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LIDERANÇA de PESSOAS Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele, sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola. REALIZAÇÃO ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO ASSESSORIA TÉCNICA LEONOR RAMOS CHAVES PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DE PLANEJAMENTO E ESCOLA VIRTUAL PICTORAMA DESIGN RIO DE JANEIRO 2019 E73e Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. Liderança de pessoas / Supervisão e Coordenação metodológica da Diretoria de Ensino Técnico; assessoria técnica de Leonor Ramos Chaves. -- Rio de Janeiro : ENS, 2019. 50 p. ; 28 cm 1. Gestão de pessoas. 2. Liderança. I. Chaves, Leonor Ramos. I. Título. 0019-2407 CDU 658.311 A Escola de Negócios e Seguros promove, desde 1971, diver sas iniciativas no âmbito educacional, que contribuem para um mercado de seguros, previdência complementar, capitali zação e resseguro cada vez mais qualificado. Principal provedora de serviços voltados à educação continuada para profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem sólida trajetória acadêmica. A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a competitivi dade é cada vez maior. Seja bemvindo à Escola de Negócios e Seguros. LIDERANÇA DE PESSOAS APRESENTAÇÃO 6 1. GESTÃO DE PESSOAS COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO – POR QUE É IMPORTANTE INVESTIR EM PESSOAS? 7 O QUE É GESTÃO DE PESSOAS? EVOLUÇÃO DO CONCEITO 8 VANTAGEM COMPETITIVA 10 GESTÃO DE PESSOAS COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO 11 RESUMO DA UNIDADE 1 12 2. A COMUNICAÇÃO EFICAZ 1 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO 2 COMUNICAÇÃO VERBAL E NÃO VERBAL 4 SISTEMAS REPRESENTACIONAIS 5 A IMPORTÂNCIA DO FEEDBACK 7 FEEDFORWARD – ORIENTAÇÃO PARA O RESULTADO 10 RESUMO DA UNIDADE 2 11 3. MOTIVAÇÃO 1 CONCEITO DE MOTIVAÇÃO – O QUE É MOTIVAÇÃO? 2 TEORIAS MOTIVACIONAIS 3 SUMÁRIO INTERATIVO PIRÂMIDE DA HIERARQUIA DAS NECESSIDADES DE ABRAHAM MASLOW (1943) 4 TEORIA DOS NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA DE RICHARD BARRETT (2014) 5 MOTIVAÇÃO E DESEMPENHO NAS ORGANIZAÇÕES 8 RESUMO DA UNIDADE 3 8 4. LIDERANÇA 1 O QUE É SER LÍDER? 2 ESTILOS DE LIDERANÇA 3 LÍDER X CHEFE 4 CARACTERÍSTICAS E COMPETÊNCIAS DO LÍDER 5 LÍDER COACH 6 RESUMO DA UNIDADE 4 6 5. GESTÃODE CONFLITOS 1 DEFINIÇÃO DE CONFLITOS 2 TIPOS DE CONFLITO 3 FATORES CAUSADORES DE CONFLITOS NA ORGANIZAÇÃO 4 GESTÃO DE CONFLITOS 5 RESUMO DA UNIDADE 5 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 8 SUMÁRIO INTERATIVO LIDERANÇA DE PESSOAS LIDERANÇA DE PESSOAS 6 APRESENTAÇÃO Bemvindo ao estudo de GESTÃO DE PESSOAS! Levar as empresas a alcançarem seus objetivos, tanto os globais quanto os específicos, é a atividade central da Gestão de Pessoas. Sabese, hoje, que todo sucesso ou fracasso da organização depende da performance das pessoas e de seu conhecimento além de sua capacidade de gerar inovação. Dessa forma, é função da empresa se preocupar com as pes soas, com seu desenvolvimento e desempenho. Portanto, saber como as pessoas agem, pensam e se relacionam é fundamental para a sustentabili dade da organização na atualidade. Nesse sentido, o foco neste curso é compreender a importância das pessoas para a organização e o modo como elas podem gerar vantagem competitiva. A partir desse enfoque, buscaremos compreender a Liderança – o papel do líder, suas características e como a motivação, a comunicação e a gestão de conflitos estão inseridas no contexto em que ocorre maior instrumenta lização de gestores e sua sensibilização às necessidades das pessoas nas empresas e também ao desenvolvimento das equipes, suas habilidades e competências. Isso torna as empresas cada vez mais capazes de reterem seus talentos mais importantes para a manutenção e o crescimento do negócio, levandoas ao alcance de seus objetivos, com excelência. LIDERANÇA DE PESSOAS 7 UNIDADE 1 ■ Conhecer a introdução do conceito de Gestão de Pessoas e Equipes ■ Compreender o conceito de Vantagem Competitiva Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ■ Compreender a Gestão de Pessoas como diferencial competitivo TÓPICOS DESTA UNIDADE O QUE É GESTÃO DE PESSOAS? EVOLUÇÃO DO CONCEITO VANTAGEM COMPETITIVA GESTÃO DE PESSOAS COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO RESUMO GESTÃO de PESSOAS como DIFERENCIAL COMPETITIVO POR QUE é IMPORTANTE INVESTIR em PESSOAS? 01 LIDERANÇA DE PESSOAS 8 UNIDADE 1 Esta unidade se propõe a apresentar a evolução do conceito de Gestão de Pessoas e sua evolução ao longo do desenvolvimento dos Modelos de Gestão Organizacionais e o de Vantagem Competitiva –criado por Porter, em 1985 – e como eles se articulam levando a importância de se investir em pessoas na organização. Então, vamos lá! O QUE É GESTÃO DE PESSOAS? EVOLUÇÃO DO CONCEITO Hoje em dia, já reconhecemos que o sucesso das organizações é fruto do empenho e do trabalho das pessoas e também o quanto é importante que as empresas invistam em desenvolvimento de lideranças para que os ges tores se tornem cada vez mais aptos de levarem suas equipes a realizarem os objetivos organizacionais de forma eficiente e eficaz. As empresas preocupadas com sustentabilidade e sucesso sabem que é fundamental desenvolverem suas equipes. Mas nem sempre foi assim. Na verdade, esse cenário foi uma construção ampla de décadas de evolução do olhar sobre as pessoas nas organizações, e se relaciona diretamente com a evo lução dos Modelos de Gestão Organizacionais. Podemos observar no quadro abaixo em que Chiavenato (1999) demons tra resumidamente essa evolução do pensamento e da visão sobre as pessoas na organização. Lembramos que a forma de abordar as pessoas impactou as teorias motivacionais, comunicacionais e de liderança ao lon go das décadas. 9 UNIDADE 1 LIDERANÇA DE PESSOAS Vamos ao quadro: ERAS INDUSTRIALIZAÇÃO CLÁSSICA 1900 – 1950 INDUSTRIALIZAÇÃO NEOCLÁSSICA 1950 – 1990 INFORMAÇÃO 1990 – até os dias atuais CULTURA ORGANIZACIONAL Tradicional, Conservadora. Preservação da situação vigente. Adaptativa. Foco na transição e na revitalização. Lidando com ambientes mutáveis. Valorização da criatividade, da inovação, da mutabilida- de e do empreendedorismo. MODOS DE LIDAR COM PESSOAS Mão de obra. Ênfase nas regras e controles rígidos As pessoas são recursos da organização. Devem ser ad- ministrados. Deve-se dirigir as pessoas para atingir os objetivos da empresa. Pessoas independentes, criativas e que devem ser conhecidas e motivadas. Ênfase no comprometimento das pessoas às metas da empresa. AMBIENTE ORGANIZACIONAL Poucas mudanças. Previsível. Estático. Ambientes Mutáveis. Turbulento. Intensas mudanças. Desafiador. ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAS Relações Industriais. Administração de Recursos Humanos. Gestão de Pessoas e Equipes. Fonte: Adaptado de Chiavenato, 1999, p. 27 No quadro acima, podemos verificar que à medida que as organizações se modificavam e as demandas ambientais exigiam posicionamentos dife rentes das instituições sociais, o olhar sobre as pessoas foi mudando de forma radical. Podemos afirmar, portanto, que a Gestão de Pessoas surgiu com o desen volvimento dos Modelos de Gestão Organizacional e hoje já sabemos que pessoas não podem ser vistas apenas como recursos organizacionais por que são diferentes – pensam, sentem, se comunicam e se comportamde acordo com seu modelo de crenças e reagem de maneira particular. Logo, precisamos estar preparados para diversas demandas ao lidar com pessoas. 10 UNIDADE 1 LIDERANÇA DE PESSOAS Saiba mais Assista ao vídeo “A importância da gestão de pessoas”, e entenda a importância da Gestão de Pessoas nas organizações. Lembre-se de que a função de gestão de pes- soas é do gestor da equipe. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=a1i99Bbn4Bo>. Acesso em: 11 out. 2019. VANTAGEM COMPETITIVA Atualmente, o capital humano é considerado um bem valioso dentro da organização e é por meio das pessoas que a organização pode realmente se destacar, pode formar sua vantagem competitiva. O que significa esse conceito? Vantagem competitiva é um diferencial que a empresa apresenta em rela ção ao seu concorrente, ou seja, quando ela se destaca, agregando valor ao seu produto, à marca. É também quando o cliente prefere o produto dessa empresa do que o produto concorrente. Esse conceito foi criado por Michael Porter, em 1985. Para determinar se um recurso poderia ser enquadrado em vantagem competitiva, Porter (1985) criou uma ferramenta para fazer tal validação – VRIO, que consiste em verificar se o produto é: Valioso; Raro; Difícil de Imitar; Intransferível. Em 2003, Dessler (apud COUTINHO, L. 2010) definiu vantagem com- petitiva (VC) como: “Quaisquer fatores que permitam à empresa diferenciar seus produtos ou serviços dos seus concorrentes, a fim de aumen- tar sua participação no mercado”. 11 UNIDADE 1 LIDERANÇA DE PESSOAS GESTÃO DE PESSOAS COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO A GP (Gestão de Pessoas) traz vantagem competitiva para a Organização porque cuida do bem mais precioso da empresa, que gera competência e conhecimento – as pessoas. Além disso, a GP dissemina a cultura e prepara a equipe e as lideranças para o desenvolvimento dos talentos necessários para a organização alcan çar seus objetivos e gerar a inovação que proporcionará sustentabilidade e competitividade. A soma das competências articulada ao desempenho e à gestão do conhecimento gera a Vantagem Competitiva. Assim sendo, a GP é capaz de promover diferencial competitivo na organização e se destacar no mercado. E como as pessoas se tornam realmente uma VC para as empresas? Bohlander, (2005, apud COUTINHO, L. et al, 2010) define que as pessoas se tornam VC da organização quando: ■ Suas habilidades, seus conhecimentos e suas competências são diferenciados e não estão ao alcance dos concorrentes. ■ Estão sempre trabalhando para fazer o melhor a um custo menor. ■ Conseguem envolver em suas atividades algum item inovador, isto é, uma nova combinação de fatores que pode levar a um insight e à introdução de algo novo, diferente e criativo. ■ Há sinergia nas equipes, e as pessoas podem se relacionar de forma a desenvolver mais seus talentos e suas potencialidades combinandoos de forma produtiva e com capacidade de oferecer suporte organizacional. Somente pessoas transformam informação em conhecimento tornan- do a empresa Competitiva. Além disso, devemos ter em mente que no mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo (VUCA) atual, o conhecimento e a versatilidade das pessoas em perceber cenários possíveis e atuar neles é um diferencial na organização, porque geram novas oportunidades e sustentabilidade para as empresas na economia global. Nesse sentido, a GP tem seu lugar de destaque. 12 UNIDADE 1 LIDERANÇA DE PESSOAS Saiba mais Assista aos vídeos “Para entender a vantagem competitiva” e “Vantagem competitiva” para saber mais sobre Vantagem Competitiva nas Organizações e Sobre Vantagem Competitiva e Gestão de Pessoas nas Organizações. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7FwKogLzJAc. Acesso em: 11 out. 2019. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=T6Qx1k9jN1A. Acesso em: 11 out. 2019. RESUMO DA UNIDADE 1 Aprendemos na Unidade 1 como a Gestão de Pessoas evolui dentro das empresas até se tornar, na prática, uma área dedicada a desenvolver e potencializar os talentos na organização. Vimos que cabe ao gestor de pessoas a função de fazer a gestão de talentos de sua equipe. Também tratamos do conceito de Vantagem Competitiva e abordamos como a Gestão de Pessoas, ao desenvolver e manter talentos na orga nização para alcançar os objetivos organizacionais, se torna uma peça fundamental para gerar Vantagem Competitiva levando à empresa à sus tentabilidade e a inovação. 1 UNIDADE 2 ■ Conhecer Processo de Comunicação ■ Compreender a importância do Feedback na Gestão de Pessoas na Gestão de Pessoas Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ■ Conhecer o Feedforward – orientação para o resultado A COMUNICAÇÃO EFICAZ 02 TÓPICOS DESTA UNIDADE PROCESSO DE COMUNICAÇÃO COMUNICAÇÃO VERBAL E NÃO VERBAL SISTEMAS REPRESENTACIONAIS A IMPORTÂNCIA DO FEEDBACK FEEDFORWARD – ORIENTAÇÃO PARA O RESULTADO RESUMO LIDERANÇA DE PESSOAS LIDERANÇA DE PESSOAS 2 UNIDADE 2 Esta unidade se propõe a apresentar o processo de comunicação e sua importância dentro das organizações assim como para a Gestão de Pes soas. A Gestão da Comunicação é um tema muito relevante para o bom desempenho das empresas além de auxiliar na gestão de conflitos. É uma forte aliada na disseminação de cultura, missão e metas estratégicas. Quando há uma comunicação eficaz na organização, os colaboradores se sentem engajados, o que gera comprometimento. Atualmente, com o avanço tecnológico, vários são os meios de comuni cação disponíveis e a empresa precisa de uma estratégia bem definida de comunicação interna para alinhar os colaboradores com os objetivos estratégicos. Dessa forma, maximiza os resultados e minimiza os impac tos dos ruídos comunicacionais que causam desmotivação. Nesta unidade, compreenderemos os passos principais para uma comu nicação eficaz na organização. Vamos a eles! PROCESSO DE COMUNICAÇÃO O processo de comunicação que envolve interação é um processo comple xo. Na literatura acadêmica encontramos vários Modelos de Comunicação. Mas é importante destacarmos, neste momento, que assim como as pessoas são diferentes, possuem sentimentos, personalidades e percepções de mun do diferentes, as formas de se comunicar também se distinguem, embora os elementos do Modelo de Comunicação possa ser o mesmo. Como assim? 3 UNIDADE 2 LIDERANÇA DE PESSOAS A forma como escolhemos os elementos para compor o modelo é que varia de pessoa para pessoa, embora as partes do modelo sejam as mesmas. Vejamos! O Modelo de Comunicação de Shannon e Weaver (1949) apresenta os seguintes elementos: MODELO DE PROCESSO DE COMUNICAÇÃO Fonte: adaptado de Shannon e Weaver (1949 como citado em Redfield, 1967, p. 6) Ampliando esse modelo, podemos ter a seguinte proposta: Fonte: Giuliani (2016). Verificamos na imagem que a mensagem é emitida pelo emissor, codifi cada, veiculada a partir de um canal específico e chega ao receptor que concede o feedback. Entretanto, o percurso é longo e cheio de desafios. 4 UNIDADE 2 LIDERANÇA DE PESSOAS Para que o receptor receba e compreenda bem a mensagem, o emissor precisa conhecêlo e adequar a linguagem, a forma e o veículo de comu nicação. Além disso, podemos dizer que o emissor precisa, muitas vezes, adequar a forma de comunicação também de acordo com o veículo que utiliza. Por outro lado, os receptores necessitam atentar à mensagem e fornecer um feedback adequado, se está ou não compreendendo, enquanto o emissor precisa estar pronto para mudar a forma de entregar o conteúdo para que o receptor tenha um entendimento mais adequado da mensagem. Muitas vezes, o processo de comunicação exige paciência e sabedoria e, sem dúvida, algumas competências emocionais. De fato, a comunicação é uma tarefa complexa e necessita de atenção constante por parte de todos nas organizações. Saiba mais Aproveite para aprofundar os conhecimentossobre o Processo de Comunicação e assista ao vídeo “Processo de Comunicação”. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=_C3AmzKpJbQ&t=222s>. Acesso em: 11 out. 2019. Além disso, a comunicação pode ser verbal e não verbal. COMUNICAÇÃO VERBAL E NÃO VERBAL A comunicação verbal é aquela realizada por meio da escrita e da fala. É a forma de comunicação mais utilizada no cotidiano por pessoas e empresas. Mas a comunicação não verbal é fundamental e rica, é uma fonte muito importante de informações sobre as pessoas e deve ser observada para que se possa desenvolver uma comunicação eficaz. Ela engloba os símbolos, os gestos, as imagens, a postura corporal, o tom de voz, a dança, a pintura etc. Para que a comunicação seja eficaz é fundamental estarmos atentos às duas formas: verbal e não verbal. 5 UNIDADE 2 LIDERANÇA DE PESSOAS Como captamos o mundo? A nossa percepção influencia de forma defi nitiva o modo como apreendemos o mundo e o interpretamos. As portas da percepção são muito importantes para a comunicação, por meio delas percebemos os estímulos que compõem o quadro da mensagem rece bida e enviada. As portas da percepção são os nossos sentidos que filtram nossas expe riências com o mundo externo e estruturam nosso pensamento e nossa comunicação por meio desse Sistema Representacional. Nossos senti dos ocorrem via olhos, ouvidos, nariz, boca e pele. SISTEMAS REPRESENTACIONAIS Os Sistemas Representacionais (O’Connor, 2004) codificam o que ocorre no mundo externo por meio dos canais: visual, auditivo e cinestésico (pes soas que experienciam por meio do toque, tato, ou seja, se comunicam por ação corporal). Para nos comunicarmos de forma eficaz, precisamos estar atentos a esses sistemas – aos canais de comunicação! E o que isso significa? As pessoas escolhem um sistema representacional de sua preferência ou com o qual se sente mais à vontade para processar informações sobre suas experiências, sobre o que está acontecendo em seu entorno. Logo, quando precisamos nos comunicar com as pessoas, nas nossas relações interpessoais, importa conhecer o canal de comunicação de preferência do receptor de mensagem, desse modo, é possível escolher a forma e o veículo de comunicação adequadamente. Por exemplo, pessoas visuais se identificam mais com as coisas por meio de imagens. Já os cinestésicos, aprendem experimentando, gostam do contato físico, gostam de abraçar, dançar, sentir. São intuitivas e valorizam muito o ambiente. As pessoas auditivas aprendem ouvindo e falando e são boas ouvintes. Há também os digitais que são mais dinâmicos, fazem muitas perguntas, precisam de muitas informações, estudam as ideias e buscam sentido. São dinâmicos. Agora que já compreendemos como trabalhar com o receptor, podemos verificar que nas empresas o RH ou o Departamento responsável pela comu nicação na organização estabelece um planejamento de comunicação interna e determina os melhores veículos de comunicação para suas mensagens. 6 UNIDADE 2 LIDERANÇA DE PESSOAS Alguns veículos utilizados nas empresas são: ■ Murais e Banners ■ Intranet ■ Emails ■ Palestras ■ Atividades de integração ■ Reuniões ■ Aplicativos ■ Rádio corporativa ■ Games interativos ■ Grupos no Whatsapp Saiba mais Para aprimorar os conhecimentos sobre Comunicação Empresarial, assista ao vídeo “ comunicação interna: o que é e como fazer - Comunicação Empresarial #1 | Daniel Sobreira”. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=xlHZuO5_liA>. Acesso em: 11 out. 2019. Dentro das organizações, podemos entender a Comunicação Eficaz como a que traz realmente transformação para as pessoas e, com isso, aumento no desempenho como fruto desse fluxo de informação e conhecimento. Quando alcançamos êxito no processo de comunicação, temos equipes mais engajadas, maior possibilidade de criatividade e inovação e, conse quentemente, maior produtividade e felicidade. Outro elemento tem se mostrado uma ferramenta de suma importância na promoção do incremento da comunicação e do desenvolvimento das pessoas na organização: o feedback. No próximo item desta unidade, nos debruçaremos sobre essa ferramenta Vamos lá! 7 UNIDADE 2 LIDERANÇA DE PESSOAS A IMPORTÂNCIA DO FEEDBACK A falta de Feedback já foi identificada como um dos principais obstáculos para a melhoria da produtividade e dos processos de trabalho nos proje tos e nas organizações. Segundo Matos, G. G. de (2009, p. 19) “O feedback é um conceito originário da Teoria dos Sistemas e significa retroalimentação, isto é, processar informações e retrans mitilas ao sistema para continuidade de seu funcionamento”. Corresponde ao retorno da informação ao sistema e pode mudar o curso das ações. Na verdade, é um olhar sobre o que aconteceu, uma reflexão. Portanto, podemos introduzir estratégias de melhoria. Matos (2009) afirma que o feedback é capaz de fornecer ao emissor informações importantes que o levarão a apurar os resultados obtidos na transmissão da mensagem e se ela atingiu seus objetivos iniciais. Segundo o autor: “O feedback é um processo que promove mudança de atitudes, compor tamentos e sentimentos.” (p. 20) O feedback faz refletir. Fornece informações de como o comportamento de alguém afeta os outros e o grupo e o que deve ser feito para evoluir os aspectos negativos e para desenvolver os positivos. Desse modo, as pessoas que trabalham na empresa têm a chance de se conhecer melhor e aprofundar os relacionamentos, aumentando a confiança. Ainda para Matos, o feedback é uma ferramenta imprescindível para dar fidedignidade ao processo de comunicação e é capaz de corrigir distor ções, tornando a comunicação mais clara e assertiva. Para ser eficaz, o feedback precisa auxiliar pessoas e grupos a ampliar seu repertório de atitudes e pensamentos. Ele realmente promove mudanças. Ele afirma ainda que a ferramenta promove o alcance dos objetivos e metas e incrementa o desempenho. Chaves (2013) define feedback como o “exercício de informar a outra pessoa de como o seu comportamento é percebido”. Nesse processo, é necessário abrir espaço para que a pessoa mostre seu próprio ponto de vista. Os autores concordam que o feedback pode e deve ser realizado tanto em momentos programados e de maneira formal como também espon taneamente, de forma natural e informal. Ele pode ser usado sempre 8 UNIDADE 2 LIDERANÇA DE PESSOAS quando a ideia central for a de propor a melhoria de um comportamento ou o próprio autoconhecimento. O Feedback pode ser positivo ou negativo: Feedback positivo Aponta acertos – proporciona sentimentos de valorização. Feedback negativo Aponta pontos críticos – são necessários e precisam de técnica e prática para serem aplicados. Saiba mais O autoconhecimento é condição chave para o desenvolvimento da liderança e um dos principais quesitos para a Gestão de Pessoas. Para auxiliá-lo nessa jornada, utilizando a ferramenta feedback, assista ao vídeo “5 etapas para trabalhar autoconhecimento: Bus- cando feedbacks para você praticar e obter sucesso em seus objetivos”. Disponível em: <https://youtu.be/2j1TaLqZ-38>. Acesso em: 11 out. 2019. Na Técnica Dar e Receber Feedback, seguem algumas dicas importantes: Tamer (2015) afirma que é importante que o feedback seja dado em todas as direções: do gestor para o colaborador, do colaborador para o gestor, entre os colaboradores e entre os gestores. Enfim, entre pessoas, familia res, amigos etc. Outro detalhe que Tamer (2015) enfatiza e que precisamos considerar é que o feedback tem a intenção de corrigir o comportamento, mas deve manter a integridade da pessoa e ser um ato de generosidade, amor e res peito. Devemos ter muito cuidado com o outro. O feedback tem o objetivo de proteger e preservar o relacionamento. O autor relaciona sete dicas para o exercício eficaz dessa ferramenta: 1 – Propósito Claro Positivo ou negativo, a intençãodo feedback precisa focar na correção do comportamento e na proteção do relacionamento. O objetivo é o benefício de quem está recebendo o feedback, ele não pode ser utilizado como instrumento para desqualificar o outro. 2 – Empatia Saber se colocar no lugar do outro, ter uma escuta atenta ao seu ponto de vista e à sua experiência, entender o que se passa com 9 UNIDADE 2 LIDERANÇA DE PESSOAS o outro o mais próximo possível de seu referencial para ajudálo a se desenvolver e melhorar. Esse item é condição fundamental para oferecer feedback. 3 – Foco O feedback deve ser direto para quem se destina bem como obje tivo e focado no tema a ser desenvolvido, sem expor ninguém. 4 – Evidências O feedback deve ser baseado em evidências – no que é obser vável e no que realmente aconteceu e o que pode ser verificado. Não cabe interpretações e distorções. A linguagem deve ser apro priada ao narrar os fatos, sem julgamentos implícitos. 5 – Contextualização O melhor momento do feedback é próximo à ocorrência da situa ção, no momento em que as coisas acontecem. 6 – Objetividade É importante ressaltar que o feedback não é sobre a pessoa e sim o comportamento que ela apresenta. Você pode iniciar falando dos aspectos positivos e depois trazer os aspectos negativos do comportamento (técnica do sanduíche). O importante é ser claro e objetivo, com foco no comportamento a ser modificado, e apresen tar um plano de ação para alcançar tal meta. 7 – Verificação O feedback é uma ferramenta de aprendizado, de gestão e uma técnica de comunicação e isso significa que os envolvidos precisam estar comprometidos com o plano de melhoria e desenvolvimento. É importante também estar atento ao ambiente e ao tom de voz para ser de segurança. O líder/gestor precisa adaptar suas atitudes e seu compor tamento às emoções da pessoa que está recebendo o feedback. É preciso ter cuidado com a forma de falar e conteúdo. Tudo é importante. O feedback não é punitivo. Ele precisa ser específico e acontecer na hora certa. As reações ao feedback podem ser positivas ou negativas e o gestor deve rá ter o manejo dessas emoções. Por isso, o plano de ação é importante. Entretanto, é fundamental aplicar a técnica do feedback, pois normalmente determina a qualidade e a efetividade da informação. 10 UNIDADE 2 LIDERANÇA DE PESSOAS Saiba mais Para ampliar ainda mais os conhecimentos sobre as características de um bom feedback assista ao vídeo “Características de um bom feedback”. Trata-se de uma entrevista interes- sante, a qual ampliará sua visão sobre o assunto. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=mrqaQHXIiwg&t=265s>. Acesso em: 12 out. 2019. No feedback, trabalhamos sobre acontecimentos e comportamentos do passado que se refletem no presente, ou seja, ele é reflexivo. Agora, veremos outra ferramenta de gestão essencial, o feedforward, que traba lha com o foco no futuro. Vamos a ela! FEEDFORWARD – ORIENTAÇÃO PARA O RESULTADO O conceito de Feedforward foi encontrado na obra de DM Mackay, em 1956, e fazia referência, principalmente, aos sistemas de prontidão no organismo humano e animal (sistemas biológicos). Há também estudos com esse con ceito na área de modelos matemáticos e robótica. Posteriormente, a partir da obra do Dr. Marshall Goldsmith (1996), tal termo passou a ser utilizado em Gestão e sua metodologia foi desenvolvida. Na verdade, podese utilizar inclusive o feedforward ao final do feedback como parte do Plano de Ação, com foco nas competências e habilidade a serem desenvolvidas para alcançar as metas ali estipuladas. Afinal, o que é o feedforward? Vamos a ele! Para as ciências cognitivas, é uma ferramenta de aprendizagem que se utiliza da visão do objetivo a ser alcançado para mobilizar as energias psicológicas e mentais do indivíduo em direção às metas a serem alcançadas: o desenvol vimento de determinadas competências e habilidades (potencialidades). O Feedforward é capaz de levar a pessoa a visualizar o que gostaria de ser e fazer, ativando circuitos neurais do sistema nervoso parassimpático e a liberação de hormônios que provocam a sensação de bemestar (como a serotonina e a ocitocina). A partir do efeito desses hormônios, as pessoas se tornam mais otimistas, motivadas, criativas e abertas a novas aprendizagens. 11 UNIDADE 2 LIDERANÇA DE PESSOAS Atualmente, ele é utilizado como uma ferramenta de coaching de equipe e pode ser definido como uma forma de fornecer ideias e orientações para o profissional visando o aperfeiçoamento de competências. Segundo o próprio Goldsmith (1996), as pessoas gostam de receber feedforward pelas seguintes razões: 1. O feedforward ajuda a visualizar um futuro positivo e o que fazer para chegar nele. 2. É centrado na solução dos problemas e no aprimoramento das competências. 3. As pessoas gostam de receber sugestões que contribuam para alcançar suas metas. 4. O foco é nas mudanças positivas para o futuro. De acordo com Ribeiro (2014), devese levar em conta o presente e a positividade e trabalhar com foco no futuro. Nesse processo, é muito importante identificar as potencialidades que devem ser desenvolvidas. O foco é no resultado e nos passos para chegar lá! Saiba mais O feedforward e o feedback são ferramentas complementares! Assista ao vídeo “Você sabe a diferença entre “Feedback e Feedforward?” e observe como utilizá-las em conjun- to! É uma visão rápida e comparativa dos dois métodos. Aproveite! Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=nhVlqpjpq5w>. Acesso em: 12 out. 2019. RESUMO DA UNIDADE 2 Nessa Unidade, compreendemos que a comunicação é um processo complexo e imprescindível para a organização e como ela influencia na performance do colaborador. Conhecemos os tipos de comunicação verbal e não verbal e as técni cas de feedback e feedforward e seus impactos para uma comunicação eficaz além de como isso afeta no desenvolvimento do indivíduo e no desempenho organizacional. Aprendemos que o trabalho com a comunicação é fundamental para gerar resultados positivos. LIDERANÇA DE PESSOAS 1 UNIDADE 3 ■ Compreender o conceito de Motivação ■ Conhecer a Teoria da Motivação de Abraham Maslow Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS DESTA UNIDADE O QUE É MOTIVAÇÃO? TEORIAS MOTIVACIONAIS A PIRÂMIDE DA HIERARQUIA DAS NECESSIDADES DE ABRAHAM MASLOW TEORIA DOS NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA DE RICHARD BARRETT MOTIVAÇÃO E DESEMPENHO NAS ORGANIZAÇÕES RESUMO 03 ■ Conhecer a Teoria dos Níveis da Consciência Humana de Richard Barrett ■ Compreender Motivação e Desempenho nas organizações MOTIVAÇÃO LIDERANÇA DE PESSOAS 2 UNIDADE 3 Esta unidade se propõe a apresentar o conceito de Motivação e a teoria da Motivação de Abraham Maslow (1943), com sua Pirâmide da Hierarquia das Necessidades, e a Teoria de Richard Barrett (2014), sobre os Níveis de Cons ciência Humana (baseado na Pirâmide da Hierarquia das Necessidades de Maslow) e os valores, correlacionandoos com a motivação. Compreende remos, a partir do exposto aqui, que é fundamental perceber muito o que está por trás dos comportamentos. Hoje, sabemos que o comportamento é complexo. Muitos fatores influenciam o comportamento, mas com cer teza, por trás de toda a ação das pessoas há um motivo, uma motivação. Esse motivo, esse movimento para ação é totalmente ligado à satisfação de necessidades conforme o repertório de cada pessoa. Além disso, todos somos movidos por nossos valores, por aquilo que julgamos ser verdadei ramente importante lutarmos ou vivenciarmos em nossas vidas, ou seja, a motivação é permeada por nossos valores. Giuliani (2016) afirma que por trás da motivação há uma série de valores que orientam a conduta das pessoas. Pensando nisso, buscaremos entender os vários fatores pessoais, sociais e coletivos os quais influenciam na criação desses valores e interferem na motivação,modificando o comportamento das pessoas. Vamos a eles! CONCEITO DE MOTIVAÇÃO O QUE É MOTIVAÇÃO? A motivação sempre foi um tema muito estudado pela Psicologia com a finalidade de entender o que leva as pessoas a se comportarem de deter minada maneira. A motivação é essencial para o desenvolvimento e a ação dos seres humanos. Sem a motivação o homem não desenvolve tarefas, 3 UNIDADE 3 LIDERANÇA DE PESSOAS não tem foco no futuro, não procura novos caminhos para se autodesen volver e não se envolve em novos projetos. A motivação funciona como uma fonte de energia propulsora. Motivação, portanto, é o Motivo para a ação. O motivo é um alvo, o que impulsiona o agir. Segundo Giuliani (2016), o que leva as pessoas a agirem é a satisfação das necessidades de cada um. Logo, a motivação está ligada à satisfação das necessidades. O sentido que as pessoas dão a cada objetivo motivacional depende de sua escala de valores. Por isso, a motivação se relaciona com os valores de cada indivíduo. E na hierarquia de valores individuais, há aspectos de aprendizagem social individual e coletivo. Giuliani afirma que a satisfação das necessidades só se torna possível alinhada com os valores. Sendo assim, podemos afirmar que o comporta mento é fruto da busca da satisfação das necessidades de acordo com a hierarquia de valores de cada indivíduo. TEORIAS MOTIVACIONAIS Alguns autores dividem a motivação em dois tipos básicos: Motivação Intrínseca Depende do próprio indivíduo e está relacionada ao que a pessoa tem como prioridade. É ligada aos valores e desejos das pessoas, às recompensas psicológicas tais como reconhecimento, respeito, pertencimento e status. Motivação Extrínseca Se relaciona aos aspectos ambientais. Ela é fundamental no mundo corporativo, pois estimula o colaborador a se engajar nos objetivos organizacionais. É baseada em recompensas tais como salário, benefícios, bônus variados, promoções, premiações, entre outras. Existem várias teorias sobre Motivação, contudo, falaremos de duas impor tantes teorias – a de Abraham Maslow que criou a Pirâmide da Hierarquia das Necessidades e a de Richard Barrett que ampliou esse conceito, agora na atualidade, com a Teoria dos 7 Níveis de Consciência. 4 UNIDADE 3 LIDERANÇA DE PESSOAS No campo da motivação, o autoconhecimento é muito importante. Só assim, é possível aumentar a capacidade de automotivação a partir do entendimento do que pode impulsionar determinados comportamentos. É essencial também descobrir sua hierarquia de valores e ter consciência do que se pensa e pratica. PIRÂMIDE DA HIERARQUIA DAS NECESSIDADES DE ABRAHAM MASLOW (1943) Abraham Maslow (1943) compreendeu, a partir de seus estudos, no iní cio do século XX, que as necessidades do indivíduo é fator determinante de seu comportamento. Ele então categorizou essas necessidades dentro de uma estrutura hierárquica, formando a Pirâmide de Necessidades que conheceremos abaixo: Disponível em: <https://www.sbcoaching.com.br/blog/piramide-de-maslow/>. Acesso em: 12 out. 2019. 5 UNIDADE 3 LIDERANÇA DE PESSOAS Logo após a criação da pirâmide, Maslow ainda identificou três outras necessidades: Necessidade Cognitivas ou de Aprendizado A pessoa tem desejo de aprender, se desenvolver e conhecer o mundo em seu entorno. Necessidade de Estética Busca da perfeição, da simetria e beleza. Necessidade de Transcendência Ligada à fé, espiritualidade, conexão com a vida e a natureza, ela boração e aceitação da morte e, com ela, a finitude. Na teoria de Maslow, podemos destacar ainda que: ■ Uma etapa deve ser satisfeita, mesmo que parcialmente, para que o indivíduo passe à etapa seguinte. ■ Como estão sempre surgindo novos objetivos, a Etapa de Realiza ção Pessoal nunca é totalmente satisfeita. ■ As necessidades da base, as fisiológicas, são comuns a todos os humanos e as mais fáceis de serem saciadas. ■ Os sintomas como ansiedade, medo, frustrações podem ser vivi dos como impedimentos à satisfação dessas necessidades. Na Teoria de Maslow, a hierarquia das necessidades explica a motivação uma vez que esta é a união da vontade com os comportamentos necessá rios para satisfazer às necessidades. E para que serve a Pirâmide de Maslow? Ela auxilia no autoconhecimento, saber como estamos nos desenvolvendo nos diferentes níveis e aonde queremos chegar. Auxilia também a empresa a elaborar programas ou projetos de motivação, com diferentes níveis de foco para aumentar o engajamento das equipes por meio de uma comunicação direcionada e eficaz. TEORIA DOS NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA DE RICHARD BARRETT (2014) Richard Barrett toma como inspiração a pirâmide da hierarquia das neces sidades de Maslow, mas vai além, pois trabalha cada nível como uma consciência que gera motivações e comportamentos do eu no mundo. À 6 UNIDADE 3 LIDERANÇA DE PESSOAS medida que o indivíduo avança nos níveis de consciência, gera um tipo de engajamento. O quarto nível é da transformação do nível pessoal para o nível mais abrangente – o nível da libertação do medo. No ápice da pirâ mide, vemos níveis mais existenciais e mais coletivos sendo trabalhados. Segundo alguns autores, tal tipo de abordagem é uma visão de futuro. Hoje, as pessoas se motivam por vários fatores, inclusive, por causas cole tivas e por questões existenciais como a questão do meio ambiente, a diversidade, o compromisso social, a cura de doenças graves etc. Observe a pirâmide de Barrett e suas implicações com a consciência humana e a motivação, e veja como isso impacta as organizações. 7 NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA HUMANA Fonte: Relatório de Tendências, 2019/2020 Descola. 7 UNIDADE 3 LIDERANÇA DE PESSOAS Disponível em: <https://alluredh.wordpress.com/2013/08/19/ cultura-organizacional-como-medi-la/>. Acesso em: 12 out. 2019. Esse tipo de pensamento implica o direcionamento das empresas rumo à sustentabilidade e busca de projetos mais engajados com a situação exis tencial como um todo. Pensar globalmente sem perder o ponto de vista local já faz parte da visão motivacional do indivíduo em várias esferas da dinâmica organizacional. Um exemplo disso é a motivação que um profes sor pode ter em trabalhar numa empresa com um Modelo de Negócios em que o lema pode ser “Educação Inclusiva”, que engloba metodologias e técnicas e uma educação diversificada para vários públicos. Esse é apenas um dos exemplos. Mais adiante, apresentaremos o exemplo da Tesla, uma empresa que nas ce com o objetivo do modelo de produção de energia limpa e, como isso, impacta seus funcionários com motivação de levar à frente esse propósito. Saiba mais Com a finalidade de sedimen- tar e ampliar seus conhecimen- tos sobre as ideias de Richard Barrett assista ao vídeo The New Context for Business: Part 1 with Richard Barrett e confira! Disponível em: <https://www. youtube.com/watch?v=y- wiHLColeB0>. Acesso em: 12 out. 2019. 8 UNIDADE 3 LIDERANÇA DE PESSOAS Fique Ligado A empresa Automobilística Tesla desde sua fundação, em 2003, vem apostando num modelo de negócios totalmente voltado para a sustentabilidade e energia limpa. Ela nasce não somente para criar novos produtos, mas uma nova concepção de vida, de consumo. Para entender melhor esse modelo como inspiração das motivações de hoje para o futuro, acesse o site Tecmundo, assista ao vídeo e leia o artigo sobre o tema. Disponível em: <https://www.tecmundo.com.br/mobilidade-urbana-smart-cities/ 122589-historia-tesla-empresa-revolucionou-transporte-video.htm>. Acesso em: 12 out. 2019. MOTIVAÇÃO E DESEMPENHO NAS ORGANIZAÇÕES De acordo com Giuliani (2016), para as empresas permanecerem compe titivas no mercado, elas devem estar atentas ao tipo de motivação que influencia seus colaboradores. Não adianta a empresa investir somente em benefícios, é necessário entender como os colaboradores são moti vados – qual sua hierarquia de valorese o que pode realmente alavancar seu desempenho. Programas muito massificados nem sempre levam aos resultados esperados. O importante é conhecer quais são os fatores que deixam as pessoas, de fato, felizes e motivadas. RESUMO DA UNIDADE 3 Aprendemos, nessa Unidade, o conceito de motivação e sua relação com os valores e como esses geram o comportamento. Vimos também a Teoria Motivacional da Pirâmide da Hierarquia das Necessidades de Abraham Maslow, que elenca os níveis de necessidades humanas e busca a satisfação destas, em seus diversos níveis em que o homem se motiva à ação. Aprendemos também que conhecer essas necessidades é importante para as organizações conhecerem melhor o colaborador e elaborarem programas motivacionais. 9 UNIDADE 3 LIDERANÇA DE PESSOAS Vimos, numa perspectiva mais moderna, que, Richard Barrett, inspirado na Pirâmide da Hierarquia das Necessidades de Maslow, criou os Sete Níveis da Consciência, trazendo uma reflexão mais ampla sobre a moti vação numa visão de mundo ampliada, globalizada, em que temas como sustentabilidade e questionamentos existenciais se colocam na pauta das pessoas como necessidades reais. Tais necessidades permeiam o dia a dia e que devem ser consideradas pelas empresas em seus modelos de negócios e também em seus modelos de desenvolvimento de pessoas e programas motivacionais. Sabemos que o mundo está em constante mudança bem como os valores estão também em movimento dinâmico, por isso, os modelos motivacio nais sofrerão modificações e ajustes de acordo com as novas demandas do contexto sociocultural. As empresas para gerar resultados com seus programas motivacionais precisam conhecer seus colaboradores e alinhar seus programas com aquilo que os fazem felizes e os deixam motivados. LIDERANÇA DE PESSOAS 1 UNIDADE 4 ■ Conhecer o conceito de Liderança ■ Compreender os Estilos de Liderança ■ Diferenciar Líder x Chefe Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS DESTA UNIDADE O QUE É SER LÍDER? ESTILOS DE LIDERANÇA LÍDER X CHEFE CARACTERÍSTICAS E COMPETÊNCIAS DO LÍDER LÍDER COACH RESUMO 04 ■ Conhecer as características e competências do Líder ■ Compreender Líder Coach LIDERANÇA LIDERANÇA DE PESSOAS 2 UNIDADE 4 Esta unidade se dedica ao desafio de apresentar o conceito de Liderança e discutir as diferenças entre líder e chefe. Também definiremos as carac terísticas do líder e suas competências mais importantes na atualidade. O tema é bastante vasto e complexo. Nosso objetivo é falar sobre o líder coach e suas especificidades. Hoje, sabemos que liderança é fundamental para o desempenho das organizações, das pessoas e das equipes. Esse é, sem dúvida, um tema central na Gestão de Pessoas. O QUE É SER LÍDER? Você tem essa resposta? Imagina algumas características? Seriam as pes soas com carisma? Com poder pessoal? O que fazem os líderes? Se você fosse definir um líder, como faria? Pensando em todas essas questões, podemos dizer que a capacidade de liderança, em termos bem gerais, é a capacidade de influenciar pes soas a alcançar os objetivos organizacionais. Parece frase feita, parece fácil, mas não é. Liderança é um conceito complexo e em evolução. Porém, já temos algu mas definições pacificadas. Sichmann, R. (2011) afirma que: “Liderança é o processo de conduzir um grupo de pes- soas, transformando-o numa equipe que gera resultados. É a habilidade de motivar e influenciar os liderados, de for- ma ética e positiva, para que contribuam voluntariamente e com entusiasmo para alcançarem os objetivos da equipe e da organização”. 3 UNIDADE 4 LIDERANÇA DE PESSOAS Golemann (2000) acredita que o trabalho fundamental dos líderes é alcan çar os resultados e que para isso eles devem definir estratégia, motivar, definir uma missão e criar uma cultura. Portanto, sob esse ponto de vista, a Organização tem sua performance totalmente dependente do trabalho dos líderes. Daniel Golemann (2015) aprofunda a discussão e afirma que “o humor e o comportamento do líder afetam as pessoas a sua volta e se disseminam por toda a empresa.” Por isso, é muito importante o líder trabalhar o autoconhecimento e os valores, porque ele cria cultura! Vamos agora, percorrer os estilos de liderança e entender como os líderes lidam com seus liderados. Vamos lá! ESTILOS DE LIDERANÇA Autoritário Autocrático – o líder é o centro do poder. Participativo Democrático – inclui a equipe nas decisões. Deliberativo Laissez-faire – deixa a equipe tomar as decisões. Situacional Apoio motivacional sem ênfase na tarefa. Líderes situacionais delegam de forma diferenciada. De acordo com a exigência das situações, eles delegam as tarefas de acordo com as necessida des e demandas contingenciais. Transacional A liderança está mais voltada para o cumprimento das metas de acordo com as regras. O gestor não se preocupa muito em enten der as motivações da equipe, atua mais como um supervisor e como chefe, utilizando mais estratégias de recompensa e punição. Transformacional Possui foco na mudança. Entende que a mudança das pessoas e da empresa é a forma mais adequada de se alcançar êxito. Nesta categoria, o gestor estimula a alta performance de seu time, com foco na influência, inspiração e motivação. 4 UNIDADE 4 LIDERANÇA DE PESSOAS Liderança Ressonante É quando o líder segue o caminho emocional positivo sintonizado com a equipe. Nesse sentido, podemos ter os líderes conselheiros, visionários, democráticos, entre outros. Líder Coach É o líder que enfrenta o dia a dia como um processo de coaching. Enfatiza os objetivos e metas e incentiva os liderados a alcançá las. Falaremos melhor desse tipo de liderança mais à frente. “A qualidade da liderança, mais do que qualquer outro fator, determina o sucesso ou fracasso de uma organi- zação.” Fildler, F. & Chemers, M. (2006) LÍDER x CHEFE Para Giuliani (2016), os líderes são aqueles que transformam um grupo de pessoas em equipes motivadas com foco no resultado para alcançar obje tivos únicos na organização. E chefe, é sinônimo de líder ou há diferença? Segundo Perkins (2006) as diferenças entre chefes e líderes se apresen tam da seguinte maneira: LÍDER CHEFE Trabalha com foco na mudança Busca estabilidade Cria cultura Aprova cultura Define direção Trabalha em prol dos objetivos Tem paixão Planeja os detalhes Transforma Controla Quebra regras Supervisiona É visionário Faz as regras Corre riscos Minimiza riscos Usa o conflito Evita o conflito Portanto, podemos afirmar que as competências são diferentes assim como as características. Vamos então, às características e competências do Líder! 5 UNIDADE 4 LIDERANÇA DE PESSOAS CARACTERÍSTICAS E COMPETÊNCIAS DO LÍDER De acordo com Perkins (2006), atualmente, os líderes precisam ser: ■ Participativos: compartilhar informações e decisões. ■ Saber trabalhar com os sistemas abertos colaborativos: onde o foco é a concentração nas equipes de trabalho, a coordenação é ao nível do trabalho e pode ocorrer trabalhos individuais independentes. ■ Liderar equipes. ■ Estar bem embasado em valores. ■ Possuir conhecimento focado nos objetivos a serem alcançados. ■ Saber trabalhar com escritórios virtuais e modalidades de traba lhos globais diversos, com equipes virtuais e disseminadas em várias partes do mundo. ■ Saber lidar com universos multiculturais, multivalorados e permeado por diversas gerações. Saber lidar com a diversidade é fundamental. ■ Ser transformador. ■ Ser Empático: Diante desse contexto não podemos deixar de citar a empatia, que é a capacidade de se colocar no lugar do outro, adotando suas perspectivas e compreendendo seus sentimentos. Hoje, já sabemos que a Empatia é uma competência sistêmica e que serve como base para outras competências tais como criatividade, inovação, fle xibilidade e capacidade de comunicação assertiva. Além dessas característicase competências, os líderes também devem, segundo Giuliani: ■ Desenvolver suas habilidades interpessoais. ■ Inspirar a equipe para alcançar a visão. ■ Comunicarse de forma eficaz. ■ Ser um bom gestor de pessoas. Para ser um líder, é importante trabalhar a inteligência emocional e as com petências sociais. Um detalhe importante que não podemos esquecer diz respeito a como o desempenho dos líderes também está sistemicamente relacionado ao de seus liderados. Um líder não está sozinho, mas sempre conectado com sua equipe! 6 UNIDADE 4 LIDERANÇA DE PESSOAS LÍDER COACH É o profissional que lidera, utilizando as técnicas e ferramentas de coa- ching com a finalidade de desenvolver equipes de alta performance. Uma de suas características marcantes é a inspiração, ele inspira os liderados a superar desafios e desenvolver habilidades e competências para alcançar as metas estabelecidas. O líder coach trabalha com foco no futuro, com o plano de ação e os objetivos a serem alcançados, ou seja, nos resultados individuais e cole tivos, e sabe que ambos devem estar articulados para que a equipe alcance alta performance. Ele lidera por meio do exemplo, costuma tomar decisões rápidas, toma iniciativa e tem criatividade. Está sempre pronto para dar suporte aos seus liderados e deve ter alta performance em inteligência emocional. O líder coach precisa saber lidar com as diferenças e ter bem desenvolvi das as técnicas de dar e receber feedback e feedforward. Por fim, ele tem a missão de promover um clima de confiança em sua equi pe, tão necessário ao alto desempenho, e também estar capacitado para preparar seu sucessor. Ele é um líder que prepara líderes. Saiba mais Para saber mais sobre o Líder Coach assista ao vídeo “Você quer se tornar um líder coach?” e veja dicas importantes para você entender melhor esse contexto: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=51DYvJ4U9gw>. Acesso em: 12 out. 2019 RESUMO DA UNIDADE 4 Aprendemos, nessa Unidade, o conceito de Liderança e seus estilos. Cada estilo de liderança requer competências técnicas e emocionais diferentes e influencia, de forma diversa, os liderados. Também compreendemos as diferenças entre líder e chefe e podemos obser var como essas diferenças podem impactar o desempenho das organizações. 7 UNIDADE 4 LIDERANÇA DE PESSOAS A liderança é fundamental para o sucesso das empresas e, em busca des se alto desempenho, estudamos as características e competências dos líderes e aprofundamos nas diferenças e competências do Líder Coach, descobrindo quais os diferenciais que ele pode trazer na formação, manu tenção e desenvolvimento de equipes de alto desempenho. LIDERANÇA DE PESSOAS 1 UNIDADE 5 ■ Conhecer a definição de Conflitos ■ Compreender os tipos de Conflitos Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS DESTA UNIDADE DEFINIÇÃO DE CONFLITOS TIPOS DE CONFLITOS FATORES CAUSADORES DE CONFLITOS NA ORGANIZAÇÃO GESTÃO DE CONFLITOS RESUMO 05 ■ Conhecer os fatores causadores de conflitos na organização ■ Entender o papel da gestão de conflitos GESTÃO de CONFLITOS LIDERANÇA DE PESSOAS 2 UNIDADE 5 Esta unidade pretende abordar o tema Gestão de Conflitos, um assunto amplo e de extrema importância para as organizações. O conflito é dife rente da oposição e está presente nas organizações nos tempos atuais. Podemos afirmar ainda que, em muitos casos, eles são necessários, mas é fundamental que possam ser geridos antes de causarem a destruição de valores e provocar danos para as organizações e pessoas. A definição de conflito, como veremos mais a frente, é muito mais do que um desacordo, é necessariamente uma interferência de uma das partes envolvidas que impede a outra parte de alcançar os objetivos. O conflito pode afetar o clima organizacional e o desempenho das equipes. Vamos estudar como ocorre a Gestão de Conflitos? Para isso, primeiro, definiremos o termo conflito. Então, vamos lá! DEFINIÇÃO DE CONFLITOS Conflito é uma palavra derivada do latim conflictus, que significa guerra, luta. Portanto, ao nível organizacional é considerado uma discussão (que inclui ameaças), uma luta, um impasse que afeta o relacionamento inter pessoal dos envolvidos. O conflito é um impasse, uma divergência, um estado antagônico de ideias, de opiniões opostas. (BERG, 2012) Os conflitos fazem parte da natureza humana, em todo lugar há conflitos e eles podem ter sua origem nas diferenças de personalidade, interesses ou valores. Nem todo conflito é totalmente negativo e, se bem gerido, pode se tornar uma força de mudança na organização. Mas isso não é uma tarefa fácil. 3 UNIDADE 5 LIDERANÇA DE PESSOAS De fato, o gestor deve administrar as oposições e diferenças à medida que vão aparecendo antes que se tornem um conflito. E cabe também ao gestor, segundo Burbridge & Burbridge (2012), identificar os conflitos pro dutivos e os contraprodutivos e gerenciálos. TIPOS DE CONFLITO Os autores divergem muito na tipologia dos Conflitos. Chiavenato (2004) afirma que há vários tipos de conflitos. Já para Burbridge e Burbridge (2012) existem apenas dois tipos de conflitos: o interno e o externo. Neste estudo, optamos por explicar alguns tipos de conflitos para ilustrar melhor a temática. Veja: Conflito Pessoal A pessoa está passando por um momento de crise pessoal e se comunica mal na empresa e isso cria atritos com os colegas no exercício de sua função. Conflito Interpessoal É aquele que ocorre entre indivíduos do mesmo departamento ou de setores diferentes. Muitas vezes, os conflitos podem ser causa dos por processos organizacionais, mas, normalmente, os atritos e as desavenças são de origem interpessoal, o que os torna mais difíceis de lidar. Cada um lida com a situação de uma maneira e reage também de seu modo. Conflito Interno É o que ocorre nas unidades de negócios ou departamentos, mas a origem é o conflito interpessoal (entre as pessoas). Os autores acreditam que este conflito é muito complexo. Muitas vezes, as partes conflitantes são do mesmo departamento e dimensionar os custos envolvidos nesses conflitos é uma missão bem difícil. Conflito Externo De fácil identificação, é o conflito da empresa com outra organização, com o governo, com clientes etc., mas é necessário gerenciar as emo ções envolvidas para resolver o conflito da melhor forma possível. Conflito Percebido Quando as partes percebem que o conflito existe e podem dimen sionar suas consequências. 4 UNIDADE 5 LIDERANÇA DE PESSOAS Conflito Experienciado Quando provoca raiva, medo, indignação, descredito e hostilidade entre as partes, mas não é declarado. Ele existe, mina a relação, contudo não é permitido que seja trabalhado. É considerado um conflito velado. Conflito Manifestado Conflito aberto, quando é expresso por meio da interferência ativa ou passiva de uma das partes. Esse pode ser trabalhado e ir rumo à solução. FATORES CAUSADORES DE CONFLITOS NA ORGANIZAÇÃO Devemos ter em mente que o conflito é da natureza humana, portanto, ine vitável e presente na organização. Mas há fatores que podem potencializar a ocorrência de conflitos tais como: ■ Mudanças repentinas na empresa ou nos processos. ■ Prazos muito difíceis de serem cumpridos. ■ Objetivos e metas mal elaborados e por vezes divergentes. ■ Indisponibilidade ou má distribuição dos recursos. ■ Falha na comunicação causando mal entendidos, má interpretação etc. ■ Falta de informação. ■ Equívocos sucessivos da empresa ou da gestão entre sua postura e a cultura e políticas da organização, causando uma imagem sem pre equivocada para o colaborador. ■ Imposição intempestiva de novas regras e restrições. ■ Implementação inesperada de novos procedimentos. ■ Lideranças tóxicas. ■ Abuso de poder. ■ Estresse constante. ■ Ambiente de incerteza. ■ Falta de alinhamento entre os processos. 5 UNIDADE5 LIDERANÇA DE PESSOAS Chiavenato (2004) defende a ideia de que há organizações que possuem certas condições administrativas capazes de criar condições, percepções entre pessoas e grupos predispondo a criação de ambientes conflituosos. GESTÃO DE CONFLITOS É importante ressaltar que a Gestão de Conflitos não é atribuição exclusiva do RH, também devem participar o gestor e as pessoas envolvidas. Como forma de prevenção, é importante sempre haver treinamento e programa de conscientização sobre como manter o clima organizacional saudável. Podese, inclusive, envolver o a área de Marketing, num trabalho de endomarketing (ação entre o RH e o Marketing da empresa com o obje tivo motivacional) para melhorar o clima organizacional. De uma forma objetiva, o importante na hora de lidar com os conflitos na organização é: Apurar A primeira etapa para a gestão de conflitos é levantar os dados sobre o evento. Os acontecimentos, os envolvidos, as motivações, a natureza e a origem do conflito. É importante, nessa fase, conversar com cada pessoa envolvida, ouvir cada versão dos acontecimentos. Nesse sentido, é funda mental ter a escuta empática e a observação atenta para perceber as variáveis da situação de cada uma das pessoas. Busque identi ficar as necessidades por trás das críticas. Depois dessa coleta inicial de dados, é necessário analisálos, bus cando ruídos na comunicação, malentendidos e a compreensão do que possa estar acontecendo entre as partes. Negociar Envolve várias etapas e alguns autores como Keneth Thomas e Ralph Kilmann (1999, APUD Berg, 2012) propuseram 05 formas de negociar conflitos que vocês podem ver online em: <https:// www.agendor.com.br/blog/a-arte-da-negociacao/>. É importante verificar que na negociação, há a mediação pelo ges tor de conflitos e o diálogo é para esclarecer as percepções de todas as partes envolvidas, levando à compreensão das necessi dades de cada uma. 6 UNIDADE 5 LIDERANÇA DE PESSOAS Resolver É quando o processo já chegou a um tipo de maturidade que o mediador pode orientar o encaminhamento de propostas com vistas a soluções colaborativas entre as partes, considerando as deman das já elencadas, anteriormente. Nesse momento, deve ficar claro o que cada parte abre mão em prol da solução e quais são os comprometimentos de cada uma com os novos itens acordados. A clareza desse momento é fundamental para evitar desavenças futuras sobre o mesmo tema. Acompanhar Após a mediação, colocase em prática o acordo. Entretanto, é indispensável que todo o processo ainda seja acompanhado pelo gestor de conflitos, o qual precisa monitorar os desdobramentos, verificar os pontos positivos e negativos do conflito e observar se o acordo está sendo cumprido. Muitas situações de conflito são resolvidas entre as pessoas com o gestor de conflitos e outras pre cisam da intervenção da empresa. Todos esses desdobramentos devem ser acompanhados e monitorados pelo Gestor de Conflitos. Importante lembrar que os conflitos não resolvidos sempre geram impac tos negativos na organização e geram baixa produtividade. A Gestão de Conflitos é fundamental para a construção, manutenção e gestão de equipes de alto desempenho. RESUMO DA UNIDADE 5 Nessa Unidade, tratamos do conceito de conflito e de sua tipologia, item essencial para despertar a atenção dos líderes, a fim de que possam iden tificar com que tipo de conflitos está lidando nas organizações e, muitas vezes, fora dela. Além disso, abordamos os fatores causadores de conflitos, os quais envol vem aspectos individuais e institucionais. Compreendemos também que a Gestão de Conflitos é um tema complexo e imprescindível na Gestão de Equipes de Alta Performance porque dela depende a saúde do clima organizacional tão necessário ao bom desem penho das equipes. Saiba mais Assista ao vídeo Tipos de Conflitos para aprofundar o assunto. Disponível em: <https:// www.youtube.com/ watch?v=PuPQI-OAtgM>. Acesso em: 13 out. 2019. 7 UNIDADE 5 LIDERANÇA DE PESSOAS Para uma boa Gestão de Conflitos sabemos que é indispensável apurar os fatos e as necessidades dos envolvidos assim como sua interpretação e visão de mundo. Em seguida, é preciso utilizar estratégias de negociação de acordo com cada caso para se chegar a propor uma negociação. Após a solução do conflito, é muito importante o acompanhamento pelo Gestor de Conflitos, para que ele possa verificar os desdobramentos do conflito em outras esferas organizacionais. 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LIDERANÇA DE PESSOAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARRETT, R. Coaching evolutivo. Uma abordagem centrada em valo- res para liberar o potencial humano. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2014. BERG, E. Administração de conflitos: abordagens práticas para o dia a dia. 1. ed. Curitiba: Juruá, 2012. BURBRIDGE, R.; BURBRIDGE, A. Gestão de conflitos: desafios do mundo corporativo. São Paulo: Saraiva, 2012. CHAVES, N. D. Esculpindo líderes de equipes. 4. ed. Belo Horizonte: Fal coni, 2013. CHIAVENATO, I. Administração nos Novos Tempos: os novos horizontes em Administração. Barueri: Manole, 2014. _____________. Introdução à Teoria Geral da Administração. Rio de Janeiro: Campus, 1999. _____________. Gestão de pessoas: e o novo papel dos recursos humanos na organização. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. COUTINHO, L. et al., Pessoas: principal fonte de vantagem competitiva organizacional. Disponível em: <https://gruporh.blogspot.com/2010/11/ artigo-pessoas-principal-fonte-de.html>. Acesso em: 05 jun. 2019. GIULIANI, T. Gestão de Pessoas e Equipes. EBook. Rio de Janeiro: ENS, 2016. GOLEMANN, D. Liderança: a inteligência emocional na formação do líder de sucesso. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015. MARQUES, J. R. O que são sistemas representacionais? Disponível em: <https://www.ibccoaching.com.br/portal/o-que-sao-sistemas-repre- sentacionais/>. Acesso em: 11 out. 2019. MATOS, G. G. De. Comunicação empresarial sem complicação: como facilitar a comunicação na empresa, pela via da cultura e do diálogo. 2. ed. rev. e amp. Barueri, SP: Manole, 2009. PAULILLO, G. As 05 Técnicas da Arte de Negociação que você precisa conhecer. 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