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Inteligências Múltiplas

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Inteligências Múltiplas 
 
 
A teoria das inteligências múltiplas foi proposta por Howard Gardner (1943-), psicólogo cognitivo formado pela 
Universidade de Harvard nos Estados Unidos. Sua proposta teórica causou grande impacto na área educacional, pois a ideia por 
trás da existência de múltiplas inteligências se opunha à noção de uma inteligência única, respaldada no fator geral (ou QI), que 
dominava os estudos da área até então. Em Harvard, Gardner estudou psicologia social com Erik Erikson e, posteriormente, ao 
conhecer a obra de Jean Piaget e os trabalhos de Jerome Bruner, enveredou pela área da psicologia cognitiva. Além de cientista, 
Gardner dedicava-se aos estudos sobre arte e música, e sua experiência de vida contribuiu enormemente para suas proposições 
teóricas. 
Antes de apresentarmos a teoria das inteligências múltiplas, é importante contextualizarmos o estado da arte dos 
estudos sobre inteligência na década de 1980. 
Até então, a inteligência era compreendida como um construto único e avaliada por meio dos testes de QI, que foram 
inicialmente propostos por Alfred Binet, em 1916. Os testes de QI tinham como objetivo avaliar habilidades cognitivas de alto 
nível (o que hoje conhecemos como raciocínio lógico-matemático) e agrupá-las em um escore único, denominado quociente de 
inteligência ou QI. Os escores do teste de QI eram comparados com a idade biológica das crianças e se desdobravam em 
classificações de alunos em diferentes níveis de inteligência, tais como criança avançada, criança regular e criança retardada 
(BINET; SIMON, 1929). O teste de QI proposto por Binet demonstrou ser possível mensurar a inteligência humana. Entretanto, a 
ideia por trás da classificação da inteligência e da existência de uma inteligência única foi alvo das reflexões que levaram à 
elaboração da teoria das inteligências múltiplas. 
Howard Gardner criticava fortemente a noção de inteligência como uma capacidade única e questionava as medições 
da inteligência por meio de instrumentos e testes. Assim, Gardner (1994) propôs a teoria das inteligências múltiplas, dada a 
necessidade de incluir um conjunto mais amplo e universal de capacidades do que se considerava até então. Cada uma das 
inteligências funciona como um sistema cognitivo independente, não sendo condicionada a um fator geral e único de 
inteligência. 
Sternberg (2000) foi uma grande influência para a teoria das inteligências múltiplas, pois estudava as variações 
interculturais dos conceitos sobre inteligência. A partir dessa compreensão, Gardner (1994) elaborou seu conceito de 
inteligência. De acordo com ele, a inteligência pode ser definida como a capacidade para resolver problemas e criar produtos 
que possuam valor para determinadas culturas. As inteligências múltiplas correspondem a capacidades específicas do espectro 
de atividades humanas e são pouco dependentes entre si. A despeito disso, Gardner (1994) destaca que elas não funcionam de 
forma isolada, pois qualquer atividade humana depende de combinações entre os diferentes tipos de inteligência. 
Além dessa influência, Gardner (1994) buscou outras evidências teóricas nos estudos com indivíduos talentosos, com 
pessoas com lesões cerebrais e em pesquisas de mapeamento cerebral. Através das pesquisas com indivíduos talentosos, ele 
observou que a manifestação do talento tende a se apresentar de forma mais específica que generalista. Os estudos sobre 
pessoas lesionadas ofereceram hipóteses, sobre as capacidades cognitivas e a relação dessas com determinadas regiões e áreas 
do cérebro, também construídas após observação de pesquisas com imagem cerebral. 
 
“Existem evidências persuasivas para a existência de diversas 
competências intelectuais humanas relativamente autônomas 
abreviadas daqui em diante como 'inteligências humanas'.Estas 
são as 'estruturas da mente' do meu título. A exata natureza e 
extensão de cada 'estrutura' individual não é até o momento 
satisfatoriamente determinada, nem o número preciso de 
inteligências foi estabelecido. Parece-me, porém, estar cada 
vez mais difícil negar a convicção de que há pelo menos 
algumas inteligências, que estas são relativamente 
 independentes umas das outras e que podem ser modeladas e 
 combinadas numa multiplicidade de maneiras adaptativas por 
 indivíduos e culturas” (GARDNER, 1994, p. 7). 
 
Gardner propôs a existência de nove tipos de inteligência, quais sejam: 
 
1. Inteligência lógico-matemática 
2. Inteligência linguística 
3. Inteligência espacial 
4. Inteligência corporal - cinestésica 
5. Inteligência intrapessoal 
6. Inteligência interpessoal 
7. Inteligência musical 
8- Inteligência naturalista 
9- Existencial

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