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1 UNIVERSIDADE WUTIVI (UniTiva) Cadeira: Métodos de Estudo TEMA: TÉCNICAS DE LEITURA TEMA: FICHAMENTO II. TECNICAS DE LEITURA Neste capítulo iremos expor um método de estudo de textos. O método é constituído por seis etapas ou passos, os quais, mais adiante, irão ser abordados com mais exaustividade. 1.O Plano das Seis Etapas Quando alguém pega num livro para estudar (sobretudo quando se trata do primeiro contacto) um capítulo ou a toda obra não deve pretender fixar a matéria, logo à primeira tentativa. Significa que é um processo que passa por diferentes etapas. Repare que os atletas antes do início de uma competição passam por uma fase de aquecimento, para que a prova se realize sem sobressaltos e permitir alcançar o melhor rendimento possível. Na leitura acontece o mesmo. A seguir passaremos à descrição dessas etapas. 1.1. 1ª Etapa: Examinar Examinar antecede o estudo verdadeiro e tem como objectivo obter uma impressão global da matéria. O estudante obtém uma ideia geral sobre o conteúdo do livro e sobre a estrutura do mesmo. Nesta fase presta-se maior atenção ao título, prefácio, introdução, índice e textos na capa, ao autor. Por exemplo, percorrendo o índice, é possível descortinar o essencial da matéria tratada. O índice mostra, de forma esquemática, o conteúdo e a organização de um livro. 2 Geralmente na introdução, o autor explica as intenções do livro, indica quais os seus destinatários e, por vezes, fornece pistas sobre o modo de tirar proveito da leitura. Folheando as páginas do livro, pode observar-se a forma como é apresentada a matéria, nos seus capítulos e títulos principais. Pode observar-se ainda se existem esquemas ou figuras que facilitem a compreensão dos temas tratados. A informação sobre o autor também é importante. Poderá saber se é alguém com nome e o que já produziu no mundo da ciência. Quando o estudante assim procede, o texto começa a ter vida. Muitos estudantes saltam esta parte com o argumento de que isso não faz parte da matéria a ser examinada. É verdade que o estudante ainda não esta a estudar, mas esta a construir uma base para a matéria de estudo. 15 a 30 minutos poderá ser um tempo razoável para o estudante puder obter uma impressão global do livro. 1.2. 2ª Etapa: Descobrir A segunda, terceira, quarta e quinta etapa são aplicáveis aos capítulos ou à uma quantidade de matéria delimitada que poderá ser assimilada dentro do tempo disponível. Também, pode ser um parágrafo ou eventualmente mais do que um. O estudante pode iniciar esta etapa fazendo uma breve avaliação. Poderá colocar a si próprio as seguintes perguntas: Esta quantidade da matéria pode ser trabalhada dentro do tempo de que disponho? Quantas páginas vou ler e qual o seu grau de dificuldades? É desejável que, antes de o estudante começar a ler saiba o número de páginas que ira ler e em quanto tempo o fará. A seguir, recomenda-se percorrer com a vista, mas de uma forma rápida, o capitulo para que ele fique com uma impressão geral, assim como tem sido com o jornal num dia que se esta muito ocupado e com muito trabalho ou com a capa de uma revista numa loja. As seguintes perguntas poderão ser colocadas: Do que se trata? Quais são os temas aqui abordados? Também nesta fase olha (m)-se o (s) capitulo (s) anterior (es). Esta metodologia vai permitir situar o capítulo no conjunto, o que fará com que os estudantes estabeleçam a conexão entre as diferentes partes do conteúdo 3 1.3. 3ª Etapa: Ler Por Alto Ler por alto ou sobrevoar um capítulo é dar uma rápida passagem de olhos pelo seu conteúdo (skimming). Aqui, o estudante começa a debruçar-se sobre a estrutura do texto e a composição da informação. Nesta fase, o estudante não se preocupa com assuntos que ainda desconhece e nem com pormenores. É ainda altura de procurar linhas gerais. Esta primeira leitura serve para oferecer ao leitor uma visão panorâmica do terreno a explorar, ou seja uma visão geral do assunto. Nesta etapa, aconselha-se a leitura de um ou outro parágrafo do início, do meio e do fim do capítulo (leitura em diagonal). Ele pode colocar as seguintes questões: Do que trata o texto? Qual é a estrutura do texto. O mais importante é o estudante saber do que se trata e como é que os parágrafos e as alíneas se relacionam e qual é o raciocínio desenvolvido no texto. Esta é a altura de o estudante pegar num caderno e uma caneta para fazer algumas anotações. Ao ler por alto, o estudante faz um tópico – comente (TC) geral. Num TC geral, não se encontram os pormenores, mas só os tópicos tratados no texto e os comentários mais importantes sobre eles. O objectivo do TC geral é visualizar a estrutura do texto e servir de apoio à memória durante o estudo de textos. Não é um sumário. Um TC geral elabora-se rapidamente, sobretudo se utilizares os lugares de preferência e as palavras indicadoras. Num TC geral mencionamos apenas do que o texto trata. Os pormenores ainda não são importantes nesta fase. Isso só terá importância na fase seguinte (ler intensivamente/profundidade), ao alargar o TC geral para um TC pormenorizado. 1.4. 4ª Etapa: Ler Intensivamente (skanning) Agora chegamos à parte que a maioria dos estudantes considera realmente estudar, isto é, ler exaustivamente, compreender e armazenar um excerto do texto. Agora o que interessa é aquilo que está exactamente no texto. O estudante pode colocar as seguintes questões: Quais são os aspectos principais e secundários? Que relação o capítulo /o parágrafo/a alínea tem com os anteriores? Porque é que o autor dá mais ênfase a estes aspectos e não aqueles outros? Concordo com as opiniões do autor? Que novidades surgem no texto? Que pretende transmitir o autor? As explicações são fundamentadas? Os factos e os argumentos são esclarecedores? 4 O estudante, acompanhado do esquema TC geral vai tentar responder à seguinte pergunta: O que é que o texto nos diz precisamente? O resultado deste esforço é um esquema TC pormenorizado. A elaboração de um esquema TC pormenorizado, é estudar. A elaboração de um esquema TC pormenorizado exige muito trabalho mental e o progresso pode ser relativamente lento, dependendo das capacidades individuais de cada estudante. Por isso, aconselha-se aos estudantes para que não desanimem perante dificuldades. (ver exemplo de TC pormenorizado em anexo) O bom leitor não regista passivamente tudo que vem nos livros. Mesmo que os autores lhe mereçam confiança, o bom leitor manifesta espírito crítico perante o que lê. Ele analisa, compreende, interpreta, compara e avalia. Pode-se concluir observando que a leitura em profundidade é feita com inteligência e não só com os olhos. É uma leitura cuidadosa, concentrada e critica. É uma leitura activa. 1.5. 5ª Etapa: Repetir e Verificar Depois de o estudante ler um parágrafo, uma página ou uma porção longa da matéria aconselha- se para que feche o livro para verificar se tem o domínio sobre o assunto em estudo. Existem casos de estudantes que dois minutos após a leitura não conseguem repetir o que acabam de ler e muito menos poderão evocar esses conhecimentos numa fase posterior. Quando assim acontece, aconselha - se a esses estudantes para realizarem mais uma leitura, até à compreensão do texto. Ganhar o hábito de verificar o progresso durante o estudo é fundamental para o desenvolvimento dos estudantes. Todos aqueles que não fazem a verificação dos conhecimentos durante o estudo estão sujeitos ao fracasso. 1.6. 6ª Etapa: Integrar A 6ª etapa, assim como a 1ª, aplicam-se à matéria em geral. Nesta etapa, o estudante visualiza as relações existentes entre os capítulos, assim como as relações entre os pormenores. É nesta fase que o estudante faz avaliação em termos de domínio dos conteúdos. Se os domina ou ainda existem algumas lacunas. Aqui ele compara os esquemas TC de cada capítulocom o esquema TC já elaborado do livro no seu todo. Na etapa integrar, o estudante deve ser capaz de determinar os principais pontos do capítulo ou do livro no seu todo e como é que eles se inter – relacionam. 5 Significa que o estudante compreende a estrutura, desenhou na memória os pontos focais e é capaz de evocar todo o capítulo ou todos os capítulos do livro. 2. A leitura Dinâmica/activa Nem todos possuem técnicas de leitura adequadas. É uma das razões pelas quais nem todos possuem o mesmo rendimento na aprendizagem. Se desejarmos saber se o ritmo da nossa leitura e a compreensão que dela obtemos são os mais adequados, basta formularmos as seguintes perguntas: ●Leio a um bom ritmo? ●Compreendo perfeitamente um texto, depois de acabar de o ler? ●Utilizo dicionários ou algum outro material auxiliar que me possa facilitar a tarefa? ●Pratico alguma técnica diária para aumentar a minha capacidade de leitura? ●Tomo apontamentos enquanto leio, para realçar as ideias Fundamentais de cada parágrafo? ●Sublinho as ideias principais e secundarias de cada um dos temas de estudo? ●Utilizo os apontamentos e sublinhados para elaborar resumos e esquemas sobre o que li? ●Resumo e esquematizo de forma isolada cada um dos temas que li? ●Se a resposta for negativa a maior parte das perguntas temos de admitir que alguma coisa está a falhar na técnica de leitura e essa deficiência é a causa do baixo rendimento escolar. Uma leitura activa implica os seguintes processos: consultar o dicionário, sublinhar, fazer anotações e tirar apontamentos. Isso, exige que o estudante tenha à mão dicionários, cadernos, esferográficas, lápis, borracha. Exige ainda que ele escolha locais apropriados e tenha posturas físicas correctas para ler e escrever. Desaconselha-se, por isso, a opção daqueles que preferem estudar reclinados no sofá ou na cama. A seguir, serão analisados os processos da leitura activa/dinâmica 2. 1.Consultar o dicionário O bom leitor não precisa de ir ao dicionário ver o significado de todas as palavras, desde que possa entende-las. Todavia, é aconselhável consultar um dicionário, sempre que se encontrem expressões desconhecidas ou de sentido duvidoso e que sejam fundamentais para a compreensão do texto. Assim, o dicionário é fonte rápida e segura para tirar dúvidas. Não tendo o dicionário à 6 mão, dever ser anotadas as palavras desconhecidas em listas de espera, para um posterior esclarecimento. Consultar o dicionário não só ajuda a perceber melhor um texto, como também ajuda a enriquecer o vocabulário de quem o faz. Conhecendo e aplicando correctamente palavras novas, combate-se a ignorância e adquire-se maior competência a falar e a escrever. 2.2. Sublinhar Sublinhar bem um texto ou um livro desperta atenção, ajuda a captado e facilita as revisões. É uma forma de estar mais atento e de captar melhor o que se lê. Todavia há que sublinhar que a arte está em saber extrair e sublinhar o essencial no meio das frases mais ou menos complexas do texto. Sublinhar bem um livro ou um texto desperta atenção, ajuda a captação e facilita as revisões. Para sublinhar são apontadas três regras fundamentais que são as seguintes: ●Dar prioridade a definições, fórmulas, esquemas, termos técnicos e outras palavras ou expressões que sejam a chave da ideia principal; ●Não abusar dos traços e das cores. Em geral, basta destacar uma frase ou duas, por parágrafo. Sublinhar tudo é o mesmo que não sublinhar nada; ●Sublinhar apenas livros pessoais. É falta de respeito pelos outros riscar livros emprestados. Além do mais um sublinhado só funciona bem para a pessoa que o fez. Cada pessoa tem o seu método próprio. 2.3. Fazer anotações O leitor activo pensa enquanto lê e faz anotações. As anotações são reacções ou comentários pessoais e podem expressar-se através de variadas formas: ●Ponto de exclamação (!), como sinal de surpresa ou entusiasmo; ●Ponto de interrogação (?), como sinal de dúvida, discórdia ou rejeição; ●Letras diversas para fazer uma observação simples. (Ex: B - bom ou bem; I- importante ou interessante; N- não; R- rever …); ●Palavras que resumam o núcleo central de um parágrafo; 7 ●Uma nota de referência a outras ideias sobre o assunto, defendidas pelo mesmo autor ou por autor diferente (ex. ef. Livro… pág.). Para concluir de referir que para além de originais, as anotações devem ser claras e breves. 2.4. Tirar apontamentos Escrevendo, aprende-se melhor e guarda-se a informação por mais tempo, facilita a captação e retenção da matéria. Apontamentos bem elaborados a partir das leituras fornecem ainda informações rápidas e eficientes para fazer trabalhos de casa, rever a matéria. Este Tema será desenvolvido com maior profundidade no capítulo seguinte. 3. Condições da velocidade de leitura O ritmo e a rapidez que imprimimos à leitura condicionam totalmente o rendimento do estudo e a forma como assimilamos e fixamos os conteúdos. O exercício diário pode ajudar-nos a melhorar até cinquenta por cento o ritmo de leitura A velocidade de leitura não depende unicamente de uma decisão pessoal, pois está, também condicionada pelos seguintes factores: ●conteúdo do texto; ●conhecimento do vocabulário por parte do leitor; ●objectivo pretendido com a leitura. Há textos que nos são inacessíveis e aos quais temos de dedicar maior quantidade de tempo e outros textos fáceis/acessíveis, e menos quantidade de tempo Se desde crianças formos progredindo no ponto pela leitura, quando chegarmos a etapas superiores não só teremos adoptado umas técnicas adequadas, como gozaremos de um amplo vocabulário, consequência directa do nosso entusiasmo. A maior parte dos estudantes universitários dispõem de um vocabulário muito reduzido, consequência de uma escassez da prática de leitura ao longo da sua etapa académica. Por outro 8 lado, os mais jovens revelam não possuir o menor interesse por ler, e os esforços dos professores por os encorajar nesse sentido não se revelam muito proveitosos 4. Relação entre Velocidade e Compreensão/Rendimento Deve-se ler depressa ou devagar? Quem aproveita mais da leitura? O leitor lento ou leitor rápido? Muitos estudantes quando lhes são colocadas estas perguntas, a predominância nas respostas dadas são de que a leitura lenta é que favorece a assimilação e compreensão na leitura. À primeira vista, pode parecer que os textos lidos devagar deixam marcas mais profundas no leitor. De facto assim não acontece. As experiências mostram que a velocidade de leitura, desde que não excessiva, favorece o rendimento. O ritmo da leitura terá de se adaptar sempre à natureza dos textos (mais complexos ou mais acessíveis) à capacidade de assimilação do leitor e aos objectivos pretendidos. Para averiguar a nossa velocidade de leitura, basta aplicar uma técnica simples que consiste em pegar num relógio e ler durante 2 a 3 minutos um texto previamente relacionado e medido. Depois é suficiente somar as palavras lidas e dividi-las pelo tempo para obter a média de palavras que lemos por minuto. As pessoas que obtiverem um resultado entre 250 e 300 palavras por minuto se encontram dentro dos termos normais referidos à velocidade de leitura. Quem estiver abaixo desse resultado, terá de admitir que tem problemas importantes com as suas técnicas de leitura e deve praticar, se quiser obter resultados mais satisfatórios. Quadro comparativo da velocidade de leitura 1. Termo médio de leitores adultos sem prática ____90 a 160 ppm 2. Termo médio de leitores normais com prática____200 a 250 ppm 3. Termo médio de leitores razoáveis_____________500 a 700 ppm 4. Leitor perfeito ate 900 ______________________900 ppm Nota: ppm __palavras por minuto 9 5. Vantagens do leitor rápido Distinguindo as características dos leitores lentos e dos leitores rápidos, sepode concluir que os rápidos alcançam maior rendimento e com menor esforço. Não pode ser confundido com o apressado, impaciente e superficial que “engole” textos a uma velocidade perigosa. O rápido avança depressa, mas é cuidadoso nos textos mais importantes. O rápido não se fixa em palavras isoladas. Procura ver, em cada paragem do olhar, grupos de palavras ou frases com sentido. A sua preocupação centra-se nas ideias e na visão de conjunto do texto Pode perder um e outro pormenor, mas ganha mais na compreensão e assimilação. 5.1.O leitor lento O leitor lento, por opção própria, ou por pobreza do vocabulário, inspecciona o texto, palavra a palavra. Fixa o olhar e soletra as palavras como se receasse perder alguma coisa. É meticuloso. Não distingue a natureza dos textos e, por vezes, gasta tempo a “armazenar” pormenores e exemplos. No meio da sua lentidão, divaga e perde as ideias. Por isso, não consegue ter grande rendimento Conclui-se que o leitor rápido não só poupa tempo como tem mais possibilidades de compreender o sentido daquilo que lê. Ganha, assim, no seu rendimento. 6. Como melhorar o nosso ritmo de leitura? Através da prática diária até chegarmos a leitores perfeitos. Se todos os dias dedicar-mos pelo menos 10 minutos ao aperfeiçoamento do nosso ritmo de leitura, passado algum tempo poderemos observar que melhoramos consideravelmente Para começar a exercitar-nos nesta prática, devemos escolher leituras fáceis, sem demasiadas complicações, para ir aumentando gradualmente o grau de dificuldades. Tanto os lentos como os rápidos podem sempre melhorar a sua eficiência. É importante sublinhar que o objectivo essencial não é aumentar a rapidez, mas sim de aumentar o rendimento. Enfatizando pode-se reafirmar que para melhorarmos a velocidade de leitura e sua compreensão devemos realizar o seguinte: 10 ●Tentar ler com a maior rapidez possível, procurando captar o sentido geral do texto. A ideia reside em procurar assimilar o texto em geral, e não abarcar o significado exacto de cada palavra; ●Adaptar sempre a velocidade de leitura ao grau de dificuldades do texto que enfrentamos. O controle dos nossos olhos é outro requerimento fundamental para controlar e incrementar o nosso ritmo de leitura. Enquanto se lê, o movimento dos olhos não é contínuo, mas aos saltos. Cada um destes é uma fixação. Em cada fixação os olhos captam um grupo de palavras. É preciso reduzir ao máximo o número de fixações por linha e captar o maior número possível de palavras em cada fixação. O mais aconselhável é fazer entre duas a três fixações por linha e não mais. Ao ler, devemos fixar a nossa atenção sempre na parte superior das letras e não na inferior, o que nos permitirá reconhecê-las com maior rapidez. Se respeitarmos estas simples regras e tivermos presente tudo aquilo que foi exposto, podemos garantir que conseguiremos melhorar o nosso ritmo de leitura. Decerto que não se trata de um trabalho fácil. Abandonar os maus hábitos de estudo adquiridos durante a etapa escolar, que estão firmemente enraizados, torna-se, por vezes, difícil. De qualquer modo, convêm também saber que não é uma tarefa impossível pois interessa iniciá-la quanto antes. Os esquemas que a seguir apresentamos elucidam melhor o que acabamos de expor. Assim: a) Caso de um leitor muito lento (Fraco) Faz uma pausa (fixação) em cada palavra (tal como no Ensino primário/Secundário) Ex. Estudantes/e professores/gostam/que a escola/fosse/um espaço/mais feliz Os/leitores/palavra/a/palavra/tem/de/ler/lentamente/porque/se/fixam/em/cada/palavra/separadam ente/em/vez/de/grupos/de/palavras. b) Um leitor lento com muitas regressões/saltos c) Bom leitor toma as palavras em grupo Tem apenas uma pausa (fixação) em cada grupo e não faz regressões num salto para trás 11 A capacidade visual de um leitor médio e fascinante. Ele pode ver um conjunto isolado de três ou quatro palavras relacionadas em 1/100 (1 centésimo) de segundos. Um leitor apenas usa fracção bastante pequena da sua capacidade visual 7.Uso da visão periférica (vertical, horizontal e diagonal) a) Um leitor não educado lê linha por linha. Isto é, da esquerda para a direita. No fim da linha volta ao princípio da linha seguinte do lado esquerdo. b) Um leitor educado Toma as linhas 2 a 2; 3 a 3; 4 a 4, …conforme o seu nível de treinamento (respectivamente alíneas a), b), e c) do diagrama seguinte. As linhas verticais tracejadas exemplificam uma amplitude vertical e a linha ondulada representa o percurso da vista de um leitor mais avançado do que o ilustrado no esquema acima Nota: Com um treinamento sistemático deve ir aumentando gradualmente as linhas (2,3,4,5,…7,….9……) até conseguir fazer uma fixação fotográfica panorâmica de toda a página. Está demonstrado que é possível visualizar e compreender uma página standard em 30 segundos. Quadro comparativo: Leitor lento/Leitor rapado Leitor lento Leitor rápido ● Acompanha a leitura com lápis, com o dedo ou com o movimento da cabeça ● Pronuncia (em voz alta, em voz baixa ou mentalmente) todas as palavras ● Vê as palavras isoladas ou três palavras, em cada fixação do olhar ● Lê 150 a 300 palavras por minuto, em textos de dificuldade media ● Não adapta o seu ritmo à natureza dos ● Mantêm a cabeça fixa e apenas movimenta os olhos sobre as palavras ● Olha as palavras, mas não as pronuncia (nem sequer em silencio). Faz leitura “visual” ● Consegue ver conjuntos de cinco a dez palavras, de cada vez que olha num texto ● Lê, habitualmente, 400 a 600 palavras por minuto. Em textos fáceis chega a 1000 12 8. De que depende a compreensão da leitura? De pouco nos serve ter aumentado a velocidade, se, quando acabamos de ler, não entendemos nada ou termos demasiadas dúvidas sobre o significado do texto que acabamos de ler. Como vimos, um dos erros muito generalizado entre os estudantes é de considerar que uma leitura lenta e pausada ajuda a compreender melhor o que se lê. Se um texto encerra grandes dificuldades, temos de voltar atrás várias vezes, o que não significa que devemos fazê-lo a um ritmo excessivamente lento. Devemos nos recordar que a mente trabalha de uma forma muito mais activa e se emprega muito mais a fundo na compreensão quando a submetemos a uma leitura rápida dos textos (A uma maior rapidez de leitura corresponde uma maior compreensão. Não o contrario) 9. Tácticas mais frequentes para favorecer a compreensão da leitura Para favorecer a compreensão da leitura devemos: ●Captar a ideia geral. No fim, fazemos um resumo mental, o que significa que o nível de compreensão é elevado. Se temos problemas de vocabulário ou enfrentamos uma matéria muito especializada, o mais indicado é ter sempre à mão um dicionário que nos permitirá esclarecer qualquer dúvida no momento em que ela se apresente; ●Prestar atenção as fotografias, gráficos e ilustrações do texto. Estes elementos podem nos ajudar bastante e facilitam a compreensão. A intenção em incluí – los é porque estes elementos contribuem para melhor esclarecimento do conteúdo, favorecendo a sua retenção através da técnica da memória visual. textos. Lê sempre com reduzida velocidade ● Dispersa-se com facilidade e nunca chega a sentir-se motivado. Depressa se aborrece palavras por minuto ● Acelera o ritmo, em leituras simples. Demora-se naquilo que merece maior cuidado Concentra-se na leitura. Sente pouca fadiga. Chega a ler com entusiasmo 13 De qualquer modo, não se podem adoptar rigidamente estas técnicas. O estudante deve ir adaptando, o que aqui propomos para o seu sucesso particular e o seu respectivo método de estudo. Significa que tudo depende do próprio estudante e do método que lhe proporcione melhores resultados.FICHAMENTO O que é o fichamento? É um tipo de investigação que se caracteriza pelo uso de fichas. Tem por objectivo registar em fichas todas as informações e partes importantes de uma obra ou texto assinalado ao longo das leituras feitas. Essa técnica facilita a compreensão do texto e organização do estudo. É uma forma de investigação que se caracteriza pelo acto de fichar (registar) todo o material necessário à compreensão de um texto ou tema. É uma forma de estudar/assimilar criticamente os melhores textos/temas de sua formação académica – profissional (Filho, S/A) Pode – se afirmar que fichamento é um recurso didáctico utilizado por estudantes/pesquisadores na construção do seu próprio conhecimento. É a forma de colecta e registo de informações das fontes bibliográficas tendo em vista a utilização para a construção de um novo texto. Para fazer o fichamento de uma obra ou texto o estudante deve: ●Ler o texto inteiro uma vez ininterruptamente ●Ler o texto novamente, fazendo anotações e procurando entender o que o autor quer dizer em cada parágrafo (lembrar no estudo da leitura trabalhada) ●Fazer o fichamento 14 3.Tipos de fichamento Os arquivos de fichamento podem se compor de arquivos de resumos, opinião, citação e de arquivos bibliográficos, dos livros/textos lidos ou que devem ser lidos. Filho (S/A) identifica os seguintes tipos de fichamentos: ●Bibliográfica (catalogação bibliográfica) ●Citação (transcrição) ●Resumo (de conteúdo) ●Opinião (de comentário ou analítico) a)Fichamento Bibliográfico As fichas bibliográficas são as que registram as informações bibliográficas completas, e as anotações sobre tópicos da obra, as palavras-chave, e a temática do texto. O primeiro passo de uma pesquisa bibliográfica é fazer um levantamento bibliográfico nas bibliotecas que se tem acesso, montando para isso seu próprio banco de dados bibliográfico. Exemplo de uma ficha bibliográfica ●LAKATOS, Eva Maria. (1985). Fundamentos da Metodologia Cientifica. São Paulo: Ed. Atlas. ●GIL, António Carlos. (1996). Como Elaborar projectos de Pesquisa. São Paulo, Ed. Atlas. Assunto (TEMA): Antropologia Filosófica Ficha no 1 Referência Bibliográfica Completa: ●BUBER, Martin. (2004). EU e TU. Tradução de Newton Aquiles Von Zuben. 8ª Ed. São Paulo: Centauro (1) Biblioteca que se encontram as obras: ●Biblioteca Brazão Mazula (UEM), Campus principal: Livros 1, 4 e 5 ●Biblioteca pessoal: Livros 2, 3 e 4 15 b)Fichamento de citação (transcrição) É a reprodução fiel de parte da obra de interesse observando as regras para esse fim. É o tipo de fichamento que vai ser composto de citações do próprio autor da obra lida. É a transcrição literal do texto (Filho, S/D) Após leitura sistemática da obra, o estudante/pesquisador sublinha frases, parágrafos, partes que expressam a ideia principal do autor. Partes estas que podem ser transcritas no seu trabalho de pesquisa (artigo, monografia, ensaio…) Deve – se ter o cuidado de abrir e encerrar a citação com aspas, e indicar a página da qual se fez a transcrição. Quando se fizer supressão de alguma parte da obra, deve se indicar tal supressão com reticências entre colchetes […] Vejamos alguns exemplos Citação completa HELLER, Agnes. (1992). O cotidiano e a história. 4ª Ed. São Paulo: Paz e Terra. `Ò homem nasce já inserido em sua cotidianidade. O amadurecimento do homem significa, em qualquer sociedade, que o indivíduo adquire todas as habilidades imprescindíveis para a vida cotidiana da sociedade (camada social) em questão. É adulto capaz de viver por si mesmo a sua cotidianidade`` (p. 18) Citação com supressão HELLER, Agnes. (1992). O cotidiano e a historia. 4ª Ed. São Paulo: Paz e Terra. ``O adulto deve dominar, antes de mais nada, a manipulação das coisas […] Mas embora a manipulação das coisas seja idêntica à assimilação das relações sociais, continua também contendo, inevitavelmente, o domínio espontâneo das leis da natureza`` (p.19) 16 SEVERINO, António Joaquim. (2003). Metodologia do trabalho cientifico. São Paulo: Ed. Cortez ``Ao dar início a essa nova etapa de sua formação escolar; a etapa de ensino superior, o estudante dar-se-a conta de que se encontra diante de exigências especificas para a continuidade de sua vida solidão`` (Severino, 2003) Assunto: (Tema): Vida e Cotidiano Ficha no 1 Referencia Bibliográfica Completa: HELLER, Agnes. (1992). O Cotidiano e a historia. 4ª Ed.. São Paulo: Paz e Terra Texto da Ficha: ``O homem nasce já inserido em sua cotidianidade. O amadurecimento do homem significa, em qualquer sociedade, que o indivíduo adquire todas as habilidades imprescindíveis para a vida quotidiana da sociedade (camada social) em questão. É adulto capaz de viver por si mesmo a sua cotidianidade`` (p. 18) ``O adulto deve dominar, antes de mais nada a manipulação das coisas (…) Mas embora a manipulação das coisas seja idêntica à assimilação das relações sociais, continua também contendo inevitavelmente, de modo imanente, o domínio espontâneo das leis da natureza`` (p. 19) Tipo de fichamento: Citação Biblioteca que se encontra a obra: Biblioteca Brazão Mazula (UEM). Campus Principal Observações: ●Quando a citação passar de uma página para outra, deve –se conter o numero das duas páginas (ex. p. 325 – 326) 17 ●Quando a supressão é de vários parágrafos deve se usar uma linha pontilhada entre as transcrições. c)Fichamento de resumo (de conteúdo) É a captação da ideia central do texto através de registo de forma resumida das informações mais importantes em ficha para consulta posterior. É a apresentação sintética, clara e precisa do pensamento do autor. A apresentação das ideias principais, das teses defendidas. Não cabem no resumo comentários ou julgamentos pessoais a respeito do que esta sendo resumido. Ao fazer um resumo é importante não perder de vista três elementos: ●As partes essenciais do texto ●A progressão em que elas se sucedem ●A correlação entre cada uma dessas partes. d)Fichamento crítico (de comentário ou analítico) É neste tipo de fichamento que o estudante/pesquisador vai além de descrever o conteúdo da obra lida, ele interpreta, incluindo uma crítica pessoal às ideias expressas pelo autor da obra. LAKATOS E MARCONI (2003) afirmam que o fichamento crítico, pode apresentar um comentário sobre a forma pela qual o autor desenvolve seu trabalho, no que se refere aos aspectos metodológicos. Assim, fichamento crítico: ●É uma análise crítica do conteúdo, tomando com referencial a própria obra; ●É uma interpretação de um texto obscuro para torna –lo mais claro; ●É a comparação da obra com outros trabalhos sobre o mesmo tema; ●É a explicitação da importância da obra para o estudo em pauta; 18 ●É a elaboração pessoal sobre a leitura, e deve conter: → Comentários (parecer e critica) → Novas perspectivas 4. Conselhos que os estudantes devem seguir ao usarem as fichas ●Incluir somente um texto/tema em cada ficha e, se as notas são extensas, usar varias fichas numeradas consecutivamente ●Antes de guardá –las, ter a certeza de que as fichas estão completas e são compreendidas com facilidade. ●Copiar cuidadosamente as notas da primeira vez, sem fazer projecto de passar a limpo e nem de tornar a copiar pois isto é perda de tempo e da a possibilidade a erros e confusão. ●Para onde for, levar consigo alguma ficha: pode surgir alguma ideia de repente. ●Cuidado para não perder as fichas ●Procurar guardar as fichas sempre em ordem (o uso de fichas electrónicas facilita isso). ●As clássicas fichas de cartolina têm perdido espaço para programas de computador quegarantem economia de trabalho e tempo ●A vantagem de se fichar o conteúdo em computador é a facilidade de transposição delas para o texto ●Basta digitar o dado a ser anotado para um arquivo de documento e copia -.lo a coloca-lo (O famoso CTRL + C/ CTRL + V) ao texto do pesquisador quando for conveniente. ●Além disso, qualquer arquivo de documento pode ser impresso e catalogado como se fosse uma ficha comum ●No computador também é preciso saber organizar as fichas.
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