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09/09/2020 1 QUÍMICA ANALÍTICA AVANÇADA Programa de Pós-Graduação em Química Instituto de Química Universidade de Brasília Profa. Ana Cristi B. Dias e-mail: acbdias@unb.br AMOSTRAGEM Amostragem • Processo de selecionar e remover uma pequena, representativa e suficiente parte de um todo, a partir da qual será feita a análise. (processo para se adquirir uma fração de massa de um material cuja composição represente exatamente o todo do material) Preparo da amostra Obtenção da amostra Medida da Propriedade Definição do Problema Seleção do método Planejamento Cálculo dos resultados Confiabilidade dos resultados Avaliação e Ação AMOSTRAGEM Amostragem • Definições recomendadas pela IUPAC: Amostra (sample): porção que representa o todo (toda a população de interesse) Sub-amostra (subsample) ou amostra bruta: quando a amostra é homogeneizada e preparada para envio aos laboratórios Amostra laboratorial ou analítica (test sample): amostra preparada no laboratório de análise a partir da amostra ou sub-amostra Alíquota amostrada ou porção amostrada (test portion): material pesado ou selecionado para a análise a partir da amostra laboratorial, pode ser analisada diretamente ou passar por pré- tratamento 3 Dimensão da amostra 4 Considerações Dependendo da massa de amostra define-se o tipo de análise: 09/09/2020 2 Constituintes da amostra Considerações Classificamos os tipos de constituintes pelo seu nível de concentração 5 Problemas com interferências e contaminações Necessidade de salas limpas Precisão nos resultados Confiabilidade dos resultados diminui com a concentração do analito no objeto de estudo em parte devido às dificuldades de amostragem (estratégia, quantidade de amostra e concentração do analito) Menor concentração Com a diminuição concentração, os efeitos de matriz são potencializados Amostragem Na amostragem representativa temos que identificar . . . População 100 moedas Amostra Bruta com sete incrementos de amostragem Amostra Bruta Homogeneizada Amostra de laboratório Será analisada e deve representar o todo (população) Amostragem Para se obter uma amostra de laboratório seguimos os passos: Etapas não triviais que irão variar grandemente dependendo do tipo de amostra, concentração do analito finalidade da análise, etc Referência para leitura: D.A. Skoog, D.M. West, F.J. Holler, S.R. Crouch. Fundamentos de Química Analítica, 8ª. Ed, Thomson, Capítulo 8, 09/09/2020 3 Objetivos da Amostragem Estatisticamente são: 1) OBTER UM VALOR MÉDIO, DO PARÂMETRO ESTUDADO, QUE SEJA UMA ESTIMATIVA SEM TENDÊNCIAS DA MÉDIA DA POPULAÇÃO Todos os membros da população devem ter a mesma probabilidade de serem amostrados 2) OBTER UMA VARIÂNCIA, PARA O VALOR MÉDIO DO PARÂMETRO ESTUDADO, QUE SEJA UMA ESTIMATIVA SEM VIESES DA VARIÂNCIA DA POPULAÇÃO Possível apenas se toda a amostra for igualmente coletada Amostragem Para atingir esses dois objetivos deve-se obter uma AMOSTRA ALEATÓRIA ► Não deve ser selecionada de forma casual, deve ser aplicado um modelo randômico EXEMPLO: AMOSTRAGEM DE 10 TABLETES EM UMA POPULAÇÃO DE 1000 Incertezas na amostragem • Os erros causados por amostragens inválidas não podem ser corrigidos por nenhuma estratégia posterior a essa etapa, como o uso de brancos, materiais certificados ou controle rigoroso das variáveis experimentais. • Este tipo de incerteza é tratada de forma independente das outras. • Assim, o desvio padrão global associada à uma medida analítica (Sg) se relaciona com o desvio padrão na amostragem (Sa) e o desvio padrão das outras operações inerentes ao método (Sm) por: �� � = �� � + �� � Série de medidas para uma única amostra de laboratório (Estimativa das incertezas do método de análise) Estimado a partir de várias amostras de laboratório conhecendo-se Sm e Sg Incertezas na amostragem • Devido à este caráter aditivo das incertezas, tem-se duas situações: 1) Se a incerteza na amostragem (Sa) for muito maior (3 vezes ou mais) que a incerteza associada ao método analítico (Sm), não há porque tentar otimizar o método tornando-o mais preciso e, às vezes, mais caro e moroso, pois não haverá uma melhora significativa na incerteza associada a medida analítica como um todo (Sg). (“Uso de método mais rápido e menos preciso para obtenção de mais medidas” – mais leituras – melhoria na precisão) 2) “O contrário do item 1” . . . Se a incerteza associada as etapas do método (Sm) for muito maior que a incerteza de amostragem, não haverá um ganho significativo em Sg, adequando-se apenas a amostragem. �� 2 = ��2 + ��2 09/09/2020 4 s2 amostragem = s 2 heterogeneidade + s 2 preservação + .... s2 analítico = s 2 1 + s 2 2 + .... + s 2 n Pesagem, digestão, diluição, detecção Erros aleatórios em uma análise química: s2 analítico 1/3 s 2 total s2 amostra laboratorial Incertezas s2 total = s 2 amostragem + s 2 amost lab + s 2 analítico Incertezas • n = número de amostras brutas amostradas • m = número de amostras laboratoriais por amostra • r = número de replicatas analíticas • Quando m e r aumentam, a importância relativa de �� � diminui ��(�) = ��� � � + ���� � �� + �� � ��� Amostras brutas, amostras laboratoriais e replicatas analíticas 1 L 10 replicatas 10 replicatas 10 replicatas 1 amostra bruta 3 amostras laboratoriais n = 1 m = 3 r = 10 3 amostras brutas 10 replicatas 10 replicatas 10 replicatas n = 3 m = 1 r = 10 1 amostra laboratorial Incertezas n = 1 Ca Mg Sr P Pb (mg/L) (g/L) 1) 2) * (CV %) (mg/L) (g/L) (g/L) n = 3 53 30 130 20,4 2,4 (8,5)* (28) (23) (25) (21) 29,7 11,8 64 72 13 (17) (32) (31) (42) (31) m = 3 r = 10 m = 1 r = 10 1) Influência da amostragem 2) Influência do número de réplicas de amostras laboratoriais ��(�) = ��� � � + ���� � �� + �� � ��� Incertezas 09/09/2020 5 Incertezas na amostragem • Quanto amostrar da população? A incerteza associada à amostragem (Sa) depende da quantidade de amostra coletada e efetivamente analisada: quanto mais amostra menor a incerteza, mas muita amostra é inviável • Determinar o quanto amostrar irá depender: Da incerteza tolerada entre a composição da amostra bruta e da população. Do grau de heterogeneidade do todo: mais homogêneo, menos amostra Do nível do tamanho de partícula em que se constata a heterogeneidade. Nível molecular para misturas gasosas ou líquidas ou Nível de µm-cm para materiais sólidos particulados (minérios, solo, etc) Incertezas na amostragem • Em todos os casos, deve-se coletar um determinado número de partículas (N) para que se garanta a composição e a distribuição média do tamanho de partículas Gases e Líquidos Sólidos particulados (Minérios e Solos) Heterogeneidade em nível molecular Heterogeneidade em partículas que podem chegar a centímetros Uma pequena massa (pequeno número de partículas) já garante representatividade Massa maior (maior número de partículas) é necessário para se alcançar a representatividade Massas com centenas de kg podem ser necessárias Incertezas na amostragem • DESAFIO: Encontrar a menor massa que seja estatisticamente representativa da população para a análise (“com incerteza tolerável”) Menor quantidade de material é importante para a redução dos custos necessários à realização do método É preciso amostrar um número mínimo de partículas representativas Incertezas na amostragem • Como fazer isto? Lançando mão de leis de probabilidade e estatística para prever o quanto uma fração selecionada é similar ao todo. Exemplo para um caso hipotético ideal: Mistura farmacêutica (medicamento em pó) que apresenta apenas dois tipos de partículas “A” e “B” Principioativo (analito) Excipiente inativo A B Tamanho de A = Tamanho de B DESAFIO: Coletar uma amostra bruta que permita determinar a % de partículas “A” no todo 09/09/2020 6 Incertezas na amostragem • As probabilidades de se coletar as partículas A ou B podem ser descritas por: p = probabilidade de se coletar “A” q = probabilidade de se coletar “B” Como só temos os dois tipos de partícula e a probabilidade máxima é igual à 1, podemos inferir que: q = 1-p Incertezas na amostragem • Assim, se o número total de partículas coletadas é igual à N, pode-se estimar o número específico de partículas A ou B coletadas por: No. de partículas A = N x p No. de partículas B = N x q = N x (1-p) Observação: Os números acima são uma estimativa com base na probabilidade, os quais podem e devem variar se diversas coletas para o mesmo número total de partículas forem realizadas. Nestes casos, o desvio padrão para o número de partículas A ou B coletadas aleatoriamente pode ser estimado pela equação de Bernoulli � = ��� = ��(1 − �) Incertezas na amostragem • O desvio padrão relativo é então determinado com relação à cada partícula, como por exemplo para a partícula A, que contém o analito: ��� = �� �� Combinado com a equação do slide anterior: ��� = ��(1 − �) �� = 1 − � �� ��� 2 = 1 − � �� ou Incertezas na amostragem ��� 2 = 1 − � �� Desta expressão, observa-se que menor será a variância (imprecisão) quanto maior for o número de partículas coletadas e maior for a probabilidade de se encontrar a partícula desejada (maior concentração) Se 80% das partículas são do tipo A (p=0,8) e o d.p.r. requerido é de 1% (�� = 0,01), o número de partículas a serem coletadas de forma aleatória é de 2500. 09/09/2020 7 Incertezas na amostragem Exemplo: Considere que você deseja determinar os teores de cloreto e nitrato em uma amostra que possui 1 % de KCl e 99% de KNO3 (porcentagem referentes ao número de mols das substâncias). Se coletarmos 10.000 partículas (KCl + KNO3), podemos esperar que apenas 100 partículas sejam de KCl. 0,01 x 10.000 = 100 Nas mesmas 10.000 partículas, esperamos 9.900 partículas de KNO3. 0,99 x 10.000 = 9900 • Observe que a probabilidade para KNO3 é de 0,99 e que a probabilidade para KCl é de 0,01 (teores encontrados). Incertezas na amostragem • Mas, se repetirmos esta coleta várias vezes estes valores podem variar e o desvio padrão entre as várias coletas pode ser estimado por: � = ��� No. partículas Probabilidade para KCl Probabilidade para KNO3 � = ��� = 10.000 � 0,01 � 0,99 = 9,9 Para o caso em estudo: Incertezas na amostragem • Observe agora que iremos obter os seguintes coeficientes de variação para as amostragens de KCl e KNO3. • Para KNO3: �� = � �ú���� �������� ����. �100% = �,� �.��� �100% = 0,1% Para KCl �� = � �ú���� �������� ����. �100% = �,� ��� �100% = 9,9% Incerteza muito maior devido ao pequeno número de partículas presentes na amostra Aumentar o número de partículas esperado poderá levar a diminuição da incerteza para o KCl Incertezas na amostragem E se temos uma amostra que tem partículas com densidade diferente? A B Mais analito Menos analito PA > PB (porcentagem do analito em A maior que em B) dA ≠ dB (densidades das partículas diferentes – tamanhos diferentes) d (densidade média das partículas diferente das densidades individuais) Qual massa (número de partículas) amostrar para garantir representatividade? 09/09/2020 8 Incertezas na amostragem Pode-se demonstrar que o número de partículas amostrado apresenta a seguinte relação com as variáveis do problema: De maneira geral, estabelecemos um erro aceitável para a amostragem, por exemplo 0,01 (1%) Fixando este valor, podemos verificar como as outras variáveis podem afetar o nosso resultado . . . � = � 1 − � ∗ �� ∗ �� �2 ∗ �� − �� ��� ∗ � � Incertezas na amostragem Quanto mais heterogênea for a composição nas partículas, maior deve ser N Quanto menor o teor real do analito na amostra, maior deve ser N � = � 1 − � ∗ �� ∗ �� �2 ∗ �� − �� ��� ∗ � � Y média maior heterogeneidade X menor heterogeneidade Incertezas na amostragem • Quanto maior a heterogeneidade da população estudada, maior o desvio padrão e consequentemente maior a variância. � = �̅ ± �� � Se N aumenta, �� � diminui Para número pequeno de amostras Pb(g/g) Freqüência 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 2 4 2 6 6 12 10 8 4 2 2 Incertezas na amostragem • Análise de 58 amostras de solo de uma mesma parcela, distribuição dos resultados Distribuição normal 09/09/2020 9 Quanto Amostrar? • Não há uma “fórmula” universal • Mesmo a equação anterior não se aplica diretamente à um problema real: O número de partículas com o analito costuma ser bem maior que 2 unidades variando grandemente em teor, densidade e tamanho. POSSIBILIDADE: “Partícula A” Usa-se os valores médios de teor, tamanho e densidade para as partículas que contenham o analito “Partícula B” Usa-se os valores médios de teor, tamanho e densidade para as partículas que não contenham o analito COMO CONHECER ESTAS VARIÁVEIS? Quanto Amostrar? • A determinação da massa a ser amostrada se torna relativamente subjetiva e dependerá de vários fatores: • Características visuais/microscópica do material em termos de homogeneidade e tamanho de partículas. • Concentração esperada do analito. • Nível de precisão esperado na análise. • Condições de se processar a massa de amostra escolhida para a análise. Proporção : 50/50 Proporção : 80/20 Amostragem • A coleta de uma amostra representativa é um processo estatístico Menor concentração maior incerteza na amostragem Amostragem • A quantidade de amostra originária do processo de amostragem reflete na concentração do analito, o qual irá depender da escolha do método analítico Menor concentração maior incerteza na amostragem 09/09/2020 10 Amostragem • Amostrar ou coletar? Amostrar ► Expressão mais abrangente ► Envolve conhecimento adicionais sobre a natureza da amostra e do analito ► Contempla preparação, equipamentos, representatividade dos pontos, pessoas envolvidas estudo para tomada da amostra ► Busca a representatividade do universo amostral Coletar ► Ato de “pegar” ou retirar, isolar ou tomar uma alíquota (ou amostra) do que se deseja conhecer analiticamente 37 Leite F (2005) Amostragem dentro e fora do laboratório, Editora Átomo, Campinas, 96p. Amostragem 38 • O que amostrar? – Qual o universo amostral de interesse? – Lote, compartimento ambiental, planta, etc... • Porque amostrar? – Qual o objetivo da amostragem? • Monitoramento, screening, investigação, etc. • Como amostrar? – Qual técnica devemos utilizar durante a coleta? – Uso de equipamentos apropriados – Qual o nível de concentração e as características do analito? Quanto amostrar? 39 Dificuldades na redução de tamanho a granel Lotes/pacotes Operações de amostragem Forma de apresentação Lote/carga Incrementos Primário/amostra bruta Composto/ amostra agregada Subamostras Amostra secundária Amostra laboratorial Amostra teste Amostragem • Abordagens práticas: Custo de uma amostragem sempre deve ser considerado! Amostragem deve ser feita de bom senso ► Conhecimento prévio ► Histórico ► Regiões adjacentes (matriz, ambiente) ► Material a ser coletado Amostragem de sacrifício pode ser realizada! ► Buscar impressões iniciais 40 09/09/2020 11 Amostragem 41 • Questões práticas: Amostragem • Abordagens teóricas Amostragem de lotes Militar Standard Abordagem probabilística Abordagem não-probabilística ►Exercício para discussão: pesquisar um exemplo real para aplicação de cada abordagem teórica de amostragem considerando também as três etapas anteriores da sequência analítica. 42 Amostragem de lotes 43 Militar Standard • Abordagem adaptada do controle de inspeção • Tamanho do lote em níveis diferentesde criticidade (I, II e III) • Amostragem realizada à partir da definição do valor crítico 44 Códigos de amostragem Tamanho do lote Nível Geral I II III 2 a 8 A A B 9 a 15 A B C 16 a 25 B C D 26 a 50 C D E 51 a 90 C E F 91 a 150 D F G Número de amostras A 2 B 3 C 5 D 8 E 13 F 20 G 32 09/09/2020 12 Militar Standard • Exemplo: Considerando-se um lote de 130 produtos – O nível I de criticidade define a amostragem de 8 produtos – O nível III de criticidade define a amostragem de 32 produtos 45 Códigos de amostragem Tamanho do lote Nível Geral I II III 91 a 150 D F G Número de amostras D 8 F 20 G 32 Abordagem Probabilística • Todos os elementos da população tiverem probabilidade conhecida e diferente de zero de pertencer à amostra • Realização só é possível se a população for finita e totalmente acessível Casual Simples Sistemática Por meio de conglomerados Múltipla Sequencial 46 Abordagem Probabilística • Amostragem casual simples Simples ao acaso, aleatória, randômica, etc... Todos os elementos amostrais têm chances iguais de pertencerem a amostra final ► Pode ser realizada numerando-se a população de 1 a N e sorteando- se por meio de um dispositivo aleatório qualquer • Amostragem sistemática Produtos apresentam-se ordenados e retirada dos elementos amostrais é feita periodicamente. ► Ex. retirada de uma amostra a cada dez produtos da linha de produção para compor a amostra diária 47 Abordagem Probabilística • Amostragem por meio de conglomerados Empregada quando a população apresenta uma subdivisão em pequenos grupos ► Ex. frascos de detergente em caixas de 6 unidades (a amostra é a caixa, não a embalagem individual) • Amostragem múltipla Elementos amostrais retirados em diversas etapas sucessivas. Pode ser sequencial até uma condição de aceite predeterminada 48 09/09/2020 13 Abordagem não-probabilística • Impossibilidade de se obter amostras probabilísticas Inacessibilidade ao produto amostral total, pois parte dele não possui existência real (ou não está acessível). Tipos de amostragem: ► À esmo ►Intencional ►Em material contínuo 49 Abordagem não-probabilística • Amostragem à esmo Procura ser aleatório sem o uso de dispositivo aleatório Exemplo ► Retirada de 100 parafusos de uma caixa contendo 100.000 Se população é homogênea e se não existe a possibilidade do amostrador ser influenciado, a amostragem é casual probabilística • Amostragem intencional Escolha deliberada dos elementos amostrais pra compor a amostra final Julgamento deve considerar elementos representativos da população Erros podem estar associados a equívocos ou pré-julgamentos Exemplo ► Estabelecimento de pontos amostrais em área suspeita de contaminação 50 Abordagem não-probabilística • Amostragem em material contínuo Se população for líquida ou gasosa ► Homogeneizar e retirar amostras à esmo Se população for sólida ► Dividir produtos em partes e fazer redução de tamanho (quarteamento) ► Exemplo Amostragem de solos para fins de fertilidade 51 Frequência Amostral • Aspectos financeiros sempre devem ser considerados em um programa de amostragem Amostragem de sacrifício é aceita, mas conhecimento prévio é desejável A frequência amostral deve levar em consideração o custo e o resultado a ser obtido • Algumas frequências amostrais Instantânea Instantânea/Composta Randômica Acumulada Espaçada/acumulada 52 09/09/2020 14 Frequência Amostral Instantânea • Coleta de uma única amostra em um ponto de amostragem Mesmo instante Mesmo analista Mesmos materiais Quantidade suficiente para análise • Amostragem de sacrifício para conhecimento do ponto amostral Retirada em duas ocasiões Dia-Noite Hoje-Amanhã 53 Frequência Amostral Instantânea/Composta • Coleta de amostras instantâneas em diferentes ponto de amostragem Amostras são agrupadas Obtenção de uma amostra composta • Avaliação de condições medianas de uma área Composição química ou física Caracterização de ambientes Exemplo ► Amostragem de solos para fins de fertilidade 54 Frequência Amostral Randômica • Coleta em ocasiões diferentes, mas não ordenadas Pelo menos três amostras de sacrifício ou três pontos amostrais Desenho amostral não deve seguir nenhuma ordem Ocasiões diferentes, mas não ordenadas: uma pela manhã, outra à noite, etc.) 55 Frequência Amostral Acumulada • Coleta no mesmo ponto de amostragem e no mesmo recipiente ao longo de um tempo pré-determinado Deve-se possuir alguns dados acessórios ► Ciclo do processo ► Tempo de residência ► Vazão Busca-se a uma avaliação média do sistema Exemplo ► Carga de contaminantes em um curso de água 56 09/09/2020 15 Frequência Amostral Espaçada/Acumulada • Coleta ordenada em vários pontos coerentes e agrupadas no mesmo recipiente ao longo de um tempo pré-determinado Deve-se possuir dados acessórios ► Ciclo do processo ► Tempo de residência ► Vazão Serve para verificar se há alteração da amostra no caminho percorrido 57 Certificação de homogeneidade • Amostra certificada: Quevauviller & Maier, Interlaboratory studies and CRM’s for environmental analysis. The BCR approach. Amsterdam, Elsevier, 1999. • Elementos-traço em peixe Massa: 100 – 500 mg (certificado) Testes de micro-homogeneidade: material é homogêneo se: ► 12 mg para Pb ► 21 mg para Zn ► 24 mg para Cd ► 70 mg para Fe ► 400 mg para Hg Amostragem no laboratório • A quantidade final da amostra pode às vezes ser extremamente pequena 59 Leite F (2005) Amostragem dentro e fora do laboratório, Editora Átomo, Campinas, 96p. Análise cromatográfica Quanto amostrar no laboratório? • A quantidade a ser amostrada em laboratório, após homogenização/solubilização da amostra, também pode ser objeto de controle • Pode depender Do nível de concentração do analito Da performance do método analítico De um valor de referência Da incerteza associada à amostragem 09/09/2020 16 Considerando a detectabilidade do sistema analítico • Determinação de Hexaclorobenzeno (BHC) em água por CG-FID ► Parâmetros do equipamento: Volume injeção 1 µL Limite detecção: 2000 µg/L ► Massa detectada: 2 ng ► Amostra analisada: teor de BHC de 20 µg/L ► Possibilidades: Injeção de 100 µL Concentração da amostra (100 vezes): evaporação ou extração Utilização de outro equipamento capaz de detectar 61 Amostragem de gases Amostra gasosa é considerada homogênea, a heterogeneidade está a nível molecular ► Amostragem ativa: propulsão do ar para dentro de tubos por meio de bombas ► Amostragem passiva (difusiva): exposição do amostrador ao ambiente permitindo a difusão dos compostos Sacos plásticos, absorção em líquidos, adsorção na superfície de sólidos 62 Amostragem de gases • Amostragem passiva 63 Amostragem de líquidos Homogeneidade deve estar garantida A etapa posterior da amostragem (estocagem) é a mais complexa Amostras estacionárias e amostras em movimento ► Amostradores de águas naturais (VanDorn, Niskin, Rosete) 64 09/09/2020 17 Amostragem de águas superficiais • Convencional Amostradores discretos: Van Dorn, Kemmerer, Go-flow, Niskin e outros frascos fechados que coletam amostras discretas em diferentes profundidades Amostradores compostos: Tubos que coletam amostras compostas a partir da superfície Amostradores discretos do tipo “Grab”: Frascos utilizados para coleta de amostra superficial (balde) Bombas: Fornecem amostras discretas ou compostas 65 Adaptado de M.T. Grassi, Workshop INCTAA, 2011. Amostragem de águas superficiais • Amostradores discretos: Empregam frascos que contêm mecanismos externos que fecham o frasco a uma determinada profundidade Requerem cabos (cordas) rigorosamente marcadas ou rotuladas e que não estiquem ► Nylon estica em até 10% ► Cordas fortemente trançadas de algodão ou de outro tipo de material (cordame) ► Barcos com guinchos utilizam cabo deaço 66 Amostragem de águas superficiais • Amostradores discretos O mecanismo de fechamento é disparado pelo envio de um peso (mensageiro) através do cabo de sustentação da garrafa • Importante Corda na vertical Peso apropriado (correntes e/ou marolas) 67 Amostragem de águas superficiais • Amostrador do tipo garrafa • Garrafa de vidro presa a um lastro metálico • A garrafa é aberta quando atinge a profundidade desejada através do envio de um mensageiro 68 09/09/2020 18 Amostragem de águas superficiais • Amostradores discretos: • Empregados na coleta de amostra que represente toda a coluna de água (0 a 2 m) para formar uma amostra composta • Fácil de usar e de baixo custo • PVC rígido ou tubo flexível 69 Amostragem de águas superficiais • Amostradores discretos Vale lembrar que em alguns casos basta lançar um frasco (balde) na água para coletar a amostra. Usualmente, é o método de coleta preferido para a determinação de alguns contaminantes e para avaliação da qualidade microbiológica da água Trata-se de um método simples, rápido, seguro (desde que desenvolvido da maneira correta) e barato de coleta 70 Amostragem de sólidos • Amostras sólidas Material geralmente heterogêneo em composição e tamanho Amostragem dependerá do tipo de material sólido e do tipo de tratamento a ser aplicado ► Rochas ► Solo ► Ligas ► Plástico ► Comprimidos ► Etc.. 71 Amostragem de solos Esquema de distribuição direcionada dos pontos de amostragem Áreas coloridas– prováveis locais de contaminação 09/09/2020 19 Amostragem de solos Esquema de distribuição aleatória simples Amostragem de solos Esquema com distribuição sistemática Amostragem de solos Esquema com distribuição sistemática dos pontos de amostragem e adensamentos nos pontos previamente identificados como áreas suspeitas de contaminação Amostragem de solos Esquema de amostragem com malha de amostragem circular (área sombreada é a única fonte suspeita de contaminação) 09/09/2020 20 Amostragem de solos Esquema com distribuição sistemática dos pontos de amostragem utilizando-se uma malha triangular Número de pontos de amostragem • Tamanho da área investigada • Qualidade das informações prévias disponíveis • Hipótese de distribuição espacial da contaminação • Grau de confiança requerido • Amostras de sacrifício Amostragem e preparo de amostras de solo • Considerações sobre a seleção de equipamentos e métodos levando-se em consideração: Profundidade a ser amostrada Substâncias a serem analisadas Tipo de amostra a ser coletada • Principais equipamentos Solos superficiais (até 1,50 m) ► Pás e picaretas ► Trados de caneco, manuais ou mecânicos, trado de rosca e trado holandês ► Amostradores tubulares Solos profundos (mais de 1,50 m) ► Equipamentos mecanizados Trados 09/09/2020 21 Amostragem de sedimentos • Dragas Comumente utilizadas para a coleta discreta de sedimentos de fundo em lagos, estuários, oceanos e rios com baixa vazão 81 Amostragem de plantas • Muito dependente do objetivo da análise, sendo os mais requeridos: Avaliar o estado nutricional de uma cultura ou plantação florestal; Recomendar correção de deficiência ou adubação preventiva. Verificar possíveis efeitos toxicológicos • Variáveis que influenciam no resultado: A espécie de planta Idade Parte da planta Época de amostragem 82