serem analisados objetivamente. 
Por fim, foram apresentados os resultados do estudo apontando a importância da 
educação financeira para alcançar a independência financeira e qualidade de vida, e foi 
exposta a diferença entre o perfil da amostra e do padrão estabelecido neste trabalho. Para 
validar as conclusões foram utilizados os parâmetros financeiros, sob a característica 
numérica, obtidos da amostra, pelo questionário. 
A metodologia realizada neste trabalho seguiu as seguintes etapas: 
1. Análise qualitativa dos hábitos das pessoas endinheiradas; 
2. Elaboração do questionário colocando como critérios os hábitos 
anteriormente observados; 
3. Aplicação do questionário através da ferramenta de formulário do Google, o 
Google Forms; 
4. Exportação dos dados do Google Forms para o Microsoft Excel; 
5. Realização do cálculo de PNIF, PI e VFT para cada indivíduo da amostra; 
6. Seleção dos indivíduos com alto desempenho econômico nos cálculos 
realizados; 
7. Realização da média aritmética das avaliações dos indivíduos nos critérios 
relacionados à educação financeira; 
8. Aplicação do método de grau de inclusão aos indivíduos selecionados, 
considerando a média aritmética de cada critério como peso do mesmo; 
9. Aplicação do método de grau de inclusão à amostra completa 
10. Análise dos dados obtidos e comparação com os demais critérios 
 
48 
 
 
7. ANÁLISE DE DADOS 
O objetivo deste trabalho foi avaliar a importância da educação financeira na vida de 
um indivíduo, levando em consideração a sua qualidade de vida e a obtenção da sua 
independência financeira. 
Inicialmente foi realizada uma pesquisa qualitativa com o intuito de conhecer os 
hábitos das pessoas endinheiras bem como conhecer o que, teoricamente, poderia 
proporcionar um aumento na qualidade de vida de uma pessoa. Em seguida foi elaborado um 
questionário, com base no conhecimento teórico adquirido, e aplicado aos docentes da 
Universidade Estácio de Sá. 
Através do questionário foi obtida uma amostra com 28 pessoas, classificadas em 75 
critérios. Os critérios utilizados foram segmentados em: Perfil Demográfico, Conhecimentos, 
Pensamentos e Hábitos, Qualidade de Vida e Finanças. 
Através da segmentação de Finanças foram identificadas as pessoas que possuem 
uma probabilidade alta de atingir a independência financeira dentro do tempo estimado. 
Utilizando o valor da despesa mensal e da taxa mensal de rendimentos foi calculado o PNIF. 
Utilizando a taxa mensal de rendimentos, o PNIF e o tempo faltante para aposentadoria foi 
calculado o PI. Após a obtenção do resultado do PI foi realizada uma comparação com o 
patrimônio atual do indivíduo. Se o patrimônio atual fosse maior ou igual ao PI indicaria que 
o indivíduo está no caminho certo para atingir seu objetivo no tempo determinado, caso 
contrário, o prazo deveria ser estendido. Utilizando o valor investido mensalmente, a taxa 
mensal de rendimentos, o tempo faltante para aposentadoria e o patrimônio atual, foi 
calculado o VFT, ou seja, o valor total arrecadado até o prazo final do objetivo. Em seguida o 
VFT foi comparado com o PNIF servindo novamente como um indicador para a 
independência financeira. Se o valor do VFT fosse igual ou superior ao PNIF indicaria que o 
indivíduo teria chance alcançar seus objetivos caso continue seguindo seu planejamento. 
49 
 
 
 Quadro 1 - Diferença entre patrimônios 
Fonte: Elaborada pelo autor. 
Na tabela acima se pode observar que o indivíduo 5 possui um patrimônio atual 
superior ao PI e possui um VFT superior ao PNIF. 
Após a realização dos cálculos acima para a amostra completa, foram selecionadas 
10 pessoas que obtiveram um resultado positivo, ou seja, com o PI superior ao patrimônio 
atual e o VFT superior ao PNIF. 
A partir da nova amostra, composta pelas 10 pessoas escolhidas, foi realizada uma 
análise das respostas e calculada a média aritmética das avaliações, como exemplificado 
abaixo. 
Quadro 2 - Média das avaliações 
Número 
Você sabe quanto 
você ganha 
mensalmente? 
5 10 
10 10 
13 9 
16 10 
17 10 
20 10 
22 10 
23 9 
25 10 
27 10 
 
∑ 10 
Fonte: Elaborada pelo autor. 
Número 
Patrimônio 
atual 
PNIF PI 
Diferença (PI 
- Realidade) 
VFPM VF VFT 
Diferença 
(PNIF - 
VFT) 
1 R$ 
R$ 
1.908.000,00 
R$ 
208.375,64 
208.375,64 
R$ 
- 
R$

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