Buscar

Reticulócitos e Agentes infecciosos causadores de Anemias

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

RETICULÓCITOS 
São hemácias ainda imaturas, que estão em processo final de eritropoiese em mamíferos. O 
núcleo do metarrubrícito sofre extrusão da célula, sendo fagocitado por macrófago e a célula 
anucleada sequente é denominada de reticulócito. Neles estão presentes RNA citoplasmático, 
ribossomos, polirribossomos e mitocôndrias, que conferem a capacidade de produzir uma 
quantidade final de hemoglobina significativa, em torno de 20%, contribuindo para o aspecto 
de policromatofilia dessas células. 
Os corantes supravitais (Azul de metileno e Azul de cresil brilhantes), são capazes de corar os 
reticulócitos, apresentando um padrão intracelular característico. Quando os eritrócitos são 
incubados e corados por esses corantes supravitais, essas substâncias precipitam e coram o 
RNA e mitocôndrias , que se apresentam em forma de estruturas basofílicas pontilhadas 
(ponteados) e de retículos (agregados), dessa forma, teve origem o nome reticulócito. Os 
reticulócitos podem ser calculados de forma manual ou automática (citometria de fluxo). O 
método de contagem de reticulócitos é considerado padrão ouro na avaliação da resposta de 
animais a anemia. 
No esfregaço sanguíneo corado pelos métodos de Wright, Giemsa ou panótico rápido, os 
reticulócitos se apresentam como células maiores que os eritrócitos maduros e com uma 
coloração levemente basofílica (azulada), também conhecidos como policromatófilos, que se 
dá pela presença de RNA. No entanto, nem todos os reticulócitos possuem quantidade de RNA 
considerável para que consiga ser identificado na lâmina, durante a visualização microscópica. 
Por isso, esse tipo de avaliação deve apenas constar como uma estimativa subjetiva de 
presença ou ausência de resposta regenerativa e que pode acabar subestimando o grau de 
resposta real. Sendo a contagem de reticulócitos agregados corados por corantes vitais, o 
método preferencial e padrão ouro. 
O período de vida de reticulócitos circulantes em cães e seres humanos saudáveis é de 1 a 2 
dias, evoluindo para maturação final na circulação ou no baço, resultando em eritrócitos 
maduros. Em gatos, esse período sofre uma maior variação. Em equinos e ruminantes hígidos, 
essas células não são encontradas habitualmente, pois todo o processo de maturação dos 
eritrócitos ocorre dentro da medula óssea. 
 
 
 
 
Indicador da efetiva eritropoiese medular, os reticulócitos são liberados da medula óssea em 
resposta à hipóxia tecidual e o grau de resposta dependerá de vários fatores como, espécie 
envolvida, tipo e duração da anemia, gravidade e doenças concomitantes. Em casos de 
hemorragia, por exemplo, uma resposta ativa da medula óssea pode ser analisada, após 3 a 4 
Thrall, 2007. 
dias, pois geralmente esse é o tempo mínimo que a mesma necessita para liberar células 
jovens para a corrente sanguínea com um pico de produção em torno de 7 dias. Por isso, é 
importante que os clínicos respeitem esse prazo para detecção da resposta medular, para 
assim conseguirem achados significativos de reticulocitose. 
A contagem de reticulócitos é uma técnica bastante útil para aplicação em cães e gatos, tendo 
também uma certa aplicação em bovinos. No entanto, esse método não possui uma resposta 
considerável para equinos, pois esses quase nunca liberam quantidades significativas de 
reticulócitos na circulação. 
Para a maior parte das espécies, é empregado o termo Reticulócitos a todos os eritrócitos 
anucleados que possuem RNA corável com corantes vitais. No entanto, em gatos observa-se 
uma distinção adicional, onde os reticulócitos são divididos em dois tipos: 
● Agregados – Células com grandes agregados de retículo. Durante a anemia regenerativa, 
os animais respondem de forma intensa, observando grandes quantidades de reticulócitos 
agregados na circulação. Eles são semelhantes aos agregados de cães e demonstram um 
reflexo da resposta da medula óssea atual. Resposta recente. 
 
● Ponteados - Células com 2 a 6 pequenos grânulos de retículo. Reticulócitos agregados 
sofrem processo de maturação para ponteados e a presença dessas células, indica que a 
resposta medular ocorreu há um certo tempo, ou seja, resposta antiga. 
Os reticulócitos agregados maturam para ponteados em aproximadamente 12 horas após 
liberação da medula óssea e podem continuar sua maturação por mais 10 a 12 dias, podendo 
persistir por 3-4 semanas na circulação. Por esse breve tempo entre liberação pela medula 
óssea e evolução para ponteado, os reticulócitos agregados são os melhores indicadores de 
produção eritrocitária recente. 
Em outras espécies, os reticulócitos ponteados estão presentes, porém, em quantidade muito 
pequena para serem diferenciados na contagem. Em princípio, apenas agregados apresentam-
se policromatófilos nos esfregaços corados por Wright. 
Cães e gatos saudáveis possuem em média cerca de 1% (60,000 reticulócitos/µl de sangue) e 
0,4% (40,000 reticulócitos/µl de sangue), respectivamente de reticulócitos na circulação. 
Sendo esses, os valores mínimos para se avaliar o grau de resposta regenerativa. Para essa 
avaliação, uma contabilização de reticulócitos é feita em 1.000 células (entre hemácias 
maduras e reticulócitos), multiplicando o resultado com a contagem global de eritrócitos. É 
importante corrigir o percentual de reticulócito para a espécie envolvida, a fim de se obter um 
resultado condizente com o estado real do animal. 
 
Contagem Reticulócito – Método Manual 
1. Homogeneizar tubo com sangue e anticoagulante; 
2. Diluir na proporção de 1:1. Colocar iguais de sangue e corante supravital (ex: 70µl de 
sangue + 70µl de Azul de Metileno) em um tubo de ensaio; 
3. Homogeneizar a solução; 
4. Incubar em banho-maria a 37 °C por 15 minutos; 
5. Retirar o material incubado, homogeneizar e realizar a confecção do esfregaço. 
6. Deixar secar e realizar a leitura no microscópio. 
7. Contar reticulócitos em aumento de 1000x: 
a) Dividir campo em quatro partes iguais; 
b) Contar hemácias de ¼ do campo e multiplicar por 4: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) Dividir 1000 pelo resultado encontrado, encontrado a quantidade de campos 
que deverão ser contados os reticulócitos: 
 
 
 
b) A quantidade de reticulócitos deverá ser dividido por 1000 e multiplicado por 
100, encontrando a percentagem de reticulócitos: 
 
 
 
 
a) Reticulócitos corrigidos: 
 
 
 
 
 VG médio: canino: 45% 
 felino: 37% 
 
b) Calcular valor absoluto de reticulócitos 
 
 
 
 
 
 
 
AGENTE INFECCIOSOS CAUSADORES DE ANEMIA 
 
 
 
ANAPLASMOSE 
 
 
1000/n = nº de campos 
(reticulócitos/1000) x 100 = %reticulócitos 
 
 %reticulócitos x VG 
 VG médio p/ esp. 
 
 %reticulócitos x nº hemácias (x106) 
 100 
Bactéria intracelular obrigatória, intraeritrocitária, Gram-negativa, as espécies do gênero 
Anaplasma pertencem a ordem Rickettsialles, família Anaplasmataceae. Esse agente, já foi 
descrito por causar infeccção em animais domésticos, selvagens e humanos, sua transmissão 
ocorre através de vetores, sendo o principal e mais estudado, o carrapato, onde ocorre 
biologicamente. Mas também pode ocorrer mecanicamente por moscas hematófagas, fômites 
contaminados por sangue e transmissão transplacentária. Doença zoonótica e de distribuição 
cosmopolita, possui altos índices de prevalência, especialmente em bovinos, causada 
principalmente pela espécie Anaplasma marginale, podendo gerar febre, perda de peso, 
retardo no crescimento, letargia, baixa fertilidade, abortos, perdas significativas de produção e 
morte. Bovinos que se recuperam da anaplasmose, tornam-se persistentemente infectados e 
atuam como reservatório de infecção. Apresentam-se como “pontos marginais”, pequenas 
inclusões azul-escuras (0,5 a 1µm) na margem das hemácias, podendo ser visualizadas por 
miscroscopia óptica em infecções agudas. Após a detecção da infecção, anticorpos ligam-se a 
eritrócitos danificados pelo agente, onde são subsequentemente fagocitados no baço, levando 
a uma hemólise extravascular. Resultandoem anemia hemolítica leve a grave, icterícia sem 
hemoglobinemia ou hemoglobinúria e esplenomegalia. O diagnóstico de Anaplasmose, está 
intimante ligado a junção dos sinais clínicos, presença de carrapatos ou outros vetores, exames 
laboratorias (saguíneo, sorológico, molecular) e a possível presença das inclusões azul-escuras 
na análise microscópica. 
 
Outras espécies de interesse são: 
 
A. Centrale - É menos patogênica para bovinos, onde as inclusões azul-escuras se assemelham 
a A. Marginale, porém, estão localizadas em uma posição mais central das hemácias. Tem sido 
amplamente utilizada como vacina viva em Israel, Austrália, África e América do Sul. Sua 
infecção pode resultar ocasionalmente em doença clínica. 
 
 A. ovis – Infectam hemácias de ovinos e caprinos, resultando em anemia hemolítica nessas 
espécies. Não estabelece infecção persistente em bovinos. 
 
 
BABESIOSE 
 
As espécies do gênero Babesia são protozoários pertencentes ao filo apicomplexa que parasitam 
os eritrócitos de seus hospedeiros vertebrados, onde se reproduzem assexuadamente. A 
transmissão dá-se por carrapatos, onde ocorre a forma sexual do ciclo, sendo os agentes 
inoculados nos hospedeiros vertebrados durante o repasto sanguíneo. Em conjunto com 
Theileria spp., são também conhecidos como piroplasmas ou piroplasmídeos. Causam infecção 
em mamíferos domésticos, humanos e já existem relatos de piroplasmídeos em algumas 
espécies de vida selvagem nas últimas décadas. Podem se apresentar em níveis de gravidade 
diferentes, sendo sua resposta dependente da idade do hospedeiro, coinfecção, estado 
imunológico e fatores genéticos. As infecções por Babesia spp. em fase aguda, são geralmente 
caracterizadas por anorexia, letargia, febre, anemia (macrocítica hipocrômica), hemoglobinúria, 
bilirrubinúria, icterícia e esplenomegalia, devido a presença de hemólise intravascular (lise dos 
eritrócitos pelos piroplasmas) e extravascular. Nessa fase, também é possível detectar com mais 
facilidade o agente no interior das hemácias em esfregaços sanguíneos. Em quadros crônicos, os 
animais podem se apresentar assintomáticos ou a presença de uma leve anemia e linfocitose. O 
diagnóstico se dá pela união dos achados clínicos e laboratoriais, detecção do agente em 
esfregaço sanguíneo, PCR e sorologia. 
 
Hospedeiros e Espécies Mais Relevantes: 
 
▪ Bovinos - B. bovis, B. bigemina e B. divergens 
 
▪ Equinos - B. caballi 
 
▪ Pequenos Ruminantes - B. ovis e B. motasi 
 
▪ Cães – B. canis e B.gibsoni 
 
 
 
THEILERIOSE 
 
 A piroplasmose equina é uma doença que afeta principalmente cavalos, burros e mulas. Essa 
enfermidade é causada pelo protozoário Theileira equi e se apresenta endêmica em regiões 
tropicais e temperadas do mundo. Possui como vetor o carrapato, que variam em gêneros e 
espécies, dependo da região estudada. A doença pode se apresentar de forma subaguda, 
aguda ou crônica e equinos uma vez infectados, apresentam-se portadores do agente ainda 
por um longo período, sendo dessa forma, fonte de infecção para outros carrapatos e equinos 
sucessivamente. Seu ciclo possui algumas especificidades que ocorrem anterior a infecção e 
destruição eritrocitária. Após entrar na circulação do hospedeiro vertebrado, os esporozoítos 
penetram nos linfócitos, sofrem esquizogonia com formação de esquizontes que liberam 
merozoítos na circulação, esses invadem as hemácias, apresentando-se como estruturas 
piriformes, que podem estar em duplas ou quádruplos, nessa última, são também conhecidas 
como forma de “cruz de Malta”. Os sinais clínicos frequentemente observados em infecções 
agudas são: febre, inapetência, edema periférico, icterícia, hepatomegalia, esplenomegalia, 
podendo levar à morte em alguns casos. Os principais achados laboratoriais são, detecção do 
piroplasma em esfregaço sanguíneo, anemia hemolítica, resultante da hemólise das hemácias 
infectadas, hemoglobinemia, macrocitose, policromasia, pontilhado basofílico, linfocitose e 
hirperbilirrubinemia e bilirrubinúria 
 
 
CITAUXZOONOSE 
 
Cytauxzoon felis – Essa espécie acomete gatos domésticos e felinos selvagens. São parasitas de 
hemácias, porém, realizam esquizogonia em macrófagos e vasos sanguíneos adjacentes antes da 
infecção dos eritrócitos. A doença clínica é marcada pela oclusão vascular, decorrente da 
distensão de macrófagos intensamente parasitados, levando a trombose. Outros achados clínicos 
incluem desidratação, febre, icterícia, letargia aguda e anorexia. Apesar do agente causar anemia 
hemolítica, geralmente apresenta-se de forma não regenerativa e são frequentemente 
acompanhadas de leucopenia e trombocitopenia. O agente é observado em esfregaços 
sanguíneos e sua morfologia é semelhante a forma de um “anel de sinete” (∼ 1 - 3 μm), como 
também podem ser visualizados esquizontes em macrófagos em exames citológicos do baço, 
fígado, linfonodos, pulmão e medula óssea. São transmitidos por carrapatos e a doença tem um 
prognóstico grave, quase 100% fatal. 
 
 
HEMOPLASMOSE 
 
Hemosplasmas são bactérias pleomórficas gram-negativos, de pequeno diâmetro 
(aproximadamente 0,3µm) e sem presença de parede celular que parasitam os eritrócitos. 
Também conhecidos como Micoplasmas hemotrópicos, este grupo possui distribuição 
cosmopolita, infectando uma grande variedade de mamíferos, onde compartilham características 
morfológicas semelhantes. São tipicamente reconhecidos em análise de esfregaço sanguíneo 
como pequenos organismos basofílicos arredondados, em bastão ou em formato de anel e 
podem estar distribuídos nas superfícies das hemácias, individualmente ou em cadeias, onde 
ficam frouxamente aderidos à membrana por fibrilas delicadas, sendo também encontrados 
livres no plasma e podem induzir os animais infectados a anemias hemolíticas potencialmente 
fatais. Em amostras de sangue envelhecidas com EDTA, os hemoplasmas morrem e se 
desprendem das hemácias e podem aparecer como aglomerados arredondados de coloração rosa 
clara, na parte final (cauda) do esfregaço sanguíneo. 
 
Hemoplasmas felinos 
 
Espécies relevantes em gatos domésticos: Mycoplasma haemofelis, “Candidatus Mycoplasma 
haemominutum” e “Candidatus Mycoplasma turicensis 
 
Mycoplasma haemofelis – Essa espécie é altamente patogênica, podendo gerar uma anemia 
hemolítica aguda. É transmitida presumivelmente por artrópodes hematófagos (pulgas e 
carrapatos), por transfusão sanguínea, mordidas, transmissão vertical ou fontes iatrogênicas. Os 
principais sinais clínicos apresentados englobam, anemia, esplenomegalia, febre, letargia e em 
alguns casos, icterícia também pode ser encontrada. A presença de hemólise é principalmente 
extravascular, resultando em anemia regenerativa, entretanto, a infecção por retrovírus (FeLV 
ou FIV) pode ser um fator primário que acabe interferindo na resposta da eritropoiese. A 
aglutinação de hemácias pode estar presente, pois a existência do microorganismo nas hemácias 
apresenta como consequência, anemia hemolítica imunomediada. A presença de coinfecção, 
imunossupressão ou de animais esplenectomizados podem facilitar e predispor a infecção 
aguda. Os gatos que se recuperam após o tratamento, geralmente continuam portadores com 
baixa parasitemia. 
 
“Candidatus Mycoplasma haemominutum” – Evidências científicas demonstram essa espécie 
como menos patogênica que M. Haemofelis, porém, em animais imunossuprimidos e com 
presença de infecção concomitante, existem relatos que a mesma pode gerar uma anemia 
significativa. 
 
Hemoplasmas caninos 
 
Espécies relevantes em cães domésticos: Mycoplasma haemocanis e “Candidatus 
Mycoplasma haematoparvum” 
 
Mycoplasma haemocanis – Possui estreita similaridade genética com o M. Haemofelis, porém 
em cães hígidos a espécie M. Haemocanis costuma provocar infecções crônicas e assintomáticas 
com baixa parasitemia esporádica. Já em animais imunocomprometidos ou apresentando 
coinfecção e esplenectomizados, podem desenvolver anemia hemolítica aguda. No esfregaço 
sanguíneo são visualizados como pequenas ou longascadeias de cocos na superfície das 
hemácias, podendo aparecer como forma de “arco de violino” ou se ramificar em forma de “Y”. 
A transmissão se dá por vetores artrópodes (carrapato Rhipicephalus sanguineus), transfusão de 
sangue e fontes iatrogênicas. 
 
Hemoplasmas Suínos 
 
Espécies relevantes em suínos: Mycoplasma suis e Mycoplasma parvum. 
 
Mycoplasma suis – Pode causar infecções assintomáticas, agudas ou crônicas, sendo a última 
mais comum com redução na produtividade e desempenho reprodutivo. Em quadros agudos são 
observados anemia hemolítica, danos vasculares, diátese hemorrágica, imunossupressão, 
infertilidade, podendo chegar a morte. Leitões lactentes, fêmeas gestantes e os suínos em 
terminação são preferencialmente afetados. A transmissão se dá de forma iatrogênica, 
transmissão vertical e possivelmente por vetores hematófagos, aerossóis e água. 
 
Hemoplasmas em Ruminantes: 
 
Espécies relevantes em suínos: Mycoplasma wenyonii e M.ovis 
 
Mycoplasma wenyonii – Com distribuição cosmopolita, esse agente costuma causar anemia 
hemolítica em animais imunocomprometidos, esplenectomizados e com outras infecções 
concomitantes. 
 
M.ovis – Anemia hemolítica em ovinos e caprinos. A gravidade da anemia está relacionada a 
idade, estado nutricional, carga de vermes concomitantes e nível de patogenicidade das cepas. 
 
 
LEPTOSPIROSE 
 
Leptospira interrogans sorovar pomona 
Leptospira interrogans sorovar icterohemorrhagica 
 
Doença infecciosa causada por bactérias saprófitas em forma de espiral, que habitam ambientes 
úmidos, a leptospirose é uma zoonose de distribuição mundial, infectando humanos, animais 
domésticos e selvagens. Geram comprometimento em fígado, rins, vasos e podem levar a 
quadros hemolíticos, estes aparecem com frequência em bezerros, porcos e cordeiros. Nesses 
casos, são observados, anorexia, febre, depressão, anemia, icterícia, hemoglobinemia, 
hemoglobinúria, neutrofilia e hemorragias que se apresentam em forma de petéquias ou 
equimoses. Cordeiros demonstraram fragilidade de eritrócitos aumentada em infecções 
experimentais. Existem muitas pesquisas propostas para explicação desse processos hemolíticos 
relacionados à infecção por Leptospira, como a possível ação de toxinas bacterianas que possam 
atuar como hemolisinas, como também o envolvimento de uma aglutinina fria de 
imunoglobulina M (IgM), levando a uma anemia hemolítica imunomediada. Na leptospirose 
canina, existem sorovares causadores de anemia, porém sem presença de processos hemolíticos. 
A confirmação da infecção por Leptospira é possível, através da detecção de espiroquetas em 
exame de microscópico direto de campo escuro da urina ou outros fluidos infectados, cultura, 
inoculação animal, exames sorológicos e PCR. 
 
VÍRUS DA LEUCEMIA FELINA (FELV) 
 
O Vírus da Leucemia Felina (FeLV) pertence à família Retroviridae, esse agente pode induzir a 
imunossupressão do sistema imunológico, linfoma e/ou anemias, esta última referente a 
diminuição da eritropoiese (não regenerativa), deixando os felinos mais suscetíveis a infecções 
secundárias, como visto acima, na sessão de hemoplasma. 
 
 
ANEMIA INFECCIOSA EQUINA (AIE) 
 
A Anemia Infecciosa Equina, doença também conhecida como febre do pântano é uma 
enfermidade infecciosa causada por um vírus da família retroviridae, é considerada uma das 
mais relevantes enfermidades que acometem equídeos (cavalos, poneis, burros e mulas), onde 
possui maiores índices de prevalência em regiões de pântano. Sua transmissão ocorre através de 
insetos hematófagos (gênero Tabanidae), vertical e fômites, infectando células do Sistema 
Fagocitário Mononuclear (SMF) e podem se manifestar de forma assintomática, subaguda, 
aguda e crônica. Animais uma vez infectados, tornam-se portadores permanentes. Os achados 
laboratoriais incluem, anemia, hiperbilirrubinemia, trombocitopenia, neutropenia ou neutrofilia. 
Em infecções agudas, anemias hemolíticas podem ser induzidas pela adesão do vírus à 
membrana e ativação do complemento. Num momento posterior, o processo que acarreta em 
anemia não regenerativa progressiva da AIE crônica é equivalente a anemia causada por doença 
inflamatória. O diagnóstico é feito por detecção sorológica, através do teste de Coggins 
(imunodifusão de ágar em gel). 
 
 
TRIPANOSSOMÍASE 
 
Os tripanossomas são organismos flagelados que podem ser encontrados em esfregaço 
sanguíneo durante a fase aguda da infecção. A anemia relacionada a esses protozoários, está 
associada a uma gama de espécies que incluem, Trypanosoma cruzi, T. congolense, T. vivax, T. 
brucei, T. Simiae. A anemia possui uma patogênese complexa, na fase aguda os eritrócitos 
sofrem danos decorrentes das hemolisinas que são liberadas pelos tripanossomos. O 
revestimento de antígenos tripanossomais induz a remoção extravascular, ocorrendo no baço, 
medula óssea e pulmões. Os achados clínicos mais frequentes são, febre intermitente, aumento 
de nódulos linfáticos e taquicardia. O diagnóstico pode ser obtido pela detecção do agente em 
esfregaço sanguíneo, na análise do líquido cérebro-espinhal, culturas de sangue, testes 
sorológicos e PCR. 
 
 
 
Referências: 
 
BARGER, Anne M. The complete blood cell count: a powerful diagnostic tool. The Veterinary 
clinics of North America. Small animal practice, v. 33, n. 6, p. 1207-1222, 2003 
 
BOWMAN, Dwight D. Georgis Parasitologia veterinária. Editora Elsevier, 2010. 
 
CRUZ, Nathan Da Rocha Neves. Mycoplasma suis hemotrófico no Estado de São Paulo: 
epidemiologia e hematologia. 2019. 
 
FELDMAN, Bernard F.; SINK, Caroline A. Urinálise e hematologia-laboratorial para o clínico 
de pequenos animais. Editora Roca, 2006. 
 
KOCAN, Katherine M. et al. The natural history of Anaplasma marginale. Veterinary 
parasitology, v. 167, n. 2-4, p. 95-107, 2010. 
 
ONYICHE, ThankGod E. et al. A review on equine piroplasmosis: epidemiology, vector ecology, 
risk factors, host immunity, diagnosis and control. International journal of environmental 
research and public health, v. 16, n. 10, p. 1736, 2019. 
 
SCHNITTGER, Leonhard et al. Babesia: a world emerging. Infection, Genetics and Evolution, 
v. 12, n. 8, p. 1788-1809, 2012. 
 
STOCKHAM, Steven L .; SCOTT, Michael A. Fundamentals of veterinary clinic 
pathology . John Wiley & Sons, 2013. 
 
THRALL, Mary Anna. Hematologia e bioquímica clínica veterinária. Editora Roca, 2007. 
 
URÁN, Johanna; ARIAS, Jaiberth Antonio Cardona. Prevalencia de Anaplasma spp. en el 
ámbito mundial: Revisión sistemática 1978–2018. Hechos Microbiológicos, v. 10, n. 1-2, 
2019. 
 
WEISS, Douglas J.; WARDROP, K. Jane (Ed.). Schalm's veterinary hematology. John Wiley 
& Sons, 2011.

Continue navegando