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©2004 by Pearson Education 2-1 Resistência dos Materiais Capítulo 6 – Flexão – Parte 3 UNICAMP-FEM-DMC Prof. José Maria Santos EM406-Resistência dos Materiais I Textos de R.Craig Jr, E.P. Popov, J. Labaki e R.C. Hibbeler 2 Vigas Estaticamente Indeterminadas Um elemento é estaticamente indeterminado se o número de reações incógnitas excede o número de equações de equilíbrio disponíveis. Reações de apoio adicionais em uma viga que não são necessárias para mantê-la em equilíbrio estável são chamadas de redundantes e o número destas é referido como o grau de indeterminação. Por exemplo, a viga da Fig. 12-31a tem um DCL como na Fig. 12-31b, o qual contém 4 reações de apoio incógnitas e temos apenas 3 equações de equilíbrio, logo a viga é classificada como uma indeterminação do primeiro grau. Independentemente, Ay , By ou MA podem sem classificados como redundantes, pois se qualquer um deles for removido, a viga permanece estável e em equilíbrio (já Ax não pode ser classificado assim, se for removida Fx = 0 não será satisfeita). 3 Vigas Estaticamente Indeterminadas A viga contínua na Fig. 12–33a é uma indeterminação do segundo grau, pois existem 5 reações incógnitas e apenas 3 equações de equilíbrio disponíveis (Fig. 12–33b). Neste caso as duas reações redundantes podem ser escolhidas entre Ay , By , Cy e Dy . Para determinar as reações de uma viga estaticamente indeterminada, é necessário primeiro especificar as reações redundantes, as quais podem ser determinadas a partir das condições geométricas conhecidas como condições de compatibilidade. Em seguida, estas são aplicadas na viga e as reações remanescentes são determinadas a partir das equações de equilíbrio. A seguir ilustramos este procedimento para a solução de uma viga usando o método de integração da EDE. Solução: 1. Equação do carregamento. 2. Condições de contorno e de restrição. 3. Integração das Eq. Dif. 4 Exemplo 12.17 – A viga esta sujeita ao carregamento mostrado na figura. Determine a reação em A. EI é constante. x L w x L w xw 0 10 0 0)(e;0)( ;00 ;0)0( LLvvM x L w xw dx vd EI 0 4 4 1 20 3 3 2 Cx L w xV dx vd EI 21 30 2 2 6 CxCx L w xM dx vd EI 32 2 1 40 2 1 24 CxCxCx L w xEI dx dv EI 43 2 2 3 1 50 2 1 6 1 120 CxCxCxCx L w xEIv Solução: 4. Constantes de Integração. De (1) e (2) teremos: 5 Exemplo 12.17 – A viga esta sujeita ao carregamento mostrado na figura. Determine a reação em A. EI é constante. 0)(e;0)( ;00 ;0)0( LLvvM 0000 6 0 221 30 CCC L w M (1) 2 1 24 00 2 1 24 2 1 30 33 2 1 40 LCL w CCLLCL L w LEI 0000 2 1 0 6 1 0 120 0 443 2 2 3 1 50 CCCCC L w EIv (2) 6 1 120 000 2 1 6 1 120 2 1 30 33 23 1 50 LCL w CLCLLCL L w LEIv L w CL w LCL w L w LCLC 1030 3 1 12024 6 1 2 1 0 1 302 1 30302 1 2 1 302030 3 120102 1 24 L w LL w L w C Solução: 4. Reação em A. Será dada pelo cortante V, 6 Exemplo 12.17 – A viga esta sujeita ao carregamento mostrado na figura. Determine a reação em A. EI é constante. L w x L w Cx L w xV 1022 020 1 20 L w L w L w VAy 1010 0 2 0 0020 7 Flexão Assimétrica A fórmula da flexão foi desenvolvida para uma área seção transversal simétrica em relação ao eixo perpendicular ao eixo neutro (eixo de simetria) e o momento resultante M atua em torno do eixo neutro. Este é o caso das seções “T” e “canal” mostradas na Fig. 6–29. Nesta seção mostraremos como aplicar a formula da flexão para uma viga com área da seção transversal de forma qualquer ou sob um momento que atua em qualquer direção. Momento aplicado em torno do eixo principal. Considere que a viga tem área da seção transversal assimétrica como mostrado na Fig. 6- 30a. A origem do sistema de coordenadas está no centróide C e o momento interno M é em torno de z. 8 Flexão Assimétrica São requeridos: 1. Força resultante zero devido a distribuição de tensão na área da seção transversal . 2. Momento zero em torno do eixo y e momento M em torno do eixo z devido a distribuição de tensão. Expressando estas condições matematicamente, teremos (Fig. 6-30a): A Eq.(6-14) é satisfeita devido o eixo z passar pelo centróide da área. 9 Flexão Assimétrica Como o eixo z é o eixo neutro da seção transversal a tensão varia linearmente dele até o máximo em |y| = c (Fig. 6-30b). Logo, Substituindo na Eq.(6-16) e integrando leva a formula da flexão Substituindo na Eq.(6-15) teremos, a qual requer que a qual é o produto de inércia da área da seção transversal, e que será zero se os eixos y e z forem escolhidos como eixos principais de inércia da área. 10 Flexão Assimétrica Para uma área de forma arbitrária, a orientação dos eixos principais pode sempre ser determinada usando as equações de transformação de inércia e círculo de Mohr (Apêndices A.4 e A.5) . As equações da transformação são dadas por: Se a área tem um eixo de simetria, os eixos principais podem ser estabelecidos facilmente, pois estarão sempre orientados ao longo dos eixos de simetria e perpendicular a ele. 11 Flexão Assimétrica Por exemplo, considere os elemento mostrados na Fig. 6-31. Em cada um destes casos, y e z representam os eixos principais de inércia da seção transversal. Na Fig. 6-31a os eixos principais são orientados pela simetria, enquanto nas Figs. 6- 31b e c sua orientação é determinada pelos métodos do Apêndice A.4 e A.5. Como M é aplicado somente em torno do eixo principal (eixo z), a distribuição de tensão tem variação linear e é determinada pela formula de flexão como mostrado nas figuras para cada caso. 12 Flexão Assimétrica Momento aplicado arbitrariamente. • Algumas vezes um elemento pode ser carregado de um modo tal que M não atua em torno de um dos eixos principais da seção transversal. • Nestes casos, o momento deve ser decomposto em componentes ao longo dos eixos principais, em seguida a formula de flexão pode ser usada para determinar as tensões normais gerada por cada momento componente. • Finalmente, usando o princípio da superposição, a tensão normal resultante em um ponto pode ser determinada. • Considere a viga de seção transversal retangular e sujeita ao momento M como mostrado na Fig. 6-32a, onde M faz um ângulo com o eixo principal máximo z (eixo do momento de inércia máximo da seção transversal). • Decompomos M na componente em z , na Fig. 6-32b, • e na componente em y , , Fig. 6-32c. 13 Flexão Assimétrica Momento aplicado arbitrariamente. • As distribuições de tensões que produzem M e suas componentes Mx e My estão mostradas na Fig. 6-32d a f , onde é assumido que • Por inspeção, as tensões máximas de tração e compressão ocorrem em dois cantos opostos da seção transversal (Fig. 6-32d). • Aplicando a fórmula da flexão para cada componente do momento nas Figs. 6-32b e c e adicionando os resultados, a tensão normal resultante em qualquer ponto da seção transversal (Figs. 6-32d) é obtida como: 14 Flexão Assimétrica Orientação do eixo neutro. • A equação que define o eixo neutro e sua inclinação , Fig. 6-32d, pode ser determinada da Eq.(6-17) para um ponto (y,z) onde = 0, logo mas, logo Como a inclinação desta reta é tg = y/z, Solução: Componentes do momento interno. Por inspeção, os eixos y e z são os principais devido a simetria. O eixo z é principal máximo. O momento é decomposto em: Propriedades da seção. Os momentos de inércia são: 15 Exemplo 6.15 – A seção transversal retangular da Fig. 6-33a esta sujeita a um momento de flexão de M = 12 kN m. Determine a tensão normal desenvolvida em cada canto da seção e especifique a orientação do eixo neutro. Solução: Tensão de flexão. A Fig. 6-33b mostra o resultado da distribuição das tensões na seção. 16 Exemplo 6.15 – A seção transversal retangular da Fig. 6-33a esta sujeita a um momento de flexão de M = 12 kN m. Determine a tensão normal desenvolvida em cada canto da seção e especifique a orientação do eixo neutro. • Solução: Orientação do eixo neutro. A localização z do eixo neutro (NA), Fig. 6-33b, pode ser determinada por proporção. Ao longo da borda BC , teremos Da mesma forma é a distancia de D ao eixo neutro. A orientação de NA é obtida da Eq.(6-19). Da Fig. 6-33c 17 Exemplo 6.15 – A seção transversal retangular da Fig. 6-33a esta sujeita a um momento de flexão de M = 12 kN m. Determine a tensão normal desenvolvida em cada canto da seção e especifique a orientação do eixo neutro. • Solução: Componentes do momento. Da Fig. 6-34a, Tensão de flexão. Coordenadas (y,z) do ponto P são obtidas das coordenadas (y’,z’) que são (-0,2, 0.35). Da Fig 6-34b teremos Da Eq. (6-17), 18 Exemplo 6.16 – A seção-Z mostrada na Fig. 6-34a esta sujeita a um momento de flexão de M = 20 kN m. Os eixos principais y e z estão orientados como mostrado, tal que eles representam os momentos principais de inércia máximo e mínimo, respectivamente , Determine a tensão normal no ponto P e a orientação do eixo neutro. • Solução: Orientação do eixo neutro. Usando o ângulo entre M e o eixo z, O eixo neutro esta orientado como na Fig. 6-34b. 19 Exemplo 6.16 – A seção-Z mostrada na Fig. 6-34a esta sujeita a um momento de flexão de M = 20 kN m. Os eixos principais y e z estão orientados como mostrado, tal que eles representam os momentos principais de inércia máximo e mínimo, respectivamente , Determine a tensão normal no ponto P e a orientação do eixo neutro. 20 Concentração de Tensões A fórmula da flexão não pode ser usada para determinara a distribuição de tensões dentro das regiões de um elemento onde a área da seção transversal varia repentinamente, visto que as distribuições de tensão e deformação na seção tornam-se não linear. Os resultados podem ser obtidos apenas através de experimentos ou em alguns casos, usando-se a teoria da elasticidade. Descontinuidades comuns incluem elementos tendo entalhes em suas superfícies, Fig. 6–42a, furos de passagem de fixadores ou outros itens, Fig. 6–42b, ou variação abrupta na área da seção transversal, Fig. 6–42c. A tensão normal maxima em cada uma destas descontinuidades ocorre na seção tomada na menor área na seção transversal. 21 Concentração de Tensões Para o projeto, é importante conhecer apenas a tensão normal máxima desenvolvida nestas seções. Como nos casos anteriores de barras carregadas axialmente e exos carregados torsionalmente, obtém-se a tensão normal máxima devido a flexão usando o fator de concentração de tensão K. Por exemplo, a Fig. 6–43 fornece os valores de K para uma viga plana com variações na seção transversal usando filetes nos ombros. Para usar o gráfico simplesmente determina-se as razões w/h e r/h e obtém-se o valor correspondente de K. Em seguida, obtém-se a tensão máxima (Fig. 6-45) por: Solução: O momento gera as maiores tensões na viga na base do filete, onde a área da seção transversal e menor. O fator de concentração de tensão pode ser determinado da Fig. 6–43. Da geometria da viga teremos r = 16 mm, h = 80 mm e w = 120 mm. Logo, Estes valores dão um K = 1,45 , assim teremos O material permanece no regime elástico pois a tensão é menor que a de escoamento (500 MPa). Fig. 6-46 tensão não-linear, a 80 mm (Fig. 6-47) S.Venan Exemplo 6.20 – A transição na área da seção transversal da viga de aço é obtida usando filetes nos ombros como mostrado na Fig. 6–46a. Se a barra esta sujeita a um momento de flexão de 5 kN.m determine a tensão normal máxima desenvolvida na viga. A tensão de escoamento é E = 500 MPa.
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