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30.09 MDD III – Tatiana Valente Arboviroses Dengue, Zika, Chikungunya, Febre amarela. São doenças transmitidas por vetores: Arthropod borne vírus. Nesse caso mais especificamente por mosquitos. Os mais famosos é o Aedes Aegypti. Mosquito urbano, diurno, que voa baixo, e em pequenas distancias. As fêmeas são hematófagas, no período de procriação. No momento da picada o animal deposita sua saliva (anticoagulante) na pele. Quando o mosquito pica uma pessoa infectada ele absorve o vírus que vai parar em suas glândulas salivares e assim que pica outra pessoa ele deposita sua saliva com o vírus na pessoa não infectada. Dengue, Zika e Febre amarela são do mesmo gênero de vírus (Flavivirus) e mesma família Flaviviridae A Chukungunya é um Alphavirus da família Togaviridae. As pessoas infectadas são os principais reservatórios e multiplicadores do vírus, servindo como fonte de infecção para o mosquito. (pessoa infectada ---> pessoa saudável) A pessoa infectada tem que ser picada quando tem viremia (vírus no sangue) Transmissão: O mosquito pica/ adquire o vírus no período de viremia (ápice da doença – após a incubação). Existe aqui um período de incubação extrínseco (onde o vírus faz o ciclo no mosquito). O mosquito pica/ transmite o vírus para uma pessoa saudável que também sobre um período de incubação desenvolvendo a doença, no período de viremia pode ocorrer novamente o ciclo. 30.09 MDD III – Tatiana Valente Sintomas gerais: c Febre c Erupção cutâneas c Artralgia (dor em articulação) c Síndrome neurológica c Síndrome hemorrágica Diagnóstico: Baseado nos sintomas e exames físicos e laboratoriais. Padrão ouro pode ser por teste sorológico ou PCR. Tratamento: Não existe tratamento específico. Cuidados para aliviar os sintomas c Ingestão de líquidos c Controle de febre e dor (paracetamol: primeira escolha) c Evitar automedicações: Principalmente AINES (pela inibição da COX diminuindo a produção e prostaglandina e agindo como anti agregante de plaquetas, podendo aumentar a condição hemorrágica) Prevenção: c Eliminação dos criadouros de mosquito c Usar roupas que minimizem a exposição c Usar repelente, inseticidas domésticos e mosquiteiros c Instalação de telas em portas e janelas c Não existe vacina para Zika e Chikungunya. A vacina disponível para Dengue não é tetravalente. A vacina para Febre amarela já é existente e utilizada. Dengue Familia Flaviviridae c Gênero flavivírus c Quatro sorotipos (DENV – 1, 2, 3, e 4) Vírus RNA envelopado Ligam-se a receptores em células alvo: células endoteliais, monócitos/ macrófagos, células dendrítica, linfócitos B (LB), linfócitos T (LT), hepatócitos e células neurais. Epidemiologia: 50 milhões de infecções ao ano Presente em 100 países Surgiu na África entre séc. XV e XIX – escravos O nome vem dos sintomas de prostração, moleza, dengo. Expandiu pela Ásia através de transporte 30.09 MDD III – Tatiana Valente Está em crescimento nas Américas e na Ásia No Brasil temos os 4 subtipos circulantes, sendo o mais comum o tipo 3. A dengue gera imunidade permanente, então se pega um tipo não pega o mesmo tipo de novo. Não da para descobrir o tipo pelo diagnostico clínico, só por sorologia e PCR. Patogenia: 80% das pessoas que se infectam são assintomáticas c Trombocitopenia: c Consumo das proteínas c Comprometimento na hematopoiese c Infecção/ destruição das plaquetas c Fatores de risco do hospedeiro: c Idade c IMC c Cepa viral c MHC-1 c Amplificação da infecção mediada por anticorpos (é o que leva a um caso hemorrágico mais grave da segunda vez) c Imunidade permanente específica (para cada subtipo) c Período de incubação: 3-5 dias c Forma assintomática c Forma clássica: Oligossintomatica c Febre (>38°C) por 7 dias c Dor retro-orbital c Mialgia, artralgia e astenia c Cefaléia, náuseas e vômitos c Sangramentos discretos nas mucosas c Manchas na pele (podem coçar) c Forma grave: Hemorrágica (minoria, geralmente na segunda infecção) c Febre hemorrágica: inicia após 3° ou 5° dua de sintomas (sintomas clássicos) c Sangramentos intensificados, acompanha com plaquetas (de 150 mil para baixo já entra em alerta) c Cepas mais virulentas 30.09 MDD III – Tatiana Valente c Amplificação da infecção mediada por anticorpos c Ac IgG contra outros sorotipos (heterólogo) acaba favorecendo a entrada do vírus em macrófagos, intensificando a inflamação c Sinais e sintomas de alerta: c Dor abdominal intensa c Vômitos persistentes c Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural) c Hipotensão c Hepatomegalia c Sangramentos de mucosas intenso, observar presença de sangue me baixo das unhas. c Letargia c Plaquetopenia e aumento de hematócrito Diagnóstico: c Hemograma (alterações) c Leucopenia (usual) c Linfocitose c Plaquetopenia c Testes sorológicos c ELISA (IgM e IgG) c NS (antígeno viral) c Diagnóstico molecular (PCR) c Identificação do sorotipo c Prova do laço c Garrotear por 3 (criança) a 5 (adulto) minutos com o esfigmomanômetro, faz um quadrado na pele (2X2cm) no antebraço e conta as petéquias, quando soltar conta de novo. c > 10 ou mais petéquias em crianças: positivo c > 20 petéquias em adultos: positivo Tratamento: c Não há tratamento especifico c Suporte de sintomas: c Analgésicos c Antitérmicos c Reidratação Zika Familia Flaviviridae c Gênero Flavivirus c Zika V Vírus envelopado 30.09 MDD III – Tatiana Valente Ligam-se a receptores em células alvo: queratinócitos, monócitos/ macrófagos, células dendrítica, fibroblasto, células do SNC, células musculares Epidemiologia: Número estimado de 500 mil a 1 milhão Introduzido por viajantes asiáticos Todos isolados são originários do ancestral identificado na Polinésia Francesa O vírus disseminou a partir das ilhas do pacifico, segunda metade de 2013 Patogenia: Maioria de forma assintomática 80% c Forma clássica muito similar a da dengue: porem de forma mais branda. Pode causar coceira nas mãos e pés (melhora com água fria e gelo) c Complicações: c Guillian-Barré (predominante em adultos com Ac anti-dengue pré-formados). Pode causar paralisia, perda de força. Pode se reversível. Essa complicação é de maior prevalência em quem já pegou dengue antes. c Síndrome congênita c Microcefalia c Alterações cardíacas e musculares c Retardo mental c Disfunção neurossensorial c Lesão oftálmica Diagnóstico: c Hemograma (alterações) c Normal ou pancitopenia c Exames gerais: c Aumento de ALT e AST c Aumento de proteína C reativa c Testes sorológicos e moleculares Tratamento: c Não há tratamento específico c Suporte de sintomas Febre amarela Família flaviviridae c Gênero flavivírus Envelopado RNA Ligam-se a receptores em células alvo: endoteliais, monócitos/ macrófagos e hepatócitos 30.09 MDD III – Tatiana Valente Epidemiologia: Cepa urbana e cepa silvestre (alta mortalidade) Surtos Epizoóticos a cada 7-10 anos: exemplo Goiais onde o último surto observado foi em 2007-2008 com disseminação contigua pelos primatas – renovação Áreas com aumento de temperatuda e índice pluviométrico Como ocorre no Sudeste: Espécies de Hemagogus spp são capazes de deixar a amta e atingir a população ao redor Elevada presença de hospedeiros primários e vetores em determinadas regiões – Sudeste Brasileiro Humanos virêmicos transitando entre regiões brasileiras Variação da cepa viral – cepa 1E no lugar da 1D Patogenia: c Forma assintomática c Forma leve/ moderada c Forma ictérica-febril (grave) c É importante a diferenciação entre malária e lepstopirose c Complicação: c Hepatite c Hemorragia c Encefalite Diagnostico: c Exames gerais c Aumento de ALT e AST cAumento de proteína C reativa c Teste sorológico e moleculares Tratamento: c Não há tratamento específico c Suporte de sintomas Chikungunya Aquele que se dobra A Chikungunya clássica causa extrema artralgia. 30.09 MDD III – Tatiana Valente Família Togaviridae c Gênero alfavirus c CHikV Vírus de RNA envelopado Ligam-se a receptores em células alvo: células epiteliais, célula endoteliais, fibroblastos, monócitos/macrófagos e células dendríticas Epidemiologia: Amplamente distribuída pelo mundo Asia, africa, américas Vírus atual sofreu fitness Houve ótima adaptação do Aedes Albopictus (vive mais que os outros vetores) Bem adaptado ao ciclo silvático e urbano Patogenia: Picou, o vírus interage com células, principalmente com os fibroblastos da região de articulações c Doença aguda: c Febre c Mialgia c Rash cutâneo (10 a 40%) c Doença aguda na forma grave (idosos, recém-nascidos e portadores de doença de bases (DM)) c Encefalopatia c Miocardite c Hepatite c Doença respiratória c Guillian Barré 30.09 MDD III – Tatiana Valente c Doença crônica c Artralgia e mialgia Diagnostico: c Hemograma c Linfopenia c Testes sorológico e molecular Tratamento: c Não há tratamento c Suporte de sintomas Caso clínico 1.Caso 1: masculino, 64 anos, branco, iniciou com “quebradeira” no corpo, febre e comprometimento do estado geral. Após 3 dias, surgiu exantema macular na face, tronco, abdômen e membros, com melhora após 6 dias. Caso 2: feminina, 68 anos, branca, esposa do caso 1, os sintomas começaram 5 dias após os do esposo, com dor lombar e no corpo. Após 3 dias surgiu exantema macular na face, tronco, membros e placa eritematosa na perna direita, acompanhada de febre, cefaléia, hiperemia ocular e edema articular. No dia seguinte houve piora do exantema, seguido de sonolência, calafrios e cansaço. Os pacientes residem na Cidade de São Paulo e relataram a ocorrência de casos semelhantes na vizinhança, sem diagnóstico. c Quais as hipóteses diagnósticas para o caso? Destaque elementos no quadro clínico que sustentam as hipóteses sugeridas. c Que exames complementares você solicitaria? c Que dados epidemiológicos seriam importantes para o caso? O hemograma dos pacientes tinham poucos dados relevantes e, o foi diagnosticado ZIKV por método molecular na urina dos pacientes. O PCR foi positivo em ambos os casos, com carga viral elevada. c Qual a conduta e as recomendações adequadas para esses pacientes (inicialmente e após a confirmação diagnóstica)? 30.09 MDD III – Tatiana Valente 2. F. G. M., feminino, 24 anos, do lar, branca, residente no Bairro Campo Grande, município de Santos/SP. Procurou UBS. com história de febre não aferida há dois dias, cefaléia, mialgia, náuseas, vômitos e prostração. No dia do atendimento notou vermelhidão no corpo. Exame físico demonstrou bom estado geral, temperatura axilar de 37,5ºC, PA 120x75 mmHg, eupnéica, anictérica. Pele: exantema morbiliforme, sobretudo em face e troncos. Paciente grávida de 5 meses. c Quais as hipóteses diagnósticas para o caso? Destaque elementos no quadro clínico que sustentam as hipóteses sugeridas. c Que exames complementares você solicitaria? O médico fez as hipóteses diagnósticas de rubéola e de dengue. Solicitou sorologia para rubéola e dengue. Foi prescrito paracetamol e outros sintomáticos e a paciente foi orientada a retornar se necessário. o resultado da sorologia para rubéola foi negativo e para dengue, positivo. c A conduta terapêutica foi correta? Justifique. c Por estar grávida, esta paciente tem maior risco de desenvolver formas complicadas de dengue? 3.Mulher, 18 anos, relato de febre moderada, cefaleia, diarreia e desidratação. Queixava-se de dor nos joelhos e dor abdominal difusa. Houve suspeita de abdômen agudo, descartando apendicite e gravidez ectópica. c Quais as hipóteses diagnósticas para o caso? Destaque elementos no quadro clínico que sustentam as hipóteses sugeridas. c Que exames complementares você solicitaria? Sorologia negativa para Dengue e positiva para Chikungunya. Em 15 dias, cursou com fraqueza, paresia e dor muscular, com posterior tetraparesia de predomínio proximal e reflexos normais, sendo, portanto, descartada a suspeita de Síndrome de Guillain-Barré e levantada a de Miosite Pós Chikungunya. Evoluiu com piora do quadro muscular, incapacidade de deambular, artralgia leve em joelho e punho e tendinite. Após tratamento com anti-inflamatórios, paciente cursa sem repercussões clínicas ou sequelas. 30.09 MDD III – Tatiana Valente Diagnóstico clínico diferencial
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