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Direito Tributário Interpretação e Integração da Legislação Tributária • Conceito de Interpretação: Parte da ciência jurídica que estuda os métodos e processos lógicos que visam a definir o conteúdo e o alcance das normas jurídicas. • Critérios de Interpretação: A. Integral ou gramatical:Leva em conta exclusivamente o rigoroso significado léxico das palavras constantes no texto legal, sem considerar qualquer outro valor. B. Sistemática: Analisa a norma como parte de um sistema na qual está inserida, buscando harmonia e unicidade que devem caracterizar o ordenamento jurídico, afastando as contradições. C. Teleológica ou Finalistica: Busca o conhecimento do sentido da norma através do entendimento da finalidade de sua inserção no ordenamento jurídico. D. Histórica: Leva em consideração as circunstâncias políticas, sociais, econômicas e culturais presentes no momento da edição da norma. • Interpretação quanto a fonte: A. Autêntica: Quando realizada pela mesma autoridade responsável pela elaboração da lei interpretada. B. Doutrinária: Fruto do trabalho dos estudiosos do direito na análise das normas produzidas pelas autoridades competentes. C. Judicial: Emanada dos órgãos do Poder Judiciário ao analisarem os processos que lhe são submetidos. D. Administrativa: Quando realizada pela administração pública no exercício de seu mister concretizando no mundo as disposições abstratas da lei; • Interpretação quanto aos efeitos: A. Declaratória: Opera-se quando o intérprete, utilizando dos critérios estudados, conclui que há coincidência entre o que o legislador quis dizer e o que efetivamente ficou disposto no texto legal, não havendo necessidade de se fazer qualquer correção interpretativa. B. Extensiva: Quando o intérprete percebe que no texto escrito o legislador disse menos do que pretendia, sendo necessário ampliar o conteúdo aparente da norma, de forma a atribuir-lhe o alcance que o legislador originariamente lhe quis conferir. C. Restritiva: Quando o intérprete percebe que no texto escrito o legislador disse mais do que pretendia, abrangendo casos que não deveriam estar sobre sua regulação, sendo necessário restringir o conteúdo aparente da norma, de forma a atribuir lhe o alcance que o legislador originariamente lhe quis conferir. • Interpretação da Legislação Tributária: A. Interpretação Literal de determinados institutos: Se interpretam literalmente: ‣ Suspensão do crédito tributário; ‣ Outorga de isenção; ‣ Dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias; B. Interpretação benigna em matéria de infrações: Na dúvida, deve-se adotar a interpretação mais favorável à pessoa acusada do cometimento de uma infração. • Princípios do Direito Privado e Direito Público: A. Princípios do Direito Privado: Os princípios gerais de direito privado devem ser utilizados para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários. B. Princípios do Direito Público: ramo de direito público, estando sujeito, por conseguinte, aos princípios basilares que informam o regime jurídico publicista. Atenção: • Em se tratando de lei que discipline o próprio tributo, definindo, por exemplo, o fato gerador, a alíquota, a base de cálculo ou o contribuinte, não há que se falar em interpretação mais favorável. • Integração da Legislação Tributária: Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada: A. Analogia: Aplicação de uma norma jurídica semelhante. B. Princípios gerais do direito tributário: Tais princípios são aqueles específicos desse ramo do direito, como o da anterioridade, noventena, isonomia, capacidade contributiva, não confisco, liberdade de tráfego, entre outros. C. Princípios gerais do direito público: São princípios que, por vezes, têm sua importância ampliada em alguns desses ramos, mas que, dada a unicidade do direito, podem ser úteis na solução de uma lacuna normativa em quaisquer deles. Ex: Supremacia do interesse público e indisponibilidade do interesse público. D. Equidade: Trata-se de uma humanização do direito positivo, que traz para a autoridade responsável um amplo grau de discricionariedade para preencher a lacuna, adequando o ordenamento- jurídico - normalmente composto de normas gerais e abstratas - às especificidades do caso concreto. Atenção: • O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.