Como as parasitoses podem influenciar no desenvolvimento físico e mental das crianças

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Universidade Estácio de Sá
Curso de Enfermagem
	
Como as parasitoses podem influenciar no desenvolvimento físico e mental das crianças 
Campus Estácio Resende
NOME E MATRICULA
Resende RJ
DATA
As parasitoses atingem cerca de 25% da população mundial e são consideradas um problema de saúde pública, principalmente em localidades com precária condição sanitária. Estudos demonstram que as crianças principalmente em idade escolar são as mais acometidas por infecções parasitárias, devido a hábitos de higiene, manejo inadequado dos alimentos e pela imaturidade do sistema imunológico. Além disso, a conglomeração humana nas escolas e creches favorece a disseminação de agentes infeciosos. Por consequência, essas infestações podem comprometer o desenvolvimento físico, psicossomático e social das crianças, interferindo diretamente na qualidade de vida, gerando incapacidade funcional e deficiência no aprendizado (Morrone et al., 2004; Uchôa et AL). Em crianças essas parasitoses tendem a ser mais perigosas por poderem desencadear graves alterações fisiológicas. 
Os parasitas são vermes ou protozoários que se alojam no organismo, se alimentam de sangue ou do conteúdo intestinal e causam uma série de prejuízos, às vezes irremediáveis principalmente em crianças (Olivier, 2015). Cada tipo de parasitose tem uma forma de contaminação, sendo que a maioria delas pode ser evitada com medidas simples de higiene pessoal e limpeza dos alimentos e do ambiente. A maneira mais comum de contaminação e infestação das parasitoses é a fecal-oral. Os ovos dos vermes e os cistos dos protozoários são eliminados do organismo pelas fezes. Quando os ovos ou os cistos são ingeridos com a água ou a alimentação, os parasitas ativos encontram condições propícias para o seu desenvolvimento e a infestação do novo organismo hospedeiro.
As enteroparasitoses são mais frequentes, especialmente entre as crianças e causam desnutrição, anemia e atraso no crescimento. Embora não sejam altas as taxas de mortalidade relacionadas, as infecções parasitárias são um importante problema de saúde pública, o que pode ser demonstrado por suas elevadas prevalências, pela ampla distribuição geográfica e pelo nível de comprometimento físico e intelectual dos indivíduos acometidos (RIBEIRO et al.,2005; SANTOS et al., 2007). 
O fato de ser de ampla distribuição geográfica se se deve à tríade epidemiológica das doenças parasitárias, ou seja, a relação entre as condições do hospedeiro, o parasito e o meio ambiente. Os parasitos se estabelecem muito bem em hospedeiros expostos a condições de saneamento básico precárias, com baixo grau de instrução (escolaridade) e hábitos de higiene inadequados, diretamente relacionados com indicadores de desenvolvimento socioeconômico de um país.
Embora o parasita possa afetar uma pessoa em qualquer fase da vida e lhe causar danos, a população que mais será acometida e que terá maiores complicações são as crianças devido à imaturidade do sistema imunológico, as medidas de higiene pessoal inadequada e por estar em processo de desenvolvimento poderá ter enormes prejuízos. 
Parasitoses mais comuns em crianças 
As parasitoses intestinais ou enteroparasitose como também são chamadas são as mais comuns em crianças e ocorrem principalmente em regiões menos desenvolvidas. A ocorrência de parasitoses varia de acordo com clima, condições socioeconômicas, educacionais e sanitárias da região. Nos países em desenvolvimento, elas podem chegar a índice de 90%, aumentando à medida que piora o nível socioeconômico.
As enteroparasitoses decorrem da presença de parasitas no intestino, a invasão do microorganismo pode se dar através da ingestão de alimentos e/ou água contaminadas ou através da pele devido ao contato com solos contaminados. 
Em crianças entre 0 e 5 anos de idade,por apresentarem hábitos higiênicos mais precários e sistema imunológico ainda em desenvolvimento,o parasitismo torna-se mais freqüente,com redução de absorção intestinal podendo ser um fator que influencia negativamente no desenvolvimento da criança. 
As enteroparasitoses podem apresentar varias formas de manifestação, desde casos assintomáticos até os casos com sintomas como: diarréia, perda intestinal de proteínas, desnutrição, anemias, dores abdominais, etc. (MSS & KT & ELGR, 2003). Os parasitos intestinais podem causar morte da mucosa intestinal, levando a má absorção e perdas gastrintestinais dos nutrientes.
A má absorção e as perdas gastrintestinais dos nutrientes causadas pelos endoparasitas pode levar a uma anemia e por consequência a uma hipoalbuminemia que é frequentemente observada nos casos de trichuríases, que é uma infeccção causada pelo parasita Trichuris trichiura (verme do chicote). 
A inflamação no lugar da infecção parece provocar uma resposta inflamatória sistêmica, com concentrações plasmáticas elevadas de proteínas de fase aguda e de citocinas, que podem induzir anorexia nas crianças, contribuindo para seu déficit de crescimento (NORTHROP-CLEWES et al, 2001).
A espoliação sanguínea é a espoliação direta mais importante causada pelos enteroparasitos, com a mesma se dando por uso de sangue pelo parasito como nutriente ou através de hemorragias. Essa perda contínua pode causar anemia (hipoglobinemia), hipoproteinemia, hipohemoglobinemia, com conseqüentes distúrbios protéicos, aparecimento de edema, além de causar um quadro de carência nutricional (EVANGELISTA, 1992).
Segundo Brito (2003) na criança, ocorre redução no crescimento estaturo-ponderal e diminuição da aprendizagem escolar e são observados sintomas: anorexia, atonia muscular, fraqueza, tontura, irritabilidade, fadiga, palidez e descoloração da mucosa. 
Amebíase
Amebíase é uma infecção causada pelo parasita protozoário Entamoeba histolytica, a transmissão ocorre pela ingestão de alimentos ou águas contaminadas pelos cistos do parasita ou contato com fezes, normalmente ocorre em locais onde o saneamento básico é precário. Os cistos liberados por esse parasita tem a característica de conseguirem facilmente se manterem no ambiente em que se hospeda, como fezes, solo e água.
O quadro clínico varia, pode ocorrer apenas um desconforto abdominal, fadiga, gases, perda de peso e fezes com sangue, ou em casos mais graves, diarreia aguda sanguinolenta, evacuação de 10 a 20 vezes no dia, vômitos, febre e calafrios. 
Os maiores fatores de risco são os pacientes com câncer, desnutrição, crianças ou idosos, gestantes, relações sexuais desprotegidas. No Brasil são cerca de 13 milhões de crianças sem acesso ao saneamento básico, boa parte já teve alguma doença infecciosa por conta dessa falta de acesso ou ainda terão, infelizmente. 
Giardíase
A Giardíase é causada pelo parasita Giardia lamblia e se hospeda no intestino de pessoas e animais, assim como a amebíase, a transmissão ocorre pelo contato com fezes, água contaminada, contato com outras pessoas contaminadas.
Porque as crianças são as mais afetadas?
Um dos motivos é a falta de higiene, por exemplo, na creche estão várias crianças juntas, uma delas não lavou as mãos após usar o banheiro, após a troca de fraldas e etc. As crianças mais novas ainda não tem o conhecimento sobre higiene, é comum vermos crianças com a mão na boca. Apesar de as situações mais graves ocorrerem em ambientes sem acesso à água potável, onde a situação é mais precária.
Os sintomas comuns da Giárdia em crianças são dor abdominal e diarreia, excesso de gase, flatulências ou falta de apetite, podendo levar a perda de peso e febre, pode levar de 1 a 2 semanas para começarem a manifestar, apesar de a maioria das crianças não apresentar sintomas. 
https://agencia.fiocruz.br/infeccao-intestinal-por-giardia-em-criancas-e-problema-no-amazonas