Buscar

RESENHA CRITICA FILME 2001

Prévia do material em texto

Universidade Estadual da Paraíba
Centro de Ciências Jurídicas 
Aluna: Ana Tereza da Conceição Gonçalves de Lima
Marícula:201220911
Turma: p1 manhã
Análise crítica do filme 2001: uma odisseia no espaço
Primeiramente o filme retrata um conflito entre bandos de macacos por uma lago, e isso acaba instigando-os a evoluírem, visto que outro animal que também aparece é a figura de uma onça que por ter mais força acaba dominando a região, isso explica o fato dela ser predadoras de tantos animais em cena, posteriormente com a evolução dos primatas, este percebe sua força e torna-se predador de um animal maior e consequentemente torna-se carnívoro, e posteriormente reúne seu bando e toma o lago através do uso de "armas". Ao final, aparece a figura em um monólito que vai representar a evolução.
A primeira análise que se evidenciou é a discursão de poder e força que Hannah Arendt vai fazer em seu capítulo V, pag.213. Quando um dos primatas se torna carnívoro, pois percebe o uso das ferramentas como aliado, e volta para o seu bando no qual entra em conflito com o opositor, ali ele demonstra sua força, mas quando o mesmo grupo ao anoitecer se esconde do seu predador, que no caso seria a onça, mostra a relação que está tem com o poder, por ser um animal noturno e estar em minoria, ainda consegue ter o domínio da situação. 
A disputa por território, ou seja, pelo lago, também nos remete a outro pensamento, pois apesar de serem da mesma espécie, assim como os humanos, mostra-se que os povos tendem a se agrupar de acordo com a dicotomia amigo-inimigo, como conceituava Carl Schimitt, no qual o conflito pelo lago ocorre de maneira eventual entre eles, e mostra o extremo grau de união e separação que ocorre entre seres iguais.
A segunda parte do filme dá um salto evolutivo e mostra o Dr. Heywood R. Floyd, que é um cientista americano que está a caminho de uma base na lua. Posteriormente, este vai entrar em diálogo com um outro grupo de cientistas Russos sobre uma base que aparentemente está sendo palco de acontecimentos estranhos.
Nessa cena, percebe-se claramente a definição que Schimitt vai dar sobre a dicotomia amigo-inimigo, que ele trata o inimigo como algo público, não se trata de um desafeto pessoal, e sim de um desafeto político. Pois o diálogo ocorre perante dois grupos distintos, no qual o Dr.Floyd representa os EUA, e o outro grupo é composto por Russos, com isso, de maneira análoga podemos correlacionar o conflito existente entre as potências na Guerra Fria durante a corrida armamentista, e o interesse de Floyd em manter o secretismo sobre o que estava acontecendo na base. Outra análise, é que mesmo diante esse contexto de conflito entre as potências quando posto em uma esfera privada o seu relacionamento com os Russos é totalmente afetuoso, diferentemente de quando o assunto é o campo político.
A terceira parte do filme é sobre dois astronautas Frank e Dave que embarcam em uma missão para Júpiter com mais três companheiros em Estado de hibernação e um computador com inteligência artificial, cujo é denominado como Hal 9000, e é responsável por todo o controle da nave, após uma falha no sistema os astronautas planejam desligar Hal, porém a máquina percebe o plano e se volta contra eles.
As necessidades humanas que são evidenciadas ao longo do filme, como o fato de irem ao banheiro, de estarem se alimentando e os exercícios físicos, são as únicas evidências do homem como animal laborans, de acordo com a definição de Arendt, pois eles estão apenas cumprindo suas necessidades biológicas. Outra perspectiva é o fato deles não estarem em um contexto plural e isso gerar uma separação radical da condição humana, portanto, percebe-se um distanciamento e consequentemente a quebra da teia das relações humanas, pois logo nota-se que os indivíduos se tornam apáticos em relação a vida, prova disso é na cena em que Frank não demonstra emoção alguma quando recebe a ligação dos seus pais. Ademais, quando Dave ameaça desligar a máquina, está demonstra mais sentimento que o próprio individuo, isso pode ser explicado pelo fato dele ter sido construído por humanos em outras condições, e estar condicionado a sentimento que foram postos antes dele ser levado ao espaço, coisa que não seria possível lá, pois os humanos estavam longe da sua própria condição, e consequentemente não seriam capazes de refletir tais valores. 
A quarta parte do filme, chamada de Intermissão, é quando Hal se vinga dos tripulantes, congelado os que estavam hibernando e jogando Frank no espaço, com isso, Dave desliga a máquina e depois recebe um vídeo que o informa sobre a missão e a existência do monólito cuja origem e objetivo são um mistério. Depois, ele toca no monólito, passa por um portal e chega em um quarto onde estão as suas duas gerações, posteriormente ele se depara novamente com o monólito e se transforma em um feto.
Nessa cena, é possível analisar que a ação de Dave em desligar a máquina demonstra quem ele é, mesmo após os apelos de Hal, pois mesmo apático as situações ele ainda consegue reagir de forma repulsiva, e isso evidencia o seu condicionamento humano, porque antes dele ir para o espaço, ele viveu no espaço público.
Ademais, a evolução humana vista anteriormente é novamente explicitada quando se tem contato com o monólito. Essa evolução, pode ser analisada através do mito dos cavalos alados de Platão, no qual retrata a evolução do filosofo para o mundo inteligível. Na cena, o homem iria renascer como um ser mais evoluído, visto que seria uma espécie de novo ser humano, e na terra não houvesse outras vidas, este por sua vez não seria condicionado, seria o reinicio da condição humana, mas caso contrário, seria impossível, pois a existência das coisas condicionam o ser.

Continue navegando