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©2004 by Pearson Education 5-1 Resistência dos Materiais I Capítulo 5 – Torção – Parte 2 UNICAMP-FEM-DMC Prof. José Maria Santos EM406-Resisitência dos Materiais I Textos de R.C. Hibbeler, J. Labaki 5.5 Torção - Estaticamente Indeterminado 2-2 • Um eixo sob torção estará estaticamente indeterminado se a equação de equilíbrio de momento, aplicada em torno da linha de centro do eixo, não for suficiente para determinar o torque desconhecido atuando no eixo. • A Fig. 5-20a mostra um exemplo desta situação. • Do DCL da Fig. 5-20b teremos (1) Usamos o mesmo método das equações de compatibilidade, usada para barras no Cap. 4. Neste caso teremos, Para o material elástico linear podemos aplicar a relação = T /JG. Da Fig. 5-20c o torque internos são +TA e TB , logo (2) Resolvendo as Eqs. (10 e (2), 1-3 Exemplo 5.10 – O eixo mostrado na Fig. 5-11a é feito de um tubo de aço, o qual está colado a um miolo de latão. Se um torque T = 250 lb.ft é aplicado na sua extremidade, faça um gráfico da distribuição tensão-deformação ao longo da linha radial na sua seção transversal. Considere Gst = 11,4 (10 3) ksi, Gbr = 5,2 (10 3) ksi. Solução: Equilíbrio. Um DCL do eixo é mostrado na Fig. 5-11b, obtendo-se Compatibilidade. O ângulo de torção da extremidade A deve ser o mesmo para ambos materiais, logo Carga-deslocamento. Aplicando a relação = TL/JG, Resolvendo as Eqs. (1) e (2), 1-4 Exemplo 5.10 – O eixo mostrado na Fig. 5-11a é feito de um tubo de aço, o qual está colado a um miolo de latão. Se um torque de T = 250 lb.ft é aplicado na sua extremidade, faça um gráfico da distribuição tensão-deformação ao longo da linha radial na sua seção transversal. Considere Gst = 11,4 (10 3) ksi, Gbr = 5,2 (10 3) ksi. Solução: A tensão no núcleo de latão varia de zero até a interface com o tubo de aço, usando a fórmula da torção, Para o tubo de aço as tensões de cisalhamento mínima e máxima serão Os resultados estão mostrados na Fig. 5-22c. Observe a descontinuidade na interface latão-aço. Esperado devido a diferença dos módulos dos materiais (Gst > Gbr). Mas, a deformação por cisalhamento não é descontínua Fig. 5- 22d. 3 6 min 1008675,0 104.11 989 st st st G 3 6 max 1008673,0 102.5 451 br br br G 5 Exemplo de Integração da EDE da Torção SOLUÇÃO p/ esforço interno, ângulo de torção e tensão de cisalhamento do eixo EI da figura: 6 Exemplo de Integração da EDE da Torção SOLUÇÃO p/ esforço interno, ângulo de torção e tensão de cisalhamento do eixo EI da figura : Ax RLtLttttM 00000 4 1 4 1 0000 8 Reações em A e D D x RLt Lt L Lt L LtLtLM 0 0000 4 1 4 1 4 3 4 5.6 Eixos Sólidos Não Circulares 2-7 • Eixos de seção transversal não circular não são axissimétricos, logo sua seção transversal abaúla ou empena quando o eixo é torcido. • Isto pode ser visto na Fig. 5-23, na forma que a grade deforma em um eixo de seção transversal quadrada. • Devido esta deformação a análise torsional de eixos com seções não circulares é consideravelmente mais complexa e não será discutida neste texto. • Contudo, usando análise matemática e baseada na teoria da elasticidade, a distribuição da tensão de cisalhamento dentro de um eixo de seção transversal quadrada foi determinada. 5.6 Eixos Sólidos Não Circulares 2-8 • Exemplos de como a tensão de cisalhamento varia ao longo de duas linhas radiais do eixo quadrado são mostradas na Fig. 5-24a. • A distribuição de tensões de cisalhamento diferentes, geram deformações de cisalhamento que empenarão as seções transversais (Fig. 5-24b). • Os pontos dos cantos do eixo devem ter tensões de cisalhamento zero e portanto deformações de cisalhamento zero. Isto pode ser mostrado considerando-se um elemento localizado em um destes cantos (Fig. 5-24c). • Esperar-se-ia que a face de cima deste elemento estivesse sujeita a tensões de cisalhamento para contribuir com o torque aplicado. Mas isto não pode ocorrer, devido a complementariedade das tensões de cisalhamento atuando na face externa do eixo, e ’, que devem ser zero. 5.6 Eixos Sólidos Não Circulares 2-9 • Usando a teoria da elasticidade a Tabela 5-1 fornece os resultados das análises para seções transversais quadradas, triangulares e elípticas. • Em todos os casos, a tensão de cisalhamento máximo ocorre em um ponto da borda da seção transversal que está mais próximo da linha de centro do eixo. • São dadas formulas do ângulo de torção de cada eixo. • Destes resultados pode-se mostrar que o eixo mais eficiente tem uma seção transversal circular, ´pois está sujeito a menor tensão de cisalhamento máxima e ao menor ângulo de torção, do que aquele tendo a mesma área da seção transversal não circular e sujeito ao mesmo torque. Tabela 5-1 1-10 Exemplo 5.11 – O eixo de alumínio 6061-T6 mostrado na Fig. 5-25 tem área da seção transversal na forma de um triângulo equilátero. Determine o maior torque T que pode ser aplicado na extremidade do eixo se a tensão de cisalhamento admissível é 8 ksi e o ângulo de torção em sua extremidade está restrito a 0,02 rad. Quanto de torque pode ser aplicado a um eixo de seção transversal circular feito com a mesma quantidade de material? Solução: O torque interno resultante para qualquer seção será T. Usando as formulas da Tabela 5-1, O torque é limitado pelo ângulo de torção! Para a seção circular teremos, Os limites da tensão de cisalhamento será, 1-11 Exemplo 5.11 – O eixo de alumínio 6061-T6 mostrado na Fig. 5-25 tem área da seção transversal na forma de um triângulo equilátero. Determine o maior torque T que pode ser aplicado na extremidade do eixo se a tensão de cisalhamento permissível é 8 ksi e o ângulo de torção em sua extremidade está restrito a 0,02 rad. Quanto de torque pode ser aplicado a um eixo de seção transversal circular feito com a mesma quantidade de material? Solução: O limite da deformação de cisalhamento será, Novamente o ângulo de torção é o limite! Comparando os resultados entre as seções observa-se que a seção circular pode suportar 37% mais torque (233 lb.in) do que a seção triangular (170 lb.in). 5.7 Tubos de Parede Fina c/ Seção Transversal Fechada 2-12 • Tubos de parede fina de seção transversal não circular são usados freqüentemente para construir estruturas leves como aeronaves. • Em algumas aplicações estas podem estar sujeitas a carregamento torsional, por isso nesta seção analisaremos os efeitos de torcer estes elementos. • Aqui consideraremos um tubo com seção transversal fechada, isto é, sem quebras ou rachaduras ao longo do seu comprimento (Fig. 5–26a). • Como as parede são finas, obteremos as tensões de cisalhamento média assumindo que estas as tensões estão uniformemente distribuídas através da espessura do tubo em qualquer posição. 5.7 Tubos de Parede Fina c/ Seção Transversal Fechada 2-13 Fluxo de Cisalhamento. • A Fig. 5-26a mostra um pequeno elemento de tubo de comprimento finito s e largura diferencial dx. • Em uma extremidade o elemento tem espessura tA , e na outra tB (Fig. 5-26b). • Devido o torque T, tensões de cisalhamento são criadas na face frontal do elemento nas extremidades A e B (A e B), as quais estão relacionadas pois devem atuar sobre os lados longitudinais do elemento. • Como os lados tem largura constante dx as forças atuando neles serão dFA = A (tA dx) e dFB = B (tB dx), do equilíbriodas forças teremos, Mostrando que o produto da tensão de cisalhamento média pela espessura do tubo é o mesmo em cada posição sobre a seção transversal, 5.7 Tubos de Parede Fina c/ Seção Transversal Fechada 2-14 Fluxo de Cisalhamento. Este produto é chamado de fluxo de cisalhamento e pode ser expresso como Como q é constante sobre a seção transversal, a maior tensão de cisalhamento média deve ocorrer na menor espessura do tubo. Se um elemento diferencial de espessura t, comprimento ds e largura dx for isolado do tubo, Fig. 5-26c, a área face frontal sobre a qual a tensão de cisalhamento média atua será dA = t ds, de modo que dF = avg (t ds) = q ds , ou q = dF/ds, ou seja, o fluxo de cisalhamento é uma medida da força por unidade de comprimento ao longo da seção transversal. 5.7 Tubos de Parede Fina c/ Seção Transversal Fechada 2-15 Tensão de Cisalhamento Média. Considere o torque em relação um ponto selecionado O produzido pela tensão de cisalhamento média dentro do contorno tubo (Fig. 5-26d). A tensão de cisalhamento gera uma força dF = avg dA = avg (t ds) sobre um elemento do tubo, que é tangente a linha de centro da parede do tubo e se o braço do momento é h, o torque será Integrando sobre a seção inteira, Como q = cte = , teremos A área média mostrada em azul na Fig. 5-26d é Logo, 5.7 Tubos de Parede Fina c/ Seção Transversal Fechada 2-16 Tensão de Cisalhamento Média. Resolvendo para a tensão de cisalhamento média, teremos Como q = avg t , o fluxo de cisalhamento através da seção transversal torna-se Ângulo de Torção. Pode ser determinado usando métodos de energia e não será mostrado aqui. Se o material é elástico linear, então o ângulo de torção é dado por 1-17 Exemplo 5.12 – Calcule a tensão de cisalhamento média em um tubo de parede fina de seção transversal circular de raio médio rm e espessura t , o qual esta sujeito a um torque T (Fig. 5-27a). Também, qual é o ângulo de torção se o tubo tem comprimento L? Solução: Tensão de cisalhamento média. A área média do tubo é Am = (rm) 2. Aplicando a Eq.(5-18) teremos, Podemos verificar a validade deste resultado usando a formula da torção. O momento de inércia polar será, Mas rm ro ri e t = ro ri , logo A tensão de cisalhamento será, 1-18 Exemplo 5.12 – Calcule a tensão de cisalhamento média em um tubo de parede fina de seção transversal circular de raio médio rm e espessura t , o qual esta sujeito a um torque T (Fig. 5-27a). Também, qual é o ângulo de torção se o tubo tem comprimento L? Solução: Tensão de cisalhamento média. A distribuição das tensões de cisalhamento média e as tensões de cisalhamento da formula da torção atuando na seção transversal do tubo estão mostradas na Fig. 5-27b. Ângulo de torção. Aplicando a Eq.(5-20) teremos O comprimento da linha de centro do contorno da seção é s = 2 rm , logo Mostre como obter este mesmo resultado da Eq.(5-15), 1-19 Exemplo 5.13 – O tubo é feito de bronze C86100 e tem seção transversal retangular como mostrado na Fig. 5-28a. Se ele está sujeito a dois torques, determine a tensão de cisalhamento média no tubo nos pontos A e B. Também, qual é o ângulo de torção na extremidade C? O tubo esta fixo em E. Solução: Tensão de cisalhamento média. Aplicando uma seção através dos pontos A e B (Fig. 5-28b), teremos o torque interno Da Fig. 5-28d temos que a área média será Aplicando a Eq.(5-18) no ponto A e no ponto B, t = 5 e 3 mm respectivamente, mN 35 02560 ;0 ABABx TTT 1-20 Exemplo 5.13 – O tubo é feito de bronze C86100 e tem seção transversal retangular como mostrado na Fig. 5-28a. Se ele está sujeito a dois torques, determine a tensão de cisalhamento média no tubo nos pontos A e B. Também, qual é o ângulo de torção na extremidade C? O tubo esta fixo em E. Solução: Tensão de cisalhamento média. Estes resultados estão mostrados na Fig. 5-28e. Ângulo de torção. Do DCL das Figs. 5-28b e c , teremos os torques internos na regiões DE e CD de 35 e 60 N.m. Da Eq.(5-20) teremos 5.8 Concentração de Tensão 2-21 • A fórmula da torção não pode ser aplicada em regiões de um eixo com variação brusca da seção transversal, pois as distribuições das tensões e deformações de cisalhamento tornam-se complexas. • Resultados usando métodos experimentais ou teoria da elasticidade podem ser obtidos. • Três descontinuidades comuns da seção transversal que ocorrem na prática são: acoplamentos (Fig. 5-29a), chavetas (Fig. 5-29b) e escalonamentos do eixo (Fig. 5-29c). • Em cada caso a tensão de cisalhamento máxima correrá no ponto indicado na seção transversal. 5.8 Concentração de Tensão 2-22 • Para obter a tensão de cisalhamento máximo nestes casos podemos usar o fator de concentração de tensões torcional K, o qual é obtido de dados experimentais. • A Fig. 5-30 mostra um exemplo de escalonamento do eixo com filete. A partir dos diâmetros dos eixos (D e d) e do raio do filete (r) obtém-se o fator de concentração de tensão, K, no gráfico. •A tensão de cisalhamento máxima é determinada por 1-23 Exemplo 5.14 – O eixo escalonado mostrado na Fig. 5-31a é suportado por mancais radiais em A e B. Determine a tensão máxima no eixo devido aos torques aplicados. O filete do ombro da junção de cada eixo tem raio r = 6 mm. Solução: Torque interno. Sabe-se que a tensão de cisalhamento máxima ocorre no eixo de menor diâmetro. Assim o torque interno deve ser determinado nesta região, da Fig. 5-31b, teremos um torque de 30 N.m. Tensão de cisalhamento máxima. Da geometria dos eixos obtém-se: Aplicando no gráfico da Fig. 5-30 obtém-se K = 1,3. Da Eq.(5-21) teremos: 1-24 Exemplo 5.14 – O eixo escalonado mostrado na Fig. 5-31a é suportado por mancais radiais em A e B. Determine a tensão máxima no eixo devido aos torques aplicados. O filete do ombro da junção de cada eixo tem raio r = 6 mm. Solução: Tensão de cisalhamento máxima. De evidência experimental, a distribuição das tensões reais ao longo de uma linha radial da seção transversal na seção crítica é similar a mostrada na Fig. 5-31c. Compare com aquela obtida pela formula da torção! 5.9 Torção Inelástica 2-25 • Se os carregamentos torsionais aplicados ao eixo são excessivos, o material pode escoar e, consequentemente, uma “análise plástica” deve ser usada para determinar a distribuição de tensão de cisalhamento e o ângulo de torção. • Independentemente do comportamento do material, a deformação por cisalhamento em um eixo circular varia linearmente de zero no centro do eixo a um máximo no seu contorno externo (Fig. 5-32a). • Da Fig. 5-32b a tensão de cisalhamento em um elemento de área dA produz uma força dF = dA , e o torque em torno da linha de centro do eixo será dT = dF = ( dA ). • Para o eixo todo, 5.9 Torção Inelástica 2-26 • Se a área dA for definida como um anel diferencial de área dA = 2 (Fig. 5-32c), a Eq.(5-22) torna-se, 5.9 Torção Inelástica 2-27 Torque Elastoplástico. Considere um material do eixo com um comportamento elastoplástico (Fig. 5-33a). Se o torque interno produz uma deformação elástica máxima Y, o torque máximo TY pode ser obtido por, ou Se o torque aumentar acima de TY , iniciará escoamento no contorno do eixo ( = c), a deformação aumentará para ’ (Fig. 5-33a) e o contorno do escoamento progredirá para o centro do eixo (Fig. 5-33b), produzindo um núcleo elástico ( . ) e um anel plástico. A distribuição da tensão de cisalhamento correspondente (Fig. 5-33c), é obtido da distribuição da deformação (Fig. 5-33b) e do valorda tensão no diagrama - (Fig. 5-33a). 5.9 Torção Inelástica 2-28 Da Fig. 5-33c podemos expressar em função de e aplicar a Eq.(5-23) para determinar o torque 5.9 Torção Inelástica 2-29 Torque Plástico. Aumentos adicionais do torque T encolherão o raio do núcleo elástico até todo o material escoar, isto é, 0 (Fig. 5-33d). O material do eixo se tornará completamente elastoplástico e a distribuição de tensões torna-se uniforme. A Eq.(5-23) produz o torque plástico Tp , que é o maior torque possível que o eixo suportará. Comparando com o torque elástico máximo TY (Eq. 5-24) vemos que ou seja, o torque plástico é 33% maior do que o torque elástico. O ângulo de torção da Fig. 5-33d , não pode ser unicamente determinado. Uma vez aplicado Tp o eixo continuará a deformar. Solução: Torque elástico máximo. Torque plástico. Deformação raio externo 1-30 Exemplo 5.15 – O eixo tubular da Fig. 5-37a é feito de uma liga de alumínio que é assumida ter um diagrama- elastoplástico como mostrado. Determine o torque máximo que pode ser aplicado ao eixo sem causar escoamento no material e o torque plástico que pode ser aplicado ao eixo. Também, qual seria a deformação por cisalhamento mínima na parede externa a fim de desenvolver um torque totalmente plástico?
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