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AULA 04 – AMOSTRAGENS E PREPARO DA AMOSTRA Facilitadora: Iris Luna BROMATOLOGIA CONCEITOS Amostra: “uma porção limitada do material tomada do conjunto selecionada de maneira a possuir as características essenciais do conjunto”. Amostra bruta: primeira amostra tomada do lote total. Essa amostra bruta deve representar o lote com respeito a composição e a distribuição de tamanhos Lote: quantidade do alimento de mesma composição e características físicas, químicas e sensoriais, produzida e manuseada numa mesma batelada, sob as mesmas condições CONCEITOS Amostra para análise: porção menor da amostra de laboratório, suficientemente homogeneizada para poder ser pesada e submetida a análise. Amostra de laboratório: resultado da redução da amostra bruta mediante operações conduzidas de maneira a garantir a continuidade da condição de representatividade da amostra. Amostra para ANÁLISE CONCEITOS Homogeneidade: medida na qual uma propriedade ou constituinte está uniformemente distribuída. AMOSTRA Amostra heterogênea Ex.: caminhão de laranjas, cacho de banana. Amostra homogênea Ex.: lote de suco de laranja processado, vinho. Homogeneidade da amostra: Uma porção limitada do material tomada do conjunto – o universo, na terminologia estatística -, selecionada de maneira a possuir as características essenciais do conjunto. AMOSTRA COLETA DA AMOSTRA LOCAIS DE FABRICAÇÃO PREPARO DEPÓSITOTRANSPORTE PONTO DE VENDA AMOSTRAGEM Operações através das quais se obtém uma porção apropriada e representativa do que se deseja analisar (= amostra); Série sucessiva de etapas operacionais especificadas para assegurar que a amostra seja obtida com a necessária condição de representatividade. É o conjunto de operações com as quais se obtém, do material em estudo, uma porção relativamente pequena, de tamanho apropriado, mas que ao mesmo tempo represente corretamente todo o conjunto da amostra. •A amostra para análise bromatológica tem que ser representativa da totalidade do alimento; • Não deve causar prejuízo econômico significativo; •A amostra para análise de contraprova tem que ser representativa da totalidade da amostra. ASPECTOS FUNDAMENTAIS A SE CONSIDERAR NA AMOSTRAGEM PROCESSO DE AMOSTRAGEM A) Coleta da amostra bruta B) Preparação da amostra de laboratório C) Preparação da amostra para análise A) COLETA DA AMOSTRA BRUTA A amostra bruta deve ser uma réplica, em ponto reduzido, do universo considerado, no que diz respeito tanto à composição como à distribuição do tamanho da partícula. AMOSTRAS FLUÍDAS (líquidas ou pastosas) Coletadas em frascos com o mesmo volume (do alto, do meio e do fundo do recipiente), após agitação e homogeneização. AMOSTRAS SÓLIDAS Apresentam maior heterogeneidade em textura, densidade e tamanho de partículas. Devem ser, trituradas, moídas e misturadas. A) COLETA DA AMOSTRA BRUTA Moinho para laboratório QUANTIDADES Material a ser analisado: granel ou embalado em caixas, latas ou outros recipientes. Embalagens únicas ou pequenos lotes: todo material pode ser tomado como amostra bruta. Lotes maiores: • 5 a 10% do peso total do alimento a ser analisado. • 10 a 20% do n° de embalagens contido no lote Lotes muito grandes (silos, containers): toma-se a raiz quadrada do n° de unidades do lote. A) COLETA DA AMOSTRA BRUTA FÓRMULA GERAL PARA A COLETA DA AMOSTRA BRUTA N = c . n n = população ( número de sacos, caixas, latas, etc.); c = fator ligado ao grau de precisão e homogeneidade da amostra (c < 1 para população homogênea, e c> 1 para população heterogênea); N = número de unidades (sacos, caixas, latas, etc.) coletadas como amostra bruta. Quando nenhuma instrução especifica é fornecida: • A amostra bruta é frequentemente grande demais para ser convenientemente trabalhada em laboratório e, portanto, deve ser reduzida. • A redução vai depender do tipo de produto a ser analisado e da análise. B) AMOSTRA DE LABORATÓRIO - REDUÇÃO DA AMOSTRA BRUTA Alimentos secos (em pó ou granulares) a redução pode ser: 1. Manual: quarteamento 2. Equipamentos:Amostrador tipo Riffle Amostrador tipo Boerner B) AMOSTRA DE LABORATÓRIO - REDUÇÃO DA AMOSTRA BRUTA 1. Manual: quarteamento a) Colocar a amostra em uma superfície plana b) Misturar bem a amostra, formando um retângulo/quadrado c) Separar em quatro partes (em forma de cruz A, B, C e D) d) Rejeitar dois segmentos opostos (C e B ou A e D) e) Misturar as outras duas partes e continuar como antes até chegar ao tamanho ideal de amostra; Continue assim até obter quantidade apreciável do material, suficiente para análise em triplicata B) AMOSTRA DE LABORATÓRIO - REDUÇÃO DA AMOSTRA BRUTA Amostra bruta B) AMOSTRA DE LABORATÓRIO - REDUÇÃO DA AMOSTRA BRUTA 1. Manual: quarteamento 2. Equipamentos: Amostrador tipo Riffle • A amostra é divida em canaletas alternadas e coletadas em 2 caixas iguais. • Uma delas é descartada e a outra é submetida ao mesmo processo até alcançar o tamanho adequado de amostra. B) AMOSTRA DE LABORATÓRIO - REDUÇÃO DA AMOSTRA BRUTA B) AMOSTRA DE LABORATÓRIO - REDUÇÃO DA AMOSTRA BRUTA 2. Equipamentos: Amostrador tipo Boerner • A amostra é colocada num funil e cai pelas laterais de um cone. • Na base do cone existem 3 aberturas. • A amostra cai em outro cone com 36 canais separados, que alternadamente, despejam a amostra em duas caixas (em quantidade iguais) • O material de uma das caixas é reservado e o outro é descartado. • O processo se repete até obter o tamanho ideal da amostra B) AMOSTRA DE LABORATÓRIO - REDUÇÃO DA AMOSTRA BRUTA Alimentos líquidos: misturar bem o líquido no recipiente por agitação, por inversão e por repetida troca de recipientes. Retirar porções de líquido de diferentes partes do recipiente, do fundo, do meio e de cima, misturando as porções no final. ATENÇÃO! Para produtos gaseificados, antes de fazer a filtração, deve-se transferir o mesmo para um béquer seco e agitar com o bastão de vidro, ou utilizar o banho de ultrassom, até eliminar o gás. B) AMOSTRA DE LABORATÓRIO - REDUÇÃO DA AMOSTRA BRUTA Alimentos úmidos (carnes, peixes e vegetais): a amostra deve ser picada ou moída e misturada; e depois, se necessário, passar pelo quarteamento. Em seguida toma-se a alíquota suficiente para análise. A estocagem deve ser sob refrigeração. Alimentos semi-sólidos (queijos duros e chocolate): as amostras devem ser raladas e depois pode ser utilizado o quarteamento. B) AMOSTRA DE LABORATÓRIO - REDUÇÃO DA AMOSTRA BRUTA Alimentos com emulsão (manteiga e margarina): as amostras devem ser cuidadosamente aquecidas a 35 oC em frasco com tampa, e depois é agitada para homogeneização. São retiradas alíquotas para análise. Alimentos semiviscosos e pastosos (pudins, molhos, etc.) e alimentos líquidos contendo sólidos (compotas de frutas, vegetais em salmoura e produtos enlatados em geral): as amostras devem ser picadas em liquidificador, misturadas e as alíquotas retiradas para análise. B) AMOSTRA DE LABORATÓRIO - REDUÇÃO DA AMOSTRA BRUTA Mel e melados que apresentem cristais depositados: Aqueça em banho-maria cuja temperatura não exceda 40°C, durante 10 minutos. B) AMOSTRA DE LABORATÓRIO - REDUÇÃO DA AMOSTRA BRUTA Sorvetes e gelados: Deixe em repouso à temperatura ambiente, até se liquefazerem, para depois serem homogeneizados. Frutas: • Grandes: devem ser cortadas ao meio no sentido longitudinal e transversal, de modo a repartir em quatro partes. Duas partes opostas devem ser descartadas, e as outras duas devem ser juntadas e homogeneizadas em liquidificador. • Pequenas: podem ser simplesmente homogeneizadas inteiras no liquidificador. B) AMOSTRA DE LABORATÓRIO - REDUÇÃO DA AMOSTRA BRUTA • Considera o tipo de amostra e do método analítico • Deve minimizar possíveis mudanças na composição da amostra original. Desintegração mecânica Desintegração enzimáticaDesintegração química C) PREPARO DA AMOSTRA PARA ANÁLISE O preparo da amostra por desintegração pode ser feito de 3 maneiras: Desintegração mecânica: Moagem de alimentos secos é feita principalmente num moinho do tipo de Willye (martelo) ou similar. Amostras úmidas, a desintegração pode ser feita em moedores do tipo para carnes, em liquidificadores ou processadores. C) PREPARO DA AMOSTRA PARA ANÁLISE Desintegração enzimática: é útil em amostras vegetais com o uso de celulases. Proteases e amilases são úteis para solubilizar componentes de alto peso molecular (proteínas e polissacarídeos) em vários alimentos. Ex.: Celulase, amilases, proteases etc. Desintegração química: vários agentes químicos podem ser usados na dispersão ou solubilização dos componentes dos alimentos. Ex.: ureia, ácidos, bases, etc. C) PREPARO DA AMOSTRA PARA ANÁLISE Controle do ataque oxidativo: recomenda-se a preservação a baixa temperatura (N líquido), para a maioria dos alimentos. Controle do ataque microbiológico: congelamento, secagem, uso de conservadores ou a combinação de qualquer um dos três. A escolha vai depender: natureza do alimento, tipo de contaminação possível, período e condições de estocagem e tipo de análise. PRESERVAÇÃO DA AMOSTRA O ideal seria analisar as amostras frescas o mais rápido possível. Mas nem sempre isso é possível e, portanto, devem existir maneiras de preserva-la. Inativação enzimática: serve pra preservar o estado original dos componentes de um material vivo. Depende: tamanho, composição e consistência dos alimentos, enzimas presentes e as determinações analíticas que se pretende. Diminuição das mudanças lipídicas: os métodos tradicionais de preparo de amostras podem afetar a composição dos extratos lipídicos. Resfriar a amostra rapidamente antes da extração ou congelar, se for estocar. PRESERVAÇÃO DA AMOSTRA FATORES A SEREM CONSIDERADOS NA AMOSTRAGEM Alimentos de origem vegetal: Constituição genética: variedade; Condições de crescimento; Estado de maturação; Estocagem: tempo e condições; Parte do alimento: casca ou polpa Alimentos de origem animal: Conteúdo de gordura; Parte do animal; Alimentação do animal; Idade do animal; Raça. FATORES A SEREM CONSIDERADOS NA AMOSTRAGEM Pós-colheita: Perda ou adsorção de umidade; Perda dos constituintes voláteis; Decomposição química e enzimática; Oxidação causada pela aeração durante a homogeneização; Remoção de materiais estranhos; Ataque por microrganismos com deterioração das amostras Contaminação. FATORES A SEREM CONSIDERADOS NA AMOSTRAGEM GARANTIA DE QUALIDADE EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISE DE ALIMENTOS Confiabilidade dos resultados: depende de vários fatores como especificidade; exatidão; precisão e sensibilidade. Especificidade: capacidade do método analítico em medir o composto de interesse independente da presença de substâncias interferentes. Sensibilidade: menor quantidade do componente que se consegue medir sem erro. Exatidão: mede o quão próximo o resultado de um dado método analítico se encontra do resultado real previamente definido. Precisão: determinada pela variação entre vários resultados obtidos na medida de um determinado componente de uma mesma amostra. GARANTIA DE QUALIDADE EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISE DE ALIMENTOS PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLE DE QUALIDADE EM UM LABORATÓRIO DE ANÁLISE DE ALIMENTOS 1. Coleção e preparação da amostra; 2. Método de análise da amostra; 3. Erros; 4. Instrumentação; 5. Analista. 1. Coleção e preparação da amostra: esta área determina o tamanho e o método de coleta da amostra para que ela seja representativa. Devemos considerar os seguintes itens: Amostragem; Documentação; Controle de contaminação; Preservação; Transporte para o laboratório. PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLE DE QUALIDADE EM UM LABORATÓRIO DE ANÁLISE DE ALIMENTOS 2. Métodos de análise: o método ideal deve possuir exatidão, precisão, especificidade e sensibilidade, além de ser prático, rápido e econômico. 3. Erros: determinados e indeterminados. Determinados: possuem um valor definido, podendo ser medidos e computados no valor final. Exemplos: método; instrumentos e reagentes. Indeterminados: não possuem valor definido e, portanto, não podem ser medidos. Podem ser submetidos a tratamento estatístico para se obter o valor mais provável. PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLE DE QUALIDADE EM UM LABORATÓRIO DE ANÁLISE DE ALIMENTOS 4. Instrumentos: deve-se fazer frequentes padronizações e calibrações de modo a monitorar o desgaste. PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLE DE QUALIDADE EM UM LABORATÓRIO DE ANÁLISE DE ALIMENTOS 5. Analistas: o analista deve conseguir determinar com exatidão e precisão componentes presentes em concentrações muito baixas e em matrizes muito complexas. MEDIDAS DA EFICIÊNCIA DE UM MÉTODO ANALÍTICO Utilizando material de referência: o resultado do método novo é comparado com o obtido através de uma amostra de referência de concentração e pureza conhecidas. Relações interlaboratoriais: a mesma amostra é analisada por vários laboratórios (estudo colaborativo). Iniciação ao controle de qualidade: aplicar cálculos estatísticos sobre os resultados obtidos, de maneira a obter exatidão e precisão do método em estudo. Amostragem Sistema de processamento da amostra Reações Químicas Separações Medidas Processamento de dados Avaliação estatística Mudanças Físicas REFERÊNCIA CECCHI, H.M. Fundamentos Teóricos e Práticos em Análise de Alimentos. 2ed. Campinas: Ed. Unicamp, 2003. VAMOS EXERCITAR UM POUCO DO QUE VIMOS?
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