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Perícia, Arbitragem e Mediação Autores: Valdeci Araujo e Agnaldo Pereira Tema 06 Mediação seç ões 2 3 Tema 06 Mediação Como citar este material: ARAUJO, Valdeci e PEREIRA, Agnaldo. Perícia, Arbitragem e Mediação: Mediação. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2017. Seções 2 3 Seções LEITURAOBRIGATÓRIA FINALIZANDO REFERÊNCIAS GABARITO CONTEÚDOSEHABILIDADES AGORAÉASUAVEZ GLOSSÁRIOLINKSIMPORTANTES 44 5 Tema 06 Mediação 54 5 Olá, querido aluno, estamos chegando ao fim de nossos estudos, mas antes de nos despedirmos vamos conversar um pouco sobre a prática de Mediação, conforme a Lei 13.140/2015. Ao final deste tema você será capaz de identificar a diferença entre Mediação, Conciliação e Arbitragem, ou seja, os três modelos extrajudiciais auxiliares para solução de conflitos. O tema de hoje tem como principal objetivo apresentar a você as particularidades da Mediação, assim como os elementos que a compõem, evidenciando também os oito princípios estabelecidos pela Lei 13.140/2015: imparcialidade do mediador; isonomia entre as partes; oralidade; informalidade; autonomia da vontade das partes; busca do consenso; confidencialidade; boa-fé. Afinal, o que vem a ser considerado para cada um destes princípios? Você ainda será capaz de identificar os tipos possíveis de Mediação, a Judicial e a Extrajudicial, quem pode atuar como mediador, tanto na condição de mediador extrajudicial como judicial, e quais são os elementos que compõem um roteiro de planejamento e execução da Mediação. Espero que goste deste tema! Bons estudos! CONTEÚDOSEHABILIDADES Introdução ao Estudo da Disciplina Caro(a) aluno(a). Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro “Contrato de Prestação de Serviços: manual teórico e prático”, do autor Jorge Lages Salomo, Editora Juarez de Oliveira, 2005, PLT 315. Roteiro de Estudo: Autores: Valdeci Araujo e Agnaldo Pereira Perícia, Arbitragem e Mediação 6 766 7 LEITURAOBRIGATÓRIA Mediação – Lei 13.140/2015 1. Mediação, Conciliação e Arbitragem Antes de entrarmos de fato no assunto Mediação, vimos a necessidade de enriquecer o seu vocabulário, identificando três conceitos muito importantes e que às vezes confundem as pessoas, trata-se de identificar os reais significados de Mediação, Arbitragem e Conciliação. De antemão, vale destacar que todas elas são consideradas ferramentas extrajudiciais para auxiliar na solução de conflitos. Afinal, qual a diferença entre mediação, conciliação e arbitragem? 1.1 Primeiramente vamos entender o que é Conciliação: Conciliação é uma das três formas possíveis para a solução de um conflito, de forma extrajudicial, neste tipo as partes poderão escolher uma terceira pessoa, a qual não participa do conflito, logo, sendo imparcial quanto à questão discutida, para que atue com papel principal de auxiliar as partes a chegarem em um possível acordo, colocando fim ao litígio. O papel do conciliador é o de orientar através de sugestões e conselhos as partes, ajudando-as a interpretarem a melhor forma para a solução do conflito, buscando atender de forma geral ao interesse de ambas as partes. Vale ressaltar que a conciliação pode ser acionada quando o conflito em questão se tratar de ordem jurídica ou patrimonial, logo, podemos afirmar que há um problema e este problema é realmente o motivo do conflito – não sendo a falta de comunicação que impede o resultado positivo. A conciliação, por sua vez, acontece de forma simultânea à mediação. 76 76 7 LEITURAOBRIGATÓRIA 1.2 Para aprofundarmos um pouco mais, neste momento vamos esclarecer previamente o que é Mediação: A mediação nada mais é do que uma forma de dar uma solução para determinado conflito, neste caso uma terceira pessoa, a qual não participa deste conflito, assim sendo imparcial, auxilia a conversa entre as partes, ajudando-as a refletir, entender e buscar a melhor solução possível para as partes. No processo de mediação, as próprias partes decidirão sobre a melhor solução para o conflito, todas as decisões caberão a eles, sendo o “mediador” apenas um facilitador para a solução. A mediação é acionada nos conflitos familiares e de vizinhança, por exemplo, muitas vezes são resolvidos apenas com o estabelecimento da comunicação respeitosa entre os envolvidos. Observa-se neste sentido que a mediação será utilizada quando o conflito tiver como causa principal um problema pessoal, emocional ou psicológico, por exemplo: incompatibilidade de gênios, raiva, sentimento de vingança ou de intolerância e indiferença. 1.3 Por fim, o que é Arbitragem? A Arbitragem já foi tema de nossos estudos, então vamos apenas relembrar alguns conceitos. Assim como a Conciliação e a Mediação, a Arbitragem é também uma forma de solução de conflitos, neste caso, também as partes terão a liberdade de optarem por esta forma de resolver seus problemas, elegendo um terceiro (árbitro ou o Tribunal Arbitral), que irá solucionar a questão, porém, neste tipo de caso o árbitro ou Tribunal Arbitral terá o dever de emitir sua sentença. O árbitro em um processo é considerado juiz de fato e de direito, normalmente especialista no assunto em questão, logo, exercendo seu papel de “juiz” com imparcialidade e confidencialidade. A figura a seguir busca apresentar exatamente as características destes três modelos auxiliares de justiça, destacando também a decisão processual promulgada no âmbito judicial. 88 9 LEITURAOBRIGATÓRIA Agora que você já entende um pouco mais os conceitos e a diferença entre Mediação, Conciliação e Arbitragem, vamos nos ater ao objetivo principal deste tema, que é o de apresentar a você, com mais propriedade, a prática da Mediação como ferramenta auxiliar na solução de conflitos. Vamos lá? 2. Mediação e sua legalidade jurídica O uso da mediação está previsto no Novo CPC (Lei 13.105/2015) em seu Art. 3º, vejamos: Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. [...] § 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos Figura 1: Mediação, Conciliação e Arbitragem - Características intrínsecas Fonte: Manual de Mediação Judicial. p. 19. Disponível em: < http://www.cnj.jus.br/files/conteudo/ arquivo/2016/07/f247f5ce60df2774c59d6e2dddbfec54.pdf>. Acesso em: 15 maio 2017. 98 9 LEITURAOBRIGATÓRIA e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. [...] Embora prevista no CPC, a atividade de mediação foi regulamentada em lei específica, sendo a Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015, que rege toda a atividade de mediação. Logo, em seu Art. 1º, Parágrafo Único, a lei busca de imediato trazer uma definição legal para a atividade de mediação, considerando a mediação como uma atividade técnica exercida por uma terceira pessoa inserida no processo, porém, atuando de forma imparcial e sem poder decisório sobre a causa. Esta, por sua vez, podendo ter sido escolhida ou aceita pelos litigantes, tendo o papel principal de auxiliar e estimular, identificando e até mesmo desenvolvendo formas de soluções possíveis à questão, de maneira que ambas as partes as aceitem, pondo fim assim ao contencioso. Podemos afirmar que, assim como a mediação não é um processo impositivo, o mediador não terá, no curso do processo, o poder de deliberar uma sentença sobre o que se discute, cabe apenas aos envolvidos (partes do processo) a decisão da causa, sem intervenção do mediador. O mediador pode ser considerado como o facilitador da comunicação, estimulando o diálogo e auxiliando na solução do conflito. O legislador, ao legislar sobre a lei que regulamenta a mediação, institui precisamente oito princípios que devem ser observados quando da atuação em mediação, previstos no Art. 2º. • Imparcialidade do mediador – o mediador é um terceiro, que não tem interesse algum nas questões que envolvem o processo, ele é apenas um facilitador na causa.• Isonomia entre as partes – pressupõe que as partes em todo o rito da mediação terão direitos e deveres iguais. • Oralidade – por se tratar de um procedimento extrajudicial, a mediação tende a ser simples, sendo objetivada a sua oralidade, ou seja, a grande maioria das intervenções é feita através da conversa. • nformalidade – a simplicidade do processo é traduzida pela desburocratização das normas e formas, logo, se caracteriza pela ausência de uma estrutura previamente estabelecida e inexistindo qualquer procedimento predeterminado, cabendo sempre às partes decidir qual é o melhor caminho para o processo. 1010 11 LEITURAOBRIGATÓRIA • Autonomia da vontade das partes – a mediação é utilizada para que se consiga chegar a um acordo quanto à questão em discussão, assim, a promoção de qualquer acordo deve respeitar a autonomia da vontade das partes litigantes. Este princípio poder ser considerado como um dos mais importantes no processo de mediação, uma vez que deixa claro que no processo deve prevalecer o desejo das partes. • Busca do consenso - o conciliador ou mediador e as partes devem buscar sempre o consenso, evitando conflitos no processo. • Confidencialidade - dever de manter sigilo sobre todas as informações obtidas, salvo autorização expressa das partes, violação à ordem pública ou às leis vigentes, não podendo ser testemunha do caso, nem atuar como advogado dos envolvidos, em qualquer hipótese. • Boa-fé - a diligência dos procedimentos, a boa-fé e a lealdade das práticas aplicadas. Buscando evidenciar um pouco mais para você, quanto à mediação, vamos transcrever abaixo os “parágrafos” que complementam o art. 2º, principalmente o que é regido em seu § 2º: § 1o Na hipótese de existir previsão contratual de cláusula de mediação, as partes deverão comparecer à primeira reunião de mediação. § 2o Ninguém será obrigado a permanecer em procedimento de mediação. Ainda pelo Novo CPC, temos em seu Art. 166 que: “Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada. § 1o A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no curso do procedimento, cujo teor não poderá ser utilizado para fim diverso daquele previsto por expressa deliberação das partes. [...] § 2o Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o mediador, assim como os membros de suas equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da mediação. [...] § 4o A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre autonomia dos interessados, inclusive no que diz respeito à definição das regras procedimentais. [...] 1110 11 LEITURAOBRIGATÓRIA Ainda em seu artigo 3º, a lei da mediação estabelece que a mesma possa ser estabelecida em um todo ou em parte do que se está em questão, isto, quando a lide tratar de direitos disponíveis ou sobre direitos indisponíveis que admitam transação. 3. Procedimentos da Mediação Como vimos até aqui, e com base no princípio da oralidade, toda a mediação acontece através de diálogos entre as partes, assim, a mediação pode oferecer vários tipos de possibilidades, porém, vamos apresentar um rito deste procedimento de forma simplificada, o qual foi tema de apresentação pela Comissão de Mediação e Arbitragem da OAB/MG, tendo uma sucessão de etapas. Buscaremos ainda correlacionar alguns itens com artigos da lei de mediação, que darão sustentação a estas etapas, vejamos: 1) Pré-mediação: fase preparatória, na qual o mediador (ou outra pessoa capacitada para tanto) explica o procedimento, seus objetivos, limites e regras, escuta as partes com o intuito de analisar sua adequação ao caso e é firmado o contrato de mediação, estabelecendo-se as condições. [...] Art. 14. No início da primeira reunião de mediação, e sempre que julgar necessário, o mediador deverá alertar as partes acerca das regras de confidencialidade aplicáveis ao procedimento. Art. 15. A requerimento das partes ou do mediador, e com anuência daquelas, poderão ser admitidos outros mediadores para funcionarem no mesmo procedimento, quando isso for recomendável em razão da natureza e da complexidade do conflito. Art. 16. Ainda que haja processo arbitral ou judicial em curso, as partes poderão submeter-se à mediação, hipótese em que requererão ao juiz ou árbitro a suspensão do processo por prazo suficiente para a solução consensual do litígio. § 1o É irrecorrível a decisão que suspende o processo nos termos requeridos de comum acordo pelas partes. § 2o A suspensão do processo não obsta a concessão de medidas de urgência pelo juiz ou pelo árbitro. [...] 2) Abertura: o mediador prepara um ambiente favorável à comunicação produtiva e à instauração de uma relação de confiança, se apresenta e apresenta as partes caso não se conheçam, esclarece dúvidas e legitima sua função como condutor do procedimento: 1212 13 [...] Art. 17. Considera-se instituída a mediação na data para a qual for marcada a primeira reunião de mediação. Parágrafo único. Enquanto transcorrer o procedimento de mediação, ficará suspenso o prazo prescricional. [...] 3) Investigação do conflito: o mediador procura mapear a situação e a relação entre as pessoas. Aprofunda a análise do caso a partir de informações referentes aos mediandos e ao conflito (queixas manifestadas ou não, interesses, duração, expectativas, viabilidade de solução, etc.) e define o problema principal e os secundários. 4) Agenda: o mediador organiza a agenda conforme as prioridades em termos de importância e urgência. Regula o tempo de cada sessão e a quantidade de encontros necessários. É especialmente importante quando o conflito envolve mais de um problema. [...] Art. 18. Iniciada a mediação, as reuniões posteriores com a presença das partes somente poderão ser marcadas com a sua anuência. Art. 19. No desempenho de sua função, o mediador poderá reunir-se com as partes, em conjunto ou separadamente, bem como solicitar das partes as informações que entender necessárias para facilitar o entendimento entre aquelas. [...] 5) Restabelecimento da comunicação: o mediador procura restabelecer a comunicação produtiva entre os mediandos, com o fim de tornar o diálogo possível e de construir uma relação pautada na colaboração. 6) Levantamento de alternativas: o mediador orienta o diálogo sobre as possibilidades de solução, a partir da conotação positiva, da compreensão das narrativas e do reenquadramento da situação. 7) Negociação e escolha de opções: o mediador promove a negociação e agiliza a escolha das alternativas levantadas na etapa anterior, que é feita pelos próprios mediandos, a partir da aproximação dos interesses comuns e acomodação dos interesses divergentes, sem qualquer opinião ou sugestão do mediador. 8) Fechamento: conclusão do procedimento e confecção do acordo. LEITURAOBRIGATÓRIA 1312 13 [...] “Art. 20. O procedimento de mediação será encerrado com a lavratura do seu termo final, quando for celebrado acordo ou quando não se justificarem novos esforços para a obtenção de consenso, seja por declaração do mediador nesse sentido ou por manifestação de qualquer das partes. Parágrafo único. O termo final de mediação, na hipótese de celebração de acordo, constitui título executivo extrajudicial e, quando homologado judicialmente, título executivo judicial.” [...] A mediação poderá acontecer de duas formas, sendo a Mediação Extrajudicial e a Mediação Judicial. Na Mediação Extrajudicial (Art. 21 ao 23 da Lei 13.140/2015), temos as seguintes ponderações: • A mediação será a consenso e aceitação das partes, através de convite, devendo neste ser estipulado o escopo recomendado da negociação. • Deverá haver previsão contratual de mediação onde neste deverá constar prazo mínimo e máximo para a primeira reunião de mediação, local da primeirareunião, os critérios de escolha do mediador e as penalidades em caso de não comparecimento. • As partes poderão ainda estabelecer período de carência, ou seja, as partes se comprometem a não iniciar procedimento arbitral ou processo judicial em certo período de tempo, ou enquanto durar o processo de mediação. • Na Mediação Extrajudicial teremos a pessoa do mediador extrajudicial (Art. 9º). Já na Mediação Judicial (Art. 24 ao 29 da Lei 13.140/2015) temos que: • Deverão ser criadas pelos tribunais as centrais de conciliação e mediação, onde ocorrerá o processo de solução de conflitos através da mediação. • Os mediadores não estarão sujeitos à prévia aceitação das partes. • As partes deverão ser assistidas por advogados ou defensores públicos. • A petição inicial, atendendo todos os requisitos, o Magistrado designará audiência de mediação. LEITURAOBRIGATÓRIA 1414 15 • O prazo para a conclusão do procedimento de mediação judicial é de 60 dias, exceto quando as partes em comum acordo pedem prorrogação. • Se o conflito for solucionado pela mediação antes da citação do réu, não serão devidas custas judiciais finais. • Na Mediação Extrajudicial teremos a pessoa do mediador extrajudicial (Art. 11º). 4. Quem pode ser mediador? É importante frisar que qualquer pessoa capaz, que possua competência técnica, legitimidade e aptidão, poderá exercer atividade de mediador. Porém, a maioria dos mediadores vem da área da advocacia, embora atuem também profissionais de outras áreas, como: psicólogos, administradores, sociólogos, engenheiros, psicanalistas, assistentes sociais, entre outros. No que compete à mediação informal, ou seja, não profissional, esta poderá ser realizada por qualquer pessoa, um bom exemplo disso são as mediações que acontecem no meio religioso. Vejamos, à luz da Lei de Mediação, quem poderá atuar como Mediador, Mediador Extrajudicial e Mediador Judicial. [...] Art. 4o O mediador será designado pelo tribunal ou escolhido pelas partes. [...] Art. 5o Aplicam-se ao mediador as mesmas hipóteses legais de impedimento e suspeição do juiz. Parágrafo único. A pessoa designada para atuar como mediador tem o dever de revelar às partes, antes da aceitação da função, qualquer fato ou circunstância que possa suscitar dúvida justificada em relação à sua imparcialidade para mediar o conflito, oportunidade em que poderá ser recusado por qualquer delas. [...] Art. 8o O mediador e todos aqueles que o assessoram no procedimento de mediação, quando no exercício de suas funções ou em razão delas, são equiparados a servidor público, para os efeitos da legislação penal. [...] LEITURAOBRIGATÓRIA 1514 15 Dos Mediadores Extrajudiciais Art. 9o Poderá funcionar como mediador extrajudicial qualquer pessoa capaz que tenha a confiança das partes e seja capacitada para fazer mediação, independentemente de integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou associação, ou nele inscrever-se. Art. 10. As partes poderão ser assistidas por advogados ou defensores públicos. Dos Mediadores Judiciais Art. 11. Poderá atuar como mediador judicial a pessoa capaz, graduada há pelo menos dois anos em curso de ensino superior de instituição reconhecida pelo Ministério da Educação e que tenha obtido capacitação em escola ou instituição de formação de mediadores, reconhecida pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados - ENFAM ou pelos tribunais, observados os requisitos mínimos estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça. [...] Art. 13. A remuneração devida aos mediadores judiciais será fixada pelos tribunais e custeada pelas partes, observado o disposto no § 2o do art. 4o desta Lei. [...] Vale ressaltar que em seu Art. 30, a Lei de Mediação estabelece que todo e qualquer assunto tratado no procedimento de mediação deverá ser confidencial em relação às pessoas que não se relacionaram com o processo, não podendo nem mesmo ser revelada em processo judicial ou arbitral, salvo se as partes permitirem ou por exigência legal. A confidencialidade versada no art. 30 se aplica ao mediador quanto às partes, a seus prepostos, aos advogados, aos assessores técnicos e a outras pessoas de sua confiança que tenham, direta ou indiretamente, participado do procedimento de mediação. Ainda quanto à confidencialidade, no Art. 31 temos o seguinte posicionamento do legislador: [...] Art. 31. Será confidencial a informação prestada por uma parte em sessão privada, não podendo o mediador revelá-la às demais, exceto se expressamente autorizado. [...] Nossos estudos vão ficando por aqui, acesse os links propostos, faça as atividades e, quando necessário, envie suas dúvidas ao professor. Bons estudos e até a próxima! LEITURAOBRIGATÓRIA 1616 17 Quer saber mais sobre o assunto? Então: Animação sobre mediação. <https://www.youtube.com/watch?v=Kr13qBAPA9k>. Acesso em: 15 maio 2017. Vídeo explicativo sobre mediação, como é simples usar o diálogo para solucionar problemas. Criado pela CBMAE e produzido pela agência LK e a produtora Áudio Visual. O que é Mediação? <http://www.tjrj.jus.br/web/guest/institucional/mediacao/estrutura- administrativa/o-que-e-mediacao>. Acesso em: 15 maio 2017. Neste artigo busca-se evidenciar o processo de mediação para solução de conflitos. A Locatária - Uma mediação simulada. <https://www.youtube.com/watch?v=EcVvx0vr7Yk>. Acesso em: 15 maio 2017. Vídeo de simulação de mediação cível com mediadores do NUPEMEC - TJRS em parceria com o CEAD - Centro de Ensino à Distância do TJRS. NOVO CPC - AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO OU CONCILIAÇÃO <https://www.youtube.com/ watch?v=EcVvx0vr7Yk>. Acesso em: 15 maio 2017. Aula da disciplina de Processo Civil II, ministrada pelo professor Renê Francisco Hellman, da FATEB - Faculdade de Telêmaco Borba. Tema: Audiência de mediação ou conciliação. Conciliação e Mediação no Novo CPC <http://www.conima.org.br/arquivos/4682>. Acesso em: 15 maio 2017. O NOVO CPC - Petição Inicial, Audiência de Conciliação/Mediação e Contestação. <https:// www.youtube.com/watch?v=fYvCKWwOujo>. Acesso em: 15 maio 2017. O Novo CPC - Petição Inicial, Audiência de Conciliação/Mediação e Contestação pelo Prof. Gilberto Carlos Maistro Jr. LINKSIMPORTANTES 1716 17 Instruções: Agora chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido. AGORAÉASUAVEZ Questão 1: O legislador, ao legislar sobre a lei que regulamenta a mediação, institui precisamente oito princípios que devem ser observados quanto da atuação em mediação, previstos no Art. 2º. A seguir, responda: quais são esses oito princípios? Questão 2: A ____________ dever de manter sigilo sobre todas as informações obtidas, salvo autorização expressa das partes, violação à ordem pública ou às leis vigentes, não po- dendo ser testemunha do caso, nem atuar como advogado dos envolvidos, em qual- quer hipótese. Qual alternativa completa adequadamente o espaço da questão? a) Parcialidade b) Confidencialidade c) Imparcialidade d) Vontade e) Conciliação Questão 3: O papel do _________________ é o de orientar através de sugestões e conse- lhos as partes, ajudando-as a interpre- tarem a melhor forma para a solução do conflito, buscando atender de forma ge- ral ao interesse de ambas as partes. A _________________ é acionada nos con- flitos familiares e de vizinhança, por exem- 18 191818 19 Questão 5: Com base no princípio da oralidade, toda a mediação acontece através de diálogos entre as partes, sendo assim, a mediação tem a possibilidade de oferecer várias possibilidades de procedimentos. Com base nas informações adquiridas, responda: quem pode ser mediador? AGORAÉASUAVEZ plo, muitas vezes são resolvidos apenas com o estabelecimento da comunicação respeitosa entre os envolvidos. Qual alter- nativa completa adequadamenteos espa- ços da questão? a) Árbitro - informalidade b) Conciliador – mediação c) Orador – isonomia d) Auditor – hipótese e) Investigador - isonomia Questão 4: Em seu art. 3º a lei da mediação estabelece que a mediação poderá ser estabelecida em um todo ou em parte do que se está em questão, isto quando a lide tratar de direitos disponíveis ou sobre direitos indisponíveis que admitam transação. A mediação poderá acontecer de duas formas. Quais são essas duas formas? 1918 1918 19 FINALIZANDO Vimos neste tema a metodologia de solução de conflitos conhecida como Mediação. Embora não se trate de algo novo, no Brasil, tendo em vista uma cultura um tanto conservadora, dificulta o desenvolvimento desta prática. A mediação, muitas vezes, se torna fundamental para a solução de conflitos, principalmente quando há a necessidade de solução de uma maneira rápida e, em muitas vezes, menos onerosa. A partir de agora, você tem conhecimento sobre este tema, sabendo identificar e até mesmo direcionar aspectos principais e relevantes quanto à mediação. Muito bom, estamos encerrando nossa disciplina, espero que você tenha gostado dos conteúdos trabalhados. Desejo a você bons estudos e sucesso! 2020 21 GLOSSÁRIO Audiência: 1. Ato de ouvir ou de dar atenção àquele que fala; audição. 2. ato de receber alguém com o objetivo de escutar ou de atender sobre o que fala ou sobre o que alega. 3. jur sessão de tribunal em que se interrogam as partes e as testemunhas, ouvem-se os advogados etc. Autonomia: 1. Capacidade de governar-se pelos próprios meios. Direito reconhecido a um país de se dirigir segundo suas próprias leis; soberania. Direito de um indivíduo tomar decisões livremente; independência moral ou intelectual. 2. fil segundo Kant (1724-1804), capacidade da vontade humana de se autodeterminar segundo uma legislação moral por ela mesma estabelecida, livre de qualquer fator estranho ou exógeno com uma influência subjugante, tal como uma paixão ou uma inclinação afetiva incoercível. Consenso: 1. Concordância ou uniformidade de opiniões, pensamentos, sentimentos, crenças etc., da maioria ou da totalidade de membros de uma coletividade. “o c. da cristandade”. 2. bom senso, senso comum. Contencioso: 1. Em que há contenção. 2. que tem prazer em contender. 3. sujeito a dúvidas, a reivindicações; incerto, dúbio. 4. jur diz-se de ato que possa ser objeto de contestação ou de disputa; litigioso, duvidoso, contestado. Isonomia: 1. Estado dos que são governados pelas mesmas leis. 2. jur princípio geral do direito segundo o qual todos são iguais perante a lei; não devendo ser feita nenhuma distinção entre pessoas que se encontrem na mesma situação. 3. miner estado dos cristais que são construídos segundo a mesma lei. 2120 21 GABARITO Questão 1 Resposta: O legislador, ao legislar sobre a lei que regulamenta a mediação, institui precisamente oito princípios que devem ser observados quando da atuação em mediação, previstos no Art. 2º. Imparcialidade do mediador; Isonomia entre as partes; Oralidade; Informalidade; Autonomia da vontade das partes; Busca do consenso; Confidencialidade e Boa-fé. Questão 2 Resposta: Alternativa correta - B. Confidencialidade - dever de manter sigilo sobre todas as informações obtidas, salvo autorização expressa das partes, violação à ordem pública ou às leis vigentes, não podendo ser testemunha do caso, nem atuar como advogado dos envolvidos, em qualquer hipótese. Questão 3 Resposta: Alternativa correta - B. O papel do conciliador é o de orientar através de sugestões e conselhos as partes, ajudando- as a interpretarem a melhor forma para a solução do conflito, buscando atender de forma geral ao interesse de ambas as partes. A mediação é acionada nos conflitos familiares e de vizinhança, por exemplo, muitas vezes são resolvidos apenas com o estabelecimento da comunicação respeitosa entre os envolvidos. 22 232222 23 Questão 4 Resposta: A mediação poderá acontecer de duas formas, sendo a Mediação Extrajudicial e a Mediação Judicial. Questão 5 Resposta: É importante frisar que qualquer pessoa capaz, que possua competência técnica, legitimi- dade e aptidão, poderá exercer atividade de mediador. Porém, a maioria dos mediadores vem da área da advocacia, embora atuem também profissionais de outras áreas, como: psicólogos, administradores, sociólogos, engenheiros, psicanalistas, assistentes sociais, entre outros. GABARITO 2322 2322 23 REFERÊNCIAS A Locatária - Uma mediação simulada. <https://www.youtube.com/ watch?v=EcVvx0vr7Yk>. Acesso em: 15 maio 2017. Animação sobre mediação. https://www.youtube.com/watch?v=Kr13qBAPA9k. Acesso em 15 maio 2017. BRASIL. Constituição (2015). Lei nº 13.140, de 16 de março de 2015. Lei de Mediação. Brasília, 16 mar. 2015. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- 2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em: 15 maio 2017. CONIMA. Conciliação e Mediação no Novo CPC. 2015. Disponível em: <http://www. conima.org.br/arquivos/4682>. Acesso em: 15 maio 2017. Código de Processo Civil. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/ l13105.htm. Acesso em 08 maio 2017. JUDICIÁRIO, Poder. O que é Mediação. 2016. Disponível em: <http://www.tjrj.jus.br/web/ guest/institucional/mediacao/estrutura-administrativa/o-que-e-mediacao.>. Acesso em: 15 maio 2017. JUSTIÇA, Conselho Nacional da. Manual de Mediação Judicial. 2016. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/files/conteudo/arquivo/2016/07/ f247f5ce60df2774c59d6e2dddbfec54.pdf>. Acesso em: 15 maio 2017. MAGALHÃES, de Deus Farias; SOUZA, Clovis de; FAVERO, H. L, LONARDONI, M. Perícia Contábil: uma abordagem teórica, ética, legal, processual e operacional. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009. NOVO CPC - AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO OU CONCILIAÇÃO https://www.youtube.com/ watch?v=EcVvx0vr7Yk. Acesso em 15 maio 2017. OAB, Cma. Cartilha de mediação. 2009. Disponível em: <http://www.precisao.eng.br/ jornal/Mediacao.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2017. 24 252424 25 REFERÊNCIAS O NOVO CPC - Petição Inicial, Audiência de Conciliação/Mediação e Contestação. https://www.youtube.com/watch?v=fYvCKWwOujo. Acesso em 15 maio 2017. SÁ, Antônio Lopes de. Perícia Contábil. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2011. UNICORP. Princípios para Conciliação e Mediação dos Tabeliães de Notas. 2015. Disponível em: <http://www5.tjba.jus.br/unicorp/images/principios_conciliacao_mediacao_ tabeliaes_notas.pdf>. Acesso em: 15 maio 2017. 2524 2524 25
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