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Prévia do material em texto

MEDIDAS 
E AVALIAÇÃO 
EM EDUCAÇÃO FÍSICA
PROFESSORES
Dr. Braulio Henrique Magnani Branco
Me. Adriano Ruy Matsuo
Me. Bruno Follmer
Quando identificar o ícone QR-CODE, utilize o aplicativo 
Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online. 
O download do aplicativo está disponível nas plataformas:
Acesse o seu livro também disponível na versão digital.
Google Play App Store
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/820
2 
MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação 
Cep 87050-900 - Maringá - Paraná - Brasil
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; 
BRANCO, Braulio Henrique Magnani; MATSUO, Adriano Ruy; FOLLMER, 
Bruno.
Medidas e Avaliação em Educação Física. Braulio Henrique Magnani 
Branco; Adriano Ruy Matsuo; Bruno Follmer.
Maringá - PR.: Unicesumar, 2019. Reimpresso em 2024. 
204 p.
“Graduação em Educação Física - EaD”.
1. Medidas. 2. Avaliação. 3. Educação Física. 4. EaD. I. Título.
ISBN: 978-85-459-1924-7 CDD - 22ª Ed. 613.7
Impresso por: CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha Catalográfica Elaborada pelo Bibliotecário
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor 
Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente da Mantenedora Cláudio 
Ferdinandi.
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon, Diretoria de Graduação Kátia Coelho, Diretoria 
de Cursos Híbridos Fabricio R. Lazilha, Diretoria de Pós-Graduação Bruno do Val Jorge, Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine, Diretoria de Design Educacional Débora Leite, Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie 
Fukushima, Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira, Gerência de Curadoria Carolina Abdalla 
Normann de Freitas, Gerência de Contratos e Operações Jislaine Cristina da Silva, Gerência de Produção de Conteúdo 
Diogo Ribeiro Garcia, Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey, Supervisora de Projetos Especiais Yasminn 
Talyta Tavares Zagonel Supervisora de Produção de Conteúdo Daniele C. Correia
Coordenador(a) de Conteúdo Mara Cecilia Lopes , Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração Victor 
Augusto Thomazini, Designer Educacional Kaio Vinicius Cardoso Gomes, Revisão Textual Lorena Martins 
Pedroso Almeida, Ariane Andrade Fabreti, Ilustração Bruno Pardinho, Marta Sayuri Kakitani, Rodrigo 
Barbosa da Silva, Fotos Shutterstock.
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não 
somente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão 
integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-
nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional 
e espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de 
graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil 
estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro 
campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa 
e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, 
com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. 
Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais 
de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos 
pelo MEC como uma instituição de excelência, com 
IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 
maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educadores 
soluções inteligentes para as necessidades de todos. 
Para continuar relevante, a instituição de educação 
precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, 
coragem e compromisso com a qualidade. Por 
isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, 
metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor 
do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes áreas 
do conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
boas-vindas
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à 
Comunidade do Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar 
tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores 
e pela nossa sociedade. Porém, é importante 
destacar aqui que não estamos falando mais daquele 
conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas 
de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, 
atemporal, global, democratizado, transformado pelas 
tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, 
informações, da educação por meio da conectividade 
via internet, do acesso wireless em diferentes lugares 
e da mobilidade dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram 
a informação e a produção do conhecimento, que não 
reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em 
segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer 
transformou-se hoje em um dos principais fatores de 
agregação de valor, de superação das desigualdades, 
propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber cada 
vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a 
tecnologia que temos e que está disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg 
modificou toda uma cultura e forma de conhecer, 
as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, 
equipamentos e aplicações estão mudando a nossa 
cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o 
conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância 
(EAD), significa possibilitar o contato com ambientes 
cativantes, ricos em informações e interatividade. É 
um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá 
as portas para melhores oportunidades. Como já disse 
Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. 
É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. 
Willian V. K. de Matos Silva
Pró-Reitor da Unicesumar EaD
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes 
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível 
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem 
dialógica e encontram-se integrados à proposta 
pedagógica, contribuindo no processo educacional, 
complementando sua formação profissional, 
desenvolvendo competências e habilidades, e 
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, 
de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, 
estes materiais têm como principal objetivo “provocar 
uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta 
forma possibilita o desenvolvimento da autonomia 
em busca dos conhecimentos necessários para a sua 
formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento 
e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos 
fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe 
das discussões. Além disso, lembre-se que existe 
uma equipe de professores e tutores que se encontra 
disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em 
seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe 
trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória 
acadêmica.boas-vindas
Débora do Nascimento Leite
Diretoria de Design Educacional
Janes Fidélis Tomelin
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Kátia Solange Coelho
Diretoria de Graduação 
e Pós-graduação
Leonardo Spaine
Diretoria de Permanência
autores
Dr. Braulio Henrique Magnani Branco
Licenciado em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), em 2005, mestre em 
Ciências da Saúde pela UEM, em 2011, e doutor em Educação Física pela Escola de Educação Física 
e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE-USP), em 2016. Atualmente, é professor adjunto I e 
coordenador da especialização em Fisiologia do Exercício, ambos pelo Centro Universitário de Ma-
ringá (Unicesumar). É docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde 
pela mesma instituição. Tem experiência na área de Educação Física, atuando principalmente nos 
seguintes temas: Promoção da Saúde, Obesidade, Fisiologia do Exercício e Esportes de Combate.
http://lattes.cnpq.br/9666687242230391
Me. Adriano Ruy Matsuo 
Bacharel em Educação Física (2011) pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Especialista em 
Fisiologia Humana: Funcionamento do Organismo Humano no Contexto Interdisciplinar (2013) pela 
UEM. Mestre em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado em Educação Física 
- UEM/UEL (Capes 4), na área de Desempenho Humano e Atividade Física; linha de pesquisa em Ativi-
dade Física e Saúde (2018). Integrante do Núcleo de Estudos Multiprofissional da Obesidade (NEMO) 
coordenado pelo Prof. Dr. Nelson Nardo Júnior, desenvolvendo atividades no projeto de tratamento 
da obesidade, o Programa Multiprofissional de Tratamento da Obesidade (PMTO). 
http://lattes.cnpq.br/2456149959756244
Me. Bruno Follmer
Doutorando em Cinesiologia na University of Victoria, em Victoria, British Columbia, 
Canadá, e membro do Rehabilitation Neuroscience Laboratory. Mestre em Biodinâmica 
do Desempenho Humano pela UFSC, 2016. Pós-graduado em Fisiologia do Exercício pela 
UFRGS, 2009. Graduado em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do 
Sul UFRGS, 2006.
http://lattes.cnpq.br/3603219866728412
apresentação do material
MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Braulio Henrique Magnani Branco; Adriano Ruy Matsuo; Bruno Follmer
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) ao estudo sobre Medidas e Avaliação do 
Curso de Educação Física! Este material didático foi elaborado com o objetivo de 
promover a construção de um conhecimento sobre a importância do processo 
de medir, avaliar e analisar no contexto da Educação Física. Ao longo das cin-
co unidades deste material, faremos uma apresentação acerca dos principais 
conceitos que envolvem a bioestatística e a apresentação dos métodos e testes 
de avaliação.
Na Unidade 1, trataremos desde o estabelecimento da diferença entre medir 
e avaliar, passando por uma apresentação dos principais conceitos que envol-
vem a estatística até a descrição dos principais termos da estatística descritiva. 
A Unidade 2 buscará contextualizar a avaliação antropométrica no âmbito da 
Educação Física e identificar os principais conceitos e técnicas que permeiam 
esse processo de avaliação. Além disso, serão apresentados os métodos direto, 
indireto e duplamente indireto da avaliação da composição corporal.
Na Unidade 3, apresentaremos e conceituaremos as capacidades físicas 
de flexibilidade e força muscular (dentro das suas diferentes manifestações), 
bem como discutiremos os principais testes de avaliação dessas capacidades. A 
Unidade 4 buscará conceituar o metabolismo aeróbio e as variáveis de potência 
e capacidade aeróbia. Serão apresentados, também, os testes físicos que men-
suram a capacidade aeróbia em ambiente laboratorial e, ainda, serão descritos 
os testes práticos de campo que avaliam essa capacidade.
Para finalizar, na Unidade 5, você entrará em contato com a conceituação 
de metabolismo anaeróbio, alático e lático, conhecerá algumas das avaliações 
laboratoriais existentes para mensuração de aptidão anaeróbia, bem como os 
testes de campo disponíveis para essa avaliação.
Esperamos que este material lhe traga mais do que conhecimento acadêmico; 
que o estimule a se tornar um profissional de excelência, afinal, o conhecimento 
é vasto e este é somente o início de sua jornada. 
Preparado(a)? Então, vamos rumo ao conhecimento!
sumário
UNIDADE I
INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E À AVALIAÇÃO 
EM EDUCAÇÃO FÍSICA
14 Medidas e Avaliação em Educação Física
18 Introdução à Bioestatística
22 Estatística Descritiva Aplicada à Educação 
Física
41 Referências
42 Gabarito
UNIDADE II
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA
48 Introdução à Avaliação Antropométrica
57 Avaliação da Composição Corporal
60 Modelos Teóricos de Análise e Métodos 
da Avaliação da Composição Corporal
64 Técnicas da Avaliação da Composição 
Corporal
90 Referências
94 Gabarito
UNIDADE III
FORÇA MUSCULAR E FLEXIBILIDADE
100 Força Muscular
110 Potência Muscular
116 Flexibilidade
129 Referências
131 Gabarito
UNIDADE IV
AVALIAÇÃO AERÓBIA
136 Avaliação Aeróbia
140 Testes Laboratoriais
148 Testes de Campo
164 Referências
166 Gabarito
UNIDADE V
AVALIAÇÃO ANAERÓBIA
172 Avaliação Anaeróbia
178 Testes Laboratoriais
186 Testes de Campo
199 Referências
202 Gabarito
203 CONCLUSÃO GERAL
Professor Dr. Braulio Henrique Magnani Branco
Professor Me. Adriano Ruy Matsuo
Professor Me. Bruno Follmer
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Medidas e avaliação em Educação Física
• Introdução à bioestatística
• Estatística descritiva aplicada à Educação Física
Objetivos de Aprendizagem
• Estabelecer as diferenças entre medir e avaliar.
• Apresentar os principais conceitos que envolvem a 
bioestatística.
• Descrever os principais termos da estatística descritiva.
INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E À 
AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
unidade 
I
INTRODUÇÃO
N
a Unidade 1 do livro de Medidas e Avaliação do Curso de 
Educação Física, são discutidos os principais pontos que pro-
porcionarão ao aluno(a) a correta escolha dos testes com base 
na autenticidade científica e no processo de delineamento da 
avaliação por meio de testes. Nesse sentido, para a correta compreensão 
do processo de coleta e interpretação dos dados, é imprescindível planejar 
corretamente a obtenção das medidas e, igualmente, coletar, interpretar 
e aplicar os resultados, visando o desenvolvimento pleno do(a) aluno(a) 
(ao falarmos de escola) e, até mesmo, do atleta de alto rendimento (ao 
discutirmos o treinamento físico-esportivo).
Aditivamente, devemos ter em mente que os testes devem seguir ri-
gorosos procedimentos técnicos para a obtenção das variáveis que serão 
coletadas. Tais procedimentos darão confiabilidade aos dados e proporcio-
narão parâmetros para a classificação da aptidão física relacionada à saú-
de e ao desempenho físico-esportivo. Ressalta-se que a estatística básica, 
melhor dizendo, o entendimento da estatística descritiva, que é apresen-
tada no tópico 2 da Unidade 1, subsidiará o entendimento dos resultados 
de artigos científicos, dado que são empreendidas explanações quanto aos 
aspectos cruciais dos dados de abordagem quantitativa (média, mediana, 
moda, desvio padrão, variância, percentis etc.), assim como auxiliará na 
interpretação de tabelas e gráficos.
Dessa forma, indicamos aos alunos que explorem ao máximo a primei-
ra unidade do livro de Medidas e Avaliação para o gerenciamento adequado 
do processo de medir e avaliar no cenário da Educação Física. Por último, 
desejamos a todos uma excelente leitura do conteúdo, especialmente sele-
cionado para condução ótima de diferentes avaliações de campo (aquelas 
conduzidas em ambiente externo, com maior validade externa) e laborato-
rial (maior validade interna). No entanto, pedimos que não se preocupem 
com os conceitos de validade externa e interna, dado que os discutiremos 
exemplificando cada situação nas próximas unidades do presente livro.
14 
MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
Medidas e Avaliaçãoem Educação Física
Para a correta escolha dos testes para mensuração 
da aptidão física relacionada à saúde (força, resis-
tência muscular localizada, flexibilidade, resistên-
cia aeróbia e composição corporal) e desempenho 
físico-esportivo (adiciona-se: agilidade, acelera-
ção, velocidade, velocidade de reação, potência 
aeróbia e potência muscular) é substancial ade-
quar testes que sejam direcionados à necessidade 
do aluno na escola ou na academia, bem como 
para atletas de diferentes modalidades esportivas 
(LIMA; KISS, 2003). 
Nesse sentido, deve-se priorizar testes que apre-
sentem a possibilidade de medir (mensurar) ade-
quadamente aquilo que será proposto, bem como 
demostrem a possibilidade de avaliar, ou seja, clas-
sificar o objeto/condição/teste medido. Portanto, 
medir é diferente de avaliar, o medir é o “ato” de 
medir algo, por exemplo: a circunferência da cin-
tura de uma criança e a realização de determinado 
teste físico por um atleta; por outro lado, avaliar é 
dar um julgamento sobre a medida que foi realizada, 
isto é, classificar a medida consumada em faixas de 
corte, percentis, classificações; como exemplo: mui-
to abaixo da média, abaixo da média, na média, aci-
ma da média, muito acima da média, dentre outros 
(MORROW JUNIOR. et al., 2014).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 15
Assim, para o correto delineamento do processo 
de avaliação por meio de testes, é aconselhado seguir 
as quatro fases destacadas a seguir, em consonância 
com De Lima e Kiss (2003):
A seguir, são detalhados os 3 pontos concatenados 
ao processo de autenticidade científica:
1) O erro da medida pode ser subdividido em:
A) Erro sistemático instrumental: erro decor-
rente da calibração do equipamento (por 
exemplo, o professor de Educação Física está 
realizando avaliações da composição corpo-
ral de seus alunos por meio do adipômetro 
e, nessa condição hipotética, ele esqueceu de 
conferir a calibração do equipamento).
B) Erro sistemático teórico: erro decorrente da 
utilização de fórmulas, condições e/ou lite-
ratura inapropriada para a condição. Segui-
remos o exemplo do tópico A, referente ao 
professor de Educação Física que está reali-
zando avaliações da composição corporal. O 
erro sistemático teórico, na situação descrita, 
seria a utilização, após a avaliação da compo-
sição corporal, de fórmulas de outras faixas 
etárias ou etnias ou outra subclassificação 
que não fosse validada para as pessoas que o 
professor está avaliando.
C) Erro sistemático ambiental: erro relativo ao 
estado de equipamento, quadra, pista, local, 
temperatura, umidade, horário, dentre outros. 
Utilizando o exemplo já descrito, um erro sis-
temático ambiental seria efetivar a avaliação 
da composição corporal dentro de um local 
quente, que promovesse a transpiração do 
avaliado e, em virtude disso, prejudicasse o 
correto pinçamento das dobras cutâneas.
D) Erro sistemático observacional: falhas do ava-
liador na leitura ou manuseamento do equi-
pamento. Como exemplo para essa condição, 
podemos citar a leitura incorreta dos valores 
obtidos no pinçamento das dobras cutâneas 
realizado na avaliação da composição corpo-
ral feita pelo professor de Educação Física.
Fase de delineamento ou planejamento da 
avaliação: escolha das variáveis que serão 
medidas e subsequentemente avaliadas, com 
a escolha dos testes mais apropriados para 
serem empregados.
Fase de obtenção das medidas: aplicação 
dos testes propriamente dita e obtenção dos 
resultados, sem a classificação das variáveis 
coletadas.
Fase de interpretação das medidas ou ob-
tenção das informações: interpretação dos 
resultados baseada em estudos prévios e 
análise estatística.
Fase de aplicação das informações obtidas: 
na última etapa, as informações adquiridas 
darão subsídio à prescrição (orientação) e à 
condução das aulas e/ou treinamentos.
1
2
3
4
Não basta seguir as quatro fases aqui delineadas, pois 
outros parâmetros devem ser utilizados concomitan-
temente, a fim de garantir a autenticidade científica. 
Destacam-se:
1. Erro da medida.
2. Fidedignidade.
3. Validade.
16 
MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
2) Fidedignidade, reprodutibilidade ou confiança
A fidedignidade se refere ao nível de congruência ou 
consistência dos resultados no decurso da realização 
do teste na mesma condição, em condições diferen-
tes, assim como por avaliadores diferentes. Nessa si-
tuação, o erro deve ser muito pequeno, pois quanto 
maior for a dispersão dos dados analisados, menor 
será a fidedignidade do teste e vice-versa (LIMA; 
KISS, 2003; MORROW JUNIOR et al., 2014). Por 
conseguinte, a literatura traz várias classificações 
para a reprodutibilidade (BAUMGARTNER, 1995). 
Entretanto, apresentaremos, nesse momento, duas 
classificações de fidedignidade:
a) Fidedignidade intra-avaliador: que se refere à 
consistência da medida efetuada pelo mesmo 
avaliador várias vezes em situações diferentes.
b) Fidedignidade interavaliador: verifica-se a 
consistência da mesma medida ou teste de-
sempenhado por avaliadores diferentes.
3) Validade
Por sua vez, a validade se refere à apropriação de de-
terminado teste com o intuito de verificar se o refe-
rido teste é, de fato, adequado para fornecer as boas 
medidas da variável que ele se propõe a medir (DE 
LIMA; KISS, 2003). 
Critérios de seleção dos testes quanto aos aspectos 
práticos
De acordo com Lima e Kiss (2003), alguns critérios 
devem ser seguidos para a seleção de testes físicos, 
isto é, viabilidade, economia e padronização. Nesse 
aspecto, a viabilidade especifica os recursos dispo-
níveis para a condução dos testes. As seguintes per-
guntas devem ser levadas em conta: 
• Quais equipamentos temos à nossa disposição?
• Quais são as instalações para a realização 
do(s) teste(s)?
• Qual a equipe técnica treinada para a execu-
ção do(s) teste(s)?
• Quanto tempo temos para o cumprimento 
do(s) teste(s)?
• Avaliaremos quantas pessoas?
Na situação em que forem definidas as questões an-
teriores, será possível delinear o(s) melhor(res) tes-
te(s) para o(s) avaliado(s) em questão. 
Por outro lado, a economia identifica a relação 
custo-benefício do teste. Para tanto, deverão ser re-
gistrados os custos dos equipamentos, manutenção, 
eventuais deslocamentos, tempo para a avaliação e 
eventuais riscos à saúde. Ademais, a padronização 
detalha o passo a passo da execução de determi-
nado teste. Logo, a padronização deve ser seguida 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 17
rigorosamente em cada teste praticado. Em virtude 
disso, podemos citar: a execução dos movimentos, 
critérios para a contagem das repetições, distâncias 
a serem percorridas, forma de cronometragem do 
tempo, número de repetições, intervalos e duração 
do teste (LIMA; KISS, 2003; HEYWARD, 2013). 
Adicionalmente, Lima e Kiss (2003) relatam que 
os testes físicos devem ser motivantes; devem apre-
sentar facilidade de entendimento e proporcionar 
capacidades de aprendizagem. Portanto, a motiva-
ção está associada à reprodutibilidade dos resulta-
dos obtidos em diferentes avaliações, pois o avaliado 
deve fazer o teste em desempenho máximo; contu-
do, se o teste for desmotivante, o avaliado pode não 
apresentar o desempenho máximo em uma reavalia-
ção devido ao desinteresse, e não em virtude do de-
sempenho físico ter diminuído. Com vistas à facili-
dade de entendimento, os mesmos autores indicam 
que os melhores testes devem ser simples, lógicos e 
de fácil compreensão. 
Por fim, a utilização dos testes deve: a) propor-
cionar a capacidade de discriminar os avaliados em 
diferentes categorias; b) ser específica ao grupo de 
pessoas avaliadas; c) direcionar a prescrição do trei-
namento físico-esportivo e, igualmente, as aulas de 
Educação Física escolar. 
Para identificar a fidedignidade relativa, deve 
ser utilizado o coeficiente de correlação in-
traclasse (CCI). O CCI identifica o nível de 
concordância da mesma unidade de medi-
da aplicada no mesmo avaliado por meio do 
mesmo instrumento de medida ou diferen-
tes instrumentos pelo mesmoavaliador ou 
avaliadores diferentes (MIOT, 2016). O CCI 
compreende valores de 0 até 1 e apresenta 
a seguinte classificação: 0,0 (ausência); > 0,0 
até 0,19 (pobre); 0,20 até 0,39 (fraca); 0,30 até 
0,59 (moderada); 0,60 até 0,79 (substancial), e 
≥ 0,80 (quase completa) (MIOT, 2016). Seguin-
do o exemplo do profissional de Educação 
Física que realizou a avaliação descrita an-
teriormente: o pinçamento das dobras cutâ-
neas deve ser efetivado três vezes de forma 
rotacional nos diferentes pontos anatômicos 
preestabelecidos. Em virtude disso, evidên-
cias recentes indicam que a mediana (que 
será explicada na seção a seguir) deve ser 
utilizada como parâmetro de medida. Mas, 
voltando ao ponto do CCI, quanto maiores 
forem os valores de cada ponto anatômico 
medido, maior será a concordância entre 
eles. Então, valores próximos a 1 indicarão 
elevado nível de concordância, na condição 
exemplificada. 
Fonte: adaptado de Miot (2016).
SAIBA MAIS
Faz parte do universo da Educação Física o processo de avaliar e analisar as práticas relacionadas à 
atividade física. Uma das ferramentas utilizadas para analisar os resultados é a estatística. Sendo assim, 
como a estatística pode auxiliar nas intervenções do professor/profissional de Educação Física?
REFLITA
18 
MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
As grandes áreas da estatística são duas: a estatística 
descritiva e a estatística inferencial. A primeira pode 
ser entendida como o conjunto de técnicas utilizadas 
para organizar, resumir, classificar, descrever e esta-
belecer o diálogo dos dados, com tabelas, gráficos 
ou outros tipos de recursos visuais. A segunda, por 
sua vez, compreende as técnicas que permitem tirar 
conclusões sobre determinada observação (DORIA 
FILHO, 1999; MOTTA, 2006).
Neste primeiro momento, o foco do nosso estu-
do será a estatística descritiva e alguns dos princi-
pais conceitos que a permeiam, como a distribuição 
de frequências, as medidas de tendência central e as 
medidas de dispersão.
Introdução 
à Bioestatística
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 19
CONCEITOS BÁSICOS
Possivelmente, você já tenha lido em algum artigo 
de revista ou jornal, ou ainda, ouvido em algum 
programa de rádio ou televisão uma notícia do tipo: 
“o estudo que investigou o estado nutricional (bai-
xo peso, peso normal, sobrepeso e obesidade) por 
meio do Índice Massa Corporal (IMC) de alunos do 
ensino médio de escolas públicas brasileiras contou 
com a participação de 3.000 estudantes”. A partir 
desse trecho fictício, qual foi a população e a amos-
tra desse estudo? Além disso, qual foi a variável in-
vestigada? Você tem um palpite?
POPULAÇÃO
Usualmente, a população é entendida como o gru-
po maior de onde se extrai a amostra (THOMAS; 
NELSON; SILVERMAN, 2012). De modo específi-
co, população é qualquer conjunto de informações 
que tenham entre si uma característica comum que 
delimite, inequivocamente, quais elementos perten-
cem a ela (DORIA FILHO, 1999). Com base nessas 
definições, podemos concluir que, em nosso exem-
plo, os “alunos do ensino médio de escolas públicas 
brasileiras” correspondem à população do estudo. 
Esses alunos formam o conjunto de informações 
com uma característica em comum, que é cursar o 
ensino médio em escolas públicas no Brasil.
AMOSTRA
Definido o termo população, podemos definir a amos-
tra como o grupo de participantes, tratamentos ou si-
tuações selecionados a partir de um grupo maior e es-
pecífico (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2012). 
Quando uma amostra é formada, ela deve ser repre-
sentativa e parecida com a população da qual foi ex-
traída (DORIA FILHO, 1999). Dessa forma, a amostra 
constitui uma redução da população a uma dimensão 
menor, sem a perda de suas características. Habitual-
mente, o tamanho da amostra é expresso pela letra “n”.
Retomando nosso exemplo, concluímos que os 
“3.000 estudantes” correspondem à amostra do estu-
do, ou seja, aquele estudo com alunos do ensino médio 
de escolas públicas tinha um n = 3.000. Provavelmente, 
você tenha a seguinte dúvida: “mas como apenas 3.000 
alunos podem representar todos os estudantes do en-
sino médio do Brasil? ”. Existem técnicas e fórmulas es-
tatísticas para calcular o tamanho “ideal” de amostras 
(denominado de cálculo amostral), que consideram 
vários fatores para que elas sejam representativas da 
população. Um desses fatores é a aleatorização. Esta, 
conhecida também como random (do inglês), significa 
que a escolha da amostra é feita ao acaso, ou seja, li-
vre da intencionalidade do pesquisador (WARD et al., 
2012). Esse processo de seleção permite que cada um 
dos componentes da população estudada tenha a mes-
ma chance de ser incluído na amostra do estudo; além 
disso, pode garantir à amostra uma representatividade 
mais confiável. Como o objetivo desta unidade é rea-
lizar a introdução à bioestatística e, devido à extensão 
das técnicas e fórmulas para o cálculo amostral, não 
nos aprofundaremos nesses assuntos neste momento.
Agora você já sabe qual foi a população e a 
amostra daquela notícia. Mas a variável investigada, 
você sabe qual foi?
População
Amostra
20 
MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
TIPOS DE VARIÁVEIS
Podemos interpretar a variável como toda carac-
terística ou condição que pode ser mensurada ou 
observada (MOTTA, 2006). Em sua essência, as 
pesquisas que envolvem a bioestatística podem ser 
consideradas estudos de relações de variáveis. Es-
tas, normalmente, estudam as diferenças ou asso-
ciações entre as variáveis investigadas nos indiví-
duos. Sendo assim, a resposta para nossa questão 
anterior é IMC. Pois o estudo utilizou o IMC como 
ferramenta para diagnosticar o estado nutricional 
daqueles alunos.
O valor resultante da medida de uma variável 
recebe o nome de dado. Os dados são expressos em 
números para que os métodos estatísticos possam 
ser aplicados. Por exemplo, para determinar o IMC 
dos alunos daquela notícia, foram necessárias as me-
didas das variáveis peso e estatura. O conjunto des-
sas medidas formaram os dados de peso e estatura 
daquela pesquisa.
VARIÁVEL DEPENDENTE X VARIÁVEL 
INDEPENDENTE
As variáveis podem ser classificadas de muitas ma-
neiras, no entanto, normalmente, são identificadas 
como variável dependente e variável independente. 
Esse tipo de distinção é empregado na estatística in-
ferencial, pois envolve a análise das relações entre 
variáveis. Basicamente, a variável dependente cor-
responde ao desfecho de interesse, e a independen-
te equivale à exposição ou ao fator de estudo. Por 
exemplo, suponhamos que, naquele estudo, além de 
investigar o estado nutricional, tivesse sido avaliada 
a associação entre o grau do IMC (baixo peso, peso 
normal, sobrepeso e obesidade) e o rendimento es-
colar dos alunos. O IMC seria a variável indepen-
dente (exposição/fator de estudo), e o rendimento 
escolar seria a dependente (desfecho). Independen-
temente dessas duas classificações, as variáveis po-
dem ser categorizadas de acordo com o seu nível de 
medida ou escala.
TIPOS BÁSICOS DE ESCALAS
As variáveis podem ser agrupadas em quatro ti-
pos básicos: nominal, ordinal, intervalar e de razão 
(MOTTA, 2006).
Uma variável em escala nominal envolve fre-
quências e não medidas propriamente ditas. Esse tipo 
de variável é identificado apenas por nomes, isto é, 
é distribuída em categorias nominais, sem nenhuma 
relação hierárquica. Quando a variável possui apenas 
duas categorias, é chamada de dicotômica ou binária; 
por exemplo, o sexo: masculino e feminino. Quando 
a variável apresenta três ou mais categorias, é chama-
da de politômica ou polinomial; por exemplo, as po-
sições dos jogadores de basquete: armador, ala e pivô.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 21
Por outro lado, uma variável em escala ordinal 
é aquela que se distribui em categorias, obedecendo 
uma relação de ordem dada por algum sistema de 
graduação. Um exemplo é o IMC, com suas catego-
rias: baixo peso, peso normal, sobrepeso e obesidade.
A variável em escala intervalar tem, em sua es-
sência, os números,e assume valores em uma esca-
la supostamente ilimitada que apresenta intervalos 
iguais entre os vários pontos. Nesse nível de medi-
da, o zero não representa a ausência da variável. Um 
exemplo de variável intervalar é a escala da tempe-
ratura em graus centígrados, em que há unidades 
positivas e negativas, e o zero não significa ausência 
de temperatura.
Uma variável de escala de razão possui as mes-
mas características da variável intervalar, no entan-
to, o ponto zero representa um ponto verdadeiro, 
ou seja, ausência. Sendo assim, não são observados 
valores negativos nesse nível de medida. Podemos 
citar como variáveis de razão a idade, o peso, o tem-
po de determinada prova ou jogo, entre outros, em 
que não há a possibilidade de obtermos nem o valor 
negativo, nem o valor zero. Apesar dessa diferencia-
ção entre as variáveis intervalar e de razão, do ponto 
de vista estatístico, elas recebem o mesmo modo de 
tratamento e análise.
A importância de distinguir as variáveis entre os 
tipos de escalas se justifica na escolha do procedi-
mento estatístico que será utilizado na descrição dos 
dados. Normalmente, as variáveis nominal e ordi-
nal são apresentadas em forma de valores absolutos 
e relativos (porcentagem) e gráficos; e as variáveis 
intervalar e de razão são apresentadas em forma de 
medidas de tendência central e dispersão (DORIA 
FILHO, 1999).
VARIÁVEIS QUALITATIVAS X VARIÁVEIS 
QUANTITATIVAS
Outra forma comum de classificar as variáveis é 
categorizá-las em qualitativas e quantitativas. De 
maneira simplificada, as variáveis qualitativas ou ca-
tegóricas envolvem as escalas nominal e ordinal; en-
quanto que as variáveis quantitativas ou numéricas 
envolvem as escalas intervalar e de razão.
As variáveis quantitativas se subdividem, ainda, 
em quantitativas contínuas, que expressam uma me-
dida como um valor real, por exemplo, o peso de 
uma bola de futebol (0,45 kg ou 450 g), o compri-
mento de uma quadra de vôlei (18 m ou 1.800 cm) 
etc., e variáveis quantitativas discretas, em que os va-
lores são expressos apenas por números inteiros, por 
exemplo, o número de dedos em uma mão, o núme-
ro de jogadores em campo, entre outros. A figura a 
seguir apresenta o diagrama dos diversos tipos de 
variáveis.
Variável
Nominal
Ordinal
Discreta
Contínua
Categórica
(qualitativa)
Numérica
(quantitativa)
Figura 1 - Diagrama dos diversos tipos de variáveis
Fonte: os autores.
Feitas essas considerações iniciais, podemos tratar 
de alguns conceitos que permeiam o foco do nosso 
estudo, a estatística descritiva.
22 
MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
Estatística Descritiva
Aplicada à Educação Física
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 23
Vamos supor que estamos realizando uma pesquisa 
com idosos praticantes de exercício físico, e o ob-
jetivo desse estudo é traçar o perfil desses idosos. 
Dentre as variáveis de investigação que escolhemos, 
estão inclusas: a modalidade de exercício (caminha-
da, musculação, ginástica e natação) e a frequência 
semanal de treino (número de dias). Após coletar 
os dados dessas variáveis, quais seriam os primeiros 
passos para iniciarmos a análise deles?
Primeiramente, é necessário organizar, resumir, 
classificar, descrever e comunicar os resultados ob-
tidos (VIEIRA, 2008). Para isso, são utilizados ta-
belas, gráficos e estatísticas que permitem resumir e 
facilitar o entendimento dos dados. 
TABELAS DE DISTRIBUIÇÃO 
DE FREQUÊNCIAS
Um dos recursos da estatística descritiva é a tabela 
de distribuição de frequências (VIEIRA, 2008). Ela 
permite identificar as características dos dados ana-
lisados. Tabelas como essa podem ser divididas em 
duas formas: de frequências simples e de frequências 
em intervalos de classe.
Tabelas de frequências simples
As tabelas de frequências simples apresentam o nú-
mero de ocorrências (frequências) de um determi-
nado dado isolado. Sendo assim, cada valor incluído 
na tabela representa um único dado, formando uma 
distribuição de frequências simples. A partir do nos-
so estudo com idosos, elaboramos a tabela a seguir 
para a variável “modalidade de exercício”.
Tabela 1 - Distribuição de frequências das modalidades de exercícios 
praticadas por idosos
Modalidade f fr F Fr
Caminhada 12 48% 12 48%
Musculação 4 16% 16 64%
Ginástica 3 12% 19 76%
Natação 6 24% 25 100%
Total 25 1 – –
f : frequência absoluta, fr : frequência relativa (%), 
F : frequência acumulada, Fr : frequência relativa 
acumulada (%).
Fonte: os autores. 
Na tabela, podem ser identificados os seguintes ele-
mentos: frequência absoluta ( f ), frequência relativa 
( fr ), frequência acumulada ( F ) e frequência relativa 
acumulada ( Fr ).
A frequência absoluta ( f ) corresponde ao nú-
mero de observações de cada nível ou categoria da 
variável. A soma das frequências absolutas equivale 
ao tamanho da amostra.
A frequência relativa ( fr ) é a razão entre a 
frequência absoluta e o tamanho da amostra. Ela 
pode ser apresentada como proporção (valor de-
cimal entre 0 e 1) ou como percentual (valor entre 
0% e 100%).
A frequência acumulada ( F ) é o total acumulado 
das frequências absolutas até o nível que se observa.
A frequência relativa acumulada ( Fr ) correspon-
de à frequência acumulada dividida pela amostra.
Com base nos dados apresentados, podemos 
concluir que a maior parte dos idosos são pratican-
tes da caminhada (48%), e a modalidade menos pra-
ticada entre eles é a ginástica (12%).
24 
MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
Tabelas de frequências em intervalos
Nas tabelas de frequências em intervalos de classe, 
os dados estão agrupados nesses intervalos, e o nú-
mero de ocorrências (frequência) representa o valor 
de determinado grupo. Aproveitando o nosso estu-
do com idosos, elaboramos outra tabela, a Tabela 2, 
para a variável “frequência semanal de treino”.
Tabela 2 - Frequência semanal de treino de uma amostra aleatória de 
25 idosos
Idoso Frequência semanal de treinos (dias)
Idoso 1 7
Idoso 2 5
Idoso 3 3
Idoso 4 2
Idoso 5 5
Idoso 6 3
Idoso 7 2
Idoso 8 4
Idoso 9 7
Idoso 10 3
Idoso 11 2
Idoso 12 1
Idoso 13 7
Idoso 14 3
Idoso 15 4
Idoso 16 3
Idoso 17 3
Idoso 18 3
Idoso 19 7
Idoso 20 5
Idoso 21 7
Idoso 22 4
Idoso 23 2
Idoso 24 3
Idoso 25 1
Fonte: os autores.
Apesar de a Tabela 2 conter todos os 25 valores, 
esse excesso de detalhes dificulta a percepção das 
propriedades dos dados. Agrupando os valores da 
variável em intervalos de classe (Tabela 3), obtém-
-se uma tabela mais simples, mas com pormenores 
ocultados.
Tabela 3 - Distribuição de frequências em intervalos de classe da fre-
quência semanal de treino de uma amostra aleatória de 25 idosos
Frequência Semanal de Treinos (Dias) f %
1 – 4 17 68
5 – 7 8 32
Total 25 100
Fonte: os autores.
Observe que, na Tabela 2, levamos algum tempo 
para visualizar que três determinações têm quatro 
dias como frequência. Não obstante, podemos afir-
mar com clareza que, dos 25 idosos, três praticam 
exercícios físicos em quatro dias da semana. Já na 
Tabela 3, facilmente identificamos que apenas oito 
idosos (32%) praticam exercícios físicos entre cinco 
e sete dias da semana. No entanto, como a variá-
vel está agrupada, não conseguimos visualizar que, 
desses oito, nenhum pratica exercícios em seis dias 
da semana.
Para todo o conjunto de dados submetido ao 
processo de resumo da informação dentro dos fun-
damentos da estatística, são necessárias estatísticas 
descritivas que representem tanto a convergência 
como a oscilação dos dados. Essas estatísticas são 
conhecidas como medidas de tendência central (in-
dicam o ponto de concentração) e medidas de dis-
persão (indicam a variação).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 25
MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL
Os dados, em sua maioria, apresentam a tendência 
de se agrupar em torno de um ponto central. Por 
exemplo, imagine uma prova rústica de 10 km com 
a participação de 3.000 atletas, profissionais e ama-
dores. Ao realizarmos a medida da estatura de todos 
os atletas adultos do sexo masculino (n = 1.000),foi 
constatado que a maioria tinha estatura próxima à 
1,80 m, e que poucos atletas apresentaram estatu-
ra igual ou inferior a 1,75 m ou igual ou superior 
a 1,85 m. Desse modo, observou-se que os dados 
apresentaram uma tendência de se agrupar em tor-
no da medida 1,80 m.
As medidas de tendência central, ou medidas de 
posição, dão uma ideia de onde se localiza o ponto 
central de determinado conjunto de dados (DORIA 
FILHO, 1999). Elas funcionam como um resumo, 
pois são capazes de mostrar o comportamento geral 
das observações estudadas. Em complemento, pode-
mos dizer que são como um valor de referência, em 
torno do qual os outros valores se distribuem. Desta 
forma, podemos conceituar tendência central como 
o escore único que melhor representa todos os esco-
res (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2012). Há 
várias maneiras de expressar essa tendência central 
e, em geral, ela é expressa pela média, pela mediana 
e pela moda.
Média
Provavelmente, você já conhece a média, conhecida 
também como média aritmética. Ela se destaca dentre 
os termos estatísticos, pois é a medida descritiva de 
dados quantitativos mais utilizada. A média é defini-
da como a soma dos valores observados dividida pelo 
número de observações, conforme a fórmula a seguir:
μ = ∑ x
n
μ = média
Σ x = soma dos valores observados
n = número de observações
Para exemplificar o cálculo da média, vamos supor 
que, em uma escola, foi decido avaliar o peso dos 
alunos de uma turma de 11 estudantes, do 9º ano 
do ensino fundamental. Os dados encontrados estão 
dispostos na Tabela 4.
Tabela 4 - Peso corporal de alunos do ensino fundamental
Aluno Peso corporal (kg)
A 48
B 50
C 51
D 53
E 55
F 57
G 56
H 55
I 55
J 47
K 46
Fonte: os autores.
Substituindo todas essas informações (valores dos 
pesos e quantidade de alunos) na fórmula da média, 
temos que:
μ =
+ + + + + + + + + +
=
( ) ,48 50 51 53 55 57 56 55 55 47 46
11
52 09
Sendo assim, foi determinado que a média de peso 
dessa turma era de 52,09 kg.
26 
MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
Uma consideração importante a ser feita diz res-
peito à sensibilidade da média a valores extremos. 
Conforme o tamanho da amostra aumenta, maior é 
a chance de aparecer um valor extremo e deslocar a 
média em sua direção (DORIA FILHO, 1999).
Mediana
Como visto, às vezes, a média pode não ser o valor 
mais representativo ou característico. Utilizando o 
exemplo anterior, supõe-se que, no lugar do peso 
57, estivesse o número 120. A média passaria a ser 
57,73 kg, valor maior do que todos os outros, com 
exceção de um (120). Podemos dizer, então, que 
esse valor não é representativo dessa turma de alu-
nos do 9° ano, pois não retrata de forma coerente 
grande parte dos dados. Nesse caso, outra medida 
de tendência central seria mais útil.
A mediana é definida como o valor do meio, quan-
do todos os valores são ordenados, ou seja, colocados 
em uma ordem (MOTTA, 2006). Ela não sofre influên-
cia de valores extremos, uma vez que é uma medida 
vinculada à posição que ocupa no conjunto ordenado. 
Por exemplo, ao organizarmos os pesos desses 11 alu-
nos em ordem crescente: 46, 47, 48, 50, 51, 53, 55, 55, 
55, 56, 120; a mediana é 53. Nessa sequência ímpar de 
dados, é mais fácil identificar o número central, mas e 
quando temos uma sequência par? Nesse caso, o valor 
da mediana pode ser definido como a média de dois 
valores centrais. Vamos supor que nossa série de dados 
fosse 46, 47, 48, 50, 51, 53, 55, 55, 55, 56; a mediana 
seria (51 + 53)/2 = 52, ou seja, 52.
Moda
Os dados são apresentados com maior frequência 
pela média ou mediana. No entanto, a tendencial 
central também pode ser enunciada pela moda. 
Esta pode ser definida como o valor que ocorre 
com maior frequência (DORIA FILHO, 1999). 
Assim como a mediana, ela não sofre influência 
de valores extremos. Para o exemplo anterior, a 
moda é 55, pois esse escore se repete três vezes. 
Algumas séries de dados podem ter mais de uma 
moda, e são, portanto, uma distribuição plurimo-
dal. Outras séries de dados podem apresentar uma 
distribuição amodal, isto é, sem moda (nenhum 
valor repetido).
Desse modo, podemos concluir que as medi-
das de tendência central, como a média, a media-
na e a moda, são medidas representativas e des-
crevem todo um conjunto de dados. Porém para 
a descrição adequada de um conjunto, é impor-
tante, além da apresentação da tendência central, 
apresentar uma medida do grau de dispersão dos 
valores analisados. 
MEDIDAS DE DISPERSÃO
Numa série de dados, cada valor apresenta algum 
grau de variação em relação à tendência central. 
Esses graus de variação representam a dispersão. 
Em estatística, dispersão significa o modo como 
os dados se posicionam ao redor do ponto central 
(DORIA FILHO, 1999). Apresentada uma série de 
dados, é possível observar que os valores se distri-
buem ao redor do ponto central para mais (valo-
res acima) e para menos (valores abaixo). Quanto 
mais próximos os valores estiverem desse ponto, 
mais homogêneo será o conjunto. Frequentemen-
te, a dispersão dos dados é chamada de variabi-
lidade (DORIA FILHO, 1999). A seguir, serão 
apresentadas algumas das medidas de dispersão, 
a variabilidade.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 27
Amplitude
A amplitude total corresponde à diferença entre o 
valor mais alto e o mais baixo observado. Ela é a me-
dida mais simples da variabilidade, pois não informa 
como os dados se distribuem na série e, conforme a 
amostra cresce, ela pode crescer também, devido a 
maior chance de aparecer um valor extremo. A am-
plitude pode ser relatada, em especial, quando se usa 
a mediana e não a média (THOMAS;NELSON; SIL-
VERMAN, 2012).
Exemplificando esse conceito, observemos a se-
guinte série de dados: 26, 26, 27, 28, 29, 29, 29, 30, 
31, 32. Hipoteticamente, esses valores representam, 
em segundos, o tempo de atletas amadores do sexo 
masculino em uma prova de 200 m rasos de atle-
tismo. A partir dessa série, temos que a amplitude 
é 6 (32 - 26 = 6), com os valores mínimo e máximo 
iguais a 26 e 32, respectivamente.
VARIÂNCIA
Uma das medidas de dispersão que mostra o quão 
distantes os valores estão da média é a variância. 
Quanto maior ela for, mais distantes da média esta-
rão os valores; quanto menor a variância, mais pró-
ximos da média eles estarão.
Existem duas fórmulas para calcular a variância. 
A escolha por uma ou outra depende da natureza do 
conjunto de dados, que pode ser uma população ou 
de uma amostra.
Para calcular a variância de uma população, uti-
liza-se a seguinte fórmula:
σ
µ2
2
�
�� ( )x
N
σ ² = variância da população
x = valor observado
μ = média
N = número de observações (população)
Para o cálculo da variância de uma amostra, utiliza-
-se a seguinte fórmula:
s
x
n
2
2
1
=
−
−
∑ ( )
( )
μ
s² = variância da amostra
x = valor observado
μ = média
n = número de observações (amostra)
Para facilitar a visualização do cálculo das variân-
cias, vejamos um exemplo. Imagine que, em um 
campeonato amador de natação, foi avaliada a es-
tatura de dez mulheres participantes. A média en-
contrada foi de 154,1 cm. As dez estaturas medidas 
estão apresentadas na Tabela 5. 
Tabela 5 - Estatura de mulheres atletas de natação
Atleta Estatura (cm)
A 150
B 150
C 151
D 152
E 153
F 154
G 155
H 155
I 160
J 161
Fonte: os autores.
28 
MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
Primeiro, suponhamos que essas dez atletas repre-
sentam toda a população, e não somente uma parte. 
Para calcular a variância dessa população, primeiro, 
é necessário saber quanto cada resultado se afasta da 
média. Como esses resultados se distribuem tanto 
para mais quanto para menos, são encontrados va-
lores positivos e negativos. A Tabela 6 mostra a dife-
rença entre cada estatura e a média do grupo.
Tabela 6 - Diferença entre a estatura e a média do grupo de atletas
Atleta Estatura (cm)
Estatura – média
(X – μ)
A 150 150 – 154,1 = – 4,1
B 150 150 – 154,1 = – 4,1
C 151 151 – 154,1 = – 3,1
D 152 152 – 154,1 = – 2,1
E 153 153– 154,1 = – 1,1
F 154 154 – 154,1 = – 0,1
G 155 155 – 154,1 = 0,9
H 155 155 – 154,1 = 0,9
I 160 160 – 154,1 = 5,9
J 161 161 – 154,1 = 6,9
Fonte: os autores.
Em seguida, cada diferença é elevada ao quadrado, 
conforme a Tabela 7; então, todos os quadrados são 
somados.
Tabela 7 – Diferença entre a estatura e a média do grupo de atletas ele-
vada ao quadrado
Atleta
Estatura 
(cm)
Estatura – média
(X – μ)
Estatura – média
(X – μ)²
A 150 150 – 154,1 = – 4,1 (– 4,1)2 = 16,81
B 150 150 – 154,1 = – 4,1 (– 4,1)2 = 16,81
C 151 151 – 154,1 = – 3,1 (– 3,1)2 = 9,61
D 152 152 – 154,1 = – 2,1 (– 2,1)2 = 4,41
E 153 153 – 154,1 = – 1,1 (– 1,1)2 = 1,21
F 154 154 – 154,1 = – 0,1 (– 0,1)2 = 0,01
G 155 155 – 154,1 = 0,9 (0,9)2 = 0,81
H 155 155 – 154,1 = 0,9 (0,9)2 = 0,81
I 160 160 – 154,1 = 5,9 (5,9)2 = 34,81
J 161 161 – 154,1 = 6,9 (6,9)2 = 47,61
Fonte: os autores.
Após a soma dos quadrados das diferenças (coluna à 
extrema direita da Tabela 6), é preciso dividir o valor 
pela população (N ).
Variância da população
σ
∝2
2 132 9
10
13 30
( ) , ,
x
N
Se esse grupo, entretanto, fosse apenas uma amostra 
das atletas desse campeonato, seria necessário utili-
zar a fórmula para o cálculo da variância da amostra.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 29
Variância da amostra
s
x
n
2
2
1
132 9
10 1
132 9
9
14 77�
�
�
�
�
�� ( )
( )
,
( )
, ,
μ
Um aspecto inconveniente da variância é que, devi-
do ao seu método de cálculo, o resultado é expresso 
em unidades ao quadrado. Assim, para os dados das 
atletas de natação, tem-se uma média de 154,1 cm e 
uma variância de 14,77 cm2, por exemplo. Devido 
a difícil interpretação dessa unidade ao quadrado, 
uma alternativa para a análise da variabilidade dos 
dados é o desvio padrão.
Desvio padrão
Basicamente, o desvio padrão, ou standard deviation 
(em inglês), corresponde à raiz quadrada da variân-
cia. Assim como a variância, ele também correspon-
de à estimativa da dispersão dos valores de uma série 
de dados em relação à sua média. O desvio padrão é 
representado por S, dp, DP, ou sd. Podemos calcular 
o desvio padrão da média pela seguinte fórmula:
s
x
n
=
−
−
∑ ( )²
( )
μ
1
s = desvio padrão
x = valor observado
μ = média
n = número de observações (amostra)
Sendo assim, em nosso exemplo com as atletas de 
natação, qual seria o desvio padrão da média de es-
tatura delas?
Para determinar o desvio padrão, temos que:
Desvio padrão
s
x
n
�
�
�
� �� ( )²
( )
, ,
μ
1
132 9
9
3 84
Normalmente, na escrita acadêmica, os valores de 
média e desvio padrão dos estudos são apresentados 
da seguinte maneira: média ± desvio padrão. Desta 
forma, o resultado da investigação sobre a estatura 
dessas atletas seria 154,1 ± 3,84. Interpretando esta 
expressão, temos que a média da estatura é igual a 
154,1 cm, podendo ser encontrados valores entre 
150,3 cm (154,1 – 3,84 = 150,3) e 157,9 cm (154,1 
+ 3,84 = 157,9).
Assim, o desvio padrão indica os limites dentro 
dos quais se espera encontrar certas proporções das 
observações. A regra empírica para o desvio padrão 
pode ser usada para melhor caracterizar e descrever 
os resultados.
Regra empírica: 
A regra empírica é uma regra estatística 
para uma distribuição normal determinada 
pela média e pelo desvio padrão. 
De acordo com essa regra:
• Aproximadamente 68% das obser-
vações estão entre a média ± 1dp.
• Aproximadamente 95% das obser-
vações estão entre a média ± 2dp.
• Aproximadamente todas as observa-
ções estão entre a média ± 3dp.
30 
MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
Utilizando a regra empírica, a distribuição das esta-
turas das atletas indica que, aproximadamente, 68% 
estão entre 150,1 cm e 157,9 cm; aproximadamente 
95% estão entre 146,4 cm (154,1 – 7,68 = 146,4) e 
161,8 cm (154,1 + 7,68 = 161,8) e, aproximadamen-
te, todas as estaturas estão entre 142,6 cm (154,1 – 
11,52 = 142,6) e 165,6 cm (154,1 + 11,52 = 165,6).
Coeficiente de variação
Um conceito em estatística descritiva que se rela-
ciona com o desvio padrão é o coeficiente de varia-
ção. Esse coeficiente expressa o desvio padrão como 
porcentagem do valor da média (DORIA FILHO, 
1999). O cálculo do coeficiente de variação é feito 
por meio da seguinte fórmula:
cv s x=





μ
100
cv = coeficiente de variação
s = desvio-padrão
μ = média
Quanto menor for o valor do coeficiente de varia-
ção, mais homogêneos serão os dados, ou seja, me-
nor será a dispersão em torno da média. Assim sen-
do, um coeficiente de variação igual a 100% indica 
que o desvio padrão é igual à média, ou seja, existe 
alta dispersão entre os valores.
O coeficiente de variação pode ser utilizado para 
a comparação da dispersão, em termos relativos, de 
dois ou mais conjuntos de dados que apresentam 
unidades de medida diferentes (grandezas diferen-
tes), com a finalidade de verificar qual deles é mais 
homogêneo. Vejamos um exemplo.
Retomando o nosso exemplo do campeonato ama-
dor de natação, vamos supor que, além da estatura (em 
centímetros), foi coletado também o tempo (em se-
gundos) da prova de 50 m livres dessas atletas. Com 
a coleta dos dados, foram obtidos os seguintes valores:
Estatura: μ = 154,1 e s = 3,84.
Tempo de prova: μ = 28,7 e s = 1,9.
Observando esses valores, qual conjunto de da-
dos apresenta menor dispersão relativa em torno da 
média? Qual seria o seu palpite? Primeiramente, é im-
portante observar que os dados analisados possuem 
unidades de medida diferentes (centímetros e segun-
dos). Dessa forma, o desvio padrão não é suficiente 
para comparar os dois conjuntos. Para fazer essa com-
paração, é preciso calcular o coeficiente de variação.
Assim, substituindo os respectivos valores na 
fórmula do coeficiente de variação, teremos:
Estatura:
cv s x x=





 = 




 =
μ
100 3 64
154 1
100 2 36,
,
, %
Tempo de prova:
cv s x x=





 = 




 =
μ
100 1 9
28 7
100 6 62,
,
, %
Como interpretamos esses resultados? Como o 
coeficiente de variação da estatura foi menor que o 
coeficiente de variação do tempo de prova, pode-se 
afirmar que os dados relativos à estatura são mais 
homogêneos que os dados do tempo de prova.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 31
Percentis
Os percentis, ou centis, são valores que demarcam pro-
porções dentro de uma série de dados. Eles dividem as 
séries de dados (valores), ordenados de forma crescen-
te, em 100 partes (DORIA FILHO, 1999). O percentil 
50, ou P50 , equivale à mediana da série de dados.
Dessa forma, se determinado valor se encontra no 
percentil 89, por exemplo, quer dizer que ele está aci-
ma de 89% das observações e abaixo de 11% restantes.
Quartis
Também há a possibilidade de dividir o conjunto de 
dados em partes menores. A divisão das séries or-
denadas de dados em quatro partes iguais é a mais 
comum e recebe o nome de quartil. A divisão em 
quatro partes resulta em três quartis: Q1, Q2 e Q3.
O primeiro quartil (Q1) equivale ao percentil 
25 (P25) e corresponde ao valor da série em que um 
quarto dos dados (25%) está abaixo dele, e as outras 
partes restantes (75%), acima. O segundo quartil 
(Q2) coincide com a mediana (P50). O terceiro quartil 
(Q3) equivale ao percentil 75(P75) e corresponde ao 
valor da série em que três quartos dos dados (75%) 
estão abaixo dele, e um quarto está acima (25%).
Amplitude interquartil
A amplitude interquartil, ou intervalo interquartílico, 
corresponde à distância entre P25 e P75 (DORIA FILHO, 
1999). Ela compreende os 50% dos dados centrais da 
série. A amplitude interquartil é determinada pelo cál-
culo da diferença entre os valores do terceiro quartil (Q3 
ou P75) e do primeiro quartil (Q1 ou P25). A vantagem 
de seu uso em relação ao da amplitude total decorre do 
fato de que não sofre influência dos valores extremos.
DISTRIBUIÇÃO NORMAL E DADOS ASSI-
MÉTRICOS
Normalmente, o padrão teórico esperado para da-
dos quantitativos é denominado curva normal. Do 
ponto de vista gráfico, na curva normal, os dados 
se distribuem de forma simétrica em torno da mé-
dia, da qual a maior partedos valores está próxima e 
uma pequena parte dos valores está distante, levan-
do a um traçado em forma de sino. Esse padrão de 
dispersão dos dados é também chamado de curva 
de dispersão normal, ou Curva de Gauss (Figura 2).
Média
Mediana
Moda
Figura 2 - Representação gráfica da curva de dispersão normal
Fonte: os autores.
Quando a distribuição de frequências, em dados 
quantitativos, foge ao padrão esperado (curva nor-
mal), dizemos que há assimetria no conjunto. Isso é 
algo que acontece corriqueiramente e envolve a pre-
sença de observações discrepantes. Na presença de 
assimetria, não é recomendado o uso da média e do 
desvio padrão para descrever os dados, uma vez que 
essas medidas pressupõem simetria. Assim, o uso da 
mediana e da moda é mais indicado para os dados as-
simétricos (Figura 3). Uma maneira simples de veri-
ficar se os dados são assimétricos é observar o desvio 
padrão. Caso ele seja maior que a metade da média, 
pode-se assumir que os dados são assimétricos.
32 
MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
Média
Mediana
A
Moda Média
Mediana
B
Moda
Figura 3 - Representação gráfica da distribuição de dados assimétricos
Fonte: os autores.
Para verificarmos a aplicação dos gráficos, utili-
zaremos o seguinte exemplo:
Numa determinada pesquisa, com 60 atletas de 
handebol, foram avaliadas a frequência cardíaca de 
repouso e a função exercida no time (armador, pivô, 
ala e goleiro). Os dados dessa pesquisa são apresen-
tados no Quadro 1.
Quadro 1 - Frequência cardíaca (bpm) de repouso de 60 atletas do han-
debol (bpm = batimentos por minuto)
59 bpm 62 bpm 55 bpm 59 bpm 62 bpm 55 bpm
60 bpm 63 bpm 56 bpm 60 bpm 58 bpm 56 bpm
61 bpm 64 bpm 57 bpm 61 bpm 59 bpm 57 bpm
62 bpm 60 bpm 58 bpm 58 bpm 60 bpm 58 bpm
59 bpm 61 bpm 59 bpm 59 bpm 61 bpm 59 bpm
55 bpm 58 bpm 61 bpm 62 bpm 55 bpm 60 bpm
56 bpm 59 bpm 62 bpm 60 bpm 56 bpm 61 bpm
57 bpm 60 bpm 59 bpm 61 bpm 57 bpm 62 bpm
58 bpm 61 bpm 60 bpm 56 bpm 58 bpm 59 bpm
59 bpm 58 bpm 60 bpm 68 bpm 59 bpm 60 bpm
Fonte: os autores.
Na Figura 3, o gráfico A representa uma distribui-
ção assimétrica positiva. Nessa assimetria, a média 
assume um valor maior que a mediana. O gráfico 
B representa uma distribuição assimétrica negativa. 
Nesse tipo de distribuição, a média assume um valor 
menor que a mediana.
Por estarem diretamente vinculados ao processo 
de inferência estatística na execução de testes esta-
tísticos, esses conceitos não serão aprofundados nes-
te momento. No entanto, por haver a relação de tais 
conceitos com a estatística descritiva, optou-se por 
introduzi-los nesta unidade.
GRÁFICOS
Os gráficos fazem parte dos instrumentos utiliza-
dos pela estatística para a apresentação de dados. A 
principal finalidade deles é transmitir o padrão, ou a 
tendência geral da informação, de maneira prática e 
de fácil entendimento. Adiante, serão apresentados 
alguns dos gráficos mais utilizados para variáveis ca-
tegóricas e quantitativas.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 33
Histograma de frequências
No histograma, as frequências são apresentadas no 
eixo vertical (eixo y), e os intervalos de classe são 
representados pela base dos retângulos (justapostos) 
no eixo horizontal (eixo x). As larguras dos retângu-
los equivalem às amplitudes dos intervalos de classe, 
e a altura proporcional equivale à frequência (abso-
luta ou relativa) de cada intervalo.
A Figura 4 apresenta as frequências e os interva-
los de classe da variável frequência cardíaca de re-
pouso dos 60 atletas de handebol.
35
30
25
20
15
10
5
0
55 60 65 68
Fr
eq
uê
nc
ia
Frequência cardíaca
de repouso
Figura 4 - Histograma das frequências cardíacas de repouso dos 60 atletas 
de handebol
Fonte: os autores.
Gráfico box plot
O gráfico box plot é capaz de apresentar diversas infor-
mações sobre o comportamento dos dados, de manei-
ra compacta. A mediana da série é representada pela 
linha horizontal central do box (caixa), e os quartis 
(Q1 e Q3), pelas linhas inferior e superior da box. Des-
sa maneira, o gráfico fornece as estimativas da tendên-
cia central e variabilidade geral dos dados, respectiva-
mente. A posição da mediana (central ou deslocada 
para um dos quartis) indica a ausência ou presença 
da assimetria de dados. Já as linhas que saem da caixa 
ligam os valores centrais e os extremos da série.
A Figura 5 apresenta os dados das frequências car-
díacas de repouso dos 60 atletas de handebol. A aná-
lise dos dados revelou que: mediana = 59, Q1 = 58, 
Q3 = 61.
70
67,5
65
62,5
60
57,5
55
Figura 5 - Gráfico box plot das frequências cardíacas de repouso de 60 atletas.
Fonte: os autores.
Gráfico de barras
Os gráficos de barra ou coluna permitem a compa-
ração dos dados por meio de retângulos dispostos 
verticalmente. Esses retângulos possuem a mesma 
base, e as alturas equivalem aos respectivos dados.
A Figura 6 apresenta a distribuição das frequên-
cias da função exercida no time (armador, pivô, ala e 
goleiro) dos 60 atletas.
25
20
15
10
50
0
Fr
eq
uê
nc
ia
Função exercida no time
Armador Pivô Ala Goleiro
Figura 6 - Gráfico de barras da função exercida no time de handebol 
de 60 atletas
Fonte: os autores.
34 
MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
Gráfico de setores
O gráfico de setores, conhecido popularmente como 
gráfico de pizza, é um exemplo de recurso visual 
para a apresentação de variáveis categóricas. Em 
geral, é bastante utilizado, no entanto, não é muito 
explorado no meio acadêmico.
A Figura 7 apresenta, também, a distribuição das 
frequências da função exercida no time (armador, 
pivô, ala e goleiro) dos 60 atletas.
Função exercida no time
Armador
Pivô
Ala
Goleiro
Figura 7 - Gráfico de setores da função exercida no time de handebol 
por 60 atletas
Fonte: os autores.
Gráfico stem-and-leaf (tronco e folhas)
Um gráfico stem-and-leaf fornece diversas informa-
ções a respeito da série de dados. Ele apresenta a am-
plitude dos dados, a localização da maior densidade 
dos dados e a presença ou ausência de simetria. Nes-
se tipo de gráfico, é possível ver informações omiti-
das pelos intervalos de classe.
A parte denominada stem (tronco) consiste de 
um ou mais dos dígitos iniciais do dado; a parte cha-
mada de leaf (folha) é composta de um ou mais dos 
dígitos restantes. O stem forma uma coluna ordena-
da com o menor valor no topo e o maior na base. As 
linhas contêm as leafs, ordenadas e listadas, à direita 
do respectivo stem.
A Figura 8 apresenta os dados das frequências 
cardíacas de repouso dos 60 atletas de handebol.
Frequência Tronco (stem) Folha (leaf )
4 5 5 5 5 5
5 5 6 6 6 6 6
4 5 7 7 7 7
8 5 8 8 8 8 8 8 8 8
12 5 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9
10 6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
9 6 1 1 1 1 1 1 1 1 1
5 6 2 2 2 2 2
1 6 3
1 6 4
1 6 8
Figura 8 - Gráfico stem-and-leaf com os dados da frequência cardíaca de 
repouso dos 60 atletas
Fonte: os autores.
 35
considerações finais
N
a Unidade 1, vimos a diferença entre medir e avaliar, que são conside-
rados pontos-chave no decurso do processo de coleta de dados para o 
direcionamento de propostas de treinamento para saúde, qualidade de 
vida e desempenho competitivo. Observamos que medir está relacionado 
ao ato de adquirir a medida propriamente dita, ao passo que avaliar está associado ao 
julgamento da medida coletada, isto é, a atribuição de valor acerca da medida; por 
exemplo, classificar a medida em pontos de corte.
Suplementarmente, identificamos a relevância das quatro fases da avaliação, que 
é subdividida em: delineamento ou planejamento da avaliação; obtenção das medi-
das; interpretação das medidas ou obtenção das informações; aplicação das informa-
ções obtidas. Em decorrência dessas fases, torna-se exequível a consumação plena 
do processamento das informações coletadas para subsequente análise dos dados e 
direcionamento de propostas de programas de intervenção.
Do mesmo modo, constatamos os diferentes tipos de erro que podem com-
prometer a qualidade dos dados coletados, como erro instrumental; erro teórico; 
erro ambientale erro observacional. Se houver descuido na coleta das informações 
por causa dos diferentes erros relatados, os dados não serão fidedignos e tampouco 
reprodutíveis. Por esse motivo, discutimos a relevância da correta padronização 
para a obtenção das medidas.
Outrossim, notabilizamos a estatística descritiva com as medidas de tendência 
central: média, mediana e moda, tal como as medidas de dispersão, isto é, amplitude, 
variância, desvio padrão e percentis (intervalo interquartil e quartis). 
Enfim, foram argumentados pontos sobre a organização dos dados em tabelas e 
diferentes tipos de gráficos. Por consequência, o entendimento da estatística descri-
tiva subsidiará as demais unidades do livro e, igualmente, as disciplinas que deman-
dam análises quantitativas. 
36 
atividades de estudo
1. Ao longo da primeira unidade do livro de Medidas e Avaliação, foi verificado que 
o processo de delineamento da avaliação física deve seguir rigorosos procedi-
mentos técnicos. À vista disso, o correto processo de delineamento da avaliação 
física envolve:
a) Coleta e análise dos dados obtidos.
b) Coleta, planejamento e avaliação dos dados obtidos.
c) Delineamento da avaliação, obtenção das medidas, interpretação e aplicação 
das informações obtidas. 
d) Erro instrumental, teórico, ambiental e observacional.
e) Medida e avaliação os dados com base em artigos científicos. 
2. As medidas de tendência central, ou medidas de posição, fornecem uma ideia de 
onde se localiza o ponto central de determinado conjunto de dados. Podemos 
dizer que são como valor de referência, em torno do qual os outros valores se 
distribuem, sendo assim, correspondem ao escore único que melhor representa 
todos os escores. Considerando as informações acerca das medidas de tendên-
cia central, analise as afirmativas a seguir:
I - Uma vez que é uma medida vinculada à posição que ocupa no conjunto or-
denado, a mediana não sofre influência de valores extremos.
II - A média é definida como a soma dos valores observados dividida pelo núme-
ro de observações.
III - A mediana é definida como o valor do meio, quando todos os valores são 
ordenados.
IV - Às vezes, a média pode não ser o valor mais representativo ou característico.
V - A moda pode ser definida como o valor que ocorre com maior frequência.
Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas corretas.
a) I, II, III, IV e V.
b) II, III, IV e V apenas.
c) II, III e IV apenas.
d) II, IV e V apenas.
e) III, IV e V apenas. 
 37
atividades de estudo
3. Assinale verdadeiro (V) ou falso (F) com base nas medidas de tendência central e 
dispersão apresentadas na Unidade 1:
( ) O desvio padrão é uma medida de tendência central que mostra o quanto 
os dados se dispersam em relação à média. 
( ) Nos quartis, o primeiro quartil (Q1) equivale ao percentil 25 (P25), e corres-
ponde ao valor da série no qual um quarto dos dados (25%) está abaixo dele 
e as outras partes restantes (75%), acima. O segundo quartil (Q2) coincide 
com a mediana (P50). Já o terceiro quartil (Q3) equivale ao percentil 75 (P75) e 
corresponde ao valor da série no qual três quartos dos dados (75%) estão 
abaixo dele e um quarto está acima (25%).
( ) Média, moda e amplitude são medidas de tendência central. 
Assinale a alternativa correta:
a) F; V; F.
b) F; F; F.
c) V; F; V.
d) V; V; F.
e) V; V; V.
4. Um profissional de saúde precisa verificar eventuais relações entre o índice de 
massa corporal e o consumo máximo de oxigênio. Qual teste estatístico o profis-
sional de saúde deve utilizar?
5. Na estatística, uma tendência central (ou, normalmente, uma medida de ten-
dência central) é um valor central ou valor típico para uma distribuição de pro-
babilidade. Esse tipo de medida é observado apenas no centro da distribuição. 
Portanto, descreva detalhadamente quais são as medidas de tendência central 
encontradas na estatística.
38 
LEITURA
COMPLEMENTAR
A Educação Física tem ampliado os horizontes de atuação nas últimas décadas, com maior 
expressão a partir de 1998, após a regulamentação governamental publicada no diário ofi-
cial. Em virtude disso, nos dias atuais, os profissionais de Educação Física com especializa-
ção em estatística, análise quantitativa e análise de desempenho, também conhecida como 
análise técnico-tática, ainda são incipientes no mercado de trabalho. Portanto, consideran-
do os aspectos elencados, é evidente ressaltar a relevância do referido profissional na in-
terpretação de dados quantitativos com enfoque na prevenção e tratamento das doenças 
crônicas não-transmissíveis, análise dos dados advindos do Núcleo de Apoio à Saúde da 
Família (NASF), assim como na análise técnico-tática de diferentes modalidades esportivas. 
Por exemplo, estudos prévios buscaram quantificar a estrutura temporal de modalidades 
esportivas de combate, a fim de identificar os períodos de esforço, pausa e intensidade dos 
confrontos (ANDREATO et al., 2013; BRANCO, 2016). Nesse sentido, foram feitas filmagens 
dos combates e registrados os dados numéricos com o propósito de identificar as ações de 
alta, média e baixa intensidade, além dos tempos de pausa. Consequentemente, com base 
nas respostas das análises dos atletas, hoje é possível prescrever o treinamento físico e téc-
nico-tático utilizando o princípio da especificidade (o qual norteia o treinamento esportivo). 
Do mesmo modo, Santos e Benedetti (2012) buscaram caracterizar e verificar a inserção 
do profissional de Educação Física no NASF. Notou-se que a Educação Física está inserida 
em 49,2% das equipes do NASF. Adicionalmente, a proporção de profissionais de Educação 
Física nos programas de saúde da família foi de 1 para 100.000 pessoas. O estudo publica-
do pelos autores apontou a necessidade de investimentos políticos e acadêmicos para a 
fixação do NASF e aproximação do profissional de Educação Física na rede de assistência 
pública em saúde. Finalmente, pode-se inferir que o estudo da bioestatística aplicada à 
Educação Física e esporte é substancial para o direcionamento adequado de ações com 
enfoque na melhoria da saúde, qualidade de vida e desempenho físico-esportivo.
Fonte: Branco (2016), Andreato (2013) e Santos (2012).
 39
material complementar
Esporte e Exercício – Avaliação e Prescrição
Maria Augusta Peduti Dal’Molin Kiss
Editora: Roca
Sinopse: o processo de avaliação é discutido dentro do contexto do treinamento 
esportivo, sugerindo critérios de seleção dos testes, o uso de escores padroni-
zados e escalonados na avaliação e elementos para a detecção de talentos es-
portivos. Além disso, traz considerações a respeito da prescrição de treinamento 
para sedentários e grupos especiais, bem como a avaliação para portadores de 
deficiência inseridos no esporte.
Indicação para Ler
Medida e Avaliação do Desempenho Humano
James R. Morrow Jr., Allen W. Jackson, James G. Disch e Dale P. Mood
Editora: Artmed
Sinopse: faz referência à avaliação da aptidão física e da atividade física em jovens 
e adultos no contexto das habilidades esportivas, motoras e psicológicas. Além 
disso, discute o uso da tecnologia e da estatística, e o desenvolvimento de testes 
em medidas e avaliação.
Indicação para Ler
40 
material complementar
Conheça um pouco mais sobre o assunto nesse artigo que aborda o uso da estatística na Educação Física por 
meio da análise das publicações nacionais entre os anos 2009 e 2011. Web: http://www.scielo.br/pdf/rbefe/
v29n1/1807-5509-rbefe-29-01-00139.pdf. 
Indicação para Acessar
O homem que mudou o jogo
Ano: 2011
Sinopse: Billy Beane (Brad Pitt), executivo do time de beisebol Oakland Athletics, 
foi o responsável por tornar o time com a terceira menor folha de pagamento da 
Major League Baseball no recordista de vitórias consecutivas em uma temporada. 
O filme retrata a estratégia adotada por Beane para formar um time competitivo 
para a temporada de 2002, apesar do orçamento limitado: o uso da estatística 
para montar e escalar a equipe.
Indicaçãopara Assistir
http://www.scielo.br/pdf/rbefe/v29n1/1807-5509-rbefe-29-01-00139.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rbefe/v29n1/1807-5509-rbefe-29-01-00139.pdf
 41
referências
ANDREATO, L. V. et al. Physiological and technical-tactical analysis in Brazilian 
jiu-jitsu competition. Asian Journal of Sports Medicine, v. 4, p. 137-143, 2013. 
BAUMGARTNER, T. A. Norm-referenced Measurement: reability. In: SAFRIT, M. 
J.; WOOD, T. M. Introduction to Measurement in Physical Education and Exercise 
Sciences. Saint Louis: Mosby, 1995. 
BRANCO, B. H. M. Efeitos do treinamento intervalado de alta intensidade sobre as 
respostas fisiológicas e o desempenho de atletas de judô. 2016. Tese (Doutorado em 
Estudos Biodinâmicos da Educação Física e Esporte) - Escola de Educação Física e 
Esporte, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. 
LIMA, J. R. P.; KISS, M. A. P. D. Critérios de Seleção de Testes. In: KISS, M. A. P. D. 
Esporte e Exercício. São Paulo: Roca, 2003. 
DORIA FILHO, U. Introdução à bioestatística: para simples mortais. São Paulo: 
Negócio, 1999.
SANTOS, S. F. D.; BENEDETTI, T. R. B. Cenário de implantação do Núcleo de Apoio 
à Saúde da Família e a inserção do profissional de Educação Física. Revista Brasileira 
de Atividade Física e Saúde, v. 17, n. 3, p. 188-194, 2012.
HEYWARD, V. H. Avaliação Física e Prescrição de Exercício: Técnicas Avançadas. 
6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. 
MIOT, H. A. Análise de concordância em estudos clínicos e experimentais. Jornal 
Vascular Brasileiro, v. 15, n. 2, p. 89-92, 2016. 
MORROW JUNIOR., J. R.; JACKSON, A. W.; DISCH, J. G.; MOOD, D. P. Medida e 
Avaliação do Desempenho Humano. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 
MOTTA, V. T. Bioestatística. 2. ed. Caxias do Sul: Educs, 2006.
THOMAS, J. R.; NELSON, J. K.; SILVERMAN, S. J. Métodos de pesquisa em ativi-
dade física. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.
VIEIRA, S. Introdução à bioestatística. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
WARD, H.; TOLEDANO, M. B.; SHADDICK, G. et al. Oxford Handbook of Epide-
miology for Clinicians. Oxford: Oxford University Press, 2012.
42 
gabarito
1. C.
2. A.
3. A.
4. Teste de correlação.
5. Medidas de tendência central: média, moda e mediana. Média = se refere à 
somatória dos valores obtidos em um conjunto de dados dividido pelo mesmo 
número de ocorrência observado nesse conjunto; moda = número que mais se 
repete em um conjunto de dados, sendo que os valores podem ser amodais 
(não há moda), bimodais (se repetem duas vezes) e multimodais (se repetem vá-
rias vezes); mediana = valor que divide um conjunto de dados em partes iguais.
gabarito
UNIDADE II
Professor Dr. Braulio Henrique Magnani Branco
Professor Me. Adriano Ruy Matsuo
Professor Me. Bruno Follmer
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Introdução à avaliação antropométrica
• Avaliação da composição corporal
• Modelos teóricos de análise e métodos da avaliação da 
composição corporal
• Técnicas da avaliação da composição corporal
Objetivos de Aprendizagem
• Contextualizar a avaliação antropométrica no âmbito da 
Educação Física.
• Identificar os principais conceitos e técnicas que permeiam 
o processo da avaliação antropométrica.
• Apresentar os métodos direto, indireto e duplamente 
indireto da avaliação da composição corporal.
• Apresentar as diferentes técnicas utilizadas para avaliar a 
composição corporal de adultos, jovens e crianças.
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA
unidade 
II
INTRODUÇÃO
P
rezado(a) aluno(a), a antropometria pode ser entendida como 
o estudo das características mensuráveis da forma humana. Ela 
mede e avalia as características da forma e da composição cor-
poral dos seres humanos. Primeiramente, veremos as principais 
medidas e os principais índices antropométricos e a relação de alguns 
desses com aspectos da saúde. Em seguida, serão abordadas as três sub-
divisões dos métodos da avaliação da composição corporal da metodolo-
gia direta, na qual são coletadas informações sobre os diferentes tecidos: 
massa magra e massa gorda, bem como suas subclassificações. Por sua 
vez, são observadas, na literatura, vários métodos indiretos para a aná-
lise da composição corporal; podemos citar como exemplo: a pesagem 
hidrostática, a pletismografia, a Absorciometria de raio X de dupla ener-
gia (DEXA), a ultrassonografia, a tomografia computadorizada, a resso-
nância magnética e a hidrometria. Algumas das técnicas descritas apre-
sentam alto custo para avaliar os componentes da composição corporal 
e, por isso, são pouco utilizadas na prática do profissional de Educação 
Física.
Dessa forma, a utilização das medidas indiretas é majoritariamen-
te limitada aos centros de diagnóstico e programas de pós-graduação 
em diferentes áreas do conhecimento. No entanto, serão discutidos os 
princípios das relevantes medidas indiretas na avaliação da composição 
corporal humana. As medidas indiretas são consideradas como padrão-
-ouro de medida, uma vez que manifestam elevada reprodutibilidade na 
análise dos compartimentos do corpo humano. Finalmente, serão discu-
tidas as medidas duplamente indiretas, que incluem as dobras cutâneas e 
a bioimpedância elétrica. Estas são técnicas que envolvem equipamentos 
relativamente acessíveis, porém, com forte grau de confiabilidade. Outras 
medidas poderão ser vistas durante as diferentes disciplinas de Educação 
Física. No entanto, acredita-se que as principais são descritas nesta uni-
dade. Desejamos a todos bons estudos!
48 
 
Introdução 
à Avaliação 
Antropométrica
Dentre as atribuições que cabem ao(a) gra-
duado(a) em Educação Física, seja na li-
cenciatura ou no bacharelado, a avaliação 
antropométrica constitui uma importante 
ferramenta de análise na sua prática pro-
fissional, bem como de avaliação da saúde 
do seu aluno na escola, na academia, ou em 
qualquer outro lugar dentro do campo de 
atuação na área.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 49
A antropometria é o ramo das ciências biológi-
cas direcionado ao estudo das características men-
suráveis da morfologia (estudo das formas) humana 
(PITANGA, 2004). Ela avalia todas as caracterís-
ticas da forma e da composição corporal dos seres 
humanos que podem ser medidas. Algumas delas 
que, normalmente, avaliamos na Educação Física, 
são: massa corporal (peso corporal), estatura, com-
primentos, diâmetros e perímetros dos segmentos, 
densidade corporal, dobras cutâneas, entre outras 
(GAGLIARDI; MANSOLDO; KISS, 2003).
Com base nas diferentes medidas proporcio-
nadas pela antropometria, é possível verificar as 
dimensões do corpo, como o peso corporal, a esta-
tura e as medidas dos segmentos corporais; ainda 
é possível estimar os componentes da massa cor-
poral (por exemplo: massa magra e massa gorda) 
utilizando equações matemáticas (GAGLIARDI; 
MANSOLDO; KISS, 2003) que fornecem essas in-
formações. 
Neste primeiro momento, nosso foco será dire-
cionado aos métodos de avaliação das dimensões 
do corpo. Portanto, a seguir, serão apresentados 
as principais medidas e os protocolos utilizados no 
campo da Educação Física.
MEDIDA DA MASSA CORPORAL
A massa corporal é medida utilizando uma balança 
adequada. Antes da avaliação, é importante verificar 
se a balança está corretamente calibrada (Figura 1A). 
Para essa medida, o(a) avaliado(a) deverá ser posicio-
nado(a) em pé (com os pés próximos entre si o máxi-
mo possível), sem calçados e com o mínimo de rou-
pas possível, sobre a balança. O(a) avaliado(a) deve 
estar imóvel, com os braços relaxados ao longo do 
corpo, de costas para a escala de medidas (Figura 1B).
A
B
Figura 1 - Medida da massa corporal. A: calibração da balança (mecânica). 
B: simulação da medida na balança (mecânica)
Fonte: os autores. 
MEDIDA DA ESTATURA
A medida da estatura é feita por meio de um esta-
diômetro. Para essa medida, o(a) avaliado(a) deverá 
ser posicionado em pé (com os pés próximos entre 
si o máximo possível), com os braços relaxados e 
estendidos ao longo do tronco, e a cabeça ereta, de 
acordo com o planode Frankfurt (Figura 2B). O(a) 
avaliador(a) deverá orientar o(a) avaliado(a) a reali-
zar a inspiração e a mantê-la até que a medida seja 
feita. O esquadro deverá ser encostado na cabeça 
do(a) avaliado(a), realizando uma pressão suficiente 
para pressionar os cabelos (este deverá ser solto na 
realização da medida) (Figura 2A). É orientado que 
essa medida seja feita duas vezes.
50 
 
A
B
Figura 2 – Medida da estatura. A: simulação da medida. B: plano de 
Frankfurt
Fonte: os autores.
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL
Com as informações da massa corporal e da esta-
tura, é possível avaliar o estado nutricional dos in-
divíduos pelo índice de massa corporal, ou IMC. O 
estado nutricional diz respeito à condição resultante 
do balanço entre a ingesta e a perda de nutrientes. 
Assim, devido à estreita relação entre o IMC e a gor-
dura corporal (KEYS et al., 1972), é possível deter-
minar se uma pessoa apresenta peso normal, sobre-
peso, obesidade ou, ainda, baixo peso (OMS, 2018).
O IMC é enunciado pela divisão do peso cor-
poral (em quilogramas) pela estatura (em metros) 
elevada ao quadrado, conforme a fórmula a seguir:
IMC =
( )
Peso Corporal em quilos
Estatura em metros 2
Tradicionalmente, os valores do IMC são classifica-
dos de acordo com as orientações da Organização 
Mundial da Saúde (Figura 3).
Figura 3 - Classificação do estado nutricional de acordo com o IMC para ho-
mens e mulheres adultos, segundo a Organização Mundial de Saúde (2018)
Muito além de classificar o estado nutricional, o 
IMC serve, também, de referência para avaliar o ris-
co de morbidade e mortalidade. Observe a Figura 4.
4
3
1
Baixo
peso
Baixo
normal
Categoria de
referência
Sobrepeso
RI
SC
O
 D
E 
M
O
RT
E
Obeso
0,5
15 20 25 30 35 40 45 50
Figura 4 - Risco de morte por diversas doenças de acordo com o IMC
Fonte: adaptado de Joshy et al. (2014).
Visualizando essa figura, é possível verificar que 
tanto o baixo peso quanto o sobrepeso e a obesi-
dade elevam exponencialmente o risco de morte 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 51
por diferenças doenças em adultos, independente-
mente do sexo (JOSHY et al., 2014). É importante 
salientar que essas classificações são aplicadas so-
mente à população adulta. Crianças e adolescentes 
são classificados seguindo outros critérios, pois o 
IMC pode sofrer influência de idade, sexo e desen-
volvimento maturacional (COLE et al., 2005). Até o 
presente momento, não existe um consenso global a 
respeito dos pontos de corte para o diagnóstico do 
sobrepeso e da obesidade pelo IMC para essa popu-
lação. Dentre as propostas de classificação existen-
tes, sugerimos a proposta de Cole e Lobstein (2012), 
do International Obesity Task Force, pois essa foi de-
senvolvida a partir de uma amostra que contemplou 
crianças e adolescentes brasileiros.
Mesmo como método muito utilizado em clíni-
cas e pesquisas e, até mesmo, em escolas e academias, 
o IMC apresenta uma limitação muito marcante que 
precisa ser considerada. Apesar de ter boa correlação 
com a gordura corporal, o IMC é incapaz de quantifi-
car as variações dos componentes corporais. Ou seja, 
é incapaz de diferenciar a quantidade de gordura e a 
quantidade de massa magra, por exemplo. Portanto, 
esse método costuma apresentar falsos-positivos, es-
pecialmente para o público engajado em programas 
de exercícios físicos e controle alimentar (Figura 5). 
A Figura 5 expõe claramente a diferença entre 
indivíduos com o mesmo peso corporal, estatura e 
IMC, porém, com composição corporal completa-
mente diferente.
Figura 5 - Comparação do IMC entre sujeitos de diferentes proporções corporais
52 
 
CIRCUNFERÊNCIA OU PERIMETRIA
A avaliação das circunferências, ou perimetria, é 
muito utilizada devido à sua praticidade e quanti-
dade de informações que podem ser obtidas. Entre 
essas informações, podemos elencar as assimetrias, 
as alterações nos diâmetros corporais e, até mesmo, 
o percentual de gordura.
A medida da circunferência pode ser defini-
da como o perímetro máximo de um segmento 
corporal, quando feita de um ângulo reto em relação 
ao seu eixo (ROCHA; GUEDES JUNIOR, 2013). 
Essa medida é tomada por meio de fita métrica an-
tropométrica. Duas dicas importantes para a medi-
da das circunferências são: identificar os locais an-
tropométricos para medição e aplicar tensão à fita, 
de modo que ela não comprima a pele ou o tecido 
subcutâneo (ROCHA; GUEDES JUNIOR, 2013).
Existem diversos pontos anatômicos que podem 
ser utilizados. A seguir, serão apresentados alguns 
desses pontos, e ressaltamos que, para a condução 
das medidas antropométricas, o(a) avaliado(a) deve 
estar com roupas leves, preferencialmente esporti-
vas. Para as mulheres, indica-se a utilização de top 
e shorts de lycra curto. Para os homens, a sunga, ou 
um apenas um shorts.
O primeiro ponto (Figura 6), mostra o local da 
circunferência do pescoço. Para o seu perímetro, é 
tomada a medida do seu ponto médio. A medida 
do perímetro do pescoço tem sido utilizada como 
indicador de resistência à insulina em adolescentes, 
com as seguintes faixas de corte: para meninos pré-
-púberes > 30,3 cm, e púberes > 34,8 cm; e meninas 
pré-púberes > 32,0 cm, e púberes > 34,1 cm (SILVA 
et al., 2014). Complementarmente, em relação aos 
riscos associados ao excesso de peso e obesidade, a 
literatura traz pontos de corte para homens e mulhe-
res. Para homens, o ponto de corte é de ≥ 37 cm para 
o sobrepeso e ≥ 39,5 cm para a obesidade, ao passo 
que, para as mulheres, o valor é de ≥ 34 cm para o 
sobrepeso e ≥ 36,5 cm para a obesidade, respectiva-
mente (BEN-NOUN; SOHAR; LAOR, 2001).
A Figura 7 apresenta o ponto anatômico para a 
medida da circunferência do braço. Esta medida pode 
ser feita de duas maneiras: com o braço relaxado e com 
o braço contraído. A primeira é feita na área de maior 
circunferência do braço, com ele estendido e relaxado, 
próximo ao tronco (Figura 7A). A outra maneira é fei-
ta na maior área de circunferência, com o braço posi-
cionado em 90 graus e o antebraço fletido. Ao coman-
do do(a) avaliador(a), o(a) avaliado(a) deverá realizar 
a contração máxima do bíceps (Figura 7B).
Figura 6 - Circunferência do pescoço
Fonte: os autores. 
A B
Figura 7 - Circunferência do braço. A: medida do braço relaxado. 
B: medida do braço contraído
Fonte: os autores. 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 53
A medida da circunferência do antebraço é apre-
sentada na Figura 8. Com o cotovelo estendido, essa 
medida é realizada no ponto de maior circunferên-
cia do antebraço.
A Figura 9 apresenta o ponto anatômico para a 
medida da circunferência da coxa. Apresentamos 
duas maneiras de realizar essa medida: na circunfe-
rência da coxa proximal e coxa medial. A primeira é 
realizada no plano horizontal, sendo a medida con-
sumada abaixo da dobra glútea, com o peso corporal 
distribuído equitativamente em ambos os lados (Figu-
ra 9A). A outra maneira é feita no plano horizontal, 
na metade da distância da língua inguinal e da borda 
superior da patela, com o peso corporal distribuído 
equitativamente em ambos os lados (Figura 9B). 
A Figura 10 apresenta o ponto anatômico para 
a medida da perna medial (comumente chamada 
de panturrilha). A medida desse perímetro é rea-
lizada no plano horizontal, no ponto de maior cir-
cunferência da panturrilha, com o peso corporal 
do(a) avaliado(a) distribuído equitativamente em 
ambos os lados.
A Figura 11 apresenta a mensuração do perí-
metro do tornozelo. A medida é realizada no plano 
horizontal, acima dos pontos sphyrions tibiale e fibu-
lare, com o peso corporal do(a) avaliado(a) distribu-
ído equitativamente em ambos os lados.
Figura 8 - Circunferência do antebraço
Fonte: os autores.
Figura 10 - Circunferência da 
perna medial
Fonte: os autores.
Figura 11 - Circunferência do 
tornozelo
Fonte: os autores.
Figura 9 - Circunferência da coxa. A: medida da coxa proximal. 
B: medida da coxa medial
Fonte: os autores.
A B
54 
 
A medida da circunferência da cintura, nor-
malmente, é realizada na parte maisestreita do 
tronco (Figura 12). Outra forma de realizar essa 
medida é utilizar o ponto médio entre a última 
costela e a crista ilíaca. Como essa medida é pre-
ditora da obesidade central, estudos epidemio-
lógicos têm demonstrado sua correlação com 
complicações à saúde, como doenças cardíacas, 
diabetes e até morte. A Federação Internacional 
de Diabetes (2007) propôs alguns pontos de corte 
que definem o risco à saúde devido à elevada cir-
cunferência da cintura. Por exemplo, para a po-
pulação adulta sul-americana (o que inclui nós, 
brasileiros), homens com cintura maior que 90 
cm e mulheres com cintura maior que 80 cm estão 
expostos a maiores riscos à saúde, principalmente 
por doenças cardiovasculares.
A Figura 13 apresenta a circunferência do ab-
dome. A mensuração da circunferência do abdome 
é realizada no mesmo nível da cicatriz umbilical, 
usualmente descrita sobre a protuberância anterior 
máxima do abdome.
A medida da circunferência do quadril é reali-
zada na maior extensão dos glúteos (protuberância 
glútea), com o(a) avaliado(a) permanecendo com 
os pés unidos (Figura 14).
Em relação à medida dos segmentos corporais, 
existe também a medida do diâmetro ósseo. Nela, 
são mensurados pontos anatômicos ósseos por 
meio de um instrumento denominado paquímetro. 
Ela tem por finalidade estabelecer a relação desses 
diâmetros com o crescimento, o desenvolvimento e 
o estado nutricional (composição corporal) de uma 
pessoa. Entretanto, devido aos outros tópicos que 
necessitam de maior atenção nesta unidade, suge-
rimos que consulte os livros de avaliação física para 
maiores detalhes a respeito desse assunto.
Figura 12 - Circunferência da cintura
Fonte: os autores.
Figura 13 - Circunferência do abdome
Fonte: os autores.
Figura 14 - Circunferência do quadril
Fonte: os autores.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 55
A forma como a gordura se distribui no corpo pode 
ser classificada de duas maneiras: distribuição an-
droide e ginoide (Figura 15). A distribuição androi-
de é mais comum em homens e se caracteriza pelo 
acúmulo de gordura na porção superior do corpo 
(tronco e braços), deixando magra a parte inferior. 
Nesse tipo de distribuição, a gordura não se loca-
liza somente entre a pele e os músculos, mas tam-
bém dentro da cavidade abdominal. Devido a isso, 
está associada ao risco cardiovascular e problemas 
digestivos. Essa classificação também é conhecida 
como distribuição em forma de maçã. A distribui-
ção ginoide, em contrapartida, é mais comum em 
mulheres e se caracteriza pelo acúmulo de gordu-
ra na porção inferior do corpo. Nela, a maior parte 
da gordura se localiza nas coxas e culotes, deixando 
a parte superior do corpo magra. A forma ginoide 
também é conhecida como distribuição em forma 
de pêra.
Outra forma mais complexa de classificar o tipo 
corporal é por meio da técnica somatotipológica, 
proposta por Willian Sheldon e modificada por He-
ath e Carter (1967). O somatotipo é um indicador de 
forma, estrutura e composição corporal. É um óti-
mo recurso para analisar as modificações na forma e 
na estrutura corporal em decorrência do treinamen-
to ou pela própria exigência física da atividade rea-
lizada. Assim, os indivíduos podem ser classificados 
em três diferentes tipos corporais (somatotipia), os 
quais são: endomorfo, mesomorfo e ectomorfo.
DISTRIBUIÇÃO DA GORDURA CORPORAL E SOMATOTIPO
Figura 15 – Formas androide e ginoide de distribuição da gordura corporal
Fonte: Guedes (2013).
56 
 
Segundo Nieman (2001), as descrições para cada somatotipo são:
De modo geral, a endomorfia se refere à adiposi-
dade corporal; a mesomorfia, ao desenvolvimento 
muscular, e a ectomorfia, à linearidade específica. 
É possível determinar o somatotipo por meio de 
cálculos matemáticos que utilizam algumas medi-
das antropométricas. No entanto, devido à exten-
são desse cálculo, sugerimos que consulte os livros 
de avaliação física para maiores detalhes a respeito 
desse assunto.
Dando continuidade ao nosso estudo da antro-
pometria, o próximo ponto de estudo será a avalia-
ção da composição corporal.
ENDOMORFO
Apresentam maior proporção de gordura 
corporal; maior facilidade para desenvolver a 
massa muscular; maior facilidade para depositar 
gordura corporal; maior di�culdade para 
emagrecer e, usualmente, denota ossos largos, 
quadris e coxas maiores que os demais (meso-
morfo e ectomorfo), bem como manifestam o 
rosto mais arredondado.
MESOMORFO
Apresentam corpo atlético com facilidade para 
ganhar massa muscular; por vezes, a cintura dos 
mesomorfos é baixa, e os ombros são largos; 
maçã do rosto destacada e mandíbula quadrada.
ECTOMORFO
São magros, de estatura �na e linear; rosto 
propende a ser triangular; di�cilmente ganham 
peso corporal; têm di�culdade para ganhar 
massa muscular quando comparados aos demais.
ENDOMORFO
Apresentam maior proporção de gordura 
corporal; maior facilidade para desenvolver a 
massa muscular; maior facilidade para depositar 
gordura corporal; maior di�culdade para 
emagrecer e, usualmente, denota ossos largos, 
quadris e coxas maiores que os demais (meso-
morfo e ectomorfo), bem como manifestam o 
rosto mais arredondado.
MESOMORFO
Apresentam corpo atlético com facilidade para 
ganhar massa muscular; por vezes, a cintura dos 
mesomorfos é baixa, e os ombros são largos; 
maçã do rosto destacada e mandíbula quadrada.
ECTOMORFO
São magros, de estatura �na e linear; rosto 
propende a ser triangular; di�cilmente ganham 
peso corporal; têm di�culdade para ganhar 
massa muscular quando comparados aos demais.
ENDOMORFO
Apresentam maior proporção de gordura 
corporal; maior facilidade para desenvolver a 
massa muscular; maior facilidade para depositar 
gordura corporal; maior di�culdade para 
emagrecer e, usualmente, denota ossos largos, 
quadris e coxas maiores que os demais (meso-
morfo e ectomorfo), bem como manifestam o 
rosto mais arredondado.
MESOMORFO
Apresentam corpo atlético com facilidade para 
ganhar massa muscular; por vezes, a cintura dos 
mesomorfos é baixa, e os ombros são largos; 
maçã do rosto destacada e mandíbula quadrada.
ECTOMORFO
São magros, de estatura �na e linear; rosto 
propende a ser triangular; di�cilmente ganham 
peso corporal; têm di�culdade para ganhar 
massa muscular quando comparados aos demais.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 57
Sabemos que a prática regular de atividade física pro-
porciona um leque de benefícios à saúde das pessoas, 
que vão desde a simples sensação de bem-estar até o 
tratamento de doenças. Um desses benefícios popu-
larmente vinculados à atividade física é o controle do 
peso corporal. Assim, é comum vermos pessoas que 
buscam praticar exercícios físicos tanto para ganhar 
quanto para perder peso. Quando as pessoas se exer-
citam com o propósito de ganhar peso, o seu foco 
está em aumentar quantidade de massa muscular; já 
quando a finalidade é perder peso, o foco está em re-
duzir a quantidade de gordura corporal. No entanto, 
a medida do peso corporal pode ser considerada um 
bom parâmetro para avaliar esse ganho ou perda?
A resposta é sim! Porque é a medida do peso 
corporal que dirá dizer se houve ganho ou perda. 
Entretanto, utilizá-la de maneira isolada pode indu-
zir a interpretações equivocadas dos resultados, uma 
vez que o peso corporal retrata apenas a soma das 
quantidades dos diferentes tecidos (músculo, gordu-
ra, órgãos, entre outros) do corpo humano. Sendo 
assim, para saber se o ganho de peso foi resultado do 
aumento da massa muscular; ou a se perda de peso 
foi devido à redução da gordura corporal, faz-se ne-
cessário quantificar esses tecidos.
Medir e quantificar a massa corporal total (peso 
corporal) a partir dos diferentes tecidos do corpo 
humano são os objetivos do estudo da composição 
Avaliação da Composição Corporal
corporal (GUEDES; GUEDES, 2003). O corpo hu-
mano é dinâmico, seus componentes estruturais so-
frem alterações ao longo de toda a vida, em virtude 
de fatores como o crescimento e o desenvolvimento, 
o estado nutricional, o nível de atividadefísica, as 
doenças, entre outros. Dessa forma, acompanhar 
as mudanças desses componentes pode aumentar 
nosso entendimento sobre aspectos do crescimento 
e envelhecimento, do metabolismo energético e de 
várias doenças que alteram a composição corporal.
Relata-se que a curiosidade de mensurar a 
quantidade dos diversos componentes do corpo 
humano teve início no século XIX (HEYWARD; 
STOLARCZYK, 2000), e aumentou no final do sé-
culo XX, devido à associação do excesso de gordura 
corporal com diversas doenças (MONTEIRO; FER-
NANDES FILHO, 2002). Monitorar mudanças na 
quantidade de gordura corporal e massa muscular, 
por exemplo, pode levar ao desenvolvimento de es-
tratégias de intervenção nutricional e de exercícios 
físicos mais eficientes para combater problemas 
como o excesso de peso, a desnutrição, a debilidade 
causada pelo envelhecimento, além de certas doen-
ças e lesões (HEYWARD; STOLARCZYK, 2000). 
Nesse sentindo, uma peculiaridade da avaliação da 
composição corporal é que, por meio da análise dos 
componentes do corpo, ela permite estimar o peso 
corporal saudável de determinada pessoa.
58 
 
Por exemplo, a estimativa do peso corporal 
saudável é um ponto fundamental no tratamento 
de pessoas que sofrem com excesso de peso (so-
brepeso e obesidade), pois possibilita o estabeleci-
mento de metas e a formulação de recomendações 
nutricionais e programas de exercícios físicos. 
Além da finalidade terapêutica, a estimativa do 
peso corporal ideal também é importante para 
atletas, pois alguns esportes, como as lutas, o le-
vantamento de peso e o fisiculturismo, utilizam o 
peso corporal como parâmetro de categorização 
dos competidores.
Dentre as aplicações da avaliação da composição 
corporal que podem ser utilizadas pelos profissio-
nais da saúde e do condicionamento físico, Heyward 
e Stolarczyk (2000) apontam as seguintes:
CONCEITOS RELACIONADOS À 
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL
No estudo da composição corporal, existem ter-
mos que retratam aquilo que está sendo medido, e 
compreendê-los é de fundamental importância para 
evitar interpretações equivocadas. Por exemplo, fre-
quentemente, o termo “massa magra” é utilizado 
para descrever a porção da massa corporal total que 
não contém gordura. Entretanto, será que isso é cor-
reto? Vejamos a Figura 16.
MASSA CORPORAL TOTAL
RESÍDUO
MINERAL
PROTEÍNA
ÁGUA
MASSA
MAGRA
GORDURA
GORDURA
MASSA
LIVRE DE
GORDURA
LIPÍDIOS ESSENCIAIS
LIPÍDIOS NÃO-ESSENCIAIS
Figura 16 - Modelo de fracionamento da composição corporal 
Fonte: adaptado de Rocha e Guedes Junior (2013).
Podemos observar que a massa magra não é total-
mente livre de gordura. Além da porção residual, 
mineral, proteica e líquida, ela também conside-
ra os lipídios essenciais (gordura essencial) em 
sua constituição. Sendo assim, a porção da massa 
corporal total que não contém gordura é melhor 
descrita pelo termo “massa isenta de gordura” 
(ROCHA; GUEDES JUNIOR, 2013).
Dentre os principais termos utilizados no estudo 
da composição corporal, podemos destacar:
Estimar o peso corporal ideal de indivíduos 
não-atletas e atletas.
Identificar os riscos à saúde relacionados 
aos níveis elevados ou baixos de gordura 
corporal.
Monitorar as alterações na composição cor-
poral associadas a determinadas doenças.
Acompanhar as mudanças na composição 
corporal relacionadas ao crescimento, ao 
desenvolvimento, à maturação e à idade.
Elaborar e avaliar intervenções nutricionais 
e programas de exercícios físicos.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 59
Também conhecidos como 
“gordura essencial”, são compostos 
de fosfolipídios, constituintes da 
membrana celular e participantes 
do funcionamento �siológico 
normal. Correspondem a, 
aproximadamente, 10% dos lipídios 
corporais totais.
Lipídios Essenciais
É o “percentual de gordura 
corporal”, ou seja, é a massa gorda 
expressa como porcentagem da 
massa corporal total (peso 
corporal).
Gordura Corporal Relativa
É a massa corporal total expressa 
em relação ao volume corporal 
total.
Densidade Corporal Total
Consiste na gordura subcutânea e 
visceral da região abdominal.
Gordura Abdominal
É gordura visceral da cavidade 
abdominal.
Gordura Intra-abdominal
É o tecido adiposo acumulado sob 
a pele.
Gordura Subcutânea
É tecido adiposo acumulado entre 
e em volta dos órgãos das 
cavidades torácicas (pulmões, 
coração) e abdominal (fígado, rins 
etc).
Gordura Visceral
É entendida como todos os tecidos 
e líquidos corporais (músculos, 
ossos, tecidos conjuntivos e órgãos 
internos).
Massa Livre de Gordura
Corresponde à massa livre de 
gordura somada à gordura 
essencial (de 2% a 3% nos homens, 
e entre 5% e 8% nas mulheres).
Massa Corporal Magra
Chamados de “gordura não 
essencial”, são formados pelos 
triglicérides encontrados principal-
mente no tecido adiposo 
(constituem cerca de 90% dos 
lipídios corporais totais).
Lipídios Não-Essenciais
Corresponde à soma das gorduras 
essenciais e não-essencial (todos os 
lipídios que podem ser removidos 
do tecido adiposo e outros tecidos).
Massa Gorda
5%
8%
90%
10%
60 
 
Modelos Teóricos de Análise e Métodos 
da Avaliação da Composição Corporal
Ao longo do desenvolvimento do estudo da 
composição corporal, foi criada uma série 
de modelos teóricos com o propósito de ex-
plicar quais são os componentes que cons-
tituem a massa corporal dos seres humanos 
(Figura 17). Cada modelo possui suas carac-
terísticas conceituais e respectivas técnicas 
de fracionamento da massa corporal total. 
Esses modelos teóricos são utilizados para 
obter medidas referenciais para o desen-
volvimento de métodos e equações de aná-
lise da composição corporal (HEYWARD; 
STOLARCZYK, 2000).
De acordo com Wang e colaboradores 
(1992), os modelos de composição corporal 
estão organizados em cinco níveis distintos: 
atômico, molecular, celular, órgão-tecidual 
e corpo inteiro. A soma dos componentes 
que integram cada nível é igual a massa cor-
poral total (peso corporal).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 61
Figura 17 - Cinco níveis da composição corporal 
Fonte: adaptado de Wang et al. (1992).
Podemos observar que, no nível atômico, a massa cor-
poral total é formada, em 96%, por quatro elementos: 
oxigênio, carbono, hidrogênio e nitrogênio. A maior 
parte desses elementos pode ser medida in vivo e, a 
partir desses, tanto a massa magra como a massa gorda 
podem ser estimadas. O nível molecular é formado por 
seis componentes: água, lipídios, proteínas, carboidra-
tos, minerais ósseos e outras moléculas. O nível celular 
é composto por três componentes: os sólidos extra-
celulares, os líquidos extracelulares e as células. Estas 
podem ser divididas em dois componentes, gordura e 
massa celular. O nível órgão-tecidual engloba o tecido 
adiposo, o músculo esquelético, as vísceras e os ossos. 
Por fim, o nível de corpo inteiro pode ser divido em 
regiões, como os apêndices (braços e pernas), o tronco 
e a cabeça. O tronco e os membros, normalmente, são 
descritos por meio das medidas antropométricas (cir-
cunferências, pregas cutâneas e outras).
A maior parte dos modelos de análise da com-
posição corporal declara que o corpo é constituído 
de dois componentes distintos (LUKASKI, 1987; 
WANG et al., 2000). No modelo clássico de dois 
componentes, a massa corporal total é fracionada 
em massa gorda e de massa livre de gordura, sendo 
que a gorda consiste em todos os lipídios que podem 
ser extraídos, e a livre de gordura inclui água, pro-
teínas e componentes minerais (HEYWARD; STO-
LARCZYK, 2000). Baseada em medidas observadas 
a partir da dissecação de cadáveres, a aplicação desse 
modelo requer os seguintes pressupostos (BROZEK 
et al., 1963; SIRI, 1961):
1. A densidade da gordura equivale a 0,091 g/cm3.
2. A densidade da massa livre de gordura equi-
vale a 1,10 g/cm3.
3. Para todos os indivíduos, as densidades de 
gordura e dos componentes da massa livre de 
gordura são as mesmas.
4. As densidades dos tecidos que compõem a 
massa livre de gordura são constantes em um 
indivíduo.
5. Oindivíduo a ser avaliado diferirá do corpo 
referencial somente na quantidade de gordura. 
A massa livre do corpo referencial é estabele-
cida como composta por 73,8% de água, 19,4% 
de proteínas e 6,8% de minerais.
Nitrogênio e
outros elementos
Sólidos
extracelulares
Outros tecidos
Osso
Órgãos
viscerais
Músculo
esquelético
Tecido adiposo
Líquidos
extracelulares
Células
Minerais,
carboidratos e
outras moléculas
Hidrogênio
Proteína
Lipídio
Água
Carbono
Oxigênio
Nível atômico
Nível molecular
Nível celular
Nível de tecidos
e órgãos
Nível de corpo
inteiro
62 
 
Esse modelo de dois componentes serve como 
fundamento teórico para técnicas de avaliação da 
composição corporal, como a medida da densida-
de corporal (pesagem hidrostática e pletismogra-
fia) e a antropometria (pregas cutâneas e circun-
ferências).
Os modelos que incluem três ou mais compo-
nentes são chamados de modelos multicomponen-
tes. Estes possuem maiores aplicabilidade e precisão. 
Um exemplo que segue o modelo é a Absorciometria 
de raio X de dupla energia, ou DEXA; que fraciona a 
massa corporal total em massas gorda, magra e mi-
neral óssea. Os modelos multicomponentes podem 
ser usados para:
A. Conseguir medidas de referência acuradas 
(precisas).
B. Elaborar equações de estimativa da composi-
ção corporal.
C. Testar a validade e a aplicabilidade dos méto-
dos e das equações de estimativa. 
Alguns fatores podem influenciar a composição 
corporal, dentre eles a idade, o condicionamento 
físico e o estado de hidratação do(a) avaliado(a). 
Por exemplo, normalmente, a massa livre de gor-
dura das crianças é menos densa se comparada a 
dos adultos; ou, ainda, a densidade óssea tende a 
diminuir conforme o avanço da idade. Em relação 
ao condicionamento físico, atletas tendem a apre-
sentar músculos e ossos mais densos. Já o estado 
de hidratação pode alterar os resultados da com-
posição corporal.
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSI-
ÇÃO CORPORAL
De acordo com os estudiosos da composição cor-
poral, existem três métodos de avaliação da com-
posição corporal: o método direto, os indiretos e os 
duplamente indiretos (MARTIN; DRINKWATER, 
1991).
O método direto possui elevada precisão, pois se 
trata de uma análise in vitro, por meio da dissecação 
física ou físico-química de cadáveres. Assim, nesse mé-
todo, há a separação dos componentes estruturais do 
corpo humano, com o propósito de pesá-los e estabe-
lecer relações entre eles e a massa corporal total. No 
entanto, sua utilidade é bem limitada, devido aos pro-
blemas éticos e aos próprios procedimentos técnicos 
que impõem dificuldades ao uso (MONTEIRO; FER-
NANDES FILHO, 2002). Apesar de apresentar limita-
ções, esse método é muito importante, porque fornece 
embasamento teórico e apresenta alta correlação com 
os métodos indiretos (PITANGA, 2004).
Os métodos indiretos também oferecem estimati-
vas muito precisas e possuem a vantagem de permitir 
uma análise in vivo. Esses métodos fazem uso de prin-
cípios químicos e/ou físicos para estimar as quantida-
des de massa de gordura e massa livre de gordura. Os 
equipamentos para avaliar indiretamente a composi-
ção corporal são frequentemente utilizados na prática 
clínica, mas, principalmente, nos estudos científicos. 
Entretanto, em razão do elevado custo desses equipa-
mentos, da necessidade de profissionais capacitados e 
das dificuldades em envolver os(as) avaliados(as) nos 
protocolos de medida, a aplicação prática desses mé-
todos é limitada (LUKASKI, 1987).
Os métodos duplamente indiretos são validados 
a partir dos métodos indiretos (SANT'ANNA; 
PRIORE; FRANCESCHINI, 2009). São métodos 
menos rigorosos, contudo, devido ao baixo custo e a 
maior facilidade operacional dos equipamentos, são 
os mais utilizados na prática clínica, no campo da 
pesquisa, sendo os principais métodos utilizados na 
Educação Física (ROCHA; GUEDES JUNIOR, 2013).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 63
64 
 
Técnicas da Avaliação 
da Composição Corporal
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 65
Cada método de avaliação da composição corporal 
tem suas vantagens e desvantagens; por consequên-
cia, cada um possui seu valor (grau de importância). 
O valor é dado quando percebemos que o método 
escolhido será o meio ideal para suprir a necessida-
de do(a) avaliado(a) e/ou do(a) avaliador(a) (MON-
TEIRO; FERNANDES FILHO, 2002). Desse modo, o 
método ideal para a avaliação da composição corpo-
ral é aquele que atinge os objetivos propostos, dentro 
das possibilidades, em um determinado momento.
Com base nos métodos, a avaliação da composi-
ção corporal pode ser realizada por meio de técnicas 
com procedimentos de determinação direta, indireta 
ou duplamente indireta.
TÉCNICAS DE MEDIDA DIRETA
As técnicas de medida direta são aquelas que envol-
vem o processo de dissecação de cadáveres. Desde 
os primeiros estudos da análise da composição cor-
poral até o presente momento, a dissecação é consi-
derada a única maneira direta de medir os princi-
pais componentes do corpo humano (MONTEIRO; 
FERNANDES FILHO, 2002).
A pesquisa mais aprofundada sobre a análise direta 
da composição corporal foi o Estudo da Análise de Ca-
dáver de Bruxelas (Cadaver Analysis Study - CAS). Esta 
pesquisa ocorreu entre os anos de 1979 e 1983, e avaliou 
mais de 30 cadáveres. No CAS, as medidas das pregas 
cutâneas foram diretamente comparadas com as medi-
das da pele e do tecido adiposo subcutâneo. Além disso, 
a pele, o tecido adiposo, o músculo esquelético, os ossos 
e as vísceras foram dissecados e pesados no ar e embai-
xo da água, a fim de determinar a densidade dos órgão 
e tecidos (CLARYS, 1987; MARTIN; DRINKWATER, 
1991). Dessa forma, o CAS possibilitou a validação de 
muitos métodos in vivo e forneceu dados para o desen-
volvimento de novos modelos antropométricos utiliza-
dos na avaliação da composição corporal.
TÉCNICAS DE MEDIDAS INDIRETAS
As técnicas de medida indireta da avaliação são vali-
dadas pelo método direto, e fornecem estimativas da 
composição corporal. Elas são precisas, porém, pos-
suem uma aplicação prática limitada e um custo finan-
ceiro elevado (MONTEIRO; FERNANDES FILHO, 
2002). Em nosso estudo, serão apresentadas, de ma-
neira breve, as seguintes técnicas de avaliação indireta 
da composição corporal: pesagem hidrostática, pletis-
mografia, Absorciometria de raio X de dupla energia 
(DEXA), ultrassonografia, tomografia computadoriza-
da, ressonância magnética e hidrometria. Existem ou-
tras técnicas indiretas, no entanto, por serem as mais 
utilizadas, só serão apresentadas as já citadas.
PESAGEM HIDROSTÁTICA
A pesagem hidrostática, ou hidrodensitometria, é con-
siderada o padrão-ouro (gold standard), ou seja, a téc-
nica referência da avaliação da composição corporal. 
Sendo assim, é muito utilizada para validar as técnicas 
duplamente indiretas. Ela considera que o corpo é for-
mado por dois componentes distintos, a massa gorda 
e a massa livre de gordura. Portanto, é baseada no mo-
delo de dois compartimentos. Esta é uma técnica de 
pesagem submersa em água (Figura 18), baseada no 
princípio proposto pelo matemático grego Arquime-
des. De acordo com esse princípio, o volume de um 
corpo mergulhado em água é igual à água que ele des-
loca. Assim, na pesagem hidrostática, o volume corpo-
ral pode ser calculado por meio do deslocamento da 
água. Determinar esse volume é importante para que a 
densidade corporal possa ser calculada.
66 
 
Figura 18 - Pesagem hidrostática
Fonte: os autores. 
Variáveis como o gás gastrointestinal, o volume 
residual de ar nos pulmões e a densidade da água 
são controladas, pois interferem diretamente nos 
valores da densidade corporal. Uma vez calculada a 
densidade corporal, é possível estimar o percentual 
de gordura corporal por meio dos modelos matemá-
ticos propostos por Siri (1956) e Brozek (1963). Tais 
modelos foram baseados nos primeiros estudos de 
cadáveres, como o CAS (citado anteriormente).
A pesagem hidrostática apresenta excelente pre-
cisão para a medida da densidade corporal,no en-
tanto, o exame é demorado (são realizadas entre oito 
e 12 pesagens, com duração entre 30 a 60 minutos), 
requer que o(a) avaliado(a) siga um protocolo de ava-
liação e que seja minimamente adaptado(a) ao meio 
líquido (MONTEIRO; FERNANDES FILHO, 2002).
PLETISMOGRAFIA
Assim como a pesagem hidrostática, a pletismo-
grafia é uma técnica de densitometria utilizada 
para determinar o volume de um corpo. No 
entanto, ela estima o volume corporal por meio do 
deslocamento de ar ao invés da água. Baseada na lei 
de Boyle, essa técnica utiliza a relação inversa entre 
pressão e volume para determinar o volume corpo-
ral. Determinado esse, é possível avaliar a compo-
sição corporal por meio do cálculo da densidade 
corporal, e em seguida, do percentual de gordura, 
assim como na pesagem hidrostática. Portanto, 
essa também é uma técnica baseada no modelo de 
dois compartimentos.
O aparelho de pletismografia, ou Bod Pod®, é 
um tipo de câmara feita de fibra de vidro, acopla-
da a um computador (Figura 19). O computador 
determina as variações no volume de ar e de pres-
são no interior da câmara vazia e ocupada, fazendo 
ajustes para variáveis pulmonares necessárias à es-
timativa do volume corporal (MONTEIRO; FER-
NANDES FILHO, 2002).
Comparada à pesagem hidrostática, essa técni-
ca de determinação da composição corporal pos-
sui menor duração (entre três e cinco minutos) e 
depende menos da cooperação do(a) avaliado(a) 
(HOWLEY; FRANKS, 2000). Vários estudos têm 
demonstrado a validade dos resultados de com-
posição corporal apresentados pela pletismogra-
fia em comparação à pesagem hidrostática, de-
terminando, assim, a validade desse método para 
diferentes populações (SANT’ANNA; PRIORE; 
FRANCESCHINI, 2009).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 67
Câmara 1
Computador
Eletrônica
Janela
Câmara de
referência
Sistema
diafragma
Câmara 2
Figura 19 - Pletismografia
Fonte: os autores.
ABSORCIOMETRIA DE RAIO X DE DUPLA 
ENERGIA (DEXA)
Citada anteriormente, a Dexa (do inglês Dual-energy 
X-ray absorptiometry) é uma técnica de diagnóstico 
que mede as atenuações de dois raios X que trans-
passam o corpo. O aparelho utilizado se assemelha 
a um escâner, em que os raios X são emitidos por 
uma fonte que passa por baixo do indivíduo, sendo 
que o(a) avaliado(a) deve permanecer em decúbito 
dorsal (barriga para cima) sobre a plataforma (Figu-
ra 20); após passarem por todo o corpo do indivíduo 
ou parte dele, os raios X atenuados são medidos por 
um detector de energia. Dessa forma, a Dexa é capaz 
de medir os tecidos ao invés de estimá-los (MON-
TEIRO; FERNANDES FILHO, 2002).
A
68 
 
B 
Figura 20 - Absorciometria de raio X de dupla energia (DEXA). A: equi-
pamento e simulação da avaliação. B: imagem e dados gerados pela ava-
liação da composição corporal.
Fonte: Shutterstock e Kids Kunst ([2019], online)1.
Esta é uma técnica baseada no modelo de três compo-
nentes corporais, que permite medir a massa de gor-
dura, a massa livre e a óssea. A Dexa é uma tecnologia 
bastante confiável (GOING et al., 1933; WELLENS et 
al., 1994) e vem sendo reconhecida como a próxima 
técnica de referência na análise da composição cor-
poral (ROUBENOFF et al., 1993). Sua avaliação é re-
lativamente rápida, com duração de 20 a 35 minutos 
e requer pouca cooperação do(a) avaliado(a). Entre-
tanto, apresenta alguns fatores limitantes que devem 
ser levados em consideração, como o alto custo do 
equipamento e a exposição à radiação, apesar de baixa 
(MONTEIRO; FERNANDES FILHO, 2002).
ULTRASSONOGRAFIA
A ultrassonografia é uma técnica de diagnóstico por 
imagem muito empregada na medicina, que utiliza 
o eco gerado por ondas de som de alta frequência 
para visualizar as estruturas internas do organismo 
(Figura 21). Essa técnica permite verificar as espes-
suras do músculo e da gordura em várias partes do 
corpo (MONTEIRO; FERNANDES FILHO, 2002).
A B
Figura 21 - Ultrassonografia. A: equipamento de ultrassom. B: equipa-
mento e simulação da avaliação
A ultrassonografia é considerada uma técnica segu-
ra, contudo, algumas limitações, como custo e difi-
culdade técnica, podem restringir o seu uso (MON-
TEIRO; FERNANDES FILHO, 2002).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 69
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
A tomografia computadorizada é uma técnica de 
diagnóstico que produz imagens com grande clareza 
de qualquer parte do interior do corpo humano (Fi-
gura 22). Ela constrói uma imagem tridimensional 
em corte transversal do corpo humano (Figura 22B) 
por meio das pequenas diferenças em atenuação do 
raios X para as diferentes densidades dos tecidos 
(MONTEIRO; FERNANDES FILHO, 2002).
Dessa maneira, a tomografia computadorizada 
permite o estudo de secções (cortes) transversais 
do corpo humano, ao contrário do que é dado pelo 
Dexa, por exemplo, que consiste na representação 
de todas as estruturas do corpo sobrepostas. As 
imagens produzidas pela tomografia computado-
rizada podem fornecer dados sobre a quantidade 
e distribuição do tecido adiposo (RÖSSNER et al., 
1990) e do tecido magro, como o músculo esque-
lético (GOODPASTER; THAETE; KELLEY, 2000). 
Alguns fatores que limitam o uso dessa técnica são: a 
exposição à radiação (principalmente em mulheres 
grávidas e crianças), o alto custo do equipamento e 
a necessidade de técnicos especializados para o seu 
manuseio (LUKASKI, 1987).
A
B
Figura 22 - Tomografia computadorizada. A: equipamento e simulação 
da avaliação. B: imagens geradas pela avaliação da composição corporal 
da região abdominal
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
A ressonância magnética é uma técnica de diagnós-
tico que utiliza forte campo magnético (radiação ele-
tromagnética) para gerar imagens internas do corpo 
(Figura 23A). Ela não envolve raios X, o que a distin-
gue, por exemplo, da tomografia computadorizada. De 
modo simplificado, essa técnica opera por meio dos 
pulsos de frequência de rádio, que excitam o núcleo dos 
hidrogênios contidos na água corporal e nas molécu-
las lipídicas do corpo. A energia da frequência de rádio 
captada pelos núcleos, quando liberada, é registrada 
pelo equipamento, o que o permite construir imagens 
(MONTEIRO; FERNANDES FILHO, 2002).
Essa técnica produz uma imagem tridimensional 
em corte transversal do corpo humano (Figura 23B), 
assim como a tomografia computadorizada. Constitui 
excelente ferramenta de avaliação da massa muscular e 
da forma como a gordura corporal se distribui. A exa-
tidão de suas medidas a classifica como padrão-ouro 
(referência) para a validação de outros métodos que 
também medem a gordura corporal e o músculo es-
quelético (ROSS et al., 2000). Contudo devido ao cus-
to elevado e à dificuldade técnica (LUKASKI, 1987), é 
mais utilizada em hospitais, para diagnóstico médico.
70 
 
A
B
Figura 23 - Ressonância magnética. A: equipamento e simulação da 
avaliação. B: imagens geradas pela avaliação da composição corporal da 
região abdominal
HIDROMETRIA
A hidrometria é uma técnica invasiva, devido à 
necessidade de aplicar uma substância no(a) ava-
liado(a). Ela permite a estimativa da água corporal 
total, por meio da ingestão de uma substância con-
tendo, normalmente, os isótopos de trítio (3H2O) 
ou de deutério (2H2O); essa substância será distri-
buída igualmente por toda a água contida no corpo 
(MONTEIRO; FERNANDES FILHO, 2002).
Essa técnica parte do pressuposto de que a 
água é o maior componente do nosso corpo (entre 
60% e 50% da massa corporal), e que a massa livre 
de gordura possui, em média, 73,2% de água. Além 
disso, como o tecido adiposo quase não tem água, 
sugere-se que a maior parte dela é encontrada na 
massa livre de gordura. Dessa forma, a medida 
da água corporal total permite o cálculo da massa 
gorda total. Portanto, essa técnica de diluição de 
isótopos segue o modelo de dois componentes da 
composição corporal.
Normalmente, essa técnica de diluição de isó-
topos utiliza uma substância marcadora, cujos 
concentração e volume são conhecidos, e que é 
administrada via oral ou parenteral (injeções) 
(LUKASKI, 1987). O isótopoadministrado leva 
entre duas e quatro horas para se equilibrar na 
água corporal do(a) avaliado(a). Após esse pe-
ríodo, uma amostra de sangue, urina ou saliva é 
coletada, e a concentração do isótopo (substância 
marcadora) na amostra é analisada em um apare-
lho específico.
A hidrometria deve ser utilizada com cautela em 
idosos, adolescentes e crianças, devido à variação 
no conteúdo de água desses indivíduos, o que pode 
conduzir a resultados imprecisos. Dentre as limita-
ções dessa técnica, são consideradas a necessidade 
de técnicos especializados, a dificuldade da análise 
e o custo elevado (LUKASKI, 1987; MONTEIRO; 
FERNANDES FILHO, 2002).
TÉCNICAS DE MEDIDAS DUPLAMENTE 
INDIRETAS
As técnicas de medida duplamente indireta da ava-
liação são validadas pelos métodos indiretos e for-
necem estimativas da composição corporal. Elas 
possuem alta correlação com as técnicas indiretas de 
avaliação, têm ampla aplicação prática e, geralmen-
te, custo acessível (ROCHA; GUEDES JUNIOR, 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 71
2013). Essas são as técnicas normalmente emprega-
das nos processos de avaliação física, nas diversas 
áreas da Educação Física. Em nosso estudo, serão 
apresentadas, de maneira breve, as seguintes técni-
cas de avaliação duplamente indireta da composi-
ção corporal: medida das dobras cutâneas, medidas 
antropométricas, bioimpedância elétrica e interac-
tância por infravermelho. Em ordem, discutiremos 
a aplicabilidade dos métodos duplamente indiretos 
elencados na presente seção.
Medidas das dobras cutâneas
A medida da espessura das dobras cutâneas é a 
técnica comumente empregada para estimar a 
adiposidade corporal, por se tratar de uma me-
dida simples, confiável (caso seja seguida a pa-
dronização correta), de baixo custo operacional e 
de fácil interpretação dos resultados. Além disso, 
pode ser empregada em diferentes grupos, tanto 
para o desempenho físico-esportivo quanto para 
a qualidade de vida e saúde (GASSI et al., 2016).
O instrumento utilizado para verificar o va-
lor (espessura) das dobras cutâneas é o compas-
so de dobras cutâneas, conhecido também como 
adipômetro ou plicômetro. O adipômetro mede a 
espessura da gordura subcutânea de certos pon-
tos anatômicos; a partir dessas medidas, é possí-
vel estimar o percentual de gordura corporal, bem 
como os pesos da massa magra e da gordura cor-
poral em quilograma, por meio de diversas equa-
ções (descritas adiante). Existem diferentes mo-
delos de compassos (Figura 24), porém, os mais 
confiáveis são o modelo Harpenden e o Lange, por 
apresentarem constância nas molas de pinçamen-
to, bem como elevada reprodutibilidade em dife-
rentes medidas (GUEDES, 2003).
Figura 24 - Diferentes modelos de adipômetros. A: modelo Harpenden 
(científico). B: modelo Lange. C: modelo Clínico. D: marcadores demo-
gráficos.
Fonte: os autores.
A
B
C
D
72 
 
Para a correta obtenção das medidas na avaliação das dobras cutâneas, é necessário seguir algumas normas. 
De acordo com Guedes (2013):
1 As medidas deverão ser realizadas sempre no hemicorpo direito do avaliado(a).
2 Os pontos anatômicos deverão ser previamente identi�cados e marcados com lápis dermográ�co 
(Figura 9D).
3 O tecido subcutâneo deverá ser de�nido mediante o pinçamento do polegar e dedo indicador 
da mão esquerda.
4 A dobra deve ser destacada corretamente.
5 A dobra precisará ser elevada a, pelo menos, 1 cm do ponto em que será feita a medida.
6 A dobra precisará �car elevada enquanto se realiza a medida propriamente dita.
7 A pressão das hastes do adipômetro deverá ser solta lentamente.
8 A medida deverá ser feita entre dois e três segundos.
9 O processo necessita de três medidas de cada dobra em forma de rodízio.
10 Será utilizada a mediana como parâmetro (vide Unidade 1).
11 Os três valores não poderão oscilar mais que 5%, caso haja diferença maior, a medida
deverá ser repetida.
12 A consecução das medidas não poderá ser realizada após o exercício físico, pois há o deslocamento de 
�uídos corporais para a pele e, consequentemente, será mais elevada a espessura das dobras cutâneas. 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 73
É oportuno reforçar que a medida da espessura 
das dobras cutâneas se configura como uma técni-
ca extensamente utilizada, principalmente entre os 
professores de Educação Física. Contudo ela não é 
validada para o público obeso. Medidas de dobras 
maiores que 40 milímetros podem apresentar vieses 
(erros) de medida (GUEDES, 2013). Sendo assim, 
para essa população, são recomendados outros pa-
râmetros de mensuração, como o IMC, a circunfe-
rência da cintura e a bioimpedância elétrica.
No decurso das avaliações, é indispensável a ob-
servação de alguns pontos para a obtenção das me-
didas com elevada a reprodutibilidade (intra e inte-
ravaliadores):
Tipo de adipômetro que será utilizado.
Experiência do(a) avaliador(a).
Característica morfológica do(a)
avaliado(a).
De�nição da equação/fórmula para 
a predição das variáveis relacionadas 
à composição corporal.
A seguir, serão apresentados os pontos anatômicos 
para a mensuração das dobras cutâneas, de acordo 
com Costa (2001) e Gassi et al. (2016). Ressalta-se 
que, para a condução das medidas antropométricas, 
o(a) avaliado(a) deve estar com roupas leves, prefe-
rencialmente esportivas. Para as mulheres, indica-se 
a utilização de top e shorts de lycra curto. Para os 
homens, a sunga, ou apenas shorts.
O primeiro ponto (Figura 25) mostra o local da 
dobra cutânea tricipital. Para ela, toma-se, como re-
ferência anatômica, o ponto médio entre o acrômio 
e o olécrano do braço do(a) avaliado(a).
O ponto anatômico da dobra cutânea subes-
capular é apresentado na Figura 26. Para essa do-
bra, toma-se, como referência anatômica, o ângulo 
inferior da escápula, sendo a medida realizada 2 cm 
abaixo desse ângulo.
A Figura 27 apresenta o ponto anatômico para 
a mensuração da dobra cutânea bicipital. Para a do-
bra cutânea subescapular, toma-se, como referência 
anatômica, o ponto médio entre o acrômio e o olé-
crano, mantendo a palma da mão do(a) avaliado(a) 
voltada para frente.
Figura 25 - Dobra tricipital
Fonte: os autores.
Figura 26 - Dobra subescapular
Fonte: os autores.
Figura 27 - Dobra bicipital
Fonte: os autores.
74 
 
O ponto anatômico para a mensuração da dobra 
cutânea peitoral é apresentado na Figura 28. Para a 
dobra cutânea peitoral em mulheres (Figura 28A), 
é utilizado o terço proximal entre a linha axilar an-
terior e o mamilo, ou 3 cm abaixo da linha axilar 
anterior. Em homens (Figura 28B), usa-se o ponto 
médio entre a linha axilar anterior e o mamilo.
A Figura 29 apresenta o ponto anatômico para 
a mensuração da dobra cutânea axilar média. Nes-
ta, se utiliza o ponto de coincidência entre as linhas 
imaginárias do processo xifoide e a linha sagital mé-
dia do corpo.
A B
Figura 28 - Dobra peitoral. A: medida da dobra em mulheres. B: medida 
da dobra em homens
Fonte: os autores.
Figura 29 - Dobra axilar média
Fonte: os autores.
O ponto anatômico para a tomada da dobra cutânea su-
prailíaca é apresentado na Figura 30. Para a dobra cutâ-
nea suprailíaca, usa-se, como ponto de medida, 2 cm 
acima da crista ilíaca, na linha da dobra axilar anterior.
A Figura 31 apresenta o ponto anatômico para a 
mensuração da dobra cutânea abdominal. Nesta, se 
usa, como ponto de medida, 2 cm à direita da cicatriz 
umbilical.
A Figura 32A mostra o ponto anatômico da do-
bra coxa. Para a dobra cutânea da coxa, utiliza-se o 
ponto médio entre a distância da prega inguinal e a 
borda superior da patela. Outra dobra que também 
tem sido usada é a coxa proximal (Figura 32B), que 
se refere ao terço superior da distância entre a prega 
inguinal e a borda superior da patela.
Figura 31 - Dobra abdominal
Fonte: os autores.
Figura 30 - Dobra suprailíaca
Fonte: os autores.
A B
Figura 32 - Dobra coxa. A: medida da dobra medial. B: medida da dobra 
proximal
Fonte: os autores.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 75
A Figura 33 apresenta o ponto anatômico da dobra 
cutânea da perna medial. Nesta,se utiliza, como ponto 
de medida, o ponto de maior circunferência da pantur-
rilha, na porção medial.
Figura 33 - Perna medial
Fonte: os autores.
Como dito anteriormente, existem diversas equa-
ções para estimar os componentes da composição 
corporal a partir das medidas das dobras. De acordo 
com a proposta dos autores, as equações podem uti-
lizar de três até sete dobras no cálculo. Essas equa-
ções determinam a densidade corporal e são classi-
ficadas como específicas (desenvolvidas a partir de 
amostras homogêneas) e generalizadas (desenvolvi-
das a partir de amostras heterogêneas).
Enquanto as equações específicas contemplam 
apenas determinadas populações, as equações gene-
ralizadas são aplicáveis a uma população mais abran-
gente. Elas são construídas com amostras heterogê-
neas, com variadas idades, composições corporais 
e níveis de aptidão física. Dentre as várias equações 
generalizadas, vale destacar as propostas por Jack-
son e Pollock, muito utilizadas em todo o mundo. 
Nos Quadros 1 e 2 são apresentadas algumas das 
equações generalizadas mais utilizadas para a esti-
mativa da densidade corporal ou percentual de gor-
dura, de acordo com o sexo.
76 
 
Quadro 1 - Equações generalizadas para o cálculo da densidade corporal ou percentual de gordura no sexo feminino
Sexo Feminino
Fórmula Faixa Etária Autor(es)
Dc = 1,0970 – [0,00046971 x (TR + SI + CX + AB + PE + SE + 
AM)] + [0,00000056 x (TR + SI + CX + AB + PE + SE + AM)2] – 
[0,00012828 x Idade] 
18 a 55 
anos.
Jackson, Pollock 
e Ward (1980).
Dc = 1,0994921 – [0,0009929 x (TR + SI + CX)] + 
[0,0000023 x (TR + SI + CX)²] – (0,0001392 x Idade)
18 a 55 
anos.
Jackson, Pollock 
e Ward (1980).
Dc = 1,03465850 – 0,00063129 x (AM + SI + CX + PA) + 
0,00000187 x (AM + SI + CX + PA)2 – 0,000311 x Idade – 
0,00048890 x MC + 0,00051345 x Estatura
18 a 51 
anos. Petroski (1995).
%G = 0,55 x TR + 0,31 x SE + 6,13 17 a 26 
anos.
McArdle et al. 
(1998).
Dc = densidade corporal; %G= percentual de gordura; TR = dobra cutânea tricipital; SE = dobra cutânea subescapular; 
AM = dobra cutânea axilar média; PE = dobra cutânea peito; SI = dobra cutânea suprailíaca; AB = dobra cutânea abdo-
minal; CX = dobra cutânea coxa; PA= dobra cutânea panturrilha medial.
Fonte: os autores.
Quadro 2 - Equações generalizadas para o cálculo da densidade corporal ou percentual de gordura no sexo masculino
Sexo Masculino
Fórmula Faixa Etária Autor(es)
Dc = 1,1120 – [0,00043499 x (TR + SI + CX + AB + PT + SE + 
AM)] + [0,00000055 x (TR + SI + CX + AB + PT + SE + AM)2] 
– [0,00028826 x Idade]
18 a 61 
anos.
Jackson, Pollock 
e Ward (1980).
Dc = 1,109380 – [0,0008267 x (PT + AB + CX)] + 
[0,0000016 x (PT + AB + CX)²] - (0,0002574 x Idade)
18 a 61 
anos.
Jackson, Pollock 
e Ward (1980).
Dc = [1,10726863 – 0,00081201 x (SE + TR + SI + PA)] + 
[0,00000212 x (SE + TR + SI + PA)2 – 0,00041761 x Idade]
18 a 61 
anos. Petroski (1995).
%G = 0,43 x TR + 0,58 x SE + 1,47 17 a 26 
anos.
McArdle et al. 
(1998).
Dc = densidade corporal; %G = percentual de gordura; TR = dobra cutânea tricipital; SE = dobra cutânea subescapular; 
AM = dobra cutânea axilar média; PT = dobra cutânea peitoral; SI = dobra cutânea suprailíaca; AB = dobra cutânea 
abdominal; CX = dobra cutânea coxa; PA = dobra cutânea panturrilha medial.
Fonte: os autores.
Enquanto as equações generalizadas contemplam população mais abrangente, as equações 
específicas são aplicáveis somente a determinadas populações, pois são construídas com 
amostras que contemplam as singularidades dessas. Por exemplo, existem equações espe-
cíficas para atletas, diferentes etnias, crianças e adolescentes, entre outros. Os Quadros 3 e 
4 apresentam algumas das equações específicas mais utilizadas para a estimativa da densi-
dade ou do percentual de gordura corporal, de acordo com o sexo.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 77
Quadro 3 - Equações específicas para o cálculo da densidade ou do percentual de gordura corporal no sexo feminino
Sexo Feminino
Fórmula Especificidade Autor(es)
%G = 0,610 x (TR + PT) + 5,1 De 8 a 18 anos.
Slaughter et al. 
(1988).
%G = 1,35 x (TR + SE) – 0,012 x (TR + SE)2 – 2,4 De 8 a 29 anos.
Boileau et al. 
(1985).
Dc = 1,09695 – 0,0006952 x (TR + CX + SI + AB) + 
0,0000011 x (TR + CX + SI + AB)2 – 0,0000714 x Idade
Mulheres 
atletas 
(18 a 29 anos).
Jackson, Pollock 
e Ward (1980).
Dc = densidade corporal; %G = percentual de gordura; TR = dobra cutânea tricipital; PT = dobra cutânea peitoral; SI = 
dobra cutânea suprailíaca; AB = dobra cutânea abdominal; CX = dobra cutânea coxa.
Fonte: os autores.
Quadro 4 - Equações específicas para o cálculo da densidade ou do percentual de gordura corporal no sexo masculino
Sexo Masculino
Fórmula Especificidade Autor(es)
%G = 0,735 x (TR + PT) + 1,0 De 8 a 18 anos.
Slaughter et 
al. (1988).
%G = 1,35 x (TR + SE) – 0,012 x (TR + SE)2 – 4,4 De 8 a 29 anos.
Boileau et 
al. (1985).
Dc = 1,10647 – (0,00162 x SE) – (0,00144 x AB) – 
(0,00077 x TR) + (0,00071 x AM)
Homens atletas 
(14 a 19 anos).
Forsyth 
e Sinning 
(1973).
Dc = densidade corporal; %G = percentual de gordura; TR = dobra cutânea tricipital; PT = dobra cutânea peitoral; SE 
= dobra cutânea subescapular; AB = dobra cutânea abdominal; AM = axilar média.
Fonte: os autores.
É importante ressaltar que algumas das equações anteriores estimam o percentual de 
gordura, enquanto outras determinam a densidade corporal. Sendo assim, após a ob-
tenção do valor da densidade corporal, podemos utilizar duas fórmulas clássicas para 
a estimativa do percentual de gordura corporal.
O percentual de gordura é determinado pela equação de Siri (1961), da seguinte 
maneira:
% , ,G
Dc
x4 95 4 50 100
Em que: %G = percentual de gordura; Dc = densidade corporal.
78 
 
O percentual de gordura corporal estimado pela equação de Brozek, Anderson e 
Keys (1963) é da seguinte forma:
%
,
,G
Dc
x� �
�
�
�
�
� � ��
�
�
4 57 4 142 100 .
Em que: %G = percentual de gordura; Dc= densidade corporal.
Após determinar o percentual de gordura corporal, o avaliador (no nosso caso, o 
professor de Educação Física) poderá classificar e identificar possíveis riscos relaciona-
dos ao excesso ou ao baixo peso, como também estipular metas e planejar sua interven-
ção ou seu programa de treinamento. Para realizar essa classificação, existem valores 
de referência específicos para fatores como o sexo e a idade, direcionados para a saúde 
e a qualidade de vida ou para os esportes. Uma proposta de classificação do percen-
tual de gordura corporal direcionada para a saúde e a qualidade de vida, sugerida por 
Lohman, Houtkooper e Going (1997), é apresentada na Quadro 5.
Quadro 5 - Classificação do percentual de gordura corporal em diferentes faixas etárias, de acordo com o sexo
Homens Mulheres
Idade (anos) 6 – 17 18 – 34 35 – 55 + 55 6 – 17 18 – 34 35 – 55 + 55
Não 
recomendado < 5% < 8% < 10% < 10% < 12% < 20% < 25% < 25%
Baixo 5 – 10% 8% 10% 10% 12 – 15% 20 % 25% 25%
Médio 11 – 25% 13% 18% 16% 16 – 30% 28% 32% 30
Alto 26 – 31% 22% 25% 23% 31 – 36% 35% 38% 35
Obesidade > 31% > 22% > 25% > 23% > 36% > 35% > 38% > 35%
Fonte: os autores.
Nesse sentido, existem valores de referência que classificam os riscos relacionados ao 
excesso ou ao baixo peso. O Quadro 6 apresenta a classificação do risco à saúde de 
acordo com o percentual de gordura, proposta por Heyward e Stolarczyk (2000).
Quadro 6 - Classificação do risco à saúde de acordo com o percentual de gordura, de acordo com o sexo
Homens Mulheres
Em risco ≤ 5% ≤ 8%
Abaixo da média 6 – 14% 9 – 22%
Média 15% 23%
Acima da média 16 – 24% 24 – 31%
Em risco ≥ 25% ≥ 32%
Fonte: adaptado de Heyward e Stolarczyk (2000).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 79
Outra proposta de classificação, direcionada para o esporte, sugerida pelo Colégio 
Americano de Medicina do Esporte (ACSM), propôs valores que retratam o percentual 
essencial, mínimo e em nível esportivo de gordura corporal (Quadro 7).
Quadro 7 - Valores de referência do percentual de gordura direcionado para o esporte,de acordo com o sexo
Essencial Mínimo Esportivo
Masculino 3 – 5% 5% 5 – 13%
Feminino 8 – 12% 10 – 12% 12 – 22%
Fonte: adaptado de Colégio Americano de Medicina do Esporte (2011).
Uma vez identificado o percentual de gordura corporal, podemos determinar, também, 
a massa gorda e a massa isenta de gordura, em quilogramas. Para isso, podemos utilizar 
as seguintes equações:
MG
MC x ( % G )
100
Na qual: MG = massa gorda (kg); %G = percentual de gordura; MC = massa corporal (kg).
MIG = MC – MG
Na qual: MIG = massa isenta de gordura (kg); MC = massa corporal (kg); MG = massa 
gorda (kg).
Medidas antropométricas
Até este ponto de nosso estudo, podemos verificar que existem diversas técnicas para 
avaliar a composição corporal, umas mais acessíveis e outras, nem tanto. Seguindo a 
linha da simplicidade, podemos fracionar a massa corporal por meio de algumas medi-
das antropométricas (vistas no capítulo anterior), como a perimetria (circunferências 
corporais) e o IMC (índice de massa corporal).
Partido do pressuposto de que as mudanças nas perimetrias corporais acompa-
nham as alterações na composição corporal (ROCHA; GUEDES JUNIOR, 2013), 
podemos fracionar a massa corporal por meio da Equação de Penroe, Nelson e 
Fisher (1985). Nela, é possível estimar o percentual de gordura, a massa isenta de 
gordura e a massa gorda, tanto no sexo masculino quanto no feminino.
80 
 
A estimativa desses componentes no sexo mas-
culino é feita por meio das seguintes equações:
MIG x MC x CA CP= + ( ) ( ) 41 955 1 038786 0,82816, , – –
E
%G MC MIG
MC
x100
Em que: MIG = massa isenta de gordura (kg); 
MC = massa corporal em quilogramas; CA = cir-
cunferência abdominal (kg); CP = circunferência 
de punho (kg); %G = percentual de gordura; MC = 
massa corporal (kg); MG = massa gorda (kg).
Para essas estimativas no sexo feminino, utiliza-
mos as seguintes equações:
% , ,G x CQ EST x CA= +( ) ( ) ( )0 55 0 24 0 28 8 43 x , ,– –
MG �
%G x MC
100
E
MIG MC MG( )
Na qual: %G = percentual de gordura; CQ = cir-
cunferência de quadril (cm); EST = estatura (cm); 
CA = circunferência abdominal (cm); MG = massa 
gorda (kg); MC = massa corporal (kg); MIG = massa 
isenta de gordura (kg).
Como dito anteriormente, também podemos 
fracionar a massa corporal utilizando o IMC (índice 
de massa corporal). Ele é uma maneira prática de 
determinar o estado nutricional de um indivíduo. 
Você se lembra de como calculamos o IMC? Ele 
é determinado pelo “peso corporal dividido pelo 
quadrado da estatura”. Utilizando esse índice, Deu-
renberg et al. (1991) propuseram uma equação para 
estimar o percentual de gordura corporal em ambos 
os sexos:
% , ,G x IMC x idade x sexo= +( ) ( ) ( )1 20 0,23 10,8 5 4 – –
Em que: sexo = masculino:1; feminino: 0.
Apesar de apresentar boa correlação com téc-
nicas mais sofisticadas, é importante destacar que a 
utilização do IMC para a estimativa do percentual 
de gordura deve ser vista com cautela, pois foi ex-
planado, na presente unidade, que a referida medida 
não é capaz de distinguir massa gorda e massa livre 
de gordura.
Estimativa de peso ideal
Uma prática comum de pessoas que desejam ema-
grecer é adotar, como referência e meta, a própria 
massa corporal. Contudo engordar e emagrecer 
depende exclusivamente das mudanças na gordura 
corporal, não da massa corporal. Como discutido 
no início desta unidade, a massa corporal é cons-
tituída de diferentes componentes. Por exemplo, 
uma pessoa pode reduzir seu peso e ainda se manter 
gorda, ou seja, apesar de estar mais leve, essa pessoa 
pode ter perdido massa muscular, não massa gorda.
Sendo assim, as estimativas e metas para perda 
de peso e de peso ideal devem ser feitas por meio da 
massa (kg) ou do percentual de gordura. Nesse senti-
do, McArdle, Katch e Katch (1998) sugerem a seguin-
te equação para determinar o peso corporal desejado:
MCD MIG
GD)(1 %
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 81
Em que: MCD = massa corporal desejada (kg); MIG 
= massa isenta de gordura (kg); %GD = percentual 
de gordura desejada.
Vamos criar uma situação hipotética para ilus-
trar a determinação do peso desejado. Vamos supor 
que uma pessoa do sexo feminino com 60 kg e 29% 
de gordura deseja saber quantos quilos dever redu-
zir para atingir um percentual de gordura de 23%. 
Segue o exemplo a seguir:
Para determinar a massa gorda:
MG = MC x %G
100
MG = 60 x 0,29
MG = 17,4 kg
Para determinar a massa isenta de gordura:
MIG = MC – MG
MIG = 60 – 17,4
MIG = 42,6 kg
Aplicando a equação para determinar a massa cor-
poral desejada:
MCD �
�
� �
42 6
1 0 23
42 6
0 77
55 3,
,
,
,
,
Logo, a MCD é igual a 55,3 kg.
Com base nos valores da massa corporal atu-
al e da massa corporal desejada, podemos calcular 
a quantidade de gordura, em quilogramas, que essa 
pessoa precisa perder para atingir sua meta. Para isso, 
basta subtrair a massa corporal pela massa corporal 
desejada (60 kg – 55,3 kg), que resulta em 4,7 kg.
Bioimpedância elétrica
A bioimpedância elétrica é uma técnica de diagnós-
tico não invasiva e indolor, que utiliza correntes elé-
tricas de baixa intensidade com o objetivo de avaliar 
o valor de resistência total oferecida pelo corpo à 
passagem do fluxo elétrico. Essa resistência é cha-
mada de impedância. Assim, o aparelho de bioimpe-
dância é capaz de estimar os componentes da massa 
corporal por meio da medição da impedância (RO-
CHA; GUEDES JUNIOR, 2013).
Sabendo que a maior parte da água e dos eletróli-
tos do corpo se encontra nos músculos, pressupõe-se 
que, quanto menor for a resistência ao fluxo elétrico, 
maior será a quantidade de massa muscular. Sendo 
o inverso verdadeiro, quanto maior for a resistência, 
maior será a quantidade de gordura corporal. Dessa 
forma, essa técnica considera o corpo humano como 
um grande circuito elétrico (NIEMAN, 2001).
Os aparelhos de bioimpedância podem emitir di-
ferentes frequências de corrente (variam de 50 KHz 
até 1000 KHz) para avaliar a impedância. Quanto 
maior o número de frequências emitidas, maior será 
a quantidade de informações fornecidas pelo apare-
lho (GUEDES, 2003). Geralmente, são fornecidos os 
dados da massa magra, massa gorda e percentual de 
gordura. No entanto, existem aparelhos capazes de 
fornecer, além dessas informações, dados sobre hi-
dratação total, água intra e extracelular, massa isenta 
de gordura, massa muscular-esquelética, conteúdo 
mineral ósseo, entre outros.
Os aparelhos podem ser classificados de acordo 
com a maneira que realizam a avaliação. Existem 
aparelhos que avaliam de maneira segmentar, ou 
seja, os condutores elétricos (eletrodos) são posicio-
nados nos membros superiores (mãos) ou nos infe-
riores (pés), e avaliam o segmento superior (braços 
82 
 
e região do tórax) ou inferior (pernas e região do 
quadril), respectivamente. Um exemplo é o aparelho 
de bioimpedância bipolar de mãos (Figura 34).
Existem também os aparelhos que avaliam o 
corpo inteiro. Os eletrodos são posicionados nas 
mãos e nos pés. Eles realizam o que é conhecido 
como bioimpedância tetrapolar (Figura 35).
Figura 34 - Equipamento e simulação da avaliação por bioimpedância 
bipolar de mãos
Fonte: os autores. 
BA
Figura 35 - Aparelho de bioimpedância tetrapolar. A: simulação da ava-
liação com aparelho de quatro pontos. B: simulação da avaliação com 
aparelho de oito pontos
Fonte: os autores. 
Mesmo sendo uma técnica de aplicação relativa-
mente simples, exige que o(a) avaliado(a) siga algu-
mas recomendações prévias, necessárias para uma 
boa avaliação (HEYWARD, 2013).
Recomendações prévias à avaliação pela técnica 
de bioimpedância:
Além das informações destacadas, é importan-
te ressaltar que os dados fornecidos pelo aparelho 
são baseados em modelos matemáticos, ou seja, são 
estimativas baseadas em equações que predizem 
as variáveis. Contudo essa técnica apresenta resul-
tados consistentes em diferentes públicos: atletas e 
não-atletas, bem como indivíduos não-saudáveis.
Estar em jejum (comida e bebida) por 
quatro horas antes da avaliação.Não fazer exercício físico por 12 horas 
antes da avaliação.
Urinar 30 minutos antes da avaliação.
Não consumir álcool por, minimamente, 
48 horas antes da avaliação.
Não usar diurético durante os sete dias 
que antecedem a avaliação.
Não realizar a avaliação em mulheres 
durante o ciclo menstrual.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 83
Interactância de raios infravermelhos
A interactância de raios infravermelhos é uma medida 
duplamente indireta, e pouco utilizada, nos dias atuais, 
para a mensuração da composição corporal. O referi-
do método tem como princípio a absorção e a reflexão 
dos raios vermelhos, avaliando, assim, a gordura e os 
líquidos corporais. A luz do equipamento adentra os 
tecidos e é refletida pelos ossos, voltando ao aparelho.
Caro(a) aluno(a), os conteúdos discutidos nesta 
unidade serão extremamente úteis para as avaliações 
antropométricas no ambiente escolar, nas academias 
e no treinamento esportivo. Com base no material 
apresentado, será possível delinear estratégias de 
avaliações para as diferentes linhas de trabalho na 
Educação Física.
A sarcopenia é um processo de perda de 
massa muscular que ocorre durante o en-
velhecimento. Esta condição está intima-
mente relacionada à redução da capacidade 
funcional e, consequentemente, à perda da 
independência de adultos de meia idade 
e, sobretudo, de idosos. O diagnóstico é 
associado à presença, à redução ou à perda 
dos componentes: massa muscular, força e 
função musculares.
Fonte: Fechine, Trompieri (2012).
SAIBA MAIS
Avaliar as práticas relacionas à aptidão e à atividade física faz parte do universo da Educação Física. Para isso, 
o(a) professor(a)/profissional tem, à sua disposição, diversos métodos, técnicas e instrumentos de avaliação. 
Nesse sentido, como esses procedimentos podem auxiliar nas intervenções desse(a) professor(a)/profissional?
REFLITA
84 
considerações finais
N
a presente unidade, discutiu-se a aplicabilidade das diferentes medidas 
descritas na literatura para a avaliação antropométrica. Inicialmente, fo-
ram abordadas as medidas fundamentais do processo de avaliação, tais 
como: a massa corporal (peso corporal), a estatura e a circunferência da 
cintura. Medidas essas que são imensamente pertinentes para avaliar o estado nu-
tricional de uma pessoa. Em seguida, falamos da avaliação da composição corporal 
pelo método direto, o qual subsidia a concepção dos métodos indiretos e duplamente 
indiretos. Adicionalmente, foi discutida a aplicabilidade do método indireto em dife-
rentes aparelhos que são considerados padrão-ouro de medida, isto é, os resultados 
das análises desses equipamentos para a avaliação da composição corporal são muito 
sólidos e semelhantes, ou seja, o erro é mínimo quando as medidas são repetidas 
nas mesmas condições. Todavia a medida das espessuras das dobras cutâneas, que é 
classificada como duplamente indireta, também pode apresentar elevada reproduti-
bilidade intra-avaliador, desde que o(a) avaliador(a) seja experiente e repita rigoro-
samente o protocolo. Essa medida é uma ferramenta elementar para estimar o per-
centual de gordura corporal de indivíduos sedentários, fisicamente ativos e atletas, 
uma vez que o método denota simplicidade, confiabilidade e velocidade para a coleta 
das informações. Complementarmente, a medida de espessura de dobras cutâneas 
manifesta diferentes opções de equações para a estimativa da densidade corporal ou 
percentual de gordura corporal. Por consequência, torna-se fundamental proceder a 
análise das características do(a) avaliado(a) e escolher a fórmula adequada, de acor-
do com suas características. Por fim, esperamos que o(a) aluno(a) faça ótimo uso do 
material, escrito para o desenvolvimento da avaliação da composição corporal nas 
diferentes esferas de trabalho do profissional de Educação Física. 
considerações finais
 85
atividades de estudo
1. O índice de massa corporal (IMC) é uma medida mundialmente utilizada para 
identificar o estado nutricional das pessoas em diferentes faixas etárias. A litera-
tura aponta classificações para crianças, adolescentes, adultos e idosos. Nesse 
aspecto, considerando o IMC como indicador antropométrico do estado nutricio-
nal, assinale a alternativa correta:
a) O IMC é uma medida internacionalmente utilizada para avaliar a composição 
corporal dos indivíduos, visto que é possível identificar a quantidade de massa 
gorda excedente nesse tipo de avaliação.
b) O IMC é uma medida aplicável a todas as populações: sedentários, fisicamen-
te ativos e atletas, pois os indivíduos que estão em faixas de corte, como o 
sobrepeso e a obesidade, certamente apresentam riscos de morte elevados.
c) O IMC é uma medida que pode superestimar o estado nutricional de atletas 
de modalidades de força e potência muscular, uma vez que esse indicador 
antropométrico não faz a distinção dos tecidos: massa magra e massa gorda.
d) O IMC é pouco utilizado na prática do(a) profissional de Educação Física no 
âmbito escolar e, também, na avaliação de grandes populações.
e) O IMC apresenta uma classificação única, independentemente de faixa etária 
e sexo.
2. A antropometria é considerada um conjunto de técnicas e medidas que objeti-
vam identificar parâmetros morfológicos do ser humano. Nessa perspectiva, a 
ciência já identificou padrões de medida em diferentes faixas etárias, níveis de 
aptidão física e sexo. Assim, com base nas informações apresentadas, avalie as 
informações a seguir, acerca das possibilidades de consumação do conhecimen-
to da antropometria humana no ambiente escolar.
I - A análise longitudinal do crescimento da criança e do adolescente é um 
exemplo claro do campo de estudo da antropometria.
II - A avaliação dos desvios posturais e do percentual de gordura corporal. A 
avaliação da postura e da composição corporal, em ergonomia, constitui uma 
possibilidade dessa aplicação.
III - A identificação das massas gorda e magra compõe as medidas antropomé-
tricas. 
É correto o que se afirma em:
a) I apenas.
b) II apenas.
c) I e III apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.
86 
atividades de estudo
3. Na literatura, são identificadas diferentes medidas para a avaliação da composi-
ção corporal, como as medidas direta, indiretas e duplamente indiretas. Em vista 
disso, assinale verdadeiro (V) ou falso (F) para as medidas apresentadas a seguir.
( ) A dissecação de cadáveres é uma medida indireta.
( ) A pletismografia é uma medida duplamente indireta.
( ) O índice de massa corporal é uma medida duplamente indireta.
( ) A medida da circunferência da cintura é uma medida duplamente indireta.
( ) A espessura das dobras cutâneas é uma medida duplamente indireta.
( ) O Dexa é uma medida indireta.
( ) A bioimpedância elétrica é uma medida indireta.
( ) A pesagem hidrostática é uma medida indireta.
( ) A tomografia computadorizada é uma medida direta.
Assinale a alternativa correta: 
a) F, F, V, V, V, V, F, V, F. 
b) F, F, F, V, F, V, F, V, F. 
c) V, V, V, F, F, F, V, F, V.
d) V, F, V, V, F, V, V, F, F. 
e) V, F, F, F, F, F, F, F, V.
4. A espessura de dobras cutâneas internacionalmente utilizada para identificação 
da densidade corporal. Com base na densidade corporal, consegue-se estimar 
o percentual de gordura corporal dos avaliados. Assim, baseado(a) nas informa-
ções apresentadas acerca da medida de espessura das dobras cutâneas, assina-
le a alternativa correta.
a) É uma medida indireta que apresenta elevada reprodutibilidade, independen-
temente de como é conduzida a mensuração. 
b) É uma medida duplamente indireta, muito utilizada no âmbito das academias 
para a avaliação da composição corporal.
c) A espessura de dobras cutâneas não é uma medida precisa, visto que são 
observados erros intra-avaliadores extremamente elevados na avaliação da 
composição corporal.
d) É uma medida com elevada reprodutibilidade em obesos que apresentam 
dobras maiores que 40 mm no adipômetro.
e) As medidas de espessura de dobras cutâneas são parâmetros indicados ape-
nas paraatletas, visto que, para indivíduos sedentários e com sobrepeso, a 
medida propriamente dita não é recomendada.
 87
atividades de estudo
5. A realização da análise da composição corporal pela bioimpedância elétrica apre-
senta algumas padronizações para a obtenção de um resultado fidedigno. Diante 
disso, assinale a alternativa correta:
a) O(a) avaliado(a) pode fazer a análise em qualquer momento, pois não há ne-
nhuma padronização no decurso da realização do teste.
b) O(a) avaliado(a) deverá seguir o protocolo estabelecido, que envolve jejum de 
quatro horas, não praticar atividade física ou exercício físico de intensidade 
moderada ou vigorosa 12 horas precedentemente a medida, não ingerir café 
ou bebidas cafeinadas, urinar antes do teste, usar roupas leves e não usar 
metais durante a medida propriamente dita.
c) A avaliação da composição corporal pela bioimpedância elétrica é uma medi-
da indireta de alta reprodutibilidade, quando consumada em aparelhos tetra-
polares de oito eletrodos.
d) Não existem parâmetros de classificação da avaliação da composição cor-
poral pela bioimpedância elétrica em brasileiros. Portanto, essa medida não 
deve ser realizada.
e) Os aparelhos de bioimpedância elétrica são relativamente iguais, não haven-
do diferença entre eles.
6. As medidas duplamente indiretas, tais como as medidas de circunferência, a 
mensuração das dobras cutâneas pela técnica da plicometria e a bioimpedân-
cia elétrica requerem procedimentos técnicos previamente estabelecidos para 
a correta estimativa da massa gorda e da massa magra (GUEDES, 2013). Nesse 
sentido, explique detalhadamente os três procedimentos aqui mencionados.
88 
LEITURA
COMPLEMENTAR
A literatura aponta que altos índices de gordura corporal estão associados ao aumento 
exponencial da mortalidade. Em vista disso, o estudo publicado por Woolcott e Bergman 
(2018) no periódico Scientific Reports identificou equações específicas baseadas em dados 
antropométricos, uma para homens e outra para mulheres, que podem, segundo os mes-
mos autores, estimar a massa de gordura corporal total de indivíduos adultos. Para a ela-
boração do modelo, foi utilizada parte dos dados do programa de estudos para avaliar o 
estado nutricional e de saúde de crianças e adultos norte-americanos (NHANES - National 
Health and Nutrition Examination Survey), realizado entre os anos de 1994 e 2004, com 12.581 
indivíduos. Por sua vez, os dados de 2005-2006, com 3.456 indivíduos do mesmo programa, 
foram usados para a validação do referido modelo. Dos 365 modelos elaborados, a equa-
ção selecionada foi: 64 – [(20 x estatura) / circunferência da cintura] + (12 x sexo), na qual 
o valor determina a massa gorda relativa (RFM, em inglês: relative fat mass), com os valores 
de 0 para os homens e 1 para as mulheres. Para a validação da fórmula, o RFM indicou 
maior percentual de gordura corporal total, sendo similar aos valores mensurados pela 
densitometria por dupla emissão de raios-X (DEXA), entre os homens e mulheres avaliados. 
A RFM mostrou maior precisão do que o IMC e denotou menores casos falso-negativos de 
obesidade nos homens e mulheres. Em vista das respostas elencadas no presente estudo, 
foi sugerido pelos autores que A RFM é mais precisa para estimar o estado nutricional do 
que o IMC. Para maiores informações acerca desse novo índice elaborado, indicamos aos 
alunos que façam a leitura do artigo completo.
Fonte: adaptado de Woolcott e Bergman (2018). 
 89
material complementar
O Preço da Perfeição – A História de Ellen Hart Pena
Konstantin Grcic
Ano: 1996
Sinopse: a verdadeira história de Ellen Hart, corredora forçada a fazer regime para 
integrar o time americano de atletismo nas Olimpíadas de Moscou. Acabou viti-
mada da anorexia nervosa num ano em que os EUA sequer disputaram os Jogos 
devido a um boicote político.
Indicação para Assistir
Avaliação Física e Prescrição de Exercício: Técnicas Avançadas
Vivian Heyward
Editora: Artmed
Sinopse: integrando as últimas pesquisas, recomendações e informações às 
orientações claras e diretas para sua aplicação, essa nova edição de Avaliação Fí-
sica e Prescrição de Exercício: Técnicas Avançadas é um recurso valioso para que 
estudantes e profissionais da área da Ciência do Exercício aumentem seus conhe-
cimentos, suas habilidades e sua competência profissional.
Indicação para Ler
Conheça o caderno de referência de avaliação física da Unesco. Web: http://unesdoc.unesco.org/ima-
ges/0022/002250/225004POR.pd. Acesso em: 4 jun. 2019. 
Indicação para Acessar
http://unesdoc.unesco.org/images/0022/002250/225004POR.pd
http://unesdoc.unesco.org/images/0022/002250/225004POR.pd
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-with-low-bone-mineral726f6d-6f736f7a756d6162.htm. Acesso em: 8 jul. 2019.
94 
gabarito
1. C.
2. C.
3. A.
4. B.
5. B.
gabarito
UNIDADEIII
Professor Dr. Braulio Henrique Magnani Branco
Professor Me. Adriano Ruy Matsuo
Professor Me. Bruno Follmer
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Força muscular
• Potência muscular
• Flexibilidade
Objetivos de Aprendizagem
• Apresentar as diferentes manifestações de força muscular 
e os principais testes de avaliação da força máxima e 
resistência de força.
• Conceituar a potência muscular e identificar os principais 
testes de avaliação dessa valência.
• Entender a flexibilidade e apresentar os testes para sua 
avaliação.
FORÇA MUSCULAR E FLEXIBILIDADE
unidade 
III
INTRODUÇÃO
N
esta unidade, serão discutidos importantes aspectos da capa-
cidade física humana. A força muscular, a potência muscular 
e a flexibilidade são variáveis presentes em muitas de nossas 
atividades do dia a dia e, também, do desempenho atlético. 
Saber o conceito de cada uma dessas capacidades, bem como reconhe-
cê-las, são conhecimentos fundamentais para o profissional de Educação 
Física. Ainda, o profissional deve ter ciência de quais testes devem ser 
empregados para avaliar corretamente cada uma das variáveis que serão 
tratadas nesta unidade.
Primeiramente, será abordada a força muscular e suas diversas mani-
festações. Ela está presente em praticamente todos os momentos de nossa 
vida, seja em atividades diárias, seja no exercício físico. Será fundamental 
diferenciar que tipo de força um indivíduo está empregando em determi-
nada atividade. Portanto, após o reconhecimento do tipo de força, será 
possível estudar qual o teste mais apropriado para avaliá-la corretamente. 
Trata-se de um assunto constantemente discutido em artigos científicos e 
em salas de musculação.
Em seguida, a potência muscular será o tema de nossa unidade. Con-
ceituar a potência é o primeiro passo para entender a utilização dessa 
capacidade física. A identificação de exemplos práticos será fundamental 
para esse entendimento. Estamos falando de uma capacidade que mistu-
ra força e velocidade, e devemos levar isso em consideração ao avaliar a 
potência muscular de um indivíduo.
Por fim, em nossa unidade, trataremos da flexibilidade. Este é um 
tópico interessante, pois muita confusão é observada, geralmente, sobre 
ele. Frequentemente, o uso dessa capacidade é equivocado, até mesmo 
entre profissionais, e confundido com o simples alongamento. Portanto, 
será fundamental conceituar a flexibilidade, primeiramente, para, depois, 
identificarmos os principais testes utilizados para mensurá-la em dife-
rentes partes do corpo.
100 
 
Olá! Neste tópico, você saberá mais sobre uma das 
mais conhecidas e discutidas capacidades físicas, a 
força muscular. Vamos, juntos, conceituar a força e 
cada um dos seus diferentes tipos de manifestação. 
Toda essa parte introdutória facilitará o trabalho de 
reconhecer qual o teste de avaliação mais apropria-
do para aplicar quando o objetivo é mensurar a força 
muscular de um indivíduo.
Força Muscular
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 101
A força muscular apresenta três fundamentais 
manifestações: força máxima, resistente e potente 
(WEINECK, 2004). As duas primeiras serão abor-
dadas no presente tópico, enquanto que a força po-
tente será o assunto do tópico a seguir. Portanto, 
conceituar força máxima e resistência de força será a 
primeira tarefa, bem como sua importância na vidadiária e no rendimento. Em seguida, discutiremos 
diferentes métodos de avaliação dessas duas mani-
festações da força muscular.
Existem diversos motivos para avaliar a força 
muscular de um indivíduo. No âmbito esportivo, 
um treinador deve avaliar seus atletas, principal-
mente a fim de reconhecer o atual nível de treina-
mento deles, e como fundamentação para elaborar 
o plano de treinos com as cargas específicas. Além 
disso, avaliar um indivíduo periodicamente durante 
um ciclo de treinamento é uma excelente ferramenta 
para acompanhar as respostas desse atleta aos estí-
mulos e cargas que estão sendo propostos. 
Não somente indivíduos ativos e atletas se be-
neficiam de bons níveis de força muscular. Avaliar a 
força muscular é um importante elemento para diag-
nosticar diversos aspectos relacionados à qualidade 
de vida de qualquer pessoa. Uma boa força muscular 
está relacionada positivamente com a manutenção 
da massa óssea, a tolerância à glicose, o aumento do 
metabolismo basal, a integridade músculo-tendínea 
(diminuindo riscos de lesão) e com a funcionalidade 
do corpo para ações da vida diária (PESCATELLO 
et al., 2014).
A força muscular refere-se à capacidade do 
músculo de produzir força; depende tanto de fato-
res inerentes à plasticidade das estruturas muscula-
res quanto do sistema nervoso, sendo caracterizada 
como uma valência neuromuscular (PESCATELLO 
et al., 2014). A força máxima é a mais alta força al-
cançada em determinado movimento, sob condições 
específicas (KOMI, 2006), enquanto que a resistên-
cia de força está relacionada à habilidade do mús-
culo de desempenhar sucessivos esforços ou muitas 
repetições (PESCATELLO et al., 2014). 
Não se deve, portanto, julgar a força muscular 
somente pela quantidade de carga que um indivíduo 
é capaz de sustentar, mas também pelo número de 
repetições que são realizadas em um determinado 
exercício. Basicamente, testes que envolvam até três 
repetições são caracterizados como ações de força 
máxima, enquanto que aqueles com mais de 12 re-
petições são considerados medidas de resistência de 
força (PESCATELLO et al., 2014). 
Para exemplificar, Gustav Fechner, em 1857, 
documentou o seu experimento em que ele mesmo 
erguia um par de halteres de 4 kg acima da cabeça 
pelo maior número de vezes consecutivas durante 
60 dias. No primeiro dia, Fechner realizou 104 repe-
tições, enquanto que, no final do período do estudo, 
ele realizava em torno de 700 repetições (BARSS; 
PEARCEY; ZEHR, 2016). Esse exemplo clássico de-
monstra, claramente, como a força muscular pode 
ser desenvolvida não somente pelo incremento de 
carga, mas também pelo número de repetições.
Outro fator importante no âmbito da força 
muscular é reconhecer qual a ação muscular rea-
lizada em determinado movimento. Por definição, 
ações isométricas são aquelas que não modificam 
a posição articular (THOMPSON; FLOYD, 2002), 
mesmo com ação de força. Nesse caso, a força inter-
na se equipara à carga externa, e pode haver dimi-
nuição do comprimento muscular pela interação 
das pontes cruzadas, porém, sem alteração na posi-
ção da articulação. 
102 
 
Na vida diária, as contrações isométricas ou está-
ticas ocorrem quando seguramos um objeto numa de-
terminada posição. Por exemplo, um copo, enquanto 
o enchemos. Pensando no lado esportivo, as contra-
ções isométricas ocorrem frequentemente em ações 
estáticas, como em uma pose de balé, em que diversas 
musculaturas são contraídas isometricamente para 
manter a posição intacta e em harmonia.
Mais comuns, as contrações dinâmicas envol-
vem movimento articular. Essas se apresentam 
como contrações concêntricas e excêntricas. Con-
trações concêntricas são aquelas em que há encur-
tamento muscular, ou seja, a força interna vence a 
carga externa, também conhecida como contração 
positiva (THOMPSON; FLOYD, 2002). Provavel-
mente, esse seja o tipo de contração mais facilmente 
identificado nos movimentos da vida diária ou nas 
ações esportivas.
A contração concêntrica ocorre quando um 
halter é erguido na flexão do cotovelo, ou quan-
do os extensores do joelho realizam o movimento 
que resulta no chute em uma bola de futebol, por 
exemplo. Por outro lado, quando a carga externa é 
superior à força interna, causando o alongamento 
das fibras musculares, ocorre a contração excêntri-
ca, ou contração negativa (THOMPSON; FLOYD, 
2002). Ela também está relacionada ao mecanismo 
de frear um movimento explosivo de uma muscu-
latura antagonista. 
Essa forma de contração é frequentemente reali-
zada, porém, pode ser um pouco mais complexa de 
ser compreendida. Trata-se de uma contração com 
características específicas em termos de estruturas 
associadas ao mecanismo de contração, consumo 
energético, fadiga e lesão pós-exercício. Pensando 
num exemplo prático e bastante comum: durante o 
movimento do exercício de agachamento, a fase des-
cendente é caracterizada pela contração excêntrica 
dos extensores do joelho e do quadril, mesmo que 
o movimento articular realizado seja a flexão do jo-
elho e do quadril. Outro exemplo: no exercício de 
supino, enquanto a barra se aproxima do peitoral, 
num movimento de flexão dos cotovelos e abdução 
horizontal do ombro, o que está sendo contraído 
excentricamente são os extensores do cotovelo e o 
principal adutor horizontal do ombro, o peitoral 
maior, enquanto suas fibras musculares são alonga-
das (THOMPSON; FLOYD, 2002).
Razão de equilíbrio muscular é o termo que 
define a relação entre a força de musculaturas 
antagonistas. O desequilíbrio entre essas for-
ças, geralmente, é associado a um aumento no 
risco de lesão. No exemplo dos jogadores de 
futebol, geralmente, a musculatura anterior da 
coxa, dos extensores do joelho, é muito mais 
forte que os seus antagonistas da parte poste-
rior, os flexores. Com isso, a lesão na muscula-
tura dos isquiostibiais é bastante comum. Uma 
boa bateria de exames laboratoriais, envolven-
do contrações concêntricas e excêntricas, pode 
ajudar a diagnosticar desequilíbrios e diminuir 
esse fator de risco de lesão.
Fonte: os autores.
SAIBA MAIS
Todas as informações introdutórias reportadas ante-
riormente serão de extrema importância no proce-
dimento correto de avaliação da força muscular. Um 
bom planejamento inicial é fundamental para orga-
nizar uma avaliação útil. Você deve considerar qual a 
ação motora e o grupo muscular a serem avaliados e 
sua relevância para o indivíduo. Por exemplo, a força 
muscular de atletas de futebol é, geralmente, mensu-
rada nos membros inferiores, em movimentos que 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 103
envolvam extensão e flexão do joelho e quadril. O tipo 
de contração que será avaliado é outro aspecto a ser 
considerado e, novamente, deve ser específico aos ob-
jetivos do avaliador ou à prática esportiva do avaliado. 
Considere novamente o futebol, a extensão do 
joelho durante uma corrida ou um chute ocorre por 
conta da contração concêntrica dos extensores do 
joelho, enquanto que os flexores do joelho têm um 
papel importante na desaceleração de movimentos 
rápidos de extensão, caracterizando uma contração 
excêntrica. Ainda, no caso da força muscular, deve-
-se reconhecer qual o tipo de força que você quer 
avaliar: força máxima ou resistência de força? 
Já vimos que cada tipo tem suas características 
e influenciará na quantidade de repetições a serem 
desempenhadas durante o teste. Portanto, a escolha 
do protocolo de teste deve ser específica, e também 
considerar a transferência das informações obtidas 
no teste para o ambiente real do avaliado, seja na 
vida diária, seja no desempenho esportivo. De posse 
das respostas para as questões anteriores, a escolha 
do teste adequado torna-se uma tarefa facilitada.
AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR
Começaremos a discutir a avaliação da força muscu-
lar por meio da dinamometria, especificamente por 
equipamentos chamados de dinamômetros eletro-
mecânicos, que conseguem medir a força pela con-
versão da energia mecânica em elétrica. Como nos-
so corpo é fundamentadoem sistemas de alavancas, 
a força muscular, somada ao braço de alavanca pre-
sente numa determinada articulação, caracteriza o 
torque muscular. Para fins didáticos, continuaremos 
a chamar os resultados da dinamometria de força 
muscular. Os dinamômetros são, reconhecidamen-
te, instrumentos confiáveis para a medição da força 
muscular, seja ela máxima ou resistente. Ainda, os 
diferentes tipos de contração (isométrica, concên-
trica e excêntrica) podem ser avaliados em diversas 
articulações do corpo. 
Além disso, os resultados são bastante repro-
dutíveis e, pelo fato de os protocolos serem padro-
nizados, geralmente, a comparação dos dados com 
valores de referência são possíveis. Os dinamôme-
tros eletromecânicos têm ganhado espaço em clubes 
desportivos, clínicas médicas e universidades, com 
diferentes intuitos. Basicamente, esse equipamento 
auxilia na avaliação de diversos parâmetros referen-
tes à força muscular, como torque, impulso, traba-
lho, potência e equilíbrio muscular, auxiliando na 
prevenção e no tratamento de lesões.
A avaliação da força isométrica, chamada de 
contração voluntária isométrica máxima, ou CVIM, 
é comumente realizada nesse tipo de equipamento. 
Praticamente todas as principais articulações do 
corpo humano podem ser avaliadas seguindo as re-
comendações de cada fornecedor do equipamento a 
fim de criar uma padronização universal e facilitar 
a comparação dos dados. Pensaremos na articula-
ção do joelho como exemplo, conforme ilustrado na 
imagem a seguir.
Figura 1 - Articulação do joelho
104 
 
É necessário que o sujeito a ser avaliado esteja 
firmemente preso ao banco do equipamento, e a 
articulação avaliada alinhada ao eixo de rotação do 
aparelho. Antes do início do teste, o ângulo articular 
que será avaliado deve ser determinado. É bastante co-
mum que diversos ângulos sejam testados, possibili-
tando, assim, a elaboração de uma curva de força pelo 
ângulo articular (mais especificamente, a curva tor-
que-ângulo). As instruções sobre como será realizado 
o teste devem ser cuidadosamente repassadas ao(à) 
avaliado(a), além da realização de contrações a fim 
de familiarizar o(a) avaliado(a) com o equipamento e 
com o esforço que será realizado durante o teste. 
Por exemplo, se o teste envolve contrações iso-
métricas dos extensores e flexores do joelho no 
ângulo de 75°, essa referência deve ser utilizada na 
familiarização do indivíduo, e contrações submáxi-
mas devem ser realizadas. Recomenda-se que con-
trações isométricas durem em torno de cinco a seis 
segundos, num total de até três séries com intervalo 
de um a dois minutos entre elas (BROWN; WEIR, 
2001). Esse tempo de contração (cinco a seis segun-
dos) deve-se ao fato de que a força máxima demora 
certo tempo para ser atingida e, geralmente, ocorre 
entre o terceiro e o quarto segundos de contração. 
Caso realizada de forma explosiva, há uma gran-
de produção de força em curto espaço de tempo nos 
instantes imediatamente após o início da contração 
isométrica, chamada de taxa de produção de força. 
Essa variável também vem demonstrando implica-
ções relevantes em diversas populações, e é mais um 
aspecto que pode ser utilizado ao realizar um teste 
de contração isométrica máxima em dinamômetro 
isocinético (MAFFIULETTI et al., 2016).
A variável comumente extraída do teste de con-
tração isométrica, entretanto, é o pico de torque, 
ou seja, o maior torque atingido durante todo o 
período de contração. Ainda, o impulso é a variá-
vel que traduz a quantidade de torque realizado ao 
longo do tempo de contração isométrica. Portanto, 
tanto a força máxima, com o pico de torque, como 
a resistência de força, com sucessivas contrações 
ou avaliando o impulso numa longa contração, po-
dem ser mensuradas pela contração isométrica em 
dinamometria.
Ainda sobre os dinamômetros eletromecânicos, 
eles são capazes de realizar contrações com veloci-
dade angular controlada e constante, chamadas de 
contrações isocinéticas. Na realidade, durante um 
teste isocinético, existem momentos de velocidade 
constante e outros de aceleração nas extremidades 
da amplitude de movimento, para frear e acelerar o 
braço do equipamento. Portanto, um teste isocinéti-
co não possui velocidade angular constante durante 
toda a amplitude de movimento, e isso varia de for-
ma inversamente proporcional à velocidade angular. 
Quanto maior a velocidade angular de contração, 
menor é o período de velocidade constante durante 
o teste (BROWN; WEIR, 2001). 
As contrações dinâmicas são comumente 
realizadas para avaliar as forças concêntrica e 
excêntrica. Considere novamente a avaliação da 
articulação do joelho. Todos os procedimentos an-
teriores ao teste são semelhantes ao protocolo de 
avaliação da contração isométrica, como a posição 
do indivíduo no equipamento, sua fixação e alinha-
mento dos eixos de rotação do aparelho com o ar-
ticular. Agora, porém, como a avaliação envolverá 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 105
movimento, é preciso determinar se a contração será 
concêntrica ou excêntrica para o grupo muscular 
escolhido. No caso analisado, a contração concên-
trica dos extensores resulta na extensão do joelho, 
enquanto que a contração excêntrica desse mesmo 
grupamento muscular implica no movimento de fle-
xão do joelho. 
Ainda, deve-se definir qual a velocidade angu-
lar do teste. Velocidades angulares menores que 
180º/s são comumente utilizadas para avaliar o pico 
de torque (semelhante à força máxima) e o traba-
lho, enquanto que velocidades angulares maiores 
que 180º/s servem para avaliar potência (TERRE-
RI, 2001). Ao avaliar a mesma articulação em dife-
rentes velocidades angulares, é possível elaborar a 
curva de força pela velocidade (torque-velocidade), 
comprovando que, quanto maior a velocidade ar-
ticular, menor a capacidade muscular de produzir 
força e vice-versa. 
O número de contrações é, naturalmente, um 
elemento importante na definição do protocolo de 
avaliação, e determinará se a força máxima será a 
principal variável ou a resistência de força. Por fim, 
e não menos importante, deve-se determinar a am-
plitude de movimento dessa avaliação. No caso da 
avaliação dinâmica do joelho, geralmente, a ampli-
tude em torno de 90º é utilizada, enquanto 0° é con-
siderado a posição em que o joelho encontra-se es-
tendido, e 90º, quando a articulação está flexionada, 
formando um ângulo reto. 
O pico de torque também é a variável mais uti-
lizada após um teste de contrações isocinéticas. Ele 
representa o máximo valor de torque atingido du-
rante toda a amplitude de movimento. Semelhante 
ao impulso nas contrações isométricas, durante a 
curva formada pelas contrações dinâmicas, é pos-
sível calcular o trabalho realizado, considerando o 
torque gerado multiplicado pelo deslocamento do 
segmento.
A força muscular também pode ser avaliada por 
testes realizados fora do ambiente laboratorial, são 
os chamados testes de campo, ou específicos. Um 
dos mais conhecidos é o teste de uma repetição má-
xima (1RM), que representa a máxima quantidade 
de carga que pode ser sustentada em uma única re-
petição (BROWN; WEIR, 2001). Trata-se de um tes-
te barato, acessível e específico à fase concêntrica da 
contração muscular. 
A carga encontrada ao final do teste (chama-
da de 1RM) será aquela correspondente à máxima 
capacidade de produzir força durante a fase con-
cêntrica do movimento. Se pensarmos no famoso 
exercício do supino, que trabalha, prioritariamente, 
os músculos da região peitoral, a fase concêntrica 
desse exercício é o movimento de empurrar a barra, 
partindo do peitoral até a extensão dos cotovelos, 
conforme a Figura 2.
Figura 2 - Supino
106 
 
No agachamento ou leg press, a fase concêntrica é 
aquela de extensão dos joelhos e do quadril, partin-
do da posição mais agachada para a posição ereta. 
Trata-se de um teste seguro, mas que depende da 
familiarização do executante e da experiência do 
profissional avaliador. Pensando na execução de 
um agachamento ou leg press, devemos considerarque bastante carga pode estar envolvida na realiza-
ção de apenas uma repetição, principalmente por 
indivíduos treinados. 
É importante estar atento, pois a falha concên-
trica que será apresentada na execução do teste má-
ximo está ligada à impossibilidade de o indivíduo 
completar a repetição; nesse momento, os(as) ava-
liadores(as) (pode e deve haver mais do que um) 
devem intervir e auxiliar na retirada do peso e/ou 
na ativação de travas de segurança. Assim, a escolha 
do exercício e do aparelho é fundamental. Aparelhos 
que possuam travas de segurança também são indi-
cados para a realização de testes de carga máxima, 
como no exemplo da imagem a seguir:
Figura 3 - Aparelho Leg press com trava de segurança 
Para a aplicação do teste de 1RM, as seguintes etapas 
descritas por Brown e Weir (2001) devem ser consi-
deradas. Aquecimento geral de três a cinco minutos, 
seguido por um aquecimento no aparelho específico 
e, consequentemente, para a musculatura específica. 
Após esse aquecimento, é realizada uma primeira 
série de oito repetições com 50% do 1RM estimado, 
seguida por uma segunda série de três repetições, 
com carga referente a 70% do 1RM estimado.
A partir desse momento, os avaliadores adotam 
a estratégia de tentativa e erro, manipulando a carga 
do exercício nas séries subsequentes a fim de encon-
trar aquela carga com a qual o indivíduo é capaz de 
realizar apenas uma repetição completa e correta. 
Recomenda-se que sejam efetuadas de três a cinco-
séries, com um intervalo de até cinco minutos entre 
elas, garantindo a recuperação do indivíduo entre 
as séries. 
Deve-se evitar a fadiga acumulada ao longo das 
tentativas. Portanto, a experiência dos avaliadores é 
fundamental, tanto para reconhecer se a carga esti-
pulada está baixa ou alta quanto para determinar o 
intervalo necessário entre as séries. Caso o(a) ava-
liado(a) consiga realizar apenas uma repetição com-
pleta e correta, mas não consiga realizar a segunda 
repetição, o teste é encerrado com sucesso, sendo 
que o valor do 1RM corresponde à carga dessa últi-
ma etapa do teste. A avaliação de 1RM apresenta li-
mitações que devem ser consideradas pelos(as) ava-
liadores(as), principalmente ao aplicar os resultados 
das avaliações para a rotina de treinamento. 
Conforme apresentado anteriormente, esse teste 
avalia, basicamente, a força máxima concêntrica do 
indivíduo, portanto, treinamentos de modalidades 
com contrações isométricas e/ou excêntricas não 
devem se basear exclusivamente nos resultados do 
teste de 1RM. Ainda, esse o teste avalia a força máxi-
ma de um indivíduo. Obrigatoriamente, ela é obtida 
por meio de uma contração lenta das fibras muscu-
lares, devido à alta carga externa imposta. 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 107
Aplicar os resultados de teste de 1RM para treina-
mento de potência (~ 40 a 60% 1RM) e/ou resistência 
de força (< 40% 1RM), em que contrações mais rápidas 
são realizadas, é inadequado e inespecífico. Ainda, re-
comenda-se que reavaliações sejam realizadas perio-
dicamente dentro de um ciclo de treinamento (como 
a cada quatro semanas num ciclo de 12 semanas), para 
que as cargas do treinamento sejam reajustadas. 
Exemplificando, se seu(sua) aluno(a) obteve 100 
kg como resultado no teste de 1RM no supino, é 
razoável pensar que, em quatro semanas de treina-
mento, sua força máxima aumente, e, consequente-
mente, aumentará o seu valor de 1RM. Supondo que 
o novo 1RM desse indivíduo seja 120 kg, 80% dessa 
carga, agora, é de 96 kg, não mais 80 kg. Caso esse 
reajuste da carga não seja feito, ele(a) estará treinan-
do com 66% do seu 1RM, e não mais 80%, subesti-
mando consideravelmente a carga de treinamento. 
Frequentemente, o grande objetivo do teste de 
1RM não é alcançado. Ou seja, após o final do teste, 
não foi encontrada a carga com a qual o indivíduo 
consegue realizar apenas uma repetição do exercí-
cio. Isso acontece, muitas vezes, pelo fato de o alu-
no conseguir realizar mais do que uma repetição na 
última série do teste. Neste caso específico, deve-se 
estimular o avaliado a realizar o maior número pos-
sível de repetições corretas e completas, até a falha 
concêntrica e a consequente impossibilidade de 
completar a próxima repetição. 
Quando o teste é realizado dessa maneira, diz-
-se que valores de 2RM, 5RM ou, até mesmo, 10RM 
foram encontrados, correspondendo às cargas em 
que o sujeito era capaz de realizar, no máximo, duas, 
cinco e dez repetições, respectivamente. Diante des-
sa situação frequente, diversas tabelas de conversão 
foram elaboradas a fim de estimar o valor de 1RM 
por valores submáximos. 
Os fatores de correção apresentados por Lom-
bardi (1989) são bastante aceitos e utilizados na li-
teratura e na prática. Muitos professores, inclusive, 
preferem utilizar os testes submáximos de repetição 
máxima, a depender do público que será avaliado, 
como indivíduos com alguma limitação física, des-
treinados e frágeis. Nessas circunstâncias, é mais 
seguro estimular o indivíduo a realizar um número 
maior de repetições com menor carga, e utilizar esse 
escore submáximo como padrão para as próximas 
reavaliações. Se o objetivo for comparar com resul-
tados de testes de 1RM, indica-se a correção por 
tabelas como a de Lombardi (1989), assumindo as 
limitações do uso de valores corretivos. Por exem-
plo, se o(a) avaliado(a) realiza seis repetições em seu 
teste com a carga de 50 kg, isso significa que o valor 
estimado de 1RM é de 60 kg (50 x 1,2), utilizando o 
fator de correção conforme Quadro 1.
Quadro 1 - Valores de correção para estimativa do teste de 1RM a partir 
de testes submáximos
Número de repetições Fator de correção
1 1.00
2 1.07
3 1.10
4 1.13
5 1.16
6 1.20
7 1.23
8 1.27
9 1.32
10 1.36
Fonte: adaptado de Lombardi (1989).
108 
 
Avaliar a força máxima é o grande objetivo do teste 
de 1RM, porém, outras versões com mais repetições 
são aceitas, aproximando-se da avaliação da resis-
tência de força.
Existem outros protocolos de testes práticos que 
avaliam prioritariamente a resistência de força, uti-
lizando movimentos bastante comuns e exercícios 
básicos. Como exemplos, os testes de repetições de 
abdominal e de flexão de braços. Os dois testes fun-
cionam com a mesma lógica, que é realizar o maior 
número de repetições do exercício dentro do tempo 
de um minuto. Para que os resultados sejam compa-
rados com valores de referência, ou com o próprio 
avaliado em outro momento (por exemplo, no início 
e no fim de um ciclo de treinamento), a padronização 
do gesto motor e da dinâmica do teste é fundamental.
No caso do teste de resistência abdominal, o(a) 
avaliado(a) é posicionado deitado, em decúbito dor-
sal, com os joelhos flexionados e com os braços cru-
zados à frente do corpo. O(a) avaliador(a) deve fixar 
os pés do(a) avaliado(a) no solo. Antes do início do 
teste, é importante pedir para que o(a) avaliado(a) 
realize uma repetição completa do teste, flexionando 
o tronco até que os cotovelos toquem nas coxas e, 
posteriormente, retornando à posição inicial.
Após essa familiarização, o indivíduo será infor-
mado de que essa repetição correta será contabiliza-
da durante um minuto, e que seu objetivo é realizar 
o maior número possível de repetições dentro des-
se período de tempo. Durante a realização do teste, 
o(a) avaliador(a) deve fazer a contagem em voz alta, 
inclusive, estimulando o(a) avaliado(a) a realizar seu 
esforço máximo. 
Trata-se de um teste simples, de fácil aplicação e 
que pode trazer resultados interessantes na avaliação 
de um público bem variado, desde crianças (PRO-
ESP-BR, 2018) até atletas de elite de artes marciais 
(MARINHO et al., 2016). Algumas variações do tes-
te são encontradas na literatura, porém o importante 
é que seja mantido um padrão entre teste e reteste.
O teste de flexão de braços, também conhecido 
como exercício de apoio, segue a mesma lógica do teste 
anterior. O objetivo do teste é que o(a) avaliado(a) re-
alize o maior número de repetições corretas do exercí-
cio dentrodo tempo de um minuto. Novamente, para 
que os resultados gerados sejam confiáveis e reprodu-
tíveis, a padronização do gesto motor é importante. 
Geralmente, a instrução é de que a posição inicial do 
teste seja em decúbito ventral, com as palmas da mão 
no chão, afastadas lateralmente na linha dos ombros, e 
com os pés apoiados no chão. Algumas variações são 
permitidas, com o apoio dos joelhos no chão ao invés 
dos pés, principalmente em iniciantes ou mulheres. 
A repetição completa consiste em flexionar os 
cotovelos até um ângulo em torno de 90°, aproxi-
mando-se do chão, e posterior retorno à posição 
inicial, estendidos os cotovelos por completo. Cada 
repetição correta é contabilizada para o escore final 
do teste, e essas instruções devem ser passadas ao(à) 
avaliado(a) antes da realização. O avaliador deve re-
alizar a contagem em voz alta e também estimular o 
avaliado a desempenhar o máximo esforço durante 
o período de avaliação. A Figura 4 ilustra as posições 
do teste de flexão de braços, ou de apoio.
Figura 4 - Posições do teste de flexão 
Especificamente para a população idosa, o teste 
de sentar e levantar avalia a resistência de força de 
membros inferiores (JONES; RIKLI; BEAM, 1999). 
Esse teste foi desenvolvido e validado com o intui-
to de fornecer uma avaliação prática e simples para 
essa população que, muitas vezes, não está acostu-
mada com exercícios de força em academia. O gesto 
de sentar e levantar ainda constitui uma das tantas 
atividades da vida diária, fundamentais para a manu-
tenção da independência durante o envelhecimento. 
O teste consiste em realizar o movimento de sen-
tar e levantar o maior número de vezes durante o 
tempo de 30 segundos, cronometrado pelo avaliador. 
Cabe ao(à) avaliador(a), também, realizar a contagem 
das repetições. A padronização do movimento desse 
teste envolve a breve familiarização com o movimento 
correto, a utilização de um banco ou cadeira de 43 cm 
de altura e a devida instrução prévia ao(à) avaliado(a). 
O escore do teste resume-se ao número de repe-
tições corretas e completas realizadas dentro do pe-
ríodo de avaliação. Esse teste tem se mostrado sensí-
vel ao treinamento de força, de modo que o grupo de 
senhoras que realizou treinamento de força obteve 
melhora significativa no resultado da avaliação após 
seis semanas de treinamento com pesos, seguido de 
incrementos de espessura muscular nos músculos 
da coxa (PINTO et al., 2014).
Neste primeiro tópico, você conheceu duas das 
diferentes manifestações da força muscular, a máxi-
ma e a resistência de força. Ainda, os diferentes tipos 
de contração muscular foram abordados. Com esses 
conhecimentos, progredimos para a apresentação dos 
principais protocolos de avaliação da força máxima 
e da resistência de força, em testes laboratoriais e de 
campo, para membros inferiores e superiores. No pró-
ximo tópico, continuaremos a aprender a força, po-
rém, no que se refere à potência muscular.
110 
 
Potência Muscular
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 111
linear de relação negativa logo foi modificado pelo 
entendimento de uma curva hiperbólica na relação 
(HOLMES, 2006). 
Depois de inicialmente investigada em mode-
los animais, essa relação entre força e velocidade foi 
muito estudada e também confirmada em humanos. 
A dinamometria eletromecânica, com contrações 
isocinéticas, conforme visto no tópico anterior, é o 
instrumento mais utilizado para essas avaliações. 
Como a velocidade de contração pode ser controla-
da, os protocolos que compararam o torque máximo 
alcançado em contrações de diferentes velocidades 
encontram uma tendência a menores forças máxi-
mas, enquanto a velocidade angular é aumentada 
(BROWN; WEIR, 2001).
Neste momento, cabe um exemplo prático e bas-
tante simples. Pense num indivíduo que tem a tarefa 
de erguer determinada carga no simples movimento 
de flexionar o cotovelo. Caso essa carga seja peque-
na, como um halter de 1 kg, ele será capaz de realizar 
este movimento em altíssima velocidade. Isso não 
necessariamente reflete grande potência muscular, 
pois a força foi muito baixa. Lembre-se que a potên-
cia depende diretamente da velocidade e da força 
muscular.
Por outro lado, caso o indivíduo tenha que reali-
zar a mesma tarefa de flexionar o cotovelo com uma 
carga muito elevada, esse movimento, provavelmen-
te, será feito de maneira bastante lenta. Novamente, 
esse aumento de carga pode não refletir aumento de 
potência, pois, dessa vez, a velocidade é muito dimi-
nuída. Então, qual seria a relação ótima para atingir 
grande potência muscular?
A resposta parece estar no meio do caminho, 
com cargas moderadas que possibilitem boa veloci-
dade de execução. Num estudo com atletas de Bra-
zilian Jiu-Jitsu (SILVA et al., 2015), foi demonstrado 
Olá, neste tópico, continuaremos a falar sobre força 
muscular. Conforme visto anteriormente, ela apre-
senta, basicamente, três manifestações, sendo que a 
força máxima e a resistência de força já foram ante-
riormente exploradas. Portanto, a potência muscu-
lar será tratada exclusivamente neste tópico. Por se 
tratar de uma valência de interação entre a força e 
a velocidade, você deverá saber como conceituar e 
entender essa interação. Em seguida, você será ca-
pacitado a conhecer alguns dos principais testes de 
avaliação da potência muscular para distintos gru-
pos musculares.
A potência muscular, também conhecida como 
força rápida (WEINECK, 2004), é o tipo de força 
que pode ser explicada pela capacidade de exercer 
energia (ou trabalho) em um período de tempo (AS-
TRAND et al., 2006). Vamos por partes, para que 
essa primeira etapa seja bem esclarecida. Primeiro, 
consideramos a potência como produto da força 
pela velocidade. A velocidade nada mais é do que a 
distância dividida pelo tempo. Com isso, nossa fór-
mula se caracteriza da seguinte forma: potência = 
força x (distância/tempo). A multiplicação da força 
(em Newton – N) pela distância (em metros – m) 
caracteriza o chamado trabalho (N x m), expresso 
na unidade de Joules (J = N x m). Quando dividi-
mos o trabalho (J) pelo tempo (s), temos a unidade 
de potência, conhecida como Watt (W = J/s).
Existe uma propriedade muscular bem reconhe-
cida na literatura, que é a relação entre a velocidade 
de encurtamento muscular e a força gerada (LIEBER; 
WARD, 2011). Quanto maior a força muscular, me-
nor será a velocidade de contração e vice-versa. O 
início das investigações dessa relação entre a força e 
a velocidade data da primeira metade do século XX, 
quando pesquisadores estudavam essa relação em 
fibras musculares de animais. O primeiro modelo 
112 
 
que o pico de potência no exercício do supino era 
atingido quando os participantes arremessavam car-
gas referentes a 42% dos valores de 1RM (o mesmo 
teste explicado no tópico anterior). Portanto, com 
cargas intermediárias, a velocidade de execução foi 
relativamente grande, o que gerou os maiores valo-
res de potência muscular. 
Em dinamometria eletromecânica, com exer-
cícios de contração isocinética, essa tendência se 
confirma, já que os maiores valores de potência são 
atingidos em velocidades intermediárias, entre 180 
e 240°/s. Velocidades angulares menores (de 60 a 
120°/s) ou maiores (>300°/s) resultam em valores de 
potência diminuídos (BROWN; WEIR, 2001).
De que forma um ciclista conseguiria produzir 
maior potência: pedalando em uma marcha 
pesada, com bastante força e poucas rotações 
por minuto, ou em uma marcha mais leve, 
com alto giro, porém, baixa força?
REFLITA
AVALIAÇÃO DA POTÊNCIA MUSCULAR
Após essa breve introdução, você já deve estar ciente 
de que os testes que avaliam a potência muscular não 
são aqueles que envolvem elevadas cargas externas. 
Além da possibilidade de medida em aparelhos labo-
ratoriais, a potência muscular é comumente avaliada 
por instrumentos práticos, que não envolvem grande 
investimento. A seguir, serão apresentados testes de 
impulsão horizontal e vertical, além do arremesso de 
Medicine Ball, para avaliação da potênciamuscular 
de membros inferiores e superiores, respectivamente.
Para a execução do teste de impulsão horizontal 
é necessário, somente, uma trena. Deve-se marcar 
uma linha no solo, que determinará o ponto de par-
tida do salto, onde a trena deve marcar a distância 0 
cm. O avaliado coloca-se imediatamente atrás dessa 
linha, com os pés paralelos e afastados lateralmente. 
A posição inicial envolve uma semiflexão dos 
joelhos e uma leve flexão do tronco, projetado li-
geiramente à frente. O aluno deve ser instruído a 
saltar a maior distância possível horizontalmente, 
e a permanecer imóvel após a aterrissagem. A dis-
tância entre a fita da posição inicial e o calcanhar 
do pé mais próximo ao ponto inicial será medida. A 
maior distância alcançada após duas tentativas ser-
virá como o escore do teste (PROESP–BR, 2018). A 
familiarização do gesto motor envolvido no salto e 
as instruções dos procedimentos são fundamentais 
para uma boa avaliação.
Com relação à avaliação de salto vertical, as op-
ções de testes são maiores e envolvem instrumentos 
práticos, de campo e laboratoriais. Primeiramente, 
vamos falar sobre as avaliações práticas, mais sim-
ples e acessíveis para profissionais que trabalham 
em escolas ou com o público em geral, mas também 
com o desempenho de atletas. O teste de salto ver-
tical tem como objetivo principal avaliar a potência 
de membros inferiores no plano vertical. 
O(a) avaliado(a) deve ser instruído a assumir 
uma posição ereta ao lado de uma superfície (a pa-
rede, por exemplo), com o braço estendido acima da 
cabeça. No ponto mais alto que o avaliado consegue 
alcançar, mantendo toda a sola do pé no chão, deve 
ser feita uma marca, que será o ponto inicial da me-
dida do teste. Essa marca pode ser feita com o auxílio 
de um giz. Em seguida, o(a) executante será instruí-
do(a) a saltar o mais alto possível e, novamente, com 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 113
o mesmo braço estendido acima da cabeça, realizar 
uma nova marca na parede com o giz. 
A recomendação geral é de que sejam feitas três 
tentativas, e a maior distância alcançada entre os 
pontos inicial e final deve ser considerada como o 
escore do teste, representado em centímetros (MA-
RINS; GIANNICHI, 2003). Um dos fatores que li-
mitam, porém, a extrapolação do resultado obtido 
nesse teste, é a padronização do salto realizado, e é 
esse aspecto que será abordado na sequência.
Existem diferentes procedimentos para a execu-
ção do movimento de um teste de salto vertical. Ba-
sicamente, dois tipos de saltos são utilizados, o squat 
jump (SJ) e o conter movement jump (CMJ). A tradu-
ção do SJ é a de um salto saindo da posição de aga-
chamento. Nesse salto, o(a) avaliado(a) se agacha até 
uma posição predeterminada pelo(a) avaliador(a) e, 
após uma breve pausa, é dado o comando para sal-
tar. O(a) executante realiza o seu salto o mais rápido 
e alto possível, sem se agachar mais antes do salto. 
Por outro lado, durante o CMJ, os indivíduos ini-
ciam o teste a partir de uma posição ereta, agachando 
dinamicamente até certo ponto e, sem qualquer pe-
ríodo de pausa, realizam o salto o mais rápido e alto 
possível (LINTHORNE, 2001). Além dessas diferen-
ças no próprio movimento de saltar, existem variações 
do teste que permitem ou não a utilização dos braços 
para aumentar o impulso do salto. Caso o movimento 
dos braços seja permitido, recomenda-se que esses ba-
lancem para baixo e para cima durante o salto.
Quando não há movimento dos braços, estes 
devem estar posicionados ao lado do corpo, com as 
mãos apoiadas nos quadris (BROWN; WEIR, 2001). 
É fundamental ressaltar que cada uma das variações 
possíveis no teste de salto vertical resulta em mo-
dificação no escore final. Portanto, faz-se necessária 
a padronização do movimento do salto para fim de 
comparação de escores antes e depois de uma inter-
venção. Caso o objetivo seja comparar os resultados 
de um indivíduo com um banco de dados, o mesmo 
tipo de salto e com as mesmas características deve 
ser desempenhado.
Tradicionalmente, o movimento envolvido no 
salto com contramovimento é muito mais natu-
ral e associado a diversas práticas esportivas. Adi-
cionalmente, o teste de CMJ apresenta resultados 
mais elevados do que os obtidos no SJ, devido 
ao aproveitamento de energia elástica, produto 
do ciclo alongamento-encurtamento presente no 
contramovimento antes do salto (LINTHORNE, 
2001). 
Ainda, o uso dos braços parece aumentar o esco-
re final do teste para ambos os tipos de saltos, CMJ 
e SJ (BROWN; WEIR, 2001). Como o resultado do 
teste é dado em centímetros, pesquisadores têm de-
senvolvido equações de predição da potência mus-
cular a partir do resultado do teste de salto vertical e 
da massa corporal do avaliado. A fórmula de Sayers, 
citada por Brown e Weir (2001), que conta com um 
erro estimado de 355 W, é representada por:
Pico de potência W x altura do salto em cm � � � �� �60 7 45, ,,3 2055 x massa corporal em kg� � �
114 
 
Após a autorização do avaliador, o executante deverá 
lançar a bola na maior distância possível, estenden-
do rapidamente os cotovelos e sempre com todo o 
corpo apoiado na parede, sem realizar movimentos 
compensatórios. Recomenda-se o uso de talco ou pó 
branco na bola, para que uma marca seja feita no 
seu primeiro contato com o solo. O resultado do tes-
te será a distância entre a parede na qual o avaliado 
está apoiado e o ponto mais próximo em que a bola 
tocou no solo. Após a realização de duas tentativas, 
o melhor resultado será registrado como o escore do 
teste (PROESP-BR, 2018).
A avaliação da potência muscular de membros 
superiores pelo arremesso de medicine ball pode 
apresentar diversas versões, com variações em cer-
tos elementos do teste. Por exemplo, Marins e Gian-
nichi (2003) descrevem essa avaliação com o ava-
liado sentado em uma cadeira, arremessando uma 
bola de 3 kg. A lógica do teste permanece a mesma, 
porém, três tentativas são concedidas ao executante, 
enquanto que a distância registrada para o escore é 
entre os pés dianteiros da cadeira e o ponto onde 
a bola toca no solo. Novamente, a padronização do 
teste é elemento fundamental para uma boa repro-
dutibilidade dos escores obtidos.
O segundo tópico desta unidade complemen-
tou o material apresentado no primeiro e finalizou 
o conteúdo de força muscular. A potência muscular 
foi conceituada, e os principais protocolos de ava-
liação dessa capacidade foram abordados. Testes de 
campo e laboratoriais foram apresentados para você, 
tanto para avaliação da potência de membros infe-
riores quanto superiores. No próximo tópico, o as-
sunto será outra capacidade que envolve diretamen-
te a musculatura, com a direta influência de outras 
estruturas, como tendões, ligamentos e articulações. 
Trata-se da flexibilidade.
Os testes de impulsão vertical citados anteriormente 
são também avaliados em ambiente laboratorial, por 
meio de um instrumento chamado de plataforma de 
força. Esta plataforma consegue gerar dados mais 
precisos com relação à altura do salto e à potência 
gerada do que aqueles obtidos em testes de campo. O 
princípio básico da plataforma de força é fundamen-
tado na terceira lei de Newton, na qual a força que o 
sujeito coloca ao saltar a plataforma é devolvida ao 
sujeito, como na chamada força de reação do solo. 
O teste de impulsão vertical em plataforma de 
força ainda gera dados como curvas de força – tem-
po, deslocamento – tempo e força – deslocamento, 
além de valores de potência pico, média, e relativa 
à massa corporal (LINTHORNE, 2001). Trata-se, 
portanto, de uma avaliação muito mais completa e 
confiável, mas que exige treinamento e experiência 
por parte do(a) avaliador(a), não somente para ava-
liar, mas também para interpretar os resultados. 
Mesmo com toda a confiabilidade do teste, a re-
produtibilidade dos dados será comprometida caso 
a padronização da execução do gesto motor do salto 
não seja adequada. Resumidamente, seja por meio 
de teste de campo, ou com a utilização deequipa-
mentos laboratoriais, a familiarização, a instrução e a 
padronização do gesto motor são fundamentais para 
a boa medida de avaliação da potência de membros 
inferiores por meio do teste de impulsão vertical.
O teste de arremesso de medicine ball é uma 
avaliação prática e simples que estima a potência 
muscular dos membros superiores. Primeiramen-
te, deve-se padronizar a posição inicial do avaliado, 
sentado no chão, com os joelhos estendidos, pernas 
unidas e de costas para uma parede. O avaliado deve 
segurar uma medicine ball de 2 kg junto ao peito, 
com os cotovelos flexionados, semelhante ao repre-
sentado na Figura 5.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 115
Figura 5 - Utilizando a medicine ball
116 
 
Flexibilidade
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 117
Olá, o último tópico desta unidade tratará da fle-
xibilidade. Esta capacidade física está diretamen-
te associada com a qualidade dos movimentos de 
cada uma das articulações do corpo humano. Jun-
tamente com os parâmetros de força muscular pre-
viamente descritos, avaliar a flexibilidade constitui 
parte fundamental de qualquer programa de me-
didas e avaliação. Tanto para professores de esco-
las, clubes e associações quanto para treinadores de 
atletas de alto nível, monitorar os níveis de flexibili-
dade em todo o corpo é fundamental por uma série 
de fatores que serão abordados neste último tópico. 
Por fim, você será apresentado a diversos testes de 
avaliação da flexibilidade.
O Colégio Americano de Medicina do Esporte 
define a flexibilidade como a habilidade de movi-
mentar uma articulação por toda sua amplitude de 
movimento (PESCATELLO et al., 2014). Trata-se 
de uma capacidade física importante, tanto para 
o desempenho esportivo quanto para a realização 
de atividades da vida diária, principalmente para a 
qualidade do movimento, com a finalidade de di-
minuir o risco de lesão articular, ligamentar, tendí-
nea e muscular. Essa capacidade motora é determi-
nada geneticamente, porém, diversos componentes 
do estilo de vida e do nível de atividade física do 
indivíduo influenciam diretamente nos graus de 
flexibilidade de cada articulação.
Alguns fatores interferem nos níveis de flexibi-
lidade de um indivíduo. Podemos citar alguns ine-
rentes à estrutura pessoal, como os ossos, músculos, 
ligamentos e tendões (PESCATELLO et al., 2014). 
Outros, como a idade e o sexo, apresentam caracte-
rísticas e padrões mais definidos. Sabe-se que a flexi-
bilidade é diminuída com o envelhecimento, muito 
devido às modificações estruturais do músculo, do 
tendão, dos ligamentos e das cápsulas articulares. 
Mulheres apresentam, geralmente, maiores valores 
de flexibilidade do que homens, fato este associado, 
principalmente, à menor massa muscular e às ativi-
dades desenvolvidas ao longo da vida. 
A temperatura ambiente, o estado de treina-
mento do avaliado e a utilização de aquecimento 
prévio ao teste também podem influenciar os resul-
tados de flexibilidade obtidos (WEINECK, 2004). 
Por fim, a massa corporal do avaliado pode acar-
retar dificuldades para realizar certos movimentos 
em algumas articulações. Isso ocorre, principal-
mente, em indivíduos com sobrepeso. Nesses casos, 
cabe ao avaliador considerar qual será o melhor 
instrumento de medida para avaliar a flexibilidade 
na articulação em questão.
Flexibilidade ativa é a máxima amplitude ob-
tida por meio de movimentos produzidos pelos 
músculos de forma independente, enquanto que 
a flexibilidade passiva remete à amplitude arti-
cular conseguida por meio da ação de uma for-
ça externa. Sendo assim, a flexibilidade passiva 
é frequentemente maior que a ativa (WEINECK, 
2004). Um fator que vale a pena ser ressaltado é 
a comum confusão feita entre a flexibilidade e o 
alongamento. 
O alongamento e as suas técnicas de execução 
são atividades e exercícios programados que têm 
diversos objetivos, dentre eles, o incremento da fle-
xibilidade de uma determinada articulação. A flexi-
bilidade, porém, não é uma valência de tão rápida 
adaptação quanto a força muscular, por exemplo. 
Muitas vezes, leva-se mais tempo para aumentar 
a flexibilidade de uma articulação do que para 
aumentar a força de um grupamento muscular. Os 
alongamentos, como os ilustrados na imagem a se-
guir frequentemente têm o objetivo de aquecer ou 
relaxar a musculatura. 
118 
 
Muito cuidado deve ser empregado nessa técni-
ca, pois você não deve esperar resultados distintos da 
musculatura se oferecer a ela o mesmo estímulo. Por 
exemplo, realizar o mesmo procedimento de alon-
gamento antes e depois de uma sessão de exercícios, 
esperando que seu corpo se prepare (antes) e relaxe 
(depois). Se o estímulo dado é o mesmo, não espere 
resultados diferentes. Se o objetivo é o aquecimento 
articular para uma atividade, movimente seu aluno, 
privilegie o dinâmico. Se o objetivo é relaxar uma mus-
culatura, ou mesmo treinar a flexibilidade, privilegie as 
posições estáticas, considerando o nível de dano e/ou 
fadiga causado pela sessão de treinos recém-realizada.
Assim como anteriormente visto com relação à 
força muscular e às suas diferentes manifestações, a 
flexibilidade é específica a cada articulação. Ou seja, 
não existe um único teste que avalie essa capacidade 
no corpo todo. Avaliar a flexibilidade é importante 
sob diferentes aspectos. Primeiramente, ela é uma 
capacidade física que se adapta ao treinamento, por-
tanto, para fins de acompanhamento da eficácia de 
um programa de treinos, testes periódicos são reco-
mendados. No início de um ciclo de treinamento, 
também é importante verificar o nível basal de um 
indivíduo, já que baixos resultados dessa capacidade 
podem ser associados a lesões e dores crônicas (PES-
CATELLO et al., 2014). 
Ainda mais, bons níveis de flexibilidade auxi-
liam no desempenho esportivo, além de ser um fa-
tor de prevenção de lesões. Não é somente na esfera 
esportiva que pessoas se beneficiam de bons níveis 
de flexibilidade. Assim como ocorre com a força 
muscular, a flexibilidade auxilia na realização das 
tarefas da vida diária e na manutenção de uma boa 
postura, sem contar o já citado fator preventivo de 
lesões agudas e crônicas, que podem comprometer 
atividades de cunho pessoal e profissional.
AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE
Os testes existentes para medir a flexibilidade podem 
ser classificados em três grupos (MARINS; GIANIC-
CHI, 2003). Os testes angulares são aqueles que ex-
pressam seus resultados em forma de graus, quando 
articulações formam ângulos. Exemplo desse tipo 
de teste é a goniometria, que será explorada mais à 
frente, neste tópico. Testes lineares expressam os seus 
resultados em escalas lineares de distância, como os 
centímetros. Um exemplo de teste linear é o famo-
so sentar e alcançar, que mede a distância entre um 
ponto do corpo e outro de referência; esse também 
será explicado em detalhes ainda neste tópico. 
Os testes adimensionais têm como principal 
característica o fato de que seus valores são dados 
devido a observações realizadas durante o desempe-
nho do teste. Pode-se usar folhas de gabaritos ou va-
lores de referência para anotar os resultados, que de-
pendem bastante da experiência do(a) avaliador(a). 
Como exemplos de testes adimensionais, que serão 
abordados aqui, temos o Flexiteste e o método do 
Functional Movement System, conhecido como FMS. 
A maneira mais precisa para avaliar a amplitude 
de movimento de diversas articulações ocorre com a 
utilização de um instrumento chamado goniômetro, 
com a técnica denominada goniometria. Essa avalia-
ção angular deve seguir procedimentos padroniza-
dos para cada uma das articulações, a fim de se obter 
resultados reprodutíveis e passíveis de comparação 
com banco de dados ou com o mesmo avaliado em 
momentos distintos (PESCATELLO et al., 2014). 
Trata-se da utilização do goniômetro para a me-
dição dos ângulos articulares em diversas articula-
ções e em diversos movimentos. O goniômetro é de 
simples manuseio, porém, requer a experiência do 
avaliador para a precisa obtenção dosresultados. 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 119
Por exemplo, a articulação do cotovelo (umeroul-
nar) é classificada como ginglimóide ou dobradiça 
e, realiza, basicamente, o movimento de flexão e ex-
tensão (THOMPSON; FLOYD, 2002). 
Utilizar a goniometria, nessa articulação, é sim-
ples, basta posicionar o eixo do goniômetro no eixo 
de rotação da articulação. Se analisarmos, porém, 
uma articulação com diversos planos de movimen-
to, como a do ombro (glenoumeral), classificada 
como enartrodial, a tarefa é mais complicada pe-
los diversos movimentos possíveis, como flexão-
-extensão, adução-abdução, adução-abdução ho-
rizontal e rotação interna-externa (THOMPSON; 
FLOYD, 2002).
Provavelmente, um dos mais conhecidos testes 
para avaliação da flexibilidade é o de sentar e al-
cançar, extremamente prático e de fácil aplicação 
(PESCATELLO et al., 2014). Nele, o indivíduo se 
posiciona sentado no chão, de frente para um banco 
de madeira (geralmente, com 55 centímetros de fita 
métrica na superfície superior). Com os pés encos-
tados no banco, descalço, e com os joelhos comple-
tamente estendidos, o sujeito realiza uma flexão do 
tronco para frente, em velocidade controlada, deslo-
cando uma pequena peça de madeira que corre so-
bre uma fita métrica sobre a estrutura do banco. Em 
alguns casos, o(a) avaliado(a) apenas posiciona as 
mãos sobrepostas no ponto mais distante que conse-
gue alcançar na fita métrica do banco, sustentando 
essa posição por três segundos. 
O escore desse teste linear é dado em centíme-
tros, correspondente à distância alcançada pelo ava-
liado. Existe, ainda, a possibilidade de realização 
desse teste sem o banco, somente com uma fita mé-
trica no solo. Essa fita deve ser estendida no chão, 
e na marca de 38 cm, deve ser feita uma marcação. 
Será neste ponto que os calcanhares do avaliado de-
vem estar posicionados, novamente descalço e com 
os joelhos completamente estendidos. O ponto 0 cm 
da fita estará entre as pernas do executante. 
Diferentes modalidades requerem maiores 
índices de flexibilidade em algumas articu-
lações? Pense no cotovelo e no ombro de 
um arremessador de beisebol, no quadril de 
ginastas, e nos joelhos e tornozelos de um 
nadador.
REFLITA
A execução do teste é semelhante ao do banco, com o 
executante flexionando o tronco para frente e esten-
dendo o cotovelo e as mãos o mais distante possível, 
consequentemente, ele toca na fita e mantém a po-
sição por tempo suficiente para que a marca seja re-
gistrada. Geralmente, são dadas três tentativas para 
cada indivíduo, e o maior valor de distância na fita é 
registrado como o escore do teste de flexibilidade de 
sentar e alcançar (PROESP-BR, 2018)
Basicamente, o teste de sentar e alcançar limita-se a 
avaliar a flexibilidade da cadeia posterior do corpo hu-
mano, principalmente flexores de joelho e extensores 
de quadril. Normalmente, o avaliado tem três tentati-
vas consecutivas para realizar o teste, e o maior resul-
tado é considerado para análise. Mesmo como um tes-
te simples e de fácil compreensão, a familiarização ao 
movimento e às orientações do teste são importantes 
e podem ter papel fundamental no resultado obtido. 
É um teste simples, barato e bastante eficaz, 
que pode trazer aos(às) avaliadores(as) informa-
ções básicas, porém, relevantes para avaliar a fle-
xibilidade da musculatura posterior da coxa e do 
tronco (PESCATELLO et al., 2014). Essa avaliação 
120 
 
é, inclusive, capaz de distinguir indivíduos de dife-
rentes níveis de treinamento, já que atletas de elite 
de Brazilian Jiu Jitsu obtiveram resultados significa-
tivamente maiores do que os atletas que não eram de 
elite (MARINHO et al., 2016).
O flexiteste é um método de avaliação adimen-
sional que avalia a flexibilidade de 20 movimentos 
articulares do corpo humano. São oito em membros 
inferiores, nove em membros superiores e três no 
tronco. Toda a avaliação em articulações que este-
jam presentes nos dois lados é realizada somente 
no hemicorpo direito do indivíduo. Trata-se de um 
protocolo de teste de flexibilidade passiva, com o au-
xílio do avaliador, em que os movimentos devem ser 
executados lentamente. 
O escore do teste é dado de acordo com a com-
paração do movimento apresentado com o padrão 
preestabelecido por figuras, que representam esco-
res de zero, sendo zero de pior desempenho, e o qua-
tro, o de melhor. No caso de desempenho entre dois 
escores, como, por exemplo, entre os padrões um e 
dois, sempre se registra o de menor valor, nesse caso, 
um. Portanto, a medida não é feita pelo valor que 
mais se aproxima da amplitude efetuada. 
Ao final da avaliação das 20 articulações, cada 
escore individual é somado para a obtenção do re-
sultado final, chamado de índice global de flexibili-
dade, o flexíndice (MARINS; GIANNICHI, 2003). 
A classificação geral do flexíndice é a seguinte: ≤ 20: 
deficiente; 21 a 30: fraco; 31 a 40: médio (–); 41 a 50: 
médio (+); 51 a 60: bom; > 60: excelente.
Por fim, o método do Functional Movement Sys-
tem, ou FMS, vem é muito utilizado em diversos am-
bientes. Esse conjunto de avaliações também utiliza 
um método adimensional de mensuração, com esco-
res entre zero e três pontos, para avaliar a qualidade 
dos movimentos propostos, sendo um o de menor 
qualidade, ou o 0 com dor, e o três, com a melhor 
qualidade de execução. Entretanto, se deve salientar 
que o FMS não é um sistema que avalia diretamente 
a flexibilidade, mas sim, padrões de movimentos. 
Ao(à) avaliado(a), é requisitada a realização de 
sete movimentos que envolvem diversas articula-
ções concomitantes, em que flexibilidade, mobili-
dade e estabilidade articular são exigidas de forma 
integrada. A avaliação do FMS tem sido utilizada 
como um indicador do risco de lesões em espor-
tes, principalmente por sua eficácia em diagnosticar 
desequilíbrios contralaterais em determinados pa-
drões de movimento e limitações articulares (DEL 
VECCHIO; FOSTER; ARRUDA, 2016).
No presente tópico, a flexibilidade foi o assunto 
abordado. Você aprendeu o conceito dessa impor-
tante capacidade que envolve diversas estruturas do 
corpo humano. A flexibilidade é de fundamental im-
portância, tanto para o desempenho esportivo quan-
to para a qualidade de vida. Os principais métodos 
e protocolos para avaliar a flexibilidade foram apre-
sentados para você, em diferentes articulações. Os 
diferentes tipos de testes de avaliação foram descri-
tos, sendo eles angulares, lineares ou adimensionais.
Uma tabela de valores normativos para o esco-
re final do flexiteste foi elaborada e publicada 
para indivíduos de ambos os sexos, entre cinco 
a 91 anos de idade. No artigo do professor 
Claudio Gil Soares de Araújo, publicado em 
2008 na revista dos Arquivos Brasileiros de 
Cardiologia, foram avaliados 4711 indivídu-
os não atletas, sendo 2943 homens e 1768 
mulheres. 
Fonte: os autores.
SAIBA MAIS
 121
considerações finais
N
esta unidade, você aprendeu a conceituar as diferentes manifestações de 
força e a flexibilidade. Mais ainda, a você foram apresentados os prin-
cipais testes para avaliação de cada uma dessas valências. Seja você um 
profissional que atuará em escola ou em clubes, com crianças, público em 
geral ou atletas, todos os conhecimentos descritos nesta unidade são de imensurável 
valor para que boas estratégias de avaliação sejam feitas. Todas as capacidades físicas 
estão presentes na vida diária das pessoas e no desempenho esportivo, fazendo parte 
e influenciando diretamente na qualidade de vida das pessoas e no aumento do de-
sempenho esportivo.
A força muscular e suas diversas manifestações são um dos fatores que garan-
tem a independência dos seres humanos ao longo da vida. Portanto, avaliar a força 
máxima, a resistência de força e a potência muscular são elementos valiosos do co-
nhecimento de um bom profissional de Educação Física. Você aprendeu os passos 
fundamentais para a escolha correta do teste de avaliação da força muscular deseja-
da. Ainda, os procedimentos que devem ser efetuadospara que a avaliação seja feita 
com qualidade, gerando dados úteis ao processo de identificação do nível de aptidão 
do avaliado.
Não menos importante, a flexibilidade é um elemento presente em todo o mo-
vimento humano. Você aprendeu que bons níveis de flexibilidade são fundamentais 
para o funcionamento do corpo em movimento, e que diferentes testes e protocolos 
existem para a avaliação da flexibilidade em praticamente todas as principais articu-
lações do corpo. 
Caro(a) aluno(a), independentemente do rumo que você dará à sua carreira, a 
força muscular e a flexibilidade serão elementos constantes na sala de aula, na qua-
dra, no campo, na academia ou na ciência. Lembre-se de que, onde há movimento, 
há força realizada e, provavelmente, certo nível de flexibilidade exigida em determi-
nada articulação.
122 
atividades de estudo
1. De acordo com as informações apresentadas nesta unidade, considere as se-
guintes afirmações sobre a força muscular:
I - A força muscular apresenta três fundamentais manifestações: força máxima, 
força resistente e força potente.
II - A força muscular está relacionada positivamente com a manutenção da mas-
sa óssea, o aumento do metabolismo basal e a diminuição do risco de lesão, 
dentre outros aspectos.
III - O tipo de contração muscular isométrica pode ocorrer de forma concêntrica 
ou excêntrica.
IV - Na contração muscular excêntrica, a força interna vence a carga externa, di-
minuindo o comprimento da fibra muscular.
Assinale a alternativa correta:
a) I apenas.
b) IV apenas.
c) I e II apenas.
d) II e III apenas.
e) II, III e IV apenas.
2. Considerando o teste de uma repetição máxima (1RM) para avaliação da força 
máxima, qual o tipo de contração que será exigido e avaliado nesse protocolo de 
teste?
a) Contração isométrica.
b) Força potente.
c) Contração excêntrica.
d) Contração concêntrica.
e) Força rápida.
 123
atividades de estudo
3. A dinamometria eletromecânica é um método confiável e bastante utilizado para 
avaliação da força muscular. Analise as afirmações a seguir sobre os fatores que 
devem ser considerados ao realizar uma avaliação nesse equipamento e assinale 
Verdadeiro (V) ou Falso (F):
( ) A relevância da ação motora, ou seja, do movimento realizado, e o grupo 
muscular a ser avaliado.
( ) A velocidade angular para avaliação em contrações isométricas.
( ) O tipo de contração muscular a ser realizada, seja ela isométrica, concên-
trica ou excêntrica.
Assinale a alternativa correta:
a) V; V; F.
b) F; F; V.
c) V; F; V.
d) F; F; F.
e) V; V; V.
4. O objetivo do teste de 1RM é verificar a carga com que o avaliado realiza apenas 
uma repetição em determinado exercício. Porém como você deve agir caso o 
avaliado realize mais do que uma repetição na última série de tentativas do teste 
de 1RM?
I - Interromper o atual teste e realizar mais uma nova série até encontrar o valor 
de 1RM.
II - Estimular o avaliado a realizar o máximo de repetições na série atual e, depois, 
utilizar tabelas de correção para encontrar o valor correspondente ao 1RM.
III - Utilizar tabelas de correção para encontrar o 1RM ou assumir o valor encon-
trado, adaptando a terminologia correspondente ao número de repetições 
realizadas, como 5RM ou 10RM, por exemplo.
IV - Interromper o teste atual e marcar uma nova sessão de avaliação em menos 
de 24h.
Assinale a alternativa correta:
a) I apenas.
b) II apenas.
c) I e II apenas.
d) II e III apenas.
e) II, III e IV apenas.
124 
atividades de estudo
5. Atualmente, diversos protocolos de avaliação têm sido desenvolvidos para públi-
cos distintos. Uma alternativa útil para avaliar a resistência de força de membros 
inferiores em pessoas idosas é:
a) Teste de arremesso de medicine ball.
b) Teste de sentar e alcançar.
c) Teste de salto com contramovimento (CMJ).
d) Teste de sentar e levantar em 30 segundos.
e) Teste de salto horizontal.
6. Conforme as informações disponibilizadas sobre a potência muscular, analise as 
afirmações a seguir e assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):
( ) A potência muscular é um produto entre a força muscular e a velocidade 
de contração.
( ) Quanto maior a força exercida pela musculatura, menor será a velocidade 
de contração dela.
( ) Elevados valores de potência muscular são observados em contrações 
onde a força máxima não é atingida.
Assinale a alternativa correta:
a) V; V; F.
b) F; F; V.
c) V; F; V.
d) F; F; F.
e) V; V; V.
7. Leia a descrição do protocolo de teste a seguir e identifique qual o protocolo em 
questão: “neste tipo de salto, o avaliado se agacha até uma posição inicial prede-
terminada e realiza o seu salto o mais rápido e alto possível, sem agachar mais 
antes do salto”. Estamos falando do:
a) Salto horizontal.
b) Salto vertical - squat jump (SJ).
c) Salto vertical com contramovimento (CMJ).
d) Teste de sentar e levantar em 30 segundos.
e) Arremesso de medicine ball.
 125
atividades de estudo
8. Diversos fatores influenciam a flexibilidade de um indivíduo. Assinale qual o as-
pecto que não possui influência direta na flexibilidade:
a) Idade do avaliado.
b) Gênero do avaliado.
c) Modalidade esportiva praticada pelo avaliado.
d) Sobrepeso do avaliado.
e) Equilíbrio do avaliado.
9. Conforme as informações descritas dos protocolos de testes para avaliar a flexi-
bilidade, analise as afirmações a seguir e assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):
( ) O flexiteste avalia apenas a flexibilidade da cadeia posterior do corpo hu-
mano.
( ) O método da goniometria gera resultados em centímetros, sendo caracte-
rizada como um teste angular.
( ) O teste de sentar e alcançar pode ser realizado mesmo sem o banco de 
referência, sendo adaptado apenas com o uso da fita métrica no chão.
Assinale a alternativa correta:
a) V; V; F.
b) F; F; V.
c) V; F; V.
d) F; F; F.
e) V; V; V.
10. Ao longo desta unidade, você recebeu informações sobre a relevância da ava-
liação periódica da força e da flexibilidade, independentemente do nível do in-
divíduo avaliado. Descreva a importância da avaliação da força muscular e da 
flexibilidade para indivíduos atletas e para o público geral.
126 
LEITURA
COMPLEMENTAR
Recomendo a leitura do capítulo sobre a Biodinâmica do Brazilian Jiu Jitsu (BJJ), no livro 
Biodinâmica do Movimento Humano (FOLLMER; ANDREATO, 2017). Nesse capítulo, você en-
contrará muitas informações sobre a importância da força muscular e da flexibilidade em 
praticantes e atletas dessa modalidade de esporte de combate de agarre. Ainda neste capí-
tulo, há a investigação da relação entre um teste prático para avaliação da força muscular 
com a avaliação em dinamometria eletromecânica, com exercícios isométricos e dinâmicos 
de modo concêntrico e excêntrico. Os resultados são interessantes e alguns serão descritos 
aqui, para você. A seguir, são transcritos trechos da obra, especificamente do capítulo 9, 
que se inicia na página 162.
Algumas investigações acerca da força de grandes grupos musculares têm sido conduzidas 
nos últimos anos com praticantes de BJJ. As manifestações de força vêm sendo avaliadas 
por vários métodos, em diferentes grupamentos musculares. Testes de saltos ou de carga 
máxima são comumente utilizados em praticantes de BJJ para avaliar a força e/ou potência 
de membros inferiores. A fim de avaliar as capacidades musculares de membros superio-
res, a força máxima em teste de repetição máxima (1RM) no exercício de supino é o ins-
trumento mais utilizado. Avaliações mais simples e acessíveis também já foram efetuadas 
para avaliar e classificar os atletas da modalidade, como o teste de um minuto de flexões 
de braço e de abdominais.
De acordo com os resultados obtidos e as classificações realizadas, os praticantes de BJJ 
possuem bons níveis de força muscular nos grupos musculares avaliados. Nota-se, porém, 
não haver padronização quanto ao tipo de manifestação de força avaliada e quanto ao 
protocolo de teste realizado, dificultando a geraçãode dados para comparação e discussão 
entre os diferentes trabalhos. Neste sentido, avaliações em dinamômetros isocinéticos, 
que reconhecidamente geram dados fidedignos e reprodutíveis, podem identificar e 
caracterizar os parâmetros de torque de atletas de BJJ com maior validade, confiabilidade 
e reprodutibilidade, possibilitando a comparação entre estudos. Os resultados de pico de 
torque de contrações concêntricas, apresentados em termos absolutos e normalizados, 
foram maiores para os extensores em relação aos flexores do cotovelo, enquanto que 
nenhuma diferença foi apontada para as contrações excêntricas. A maioria das ações dinâ-
micas de flexores do cotovelo no BJJ envolve a utilização concomitante da massa corporal, 
 127
LEITURA
COMPLEMENTAR
como para puxar o adversário. Já os extensores do cotovelo parecem ser recrutados de for-
ma mais isolada, principalmente quando o praticante está de costas para o solo, portanto 
sem o auxílio da massa corporal, e empurra o seu oponente a fim de conseguir espaço para 
algum movimento técnico ou para se defender. Sugere-se que esse maior recrutamento 
isolado dos extensores do cotovelo justifique os maiores valores encontrados concentri-
camente nos praticantes de BJJ. Conforme esperado e de acordo com a teoria das pontes 
cruzadas, o pico de torque obtido nas contrações excêntricas gerou maiores valores do que 
os obtidos nas contrações concêntricas, para ambos os grupos musculares.
Contudo, nem todos os técnicos e atletas têm acesso a equipamentos sofisticados e avalia-
ções laboratoriais, tornando importante o desenvolvimento e a investigação de testes de 
campo para a avaliação de capacidades físicas. Os Kimono Grip Strength Tests (KGST) são: 
máximo número de repetições (MNR) e máximo tempo de sustentação (MTS). Ambos são 
realizados para verificar aspectos que possivelmente determinam a habilidade de manu-
tenção da pegada, durante isometria (i.e. MTS) ou em movimento dinâmico (i.e. MNR). Nos 
dois testes, o indivíduo faz a pegada no kimono, que permanece enrolado em uma barra 
fixa. O MNR consiste na quantidade de repetições do movimento da máxima extensão à 
máxima flexão do cotovelo. O MTS é definido como o tempo que o sujeito consegue per-
manecer suspenso, com a pegada no kimono, sustentando sua própria massa corporal na 
máxima flexão de cotovelo. Além do fato dos KGST serem mais acessíveis que dinamôme-
tros isocinéticos, estes estão positivamente relacionados com parâmetros de torque de 
membros superiores em atletas de BJJ. Um estudo correlacionou os resultados obtidos 
nos dois KGST com parâmetros de torque mensurados em dinamometria isocinética, a 
fim de verificar a relação do MNR e MTS com um instrumento reconhecidamente validado 
e confiável. Concluiu-se que o teste de MNR apresentou, supostamente, maiores índices 
de correlação que o MTS para cada ângulo articular avaliado isometricamente e no modo 
dinâmico, tanto para flexores quanto extensores do cotovelo. Esses resultados sugerem 
que o MNR pode avaliar parâmetros de força muscular de atletas de BJJ, com altos índices 
de correlação com os picos de torque isométrico, concêntrico e excêntrico, avaliados por 
dinamometria isocinética.
Fonte: Follmer e Andreato (2017).
128 
material complementar
O Projeto Esporte Brasil propõe uma bateria de testes para diversas capacidades de crianças e jovens brasi-
leiros. O banco de dados formado ajuda em diagnósticos e na detecção de talentos. Web: https://www.ufrgs.
br/proesp/. Acesso em: 5 jun. 2019.
Conheça o artigo do professor Claudio Gil Soares de Araújo. Web: http://www.scielo.br/scielo.php?script=s-
ci_arttext&pid=S0066-782X2008000400008. Acesso em: 5 jun. 2019.
Indicação para Acessar
Força e Potência no Esporte
P. V. Komi
Editora: Artmed
Sinopse: livro publicado sob o aval da Comissão Médica do Comitê Olímpico Inter-
nacional, esta segunda edição de Força e Potência no Esporte aborda as relações 
entre fatores neurais, hormonais, musculares e mecânicos, fundamentais para o 
entendimento tanto do desempenho nos esportes como nas atividades da vida 
diária da população em geral. Neste livro, são abordados os seguintes tópicos: de-
finição de termos e conceitos; bases biológicas de força e potência; mecanismos 
de adaptação no treinamento de força e potência; considerações especiais no 
treinamento de força e potência; treinamento de força e potência nos esportes.
Indicação para Ler
https://www.ufrgs.br/proesp/
https://www.ufrgs.br/proesp/
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2008000400008
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2008000400008
 129
referências
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WEINECK, J. E. Futebol total: o treinamento físico no futebol. Guarulhos: Phorte, 2004.
 131
gabarito
1. C.
2. D.
3. C.
4. D.
5. D.
6. E.
7. B.
8. E.
9. B.
10. Sobre a força muscular:
Reconhecer o atual nível de treinamento e como fundamentação para ela-borar o plano de treinos, com as cargas específicas. Além disto, avaliar um 
indivíduo periodicamente durante um ciclo de treinamento é uma excelente 
ferramenta para acompanhar as respostas desse atleta aos estímulos e car-
gas que estão sendo propostos.
Uma boa força muscular está relacionada positivamente com a manutenção 
da massa óssea, a tolerância à glicose, o aumento do metabolismo basal, a 
integridade músculo-tendínea (diminuindo riscos de lesão) e com a funciona-
lidade do corpo para ações da vida diária.
Sobre a flexibilidade:
Bons níveis de flexibilidade auxiliam no desempenho esportivo, além de ser 
considerado um fator de prevenção a lesões.
Assim como ocorre com a força muscular, a flexibilidade auxilia na realização 
das tarefas da vida diária e na manutenção de uma boa postura, sem contar 
o já citado fator preventivo a lesões agudas e crônicas, que podem compro-
meter atividades de cunho pessoal e profissional.
Professor Dr. Braulio Henrique Magnani Branco
Professor Me. Adriano Ruy Matsuo
Professor Me. Bruno Follmer
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Avaliação aeróbia
• Testes laboratoriais
• Testes de campo
Objetivos de Aprendizagem
• Conceituar o metabolismo aeróbio, bem como as variáveis 
de potência e capacidade aeróbia.
• Apresentar os testes físicos que mensuram a condição 
aeróbia em ambiente laboratorial.
• Descrever os testes práticos de campo que avaliam a 
condição aeróbia.
AVALIAÇÃO AERÓBIA
unidade 
IV
INTRODUÇÃO
A 
condição aeróbia é um dos principais componentes de saúde 
dos seres humanos. A integração entre sistema cardíaco, res-
piratório e muscular garante à condição aeróbia um papel de 
destaque em qualquer programa de avaliação, prevenção ou re-
abilitação. A direta associação da saúde cardiovascular com riscos de do-
enças, e até com a mortalidade, ressalta a importância dessa capacidade.
O estudo da avaliação aeróbia demanda boas bases bioquímica e fi-
siológica. Para isso, o primeiro tópico desta unidade vai tratar dos concei-
tos e mecanismos do sistema aeróbio de fornecimento de energia. Tanto 
a capacidade quanto a potência aeróbia serão abordadas. Termos que são 
frequentemente encontrados na literatura serão explicados. Com esse 
conhecimento, você estará apto a entender melhor o funcionamento do 
sistema aeróbio e, consequentemente, a importância dele na vida e no 
desempenho. 
Frequentemente avaliado em ambiente laboratorial, com o objetivo 
de diagnosticar o nível de condicionamento de um atleta, o sistema ae-
róbio também pode ser avaliado por testes simples e práticos, chamados 
testes de campo. Estas alternativas trazem opções para que o profissio-
nal da Educação Física avalie a condição aeróbia do público em geral, 
de crianças a idosos, de atletas a sedentários. As principais variáveis dos 
testes serão apresentadas e explicadas, pois constituem aspectos funda-
mentais para o entendimento do conteúdo. 
Nesta unidade do livro, você será apresentado a diversos testes e pro-
tocolos de avaliação do sistema aeróbio, tanto em condições laboratoriais 
quanto em campo. Seja qual for o teste escolhido para avaliar a condição 
aeróbia, você deve estar ciente dos detalhes que envolvem cada protocolo, 
para garantir uma boa avaliação e a utilidade dos dados gerados na pro-
moção da saúde ou na aplicação a um programa de treinamento.
136 
 
O condicionamento cardiorrespiratório está re-
lacionado à habilidade de realizar exercícios dinâ-
micos de diversas intensidades, que envolvam gran-
des grupos musculares por prolongado período de 
tempo (PESCATELLO et al., 2014). É, muitas vezes, 
também chamada de aptidão cardiorrespiratória, 
capacidade aeróbia máxima, capacidade funcional e 
capacidade física de trabalho. O fato é que, para en-
tender o sistema aeróbio, será necessário fundamen-
tá-lo desde o processo de fornecimento de energia.
Olá, pessoal! O assunto desta unidade é de extre-
ma importância para a avaliação da saúde e/ou do 
desempenho de um indivíduo. O sistema aeróbio 
engloba variáveis cardíacas, respiratórias e mus-
culares, integrando alguns dos principais sistemas 
do corpo humano. Neste tópico, você será apre-
sentado a diversos conceitos e ao entendimento 
do sistema aeróbio de fornecimento de energia, 
para, depois, reconhecer e entender os principais 
testes de avaliação.
Avaliação
Aeróbia
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 137
A energia pode se apresentar em várias formas: 
química, térmica, mecânica, elétrica, eletromagnética 
e nuclear. A primeira lei da termodinâmica diz que 
a energia não pode ser criada nem destruída, no 
entanto, ela pode ser transformada de uma forma 
a outra de acordo com as exigências fisiológicas 
do organismo. Pela alimentação, o homem obtém 
os nutrientes necessários à sua sobrevivência, por-
tadores da energia química armazenada durante o 
processo de fotossíntese. As fontes energéticas dos 
alimentos são armazenadas e utilizadas pelo homem 
na forma de carboidratos, gorduras e proteínas. A 
transformação da energia química dos alimentos em 
energia mecânica é o que permite a contração mus-
cular e, consequentemente, os movimentos do cor-
po humano, além da manutenção das funções vitais 
(FUNDAÇÃO VALE, 2013b).
A fonte energética primordial para o funciona-
mento celular é o ATP. A quebra dessa molécula está 
diretamente associada ao fornecimento de energia, o 
que gera diversos fenômenos no sistema fisiológico 
humano, como a contração e o relaxamento muscu-
lar, por exemplo. Porém, para que haja fornecimen-
to suficiente de energia, deve ocorrer a ressíntese de 
ATP, realizada por diversos sistemas que derivam de 
nutrientes, como carboidratos, gorduras e proteínas. 
Essas vias metabólicas integradas, que visam a ofer-
ta energética para que o organismo possa desempe-
nhar suas funções, podem ocorrer de forma aeróbia 
(sistemas glicolítico oxidativo, lipolítico e proteolí-
tico) ou anaeróbia (sistemas ATP-CP e glicolítico).
No presente tópico, abordaremos o sistema oxi-
dativo, ou metabolismo aeróbio de fornecimento de 
energia, para, depois, apresentar os testes de avaliação 
dessa capacidade. Aspectos bioquímicos e fisiológicos 
detalhados não serão encontrados nesta unidade, ten-
do em vista que o foco principal é estruturar uma base 
para o posterior entendimento dos testes e avaliações. 
Entretanto, algum entendimento básico de como fun-
ciona o sistema oxidativo será apresentado a seguir.
METABOLISMO AERÓBIO DE 
FORNECIMENTO DE ENERGIA
Trata-se do mais complexo sistema de produção de 
energia existente, que utiliza carboidratos, gorduras 
e proteínas de forma integrada como fonte de subs-
trato, sempre contando com o oxigênio como prin-
cipal elemento para o catabolismo dos substratos 
(FUNDAÇÃO VALE, 2013b). Esse é um dos moti-
vos pelos quais o consumo máximo de oxigênio é 
uma das variáveis mais conhecidas da aptidão aeró-
bia. A integração entre diferentes sistemas, porém, é 
o que garante a eficiência dessa rota.
O sistema respiratório tem a sua importância 
no que diz respeito a captar o oxigênio do ar e, nos 
pulmões, realizar as trocas gasosas, purificando o 
sangue com moléculas de oxigênio e expelindo as 
de dióxido de carbono. O sistema cardíaco é o res-
ponsável pelo bombeamento desse sangue cheio de 
oxigênio da zona central até a periferia, ou seja, a 
musculatura. O sistema muscular, por sua vez, deve 
possuir a capacidade de aproveitar essa oferta do 
sangue arterial para captar e utilizar o oxigênio de 
modo eficiente e, assim, promover a ressíntese de 
ATP, principalmente no sistema oxidativo. 
Essa integração de sistemas é o que fundamenta 
a importância da condição cardiorrespiratória. Baixos 
níveis de condicionamento aeróbio estão relacionados 
ao aumento do risco de doenças e de morte por di-
versas causas, enquanto que altos níveis de condição 
cardiorrespiratória representam maiores índices de 
atividades físicas, o que resulta em diversos benefícios 
à saúde (Figura 1) (PESCATELLO etal., 2014).
138 
 
Melhora a função cerebral.
Reduz risco de doença cardíaca.
Melhora a pressão arterial.
Controle do peso.
Fortalece sistema imunológico.
Fortalecimento muscular.
Fortalece os pulmões.
Figura 1 - Os benefícios da corrida para a saúde
Será que existe uma ordem de importância 
no que diz respeito aos sistemas envolvidos 
com a condição aeróbia?
REFLITA
Seja para observação da aptidão física de um indi-
víduo normal, seja para a mensuração do desem-
penho de um atleta esportivo, avaliar a condição 
cardiorrespiratória é sempre relevante. De acordo 
com Marins e Giannichi (2003), o principal objetivo 
dessa avaliação é investigar o processo de adequação 
dos ajustes fisiológicos às demandas metabólicas, 
que ultrapassam as de repouso, até a identificação 
da capacidade máxima aeróbia do avaliado.
Entre diversos aspectos, a avaliação da condição 
aeróbia possibilita a observação do comportamen-
to cardíaco e da pressão arterial em exercício, o que 
pode auxiliar no diagnóstico de anormalidades. O 
exercício físico e o treinamento podem ser prescri-
tos com base nos resultados encontrados em uma 
avaliação aeróbia. A comparação entre avaliações 
em diferentes momentos gera dados importantes 
para saber qual a resposta de um indivíduo a deter-
minado programa de treinamento ou reabilitação, 
desde que as avaliações tenham sido realizadas de 
forma padronizada.
Conforme citado anteriormente, a variável 
mais conhecida para a avaliação da condição aeró-
bia é o consumo máximo de oxigênio, representado 
pela abreviação VO2max . Dentre diversas definições, 
ele pode ser entendido como o volume máximo 
de oxigênio que pode ser captado, transportado e 
utilizado pelas células, fazendo referência à inte-
gração dos sistemas respiratório, cardíaco e mus-
cular (FUNDAÇÃO VALE, 2013b). O VO2max é 
determinado geneticamente, porém, o estilo de vida 
e o treinamento físico podem alterar o seu valor em 
magnitude dependente de aspectos relacionados à 
individualidade biológica (ASTRAND et al., 2006). 
Em termos de unidade de medida, o VO2max é 
apresentado em valores absolutos em L/min ou re-
lativos à massa corporal, em ml/kg/min. Os valores 
absolutos desprezam a massa corporal do indivíduo, 
gerando valores dependentes dela. Ou seja, indiví-
duos com maior massa corporal terão maiores valo-
res de consumo de oxigênio, pois apresentam maior 
volume corporal. Nesse sentido, os valores relativos 
são comumente reportados, considerando a massa 
corporal dos indivíduos e, assim, minimizando dife-
renças entre avaliados por conta da estrutura corpó-
rea, o que facilita a comparação de grupos (PESCA-
TELLO et al., 2014). 
Os maiores valores de VO2max são, geralmente, 
encontrados em esportistas de provas de longas dis-
tâncias, como esquiadores e maratonistas. Por outro 
lado, pessoas sedentárias são as que apresentam os 
menores valores, além daquelas que possuem doen-
ças específicas ou que sofreram infarto do miocárdio.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 139
O VO2max é uma variável que tem relação direta 
com o sexo e a idade dos indivíduos. Após a 
fase de maturação da adolescência, meninos 
desenvolvem maior massa muscular, o que 
contribui diretamente para maior VO2max em 
relação às meninas. Com o passar dos anos, o 
envelhecimento acarreta a diminuição do con-
sumo máximo de oxigênio das pessoas, muito 
em função da perda de massa muscular.
Fonte: os autores.
SAIBA MAIS
O consumo máximo de oxigênio é tido como um 
índice da potência aeróbia, enquanto que outros 
índices, na literatura, aparecem relacionados à ca-
pacidade aeróbia. Astrand et al. (2006) define que 
a capacidade refere-se à disponibilidade total de 
energia, enquanto a potência significa energia por 
unidade de tempo (como nas unidades de medida 
do VO2max). Com relação aos índices de capacidade 
aeróbia, alguns se destacam, como os limiares de 
lactato e os limiares ventilatórios. 
Basicamente, os limiares de lactato represen-
tam intensidades de exercício nas quais há au-
mento substancial na produção ou no acúmulo de 
lactato no sangue. Bastante correlacionado a esse 
aspecto está a ocorrência de um ponto de quebra 
na relação da ventilação pulmonar pelo consu-
mo de oxigênio, denominado limiar ventilatório 
(ASTRAND et al., 2006). Mais informações sobre 
os limiares de transição fisiológica devem ser en-
contradas em capítulos específicos do conteúdo de 
fisiologia do exercício.
Qual índice é mais sensível ao treinamento, 
o VO2max ou o limiar de lactato? Um alto valor 
de VO2max , obrigatoriamente, reflete sucesso 
no desempenho esportivo?
REFLITA
Tanto em avaliações laboratoriais quanto em testes 
práticos de campo, é sempre interessante para o(a) 
avaliador(a) observar alguns fatores que podem ser 
considerados como contraindicações para a realiza-
ção dos testes. A anamnese inicial é fundamental. 
Com ela, o(a) avaliador(a) pode ter conhecimento 
do histórico de doenças e predisposições do avalia-
do. Casos de embolia pulmonar, arritmias, dores to-
rácicas, insuficiência cardíaca e lesões em músculos, 
tendões ou ligamentos podem ser fatores a proibir a 
execução de qualquer avaliação de esforço, princi-
palmente sem a presença de um médico. 
É fundamental que o(a) avaliado(a) tenha acesso 
a um termo de consentimento onde todos os pro-
cedimentos da avaliação sejam descritos. Com esse 
documento, o avaliador garante que expôs ao ava-
liado todas as condições do teste, como os procedi-
mentos de coleta, os riscos e benefícios daquela ava-
liação. A mensuração dos índices de potência ou de 
capacidade aeróbia pode ser obtida por meio de pro-
tocolos e testes de avaliação (que serão abordados 
nos próximos tópicos). Na sequência, as avaliações 
laboratoriais serão apresentadas, enquanto que, no 
terceiro tópico desta unidade, você será apresentado 
a diversas possibilidades de testes de campo para a 
avaliação da condição aeróbia.
140 
 
Testes 
Laboratoriais
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 141
No segundo tópico desta unidade, você aprenderá 
os testes de avaliação da condição aeróbia desem-
penhados em ambiente laboratorial. Todas as infor-
mações relevantes, desde a escolha do ergômetro, do 
procedimento para a coleta de dados, dos protocolos 
de avaliação e das variáveis avaliadas serão aborda-
das. Os principais testes de avaliação da potência e 
capacidade aeróbia serão descritos a você.
Os testes laboratoriais contam com muitas van-
tagens, porém, também apresentam desvantagens e 
maiores cuidados em relação aos testes de campo. 
As maiores vantagens de realizar uma avaliação fí-
sica em ambiente laboratorial são a confiabilidade 
e a reprodutibilidade dos dados. A validade interna 
desses dados é excelente, pois são medidas padro-
nizadas, em unidades reconhecidas internacional-
mente, como o L/min e o ml/kg/min do VO2max .
Por outro lado, esses testes laboratoriais não são 
acessíveis a todas as pessoas e a todos os profissio-
nais, exigindo treinamento específico dos(as) ava-
liadores(as) e certo grau de familiarização dos(as) 
avaliados(as). Ainda, diversas variáveis constituem a 
avaliação laboratorial, portanto, a padronização do 
protocolo e dos procedimentos de avaliação é fun-
damental. Será por meio dessas variáveis que come-
çaremos nosso entendimento das avaliações labora-
toriais da capacidade aeróbia.
O teste para obtenção do consumo máximo de 
oxigênio em laboratório é realizado com a utilização 
de um espirômetro, ou analisador de gases, aparelho 
que permite a mensuração de vários volumes e fluxos 
de ar. Esse teste máximo é comumente administrado 
de forma incremental. Ou seja, o exercício se inicia 
em uma intensidade baixa que, progressivamente, é 
aumentada até a exaustão do(a) avaliado(a). De que 
modo será feito esse incremento na intensidade do 
teste até o seu ponto máximo é a primeira variável 
que será abordada. Existem dois principais protocolos 
para um teste incremental de medida do VO2max , em 
rampa e em escada, também conhecido como degrau. 
Testes em rampa sãoaqueles caracterizados pelo 
aumento frequente de intensidade em intervalos 
curtos de tempo, entre um a dois minutos. Devido a 
isso, essa intensidade é incrementada de forma sutil, 
em pequena quantidade. Com esse padrão, dificil-
mente há a estabilização de marcadores metabólicos 
no sangue, como a concentração de lactato. Testes 
com protocolo em rampa, porém, podem ser mais 
rápidos e gerar dados confiáveis nas variáveis venti-
latórias e na própria obtenção do VO2max (ASTRAND 
et al., 2006). 
Os protocolos com características de escada, ou 
degrau, possuem estágios mais longos, geralmente, 
entre três a seis minutos. A intensidade, porém, é 
aumentada de forma mais brusca, com significativa 
mudança no ritmo do exercício. O tempo maior em 
cada estágio também possibilita a estabilização dos 
marcadores sanguíneos e ventilatórios que interes-
sam aos avaliadores. Testes com protocolos em es-
cada são, geralmente, mais demorados, e deve haver 
cuidado para que o tempo da avaliação não seja exa-
cerbado, de modo que o indivíduo entre em fadiga 
por mecanismos não desejados para uma avaliação 
de VO2max (ASTRAND et al., 2006). 
142 
 
A duração do estágio em um teste incremen-
tal é um fator que influencia diretamente nos re-
sultados de diversas variáveis dos testes realizados 
em diferentes ergômetros, como em esteira rolante 
(KUIPERS et al., 2003) e em bicicleta (ROFFEY et 
al., 2007). A escolha da característica do protocolo 
– rampa ou escada – pode depender do tipo de ergô-
metro que será utilizado no teste. Apesar do remoer-
gômetro ser uma possibilidade, os dois ergômetros 
mais empregados para a avaliação da condição ae-
róbia são a esteira rolante e a bicicleta ergométrica, 
conforme Figuras 2 e 3:
Figura 2 - Ergômetro: esteira rolante 
Figura 3 - Ergômetro: bicicleta ergométrica
Ambos os métodos são bastante empregados, po-
rém, algumas diferenças devem ser consideradas ao 
definir qual ergômetro será escolhido. A esteira é o 
aparelho mais comum e que recruta a maior quan-
tidade de massa muscular durante o exercício, prin-
cipalmente por envolver os membros superiores nos 
movimentos da caminhada e corrida. Devido a isso, 
é bastante normal que se encontre valores maiores 
de VO2max quando o teste é desempenhado em estei-
ra (PESCATELLO et al., 2014). 
Existem duas formas básicas de manipular a 
intensidade do teste incremental em esteira: a ve-
locidade e a inclinação. Manipular a velocidade e/
ou a inclinação significa um incremento em uma 
dessas variáveis – ou até mesmo nas duas – a cada 
estágio do teste. Essa configuração é estipulada antes 
da realização do teste, e deve ser explicada previa-
mente ao(à) avaliado(a). Maiores informações sobre 
os procedimentos para a aplicação do teste serão 
fornecidas ao final deste tópico. 
Conforme citado anteriormente, protocolos em 
rampa manipulam o incremento de velocidade de 
forma mais sutil, com aumentos pequenos a cada 
estágio, pouco perceptíveis e que causarão mínimo 
desconforto ao(à) avaliado(a). Já os protocolos em 
escada ou degrau apresentarão incrementos mais 
bruscos na velocidade ou na inclinação da esteira 
a cada estágio e perceptíveis aos(às) avaliados(as), 
que podem gerar desconforto inicial. Entretanto, o 
maior tempo que o avaliado passa no estágio possi-
bilitará a adaptação antes de progredir para o próxi-
mo estágio do teste. 
Independentemente do protocolo escolhido, o 
teste incremental em esteira se encerra no momen-
to da desistência voluntária do indivíduo, seja por 
aviso aos avaliadores, seja pelo abandono da faixa 
rolante da esteira. Recomenda-se que o teste em es-
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 143
teira seja feito com indivíduos que estejam familiari-
zados com o exercício da caminhada e da corrida e, 
principalmente, habituados com a própria esteira. A 
utilização das barras laterais do aparelho não é reco-
mendada durante todo o teste, pois pode manipular 
os dados de consumo de oxigênio e outras variáveis 
(PESCATELLO et al., 2014).
O teste incremental máximo realizado em bici-
cleta é outra maneira bastante comum para a obten-
ção do VO2max . O exercício em bicicleta apresenta 
uma vantagem considerável em relação à esteira, 
pois indivíduos com sobrepeso ou não acostumados 
com a corrida têm maior facilidade de completar o 
teste nesse tipo de ergômetro. Por outro lado, o exer-
cício focado principalmente nos membros inferio-
res preconiza uma fadiga periférica e localizada nas 
pernas, o que pode comprometer os resultados da 
avaliação (PESCATELLO et al., 2014). 
A intensidade do exercício na bicicleta ergo-
métrica é, basicamente, manipulada pela carga de 
resistência que o ergômetro impõe ao avaliado no 
movimento da pedalada. A avaliação é iniciada com 
carga baixa e o(a) avaliado(a) é, geralmente, instru-
ído(a) a pedalar na mesma cadência (rotações por 
minuto) durante todo o protocolo de coleta de da-
dos. A cada estágio, a carga é aumentada e, como a 
cadência é constante, a força que o indivíduo deve 
fazer para pedalar aumenta, assim como a potência 
gerada. Novamente, as características de protocolos 
em rampa ou em escada são possíveis, e partem da 
escolha do avaliador. 
No caso de protocolos em rampa, alguns mode-
los de cicloergômetro possibilitam um aumento pra-
ticamente imperceptível ao avaliado, em intervalos 
de tempo bastante diminuídos. Conforme explicado 
anteriormente, nos protocolos em escada ou degrau, 
o incremento de carga é maior a cada estágio, que 
dura mais tempo. O final do teste ocorre, basica-
mente, quando o avaliado não é capaz de manter a 
mesma rotação por minuto. Trata-se de um final de 
teste mais seguro em relação ao da esteira, principal-
mente para indivíduos não habituados a correr no 
aparelho. Aliás, os fatores que devem ser considera-
dos para encerrar um teste máximo incremental em 
laboratório, independentemente do ergômetro esco-
lhido, serão abordados na sequência.
As variáveis obtidas nos testes máximos de 
condição aeróbia são também influenciadas 
pela especialidade dos avaliados. Por exem-
plo, ciclistas obterão melhores resultados 
quando avaliados em bicicleta. A mesma ló-
gica serve para corredores, quando realizam 
o teste em esteira. E os triatletas? E os seden-
tários? Estas perguntas foram respondidas 
no artigo intitulado “Índices de potência e 
capacidade aeróbia obtidos em cicloergô-
metro e esteira rolante: comparações entre 
corredores, ciclistas, triatletas e sedentários” 
de autoria de Caputo e colaboradores (2003).
Fonte: os autores.
SAIBA MAIS
Não é somente quando o(a) avaliado(a) desiste vo-
luntariamente do teste que este pode ser encerrado. O 
que se espera, ao conduzir uma avaliação máxima in-
cremental, é que o(a) avaliado(a) atinja o máximo de 
esforço e desista voluntariamente do teste quando não 
estiver mais em condições de continuar. Em esteira, 
isso é manifestado verbal ou gestualmente, ou pela sa-
ída da faixa rolante da esteira, com o auxílio das barras 
laterais. Em bicicleta, o processo é mais seguro, já que 
basta o(a) avaliado(a) parar de pedalar ou não conse-
guir manter a mínima rotação exigida pelo protocolo.
144 
 
Existem, entretanto, diversos marcadores que 
o(a) avaliador(a) deve monitorar e, em determi-
nados casos, considerar a interrupção do teste in-
cremental, mesmo que o(a) avaliado(a) não tenha 
manifestado intenção de parar. Tais procedimentos 
visam a segurança do(a) avaliado(a). O principal 
deles é o surgimento de angina, dor torácica devi-
da ao baixo abastecimento de oxigênio e nutrientes, 
ou sintomas de angina. Estes são fatores suficientes 
para a interrupção imediata da avaliação. Ainda, al-
terações não justificáveis no ritmo cardíaco, como 
arritmias, ou na pressão arterial, são suficientes para 
o término do exercício. 
O comportamento da frequência cardíaca deve 
ser monitorado durante todo o protocolo. Muitos 
avaliadores decidem pela interrupção do teste caso a 
frequência cardíaca não aumente com o incremento 
da intensidade, ou mesmo se atingir valoressupe-
riores a 85% da frequência cardíaca máxima predita, 
geralmente pela equação de 220 – idade (PESCA-
TELLO et al., 2014). Fatores visuais que exigem ex-
periência do avaliador também devem ser conside-
rados, como a observação de descoordenação grave 
do gesto motor, de confusão e respiração com difi-
culdade (PESCATELLO et al., 2014). A percepção 
subjetiva de esforço também é um critério que pode 
ser utilizado pelos(as) avaliadores(as) para avaliar o 
nível de esforço do(a) avaliado(a) e considerar a in-
terrupção do teste.
A percepção subjetiva de esforço pode ser men-
surada pela famosa escala de Borg (1982). A primei-
ra versão divulgada, criada em 1970, remetia a uma 
proporção linear da escala com a frequência cardíaca. 
Os números seis a 20 não saíram da imaginação dos 
pesquisadores. Eles estariam diretamente associados 
a valores de frequência cardíaca, por exemplo: 6 = 
60 bpm, 10 = 100 bpm e 20 = 200 bpm. A ideia da 
segunda tabela, de zero a dez, foi criar a relação de 
proporcionalidade, no sentido de que o nível dois 
corresponda à metade do nível quatro, e a nomencla-
tura deve acompanhar essa proporção. O intuito dos 
pesquisadores foi tornar a expressão da percepção 
algo mais familiar para os indivíduos, criando esse 
sentido de proporcionalidade entre os níveis.
Muitas variáveis são coletadas durante testes 
incrementais, independentemente do protocolo e 
do ergômetro escolhidos. Conforme visto anterior-
mente, porém, as variáveis podem apresentar com-
portamentos diferentes, caso não haja padroniza-
ção entre as avaliações. Normalmente, o VO2max é a 
variável de potência aeróbia desejada, enquanto que 
os limiares ventilatório e de lactato são os índices 
de capacidade aeróbia. O VO2max é verificado, basi-
camente, na forma de platô ou de pico. Em platô, 
mesmo com incremento de intensidade, os valores 
de consumo de oxigênio não se alteram significati-
vamente (DIEFENTHAELER et al., 2017). 
Quando o teste incremental é interrompido (vide 
motivos anteriores) mesmo sem a presença de platô 
no comportamento do consumo de oxigênio ao final 
do teste, diz-se que o VO2max pico foi coletado. Para 
a determinação dos limiares de transição fisiológica, 
ventilatório e/ou de lactato, o tipo de protocolo e o 
ergômetro escolhidos são relevantes. Em um teste 
que demande análise de lactacidemia, a coleta de 
sangue é realizada, geralmente, pelo lóbulo da ore-
lha, sempre no início de um novo estágio do teste. 
Testes realizados em esteira exigem que o(a) ava-
liado(a) saia da faixa rolante da esteira para que a 
coleta seja feita com o indivíduo parado. Esse tempo 
entre os estágios pode ser considerado um descanso 
e comprometer os resultados da avaliação (BENEKE 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 145
et al., 2003). Se o teste incremental for conduzido 
em bicicleta, a coleta de sangue pode ser realizada 
com o indivíduo em exercício, dada a estabilidade 
do corpo do avaliado. Em ambos os casos, a experi-
ência do avaliador é fundamental para uma precisa 
e eficiente coleta do material sanguíneo. No caso das 
variáveis ventilatórias, não há tanta influência direta 
nos dados em função do ergômetro ou do tipo de 
protocolo escolhido, já que o espirômetro coleta a 
troca de gases constantemente. 
Pausas para a coleta de sangue são realiza-
das a cada estágio de um teste incremental 
máximo realizado em esteira. Será que essa 
pausa influencia os resultados do teste?
REFLITA
Juntamente a essas variáveis conhecidas (VO2max e li-
miares), outras submáximas são coletadas ao longo 
do teste, as quais são de extrema relevância para a 
avaliação e para a prescrição de intensidades de trei-
namento (FUNDAÇÃO VALE, 2013a). A frequên-
cia cardíaca é monitorada ao longo de todo o teste 
máximo incremental, por meio da utilização de um 
aparelho chamado frequencímetro. Ele coleta os ba-
timentos cardíacos e envia os dados para um dispo-
sitivo, geralmente, um relógio, ou diretamente para o 
computador ao qual o ergômetro está sincronizado. 
O comportamento da frequência cardíaca é, en-
tão, acompanhado durante todo o teste, e os dados da 
frequência correspondentes aos pontos dos limiares 
de lactato e ventilatório são bastante úteis para o 
treinamento físico. Ainda, outro índice importante 
é a frequência cardíaca máxima, registrada como o 
valor máximo obtido durante a fase final do teste 
incremental (DIEFENTHAELER et al., 2017). Outra 
variável interessante é a intensidade do VO2max , re-
presentada pela sigla iVO2max ,que significa a mínima 
velocidade (em esteira) ou potência (em bicicleta) na 
qual o VO2max foi atingido (CAPUTO et al., 2003). 
O pico de velocidade é mais uma variável possí-
vel, entendido como a máxima velocidade atingida 
no teste por um estágio completo (DIEFENTHA-
ELER et al., 2017). Importante salientar que a trans-
ferência dos dados de variáveis obtidas em testes la-
boratoriais para situações de treinamento em pista 
deve observar algumas peculiaridades. Em termos 
energéticos, o principal fator atribuído à corrida ao 
ar livre é a maior resistência do ar, e isso gera um 
custo energético maior ao corredor em comparação 
à condição em esteira. 
Geralmente, ao efetuar um protocolo incremen-
tal para determinação do VO2max baseado em incre-
mento apenas de velocidade, adota-se a inclinação 
constante de 1% na esteira, a fim de reproduzir as 
condições climáticas da corrida na rua. A inclina-
ção não demonstrou diferença em relação ao consu-
mo de oxigênio, nem quanto à frequência cardíaca 
obtida na corrida em rua, em seis velocidades estu-
dadas (10,5; 12; 13,5; 15; 15,5 e 18 km/h). Portanto, 
em velocidades entre 10,5 e 18 km/h, a inclinação 
de 1% em esteira é a que melhor reproduz o custo 
energético obtido em corrida na rua para a mesma 
velocidade (JONES; DOUST, 1996). 
Desse modo, acredita-se que os parâmetros 
submáximos obtidos no teste incremental (como 
a iVO2max ou frequência cardíaca-alvo) possam ser 
mais fielmente reproduzidos para o treinamento 
em pista. Testes incrementais para avaliação da 
condição aeróbia devem durar entre oito a 15 
146 
 
minutos (MARINS; GIANNICHI, 2003). Essa re-
comendação visa a obtenção de dados fisiológicos 
suficientes para a análise do comportamento físico 
aeróbio e evita mecanismos de fadiga relacionados 
a outros aspectos que não ao metabolismo aeróbio. 
Alguns protocolos clássicos foram desenvolvi-
dos há muitos anos, como o de Bruce (MARINS; 
GIANNICHI, 2003). O protocolo de Bruce possui 
estágios de três minutos, caracterizando um proto-
colo de escada ou degrau, com aumento conjunto 
na velocidade e na inclinação da esteira a cada está-
gio. Trata-se de um protocolo agressivo, com incre-
mentos abruptos e que, geralmente, causam a fadiga 
localizada nas pernas dos avaliados, que encerram 
o teste entre o terceiro e quinto estágios, dentro 
da faixa de tempo recomendada. Protocolos como 
esse ainda são muito utilizados, principalmente em 
consultórios médicos, quando o comportamento da 
pressão arterial e do eletrocardiograma são as variá-
veis fundamentais.
Além de não representar atividades recorrentes 
do dia a dia e nem do desempenho esportivo (ca-
minhar e correr com grande inclinação na esteira), 
tais protocolos fixos não consideram a individuali-
dade e o nível de treinamento do indivíduo avaliado 
(PESCATELLO et al., 2014). Estes são fatores funda-
mentais a serem considerados em qualquer avalia-
ção física, como temos visto durante toda a unidade. 
Nenhum protocolo de testes é ideal para todas as 
situações (ASTRAND et al., 2006). 
O protocolo deve considerar, principalmente, 
o nível físico do(a) avaliado(a). Caso ele seja um(a) 
sedentário(a), recomenda-se que o teste se inicie 
em intensidade menor, como em caminhadas, no 
caso de testes em esteira, ou com potências míni-
mas, em caso de utilização do cicloergômetro. É 
indicado que esse teste seja lentamente incremen-
tado, principalmente no início, pois o avaliado 
pode sentir os desconfortos causados por mudan-
ças abruptas deintensidade a cada estágio e, até 
mesmo, desistir do teste antes de atingir o seu má-
ximo esforço. 
No caso de indivíduos melhor condicionados, o 
fato de iniciar um teste com intensidade baixa acar-
retará em muito tempo desperdiçado. Trata-se de 
atletas que já têm familiaridade com o gesto, com o 
esforço e com eventuais desconfortos momentâne-
os. Além disso, atletas atingirão maior velocidade ou 
potência final no teste incremental, o que representa 
maior tempo de avaliação. Portanto, a intensidade 
inicial do teste deve ser mais elevada, e um cálculo 
estimativo de intensidade e tempo final de teste deve 
ser feito pelos(as) avaliadores(as).
Qual protocolo de teste você escolheria para 
avaliar o VO2max e o limiar de lactato de um 
atleta que atinge 18 km/h como pico de ve-
locidade? Quais velocidade inicial, duração e 
incremento por estágio?
REFLITA
No presente tópico, você aprendeu os principais as-
pectos que devem ser considerados para a avaliação 
da condição aeróbia. A fisiologia básica envolvida 
na fundamentação teórica da avaliação, os possíveis 
protocolos e ergômetros foram abordados. As prin-
cipais variáveis extraídas dos testes incrementais 
para avaliação da condição aeróbia, bem como os 
critérios para interrupção do teste, também foram 
assuntos discutidos durante este tópico.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 147
148 
 
Testes 
de Campo
Olá, neste tópico da Unidade 4, os testes de cam-
po para avaliação aeróbia serão apresentados. Tes-
tes práticos de campo são importantes ferramentas 
de avaliação, pois nem todo avaliado tem condição 
de se submeter a um teste laboratorial. Ainda, nem 
todo profissional tem acesso a testes laboratoriais, 
que demandam equipamentos sofisticados e trei-
namento específico para manuseio. Principalmen-
te por esses motivos, diversos testes práticos foram 
elaborados para estimar indiretamente as variáveis 
relacionadas à condição aeróbia. No presente tópico, 
os testes de campo mais conhecidos e que apresen-
tam resultados confiáveis e reprodutíveis serão des-
critos para você.
Conforme você aprendeu no tópico anterior, 
os testes laboratoriais apresentam resultados mais 
precisos e válidos, porém, demandam maior tem-
po, custo e treinamento do(a) avaliador(a), além 
de equipamentos sofisticados. Além disso, os testes 
laboratoriais são sempre realizados de forma indi-
vidual. Por outro lado, os testes práticos são mais 
acessíveis para avaliadores(as) e avaliados(as), 
com menor custo financeiro e de tempo. Testes de 
campo, muitas vezes, demandam apenas um cro-
nômetro. Alguns, inclusive, permitem a avaliação 
em grupos, o que gera um componente motivacio-
nal relevante para o desempenho (PESCATELLO 
et al., 2014). 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 149
Os testes práticos podem ser mais específicos 
do que os laboratoriais, sendo realizados no mesmo 
ambiente e sob condições semelhantes às encontra-
das no dia a dia. Por exemplo, para um corredor de 
provas de longa distância, ter a sua condição aeróbia 
avaliada em pista é mais específico do que em uma es-
teira, muitas vezes, com protocolos incrementais que 
manipulam a inclinação mais do que a velocidade. A 
resistência do ar, o calçado, o terreno do teste, todos 
esses elementos contribuem para que testes práticos 
de campo apresentem, muitas vezes, validade externa 
elevada em comparação aos testes laboratoriais.
A execução dos testes práticos deve seguir al-
gumas recomendações que também servem para os 
testes laboratoriais. Não é recomendado que o in-
divíduo avaliado ingira alimentos pesados antes da 
avaliação, bem como a ingestão de álcool e café é 
proibida em até 24h antes do procedimento de coleta 
de dados, por conta da influência dessas bebidas na 
mobilização de substratos energéticos e na frequência 
cardíaca. Recomenda-se que não se faça exercícios vi-
gorosos até 24h antes do protocolo de avaliação, para 
evitar efeitos acumulados de fadiga no momento do 
teste. Por fim, o(a) avaliado(a) deve estar vestido(a) 
adequadamente, com roupas confortáveis e apropria-
das para a execução dos testes. Alguns desses, que po-
dem ser realizados em terrenos diversos, como pista 
de corrida, gramado ou quadra, podem demandar a 
vestimenta de calçado específico para o terreno.
O primeiro teste de campo para avaliação da 
condição aeróbia que será apresentado é, provavel-
mente, o mais conhecido de todos. Você já deve ter 
ouvido falar no teste de Cooper (1968), mas é pos-
sível que não tenha ciência de como esse teste foi 
elaborado. O estudo, que resultou na publicação do 
teste de Cooper, contou com 115 homens da força 
aérea americana, portanto, eram indivíduos bem 
condicionados. A idade média da amostra foi de 
22 anos, com massa corporal de 75kg, em média. 
Participaram do estudo, porém, homens entre 17 e 
52 anos, com 51 a 120 kg de massa corporal. Esses 
dados dão ideia da heterogeneidade da amostra que 
compôs a avaliação original e, por isso, esse teste é 
empregado em diversas populações até hoje. O es-
tudo verificou correlação positiva entre a distância 
percorrida em 12 minutos de corrida em pista com o 
consumo máximo de oxigênio obtido após um teste 
incremental máximo em esteira.
Para o(a) avaliador(a), o teste de corrida de 12 
minutos é de fácil aplicação, porém, carece de al-
gumas considerações importantes. O protocolo do 
teste é simples, e isso deve ser passado aos(às) ava-
liados(as). O objetivo é percorrer a maior distân-
cia possível dentro do tempo de 12 minutos. O(a) 
avaliado(a), portanto, tem a opção de correr ou 
caminhar durante o teste. Não somente o objetivo 
deve ser explicado antes do início, mas também as 
possíveis estratégias para conseguir realizar a tarefa 
de percorrer a maior distância de forma satisfatória, 
sem que o avaliado entre em fadiga antes da hora, 
comprometendo o resultado ou, até mesmo, aban-
donando o teste. 
A recomendação é para que o(a) avaliado(a) 
mantenha uma velocidade constante ao longo do 
teste. Dessa forma, indivíduos mais acostumados 
com a tarefa de correr podem ter seus resultados 
mais válidos e confiáveis em comparação àqueles 
que não estão acostumados com a tarefa e possuem 
dificuldade de encontrar a intensidade ideal. Uma 
boa estratégia é informar periodicamente, ao longo 
dos 12 minutos, qual o tempo decorrido do teste ou 
o tempo restante até o final, para que o avaliado pos-
sa ter uma ideia mais precisa de sua intensidade de 
corrida.
150 
 
Caso o teste de Cooper seja realizado em uma 
pista atlética tradicional de 400 metros, o(a) avalia-
dor(a) pode se posicionar na linha de chegada das 
provas olímpicas. Deste ponto, o(a) avaliador(a) terá 
uma boa visão sobre o avaliado e, mais importante, 
terá uma noção mais precisa da distância percorrida 
ao final do teste. Este é iniciado por um sinal sono-
ro, e o(a) avaliado(a) deve, imediatamente, começar 
a avaliação. Da mesma forma, quando o teste ter-
minar, ou seja, ao final dos 12 minutos, o(a) avalia-
dor(a) deverá emitir um novo sinal sonoro, e o(a) 
avaliado(a) deverá permanecer imóvel até a autori-
zação do avaliador. 
Nesse momento, o avaliador deverá conferir 
qual foi a distância total percorrida pelo avaliado. 
Uma maneira simples de resolver essa questão é 
contabilizar as voltas completas na pista ao longo do 
teste e somar à distância que o avaliado percorreu na 
última volta incompleta. A sinalização com cones al-
tos no entorno da pista, a cada 20 m, facilitará muito 
a medição precisa da distância total percorrida. O 
resultado do teste de Cooper se dá, portanto, pela 
distância percorrida pelo avaliado após 12 minutos 
de corrida ou caminhada. Com essa informação em 
mãos, o avaliador pode estimar o VO2max dos avalia-
dos de acordo com a seguinte fórmula:
VO ml kg min
Distância em metros 504
2max / /( ) ( )
=
 
45
–
Alguns anos mais tarde, uma tabela foi publicada 
para verificar o nível de condicionamento físico de 
acordo com a distância percorrida no teste de 12 mi-
nutos, considerando o sexo e a idade do(a) avaliado(a).Quadro 1 - Nível de condicionamento físico baseado no teste de 12 minutos de Cooper de acordo com a idade, o sexo e a distância percorrida em 
metros
Nível
Idade 13 – 19 20 – 29 30 – 39 40 – 49 50 – 59 > 60
Muito 
Fraco
H
M
< 2090
< 1610
< 1960
< 1550
< 1900
< 1510
< 1830
< 1420
< 1660
< 1350
< 1400
< 1260
Fraco H
M
2090 – 2200
1610 – 1900
1960 – 2210
1550 – 1790
1900 – 2090
1510 – 1690
1830 – 1990
1420 – 1580
1660 – 1870
1350 – 1500
1400 – 1640
1260 – 1390
Médio H
M
2210 – 2510
1910 – 2080
2120 – 2400
1800 – 1970
2100 – 2400
1700 – 1960
2000 – 2240
1590 – 1790
1880 – 2090
1510 – 1690
1650 – 1930
1400 – 1590
Bom H
M
2520 – 2770
2090 – 2300
2410 – 2640
1980 – 2160
2410 – 2510
1970 – 2080
2250 – 2460
1800 – 2000
2100 – 2320
1700 – 1900
1940 – 2120
1600 – 1750
Excelente H
M
2780 – 3000
2310 – 2430
2650 – 2830
2170 – 2330
2520 – 2720
2090 – 2240
2470 – 2660
2010 – 2160
2330 – 2540
1910 – 2090
2130 – 2490
1760 – 1900
Superior H
M
> 3000
> 2430
> 2830
> 2330
> 2720
> 2240
> 2660
> 2160
> 2540
> 2090
> 2490
> 1900
H = Homem; M = Mulher.
Fonte: adaptado de Marins e Giannichi (2003).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 151
Outra possibilidade é a aplicação do teste de correr 
a distância de 2400 metros. Nesse caso, a lógica é 
inversa ao do teste de Cooper, descrito anterior-
mente. A distância é fixa, 2400 metros, e o objetivo 
do teste é completar essa distância no menor tempo 
possível. Portanto, o tempo é a unidade mensurada 
nessa avaliação. As instruções para realizar o teste 
de 2400 metros são semelhantes às aplicadas ao de 
Cooper. Os(as) avaliados(as) devem ser familiariza-
dos com o protocolo, com os objetivos e com o gesto 
motor da corrida. Nessa avaliação, o(a) avaliador(a) 
não necessita avisar sobre o final do teste, tendo 
em vista que completar a distância determina o seu 
final. Apenas as distâncias percorridas por cada ava-
liado(a), em caso de grupos, devem ser monitoradas 
e informadas aos(às) avaliados(as). 
Esse teste tem sido aplicado em populações di-
versas, para ambos os sexos, e em uma ampla faixa 
etária. Assim como no teste de 12 minutos de Coo-
per, existe uma tabela de referência para a verifica-
ção do nível de condicionamento aeróbio de acordo 
com o tempo registrado para a realização da distân-
cia de 2400 metros (MARINS; GIANNICHI, 2003). 
Além dessa tabela, a seguinte fórmula pode ser apli-
cada para a estimativa do valor de consumo máximo 
de oxigênio (PESCATELLO et al., 2014):
VO ml kg min
D x 60 x 0 2 3 5
duração do teste2max / /
, ,
� � � ��� ���
=
 
 eem segundos 
 
Onde:
D = distância em metros, neste caso, 2400.
Uma alternativa para o público que não tem apti-
dão suficiente para correr durante períodos prolonga-
dos é o teste de caminhada/corrida de seis minutos. 
Este teste é frequentemente empregado para a avalia-
ção aeróbia de adultos, idosos ou pacientes com pro-
blemas clínicos, como doenças pulmonares ou cardí-
acas. Esse protocolo de avaliação é bastante simples, 
e já mostrou capacidade de predizer fatores como 
morbidade e mortalidade. Avaliados(as) que atingem 
marca inferior a 300 metros após seis minutos de ca-
minhada parecem demonstrar menor tempo estima-
do de vida em comparação àqueles(as) que superam 
essa marca (PESCATELLO et al., 2014). O Colégio 
Americano de Medicina do Esporte indica a seguinte 
fórmula como adequada para a estimativa do consu-
mo máximo de oxigênio a partir do desempenho de 
idosos no teste de caminhada de seis minutos:
VO2max (ml / kg / min) = (0,02 x distância em metros) – 
(0,191 x idade em anos) – (0,07 x massa corporal em kg) + 
(0,09 x estatura em cm) + [0,26 x (frequência cardíaca 
x pressão sistólica em mm Hg) x 10–3] + 2,45
Ainda, o teste de caminhada em seis minutos tem 
sido utilizado na avaliação de crianças que ainda não 
desenvolveram totalmente a aptidão aeróbia. Após 
coletar a distância percorrida no tempo de seis mi-
nutos do teste, as seguintes equações podem ser uti-
lizadas para estimar o consumo máximo de oxigênio 
de meninos e meninas (FUNDAÇÃO VALE, 2013a):
Meninos:
VO ml kg min x 0 118 17 82max / / , ,� � �
�
�
�
�
�
�
�
�
�
�
�� �
D
6
 
Meninas:
VO ml kg min x 0 131 16 62max / / , ,� � �
�
�
�
�
�
�
�
�
�
�
�� �
D
6
 
Onde:
D = distância em metros.
152 
 
Ainda em termos de testes práticos de campo en-
volvendo corrida contínua, a avaliação desenvol-
vida por Conconi e colaboradores (1982) é uma 
alternativa interessante. O teste propõe a avalia-
ção de uma intensidade de corrida em que ocor-
re o chamado ponto de deflexão da frequência 
cardíaca. O ponto de deflexão é a quebra na line-
aridade da relação entre a velocidade de corrida e 
a frequência cardíaca em exercício incremental em 
pista. Segundo o estudo original (CONCONI et al., 
1982), esse ponto estaria relacionado ao limiar de 
lactato, ocorrendo em velocidade de corrida seme-
lhante para os dois eventos. O teste pode ser feito 
em pista, porém, o uso da esteira ergométrica ga-
rante o controle correto sobre o incremento de in-
tensidade a cada estágio. 
Após um aquecimento com corrida leve, o tes-
te pode ser iniciado. Em esteira, pessoas sedentárias 
devem começar com a velocidade de 5 a 7 km/h, e 
atletas, de 7 a 8 km/h. A cada minuto, deve ser au-
mentada a velocidade em 0,5 km/h. A partir dos 10 
km/h, a velocidade deve ser aumentada em 1 km/h a 
cada minuto. A frequência cardíaca deve ser coletada 
durante todo o teste, e os valores registrados ao final 
do estágio devem ser plotados num gráfico com a ve-
locidade de corrida. Em pista, cada estágio tem dura-
ção de 200 metros, e a intensidade também deve ser 
aumentada em 1 km/h, enquanto que a frequência 
cardíaca deve ser monitorada nos últimos 50 metros 
de cada estágio (FUNDAÇÃO VALE, 2013a). 
O teste em esteira ou na pista é encerrado, prin-
cipalmente, pela desistência voluntária do(a) avalia-
do(a), ou quando esse(a) não for capaz de manter 
a velocidade estipulada. Com o gráfico montado 
entre os valores registrados de velocidade de corri-
da pela frequência cardíaca ao final de cada estágio, 
será possível verificar o resultado mais importante 
dessa avaliação. O ponto de deflexão da frequência 
cardíaca representará a perda da linearidade da reta 
do gráfico. Avaliadores(as) experientes têm capa-
cidade para verificar visualmente a ocorrência des-
se fenômeno. Mais de um(a) avaliador(a) pode ser 
consultado(a) para essa determinação. A velocidade 
correspondente ao ponto de deflexão da frequência 
cardíaca pode ser facilmente utilizada em treina-
mentos de corrida, correspondendo, em muitos ca-
sos, ao limiar de transição fisiológica, ou limiar de 
lactato, que marcará a mudança da predominância 
do metabolismo aeróbio para o anaeróbio.
Testes como Cooper de 12 minutos, 2400 me-
tros, seis minutos e Conconi são realizados com 
corrida contínua, e podem ser mais específicos para 
modalidades em que essa característica é marcante, 
bem como a ausência de mudança de direção du-
rante a corrida. Por exemplo, é específico para um 
corredor de longa distância, que realiza sua prova 
sempre na mesma direção, sem movimentos bruscos 
que envolvam desaceleração e aceleração. Quando 
o objetivo é avaliar praticantes de modalidades in-
termitentes, que possuem mudança de direção nas 
ações principais do jogo, existe a clara falta de es-
pecificidade nos testes apresentados até o momento. 
Modalidades como futebol, futsal, basquete e han-
debol são exemplos em que os(as) praticantes ne-
cessitam de boa aptidão aeróbia, porém, os esforços 
que eles(as) realizam durante suas práticas são inter-
mitentes, com diversas mudanças de direção. Nestes 
casos, avaliar a aptidão aeróbia por protocolos como 
os descritos até o momento não é o mais específico. 
Dessa forma, os próximos protocolos de avaliação 
da aptidão aeróbia apresentam a intermitência como 
característica predominante.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 153
O teste de Yo-Yo, originalmente desenvolvido na 
década de 90, apresenta características diferentesdas 
apresentadas pelos testes anteriormente descritos. 
Nesse teste, determina-se uma distância fixa de 20 
metros utilizando dois cones. O(a) avaliado(a) de-
verá se deslocar entre os cones durante todo o tes-
te. Portanto, conclui-se que, a cada 20 metros, o(a) 
avaliado(a) realizará a desaceleração e, consequente-
mente, a aceleração após a mudança de direção. O Yo-
Yo é uma avaliação máxima incremental, que conta 
com estágios de intensidade crescentes (BANGSBO; 
IAIA; KRUSTRUP, 2008). O teste acontece com o au-
xílio de um sistema de som, e um bip sonoro marca o 
ritmo de corrida que o(a) avaliado(a) deverá realizar. 
A cada bip sonoro, o(a) avaliado(a) deverá estar po-
sicionado em um dos cones localizados nas extremi-
dades dos 20 metros do percurso. 
A cada dois deslocamentos (2 x 20 m), um pe-
ríodo de recuperação de dez segundos é fornecido. 
Cada estágio do teste conta com determinada frequ-
ência de sinais sonoros. A cada estágio, a frequên-
cia entre os sinais sonoros aumenta, diminuindo o 
tempo entre cada um dos bips e, consequentemente, 
diminuindo o tempo que o(a) avaliado(a) tem para 
se deslocar de um cone a outro. Naturalmente, o(a) 
avaliado(a) deve aumentar a velocidade e a intensi-
dade do exercício. O teste é encerrado quando o(a) 
avaliado(a) falhar na tarefa de estar no cone ao sinal 
sonoro por duas vezes consecutivas. Essa lógica e 
esse critério para decretar o término servem para os 
diferentes protocolos criados para o teste Yo-Yo. O 
nível um inicia-se em uma velocidade menor, com 
incremento de intensidade moderado entre os es-
tágios. Esse protocolo parece ser a melhor escolha 
para iniciantes, e deve durar em torno de dez a 20 
minutos para um indivíduo treinado. 
O nível dois do Yo-Yo teste é mais agressivo 
em termos de incremento de intensidade, e avalia 
a habilidade do(a) avaliado(a) em realizar sucessi-
vos tiros curtos com alta contribuição anaeróbia, 
que será o assunto na próxima unidade. Ambos os 
protocolos do teste de Yo-Yo têm apresentado sig-
nificativas correlações com o desempenho em es-
portes com característica intermitente e com o ní-
vel de potência aeróbia, além de serem sensíveis ao 
treinamento durante uma temporada (BANGSBO; 
IAIA; KRUSTRUP, 2008). A frequência cardíaca é 
uma variável que pode ser acompanhada facilmen-
te durante o teste Yo-Yo, e o valor máximo atingi-
do, geralmente, ao final do teste, pode ser utilizado 
como parâmetro de frequência cardíaca máxima. 
Entretanto, a principal variável analisada nos testes 
Yo-Yo é a distância total percorrida. A estimativa 
do valor de consumo máximo de oxigênio pode ser 
feita por meio da utilização das seguintes fórmulas 
(BANGSBO; IAIA; KRUSTRUP, 2008):
Yo-Yo teste nível um:
VO2max (ml / kg / min) = distância total em metros 
x 0,0084 + 36,4.
Yo-Yo teste nível dois:
VO2max (ml / kg / min) = distância total em metros 
x 0,0136 + 45,3.
Uma das grandes vantagens de avaliações como 
o Yo-Yo teste é a possibilidade de avaliação simultâ-
nea de vários indivíduos. Essa estratégia economiza 
tempo e incorpora um componente motivacional 
à avaliação, porém, demanda maior concentração 
do(a) avaliador(a) no momento da coleta de dados. 
Esses aspectos também ocorrem no próximo teste 
154 
 
de avaliação aeróbia a ser descrito. O T-CAR tam-
bém apresenta a intermitência como característica 
principal, entretanto, alguns aspectos o diferenciam 
do Yo-Yo, tornando-o uma alternativa bastante inte-
ressante. O teste de T-CAR também é incremental, 
com aumento de velocidade a cada estágio do pro-
tocolo. A lógica do teste é semelhante ao Yo-Yo, em 
que o(a) avaliado(a) precisa cumprir determinada 
distância entre dois cones e estar posicionado(a) em 
um dos cones a cada sinal sonoro. Porém as gran-
des diferenças desse teste são a variável manipulada 
a cada estágio e a distância entre os cones. A cada 
estágio, deve-se aumentar em um metro a distân-
cia entre os cones, mantendo a frequência do sinal 
sonoro. O teste é iniciado com os cones posiciona-
dos a 15 metros um do outro, e os(as) avaliados(as) 
devem correr numa velocidade de 9 km/h. O tempo 
para completar o deslocamento é de 12 segundos, 
e mais seis segundos são fornecidos de intervalo 
com caminhada. Cada estágio é composto por cinco 
deslocamentos, que totalizam 90 s. A cada estágio, 
a distância entre os cones aumenta em um metro, 
gerando o incremento de velocidade de 0,6 km/h. 
O teste é encerrado quando o(a) avaliado(a) não 
consegue estar no cone ao sinal sonoro por duas oca-
siões seguidas, ou por desistência voluntária do ava-
liado. A distância total percorrida é um dos resulta-
dos importantes do T-CAR, e serve, principalmente, 
para comparação entre indivíduos ou para verificar 
efeitos do treinamento num mesmo grupo. O pico 
de velocidade atingido no T-CAR, isto é, no último 
estágio, está relacionado à intensidade do iVO2max de 
um teste incremental laboratorial discutido previa-
mente nesta unidade. A frequência cardíaca, caso 
acompanhada durante todo o teste incremental, deve 
gerar um gráfico semelhante ao realizado no proto-
colo de Conconi. Com isso, o ponto de deflexão da 
frequência cardíaca é mais uma variável potencial-
mente registrada nessa avaliação. 
Ainda, a frequência cardíaca máxima atingida 
após o T-CAR parece semelhante à máxima após 
um teste incremental máximo laboratorial em 
esteira (DITTRICH et al., 2011). Portanto, os dois 
últimos protocolos de testes apresentados, o Yo-Yo 
e o T-CAR, aparecem como excelentes opções para 
avaliação da aptidão aeróbia, principalmente para 
praticantes de modalidades acíclicas. A constante 
troca de direção, as ações de aceleração e a possibili-
dade de realizar esses testes em terreno determinado 
e com calçado específico garantem ótima validade 
externa a tais protocolos. Entretanto, tais testes só 
podem ser fielmente reproduzidos caso os(as) ava-
liadores(as) tenham acesso ao áudio específico de 
cada um dos protocolos de avaliação. Ainda, é ne-
cessário um sistema de som para que os avaliados 
ouçam claramente os sinais sonoros que ditam o rit-
mo da corrida em cada estágio.
Todos os testes práticos apresentados até o mo-
mento, neste tópico, têm a caminhada ou a corrida 
como gesto motor predominante. A alternativa para 
indivíduos que não estejam familiarizados com esse 
gesto ou que prefiram outro exercício é o teste de 
subir e descer de um banco. Trata-se de um teste 
barato, e cuja tarefa é subir e descer de um banco 
em determinado ritmo. O avaliado não necessita de 
grandes habilidades, tendo em vista que a tarefa é 
demasiado simples e não requer muita prática. Ou-
tro benefício é sua curta duração. 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 155
A frequência cardíaca é mensurada após o teste 
ou durante a recuperação, e esta será o indicador de 
aptidão aeróbia. Indivíduos melhor condicionados 
apresentam menor valor de frequência cardíaca após 
o teste, ou maiores taxas de recuperação. O resultado 
é de fácil entendimento para o avaliado. Algumas pre-
cauções devem ser tomadas, principalmente com in-
divíduos extremamente mal condicionados ou aqueles 
que possam apresentar dificuldade de subir e descer 
em um degrau relativamente alto. Avaliados com pro-
blemas de equilíbrio também devem ser supervisiona-
dos com cautela (PESCATELLO et al., 2014).
O teste de banco de Katch & McArdle é consti-
tuído pela tarefa de subir e descer de um banco de 41 
centímetros durante três minutos. Homens devem 
realizar a tarefa no ritmo de 24 subidas e descidas 
por minuto, e mulheres, no ritmo de 22 repetições 
por minuto. Se contada cada passada para subir e 
descer, o ritmo é de 96 para homens e 88 para mulhe-
res. A utilização de um metrônomo auxilia bastante 
na correta aplicação desse teste. Ao final dos três mi-
nutos de avaliação, a frequência cardíaca é medida, 
ou pelo pulso do avaliado, ou com auxílio de um fre-
quencímetro. O resultado da frequência cardíaca en-
contrado após o teste deverá ser inserido na seguinte 
fórmula, para estimar o consumo máximode oxigê-
nio do avaliado (MARINS; GIANNICHI, 2003):
Homens:
VO ml kg min 111 33 0 42 x frequência cardíaca2max / / ,( ) ( )= , –
Mulheres:
VO ml kg min 65 81 0 1847 x frequência cardíaca2max / / ,( ) ( )= –,
É notório que os protocolos de avaliação da aptidão 
aeróbia privilegiam o uso dos membros inferiores. 
Todos os testes apresentados no presente tópico 
utilizam gestos motores que recrutam grande 
massa muscular, exigindo que os componentes 
respiratório, cardíaco e muscular trabalhem em 
conjunto e de forma ideal para fornecer dados 
reais sobre a condição aeróbia do avaliado. Com 
as informações disponibilizadas sobre todos os 
testes práticos de campo deste tópico, você estará 
apto a escolher qual deles melhor se aplica ao seu 
objetivo e ao perfil do indivíduo que você deseja 
avaliar. Foi demonstrado que não somente cien-
tistas ou laboratórios podem fornecer condições 
para a avaliação da condição aeróbia. Ao longo 
dos anos, diversos testes práticos de campo foram 
desenvolvidos, facilitando o trabalho dos(as) pro-
fissionais de Educação Física.
156 
considerações finais
A 
condição aeróbia é um dos principais componentes de saúde dos seres hu-
manos. Os sistemas respiratório, cardíaco e muscular trabalham de forma 
integrada no sistema aeróbio, cada um com suas responsabilidades para 
o bom funcionamento. Uma boa aptidão aeróbia está relacionada à dimi-
nuição do risco de doenças e de mortalidade.
Seja onde for, quando trabalhamos com movimento, atividades e exercícios físi-
cos, o sistema aeróbio será requisitado, invariavelmente. Portanto, profissionais de 
Educação Física que trabalham com recreação, lazer, educação ou com desempenho 
esportivo devem possuir o conhecimento dos benefícios de um bom funcionamento 
do sistema aeróbio e, consequentemente, devem saber como avaliar essa condição.
No primeiro tópico desta unidade, você foi introduzido aos princípios básicos da 
bioenergética e da fisiologia, que fundamentam o sistema aeróbio de fornecimento 
de energia. A base necessária para o conhecimento desse sistema deve ser encontra-
da em materiais didáticos específicos, como em livros de bioquímica e fisiologia do 
exercício. Ainda, os conceitos de potência e de capacidade aeróbia foram definidos, 
e as principais variáveis de cada um deles, descritos para você.
Você recebeu o conhecimento para avaliar a condição aeróbia de diferentes ma-
neiras. Testes laboratoriais que apresentam resultados confiáveis e variáveis bem 
determinadas demandam aparelhagem sofisticada e treinamento por parte do(a) 
avaliador(a). Agora, você sabe que diversos detalhes do protocolo de avaliação são 
importantes, e que deve haver padronização e critérios bem definidos na hora de 
escolher o seu protocolo.
Para os profissionais que não terão acesso às facilidades de um laboratório, diver-
sos testes práticos de campo para avaliação da condição aeróbia foram apresentados 
nesta unidade. Por meio de testes simples, baratos e de fácil aplicação, dados confi-
áveis e bastante úteis no diagnóstico da aptidão aeróbia são gerados, inclusive para 
monitoramento de níveis de treinamento.
considerações finais
 157
atividades de estudo
1. Considerando as informações sobre o sistema aeróbio, quais são os sistemas do 
corpo humano que estão diretamente envolvidos na aptidão aeróbia?
a) Sistemas nervoso, cardíaco e muscular.
b) Sistemas respiratório, nervoso e muscular.
c) Sistemas endócrino, nervoso e cardíaco.
d) Sistemas respiratório, endócrino e nervoso.
e) Sistemas respiratório, cardíaco e muscular.
2. Verifique as afirmações a seguir sobre o sistema aeróbio e sua avaliação por meio 
de protocolos de testes:
I - É importante avaliar o sistema aeróbio, pois a boa condição aeróbia está rela-
cionada à diminuição da mortalidade, dentre outros benefícios.
II - Testes de avaliação de campo fornecem valores diretos de índices de capaci-
dade e potência aeróbia.
III - Apenas testes realizados em ambiente laboratorial fornecem informações re-
levantes e aplicáveis sobre a aptidão aeróbia.
IV - A variável do sistema aeróbio denominada consumo máximo de oxigênio de-
pende apenas do sistema respiratório.
Assinale a alternativa correta:
a) I apenas.
b) IV apenas.
c) I e II apenas.
d) II e III apenas.
e) II, III e IV apenas.
158 
atividades de estudo
3. Os protocolos de testes laboratoriais apresentam diversas variáveis que devem 
ser consideradas. Analise as afirmações a seguir a respeito dos protocolos de 
teste incremental em laboratório para avaliar o sistema aeróbio e assinale Verda-
deiro (V) ou Falso (F):
( ) Protocolos laboratoriais em rampa incrementam a intensidade de modo 
mais acentuado e frequente do que os de escada.
( ) Não há diferenças relevantes nas variáveis extraídas e no modo de elaborar 
o protocolo entre os diferentes ergômetros, como a esteira e a bicicleta.
( ) Indivíduos com sobrepeso ou dificuldades de equilíbrio são mais facilmen-
te avaliados em cicloergômetro do que em esteira.
Assinale a alternativa correta:
a) V; V; F.
b) F; F; V.
c) V; F; V.
d) F; F; F.
e) V; V; V.
4. Diversos índices são extraídos de uma avaliação laboratorial da aptidão aeróbia. 
Qual índice corresponde à mínima intensidade na qual o VO2max é atingido?
a) iVO2max .
b) VO2max em platô.
c) Limiar de lactato.
d) Pico de velocidade.
e) VO2max em pico.
5. Existem diversos protocolos de campo para avaliação da aptidão aeróbia, porém, al-
guns exigem que os(as) avaliados(as) estejam acostumados com o exercício de corri-
da. Qual teste de campo é uma boa alternativa para avaliar a aptidão aeróbia de ido-
sos e crianças que não estão acostumados a correr por longos períodos de tempo?
a) Teste de Cooper de 12 minutos.
b) Teste de Conconi em pista.
c) Teste de caminhada em seis minutos.
d) Teste de 2400 metros.
e) Teste intermitente de Yo-Yo.
 159
atividades de estudo
6. Protocolos de corrida intermitente são mais específicos para atividades que exi-
gem mudança de direção. Analise as afirmações a seguir sobre os protocolos de 
testes de campo intermitentes para avaliar o sistema aeróbio e assinale Verda-
deiro (V) ou Falso (F):
( ) A intensidade do teste T-CAR é incrementada pelo aumento da frequência 
dos sinais sonoros a cada estágio.
( ) No teste Yo-Yo, a intensidade é incrementada pelo aumento da distância a 
ser percorrida em cada estágio.
( ) Tanto o Yo-Yo quanto o T-CAR podem gerar dados úteis a partir da distân-
cia total percorrida e da frequência cardíaca.
Assinale a alternativa correta:
a) V; V; F.
b) F; F; V.
c) V; F; V.
d) F; F; F.
e) V; V; V.
7. Diversos testes de campo para avaliação do sistema aeróbio foram descritos 
nesta unidade. Analise as considerações a seguir sobre os protocolos de testes 
práticos de campo para avaliação da aptidão aeróbia:
I - O teste do banco de Katch & McArdle estima o consumo máximo de oxigênio 
a partir da frequência cardíaca obtida durante todo o teste.
II - Avaliações como os testes de Cooper, Conconi e 2400 m são mais específicas 
para atletas de modalidades cíclicas, principalmente de corrida.
III - Para atletas de modalidades acíclicas, testes com intermitência, como o Yo-Yo 
e o T-CAR são mais específicos.
IV - Por meio de equações e tabelas de referência, é possível verificar o nível de 
condicionamento aeróbio de acordo com o gênero e a idade dos avaliados.
Assinale a alternativa correta:
a) I apenas.
b) IV apenas.
c) I e II apenas.
d) II e III apenas.
e) II, III e IV apenas.
160 
atividades de estudo
8. Elabore um protocolo de teste incremental para avaliar a aptidão aeróbia de 
um sujeito ativo, porém, sem experiência em corrida. Seu objetivo é encontrar 
o consumo máximo de oxigênio e o limiar de lactato. Indique e justifique suas 
escolhas quanto ao ergômetro e ao protocolo incremental.
9. Calcule o VO2max estimado e indique o nível de condicionamento físico de dois 
sujeitos que realizaram o teste de Cooper de 12 minutos. Um homem de 30 
anos obteve2080 metros. Uma mulher de 25 anos de idade atingiu a marca 
de 2450 metros.
 161
LEITURA
COMPLEMENTAR
Indico a você a leitura na íntegra do artigo intitulado “Índices e capacidade aeróbia obtidos 
em cicloergômetro e esteira rolante: comparações entre corredores, ciclistas, triatletas e 
sedentários”. A seguir, insiro um dos trechos mais interessantes desse artigo.
Um dos tantos fatores discutidos na presente unidade, ao avaliar a aptidão aeróbia, é a 
escolha do ergômetro. Esse artigo demonstrou que este fator pode ter influência direta no 
resultado de algumas variáveis.
Como regra geral, os protocolos em esteira fazem com que o avaliado obtenha maiores va-
lores de consumo máximo de oxigênio. Tal fato ocorre principalmente pelo recrutamento 
de mais massa muscular durante o exercício em esteira quando comparado ao exercício 
em bicicleta ergométrica. Porém, ciclistas, que obviamente estão acostumados com o exer-
cício neste aparelho, conseguem resultados melhores quando avaliados em bicicleta. Isso 
ocorre pela especificidade e pela familiaridade prévia do avaliado com o instrumento de 
avaliação.
A seguir, você encontrará o resumo do artigo de Caputo e colaboradores (2003). Nele, as 
principais informações serão trazidas para você. Para o profundo conhecimento dos proce-
dimentos metodológicos bem como das definições das variáveis e da discussão dos resul-
tados, recomenda-se fortemente a leitura da versão integral do estudo.
162 
LEITURA
COMPLEMENTAR
Os objetivos deste estudo foram: a) determinar, de modo transversal, os efeitos do treinamen-
to aeróbio no pico do consumo de oxigênio (VO2pico), na intensidade associada ao VO2pico 
(IVO2pico) e no limiar anaeróbio (LAn) durante a corrida e o ciclismo; e b) verificar se a transfe-
rência dos efeitos do treinamento é dependente do tipo de exercício ou do índice fisiológico 
analisado. Participaram deste estudo 36 indivíduos do sexo masculino, sendo sete corredores 
(CR), nove ciclistas (CL) e nove triatletas (TR) bem treinados em provas de fundo e 11 seden-
tários (SE). Os voluntários realizaram, em dias diferentes e em ordem aleatória, um teste in-
cremental até a exaustão voluntária na esteira rolante e outro na bicicleta ergométrica. Os 
valores de VO2pico (ml. Kg / min) obtidos na esteira e na bicicleta ergométrica (CR = 68,8 ± 6,3 
e 62,0 ± 5,0; CL = 60,5 ± 8,0 e 67,6 ± 7,6; TR = 64,5 ± 4,8 e 61,0 ± 4,1; SE = 43,5 ± 7,0 e 36,7 ± 5,6, 
respectivamente) foram maiores no grupo que apresentava treino específico na modalidade. 
O grupo SE apresentou os menores valores de VO2pico, independente do tipo de exercício. 
Esse mesmo comportamento foi observado para o LAn (ml/kg/min) obtido na esteira e na 
bicicleta ergométrica (CR = 56,8 ± 6,9 e 44,8 ± 5,7; CL = 51,2 ± 5,2 e 57,6 ± 7,1; TR 56,5 ± 5,1 e 
49,0 ± 4,8; SE = 33,2 ± 4,2 e 22,6 ± 3,7, respectivamente). Pode-se concluir que as transferên-
cias dos efeitos do treinamento parecem ser apenas parciais, independentemente do índice 
(VO2pico, IVO2pico ou LAn) ou do tipo de exercício (corrida ou ciclismo). Em relação aos índices, 
a especificidade do treinamento parece estar menos presente no VO2pico do que na IVO2pico 
e no LAn.
Fonte: Caputo et al. (2003).
 163
material complementar
Os cadernos de referência do esporte da Unesco são abrangentes e servem como base para diversas áreas. 
Os cadernos de Fisiologia do Exercício e de Avaliação Física serão muito úteis para o estudo desta unidade. 
Web: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/cadernos_de_referencia_de_
esporte_12_volumes/. Acesso em: 6 jun. 2019. 
Confira o texto “Índices de potência e capacidade aeróbia obtidos em cicloergômetro e esteira rolante: compa-
rações entre corredores, ciclistas, triatletas e sedentários”. Web: http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-con-
tent/uploads/2010/03/comparacoes-potencia-e-cap-aer.pdf. Acesso em: 06 jun. 2019. 
Indicação para Acessar
Tratado de Fisiologia do Trabalho: bases fisiológicas do exercício
Per-Olof Astrand, Kaare Rodahl, Hans A. Dahl, Sigmund B. Stromme
Editora: Artmed
Sinopse: esta edição do Tratado de Fisiologia do Trabalho combina conhecimentos 
clássicos em fisiologia do trabalho e do exercício com as novas descobertas cien-
tíficas na área. O resultado é uma excelente obra de referência, indispensável a 
estudantes, fisiologistas, clínicos, professores de Educação Física, enfim, qualquer 
profissional que estude o trabalho realizado pelo corpo humano.
Indicação para Ler
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/cadernos_de_referencia_de_esporte_12_volumes/
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/cadernos_de_referencia_de_esporte_12_volumes/
http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/03/comparacoes-potencia-e-cap-aer.pdf
http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/03/comparacoes-potencia-e-cap-aer.pdf
164 
referências
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logia do Trabalho. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
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useful tool for evaluation of physical performance in intermittent sports. Sports 
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BANGSBO, J. The physiology of soccer-with special reference to intense intermi-
tent exercise. Acta Phisiologica Scandinavica Supplementum. v. 619, n. 1, p. 155, 
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CAPUTO, F.; STELLA, S. G.; MELLO, M. T.; DENADAI, B. S. Índices de potência 
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referências
166 
gabarito
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2. A.
3. B.
4. A.
5. C.
6. B.
7. E.
8. Indivíduo ativo: o início não necessita ser de intensidade muito baixa. Observar 
a recomendação do tempo de teste entre oito a 15 minutos.
Sem experiência em corrida: cicloergômetro é preferível. Esteira somente após 
boa familiarização.
Teste envolverá coleta de sangue para lactacidemia: protocolo em escada ou 
degrau, mínimo de três minutos por estágio para estabilização da concentração 
de lactato sanguíneo. Se for feito em esteira, necessita citar as pausas a cada 
estágio para coleta sanguínea.
9. Homem em nível de condição física fraca: 
VO2max (ml / kg / min) = (2080 – 504) / 45 = 35.
Mulher em nível de condição física superior: 
VO2max (ml / kg / min) = (2450 – 504) / 45 = 43,2.
gabarito
UNIDADE V
Professor Dr. Braulio Henrique Magnani Branco
Professor Me. Adriano Ruy Matsuo
Professor Me. Bruno Follmer
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Avaliação anaeróbia
• Testes laboratoriais
• Testes de campo
Objetivos de Aprendizagem
• Conceituar o metabolismo anaeróbio, alático e lático.
• Explorar as avaliações laboratoriais existentes para 
mensuração de aptidão anaeróbia.
• Descrever os testes de campo disponíveis para avaliação 
da aptidão anaeróbia.
AVALIAÇÃO ANAERÓBIA
unidade 
V
INTRODUÇÃO
C
aro(a) aluno(a), nesta unidade, o sistema anaeróbio de forne-
cimento de energia será o tema principal. Assim como o siste-
ma aeróbio, abordado na unidade anterior, a aptidão anaeróbia 
constitui importante elemento da condição física de um indiví-
duo. Por realizar esforços mais intensos e de menor duração, esse sistema 
engloba muitos dos exercícios e atividades já descritos na Unidade 3 so-
bre a força e a potência muscular.
Primeiramente, você aprenderá os conceitos básicos do sistema 
anaeróbio de fornecimento de energia. Elementos bioquímicos e de fisio-
logia humana serão descritos, o que facilitará o entendimento dos conteú-
dos que serão apresentados em seguida. Diversos exemplos práticos serão 
mostrados para que você tenha melhor compreensão do que se trata o 
sistema anaeróbio, tornando mais fácil e agradável seu aprendizado.
Naturalmente, protocolos de testes laboratoriais existem para a avalia-
ção da condição anaeróbia. Esses protocolos de avaliação serão descritos 
e apresentados para você, além dos equipamentos e das respectivas técni-
cas de coleta de dados. As principais variáveis de avaliação da capacidade 
anaeróbia também serão detalhadas, bem como sua importância no de-
sempenho esportivo. Tanto a capacidade quanto a potência anaeróbia têm 
suas variáveis de mensuração, que serão exploradas ao longo desta unidade.
Por fim, abordaremos os testes práticos de campo que avaliam a 
condição anaeróbia. Algumas avaliações têm sido desenvolvidas e de-
monstram resultados interessantes que podem ser traduzidos em rele-
vantes implicações no treinamento de atletas e indivíduos ativos. Cada 
teste prático apresenta suas particularidades, e seus protocolos geram 
variáveis específicas. Você terá acesso a todos esses aspectos, que lhe ga-
rantirão o embasamento necessário para escolher qual o teste de aptidão 
anaeróbia mais adequado para aplicar no(a) seu(sua) aluno(a) ou atleta. 
Bons estudos!
172 
 
Avaliação 
Anaeróbia
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 173
Olá, nesta unidade, o sistema anaeróbio de forneci-
mento de energia será o assunto principal. Trata-se 
de um sistema de vias metabólicas mais simples do 
que as do sistema aeróbio, porém, com algumas par-
ticularidades que podem gerar confusão. Para que 
isso não aconteça, faremos uma introdução ao siste-
ma anaeróbio de fornecimento de energia, antes de 
progredir para os testes de avaliação física que men-
suram essa capacidade.
Conforme descrito na unidade anterior, o ATP é 
a molécula elementar para o fornecimento de ener-
gia no metabolismo humano. Essa molécula está 
associada tanto à contração quanto ao relaxamen-
to muscular. Você já sabe que o músculo utiliza o 
oxigênio para ressintetizar o ATP em condições ae-
róbias, utilizando carboidratos, gorduras e até pro-
teínas como substratos. Como você também deve 
saber, existem rotas para a ressíntese de ATP que 
não envolvem a utilização direta do oxigênio, ge-
rando, assim, energia anaerobiamente. São dois os 
sistemas disponíveis para garantir esse processo – o 
sistema de fosfato de alta energia e o sistema glicolí-
tico anaeróbio. Em função do primeiro não envolver 
a formação de ácido lático, mas o segundo envolver, 
esses sistemas podem ser denominados anaeróbio 
alático e anaeróbio lático, respectivamente.
O sistema de fosfato de alta energia utiliza, priori-
tariamente, uma substância chamada creatina fosfato 
(CP) para ressíntese de energia, que é denominada via 
ATP-CP. Esse composto encontra-se no interior da cé-
lula, em concentrações de quatro a cinco vezes maio-
res do que a concentração intracelular de ATP. Mes-
mo assim, sua concentração ainda é pequena, tende 
a diminuir rapidamente sob exercício vigoroso e, por 
conseguinte, ocasiona fadiga do tecido muscular por 
depleção de substrato energético. Essa é a via metabó-
lica predominante durante atividades muito intensas e 
de curta duração, em torno de dez segundos, aproxi-
madamente (WILMORE; COSTILL, 2001). 
Ainda que existam outras vias para o forneci-
mento de energia, diante da manutenção da alta in-
tensidade da atividade, a fadiga por deficiência de 
CP é inevitável. Bioquimicamente, o processo de 
liberação de energia se dá pela quebra do compos-
to fosforado de creatina, sob ação da enzima crea-
tinaquinase. Esse fosfato, liberado pela CP, liga-se à 
molécula de adenosina di-fosfato (ADP) que, justa-
mente, carece de um fosfato para ser ressintetizada à 
ATP. O fator regulador da atividade da enzima cre-
atinaquinase é a ADP, garantindo a automodulação 
do processo. Ou seja, quanto mais ADP, mais a en-
zima creatinaquinase será estimulada (MAUGHAN; 
GLEESON; GREENHAFF, 2000).
Em modalidades como o futebol e o futsal, a 
potência anaeróbia alática é fundamentalmente 
usada por atletas ao realizarem ações como chutes, 
saltos e piques curtos. Dessa forma, gera-se melhor 
capacidade de resistir às mudanças de velocidade e 
de acompanhar o alto ritmo do jogo (WEINECK, 
2004). A produção de energia anaeróbia é extrema-
mente relevante, já que fornece energia de alta in-
tensidade durante períodos de exercícios intensos 
de jogo (BANGSBO, 1994), geralmente, aqueles que 
constituem os lances decisivos para o sucesso. Dessa 
forma, é fundamental que a avaliação da condição 
anaeróbia alática de atletas seja realizada dentro de 
um programa de treinamento. Outras modalidades 
que envolvem ações curtas e de altíssima intensida-
de também dependem muito dessa rota de forneci-
mento de energia.
174 
 
Quais outras modalidades apresentam ações 
físicas decisivas que envolvem alta intensida-
de por breve período de tempo? Pense em 
arremesso, salto, drible ou finta.
REFLITA
Existem, ainda, as provas que dependem quase que 
totalmente do fornecimento de energia pela rota 
ATP-CP. As provas olímpicas mais curtas do atle-
tismo e da natação são de 100 e 50 metros, respec-
tivamente. A duração dessas provas fica em torno 
dos dez segundos, no caso dos 100 metros rasos 
do atletismo, e dos 20 segundos, na prova dos 50 
metros da natação. Para que o músculo realize um 
esforço tão grande, se espera que ele recorra a uma 
rota simples e rápida, como a ATP-CP. Essa rota, 
porém, é bastante limitada pela oferta do substrato, 
a CP (GASTIN, 2001). Portanto, essas provas têm 
como característicao esforço absoluto intenso, em 
máxima velocidade.
Consequentemente, uma característica desses 
eventos é uma chegada acirrada ao final da prova, 
quase sempre decidida com o auxílio da tecnologia. 
Nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, a 
diferença entre o medalhista de bronze e o sexto co-
locado da prova dos 100 metros masculina de atle-
tismo foi de apenas cinco centésimos de segundo. 
No caso da prova olímpica de natação dos 50 metros 
livres, a medalha de ouro foi decidida pela diferença 
de um centésimo de segundo (INTERNATIONAL 
OLYMPIC COMMITTEE, 2019). Vale ressaltar que 
provas como essas são decididas por outros aspectos 
também, como boa velocidade de reação e vanta-
gens biomecânicas. Diversos testes e avaliações que 
verificam aspectos relacionados à potência anaeró-
bia podem auxiliar na identificação de talentos para 
provas com essas características.
Conforme citado anteriormente, o metabolis-
mo anaeróbio se manifesta de uma segunda forma. 
O processo de glicólise anaeróbia é mais complexo 
do que a formação de ATP do sistema ATP-CP. 
A glicólise anaeróbia representa, também, um dos 
principais fornecedores de ATP durante ativida-
des de alta intensidade e de curta duração, porém, 
um pouco mais duradouras, como as provas de 
400 e 800 metros, no atletismo, e os 100 metros, 
na natação (FUNDAÇÃO VALE, 2013b). Ainda, 
a potência anaeróbia lática é necessária nas situa-
ções de sucessivas ações de alta intensidade sem o 
devido tempo de recuperação, como em um jogo 
de futsal ou futebol (WEINECK, 2004). Essas ati-
vidades dependem, em grande parte, do sistema 
do ATP-CP e da glicólise anaeróbia, sendo, por-
tanto, denominadas atividades anaeróbias. O fator 
que diferencia essas atividades é formação ou não 
do ácido lático.
Conforme você deve saber pelos livros de fisio-
logia do exercício, a demanda energética determina 
se o rumo do piruvato formado se dará pela via ae-
róbia ou anaeróbia. O exercício de alta intensidade 
induz a saturação dos transportadores mitocon-
driais, gerando acúmulo significativo de piruvato 
fora da mitocôndria; esse acúmulo é convertido em 
ácido lático por enzimas específicas. Em função da 
sua elevada constante de dissociação, esse ácido lá-
tico praticamente não se acumula no sistema, dis-
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 175
sociando-se em hidrogênio e lactato imediatamente 
após sua formação (ASTRAND et al., 2006). É esse 
lactato formado que interessa quando avaliamos ati-
vidades de característica anaeróbia lática. 
Indivíduos bem treinados, geralmente, apresen-
tam concentrações de lactato menores do que os 
não treinados em uma mesma tarefa, o que sinaliza 
maior adaptação aos esforços que utilizam predomi-
nantemente o metabolismo anaeróbio lático. A acidi-
ficação do meio celular e sanguíneo, que é decorren-
te do acúmulo de íons provenientes da dissociação 
do ácido lático, é um fenômeno celular importan-
tíssimo, pois é apontado por diversos autores como 
o mecanismo responsável pela fadiga muscular do 
sistema glicolítico anaeróbico (GASTIN, 2001). 
Portanto, quanto menos lactato acumulado, menor 
acidificação do meio, com menos diminuição do pH 
sanguíneo, gerando menores prejuízos neuromus-
culares atribuídos a esse fenômeno (MAUGHAN; 
GLEESON; GREENHAFF, 2000).
Um estudo clássico de Gastin (2001) se propôs a 
estimar a contribuição aeróbia e anaeróbia de acordo 
com o tempo de duração de esforços máximos. Por 
exemplo, exercícios em intensidade máxima que du-
ram até dez segundos são 94% anaeróbios, enquanto 
que exercícios máximos que duram 240 segundos são 
apenas 21% anaeróbios, mas 79% aeróbios. Segundo 
o estudo, exercícios máximos com duração entre 60 a 
75 segundos teriam praticamente a mesma contribui-
ção dos sistemas aeróbio e anaeróbio, representando 
a faixa de transição dos dois metabolismos.
Algumas modalidades apresentam característi-
cas que podem gerar confusão sobre qual teste físico 
escolher para avaliar. Especificamente, a confusão 
gira em torno de qual capacidade é a mais impor-
tante de se avaliar no atleta. Por exemplo, Barros e 
Guerra (2004) afirmam que 88% das ações do jogo de 
futebol envolvem atividades aeróbias, enquanto que 
apenas 12% seriam atividades anaeróbias de maior 
intensidade. Em outro exemplo, dessa vez com mo-
dalidade de combate, a relação entre esforços de alta 
e baixa intensidades mostra que, no Brazilian Jiu-Jit-
su, os competidores passam a maior parte do tempo 
de luta em ações de baixa intensidade (ANDREATO 
et al., 2016). Tais informações poderiam induzi-lo a 
pensar que, como o metabolismo aeróbio parece ser 
o mais ativado nessas modalidades, é ele que deve 
ser avaliado preferencialmente. 
Por conta de possíveis deficiências em enzimas da rota glicolítica, como a fosfofrutoquinase, é normal 
que crianças não apresentem valores de concentração de lactato tão elevados quanto adultos após 
exercícios intensos. Isto não significa que crianças não atinjam picos de concentração de lactato após 
protocolos exaustivos.
Fonte: os autores.
SAIBA MAIS
176 
 
O que deve ser ressaltado é que as atividades que 
determinam o sucesso nessas modalidades, geralmen-
te, são realizadas com o fornecimento de energia pelas 
vias anaeróbias. Ações motoras como corridas curtas, 
saltos, chutes e acelerações são as que, geralmente, de-
terminam o sucesso para alcançar o objetivo do jogo do 
futebol, que é fazer o gol. Da mesma forma que no Bra-
zilian Jiu-Jitsu e na maioria das lutas, as ações decisivas 
são oriundas de movimentos rápidos e potentes, como 
uma queda, uma finalização ou um golpe traumático, 
nas modalidades de percussão. 
Todas essas ações de alta intensidade e menor 
duração é que, provavelmente, serão responsáveis 
pelo sucesso na modalidade. Por serem sustenta-
das pelo metabolismo anaeróbio, é este que deve ser 
prioritariamente avaliado. Logo, o fator fundamen-
tal para saber qual capacidade deve ser avaliada é 
analisar as ações decisivas da modalidade. Se estas 
envolverem esforços de curta duração e alta intensi-
dade, como nas modalidades da Figura 1, a avaliação 
de variáveis relacionadas ao metabolismo anaeróbio 
se faz fundamental.
Figura 1 - Modalidades 
Em qual momento de provas de longa distância, predominantemente aeróbias, o metabolismo anaeró-
bio pode ser fundamental para o sucesso?
REFLITA
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 177
Entender que há uma evidente associação entre as 
características dos testes de avaliação de força des-
critos na Unidade 3 deste livro com o metabolis-
mo anaeróbio, é de extrema importância. A força 
máxima e a potência muscular estão associadas 
ao metabolismo anaeróbio alático, enquanto que 
a resistência de força será sustentada pelos meta-
bolismos anaeróbio lático, ou até aeróbio, depen-
dendo da intensidade do esforço (FUNDAÇÃO, 
2013a). Portanto, todos os testes apresentados na 
Unidade 3 sobre força máxima, resistência e po-
tência podem ser entendidos como protocolos de 
testes da aptidão anaeróbia de um sujeito. Dessa 
forma, avaliar a aptidão não é exclusividade para 
treinadores e atletas de alto rendimento. Conforme 
visto anteriormente, a força muscular está relacio-
nada positivamente com diversos marcadores de 
saúde, como a massa óssea, a tolerância à glicose, 
o aumento do metabolismo basal, a integridade 
músculo-tendínea e com a funcionalidade do cor-
po para ações da vida diária, diminuindo riscos de 
lesão (PESCATELLO et al., 2014).
As principais variáveis dos testes que avaliam 
a aptidão anaeróbia também são semelhantes às 
encontradas nas avaliações de força máxima, força 
resistente e força potente. A potência, em Watts, 
provavelmente é a variável mais avaliada, e pode 
ser expressa em termos absolutos ou relativos à 
massa corporal do avaliado. Ainda, a potência 
média, bem como a velocidade, a força e a acele-
ração aparecem como variáveis dos testes. O índi-
ce de fadiga é uma variável de extrema relevância, 
e que pode ajudar muito na preparação de um(a) 
atleta, dependendo da modalidade. Todasessas 
variáveis e seus significados clínicos e práticos 
serão discutidos na sequência desta unidade, no 
próximo tópico.
Neste primeiro tópico, você conheceu os concei-
tos básicos sobre as duas manifestações do sistema 
anaeróbio. O fornecimento de energia por meio da 
rota da ATP-CP foi descrito, bem como exemplos 
de provas foram mostrados a você. A rota da ATP-
-CP não envolve a formação de ácido lático, por este 
motivo, é denominada anaeróbia alática. Por outro 
lado, o metabolismo anaeróbio proveniente da gli-
cólise resulta em acúmulo de ácido lático e, conse-
quentemente, há aumento da concentração de íons e 
de lactato no sangue. Por este motivo, é denominado 
anaeróbio lático. Esforços de curta duração e inten-
sidades elevadas são característicos do metabolismo 
anaeróbio, e essas ações são decisivas em muitas 
modalidades esportivas. No próximo tópico, você 
terá conhecimento dos principais protocolos de ava-
liação da aptidão anaeróbia em laboratório.
178 
 
Testes 
Laboratoriais
Olá, este tópico será dedicado aos protocolos de tes-
tes laboratoriais que se propõem a avaliar a aptidão 
anaeróbia. Conforme você deve imaginar, os proto-
colos que serão apresentados neste tópico deman-
dam aparelhagem específica, sofisticada e, muitas 
vezes, inacessível ao grande público. Além disso, os 
avaliadores devem estar treinados para conduzir os 
testes, seguindo a padronização correta para obter 
dados precisos sobre as variáveis de mensuração da 
condição anaeróbia. Por outro lado, esses protocolos 
representam as melhores opções disponíveis para 
avaliação anaeróbia, gerando dados representativos 
para o diagnóstico da condição atual e a resposta de 
um indivíduo ao treinamento.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 179
O Wingate Anaerobic Test foi desenvolvido 
há bastante tempo e é mundialmente difundido 
(INBAR; BAR-OR; SKINNER, 1996). Pode ser con-
siderado um dos testes laboratoriais mais utilizados, 
principalmente por sua praticidade. Além disso, o 
teste de Wingate origina dados úteis na avaliação da 
condição atual e é sensível ao treinamento. O teste 
demanda um cicloergômetro com o software especí-
fico, em que o teste já está embutido no ergômetro, o 
que facilita a realização da avaliação e a geração dos 
dados para posterior análise. Como se trata de um 
protocolo de avaliação amplamente utilizado, ele 
será minuciosamente descrito a você.
O teste consiste em pedalar em cicloergômetro 
por 30 segundos, na maior rotação possível, contra 
uma resistência oferecida pelo ergômetro. A resis-
tência é fixa ao longo do teste e representa 7,5% da 
massa corporal total do indivíduo que será avaliado 
(INBAR; BAR-OR; SKINNER, 1996). Essa carga de 
resistência foi selecionada, originalmente, em indi-
víduos jovens, o que gera algumas discussões quanto 
ao seu emprego em adultos ou atletas. Alguns ou-
tros protocolos já foram desenvolvidos com diferen-
tes cargas relativas à massa corporal, porém, a carga 
original permanece como a mais utilizada (FRAN-
CHINI, 2002). Portanto, se o intuito é comparar os 
resultados de sua avaliação com a de valores de refe-
rência para uma população ou com os de outros es-
tudos, escolha a carga originalmente proposta, pois 
essa será a escolhida na grande maioria dos estudos.
Detalharemos mais o protocolo do teste de Win-
gate. Primeiramente, você deverá mensurar a mas-
sa corporal do sujeito que será avaliado por meio 
de uma balança. Cuide para que o indivíduo esteja 
descalço e sem objetos pesados junto ao corpo. Ge-
ralmente, o cicloergômetro em que será realizado o 
teste possui o software do protocolo, portanto, você 
deverá inserir o valor da massa corporal do(a) ava-
liado(a) e o computador fará o cálculo da resistência 
que deverá ser aplicada durante o teste. A posição do 
avaliado no cicloergômetro deve respeitar uma regra 
básica. Sentado(a), o(a) avaliado(a) deve permanecer 
em contato com o pedal da bicicleta durante toda a 
amplitude de movimento da pedalada, inclusive no 
ponto em que o joelho se encontra mais estendido. 
Por outro lado, deve-se observar que o joe-
lho do indivíduo não pode permanecer muito 
flexionado, mesmo no ponto mais distante do pedal. 
A recomendação geral é que o banco esteja próximo 
à linha da crista ilíaca do avaliado, quando ele per-
manece de pé ao lado do ergômetro. Uma vez cor-
retamente posicionado no cicloergômetro, o indiví-
duo deverá realizar uma pedalada por três minutos, 
com uma carga que vai de baixa a moderada (60 a 90 
W) em 60 rotações por minuto, para aquecer. Após o 
aquecimento, o(a) avaliador(a) deverá inserir os da-
dos do avaliado no ergômetro e dar início ao proto-
colo de avaliação. Geralmente, o indivíduo inicia uma 
pedalada livre e acompanha uma contagem regressiva 
de 30 segundos. Nos instantes finais dessa etapa, em 
torno de três a cinco segundos restantes, o(a) avalia-
do(a) já é estimulado(a) a aumentar o giro de rotação 
do movimento de pedalar. 
Automaticamente, após os primeiros 30 segundos 
regressivos sem carga, o teste é iniciado sem inter-
rupção (BAR-OR, 1987). Nesse momento, a carga de 
7,5% é oferecida ao avaliado, e este deverá pedalar na 
máxima intensidade possível durante 30 segundos. 
A contagem do tempo, dessa vez, será mostrada de 
forma progressiva na tela do ergômetro (dependendo 
do modelo). Vale ressaltar que, durante todo o tem-
po do teste, o(a) avaliado(a) deverá ser verbalmente 
estimulado(a) a realizar a maior intensidade possível, 
mantendo o maior número de rotações por minuto. 
180 
 
O comportamento padrão do teste é de uma al-
tíssima intensidade nos momentos iniciais, com ele-
vados ciclos de rotação no ergômetro. Com o passar 
dos primeiros dez segundos de teste, a intensidade 
tende a cair bruscamente e, ao final, o(a) avaliado(a), 
geralmente, pedala em intensidade muito menor do 
que a inicial. Principalmente por essa fadiga acen-
tuada é que se orienta que haja motivação externa 
durante todos os 30 segundos do teste. Diferente-
mente do teste incremental em cicloergômetro para 
determinação do consumo máximo de oxigênio, o 
teste de Wingate não requer o uso de espirometria. É 
importante salientar que o indivíduo avaliado deve-
rá permanecer sentado durante toda a execução do 
teste, para fins de padronização.
O encerramento do teste deverá ser comunicado 
pelo(a) avaliador(a) ao sujeito avaliado. Por conta 
do esforço intenso que marca o teste de Wingate, 
é aconselhado que o(a) avaliado(a) permaneça no 
cicloergômetro, pedalando em baixa intensidade e 
sem carga de resistência por, pelo menos, dois mi-
nutos. Enquanto registra os resultados do teste, que 
podem ser gerados instantaneamente no painel do 
ergômetro, o(a) avaliador(a) deverá observar as re-
ações do(a) avaliado(a). Não é incomum que avalia-
dos do teste de Wingate sintam-se fracos, pálidos e 
tenham até mesmo vômitos ou desmaios. Portanto, 
o(a) avaliador(a) nunca deve deixar o(a) avaliado(a) 
sozinho(a) após a realização do teste.
Apesar de amplamente utilizado em treinamen-
to e na ciência, o Wingate apresenta algumas claras 
limitações, que serão discutidas a seguir. Por se tra-
tar de um teste em cicloergômetro, em que a princi-
pal ação motora é pedalar, alguns especialistas não 
recomendam e nem utilizam o Wingate. Modalida-
des como vôlei, basquete, natação, futebol, entre ou-
tras, não apresentam qualquer especificidade com o 
gesto de pedalar. Nesses casos, outras possibilidades 
de avaliações da aptidão anaeróbia são realizadas 
com outros gestos motores que se aproximem mais 
aos realizados em determinadas modalidades. Pro-
tocolos aquáticos, com saltos, ou com corrida, ten-
tam gerar dados tão confiáveis, reprodutíveis e úteis 
quanto os do Wingate.
Entretanto, a praticidade do Wingate e a fácil 
leitura dos resultados acabam, muitas vezes, con-
vencendo que essa avaliação pode sim, ser útil para 
diagnosticar, em atletas de diferentes modalidades, 
a aptidão anaeróbia, ou verificar efeitos do treina-
mento (BAR-OR, 1987). Na realidade, ainda hoje,existem tentativas de criação de protocolos de ava-
liação da capacidade e potência anaeróbia em es-
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 181
teira, com o movimento de corrida. Os protocolos 
variam entre testes progressivos com estágios de 20 
segundos de corrida (NUMMELA et al., 1996) ou 
testes de corrida única de 30 segundos, na máxima 
velocidade (MCKIE et al., 2017). Entretanto, o fato 
é que nenhum protocolo criado até o momento con-
seguiu ganhar a popularidade e o reconhecimento 
que o Wingate tem como padrão para mensuração 
da capacidade e potência anaeróbia. 
Além disso, o fato de o Wingate ser realizado numa 
situação em que o avaliado fica estável possibilita que 
pacientes com diversas limitações ou condições espe-
ciais sejam avaliados em segurança. É o caso de pa-
cientes com paralisia cerebral, o que compromete os 
movimentos e a coordenação. Portanto, nesse caso, o 
Wingate é um excelente teste para avaliação da apti-
dão anaeróbia, e deve ser utilizado, principalmente, 
na comparação do mesmo indivíduo em momentos 
diferentes (PESCATELLO et al., 2014). Ao final do 
teste, as variáveis obtidas no Wingate são automati-
camente geradas pelo software contido no ergômetro. 
Elas são de simples entendimento e podem fornecer 
informações importantes para avaliadores(as) e ava-
liados(as) (INBAR; BAR-OR; SKINNER, 1996). 
O resultado do teste de Wingate é fornecido em 
seis intervalos de cinco segundos cada. Os seis inter-
valos são: entre 0 e 5 s, entre 5 e 10 s, entre 10 e 15 s, 
entre 15 e 20 s, entre 20 e 25 s, e entre 25 e 30 s. Esta 
divisão temporal facilita a elaboração de gráficos de 
pico de potência absoluto ou relativo pelo tempo. O 
pico de potência anaeróbia absoluto é considerado o 
maior valor absoluto de potência alcançado pelo in-
divíduo ao longo dos 30 segundos de teste. O pico de 
potência anaeróbia relativo reflete o pico absoluto de 
potência anaeróbia dividido pela massa corporal do 
indivíduo, previamente informada pelo(a) avalia-
dor(a) ao ergômetro. Esse parâmetro é importante 
no sentido de fornecer referência sobre a potência 
anaeróbia do indivíduo desconsiderando sua massa 
corporal. Essa variável permite a comparação entre 
indivíduos de massas corporais distintas. O com-
portamento normal de um teste de Wingate é uma 
curva decrescente, partindo de valores altos de po-
tência nos primeiros cinco a dez segundos de teste, 
seguidos por uma queda inevitável de potência, até 
o trigésimo segundo de teste.
Quais vias metabólicas e substratos são pre-
dominantemente utilizados ao longo dos 30 
segundos do teste de Wingate?
REFLITA
Após receber as informações básicas do metabolismo 
anaeróbio alático e lático no primeiro tópico desta 
unidade, você já deve saber relacionar o comporta-
mento da potência ao longo dos 30 segundos do teste 
de Wingate com o funcionamento do metabolismo 
anaeróbio de fornecimento de energia. Por conta da 
incapacidade de suprir toda a demanda do esforço, 
o metabolismo anaeróbio alático deve ser predo-
minante apenas nos primeiros segundos do teste. 
O metabolismo anaeróbio lático passa a ser predo-
minante rapidamente, e são esperadas altas concen-
trações de lactato sanguíneo alguns minutos após o 
encerramento do protocolo de teste de Wingate.
A potência média é mais uma variável que pode 
ser extraída dessa avaliação. A potência média ab-
soluta representa a média de potência alcançada 
ao longo dos seis intervalos de cinco segundos, en-
quanto que a potência média relativa normaliza o 
valor absoluto registrado pela massa corporal do 
182 
 
avaliado (BAR-OR, 1987). O valor de percentual de fadiga, ou índice de fadiga, é 
outra variável obtida pelo teste de Wingate. Esse valor remete à queda da potência 
desenvolvida pelo indivíduo ao longo dos 30 segundos de teste (BAR-OR, 1987), e 
deve ser calculado pela seguinte fórmula matemática:
Índice de fadiga
Pico de potência menor potência do test
 
 
=
ee
Pico de potência
x( )




 
 100–
Geralmente, a maior potência é obtida no primeiro intervalo de cinco se-
gundos do teste, enquanto o valor de menor potência é invariavelmente regis-
trado no último segmento de tempo da avaliação. Quanto maior for o valor ob-
tido no índice de fadiga, maior a queda que o indivíduo apresentou nos valores 
de potência ao longo dos 30 segundos de teste. Por outro lado, indivíduos que 
registram pouca diferença entre a maior e menor potência ao longo do teste 
devem apresentar baixo valor de índice de fadiga. Por exemplo, um avaliado 
que inicia o teste com 1000 W de potência e finaliza com 800 W apresentará 
um índice de fadiga de apenas 20%, o que significa que houve pouca queda de 
desempenho ao longo dos 30 segundos de teste.
Esse índice ganha relevância se analisarmos qual a modalidade que o(a) ava-
liado(a) pratica. Praticantes de esportes que necessitam de momentos únicos de 
máxima potência, como saltos, arremessos e lançamentos, não precisam apresentar 
baixos valores dessa variável.
Por outro lado, esportistas que precisam manter seus níveis de potência por 
diversos momentos do jogo ou da prova podem se beneficiar de menores índices 
de fadiga. Como exemplo, você pode pensar em modalidades coletivas, como fute-
bol, basquete e voleibol, em que repetidos esforços são realizados, e é interessante 
possuir a capacidade de manter os níveis de potência sem queda de desempenho 
ao longo de uma partida. Como um exemplo mais claro, pense na prova dos 400 
metros do atletismo. Não a vence quem atinge a velocidade máxima ao longo da 
prova, mas sim, quem tem a maior velocidade média ao final dela. Portanto, numa 
prova de 400 metros, que dura um pouco mais do que 40 segundos, possuir um 
baixo índice de fadiga pode ser incrivelmente importante.
Por fim, a capacidade anaeróbia total é entendida como o trabalho total com-
pletado durante o teste de Wingate. Para que seja calculado esse valor, basta somar 
o pico de potência obtido em cada um dos seis intervalos de cinco segundos regis-
trados do teste (INBAR; BAR-OR; SKINNER, 1996).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 183
A avaliação de Wingate é sempre realizada em 
cicloergômetro para membros inferiores, mas 
também tem sido realizada em cicloergômetro 
para braços, o que acaba por avaliar, especifica-
mente, a aptidão anaeróbia dos membros supe-
riores. Cicloergômetros para braços podem ser 
modificados a partir de cicloergômetros tradicio-
nais, substituindo os pedais por manoplas para as 
mãos, e adequando a estrutura do ergômetro para 
que o indivíduo permaneça em posição sentada, 
com o esforço realizado na altura dos ombros 
(PESCATELLO et al., 2014). 
Apesar da mesma lógica do protocolo original 
de 30 segundos, no Wingate para membros supe-
riores, existem algumas recomendações específi-
cas. Por exemplo, a carga de resistência que o ergô-
metro empregará ao longo do teste deve ser menor 
do que os tradicionais 7,5%. Os valores de 6% para 
homens e de 4,8% para mulheres aparecem como 
as melhores cargas indicadas para a realização do 
teste de Wingate adaptado para membros supe-
riores (INBAR; BAR-OR; SKINNER, 1996). Este 
modo de execução pode ser indicado a indivíduos 
que possuem limitações para se exercitar com os 
membros inferiores, e os resultados obtidos nes-
ses protocolos parecem ser úteis nessas populações 
(PESCATELLO et al., 2014).
A utilização de outros instrumentos permite a 
mensuração da potência anaeróbia por meio de ou-
tros protocolos de avaliação laboratorial, principal-
mente relacionados ao pico de potência anaeróbia. 
Instrumentos como os acelerômetros, que medem a 
velocidade e a aceleração e podem gerar dados de 
pico de potência por meio de cálculos matemáticos 
(COMSTOCK et al., 2011). São, geralmente, apare-
lhos pequenos e que ficam presos à barra ou ao cor-
po do avaliado. Após fornecer algumas informações 
básicas, como os dados de estatura e massa corporal 
do avaliado, o teste é realizado. Por exemplo, num 
teste de salto, com movimento semelhante aos des-
critos na Unidade 3, o aparelhopreso à cintura do 
avaliado calculará a altura do salto, a velocidade e 
a aceleração; considerando a informação prévia da 
massa corporal do indivíduo, outras variáveis serão 
calculadas, como a potência pico e média, em valo-
res absolutos ou relativos. 
Em exercícios como o supino e o agachamento, 
o dispositivo deve ser fixado à barra na qual será re-
alizado o teste. Você deverá informar ao equipamento 
a carga externa oferecida. A instrução para um teste 
como esse é bastante simples: o avaliado deverá reali-
zar a fase concêntrica da contração na maior velocida-
de possível. No caso do supino, a fase concêntrica será 
aquela em que o avaliado empurra a barra para cima, 
A motivação é um fator decisivo para o desempenho no teste de Wingate. Diversos estudos verificaram 
que fatores motivacionais, principalmente emocionais, podem influenciar as variáveis do teste. Esse 
é mais um fator a ser considerado, claro. Portanto, a padronização dos procedimentos do teste é a 
melhor forma de excluir variáveis intervenientes e, consequentemente, obter resultados que traduzam 
exclusivamente os efeitos da intervenção proposta.
Fonte: os autores.
SAIBA MAIS
184 
 
nesse caso, tentando realizar o movimento na maior 
velocidade possível, como num arremesso. Novamen-
te, diversas variáveis são fornecidas pelo dispositivo 
após uma série de repetições, que varia de acordo com 
o objetivo do teste. Geralmente, o pico de potência é o 
mais relevante, e deriva quase que exclusivamente do 
metabolismo anaeróbio alático, já que os esforços são 
máximos em curtos períodos de tempo. 
Os picos de potência de exercícios como supino 
(SILVA et al., 2015) e remo (TAVARES et al., 2018) 
para membros superiores, além do agachamento 
(COMSTOCK et al., 2011) para membros inferiores, 
têm sido registrados na literatura. Vale ressaltar que a 
realização prévia do teste de carga máxima de 1RM, 
descrito na Unidade 3, faz-se fundamental. Após sa-
ber a carga máxima do(a) avaliado(a), você poderá 
investigar qual a carga relativa à máxima (1RM) com 
a qual a potência máxima é atingida. Valores em tor-
no de 40 a 50% do 1RM têm sido reportados como os 
ideais para a obtenção dos maiores picos de potên-
cia em comparação a outras cargas relativas ao 1RM, 
como 30% ou valores maiores de 60% (SILVA et al., 
2015; TAVARES et al., 2018).
Lembre-se, conforme discutido na Unidade 3, a 
potência muscular depende da força e da velocida-
de, portanto, cargas muito altas são movimentadas 
com menos rapidez, o que compromete os resul-
tados de potência. Da mesma forma, a potência é 
comprometida com cargas demasiadas baixas, mes-
mo que a velocidade atingida seja bastante alta. As-
sim como descrito na Unidade 3, no tópico de Po-
tência Muscular, os testes de saltos em plataforma 
de força fornecem dados intimamente ligados ao 
sistema anaeróbio de fornecimento de energia. Tes-
tes de saltos com ou sem contramovimento avaliam, 
basicamente, o sistema alático em ações únicas que 
envolvem força e velocidade. 
No intuito de expandir as possibilidades envol-
vendo saltos, pesquisadores desenvolveram um tes-
te de saltos contínuos pelo tempo de 30 segundos 
(DAL PUPO et al., 2014). O tempo de duração faz 
referência direta ao teste de Wingate, previamente 
descrito, ao qual foram feitas as comparações dos 
índices anaeróbios extraídos da avaliação. O teste 
consiste em realizar, durante 30 segundos, saltos su-
cessivos e ininterruptos com a técnica correta do sal-
to com contramovimento, em máxima intensidade. 
Esse teste é realizado sobre uma plataforma de força. 
A maioria das variáveis extraídas do teste de saltos 
contínuos teve relação com as conhecidas variáveis 
de Wingate. 
Houve correlações entre a média de altura dos 
quatro primeiros saltos e o pico de potência do 
Wingate, e entre a média de altura em todos os sal-
tos e a potência média ao longo dos 30 segundos do 
teste. O pico de lactato atingido após os dois pro-
tocolos também se correlaciona, além do índice de 
fadiga, que também demonstrou relação entre os 
testes. Tais achados sustentaram a ideia dos autores 
de que o teste de saltos contínuos em 30 segundos 
fornece dados dos índices anaeróbios, inclusive, 
com a participação do metabolismo anaeróbio lá-
tico. Ainda, esse protocolo pode ser mais específico 
a atletas de modalidades que tenham, nos saltos e 
impulsões, as ações motoras específicas, como jo-
gadores de voleibol.
O sistema de fotocélulas é bastante utilizado 
com a finalidade de avaliar com precisão um dos 
componentes da potência anaeróbia, a velocidade 
(FUNDAÇÃO VALE, 2013a). Nesse sistema, a cro-
nometragem do teste de deslocamento entre dois 
pontos é precisamente mensurada, evitando os erros 
frequentes que ocorrem quando se utiliza um cro-
nômetro manual. Diversos testes para avaliação da 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 185
velocidade existem, com protocolos de distâncias de 
20, 30 e 50 m. Ainda, algumas avaliações são realiza-
das com os indivíduos partindo de posição estática, 
enquanto outros iniciam lançados, com o avaliado 
já em corrida antes mesmo do ponto de partida da 
distância do teste (MARINS; GIANNICHI, 2003). 
Aparelhagem como as fotocélulas permitem o for-
necimento de outras variáveis além de tempo e ve-
locidade, como a aceleração e o índice de fadiga, em 
caso de sucessivos tiros de velocidade. A velocidade 
de reação também é mensurada com maior precisão 
por meio de avaliação com fotocélulas. 
Por favor, não confunda a velocidade de reação 
com reflexo. Velocidade de reação é uma capacidade 
física que pode ser treinada, e se resume ao tempo 
entre um estímulo e uma consequente reação. Mo-
dalidades de curta duração, como provas rápidas de 
natação e atletismo, dependem muito de uma boa 
saída no início da prova; são exemplos de prova em 
que uma boa velocidade de reação auditiva (ao som 
do anúncio de início) é necessária. Goleiros de fu-
tebol, futsal e handebol, por exemplo, necessitam 
de grande velocidade de reação por estímulo visu-
al, principalmente pela observação da trajetória da 
bola em sua direção. Portanto, avaliar a velocidade 
de reação em praticantes dessas modalidades se faz 
extremamente relevante.
Praticamente todos os testes que avaliam a ve-
locidade em distâncias curtas e, consequentemente, 
por curtos períodos de tempo, serão formas de ava-
liar o sistema anaeróbio. Em esforços únicos e curtos, 
o sistema anaeróbio alático deve ser absolutamente 
predominante, enquanto que corridas ou esforços re-
petidos acabam por ativar a via anaeróbia, com for-
mação de ácido lático, ou seja, a via anaeróbia lática. 
A capacidade e potência anaeróbias mensuradas em 
laboratório demandam equipamentos sofisticados e, 
muitas vezes, inacessíveis à maioria dos(as) professo-
res(as) e treinadores(as). Apesar de bastante simples, 
os protocolos laboratoriais nem sempre podem ser 
realizados na rotina de avaliação física de indivíduos 
normais, ou até mesmo, em atletas. 
No presente tópico, você soube que o Wingate é 
o mais conhecido e difundido teste para avaliação da 
aptidão anaeróbia em laboratório. Sua praticidade e 
facilidade na interpretação dos resultados lhe garan-
tem essa preferência. Outros testes foram descritos 
para você, por exemplo, a avaliação de potência em 
exercícios comuns, como supino e agachamento. En-
tretanto, equipamentos especificamente designados, 
por exemplo, o acelerômetro, são necessários para 
que dados confiáveis e reprodutíveis sejam forneci-
dos. A velocidade em curtas distâncias, bem como a 
velocidade de reação, também integram a bateria de 
exercícios necessária para uma completa avaliação da 
potência anaeróbia, principalmente de componente 
alático. Nesse caso, equipamentos como fotocélulas 
são indispensáveis para uma precisa avaliação.
186 
 
Testes 
de Campo
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 187
Conforme comentado anteriormente, neste tópico, 
você terá conhecimento dos principais protocolos 
de avaliação da aptidão anaeróbia por meio de testes 
práticos de campo. Diferentementedos testes labo-
ratoriais, os de campo são muito mais acessíveis a 
profissionais da Educação Física de diferentes áreas 
e com diferentes enfoques. Assim como nos testes 
laboratoriais, porém, uma rigorosa padronização na 
execução dos testes é necessária para que os dados 
gerados por essas avaliações tenham utilidade no 
diagnóstico da aptidão anaeróbia e no acompanha-
mento de eventuais treinamentos.
Da mesma forma que o Wingate representa o 
teste laboratorial mais realizado para avaliar a ap-
tidão anaeróbia, o Running-based Anaerobic Sprint 
Test, ou simplesmente RAST, é o teste prático de 
campo mais conhecido. Ele foi originalmente cria-
do para avaliação da condição anaeróbia com o uso 
de cronômetro, apenas (DRAPER; WHYTE, 1997). 
Diversos estudos foram realizados até o momento 
e essa avaliação tem demonstrado estreita relação 
com o Wingate, sendo reconhecida como um dos 
principais instrumentos para avaliação da capacida-
de e potência anaeróbias. O RAST apresenta dife-
rentes formatos, porém, o mais difundido consiste 
em seis tiros de 35 metros em velocidade máxima. O 
avaliado tem dez segundos de intervalo entre cada 
um dos tiros de velocidade. 
O que deve ser registrado, nesse teste, é o tem-
po de cada um dos seis piques de 35 metros. Os dez 
segundos de intervalo, porém, também devem ser 
registrados por cronômetro, o que sugere uma quan-
tidade ideal de dois(as) avaliadores(as) na execução 
desse protocolo de avaliação. Cada um(a) dos(as) 
avaliadores(as) seria responsável por registrar o tem-
po de cada um dos momentos do teste, em velocidade 
ou em descanso. Ainda, cada participante deverá ser 
avaliado individualmente, para evitar possível con-
fusão no momento da coleta dos dados. Os coman-
dos para o(a) avaliado(a) são extremamente básicos 
e simples, como “posiciona”, “prepara” e “já”. 
É importante salientar ao(à) avaliado(a) que 
ele(a) passe correndo em máxima velocidade pos-
sível pela marca final dos 35 metros, deixando para 
desacelerar após a marca, a fim de não comprometer 
o resultado do teste. Além de envolver um exercício 
comum para diversas modalidades esportivas, que é 
a corrida, o RAST pode e deve ser realizado no terre-
no específico e com calçado específico à modalidade. 
Por exemplo, jogadores de futebol poderão realizar 
o RAST calçando chuteiras, no gramado, pois assim 
será mais específico à situação real encontrada no 
momento do jogo, aumentando a validade externa 
da avaliação. A partir do tempo registrado de cada 
tiro de velocidade, é possível o cálculo de diversas 
variáveis, conforme a lógica a seguir:
Distância = 35m
Tempo = Tempo registrado em cada um dos seis tiros
Velocidade = 
Distância
Tempo
Aceleração = 
Velocidade
Tempo
Força = Massa corporal x Aceleração
Potência absoluta = Força x Velocidade
Potência relativa = 
Potência absoluta
Massa corporal
188 
 
Conforme você pôde notar nas equações expostas, é fundamental que você 
colete a massa corporal do sujeito avaliado antes do teste, para gerar a cascata 
completa de equações. A utilização de fotocélulas, conforme citado no último 
tópico, aumenta muito a precisão dos valores registrados para cada uma das vari-
áveis extraídas do teste. A potência máxima será obtida utilizando o menor valor 
de tempo dos tiros de velocidade. De maneira oposta, a menor potência corres-
ponderá ao tiro em que houve o maior tempo registrado. A potência média é cal-
culada como a média aritmética da potência obtida nos seis tiros (FUNDAÇÃO 
VALE, 2013a). Ainda, o índice de fadiga pode ser calculado segundo a seguinte 
fórmula:
Índice de fadiga
Potência máxima Potência mínima
Potência
 
 
=
( )
 
 
máxima
x





 100
–
Assim como no teste de Wingate, um elevado valor de índice de fadiga repre-
senta grande queda no desempenho ao longo do teste, possivelmente indicando a 
necessidade do(a) avaliado(a) em melhorar a sua capacidade anaeróbia e a resistên-
cia à fadiga. Ainda, a capacidade anaeróbia é vista como a soma de todas a potên-
cias obtidas ao longo dos seis tiros de velocidade, semelhante à lógica aplicada ao 
teste de Wingate. Assim como nesse teste, os(as) avaliados(as) devem ser motivados 
ao longo de todos os tiros de velocidade. Curiosamente, um estudo investigou a 
influência do ritmo musical durante a avaliação do RAST (ATAN, 2013). Foram 
realizadas três sessões do teste, uma sem música, outra com música lenta, e a úl-
tima, com música rápida. Não houve qualquer influência da música em nenhuma 
das variáveis do RAST. 
O mesmo estudo investigou, também, a influência no Wingate e, novamen-
te, nenhuma diferença foi constatada. Portanto, parece que música como compo-
nente motivacional não possui influência no desempenho em testes de capacida-
de anaeróbia, como o RAST e o Wingate. A aptidão anaeróbia também pode ser 
mensurada em um teste prático de campo que envolve corrida contínua. Trata-
se do teste de corrida em 40 segundos, desenvolvido por Matsudo (MARINS; 
GIANNICHI, 2003). Ele consiste em mensurar qual distância é percorrida em 
uma corrida em máxima velocidade, por 40 segundos. Para tanto, é indicado que 
essa avaliação seja realizada em uma pista atlética e que haja uma marcação em 
determinados espaços de metros, por exemplo de cinco em cinco, dez em dez, ou 
até de um em um, dependendo do nível de precisão que se deseja obter. 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 189
O cronômetro é acionado no início do teste e, ao 
completar 40 segundos, o(a) avaliador(a) poderá emi-
tir um sinal sonoro para indicar o final do teste. Mais 
importante do que indicar o final, o(a) avaliador(a) 
deverá observar, com precisão, qual a posição do(a) 
avaliado(a) ao final do tempo e, assim, computar qual 
foi a exata distância percorrida. Esse teste pode con-
tar com dois(as) avaliadores(as) para que a medida da 
distância percorrida seja realizada com maior preci-
são. Essa avaliação não resulta em dados de potência, 
especificamente, porém, a distância percorrida gera 
uma referência à capacidade anaeróbia total do avalia-
do, principalmente de característica lática, por conta 
da intensidade e duração do esforço.
Por ser um teste simples e de fácil execução, 
pode ser aplicado em diversos públicos. Não se trata 
de uma avaliação específica e exclusiva para atletas. 
De acordo com Marins e Giannichi (2003), duas ta-
belas com valores coletados em grandes amostras 
foram divulgadas com resultados provenientes do 
teste de corrida de 40 segundos. A primeira relata os 
resultados de escolares de sete a 18 anos. A segunda 
apresenta valores médios de atletas de alto nível de 
diferentes modalidades esportivas.
Quadro 1 - Resultados, em metros, do teste de corrida de 40 segundos 
em escolares da rede pública de sete a 18 anos
Idade Masculino Feminino
7 178,03 ± 12,24 166,42 ± 11,91
8 191,95 ± 19,37 169,50 ± 12,89
9 197,29 ± 13,72 186,42 ± 17,50
10 200,21 ± 17,01 189,93 ± 10,52
11 203,34 ± 19,24 195,09 ± 24,33
12 213,15 ± 19,37 195,82 ± 18,16
13 221,48 ± 15,93 201,78 ± 25,79
Idade Masculino Feminino
14 230,29 ± 23,23 204,85 ± 20,11
15 246,54 ± 12,76 202,16 ± 18,96
16 250,70 ± 16,56 197,29 ± 15,64
17 240,20 ± 17,32 197,12 ± 10,01
18 261,67 ± 19,85 201,09 ± 10,98
Fonte: Marins e Giannichi (2003).
Quadro 2 - Valores, em metros, de resultados obtidos no teste de 40 
segundos por atletas de diferentes modalidades
Modalidade Masculino Feminino
Natação 232,61 ± 34,12 208,16 ± 12,32
Atletismo 295,90 ± 17,70 258,83 ± 25,21
Basquetebol 266,01 ± 15,93 228,61 ± 16,96
Ginástica 261,10 ± 19,93 216,91 ± 13,70
Voleibol 267,10 ± 14,22 227,21 ± 17,44
Pugilismo 272,69 ± 11,04 X
Sel. Bras. 
Voleibol 279,98 ± 14,20 X
Sel. Bras. 
Basquetebol 275,30 ± 21,60 X
Fonte: Marins e Giannichi (2003).
A potência anaeróbia de membros inferiores, prin-
cipalmente o componente alático, pode ser avaliada 
por um teste de campo que não envolve correr e nem 
pedalar. Trata-se do teste de dez saltos horizontais 
sucessivos. Esse protocolo de avaliação visa a abran-
ger praticantesde modalidades em que os saltos es-
tejam entre as ações decisivas para o sucesso, mais 
do que pedalar ou correr. Atletas como saltadores 
em provas do atletismo, lutadores e ginastas pode-
riam se beneficiar da especificidade desse protocolo 
de avaliação (MARINS; GIANNICHI, 2003).
190 
 
Antes da execução do teste, o(a) avaliador(a) deverá fazer marcas no chão a 
cada 50 centímetros, num espaço considerável, em torno de 30 metros. O indiví-
duo avaliado deverá realizar dez saltos horizontais consecutivos, mantendo os pés 
unidos, sem sobrepasso, no menor tempo possível, que não deverá ser superior a 
dez segundos (MARINS; GIANNICHI, 2003). Tanto a distância percorrida quanto 
o tempo na realização dos dez saltos deverão ser registrados. Portanto, uma fita 
métrica e um cronômetro são necessários para aplicar esse protocolo de avaliação. 
A estimativa da potência poderá ser feita pela equação:
Potência
Massa corporal do avaliado x Distância total
Tem
=
( ) 
 
ppo em segundos 
Outras avaliações de potência anaeróbia que não foram citadas no presente tó-
pico estão descritas na Unidade 3, no tópico de Potência Muscular. São avaliações 
simples, como de impulsão horizontal ou vertical para os membros inferiores, e o 
teste de arremesso de medicine ball para potência dos membros superiores. Pelo 
que você aprendeu nesta unidade, sabe que esses testes avaliarão a potência anaeró-
bia alática de membros inferiores ou superiores, pois são avaliações curtas e de alta 
intensidade, com movimentos realizados contra determinada resistência, em que 
elevada velocidade nos membros envolvidos é exigida.
No presente tópico desta unidade, diversos protocolos de avaliação da capaci-
dade e potência anaeróbia foram descritos para você. Tanto o metabolismo anaeró-
bio alático quanto o lático constituem a principal fonte de fornecimento de energia 
dentro das tarefas exigidas nas avaliações apresentadas. Aqui, você soube que vá-
rios protocolos de testes práticos de campo podem ser utilizados na avaliação da 
aptidão anaeróbia, facilitando a vida dos(as) profissionais de Educação Física.
 191
considerações finais
N
a presente unidade, o sistema anaeróbio de fornecimento de energia foi 
o assunto principal. Você aprendeu que o metabolismo anaeróbio está 
relacionado a atividades de grande intensidade que, no entanto, podem 
ser sustentadas por menores períodos de tempo.
Diferentemente do sistema aeróbio, abordado anteriormente, o oxigênio não está 
diretamente ligado ao fornecimento de energia nas rotas anaeróbias. A rota da ATP-
-CP, chamada de anaeróbia alática, é predominante nas provas mais curtas e intensas 
do atletismo e da natação. Ainda, é essa rota que fornece energia em alguns momen-
tos decisivos de outras modalidades, como tiros curtos, chutes, arremessos e saltos.
Para esforços repetitivos sem a devida recuperação, ou aqueles um pouco mais 
duradouros, a formação do ácido lático e o eventual acúmulo de lactato sanguíneo 
caracterizam a rota anaeróbia lática. Essa é a rota predominante de esforços realiza-
dos durante esportes intermitentes, como futebol ou algumas lutas, ou em algumas 
provas do atletismo e da natação.
Nos testes laboratoriais que avaliam a aptidão anaeróbia, o Wingate é o protocolo 
de avaliação mais conhecido e mundialmente utilizado. Pela descrição do teste e das 
variáveis oriundas dele, você entendeu que a praticidade do protocolo e a facilidade 
de interpretação dos dados são os elementos que contribuem para que essa avaliação 
seja referência. Outros métodos e instrumentos laboratoriais para avaliação da po-
tência e da capacidade anaeróbia foram apresentados a você.
A potência e a capacidade anaeróbia também podem ser avaliadas com a uti-
lização de testes práticos de campo, conforme visto no último tópico da presente 
unidade. A você foram apresentados diversos testes, seus protocolos e respectivas 
variáveis, inclusive, com tabelas de referência. Com as informações recebidas, você 
deve estar apto a escolher qual o melhor protocolo de teste para avaliar a aptidão 
anaeróbia do seu(sua) aluno(a) ou atleta. 
192 
atividades de estudo
1. Conforme informações apresentadas ao longo desta unidade, considere as se-
guintes afirmações sobre o sistema anaeróbio de fornecimento de energia:
I - O metabolismo anaeróbio lático resulta na formação do ácido lático, e tem a 
ATP-CP como principal rota metabólica.
II - A rota do ATP-CP é capaz de fornecer grande quantidade de energia, porém, 
por um período curto de tempo.
III - O metabolismo anaeróbio é o sistema responsável pelo fornecimento de 
energia para as ações de força máxima.
IV - O metabolismo anaeróbio é o sistema predominante durante o tempo total 
das ações físicas de um jogo de futebol.
Assinale a alternativa correta:
a) I apenas.
b) IV apenas.
c) I e II apenas.
d) II e III apenas.
e) II, III e IV apenas.
2. Existem modalidades em que muitas ações físicas são sustentadas pelo meta-
bolismo anaeróbio. Leia as afirmações a seguir sobre o sistema anaeróbio de 
fornecimento de energia e a sua contribuição em algumas modalidades. Assinale 
Verdadeiro (V) ou Falso (F):
( ) As ações decisivas de muitas modalidades são executadas com o forneci-
mento de energia proveniente do sistema anaeróbio, como chutes no fute-
bol, saltos na ginástica e golpes nas artes marciais.
( ) No futebol, o sistema aeróbio é predominante, porém, as ações decisivas 
do jogo são, geralmente, em alta intensidade, como piques curtos e chutes, 
sustentadas pelo sistema anaeróbio.
( ) Provas curtas do atletismo, como as dos 100 e 400 metros, são sustentadas 
pelo metabolismo anaeróbio, tanto alático quanto lático.
Assinale a alternativa correta:
a) V; V; F.
b) F; F; V.
c) V; F; V.
d) F; F; F.
e) V; V; V.
 193
atividades de estudo
3. Ao longo desta unidade, você aprendeu a avaliação da aptidão anaeróbia. Leia as 
afirmações a seguir sobre a avaliação da aptidão anaeróbia:
I - É importante avaliar a aptidão anaeróbia em todos os públicos, já que a força 
muscular está relacionada a diversos componentes de saúde.
II - É importante para que treinadores monitorem o nível de treinamento de 
seus atletas.
III - Como envolve ações de alta intensidade, a avaliação da aptidão anaeróbia é 
recomendada apenas para atletas e indivíduos ativos.
IV - A avaliação da aptidão anaeróbia só pode ser realizada em ambiente labora-
torial, principalmente com uso da esteira.
Assinale a alternativa correta:
a) I apenas.
b) IV apenas.
c) I e II apenas.
d) II e III apenas.
e) II, III e IV apenas.
4. O teste de Wingate é um dos mais famosos protocolos de avaliação da aptidão 
anaeróbia. Leia as informações a seguir e assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):
( ) O objetivo do teste é pedalar na máxima intensidade durante 30 segundos, 
gerando a maior potência possível ao longo de todo o teste.
( ) O indivíduo avaliado pode assumir a posição de preferência no cicloergô-
metro durante o período do teste, seja ela sentada ou em pé.
( ) O avaliado necessita de um período breve de aquecimento antes do teste 
e recomenda-se um período ativo em baixa intensidade após a conclusão 
do teste.
Assinale a alternativa correta:
a) V; V; F.
b) F; F; V.
c) V; F; V.
d) F; F; F.
e) V; V; V.
194 
atividades de estudo
5. Existem diversos protocolos laboratoriais e de campo para avaliação da aptidão 
anaeróbia, e muitos foram discutidos ao longo desta unidade. Leias as afirma-
ções a seguir sobre os protocolos de avaliação da aptidão anaeróbia:
I - Alto valor de índice de fadiga significa pequena redução no desempenho do 
teste de Wingate.
II - Protocolos com saltos ou corrida são alternativas ao Wingate para atletas 
de modalidades que não envolvem o gesto de pedalar, como saltadores e 
corredores.
III - Existem protocolos adaptados do teste de Wingate para avaliar a aptidão 
anaeróbia específica de membros superiores.
IV - O uso da acelerometria é válido para o cálculo do pico de potência emdiver-
sos exercícios, para membros inferiores, como os saltos, e superiores, como 
o supino.
Assinale a alternativa correta:
a) I apenas.
b) IV apenas.
c) I e II apenas.
d) II e III apenas.
e) II, III e IV apenas.
6. Testes de campo para avaliação da aptidão anaeróbia foram descritos nesta uni-
dade. Analise as seguintes considerações sobre alguns desses protocolos de ava-
liação e assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):
( ) O RAST é uma avaliação de campo que envolve corrida e pode ser realizada 
em terreno determinado e com calçado específico.
( ) O uso de fotocélulas para medida de tempo aumenta a precisão da coleta 
de dados de testes que envolvam velocidade, como o RAST.
( ) O RAST envolve seis piques máximos sucessivos e imediatos, sem intervalo, 
de 35 metros cada.
Assinale a alternativa correta:
a) V; V; F.
b) F; F; V.
c) V; F; V.
d) F; F; F.
e) V; V; V.
 195
atividades de estudo
7. Considere as seguintes afirmações a respeito dos testes práticos de campo para 
avaliação da aptidão anaeróbia:
I - Protocolos que objetivam avaliar a força máxima e a força potente são consi-
derados testes de aptidão anaeróbia.
II - O teste máximo de corrida em 40 segundos avaliará a frequência cardíaca 
máxima obtida ao final do teste.
III - O avaliado deverá registrar somente a distância percorrida ao aplicar o teste 
de dez saltos consecutivos.
IV - O teste de corrida em 40 segundos deve ser aplicado apenas ao público de 
crianças e adolescentes jovens.
Assinale a alternativa correta:
a) I apenas.
b) IV apenas.
c) I e II apenas.
d) II e III apenas.
e) II, III e IV apenas.
8. Imagine a seguinte situação-problema. Seu aluno, que possui 65 kg de massa 
corporal, realizou a avaliação do RAST e obteve cinco e sete segundos como me-
lhor e pior tempo, nos piques de 35 metros. Calcule todas as variáveis máximas e 
mínimas do teste, além do índice de fadiga.
9. Imagine uma situação-problema. Você avaliou sua equipe de futebol com o teste 
de Wingate. Um de seus atletas, de 80 kg, realizou essa avaliação e obteve os 
resultados descritos a seguir. Calcule a potência média absoluta e relativa e faça 
uma análise do índice de fadiga do seguinte resultado:
0 – 5s = 950W.
5 – 10s = 935W.
10 – 15s = 700W.
15 – 20s = 570W.
20 – 25s = 490W.
25 – 30s = 405W.
196 
LEITURA
COMPLEMENTAR
A leitura complementar que indico é o artigo de revisão sobre o teste de Wingate escrito 
pelo professor Emerson Franchini, intitulado “Teste anaeróbio de Wingate: conceitos e apli-
cação”. Esse artigo foi publicado em 2002, e a referência completa você encontrará ao final 
desta unidade, juntamente às outras referências que fundamentaram nosso estudo.
O teste anaeróbio de Wingate foi intensivamente citado e descrito na presente unidade, 
pois trata-se da principal avaliação laboratorial da potência e capacidade anaeróbia. Nesse 
artigo indicado, você encontrará ainda mais informações e estudos a respeito do teste, 
complementando o seu conhecimento.
Recomendo fortemente a leitura completa do material citado. O professor Emerson Fran-
chini é uma referência na pesquisa em nível nacional e internacional, e a leitura desse 
artigo certamente lhe ajudará no entendimento do conteúdo desta unidade. A seguir, leia 
o resumo do artigo, para que você tenha uma ideia do que ele aborda:
A potência e a capacidade anaeróbias são variáveis importantes para o desempenho espor-
tivo e para atividades do cotidiano, mas a avaliação dessas variáveis apresenta problemas 
de validação teórica. No entanto, o teste de Wingate tem sido utilizado como alternativa 
para avaliar a potência e a capacidade anaeróbias. Essa revisão objetivou analisar os con-
ceitos teóricos associados ao teste de Wingate e apresentar algumas considerações para 
sua aplicação. Com base nessa revisão, o teste de Wingate pode ser utilizado para avaliar 
a potência e a capacidade anaeróbias, embora alguns aspectos devam ser considerados.
Confira outro trecho do artigo, sobre o tempo de duração do esforço durante o protocolo 
de teste de Wingate. O protocolo original do teste de Wingate preconiza a duração de 30 
segundos. O principal motivo para a escolha do período de 30 segundos diz respeito à 
observação de que, ao propor períodos de 45 e 60 segundos, muitos indivíduos não reali-
zavam esforços de máxima intensidade. Essa observação foi feita com base no fato de que 
os valores de potência gerados nos testes de 30 segundos eram superiores àqueles regis-
trados durante os primeiros 30 segundos dos testes mais longos. Além disso, as sensações 
de mal-estar são maximizadas ao se prolongar o tempo do teste (INBAR et al., 1996).
Fonte: adaptado de Franchini (2002).
 197
material complementar
Conheça um pouco mais sobre o teste de Wingate no artigo de Franchini. Web: http://www.mackenzie.br/filead-
min/Graduacao/CCBS/Cursos/Educacao_Fisica/REMEFE-1-1-2002/art1_edfis1n1.pdf. Acesso em: 10 jun. 2019.
Indicação para Acessar
Avaliação e Prescrição de Atividade Física: Guia Prático
João C. Bouzas Marins e Ronaldo S. Giannichi
Editora: Shape
Sinopse: existem muitos livros de medidas e avaliação, mas há somente um que 
associe esse conteúdo à prescrição da atividade física. Após uma parte inicial, na 
qual os procedimentos e protocolos de avaliação são completa e facilmente apre-
sentados, ensina-se a utilizar os dados colhidos para o treinamento de atletas, na 
Academia de Ginástica ou no Personal Training. É totalmente revisado, com mais 
um capítulo sobre avaliação da flexibilidade.
Indicação para Ler
http://www.mackenzie.br/fileadmin/Graduacao/CCBS/Cursos/Educacao_Fisica/REMEFE-1-1-2002/art1_edfis1n1.pdf
http://www.mackenzie.br/fileadmin/Graduacao/CCBS/Cursos/Educacao_Fisica/REMEFE-1-1-2002/art1_edfis1n1.pdf
198 
material complementar
Neste link, você poderá assistir ao protocolo do teste de Wingate, em que o avaliado deve pedalar na maior 
intensidade possível durante 30 segundos. Note que há incentivo por parte dos avaliadores em todo o tempo. 
Web: https://www.youtube.com/watch?v=nVk_a849Nis. Acesso em: 10 jun. 2019.
Indicação para Acessar
Neste link, você poderá assistir a um exercício de altíssima intensidade que, consequentemente, não dura 
muito tempo. Interessante reflexão sobre a rota metabólica anaeróbia e mecanismos de fadiga. Web: https://
www.facebook.com/myswimpro/videos/1860246184197581/UzpfSTY3Mzg1NDcyNjAwMzAwNzoxMjA1MDU-
xOTU5NTQ5OTQ1/. Acesso em: 10 jun. 2019.
Indicação para Acessar
https://www.youtube.com/watch?v=nVk_a849Nis
https://www.facebook.com/myswimpro/videos/1860246184197581/UzpfSTY3Mzg1NDcyNjAwMzAwNzoxMjA1MDUxOTU5NTQ5OTQ1/
https://www.facebook.com/myswimpro/videos/1860246184197581/UzpfSTY3Mzg1NDcyNjAwMzAwNzoxMjA1MDUxOTU5NTQ5OTQ1/
https://www.facebook.com/myswimpro/videos/1860246184197581/UzpfSTY3Mzg1NDcyNjAwMzAwNzoxMjA1MDUxOTU5NTQ5OTQ1/
 199
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gabarito
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2. E.
3. C.
4. C.
5. E.
6. A.
7. A.
8. Distância = 35 m.
Tempo = 5 s.
Velocidade máxima = 35 / 5 = 7 m/s.
Aceleração máxima = 7 / 5 = 1,4 m/s2.
Força máxima = 65 x 1,4 = 91 N.
Potência absoluta máxima = 91 x 7 = 637 W.
Potência relativa máxima = 637 / 65 = 9,8 W / kg.
Tempo = 7 s.
Velocidade mínima = 35 / 7 = 5 m/s.
Aceleração mínima = 5/7 = 0,71 m/s².
Força mínima = 65 x 0,71 = 46,15 N.
Potência absoluta mínima = 46,15 x 5 = 230,75 W.
Potência relativa mínima = 230,75/65 = 3,55 W/kg.
Índice de fadiga [(637 – 230,75)/637] x 100 = 63,78%.
9. Potência média absoluta = 4050 / 6 = 675 W.
Potência média relativa = 675 / 80 = 8,43 W / kg.
Índice de fadiga = [(950 – 450) / 950] x 100 = 57,36%.
Houve queda acentuada de desempenho ao longo do teste. Para modalida-
des de esforços repetidos, como o futebol, é interessante que se atinja valo-
res menores de índice de fadiga.
gabarito
conclusão geral
Olá, caro(a) aluno(a), ao longo deste estudo dis-
cutimos os conhecimentos que permeiam a discipli-
na de Medidas e Avaliação no contexto da Educação 
Física.
Na Unidade 1, tratamos desde o estabelecimento 
da diferença entre medir e avaliar, passando pela apre-
sentação dos principais conceitos que envolvem a es-
tatística, até a descrição dos principais termos da esta-
tística descritiva. A Unidade 2 buscou contextualizar 
a avaliação antropométrica no âmbito da Educação 
Física, identificando os principais conceitos e técnicas 
que permeiam esse processo de avaliação, bem como 
apresentando os métodos direto, indireto e dupla-
mente indireto da avaliação da composição corporal.
Na Unidade 3, apresentamos e conceituamos a 
flexibilidade e as diferentes manifestações de força 
muscular, bem como expusemos os principais testes 
de avaliação dessas capacidades físicas. A Unidade 
4 buscou conceituar o metabolismo aeróbio, as va-
riáveis de potência e a capacidade aeróbia. Foram 
apresentados os testes físicos que mensuram a ca-
pacidade aeróbia em ambiente laboratorial e, ainda, 
descritos os testes práticos de campo que avaliam 
essa capacidade.
Por fim, na Unidade 5, discutimos o metabolis-
mo anaeróbio, alático e lático, exploramos, também, 
as avaliações laboratoriais existentes para mensura-
ção de aptidão anaeróbia e tratamos, ainda, dos tes-
tes de campo disponíveis para avaliação da aptidão 
anaeróbia.
Esperamos que este material tenha auxiliado a 
despertar sua curiosidade acerca deste tão vasto e in-
teressante tema, que contribua para você se torne um 
profissional atento, sempre em busca de mais conhe-
cimento e, assim, aos poucos, se torne um referência 
na área. 
Agradecemos pelo caminho que percorremos 
juntos até aqui, e até a próxima!
	INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E 
AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
	Medidas e Avaliação
em Educação Física
	Introdução 
	à Bioestatística
	Estatística Descritiva
	Aplicada à Educação Física
	gabarito
	AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA
	Introdução à 
Avaliação Antropométrica
	Avaliação da 
Composição Corporal
	Modelos Teóricos de Análise 
e Métodos da Avaliação da 
Composição Corporal
	Técnicas da Avaliação 
	da Composição Corporal
	referências
	gabarito
	FORÇA MUSCULAR E FLEXIBILIDADE
	Força Muscular
	Potência Muscular
	Flexibilidade
	AVALIAÇÃO AERÓBIA
	Avaliação
	Aeróbia
	Testes 
Laboratoriais
	Testes 
de Campo
	referências
	gabarito
	Avaliação Anaeróbia
	Avaliação 
Anaeróbia
	Testes 
Laboratoriais
	Testes 
de Campo
	referências
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