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N001 - Linguagens e Pesquisa

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Fisiologia 
1 
Linguagens e Pesquisa 
Maria Luzia Paiva de Andrade 
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DIREÇÃO SUPERIOR 
Chanceler Joaquim de Oliveira 
Reitora Marlene Salgado de Oliveira 
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira 
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira 
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves 
 
DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA 
Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira 
Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva 
 
FICHA TÉCNICA 
Direção Editorial: Diogo Pereira da Silva e Patrícia Figueiredo Pereira Salgado 
Texto: Maria Luzia Paiva de Andrade 
Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes 
Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado 
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
 
COORDENAÇÃO GERAL: 
Departamento de Ensino a Distância 
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br 
 
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliotecária: Elizabeth Franco Martins ----- CRB 7/4990 
 
Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC 
pelo conteúdo do texto formulado. 
© Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma 
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedor a 
da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
 
 Palavra da Reitora 
Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, 
exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de 
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes 
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi 
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero 
bem-sucedidas mundialmente. 
São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa 
modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes 
nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e 
gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável 
pela própria aprendizagem. 
O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que 
permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo 
momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de 
nossa plataforma. 
Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores 
especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são 
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. 
A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a 
distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo 
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, 
graduação ou pós-graduação. 
Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando 
as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o 
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. 
Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! 
Professora Marlene Salgado de Oliveira 
Reitora. 
Linguagens e Pesquisa 
 
4 
Linguagens e Pesquisa 
 
5 
 Sumário 
 
Objteto de Aprendizagem – Etapa 1 ................................................................................ 07 
Objteto de Aprendizagem – Etapa 2 ................................................................................ 67 
Objteto de Aprendizagem – Etapa 3 ................................................................................ 111 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
6 
 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
7 
 
1 Objeto de Aprendizagem Etapa 1 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
8 
 
Leitura – Uma Reflexão Social: Compreensão e Interpretação de Textos. 
 “Que ninguém se iluda: só a leitura intensa permite conhecer os múltiplos 
recursos da língua e usá-los com eficiência, sem decoreba gramatiqueira.” 
(Marcos Bagno). 
Caro aluno, começaremos agora os nossos estudos nessa fascinante área 
da leitura e da produção de textos. Procuraremos identificar e analisar as diferentes 
abordagens do ensino da leitura e da produção textual. Ler, ouvir, compreender, 
falar e escrever são atividades necessárias na nossa relação com os outros e com o 
mundo, e a ferramenta cultural que utilizamos para esta comunicação, esta inter-
relação, é a linguagem, seja ela verbal ou não-verbal, pois, no nosso dia a dia, 
deparamo-nos cada vez mais com situações em que temos de ler textos cujo 
código não é nossa língua. Já se afirmou, inclusive, que vivemos numa sociedade 
icônica, pois somos constantemente bombardeados por signos visuais também. E 
os próprios textos verbais vêm comumente associados a textos não-verbais. 
 
Objetivos 
 Saber adequar o discurso às situações comunicativas. 
 A conceituação de leitura 
 Interagir com os textos, buscando os significados possíveis e a relação 
com as experiências pessoais. 
 Entender a leitura como uma atividade de compreensão, mas também de 
interação, de reação e avaliação dos efeitos pretendidos pelo autor e 
obtidos nos leitores-aluno. 
Icônico: relativo a ícone. Que representa ou reproduz com exatidão e fidelidade. 
Signo que apresenta uma relação de semelhança ou analogia com o objeto que 
representa (como uma fotografia, uma estátua ou um desenho figurativo); p.ex.: o 
desenho de uma faca e um garfo cruzados que indicam a proximidade de um 
restaurante. 
Linguagens e Pesquisa 
 
9 
 Perceber que os textos (orais e escritos) são frutos da intenção 
comunicativa de um emissor em relação a um receptor num determinado 
contexto social. 
 Ampliar a capacidade de entender e interpretar adequadamente um 
discurso em sua diversidade de contexto e perceber a importância do 
contexto nos textos produzidos. 
 
Planejamento 
Seção 1: Conceituações de Leitura – A prática da leitura de textos 
Seção 2: Noções de Linguagem e Língua: Textos Verbais e Não-Verbais 
Seção 3: Noção de Discurso: O ensino da leitura e da escrita no Cotidiano 
Seção 4: A Metodologia da Leitura e Estratégias de Leitura e de Escrita de textos 
Seção 5: Trabalhando as normas linguísticas na construção dos textos: 
Significação das palavras. A Semântica e o sentido das palavras. 
Seção 6: Elementos de Coesão e Coerências Textuais. 
Seção 7: Aspectos comunicacionais em meios multimídia e Linguagem, Processos 
comunicativos, formas e tecnologias. 
 
 
 Bem-vindo à primeira seção de estudo! 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
10 
 
 Seção 1 - Conceituação de Leitura – A prática 
da Leitura de Textos 
 
Nessa seção de estudo, conheceremos um pouco sobre a prática da leitura e 
produção de textos, conheceremos algumas metodologias de leitura, suas 
estratégias e a diferença entre compreensão e interpretação de textos. A leitura é 
importante para que se possa ter acesso a informações veiculadas das mais 
diversas maneiras: na Internet,na televisão, em outdoors espalhados pelas cidades, 
em cartazes afixados sistematicamente, nos muros das ruas, nas mais diferentes 
placas informativas, folders, impressos de propaganda, distribuídos 
insistentemente aos transeuntes, e, até mesmo, em receitas médicas e bulas de 
remédios. Por isso, dizemos que na formação global do homem inserido no mundo 
moderno, a leitura e a produção de texto têm esse papel fundamental. O mesmo se 
pode dizer sobre o sucesso de um candidato, por exemplo, em exames, 
notadamente naqueles que privilegiam as questões analítico-dissertativas. Ilude-se 
a pessoa que, ao ler o programa de uma determinada matéria, conclui que as 
capacidades citadas são exigências específicas daquela disciplina. Por exemplo, 
quando programas de Português falam em “Leitura”, “Compreensão crítica” e 
“Interpretação” mencionam competências que exploram somente a prova 
específica de Língua Portuguesa, o que não é verdade. Assim, sem leitura, 
compreensão crítica e interpretação, o candidato a um exame não entende o 
enunciado de uma questão de física, história, biologia, geografia, por exemplo. 
A leitura é o processo através do qual o leitor interage com um autor, por meio 
de um texto escrito. Segundo Magda Soares (1996), esse processo é o resultado: 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
11 
 Das circunstâncias em que a leitura acontece: condições de 
produção da leitura; 
 Das práticas histórico-sociais que configuram o autor, o leitor, o 
texto: o contexto. 
 
Segundo ainda a mesma autora, a escrita é o processo através do qual o autor 
interage com um leitor, por meio de um texto escrito. Esse processo é o resultado: 
 Das circunstâncias em que a escrita acontece: condições de 
produção do texto. 
 Das práticas histórico-sociais que configuram o autor, o leitor, o 
texto: o contexto. 
 
Aprender a ler é não só uma das maiores experiências da vida escolar de 
uma pessoa. É uma vivência única para todo ser humano. Ao dominar a leitura 
abrimos a possibilidade de adquirir conhecimentos, desenvolver raciocínios, 
participar ativamente da vida social, alargar a visão de mundo, do outro e de si 
próprio. Veja o que diz Mariza Lajolo, 2004. 
 
“Lê-se para entender o mundo, para viver melhor. Em nossa 
cultura, quanto mais abrangente a concepção de mundo e de 
vida, mais intensamente se lê, numa espiral quase sem fim, que 
pode e deve começar na escola, mas não pode encerrar-se nela. 
Do mundo da leitura para a leitura do mundo, o trajeto se 
cumpre sempre, refazendo-se, inclusive, por um vice-versa que 
transforma a leitura em prática circular e infinita. Como fonte de 
prazer e de sabedoria, a leitura não esgota seu poder de sedução 
nos estreitos limites da escola. (LAJOLO, 2004, p.7) 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
12 
 
O objetivo deste texto é trazer algumas reflexões sobre o que significa 
entender a leitura e a escrita como experiência. Para isso colocamos aqui algumas 
concepções teóricas dos principais autores e pensadores da educação nesse país, 
para que, juntos, possamos refletir sobre como saber utilizar nas práticas sociais de 
leitura e de escrita, as estratégias e procedimentos que conferem maior fluência e 
eficácia ao processo de produção e atribuição de sentidos aos textos com os quais 
se interage. 
Ao longo do tempo, a tentativa de compreender o que é ler e escrever 
tem sido uma constante: qual a natureza da leitura e da escrita? Como se lê e se 
escreve hoje? Como concebemos a leitura e a escrita? Leitura é hábito? É gosto, 
prática, relação, exercício, instrumento, necessidade ou experiência? 
Para Sonia Kramer, a leitura é vista como experiência, pois o leitor leva 
rastros do vivido no momento da leitura para depois ou para fora do momento 
imediato – isso torna a leitura uma experiência. Assim, leitura é, portanto, a 
possibilidade própria que cada uma das pessoas tem de dotar de sentido e de 
significado textos escritos, desenhos, comportamentos, expressões, peças de 
teatro e filmes, obras de diferentes artes, etc. Isso significa dizer que não se leem 
apenas os textos linguísticos, aqueles que se ocupam da palavra escrita. Assunto 
que desenvolveremos no próximo tópico. 
 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
13 
 
 Seção 2 - A Língua e outros Sistemas 
de Comunicação: 
 
 Noções de Linguagem e Língua. 
 Textos verbais e não-verbais. 
 Elementos da Comunicação Humana 
 Funções da Linguagem. 
 
Entende-se como comunicação o intercâmbio de informação entre sujeitos ou 
objetos. Você já deve ter ouvido falar da célebre frase de Chacrinha: “Quem não se 
comunica se trumbica.” A comunicação humana é um processo que envolve a 
troca de informações e utiliza os sistemas simbólicos e a linguagem verbal. Neste 
processo estão envolvidos uma infinidade de maneiras de se comunicar. A 
exemplo disso, podemos indicar duas pessoas que conversam pessoalmente com 
as mãos ou mensagens enviadas utilizando a Internet. 
 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
14 
 
Inicialmente, cabe distinguir os conceitos de linguagem e língua. A concepção 
adotada por nós é que a linguagem é a capacidade de representação por meio de 
signos, exclusiva do ser humano e que o distingue dos outros animais. A 
linguagem pode ser expressa por signos verbais e não-verbais, agrupados em 
linguagem verbal – que usa a palavra falada e escrita – e a linguagem não-verbal – 
que utiliza signos gestuais, visuais e sonoros. Já a língua é um sistema de signos 
verbais desenvolvidos por uma comunidade para a comunicação como resultado 
de seu processo histórico. 
Uma língua tem características particulares em vários aspectos – fonológico, 
morfológico, sintático, semântico e pragmático – que a diferenciam de outras. É 
interessante lembrar também que a língua é heterogênea e apresenta variantes 
sociais, geográficas e situacionais, entre outras. Nela encontramos a norma padrão, 
ou português padrão, como uma das variantes linguísticas do português, associado 
aos grupos sociais de maior prestígio na sociedade. E a importância do seu estudo 
para a participação social e o pleno exercício da cidadania. 
 
 A importância da Linguagem: 
A linguagem sempre exerceu um interesse muito grande na abordagem da 
condição humana. É a forma humana de comunicação, o modo como nos 
relacionamos com o mundo e com os outros, como nos afirmamos social e 
politicamente, bem como expressamos nosso pensamento e até mesmo a arte. 
Essa é uma compreensão que vem desde a antiguidade. Aristóteles (384-322 a.C), 
afirmou que o homem é um “animal político” somente por que é dotado de 
linguagem. 
 
 O que é Linguagem? 
Em princípio, podemos dizer que a linguagem é um sistema de signos usados 
para a comunicação e para a expressão de ideias, valores e sentimentos. Isso quer 
dizer que podemos tratar a linguagem como um todo estruturado, com leis e 
Linguagens e Pesquisa 
 
15 
princípios próprios. Na base dessa estrutura estão os SIGNOS, que é um objeto 
dotado de sentido (como a fumaça que indica a presença de fogo), que tem a 
função de indicar ou representar outro objeto. 
 
 
 Signo Linguístico: 
Saussure (pai da Linguística Moderna) define o signo como a união do sentido e da 
imagem acústica. O que ele chama de sentido é a mesma coisa que conceito ou 
ideia, isto é, a representação mental de um objeto ou da realidade social em que 
nos situamos, representação essa condicionada pela nossa formação sociocultural. 
O que ele chama de “imagem acústica” não é o som de uma palavra propriamente, 
mas a impressão psíquica desse 
som. O signo linguístico é, 
portanto, “uma entidade psíquica 
deduas faces”, semelhante a uma 
moeda. (CLG - Curso de Linguística 
Geral - Saussure p,80) 
 
Figura 1: Signo Linguístico: significante e significado 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
16 
 
 
 Significante é a parte material, perceptiva. O significado é o 
conceito, a ideia que se tem do signo. Algo como o lado espiritual da 
palavra, sua contraparte inteligível, em oposição ao significante, que 
é sua parte sensível. 
 
 O que é Língua? 
A língua é a parte social da linguagem, exterior ao indivíduo, que segue leis 
estabelecidas pelos membros da sociedade e que não podem ser modificadas pelo 
indivíduo de forma solitária. Ela é social, ou seja, pertence a toda sociedade. Em 
sentido estrito, LÍNGUA é um sistema de signos organizados que permite aos 
indivíduos o processo comunicativo. 
 O que é Fala? 
É a capacidade que o indivíduo tem de utilizar a Língua. A fala é o resultado 
das combinações feitas pelo sujeito falante utilizando o código da língua, através 
de mecanismos psicofísicos (que são os atos de fonação) necessários à produção 
das combinações dos sons da fala. 
 Distinção entre comunicação verbal e não-verbal: 
Comunicação verbal: que é expressa por meio de palavras, faladas ou escritas. 
Comunicação não-verbal: qualquer aspecto da comunicação que não envolve o 
emprego de palavras. Para isso, incluem-se os gestos, as feições, as imagens e sinais 
de trânsito. 
 
Importante! 
Signo, então, equivale a um todo resultante da associação de um 
significante (que é a imagem acústica) e de um significado (que é o conceito). 
Linguagens e Pesquisa 
 
17 
 
 Esquema de Comunicação proposto por Roman Jakobson: 
 
 
Figura 2: Esquema de Comunicação de Jakobson 
 
 Emissor = chamado também de locutor ou falante, o emissor é aquele 
que emite a mensagem para um ou mais receptores, por exemplo, uma 
pessoa, um grupo de indivíduos, uma empresa, dentre outros. 
 Receptor = denominado de interlocutor ou ouvinte, o receptor é quem 
recebe a mensagem emitida pelo emissor. 
 Mensagem = é o objeto utilizado na comunicação, de forma que 
representa o conteúdo, o conjunto de informações transmitidas pelo 
locutor, por isso. 
 Canal de comunicação = corresponde ao local (meio) onde a mensagem 
será transmitida, por exemplo, jornal, livro, revista, televisão, telefone, 
dentre outros. 
 Código = representa o conjunto de signos que serão utilizados na 
mensagem. 
 Contexto = Também chamado de referente, trata-se da situação 
comunicativa em que estão inseridos o emissor e receptor. 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
18 
 
 Funções da Linguagem: 
Tomando por base essa compreensão do processo de comunicação, Jakobson 
propõe uma análise da linguagem a partir de suas funções. Essas funções vão ser 
identificadas segundo o papel de cada um dos elementos do esquema de 
comunicação. 
 
São funções da linguagem, de acordo com ele: 
1 – Função expressiva – centrada no emissor 
1 – Função conativa – centrada no receptor 
2 – Função referencial – centrada no referente ou contexto 
3 – Função fática – centrada no canal 
4 – Função poética – centrada na mensagem 
5 – Função metalinguística – centrada no código 
 
 
 
Figura 3: Elementos e funções da linguagem segundo Roman Jakobson 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
19 
 
 Seção 3 - Noção de Discurso: O ensino da leitura e 
da escrita no Cotidiano. Conceitos básicos sobre 
análise do discurso e seus impactos. 
 
 A concepção que temos é a da língua como atividade discursiva. O discurso 
pode ser compreendido como a linguagem posta em ação – ou seja – o uso que as 
pessoas fazem da linguagem na interação com outras pessoas, num determinado 
contexto social. Ao adotar essa perspectiva, o ensino da escrita e da leitura se 
coloca como orientação para o aluno de como interagir em contextos específicos 
por meio da linguagem, mais do que o estudo do conjunto de elementos 
constitutivos da língua. A produção de textos – falados e escritos – passa a ser 
percebida como instrumento para dar sentido aos objetivos da comunicação. 
Portanto, o ensino da leitura e da escrita é o ensino das estratégias de leitura e 
construção dos textos de acordo com as intenções comunicativas de seus autores. 
A produção da escrita é pertinente a uma prática social. Na sociedade 
contemporânea os indivíduos atuam no mundo e sentem necessidade de 
comunicar suas ideias e mensagens aos outros. A produção de textos, no 
laboratório textual ou em oficinas, possibilita ao sujeito produtor do texto que 
expresse seus pensamentos, seus pontos de vista e construa seus argumentos 
sobre determinado assunto, em suas comunicações diárias, quer escrita ou quer 
falada. O produtor do texto, na construção de suas mensagens, deverá levar em 
consideração, segundo Ingedore Koch (op. cit), as inter-relações que são essenciais 
para garantir a coerência de um texto. Vejamos: 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
20 
 
 
Você deverá ler, compreender e interpretar as inúmeras obras, revistas, 
filmes que circulam em seu cotidiano. Esses procedimentos de LEITURA são 
eficazes para o bom desempenho da ESCRITA e o desenvolvimento das 
habilidades de escrever, de argumentar, de pensar e de fundamentar seu ponto 
de vista na organização discursiva em diferentes modalidades: escrita ou falada. 
 Outro fator importante para interpretação de um texto é a inferência. 
 
 
A produção da escrita está atrelada à produção da leitura, facultando ao leitor, 
pelo contato com textos escritos diversificados e pelas inúmeras leituras, um bom 
desempenho em suas produções textuais. Tais leituras possibilitam internalizar 
novos conhecimentos e desenvolver habilidades na organização discursiva, assim, 
a convivência com o universo de leituras levará o sujeito leitor ao efetivo domínio 
da escrita. Pode-se levar em consideração que, por meio da leitura, teremos o 
acesso à informação, além de favorecer um exercício de reflexão e análise das 
questões sociais, tornando a pessoa mais crítica e conhecedora de si e do outro. 
Observe o esquema a seguir: 
 
Inferência: é a dedução, a interpretação pelo raciocínio baseada em indícios, ou 
seja, inferência é opinião. 
Linguagens e Pesquisa 
 
21 
 
 
Explicando: 
 O esquema anterior sintetiza o processo da produção da escrita e das 
atividades comunicativas; requer do sujeito produtor de textos uma leitura 
(informação) em que ele tenha compreensão e interpretação de suas leituras, com 
isso poderemos afirmar que o ato de escrever exige: o pensar e o refletir sobre 
algo, além de estimular “o criar”, o produzir de novos textos e de novas mensagens. 
Esse processo resulta na construção de diversos gêneros textuais (bilhete, carta 
pessoal, carta comercial, telefonema, notícia jornalística, editorial de jornais e 
revistas, atas, resenha etc.) e visa promover ainda, a interação social entre os 
indivíduos. 
 Noções preliminares de Análise do Discurso 
A Análise do Discurso é o estudo em que se verifica a intenção presente na 
comunicação por meio da linguagem. É uma prática muito estudada no campo da 
Linguística, da Comunicação e de diversas áreas afins do conhecimento humano 
(Sociologia, Psicologia, Psicanálise, Direito, História). São várias as leituras possíveis 
de um texto. A Análise do Discurso busca então entender a intenção do texto por 
Linguagens e Pesquisa 
 
22 
meio de uma relação entre autor e contexto empregado. Esse tipo de análise 
surgiu na França, nos anos sessenta do século vinte, e focou seu interesse na 
intenção do discurso. 
 
O Discurso: Discurso é uma exposição metódica sobre determinadoassunto que 
objetiva influenciar o leitor ou o ouvinte. Sabe-se que as palavras transmitem 
informações explícitas e implícitas. O texto não deve ser analisado apenas em sua 
expressão sintática e semântica dos vocábulos. Há uma intenção por parte do autor 
que muitas vezes não se mostra claramente. Saber interpretar adequadamente 
essas intenções do discurso em suas diversidades é uma técnica que interessa a 
diversos profissionais e acadêmicos. Assim, a Análise de Discurso (mais conhecida 
como AD nos meios acadêmicos relacionados à linguagem) apresenta-se como 
uma disciplina cada vez mais presente no cenário das ciências humanas. 
 
Para saber mais: 
A linguagem é uma atividade humana que nos exige várias 
competências. Uma competência situacional, pois não há ato de linguagem que se 
produza fora de uma situação de comunicação. Isso nos obriga a levar em 
consideração a finalidade de cada situação e a identidade daqueles que se acham 
implicados e efetuam trocas entre si. 
Uma competência semiolinguística que consiste em saber organizar a encenação 
do ato de linguagem de acordo com determinadas situações (enunciativa, descritiva, 
narrativa, argumentativa) e, enfim, A competência semântica que consiste em saber 
construir sentido com a ajuda de formas verbais (gramaticais ou lexicais), recorrendo 
aos saberes de conhecimento e de crença que circulam na sociedade, levando em 
conta os dados da situação de comunicação e os mecanismos de encenação do 
discurso. Esse conjunto de competências constitui o que se chama de competência 
discursiva, e é fazendo-a funcionar que se produzem atos de linguagem portadores de 
sentido e de vínculo social. 
Linguagens e Pesquisa 
 
23 
 Seção 4- Metodologia da leitura – Técnicas 
Básicas de leitura e Interpretação de Textos 
 
A demanda pela leitura e pelo domínio da linguagem escrita é cada vez 
maior. Nos últimos anos, as exigências impostas aos profissionais que procuram 
emprego são maiores. Exige-se do candidato as mais diversas funções, que 
demonstre, por exemplo, domínio da língua portuguesa, que seja um bom ouvinte, 
que tenha uma boa comunicação verbal, boa escrita, boa redação, facilidade de 
comunicação e um bom texto. O domínio da linguagem escrita é tido, atualmente, 
como condição para a produção e acesso ao conhecimento. Das grandes falhas na 
formação do estudante hoje, a mais flagrante está na inabilidade dos alunos com a 
leitura e interpretação de textos, ou seja, o aluno tem dificuldade para ler e 
interpretar textos mais complexos. Evanildo Bechara (2004, p. 694) em sua 
Gramática Escolar da Língua Portuguesa, nos propõe uma diferenciação entre 
Compreensão e Interpretação de textos. Vejamos a seguir o que diz Bechara: 
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
 
COMPREENSÃO: Consiste em analisar o que realmente está escrito, ou seja, 
coletar dados do texto. O enunciado normalmente assim se apresenta: 
1. As considerações do autor se voltam para... 
2. Segundo o texto está correta... 
3. De acordo com o texto, está incorreta... 
4. Tendo em vista o texto, é incorreto... 
5. O autor sugere ainda que... 
6. De acordo com o texto é certo... 
7. O autor afirma que... 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
24 
 
INTERPRETAÇÃO: Consiste em saber o que se infere (conclui) do que está 
escrito. O enunciado normalmente é encontrado da seguinte maneira: 
1. O texto possibilita o entendimento de que... 
2. Com o apoio no texto, infere-se que... 
3. O texto encaminha o leitor para... 
4. Pretende o texto mostrar que o leitor... 
5. O texto possibilita deduzir-se que... 
 
O mesmo autor, Bechara (2004, p. 695), explica também sobre os três erros 
capitais que cometemos na análise de textos. Segue o texto do autor: 
 
TRÊS ERROS CAPITAIS NA ANÁLISE DE TEXTOS: 
1. EXTRAPOLAÇÃO: É o fato de se fugir do texto. Ocorre quando se 
interpreta o que não está escrito. Muitas vezes são fatos reais, mas que 
não estão expressos no texto. Deve-se ater somente ao que está relatado. 
 
2. REDUÇÃO: É o fato de se valorizar uma parte do contexto, deixando de 
lado a sua totalidade. Deixa-se de considerar o texto como um todo para 
se ater apenas à parte dele. 
3. CONTRADIÇÃO: É o fato de se entender justamente o contrário do que 
está escrito. É bom que se tome cuidado com algumas palavras, como: 
“pode”, “deve”, “não”, verbo “ser”, etc. 
 
Não é apenas para o mundo do trabalho que esse conhecimento linguístico é 
importante. Ser um usuário competente da língua é fator primordial para a 
ampliação da participação social e exercício efetivo da cidadania. 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
25 
 
 Estratégias de leitura 
 Dos caminhos a seguir, dois favorecem a intimidade dos alunos com o 
texto. São eles: ensinar a estabelecer previsão e inferência, estratégias que são 
invocadas na prática da leitura logo no primeiro contato com o texto, e que devem 
ser provocadas e incentivadas pelo professor na prática da leitura. 
 A previsão e a inferência exigem que o leitor acione conhecimentos 
prévios, conhecimento de mundo, como ideias, hipóteses, visão de mundo e de 
linguagem sobre o assunto. Ângela Kleiman (2002), professora do Instituto de 
Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas, diz que: “A leitura é 
uma atividade de procura do passado de lembranças e conhecimentos do leitor. O que 
orienta o ato de ler é a direção, a elaboração do pensamento e sua imagem de 
mundo”. 
 
TÉCNICA DE LEITURA 
 Deve-se ler o texto antes de se olhar as perguntas, entretanto, muitas 
vezes, isso trará alguma frustração, pois o texto pode ser grande e complicado, 
fazendo com que, ao terminar a leitura, você já tenha esquecido o início; ou pode 
haver poucas perguntas sobre a ideia geral do texto, ou ainda as perguntas 
estarem ligadas a segmentos do texto bem específicos, o que tornaria mais 
complexo seu entendimento. 
Algumas dicas que ajudam para uma leitura mais eficiente: 
 Sublinhe as partes importantes. 
 Circule as palavras-chave. 
 Anote detalhes importantes. 
 Leia as partes mais complexas com bastante atenção, tentando entendê-
las profundamente. 
 Descubra qual a ideia básica do texto e estabeleça seu real objetivo, 
mesmo que tenha de reescrevê-los, à parte, com suas palavras. 
 
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26 
AS PRINCIPAIS ARMADILHAS: 
Os enunciados das questões podem trazer algumas “armadilhas” ou “maldades” 
com a intenção de enganá-los. Assim, é bom conhecer alguns desses artifícios. 
Vejam: 
 Atente para o que se pede: se for o certo, o errado, sobre o que está ou o 
que não está no texto, o que condiz etc. 
 Veja se há algum não. Isso muda tudo toda a estratégia. 
 Se houver a citação de algum parágrafo ou alguma linha, localize-o (a) 
com cuidado e marque-o (a). Se as linhas não estiverem numeradas, 
numere-as (de cinco em cinco). 
 A interpretação é do texto, normalmente do autor, mas não da sua ideia 
(sua = do leitor). 
 Cuidado com as palavras como exceto ou salvo, ou locuções como 
exceção de, pois elas mudam tudo. 
 Quando se pedir a melhor resposta, é porque pode (deve) haver mais de 
uma possibilidade. 
 Cuidado com as noções de causa e consequência. 
 Atenção para as propostas de substituição de vocábulos ou expressões, 
pois seu uso tem de se encaixar perfeitamente no lugar do texto. 
 Em provas discursivas, cuidado com o verbo de comando: transcreva, 
justifique, explique, sublinhe etc. 
 Ainda em questões discursivas, muita atenção para a clareza e a 
objetividade da resposta. 
 
Ainda em Bechara (2004), encontramos os dez mandamentos para uma 
eficiente análise de textos. Acompanhe o que nos ensina o eminenteautor: 
 
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27 
 
OS DEZ MANDAMENTOS PARA ANÁLISE DE TEXTOS: 
1. Ler duas vezes o texto. A primeira para tomar contacto do assunto; a 
segunda para observar como o texto está articulado; desenvolvido. 
2. Observar que um parágrafo em relação ao outro pode indicar uma 
continuação ou uma conclusão ou, ainda, uma falsa oposição. 
3. Sublinhar, em cada parágrafo, a ideia mais importante (tópico frasal). 
4. Ler com muito cuidado os enunciados das questões para entender 
direito a intenção do que foi pedido. 
5. Sublinhar palavras como: erro, incorreto, correto etc., para não se 
confundir no momento de responder à questão. 
6. Escrever, ao lado de cada parágrafo ou de cada estrofe, a ideia mais 
importante contida neles. 
7. Não levar em consideração o que o autor quis dizer, mas sim o que ele 
disse; escreveu. 
8. Se o enunciado mencionar tema ou ideia principal, deve-se examinar 
com atenção a introdução e/ou a conclusão. 
9. Se o enunciado mencionar argumentação, deve preocupar-se com o 
desenvolvimento. 
10. Tomar cuidado com os vocábulos relatores (os que remetem a outros 
vocábulos do texto: pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes 
demonstrativos, etc.). 
No entanto, como dissemos há pouco, não é apenas para o mundo do 
trabalho que o conhecimento da língua é importante, mas também para 
torná-lo um usuário competente, capaz de ampliar a sua participação social no 
processo de interação com o mundo que o cerca. Para isso, é preciso 
apropriar-se do conhecimento e de meios de produção e de divulgação desse 
conhecimento. É o que desejamos que você faça, caro aluno, com todas essas 
dicas acima. 
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28 
 Estratégias da Escrita 
 Ler não é apenas decodificar, mas compreender as mensagens, pois 
circulamos e vivemos numa sociedade letrada. Vale o que está escrito. 
Parodiando o texto bíblico diríamos: 
“Bem-aventurados os homens de boa redação. Deles será o reino das 
diretorias”. 
NFANTE, Ulisses. Do texto ao texto. Ed. Scipione, São Paulo, 1998, p. 248. 
É verdade! A escrita é essencial ao mundo contemporâneo, tendo em vista as 
práticas sociais das atividades comunicativas no dia a dia, uma vez que as nossas 
organizações e instituições são permeadas por textos escritos: 
Estatutos, Código Civil, PROCON, Leis, Outdoor, Receitas, Comunicação nas 
Empresas, Relatórios, enfim, por inúmeras mensagens que circulam socialmente. 
Assim, dependemos da escrita enquanto habilidade importante para o nosso 
sucesso profissional. Assim, estamos em consonância com as dicas de Lucília 
Garcez para desinibir ou eliminar os bloqueios do estudante, auxiliando-o na 
produção textual. Vamos conferir? 
“DICAS” PARA DESEMPENHO NA ESCRITA: 
1º Passo: Resumos de leituras (revistas, jornais, livros, crônicas e contos). 
2º Passo: Não ter “medo” de escrever. Acreditar que você é capaz de obter 
êxito na escrita. 
3º Passo: Ler muito. Compreender e interpretar o que leu. 
4º Passo: Valorizar seus argumentos e reconhecer que pela escrita interagimos 
com o mundo. 
5º Passo: Motivação é a razão para escrever o texto: defender uma ideia, além 
de expressar um sentimento ou opinião sobre algo. 
6º Passo: Correção gramatical. 
Escrever é um desafio, é luta... Uma via para compreender e desenvolver o 
ato de escrever é a Leitura. Recortamos algumas entrevistas de escritores que 
vivem de suas escritas, sendo o ato de escrever imprescindível em suas vidas. 
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29 
Veja estes depoimentos: 
Clarice Lispector: 
Esta é uma confissão de amor: amo a língua portuguesa. Ela não é fácil. Não é 
maleável. E, como não foi profundamente trabalhada pelo pensamento, a sua 
tendência é a de não ter sutilezas e de reagir às vezes com um verdadeiro pontapé 
contra os que temerariamente ousam transformá-la numa linguagem de 
sentimento e de alerteza. E de amor. A língua portuguesa é um verdadeiro desafio 
para quem escreve. Sobretudo para quem escreve tirando das coisas e das pessoas 
a primeira capa de superficialismo”. GARCEZ, Lucília H. do CARMO. (Técnica de 
redação. O que é preciso saber para bem escrever. São Paulo: Martins Fontes. 
2008, 150p.) 
Segundo a autora Lygia Fagundes, o ato de escrever se resume: 
 
-Como você definiria o ato de escrever? 
-Uma luta. Uma luta que pode ser vã, como disse o poeta, mas 
que lhe toma a manhã. E a tarde. Até a noite. Luta que requer 
paciência. Humildade. Humor. Lembro-me de que estava num 
hotel em Buenos Aires, vendo na tevê um drama de boxe. 
Desliguei o som, ficou só a imagem do lutador já cansado 
(tantas lutas) e reagindo. Resistindo. Acertava, às vezes, mas 
tanto soco em vão, o adversário tão ágil, fugidio, desviando a 
cara. E ele ali, investindo, Insistindo: – mas o que mantinha o 
lutador em pé? Duas vezes beijou a lona. Poeira, suor, sangue. 
Voltava a reagir, alguém sugeriu que lhe atirassem a toalha, é 
melhor desistir, chega! Mas ele ia buscar forças sabe Deus onde 
e se levantava de novo, o fervor acendendo a fresta do olho 
quase encoberto pela pálpebra inchada. Fiquei vendo a 
imagem silenciosa do lutador solitário – mas quem podia 
ajudá-lo? Era a coragem que o sustentava? A vaidade? Simples 
ambição de riqueza, aplauso? (...) E de repente me emocionei: 
na imagem do lutador de boxe vi a imagem do escritor no 
corpo a corpo com a palavra. (Para gostar de ler. Vol. 9. São 
Paulo: Editora Ática, 3ª. Ed. 1988, p7). 
 
 
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30 
 Seção 5 - Trabalhando as normas linguísticas na 
construção dos textos: Significação das palavras. A 
Semântica e o sentido das palavras. 
Agora, prezado aluno, você irá estudar a semântica, parte da gramática que 
estuda o significado das palavras, com o objetivo de ajudá-lo na sua produção 
textual e na interpretação de um texto. 
 
 
Vamos, então, ao estudo semântico das palavras. 
CAMPOS SEMÂNTICOS 
As palavras são relacionadas e associadas de várias maneiras pelo sentido, 
resultando na construção de um campo semântico. 
Exemplo 1 
 
Dica! 
Estude e consulte uma Gramática indicada na nossa bibliografia. 
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31 
Exemplo 2: 
 
 
POLISSEMIA 
 Consiste no emprego de significados variados de acordo com o co6ntexto. Em 
nossa língua, muitos vocábulos apresentam mais de um significado, o qual só é 
apreendido quando se analisa o contexto. Quando isso ocorre, dizemos que o 
vocábulo é polissêmico. Inúmeros são os vocábulos polissêmicos. Observe: 
Exemplo: 
1 - A esperança pousou na janela. 
1 - Chegando à janela vi o céu azul e tive a esperança de dias melhores. 
Veja que se trata do uso da palavra esperança com mais de um sentido, em 
diferentes contextos. 
Mais exemplos: 
3 - A manga da camisa está suja. (parte da vestimenta) 
4 - Todos gostam muito de manga. (fruta) 
5 - O prato é de porcelana. (peça de louça) 
 6 - O prato está delicioso. (comida) 
Todas essas palavras acima são polissêmicas. 
 
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SINONÍMIA (OU SINÔNIMOS) 
Quando duas ou mais palavras têm o mesmo significado em um determinado 
contexto. São palavras diversas na escrita, mas semelhantes ou idênticas na 
significação. 
Exemplo: 
1 - O diretor cumprimentou aos alunos pela gincana. 
 2 - O diretor fez a saudação aos alunos pela gincana. 
Observe a substituição de cumprimento por saudação, sem alterar o sentido da 
frase. 
Veja mais alguns sinônimos: 
Olhar = ver / habitar = morar / colóquio = diálogo / cara = rosto / bonito = belo 
 
ANTONÍMIA (OU ANTÔNIMOS) 
 
Consiste no emprego de palavras de sentido contrário, oposto. 
Exemplo: 
1 - A jovem era destemida. 
2 - A jovem era medrosa.Observe a substituição de destemida por medrosa, com alteração do sentido da 
frase. 
Veja outros antônimos: 
Bonito = feio / alegre = triste / natural = artificial / ignorância = sabedoria 
 
 DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO: 
O sentido literal ou denotativo costuma ser entendido como o sentido do 
dicionário. Quanto ao sentido figurado, este é compreendido como o não-
convencionalizado, ou seja, como o sentido metafórico. Por esta dicotomia, 
costuma-se associar a conotação ao uso do cotidiano da língua, que 
representaria um uso mais polissêmico, em oposição à denotação, em que se 
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33 
emprega a palavra no seu sentido real, literal, dicionarizado. Essa é, aliás, um 
critério muito utilizado nas escolas para fazer a distinção entre o texto literário 
e o texto jornalístico, por exemplo. 
É preciso chamar a atenção, contudo, para o fato de a denotação e a 
conotação não serem fenômenos restritos a este ou aquele gênero textual. 
 
Exemplos: 
 
1 – Está frio aqui. (sentido próprio) - denotação 
 
 (Temperatura) 
2 – Ele é um homem frio. (sentido figurado) - conotação 
 
 (Insensível) 
 
3 – Maria comprou uma flor vermelha para a sua mãe. (sentido real) – denotação. 
 (Uma rosa) 
 
4 – Maria é uma flor de menina. (sentido figurado) conotação 
 
 (Uma metáfora: pessoa bonita, singela) 
 
 Seção 6 – Elementos de Coesão e Coerência Textuais. 
 
● PRINCIPAIS MECANISMOS DE COESÃO 
O encadeamento de ideias é responsável pela coerência de um texto. A 
coesão textual é a conexão linguística que permite a amarração das ideias do 
texto. 
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34 
Segundo o dicionário eletrônico Aurélio Século XXI, coesão significa 
“união íntima entre as partes de um todo”. Apesar de constituírem fenômenos 
distintos, coesão e coerência são complementares na construção de sentido dos 
textos, pois enquanto a coerência se manifesta no plano do conteúdo, do 
encadeamento das ideias, a coesão se manifesta no plano da superfície do texto, 
isto é, nas relações linguísticas tais como nos empregos de conectivos, conjunções, 
advérbios, pronomes, sinônimos etc. 
A coesão textual pode ser conseguida mediante quatro procedimentos gramaticais 
elementares: 
A - Substituição: quando uma palavra ou expressão substitui outras anteriores: 
O Rui foi ao cinema. Ele não gostou do filme. 
B - Reiteração: quando se repetem formas no texto: 
“E um beijo?! E um beijo do seu filhinho?! ” — Quando dará beijos o meu menino?! 
A reiteração pode ser lexical (“E um beijo”) ou semântica (“filhinho” /”menino”). 
C - Conjunção: quando uma palavra, expressão ou oração se relaciona com outros 
antecedentes por meio de conectores gramaticais: 
 
 O cão da Teresa desapareceu. A partir daí, não mais se sentiu segura. 
 A partir do momento em que o seu cão desapareceu, a Teresa não mais se sentiu segura. 
Vejamos que alguns mecanismos de coesão ocorrem por: 
 Retomada gramatical: (pronomes, artigos, numerais, advérbios) 
 Retomada lexical: (substantivos, adjetivos, verbos) 
 Retomada elíptica: (elipse ou ocultamento) 
 Repetição: (lexical e sintática) 
 Encadeamento argumentativo: (com o emprego de operadores 
discursivos) 
 Justaposição: (sem sequenciadores) 
 
 
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35 
 
 
Exemplo: Coesão por Elipse 
(Eu) Conheci Eduardo Wanderley no Festival de Cinema em Gramado. 
(Ele) Era um ator excelente que morava no Chile há quinze anos. 
(O artista) Aprecia o cinema da América Latina. 
 
Exemplo: A coesão por advérbios 
 
Gramado é, por excelência, a terra de novos talentos do cinema. Lá acontece 
todos os anos o Festival do Cinema Brasileiro. 
 
Lá = advérbio (ocorre a substituição da palavra Gramado pelo advérbio lá). 
 
Exemplo: Repetição (lexical e sintática) 
 
Paulo comprou um automóvel. O carro é o último modelo da categoria. 
 
Importante! 
Você deverá ficar atento aos mecanismos de coesão para garantir clareza 
e concisão das ideias, em sua organização discursiva. Agora, veremos a coesão por 
elipse. A retomada por elipse é muito comum na comunicação escrita ou falada para 
garantir a coesão dos textos. Vamos conferir! 
Importante! 
Você deverá consultar e estudar na bibliografia indicada os principais 
mecanismos de coesão para garantir a qualidade do seu texto por meio da unidade de 
sentido. 
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36 
 
● A COERÊNCIA: 
Coerência: três definições envolvendo autores diferentes. 
 
● “Uma complexa rede de fatores de ordem linguística, cognitiva e interacional”. 
(Ingedore Koch) 
 
● “A relação que se estabelece entre as partes do texto, criando uma unidade de 
sentido”. (José Luiz Fiorin) 
 
● “Conexão, a união estreita entre várias partes, relações entre ideias que se 
harmonizam, ausência de contradições. É a coerência que distingue um texto de 
um aglomerado de frases”. (José Luiz Fiorin e Francisco Platão Savioli) 
Alguns autores apontam alguns tipos de coerências, a saber: coerência semântica, 
coerência sintática, coerência estilística e coerência pragmática. 
A – COERÊNCIA SEMÂNTICA: Refere-se à relação entre os significados dos elementos 
das frases em sequência; a incoerência aparece quando esses sentidos não combinam, 
ou quando são contraditórios. 
Exemplo: “Educação, problema universal que por direito todo indivíduo deve ter 
acesso.” 
 
Explicando: A inadequação deve-se ao fato de não ficar claro qual é o antecedente do 
pronome que. Da maneira como foi escrita a frase, o antecedente é problema universal, 
e, neste caso, a incoerência semântica está na não combinação entre os sentidos de ter 
acesso e problema. É muito mais provável que o autor desta frase tenha pensado que 
todo indivíduo deve ter acesso à educação, mas, da forma como ordenou as palavras, 
causou ambiguidade com relação ao antecedente do que. 
 
 
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37 
B – COERÊNCIA SINTÁTICA: Refere-se aos meios sintáticos usados para expressar a 
coerência semântica: conectivos, pronomes etc. 
 Exemplo: Na verdade, essa falta de leitura, de escrever, seja porque tudo já vem pronto, 
mastigado para uma boa compreensão, não precisando pensar, 
Explicando: Vários problemas são encontrados nesta frase. O primeiro é o não 
paralelismo entre leitura (substantivo) e escrever (verbo). Seria necessário dizer falta de 
ler, de escrever ou falta de leitura, falta de treino de escrita. Outro problema é o emprego 
da conjunção “seja”. Ela é normalmente usada para apresentar mais de uma alternativa: 
seja porque tudo já vem pronto, seja porque não há estímulo por parte dos professores. 
Usada isoladamente, ela perde seu sentido alternativo. Há, ainda, a ausência de um 
predicado para o sujeito “essa falta de leitura”. A frase ficou fragmentada. 
C – COERÊNCIA ESTILÍSTICA: Este tipo de coerência não atrapalha, 
significativamente, a interpretação do texto. Ele está relacionado à mistura de 
registros linguísticos. É recomendável que quem escreve se mantenha em um 
estilo relativamente uniforme. No entanto, a alternância de registros pode ser um 
recurso estilístico utilizado pelo escritor, pelo poeta ou artista em geral. 
Leia este poema de Manuel Bandeira: 
 
Teresa, se algum sujeito bancar o 
 sentimental em cima de você 
e te jurar uma paixão do tamanho de 
 um 
 bonde 
 Se ele chorar 
 Se ele ajoelhar 
 Se ele se rasgar todo 
 Não acredita não Teresa 
 É lágrima de cinema 
 É tapeação Mentira 
 CAI FORA! 
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38 
 
Explicando: O autor procede como se estivesse falando, aconselhando alguém, 
advertindo sobre uma possível “cantada”. Há mistura de tratamento (tu/você), mistura de 
registros, pois o autor utiliza várias expressões da linguagem oral, de fora coloquial, como 
“do tamanho de um bonde”, “se ele se rasgar todo”, “cai fora”, ao mesmo tempo em que 
emprega o futuro do subjuntivo, tempo mais comum num registro mais cuidado. 
 
D – COERÊNCIA PRAGMÁTICA: Refere-se ao texto visto como uma sequência de atos 
de fala. Para haver coerência nesta sequência, é preciso que os atos de fala se realizem de 
forma apropriada, isto é, cada interlocutor, na sua vez de falar, deve conjugar o seu 
discurso ao do seu ouvinte. Quando uma pessoa faz uma pergunta a outra, a resposta 
pode-se manifestar por meio de uma afirmação, de outra pergunta, de uma promessa, 
de uma negação. Qualquer uma dessas sequências seria considerada coerente. Por outro 
lado, se o interlocutor não responder, virar as costas e sair andando, começar a cantar, ou 
mesmo dizer algo totalmente desconectado do tema da pergunta, estas sequências 
seriam consideradas incoerentes. 
 
Exemplo: Esta frase foi ouvida recentemente em um programa de televisão: 
“Me inclui fora dessa.” 
 
Explicando: Parece que o emissor não conhece o sentido do verbo incluir, que 
certamente não pode ocorrer combinado com fora. Ou então, usa expressamente o 
advérbio fora para explicar sua intenção de não ser incluído em algum projeto. 
 
Saiba mais: 
A- Coerência é a ligação em conjunto dos elementos formativos de um texto; a 
coesão é a associação consistente desses elementos. 
B- coerência e coesão são níveis distintos de análise. A coesão diz respeito ao 
modo como ligamos os elementos textuais numa sequência; a coerência não é 
Linguagens e Pesquisa 
 
39 
apenas uma marca textual, mas diz respeito aos conceitos e às relações 
semânticas que permitem a união dos elementos textuais. 
 
C- A falta de coerência em um texto é facilmente percebida por um falante de 
uma língua, quando não encontra sentido lógico entre as proposições de um 
enunciado oral ou escrito. É a competência linguística, tomada em sentido 
lato, que permite a esse falante reconhecer de imediato a coerência de um 
discurso. A competência linguística combina-se com a competência textual 
para possibilitar certas operações simples ou complexas da escrita literária ou 
não-literária: um resumo, uma paráfrase, uma dissertação a partir de um tema 
dado, um comentário a um texto literário etc. 
 
D- A coerência e a coesão contribuem para conferir textualidade a um conjunto 
de enunciados. Assim, a coerência, manifestada em grande parte no nível 
macrotextual, é o resultado da possibilidade de se estabelecer alguma forma 
de unidade ou relação entre os elementos do texto. E a coesão, manifestada 
no nível microtextual, refere-se ao modo como os vocábulos se ligam dentro 
de uma sequência. 
 
Seção 7: Linguagem, Processos comunicativos, formas e 
tecnologias e Aspectos comunicacionais em meios 
multimídias. 
 
 A IMPESSOALIDADE DO TEXTO 
Ao trabalhar a construção do texto deve-se usar uma maneira de evitar o caráter 
subjetivo e pessoal com as seguintes formas: 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
40 
 
a) Empregar o verbo na primeira e na terceira pessoas do plural, com o 
objetivo de não realçar a subjetividade da primeira pessoa, de modo 
explícito. 
O produtor de texto deve usar as expressões que são conhecidas como 
plural de elegância. 
Exemplos: 
 Procuramos demonstrar... 
 Nossas conclusões... 
 Procuramos afirmar... 
 Deduzimos... 
 
b) Devemos EVITAR a presença da subjetividade explícita, conforme as 
expressões abaixo: 
 
Exemplos: 
 Minha conclusão... 
 Esta é a minha opinião... 
 Procurei demonstrar... 
 
 As Comunicações Oficiais e a Normatização Gramatical 
 
 Nesta seção, estudaremos as mais importantes comunicações oficiais. A 
Redação Oficial é o conjunto de normas e práticas que regem a emissão de atos 
normativos de comunicação entre os diversos organismos do poder público 
e/ou suas relações com entidades privadas e com os cidadãos. Veremos, ainda, 
a importância do uso da gramática normativa da língua que contribui para a 
produção de textos claros, objetivos, coesos e coerentes. Vamos lá? 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
41 
Nosso objetivo é que você conheça os modelos necessários para poder redigir, 
corretamente, os textos mais comuns ligados a normas oficiais vigentes e 
documentos empresariais utilizados como instrumentos fundamentais de 
comunicação, marketing e controle externo e interno. 
Entende-se por redação oficial o conjunto de normas e práticas que devem 
reger a emissão dos atos normativos e comunicações do poder público, entre seus 
diversos organismos ou nas relações dos órgãos públicos com outras entidades, 
públicas ou privadas e os cidadãos. Podemos agrupar os textos produzidos dentro 
das normas de redação oficial em duas categorias: 
1ª) correspondência: aqui estão o ofício, o memorando, o requerimento, o 
telegrama, o fax, o e-mail. 
2ª) documentos: aqui estão a ata, a certidão, a portaria, a procuração, o relatório, o 
decreto. 
 Todos os textos pertencentes às duas categorias acima estão no campo 
da linguagem escrita, por isso, devem ter as qualidades e características exigidas 
do texto escrito destinado à comunicação impessoal, objetiva, clara, correta e 
eficaz. Nem sempre temos liberdade na hora de escrever alguns textos. É o que 
acontece, por exemplo, com essas modalidades; devemos, assim, entender o 
caráter formal e a obediência as regras específicas desses textos. 
É bom ressaltar, de antemão, que na produção dos textos que vamos estudar aqui 
a linguagem deve ser: 
● em consonância com o padrão culto do idioma: quanto a seleção vocabular, à 
estrutura gramatical das orações, à ortografia, acentuação gráfica etc. 
● impessoalidade, ou seja, isento de qualquer impressão pessoal de quem o está 
produzindo. Não cabe aqui a presença do “eu” enunciador, sentimentos ou 
opiniões. 
● objetividade: evitar a redundância em palavras, expressões e saudações 
exageradamente enfáticas. O conteúdo deve ser expresso de maneira clara e em 
poucas palavras. O que interessa é aquilo que se comunica, é o conteúdo, o objeto 
da informação. 
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42 
● clareza e concisão: atualmente, a velocidade que se impõe a tudo o que se faz, 
inclusive o ato de ler e escrever, torna a clareza e concisão uma qualidade 
indispensável também nesse tipo de redação. 
● formalidade e padronização: as comunicações oficiais e empresariais impõem 
um tratamento polido e respeitoso. Vale lembrar o uso dos pronomes de 
tratamento, os vocativos que em algumas instâncias do poder se tornaram 
inevitáveis. Entende-se que essa formalidade tem por consideração o cargo, a 
função, e não a pessoa daquele que exerce. Outro aspecto da formalidade na 
redação oficial é a necessidade prática a padronização; assim, há prescrições 
quanto à diagramação, espaçamento, caracteres tipográficos etc., em modelos 
como ofício, requerimento, memorando, procuração e outros que passaremos a 
ver agora. 
 
I. A correspondência empresarial moderna: O E-MAIL 
 Atualmente, a correspondência empresarial via e-mail tem sido o 
principal meio de comunicação entre a empresa e seus fornecedores e usuários, 
devido à dinamicidade exigida pelas organizações modernas. Assim, verifica-se a 
necessidade de um cuidado cada vez maior para adequar o vocabulário ao 
conteúdo da mensagem, uma vez esse tipo de correspondência empresarial não é 
apenasum meio de comunicação, mas também um instrumento de marketing e de 
controle, conforme indica Gold (2010, p. 161): 
 
A correspondência empresarial é a responsável pela imagem 
da organização diante de seu público, interno ou externo, e 
se insere na realidade de um mercado competitivo em que 
todas as nuances de comportamentos adquirem sentido; de 
controle porque cristaliza informações e responsabilidades. 
 
 Assim, as informações transmitidas por e-mail, quando dirigidas a um 
cliente externo, devem respeitar a formalidade exigida pela situação, empregando 
as qualidades para a produção de um bom texto de redação oficial vistas acima. 
Linguagens e Pesquisa 
 
43 
Certamente que não podemos misturar a informalidade usada diariamente em 
nossas comunicações diárias pessoais com o e-mail profissional em que será 
mantido as mesmas regras de uma carta tradicional. Seja qual for o caso, é 
importante ressaltar que a formalidade ou informalidade será sempre determinada 
pelo assunto tratado e pelo destinatário da mensagem. Seguem alguns exemplos 
de e-mails e como há a flexibilidade na informalidade de acordo com a situação e o 
destinatário das mensagens: 
 
Exemplo 1: 
 
Para: 
Cc: 
Assunto: 
 
Enviar: 
Pessoal, 
 
Estou confirmando nossa reunião de quinta-feira, às 14 horas. Não se atrasem, pois 
temos vários assuntos para analisar. Vocês estão sabendo que as conclusões 
deverão ser apresentadas à diretoria na próxima segunda-feira, portanto, tragam já 
os assuntos estudados. 
Um abraço, 
Teresa. 
 
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44 
Exemplo 2: 
Para: 
Cc: 
Assunto: 
 
Enviar 
 
Pessoal, 
 
Vocês não podem se atrasar pra reunião de 5ª feira, às 14 horas. Temos vários assuntos pra 
analisar. Tragam esses assuntos já estudados. OK? 
Um abraço, 
 
Teresa. 
 
Exemplo 3: 
Para: 
Cc: 
Assunto: 
Enviar: 
 
Equipe, 
 
Estou confirmando nossa reunião de quinta-feira. Solicito que não se atrasem, pois temos 
vários assuntos para analisar. Como as conclusões serão apresentadas à diretoria na próxima 
segunda-feira, tragam os assuntos já estudados. 
 
Atenciosamente, 
 
Teresa. 
Fonte: GOLD, Miriam. Redação Empresarial. 4ª ed. – São Paulo: Pearson, 2010 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
45 
 
 Problemas sobre a utilização do e-mail em mensagens empresariais: 
 
1 – Excesso de informalidade: muitas vezes o assunto é redigido como se fosse uma 
mensagem de cunho pessoal, utilizando uma linguagem bem próxima à da 
oralidade, o que pode ocasionar má organização das ideias e falta de clareza na 
exposição do assunto. 
2 – Erros gramaticais: além de comprometer à imagem de quem redigiu, prejudica 
a comunicação da empresa com o cliente, tornando a mensagem confusa, obscura 
e, muitas vezes, incoerente. Lembre-se: Embora informal, o texto é um documento 
empresarial. 
 
II. O Requerimento: 
 
 O requerimento é um documento utilizado especificamente para solicitar 
algo a que o requerente tem direito, ou pressupõe que tem, a uma pessoa física, de 
hierarquia superior, ou a uma autoridade. As principais características do 
requerimento são: 
a) Vocativo: (Senhor Diretor...), através do qual se indica o cargo ocupado pelo 
destinatário. 
b) O texto do documento, que costuma vir depois de um espaço de sete 
centímetros, aproximadamente, em que o requerente apresenta seus dados, o 
pedido propriamente dito, introduzido pelos verbos requere, solicitar; e a 
justificativa do pedido. 
c) Deve ser escrito sempre em terceira pessoa, isto é, devemos falar de nós 
mesmos como se fôssemos outra pessoa. 
d) O fechamento do requerimento é bem específico, veja: 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
46 
Nestes Termos  N.T. 
Pede Deferimento  P.D. 
Espera Deferimento  E.D. 
e) Indicação do local e da data, seguida da assinatura do requerente. 
f) Uso dos pronomes de tratamento (V.Sª, V. Exª etc.) 
Exemplo: 
Senhor Diretor do Colégio Estadual Padre Anchieta 
 
 
 
 7 cm 
 
 
 José Maria, aluno regularmente matriculado no 3º ano do Ensino Médio desse 
colégio, no período da manhã, vem requerer a V. Sr.ª a transferência para o período noturno 
em virtude da incompatibilidade com o horário de trabalho recentemente iniciado. 
 
 
 
 
 2 cm 
 
 
Nesses termos, 
 Pede deferimento. 
 
 
 
 Rio de Janeiro, 30 de setembro de 2012. 
 
 ____________________________________________________ 
 
José Maria Ramos 
Linguagens e Pesquisa 
 
47 
III. Procuração: 
A procuração é um documento por meio do qual uma pessoa autoriza outra a 
agir ou praticar atos em seu nome, dando-lhe plenos poderes para representá-lo 
em uma circunstância específica. Ela só terá validade se a assinatura vier com firma 
reconhecida. A procuração pode ser pública ou particular. O presente documento é 
composto de: título (Procuração); qualificações do mandante e do mandatário 
como nome, nacionalidade, estado civil, profissão, CPF e residência. Seguindo estes 
itens, virá a parte onde o outorgante declara a finalidade da procuração e autoriza 
o procurador a praticar os atos aos quais está sendo nomeado. Finalmente, deverá 
apresentar a data e a assinatura do outorgante. 
 
Exemplo de procuração particular. 
PROCURAÇÃO 
 
 (nome)...................., (nacionalidade) .................., (estado civil) ..........., 
(profissão)................., residente na ............... (cidade) ............, (estado).............., portador do RG nº 
................, CPF nº................, pelo presente instrumento de procuração constitui e nomeia seu 
bastante procurador (nome) .........., (nacionalidade)..........., (es. Civil)........., (profissão)............, 
residente na ............. (cidade) .........., (estado)............., portador do RG nº ..........., CPF nº............., 
para ................................................................................................................................... específico 
............................................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................ 
podendo, para tanto, realizar todos os atos necessários para este fim. 
 
 (cidade)..............., (dia) ..... de (mês...... de (ano) 
 (assinatura)...................................................... 
 (Firma reconhecida) 
 
 
 
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48 
IV. Ofício: 
O ofício é uma forma de correspondência oficial externa usada por órgãos do 
serviço público. Atualmente, é usado também como correspondência protocolar 
entre entidades públicas ou particulares, sua finalidade é informar com o máximo 
de clareza e precisão o assunto em questão, utilizando-se o padrão culto da língua 
portuguesa. 
 
Características do Ofício: (padronização recomendada pela Secretaria de 
Administração Federal) 
 
1 – Deve-se respeitar os espaços de margem esquerda (3 cm) e na direita (2 
cm), aproximadamente. 
2 – O número do Ofício deve ser escrito à esquerda, no alto da folha, na mesma 
linha,à direita, vem a indicação do local e a data. Há ponto final após a data. 
3 – Depois de um pequeno espaço, vem o Vocativo com que nos dirigimos ao 
destinatário (Senhor + Cargo – em maiúscula do destinatário): Senhor Diretor, 
Senhor Secretário, Senhor Embaixador etc. 
4 – No encerramento, usam-se expressões simples como: Respeitosamente 
(para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República), Atenciosamente 
(para autoridade da mesma hierarquia ou de hierarquia superior) 
5 – O sinal de pontuação que se segue ao fecho é, obrigatoriamente, a vírgula. 
 
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49 
Exemplo de Ofício: 
 Dados completos da Instituição ou Órgão: 
 Secretaria de /Departamento / Setor/ Entidade/ Colégio 
 Endereço para correspondência 
 Telefone e endereço de e-mail 
 5 cm 
 
 Ofício nº 001/2012/DG Rio de Janeiro, 30 de setembro de 2012. 
 
A Sua Excelência o Senhor 
Secretário de Educação (nome) 
Rio de Janeiro – RJ 
 
Assunto: Convite 
 
 Senhor Secretário 
 
 
 Temos o prazer de anunciar a V. Exª que, no próximo dia 15 de outubro, 
às 10 horas, será aberta neste Colégio uma Feira Literária em que os alunos apresentarão um 
Sarau com a leitura de seus textos poéticos. 
 Será para nós uma grande honra se V. Exª puder prestigiar essa iniciativa 
pedagógica com a sua presença em nossa Instituição de Ensino. 
 
 
 
Respeitosamente, 
 
 
______________________________ 
José Maria Ramos 
(Diretor) 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
50 
 
V. Memorando 
O memorando é uma modalidade de comunicação entre unidades 
administrativas de um mesmo órgão, que podem ter ou não a mesma hierarquia. 
Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna. 
 
Características: 
 
1 – Numeração para controle interno; 
2 – A data deve figurar na mesma linha do número e da identificação do 
memorando; 
3 – O destinatário do memorando é mencionado pelo cargo que ocupa. 
4 – Quanto ao emissor, já foi mencionado na numeração e virá explícito na 
assinatura. 
5 – O assunto esclarece o teor da comunicação 
6 – O texto segue o mesmo padrão do ofício. 
7 – O fecho também segue a mesma normatização que o ofício. 
8 – Os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento. 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
51 
Exemplo: 
 Nome da Instituição 
 
 
 5 cm MEMORANDO 
 
 
Mem. 001/DP Rio de Janeiro, 30 de setembro de 2012. 
 
 
Ao Sr / Srª Chefe do Departamento De Pessoal 
 
Assunto: Redução de Carga Horária 
 
 
 
 
Venho por meio deste solicitar a redução da carga horária por mim 
realizada nessa Instituição a partir do segundo semestre de 2018, por motivos 
pessoais. 
 
Atenciosamente, 
 
 
_________________________________________________ 
Prof.ª Maria Luzia Paiva de Andrade 
Matricula: (nº) 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
52 
 
 
 Aspectos Comunicacionais em meios multimídias 
O uso das Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação, as 
TICs, seja ela presencial ou a distância, tem como objetivo principal o próprio 
aluno. Nesse contexto, torna-se necessário avaliar as necessidades, as 
possibilidades e o contexto de vida do aprendiz, além, é claro, da necessidade 
profissional na qual está inserido. 
Um bom projeto pedagógico de educação é aquele que prioriza sempre, 
em primeiro lugar, a aprendizagem dos alunos, e oferece um modelo pedagógico 
que possibilite o acesso à informação e à comunicação por meio de estratégias de 
interação e da integração das diversas mídias, que contemplem uma diversidade 
de atividades, linguagens e textos que dialoguem em constante interação através 
de vários recursos de multimídias como imagens, gráficos, animação, áudio, textos 
etc. 
Recursos multimídia é a combinação de textos, fotografia, gráfico, vídeo, 
áudio e animação associados, normalmente, a um computador pessoal, o que 
permite a interatividade do usuário com o equipamento, ampliando o acesso à 
informação. Desse modo, a interatividade torna-se o elemento principal para o 
trabalho com a virtualidade; sem essa possibilidade o espaço virtual ou os 
ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) perde o movimento que impulsiona a 
sua atualização constante. 
Para saber mais sobre Redação Oficial, pesquise: 
GOLD, Miriam. Redação Empresarial. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 
2012. 
TUFANO, Douglas. Estudos de Redação. São Paulo: Moderna, 1996. 
MEDEIROS, João Bosco. Português Instrumental: para cursos de contabilidade, 
economia e administração. 4ª ed. – São Paulo: Atlas, 2000. 
Linguagens e Pesquisa 
 
53 
Com o aperfeiçoamento das TIC’s, as interações a distância têm sido cada 
vez mais eficientes promovendo uma aproximação, ainda que as pessoas estejam 
espaço-temporalmente distantes. Podemos dizer que essas tecnologias 
aproximam as pessoas, possibilitando que elas interajam e, assim: comuniquem, 
ensinem e aprendam com eficácia considerável (Cf. BARROS, 2007, p. 45). 
 Ambientes Virtuais de Aprendizagem – AVA 
 Como se sabe, na modalidade educação a distância o processo de ensino 
e aprendizagem não se faz por intermédio da sala de aula física, tal qual o modelo 
presencial. São, portanto, os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) que 
permitem a mediação e o gerenciamento de todo o processo de ensino nos cursos 
a distância. Caracteriza-se, portanto, como ambientes virtuais de aprendizagem ou 
na sua abreviação AVAs aqueles “sistemas computacionais disponíveis na internet, 
destinados ao suporte de atividades mediadas pelas tecnologias de informação e 
comunicação” (THING, 2003, p. 78). 
 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
54 
Qual seria a função mesma desses ambientes? A tarefa fundamental do AVA na 
perspectiva de Côrrea (2007, p.56) “consiste em integrar múltiplas mídias, 
linguagens e recursos, apresentando informações de maneira organizada ao 
“desenvolver interações entre os alunos e tutores e objetos de conhecimento, além 
de elaborar e socializar produções tendo em vista atingir determinados objetivos”. 
Trata-se de sala de aula virtual composto de interfaces ou ferramentas decisivas 
para a construção da interatividade e da aprendizagem dos cursos a quem se 
destina. Nela acomodam-se o web-roteiro com sua rede de conteúdos e atividades 
propostos pelo profissional que desenha o conteúdo, bem como acolhe a atuação 
dos alunos e do tutor/professor, seja individualmente, seja de modo colaborativo 
(Cf. CÔRREA, 2007, p. 23). 
Conseguiu compreender? Vamos pensar de forma específica: O AVA possui 
como objetivo fundamental facilitar as atividades didáticas pedagógicas para o 
processo de ensino e aprendizagem. De uma forma geral, tais ambientes de 
aprendizagem são constituídos pela seguinte estrutura: Conteúdo, Atividades, 
Recursos, Chat, Fórum, E-mail, Avaliação. Cada um desses recursos possui um papel 
especial na forma de condução da aprendizagem, como também na interação 
entre o tutor e o aluno tornando o aprendizado algo dinâmico e enriquecedor (Cf. 
KENSKI, 2003, p. 78). 
Atualmente, existem inúmeras ferramentas que se propõem a dar suporte para 
processos de ensino e de aprendizagem baseados na Web tanto originárias do 
meio acadêmico, quanto do meio comercial. Cada uma delas possui de forma 
implícita ou explícita concepções sobre como ocorre o processo de ensino e de 
aprendizagem. Neste contexto, várias organizaçõesvêm produzindo e 
disponibilizando o AVA no ciberespaço com formatos e custos que variam e se 
adequam as necessidades dos seus respectivos educadores virtuais pelo fato de 
possibilitarem fácil manuseio e controle de aulas, discussões, apresentações, 
sobretudo, as atividades potencialmente educacionais de forma virtual. 
 
Ciberespaço: Este termo tem sua origem em William Gibson, em 1984, no livro 
Neuromancer, refere-se a um espaço virtual composto por cada computador e usuário 
conectados em uma rede mundial. Trata-se de uma espaço virtual presente em 
“potência” e desterritorializante. 
Linguagens e Pesquisa 
 
55 
 
 O emprego das Tecnologias e Comunicação e Informação em 
contextos educacionais. 
Considerando a Educação um processo de organização da informação e 
que a comunicação apoia este processo, torna-se essencial para uma educação de 
qualidade que a comunicação se dê também com qualidade. 
Assim, a partir de agora, para que o emprego das tecnologias vá além de 
simplesmente transmitir, pedimos a vocês que ampliem o entendimento do que é 
aprender. Ora, sabemos que a aprendizagem se dá por meio de processos 
cognitivos, sociais e culturais, e que a tecnologia e o professor apenas contribuem 
para que ela se consolide. Desta forma, informações e conhecimentos necessitam 
ser processados pelos indivíduos para que se tornem aprendizado. 
Se o homem e as tecnologias são meios para que os alunos aprendam, a 
utilização dessas tecnologias será eficiente se as escolhas destas forem adequadas 
e planejadas. Portanto, tarefas como ler, ouvir, pesquisar e desenvolver uma 
atividade são diferentemente tratadas num ambiente virtual. 
Mas como utilizar as tecnologias TICs? Pergunta difícil, não? 
Melhor que as conheçamos antes. 
Para não esquecer... 
A “sociedade da informação” se caracteriza por ter desenvolvido o 
processamento e a velocidade de transmissão das informações. O que não significa 
que toda a informação seja transformada imediatamente em conhecimento. 
A produção do conhecimento implica um processo de ensino, ou seja, 
processo de aprendizagem, que consiste na apropriação das informações, 
conhecimentos, habilidades e atitudes, por parte de quem recebe a informação. 
 Ferramentas de Comunicação voltadas à EaD 
Vimos que os recursos didáticos da EAD estão ampliando as formas de 
pensar, aprender e ensinar. E que a o uso da tecnologia na Educação é benéfico, 
pois, permite momentos distintos para que haja interação entre os participantes de 
um curso. 
Linguagens e Pesquisa 
 
56 
Apontamos aí uma das vantagens principais do uso das tecnologias no 
processo educativo que são as várias possibilidades de interação. 
Na educação a distância, ou nos momentos a distância de cursos 
semipresenciais, a comunicação e a interação são as bases para o sucesso da 
aprendizagem. Desta forma, as atividades devem se apresentar ricas em sistemas 
síncronos e assíncronos, pois estes despertam o interesse do aluno em fazer parte 
do grupo de aprendizagem e também colaborar, expondo seu conhecimento. 
Para não esquecer: 
Assíncronos – são os serviços cujo tempo de envio e recepção de mensagens 
exigem um determinado período de tempo. Este tempo vai depender do recurso 
utilizado e do tamanho das mensagens. 
Síncronos - são os serviços que exigem que os interlocutores estejam conectados 
ao serviço ao mesmo tempo para que haja comunicação. A comunicação é 
“instantânea”. 
 A seguir algumas possibilidades de ferramentas 
assíncronas: 
 
1. A World Wide Web – WWW – é o serviço que popularizou a internet. 
Permite a visualização de páginas com hipertextos (palavras ligadas a 
outras páginas) com multimídia (hipermídia). Embora seja assíncrono, 
este serviço pode ter características síncronas; 
2. FTP e download – possibilita a transferência de arquivos de um ponto a 
outro. Possui dois tipos de acesso: o anônimo (download) e o total. O 
acesso total do FTP só é permitido para quem possui conta. Nesse tipo de 
acesso, o usuário pode manipular os arquivos, ou seja, apagar, criar e 
excluir diretórios. 
3. E-mail, web mail, ou correio eletrônico – apresentam as seguintes 
características na EAD: permitem a rápida comunicação e incrementam a 
troca de mensagens escritas entre todos os participantes dos cursos; 
permitem o envio de arquivos, em qualquer formato, anexados às 
Linguagens e Pesquisa 
 
57 
mensagens (geralmente, o feedback do professor chega por e-mail); o 
uso da caixa postal individual facilita a organização dos estudos dos 
alunos; facilita o uso e o acesso à informação, assim favorecem a 
construção do conhecimento que se dá pela interação; por ser 
assíncrono, permite a análise cuidadosa das mensagens antes de serem 
respondidas (interação mais ponderada entre instrutor e alunos). 
4. Lista de discussão - recurso utilizado em EAD, funciona através de e-
mail. Por esta ferramenta se veiculam mensagens de interesse dos 
grupos participantes dos cursos. 
5. Grupos de discussão no fórum – permite que as mensagens enviadas 
sejam organizadas hierarquicamente, podendo ser lidas por meio da 
página da internet em que o fórum está localizado. O que diferencia os 
grupos das listas de discussão, é que nos grupos não necessitamos de e-
mails para acessá-los. 
 
 Vejamos algumas possibilidades de ferramentas síncronas: 
1. Chat ou Bate papo – é um recurso de comunicação que pode ser 
utilizado pelos grupos para discutirem um tema pré-estabelecido 
pelos seus membros, que seja significativo para o conteúdo do curso 
e/ou aprendizado. Esta ferramenta permite conversas síncronas e 
textuais em um curso. 
O chat é eficiente nas seguintes situações: integrar o grupo; sanar dúvidas dos 
alunos (podem ocorrer antes de avaliações presenciais e/ou a distância); para que 
se discuta um trabalho (com ou sem mediação). 
Para que seja eficaz, o chat deve seguir algumas regras: os grupos não devem 
ser muito grandes. Os grupos devem ter de 5 a 7 pessoas; a discussão deve ser 
dirigida, ou seja, baseada num tema de interesse do curso; o moderador não deve 
deixar a discussão ser desviada do tema inicialmente proposto; se possível, um 
relator deve elaborar um relatório do evento e disponibilizá-lo para o grupo 
participante; é interessante que se crie um arquivo das conversas para análise 
Linguagens e Pesquisa 
 
58 
posterior; deve-se agendar data e hora de início e término que seja comum ao 
grupo e buscar comprometimento dos participantes no que diz respeito ao 
cumprimento da agenda; aconselha-se também que se evitem temas muito 
teóricos e/ou polêmicos. 
 
1. Telefone - mídia individual que oferece comunicação interativa em 
tempo real. É usado, sobretudo, para o esclarecimento de dúvidas 
dos alunos. 
2. Skype – permite a comunicação pela Internet através de conexões 
de voz (mensagens instantâneas, videoconferências e/ou realizar 
ligações do computador para um telefone fixo ou celular com tarifas. 
3. Transmissão de aulas, palestras, etc., com interação direta via 
satélite (teleconferência) – transmitida via satélite e com recepção 
através de antena parabólica conectada à televisão, oferece aos 
participantes possibilidades de interação e participação ativa no 
processo formativo. 
 
Um modelo de teleconferência é apresentação por um conferencista, dirigida 
por perguntas dos telespectadores. A teleconferência é muito usada na EAD pois 
evita que um mesmo curso seja repetido em mais de um local. Apontamos as 
seguintes vantagens da teleconferência: conveniente para o ensino de grupo; 
torna a presença e interatividade em tempo real; atende a um número elevado de 
alunos;

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