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FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 1 Manual de Procedimentos de Antropometria (ISAK, 2011) Nota: esta tradução não substitui a publicação original Pontos antropométricos de referência Os pontos de referência antropométricos são, na sua generalidade, saliências ósseas facilmente identificáveis por palpação (Fig. 1) ou locais determinados a partir da projecção desses pontos. O medidor deve detectar os pontos com os dedos polegar e indicador, tendo o cuidado de não puxar a pele, e marcá-los com lápis dermográfico ou com uma caneta de feltro fina, com um ponto ou um traço de 0,5 cm. Na palpação, deve-se manter um ângulo de 90° entre o dedo do medidor e a superfície da pele do indivíduo que está a ser medido. Os medidores devem conservar as unhas curtas. Após a marcação de cada ponto deve confirmar-se sempre a sua exactidão. Quando os pontos são determinados por medição, utilizando para o efeito uma fita métrica, a marcação deve ser feita por cima da fita estando esta correctamente colocada em relação ao eixo do segmento a medir. O medidor deve informar o indivíduo acerca dos pontos de referência e das medidas antropométricas que irá obter e deve sempre respeitar o espaço íntimo da pessoa que vai medir, quer quando marca os pontos de referência, quer no momento da medição. Figura 1: Localização anatómica dos pontos antropométricos. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 2 1. Ponto Acromiale® É o ponto mais superior do acrómio que fica no alinhamento da sua porção mais lateral (Fig. 2). Posição do indivíduo: deve permanecer na posição bípede com os membros relaxados e pendentes ao longo do tronco. Localização: o medidor deve colocar-se atrás e do lado direito do observado e percorrer a espinha da omoplata com os dedos, ou rolando uma caneta, até ao bordo mais externo e lateral do acrómio. Para ter a certeza que está na parte mais lateral e externa do acrómio deve sentir o dedo ou a caneta “cair”. Em seguida, mantendo o dedo nesta posição deve marcar horizontalmente a porção mais superior do acrómio que fica alinhada com o seu aspecto mais lateral. Figura 2: Ponto Acromiale® FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 3 2. Ponto Radiale® É o ponto mais proximal e lateral da cabeça do rádio (Fig. 3). Posição do indivíduo: deve permanecer na posição bípede com os membros relaxados e pendentes ao longo do tronco. Localização: o medidor deve percorrer com os dedos, de cima para baixo, a região lateral do cotovelo direito do observado até encontrar a linha articular entre o úmero e a cabeça do rádio. Deve então mover o polegar no sentido distal até à porção mais lateral e proximal da cabeça do rádio. A localização do ponto pode ser confirmada por uma ligeira rotação do antebraço que provoca a rotação da cabeça do rádio. Figura 3: Ponto Radiale®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 4 3. Ponto Mid-Acromiale-Radiale® Ponto situado a meia distância linear entre o ponto Acromiale® e o ponto Radiale® (Fig. 4) Posição do indivíduo: deve permanecer na posição bípede com os membros relaxados e pendentes ao longo do tronco. Localização: a melhor forma de obter este ponto é através da utilização de um compasso de barras ou de um segmómetro. Se utilizar uma fita métrica tenha cuidado em medir a distância perpendicular entre os dois pontos, mais do que seguir a curvatura do braço. Figura 4: Ponto Mid-Acromiale-Radiale®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 5 4. Ponto Subscapulare® Ponto mais abaixo do ângulo inferior da omoplata (Fig. 5) Posição do indivíduo: deve permanecer na posição bípede com os membros relaxados e pendentes ao longo do tronco. Localização: palpar o ângulo inferior da omoplata com o dedo polegar da mão esquerda (caso o medidor seja dextro). Se houver dificuldade em encontrar este ângulo podemos utilizar uma técnica para facilitação, pedindo ao observado para colocar a mão correspondente ao lado que estamos a medir na região lombar com a palma da mão virada para fora. O ângulo inferior da omoplata deve ser sentido continuamente ao mesmo tempo que o indivíduo volta a colocar a mão ao longo do corpo. Marcar o ponto mais baixo da omoplata com um ponto. Deverá ser efetuada uma verificação final deste ponto com o braço relaxado ao longo do corpo. Figura 5: Ponto Subscapulare®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 6 5. Ponto Iliocristale® É o ponto mais superior da crista ilíaca que se situa na intercepção da linha mid-axilar (Fig. 6) Posição do indivíduo: deve permanecer na posição bípede com o membro superior esquerdo pendente ao longo do tronco e o direito cruzado sobre o peito. Localização: a mão esquerda é utilizada para estabilizar o corpo do observado devendo estar colocada sobre a crista ilíaca esquerda. O medidor deve usar as palmas dos dedos da mão direita para localizar a porção mais superior da crista ilíaca. Depois de identificar o aspeto superior da crista ilíaca por palpação horizontal com as pontas dos dedos, marcar o ponto na zona que interseta a linha média-axilar, linha imaginária traçada entre o ponto médio da cavidade axilar e o ponto trocantérico. Figura 6: Ponto Iliocristale®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 7 6. Ponto Iliospinale® É o ponto mais inferior da crista ilíaca antero-superior (Fig. 7). Posição do indivíduo: deve permanecer na posição bípede com o membro superior direito em flexão sobre o tórax. Localização: palpar a parte superior do osso ilíaco e seguir o contorno da crista ilíaca antero-inferior até à espinha ilíaca antero-superior. A marcação deste ponto deve ser feita no bordo mais inferior do osso que se consegue palpar. Para facilitar a detecção do ponto, o observado deve levantar o calcanhar do pé direito e rodar o fémur para fora. Nota: Nas mulheres, este ponto é usualmente proporcionalmente mais baixo no tronco. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 8 Figura 7: Ponto Iliospinale®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 9 7. Ponto Patellare® É o ponto médio da borda superior posterior da rótula (Fig. 8). Posição do indivíduo: deve permanecer sentado na borda da caixa de antropometria e com a perna estendida e calcanhar no chão. Localização: palpar a rótula a partir dos bordos lateral e medial até encontrar o bordo superior. A superfície posterior é palpada através do tendão patelar. Com o dedo do medidor na borda superior posterior, o indivíduo flete o joelho a 90° e o ponto é marcado. Figura 8: Ponto Patellare®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment(2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 10 Básicos 1. Massa corporal® A massa é a quantidade de matéria que constitui o corpo humano. A massa é calculada através da medição do peso, i.e. a força que a massa exerce num campo gravitacional padrão. Equipamento: balança Método: antes de proceder à mensuração da massa corporal, o medidor deve aferir a balança e colocar-se de frente para o indivíduo que vai medir. Este coloca-se no centro da plataforma da balança com o peso igualmente distribuído sobre os dois pés, na posição bípede com os membros superiores pendentes ao longo do tronco e a olhar em frente. O indivíduo deve estar descalço e com roupas muito leves (Fig. 8). Nota: a massa corporal apresenta variações diárias de cerca de 1 kg em crianças e de 2 kg em adultos, pelo que é importante registar a hora da medição. Figura 8: Medição da massa corporal®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 11 2. Estatura® A estatura é a distância perpendicular entre o plano transverso do Vértex® e a porção mais inferior dos pés. Equipamento: estadiómetro Método: indivíduo deve assumir a posição antropométrica descrita anteriormente. Mas deve encostar os calcanhares, as nádegas e as costas à escala. Depois de colocar a cabeça no plano de Frankfort (Fig. 9) ela não deve ficar apoiada na escala. Figura 9: Orientação da cabeça segundo o plano de Frankfort. Nota: a estatura apresenta também variações diárias, sendo normal haver uma diminuição de 1% da estatura ao longo do dia. Deve registar-se a hora em que a avaliação é feita. Figura 10: Para posicionar a cabeça no referido plano deve colocar os dedos polegares nos pontos Orbitale® (ponto médio do bordo inferior da cavidade orbitária) e os indicadores nos pontos Tragion® (bordo superior do canal auditivo externo) e depois alinhá-los horizontalmente. Em seguida o medidor deve colocar os polegares mais atrás na direcção das orelhas do indivíduo e, apoiando-se no maxilar, exercer uma pressão de baixo para cima. A medição é efetuada com o indivíduo esticado. Em seguida pede-se ao indivíduo para fazer uma inspiração profunda. O anotador coloca a haste do estadiómetro sobre o Vértex® pressionando firmemente o cabelo do indivíduo e, depois de verificar que ele está na posição correcta, regista a medição antes do indivíduo expirar. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 12 Figura 10: Medição da estatura® com estadiómetro. Locais para a Medição das Pregas Cutâneas e Pregas Cutâneas A prega cutânea deve ser destacada no local da marcação. O lipocalibrador deve ser colocado distalmente a 1 cm da zona onde se destacou a prega e a uma profundidade que não deve ultrapassar o nível dos dedos (cerca de meia unha). A quantidade de prega a destacar deve ser a mínima para assegurar que entre os dedos polegar e indicador da mão esquerda fiquem duas camadas de pele e tecido adiposo subcutâneo. Deve-se ter cuidado para nunca destacar o músculo juntamente com o tecido subcutâneo e a pele. Para eliminar o músculo poderá rolar a prega ligeiramente entre o polegar e o indicador ou pedir ao sujeito para contrair e relaxar o músculo até se certificar da quantidade correcta de tecido que deve pegar. Equipamento: lipocalibrador. Este deve ser colocado a um ângulo de 90º em relação à marca da prega. O registo do valor da prega é feito 2 segundos após largar o “gatilho” do lipocalibrador. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 13 Figura 11: Locais para a medição das pregas cutâneas: vista anterior (à esquerda) e vista posterior (à direita). FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 14 1. Local da Prega Tricipital - Triceps® Ponto situado na parte posterior do braço sobre a linha média do músculo triceps e ao nível do ponto Mid-Acromiale-Radiale® (Fig. 12). Posição do indivíduo: deve permanecer na posição bípede com os membros pendentes ao longo do tronco e a mão direita em semi-pronação, i.e. com o polegar a apontar para a frente. Localização: na linha média do músculo tríceps ao nível do ponto Mid-acromiale-radiale®. Figura 12: Local da Prega Tricipital - Triceps®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 15 Prega Tricipital - Triceps® Prega vertical tirada ao nível do Local da Prega Tricipital® (Fig. 13). Posição do indivíduo: posição bípede com os membros superiores pendentes ao longo do tronco. Pode pedir-se ao observado para fazer uma ligeira rotação externa do membro superior. Figura 13: Prega Tricipital - Triceps®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 16 2. Local da Prega Subscapular® Ponto marcado lateral e obliquamente, 2 cm abaixo do ponto Subscapulare® (Fig. 14). Posição do indivíduo: deve permanecer na posição bípede com os membros pendentes e relaxados ao longo do tronco. Localização: utilizar um fita métrica para medir os 2 cm de distância, devendo colocar-se a fita numa posição oblíqua em relação ao ponto Subscapulare® (formando um ângulo de 45º) e marcar o local da prega para baixo e para fora em relação aquele ponto. Figura 14: Local da Prega Subscapular®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 17 Prega Subscapular® Prega tirada obliquamente (± 45º) de cima para baixo e de dentro para fora no Local da Prega Subscapular®. O alinhamento da prega é determinado pelo alinhamento natural da pele (Fig. 15). Posição do indivíduo: posição bípede com os membros superiores pendentes ao longo do tronco. Figura 15: Prega Subscapular®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 18 3. Local da Prega Bicipital - Biceps® Ponto situado na parte anterior do braço sobre o músculo bíceps e ao nível do ponto Mid- acromiale-radiale® (Fig. 16). Posição do indivíduo: deve permanecer na posição bípede com os membros pendentes ao longo do tronco, com a mão em semi-pronação i.e. com o polegar a apontar para a frente. Localização: o local da prega bicipital é marcado na linha média do músculo bicipital, quando o músculo é visto de frente, ao nível da marca do ponto Mid-Acromiale-Radiale®. Figura 16: Local da Prega Bicipital®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 19 Prega Bicipital - Biceps® Prega vertical ao nível do Local da Prega Bicipital® (Fig. 17). Posição do indivíduo: posição bípede com os membros superiores pendentes ao longo do tronco. Pode pedir-se ao observado para fazer uma ligeira rotação externa do membro superior. Figura 17: Prega Bicipital - Biceps®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, StewartA, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 20 4. Local da Prega da Crista Ilíaca® Localiza-se no centro da prega destacada imediatamente acima do ponto Iliocristale® (Fig. 18). Posição do indivíduo: deve permanecer na posição bípede com o membro superior esquerdo pendente ao longo do tronco e o direito dobrado sobre o tórax. Localização: a prega é obtida imediatamente acima do ponto Iliocristal®. Colocar o dedo polegar sobre o ponto Iliocristale® e colocar o indicador acima deste ponto a uma distância suficiente para destacar uma prega. Marcar o centro da prega com um (+). A prega é tirada obliquamente (de fora para dentro e de cima para baixo) mas seguindo o sentido natural da pele. Figura 18: Local da Prega da Crista Ilíaca®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 21 Prega da Crista Ilíaca® Prega tirada quase na horizontal no Local da Prega da Crista Ilíaca®. O alinhamento da prega segue normalmente o alinhamento natural da pele, sendo por isso ligeiramente inclinada e tirada de cima para baixo e de fora para dentro (Fig. 19). Posição do indivíduo: posição bípede com o membro superior esquerdo pendente ao longo do tronco e o membro superior direito em abdução ou cruzado sobre o tórax. Figura 19: Prega da Crista Ilíaca®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 22 5. Local da Prega Supraspinale® Fica na intercepção de duas linhas: 1) uma linha que vai desde a marca do Ponto Iliospinale® até ao bordo anterior da axila e 2) uma linha horizontal traçada ao nível do ponto Iliocristale® (Fig. 20). Posição do indivíduo: deve permanecer na posição bípede com os membros superiores pendentes ao longo do tronco. O membro superior direito pode ser cruzado sobre o tórax depois do bordo anterior da axila ser detectado. Localização: a prega é tirada obliquamente (de fora para dentro e de cima para baixo) seguindo o sentido natural da pele. Figura 20: Local da Prega Supraspinale®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 23 Prega Supraspinale® Prega com inclinação oblíqua (± 45º) e mediana no local da prega Supraspinale® (Fig. 21). Posição do indivíduo: posição bípede com o membro superior esquerdo pendente ao longo do tronco e o membro superior direito em abdução ou cruzado sobre o tórax. Figura 21: Prega Supraspinale®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 24 6. Local da Prega Abdominal® Fica 5 cm à direita ao nível do Omphalion (cicatriz umbilical), marcados a partir do ponto médio do umbigo (Fig. 22). Posição do indivíduo: deve permanecer na posição bípede com os membros superiores pendentes ao longo do tronco. Localização: com uma fita métrica marcar os 5 cm de distância. A prega será medida verticalmente. Nota: a distância de 5 cm é utilizada para indivíduos com estatura aproximadamente igual a 170 cm. Quando a altura difere desta deve calcular-se a distância aplicando a seguinte fórmula: Local da prega = 5 x (Estatura/170 cm) Figura 22: Local da Prega Abdominal®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 25 Prega Abdominal® Prega tirada verticalmente no Local da Prega Abdominal® (Fig. 23). É fundamental que o medidor segure firmemente a prega neste local para ela não lhe fugir e que nunca ponha os dedos ou o lipocalibrador dentro da cicatriz umbilical. Posição do indivíduo: posição bípede com os membros superiores pendentes ao longo do tronco. Figura 23: Prega Abdominal®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 26 7. Local da Prega Crural® (Frente Coxa) Ponto marcado a meia distância entre o Ponto Inguinal® e o Ponto Patellare® (ponto médio no bordo mais superior da rótula). Se o ponto inguinal for difícil de localizar, pedir ao indivíduo para flectir o tronco à frente até ser visível a prega (Fig. 24). Posição do indivíduo: deve estar sentado com o tronco direito e os membros superiores pendentes lateralmente. O membro inferior deve estar flectido de forma que a coxa e a perna formem um ângulo de 90º. Localização: o medidor coloca-se do lado direito do observado. Marcar uma linha horizontal a nível da meia distância entre a linha inguinal e o ponto Patellare® e uma linha vertical perpendicular a esta na zona média da coxa. Se utilizar uma fita métrica para obter esta distância deve assegurar-se que ela não segue a curvatura da pele. Figura 24: Local da Prega Crural®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 27 Prega Crural® Prega tirada paralelamente ao eixo longitudinal da coxa no Local da Prega Crural®. Devido à dificuldade em destacar esta prega existem dois métodos para a sua obtenção: 1) O medidor coloca-se do lado direito do observado e destaca a prega com a mão esquerda (Fig. 25A); 2) Pede-se a uma terceira pessoa para destacar a prega adiposa agarrando aproximadamente a 6 cm de um lado e do outro em relação ao ponto do local da medição. O medidor coloca o lipocalibrador e faz a leitura (Fig. 25B). Posição do indivíduo: deve estar sentado, na ponta de um banco, com o tronco direito e o membro inferior direito em extensão. Deve colocar as mãos por baixo da coxa do membro que vai ser medido e, exercer sobre esta, uma pressão debaixo para cima de forma a diminuir a tensão da pele. O membro inferior esquerdo deve estar flectido de forma que a coxa e a perna formem um ângulo de 90º. Figura 25A: Prega crural® (método 1). Figura 25B: Prega crural® (método 2). FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 28 8. Local da Prega Geminal® Ponto marcado no máximo volume geminal na face interna da perna (Fig. 26). Posição do indivíduo: deve permanecer na posição bípede com os membros superiores pendentes ao longo do tronco. Os pés devem estar afastados e o peso igualmente distribuído sobre os dois pés. Localização: o medidor deve colocar-se de frente para o observado e procurar a zona de maior volume geminal deslocando a fita métrica ao longo da perna usando os dedos médios para manipular a fita. Este nível deve ser marcado com uma linha horizontal que deve ser interceptada por uma linha vertical localizada na zona média da perna. Figura 26: Local da Prega Geminal®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 29 Prega Geminal® A prega é tirada verticalmente no local da prega geminal (Fig. 27). Os gémeos devem estar relaxados. O indivíduo deve colocar o pé, do membro que vai ser medido, sobre uma caixa antropométrica, de modo que a coxa e a perna formem um ângulo recto. Figura 27: Prega Geminal®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011).Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 30 Perímetros A técnica de medida de todos os perímetros, com excepção do cefálico, pressupõe que a fita seja apenas ajustada em torno do segmento que se pretende medir e colocada perpendicularmente em relação ao seu eixo longitudinal. O medidor deve pegar na caixa da fita com a mão esquerda e puxar a ponta com a mão direita. Deve depois colocar a fita em torno do segmento que pretende medir, ao nível do ponto de referência estabelecido e, em seguida, ajustá-la a esse segmento exercendo uma pressão constante na fita. Deve agarrar a ponta da fita e a caixa com a mão esquerda, passar a caixa para a mão direita e ficar com a ponta da fita na mão esquerda de forma a cruzar a fita sobre o ponto de referência marcado (Fig. 28). A tensão que se exerce na fita permite que esta fique em contacto com a pele em toda a superfície que vai ser medida. Contudo a anatomia de alguns locais podem impedir que isto aconteça. O medidor deve assegurar-se que a fita fique justa ao local anatómico mas que não comprima os tecidos. Equipamento: fita métrica Figura 28: Localização para a medição de perímetros. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 31 1. Perímetro da Cabeça Circunferência da cabeça imediatamente superior à Glabela® e perpendicular ao eixo da cabeça (Fig. 29). Posição do indivíduo: deve estar relaxado, sentado ou na posição bípede, com os membros superiores pendentes ao longo do corpo e com a cabeça no plano de Frankfort. Método: a fita deve ser ajustada com adequada pressão para comprimir o cabelo. Utilizar os dedos médios para evitar que a fita escorregue. Certificar-se que não são incluídas as orelhas, ganchos ou outros objectos debaixo da fita durante a medição. Figura 29: Perímetro da Cabeça. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 32 2. Perímetro do Braço Sem Contracção® Circunferência do braço ao nível do ponto Mid-Acromiale-Radiale® (Fig. 30). Posição do indivíduo: deve permanecer relaxado na posição bípede com os membros superiores pendentes ao longo do tronco. Pode pedir-se ao observado para fazer uma ligeira abdução do braço direito de forma a facilitar a colocação da fita. Figura 30: Perímetro do Braço Sem Contracção®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 33 3. Perímetro da Cintura® Circunferência do abdómen na zona de menores dimensões entre o bordo inferior da grade costal (10ª costela) e a porção mais superior da crista ilíaca (Fig. 31). Posição do indivíduo: deve permanecer na posição bípede com os membros superiores cruzados sobre o tórax. Método: o medidor coloca-se em frente ao indivíduo, que deve fazer uma ligeira abdução (movimento angular que permite separar um segmento corporal da linha média do corpo) dos membros superiores de forma a facilitar a colocação da fita. O observado deve em seguida cruzar os braços sobre o tórax e respirar normalmente. A leitura deve ser feita no fim de uma expiração normal. O bordo inferior da grade costal é facilmente identificado se se pedir ao sujeito para fazer uma flexão lateral do tronco. No caso de não se conseguir identificar a zona de menores dimensões, a circunferência deve ser medida na meia distância entre o bordo inferior da grade costal (10ª costela) e a porção mais superior da crista ilíaca. Figura 31: Perímetro da Cintura®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 34 4. Perímetro Gluteal® - Anca Circunferência das ancas ao nível da maior circunferência a nível dos glúteos, perpendicular ao eixo longo lo tronco. (Fig. 32). Posição do indivíduo: deve permanecer na posição bípede com os membros superiores cruzados sobre o tórax. Os pés devem estar separados e o peso igualmente distribuído pelos dois pés. Método: será útil que o indivíduo esteja em cima de uma caixa antropométrica. O medidor passa a mais abaixo do ponto marcado e depois ajusta a fita ao plano correcto. Segura a caixa e a ponta da fita com a mão direita e com a sua mão esquerda ajusta a fita ao nível do ponto marcado. Depois, cruza a fita sobre o ponto de referência marcado e ajusta-a o necessário. Figura 32: Perímetro da Anca (Gluteal)® FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 35 5. Perímetro Crural® - Mid Coxa Circunferência da coxa no local da prega crural (Fig. 33). Posição do indivíduo: deve permanecer na posição bípede com os membros superiores cruzados sobre o tórax. Os pés devem estar separados e o peso igualmente distribuído pelos dois pés. Método: será útil que o indivíduo esteja em cima de uma caixa antropométrica. O medidor passa a fita ao nível do ponto marcado e depois ajusta a fita ao plano correcto. Segura a caixa e a ponta da fita com a mão direita e com a sua mão esquerda ajusta a fita ao nível do ponto marcado. Depois, cruza a fita sobre o ponto de referência marcado e ajusta-a o necessário. Figura 33: Perímetro Crural. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 36 6. Perímetro Geminal® Circunferência da perna ao nível do local da prega geminal (zona de maior volume) (Fig. 34). Posição do indivíduo: deve permanecer na posição bípede com os pés ligeiramente afastados, com o peso igualmente distribuído pelos dois pés e com os membros superiores pendentes ao longo do tronco. Método: o medidor deve estar colocado lateralmente em relação ao observado. Este deve estar de pé em cima de um banco antropométrico para que o medidor fique com os olhos ao nível da fita. Figura 34: Perímetro Geminal®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 37 Comprimentos Antes do medidor realizar qualquer medição, deve inspeccionar cada braço do instrumento para se certificar que nenhum se deslocou do respectivo ponto de referência. É essencial que a zona do instrumento onde se lê a medição esteja localizada ao nível dos olhos do medidor. Equipamento: antropómetro, calibrador ou segmómetro. 1. Comprimento Acromiale-Radiale® Distância linear entre os pontos Acromiale® e Radiale® (Fig. 35). Posição do indivíduo: deve permanecer relaxado na posição bípede com os membros superiores pendentes ao longo do tronco. O antebraço direito deve estar em pronação. Método: esta medição representa o comprimento do braço. Um braço do calibrador ou segmómetro é seguro no ponto Acromiale®, enquanto o outro braço é colocado no ponto Radiale®. O calibrador ou segmómetro devem estar paralelos ao eixo do braço. Figura 35: Comprimento Acromiale-Radiale®. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 38 Diâmetros Os diâmetros são na sua maioria medidas tiradas perpendicularmente ao eixo longitudinal dos segmentos e permitem-nos conhecer a largura dos ossos. Por isso, deve-se pressionar o compasso contraos pontos de referência. O medidor deve agarrar as pontas do compasso com os dedos polegar e indicador, ficando os dedos médios livres para localizar os pontos de referência ou para ajudar a posicionar as pontas do compasso. Equipamento: segmómetro, calibrador, compasso. 1. Diâmetro Biacromial Distância linear entre os pontos mais laterais das apófises acromiais (Fig. 36). Posição do indivíduo: deve permanecer relaxado na posição bípede com os membros superiores pendentes ao longo do tronco. Método: a distância é medida com os braços do segmómetro, que é colocado nas superfícies mais laterais das apófises acromiais, abaixo do ponto Acromiale®. O medidor deve estar atrás do indivíduo e os braços do segmómetro devem apontar para cima cerca de 30º. Deve ser aplicada pressão suficiente para comprimir os tecidos, mas os ombros não devem mexer-se. Figura 36: Diâmetro Biacromiale. FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 39 2. Diâmetro Biiliocristal Distância linear entre os pontos mais laterais da crista ilíaca (Fig. 37). Posição do indivíduo: deve permanecer na posição bípede com os membros superiores cruzados sobre o peito. Método: o medidor deve estar em frente ao indivíduo e os braços do antropómetro devem apontar para cima cerca de 45º. Deve ser aplicada pressão suficiente para diminuir o efeito dos tecidos subjacentes. Figura 37: Diamêtro biiliocristal FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 40 3. Diâmetro Bicondiliano do Úmero - Biepicondylar Umerus® Distância linear entre as porções mais laterais do epicôndilo (côndilo lateral) e da epitróclea (côndilo medial) umerais (Fig. 38). Posição do indivíduo: deve permanecer na posição bípede ou sentada com o membro superior esquerdo pendente ao longo do tronco e com o antrebraço direito elevado de forma a fazer um ângulo de 90º com o braço. As costas da mão devem estar viradas para o medidor. Método: o medidor deve exercer uma pequena pressão com as pontas do compasso nos côndilos umerais. Uma vez que a epitróclea se situa mais abaixo do que o epicôndilo, este diâmetro é ligeiramente oblíquo. Figura 38: Diâmetro Bicondiliano do Úmero FCNAUP, 2018 Adaptado de International Standards for Anthropometrical Assessment (2011). Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter JE, por Rita Guerra e Teresa Amaral 41 4. Diâmetro Bicondiliano do Fémur - Biepicondylar Femur® Distância linear entre as porções mais laterais dos côndilos femurais lateral e medial. Posição do indivíduo: deve assumir uma posição sentada relaxada. O membro inferior direito deve estar flectido a 90º. Método: o medidor coloca-se de frente para o observado e segura as pontas do compasso com os polegares e os indicadores. Utiliza os dedos médios para procurar os côndilos laterais do fémur (Fig. 39). O côndilo lateral é fácil de encontrar, o medial, porque tem imediatamente acima o vasto interno, é normalmente mais difícil. Como técnica de facilitação devemos percorrer o sulco formado por este músculo, de cima para baixo e de dentro para fora, até encontrar uma proeminência óssea (côndilo medial). Deve ser aplicada uma pressão constante nas pontas do compasso. Esta medida não é necessariamente horizontal, já que os côndilos raramente se apresentam no mesmo plano. Figura 39: Diâmetro Bicondiliano do Fémur®.
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