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1 DILEMAS E DESAFIOS NA FORMAÇÃO DOCENTE E NA PRÁTICA INTERDISCIPLINAR Cleudiane de Pinho Ramos Jessica Caldas Carvalho Maria França Bandeira Maria de Fátima Dias da Costa Maria Gorete Baia Paz Professor- Tutor Externo- Paulo Rodrigues Pantoja Júnior Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Curso: Licenciatura em Pedagogia (Ped 1988) Seminário Interdisciplinar I 25/11/2017 RESUMO O presente paper tem como objetivo geral analisar as características da formação docente e da prática interdisciplinar no contexto atual, de acordo com a legislação e teóricos que tratam sobre a temática. Ser profissional da educação na realidade atual tornou-se um grande desafio, onde requer muito saber e dinamismo. A formação continuada se junta à melhoria das práticas pedagógicas, pois a formação renova a ideia de aprendizagem continuada no sentido de trazer inovação, produzindo novos conhecimentos que darão sustentabilidade teórica ao trabalho docente. O método escolhido para o desenvolvimento deste trabalho foi a pesquisa bibliográfica desenvolvida por meio do levantamento, da seleção e da análise do material publicado a respeito do tema. A disposição deste paper encontra-se didaticamente organizada em cinco pontos: introdução com abordagem geral de todo o trabalho; legislação que traz os aspectos normativos e as características a respeito da formação docente e a prática interdisciplinar; formação docente como uma abordagem sobre a valorização do profissional da educação; prática interdisciplinar como uma nova dinâmica de ensino aprendizagem; e considerações finais. Portanto acredita-se que com este artigo destacamos a valorização do professor para a melhoria na qualidade do ensino. Palavras-chave: Legislação, Formação Docente, Prática Interdisciplinar. 2 1 INTRODUÇÃO O presente paper tem como titulo Dilemas e desafios na formação Docente e na prática interdisciplinar, que será desenvolvido a partir do tema Formação docente e pedagógica: interdisciplinaridade e educação. A formação de professores é algo que deve ser pensado como um processo permanente, que não deve se esgotar com a conclusão do curso. Na realidade atual não é fácil ser professor, exige muito conhecimento e dinamismo. A formação é objeto de suma importância ao professor devido ao processo de aprendizagem constante trazendo a inovação e a construção de novos conhecimentos que serão aperfeiçoados e aplicados na sua prática. Os objetivos comtemplados neste trabalho são a importância da valorização do professor num processo de formação constante no contexto atual. A prática interdisciplinar como uma proposta de dinamismo na prática cotidiana das escolas. Pretendendo-se identificar as características de formação e profissionalização docente fundamentados na legislação e teóricos, além de identificar aspectos relativos à profissionalização docente na contemporaneidade. Com o proposito de atingir nosso objetivo este trabalho foi desenvolvido através da pesquisa bibliográfica, por meio da investigação da seleção e da analise do material publicado a respeito do tema. A disposição deste paper encontra-se didaticamente organizada em cinco pontos: introdução com abordagem geral de todo o trabalho; legislação que traz os aspectos normativos e as características a respeito da formação docente e a prática interdisciplinar; formação docente como uma abordagem sobre a valorização do profissional da educação; prática interdisciplinar como uma nova dinâmica de ensino aprendizagem; e considerações finais. 2 FORMAÇAO PEDAGÒGICA DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO VIGENTE O professor tem o direito garantido em lei de formação continuada. Discutiu-se sobre a necessidade da formação do professor. A Lei n. 9394, de 20 de setembro de 1996, 3 denominada Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), dispôs de forma específica sobre a formação dos profissionais da educação. Nesse sentido, vale ressaltar: Art. 61. A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e as características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamentos: I - a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço; II - aproveitamento da formação e experiências anteriores em instituições de ensino e outras atividades. Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. (BRASIL, 1998); § 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, em regime de colaboração, deverão promover a formação inicial, a continuada e a capacitação dos profissionais de magistério. (Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009). É de responsabilidade dos sistemas de ensino promover aprimoramento profissional contínuo aos profissionais da educação. Ao mesmo tempo em que estabeleceu a importância da capacitação para associação entre teorias e prática, e o aproveitamento anterior como fundamentos da formação dos profissionais da educação. Salientou a obrigatoriedade do ensino superior para o exercício do magistério. De acordo com a LBD, observamos que é dever da união, do Distrito Federal, Estado e Municípios promover a formação inicial e continuada do professor, porém é necessário mais investimentos, pois ainda é carente cursos de capacitação pedagógica. A valorização do professor é a condição decisiva para uma educação de qualidade. Levantar a bandeira da educação de qualidade não é fácil. Pois a educação no país vai mal. A realidade é o fato de apresentarem o professor como o único e principal responsável por essa situação, quando na realidade, ele é um entre muitos outros responsáveis pela mesma, inclusive o governo e os outros órgãos competentes que devem oferecer tal formação para melhor estarem preparados em sua função que é um grande desafio. Diante disso a LDB nº 9394/96 frisa que: Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público: II - aperfeiçoamento profissional 4 continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim; V- período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho; O profissional do magistério tem por direito ser liberado do seu trabalho para estudar, buscar profissionalizar-se, capacitar-se na sua profissão sem se prejudicado, como por exemplo, com falta. Mas na realidade o docente enfrenta ainda dificuldades para se formar, pois muitas vezes não é liberado, quando é preciso é necessário pagar uma pessoa para substituí-lo. Com isso infligindo a legislação quando deveria ser garantido ao mesmo. É preciso também a valorização pessoal do professor, é necessário que tenha orgulho do que faz, sentir-se importante na sua tarefa, sendo educador, ir á luta, mesmo já sendo herói, pois poucos reconhecem a desgaste rotina de um professor, ter jogo de cintura para trabalhar com os mais variados alunos, são grandes os desafios, por isso dinamizar de uma forma que cause nos alunos uma visão real do mundo a sua volta. Diante disso surge a proposta como sendo a interdisciplinaridade. A interdisciplinaridade começou a ser abordada no Brasil a partir da Lei Nº 5.692/71. Como nos mostra: Art. 1º O ensino de 1º e 2º graus tem por objetivo geral proporcionar ao educando a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades como elemento de auto realização, qualificação para o trabalho e preparopara o exercício consciente da cidadania. Desde então a interdisciplinaridade tem sido pauta e tornando-se mais presente nos discursos e na prática de professores. A interdisciplinaridade serve como um principal acessório no conhecimento escolar, transmitindo como uma nova dinâmica na estrutura aplicada. A interdisciplinaridade fica mais clara quando se considera realmente de que todo conhecimento mantêm um dialogo permanente com outros conhecimentos que pode ser de questionamento. 3 FORMAÇÃO DOCENTE A formação do professor, a sua capacitação traz melhorias na qualidade do ensino, e para se ter melhoria na qualidade de ensino é necessário oferecer esta formação como um 5 processo permanente. Segundo Nóvoa “a formação de professores pode desempenhar um papel importante na configuração de uma nova personalidade docente” (Nóvoa, 1995, p. 24). De acordo com Nóvoa: Estar em formação implica um investimento pessoal, um trabalho livre e criativo sobre os percursos e os projetos, com vista à construção de uma identidade que é também uma identidade profissional (...).A formação não se constrói por acumulação(de cursos, de conhecimentos ou de técnicas), mas sim através de um trabalho de refletividade critica sobre as criticas e da construção permanente de uma identidade pessoal. Por isso é tão importante investir a pessoa e dar um estatuto ao saber da experiência (Nóvoa, 1995, p.25). Ou seja, na atualidade temos a imagem da ideia de que a profissão docente aparece para alguns como sendo a última opção daqueles que não conseguiram engessar em outros cursos superiores. O professor deve buscar sua formação, assumir sua identidade de educador, onde se constrói e se transmite. É reconhecível que os professores são fundamentais, mas precisamos que os sistemas educativos sejam capazes de atrair os melhores candidatos para se tornarem professores. Necessita- se de boas politicas para a formação desses profissionais que vão precisar para reforçar sua caminhada e identidade enquanto profissional da educação. Um dos maiores desafios nos processos de formação é com relação ao aprimoramento de suas praticas. Com isto busca-se ter uma visão de que deve haver não só a formação continuada dos professores, mas também, o diálogo e a reflexão de suas práticas educacionais. Tardif ressalta, que: Se admitirmos que o movimento de profissionalização é, em grande parte, uma tentativa de renovar os fundamentos epistemológicos do ofício de professor, então devemos examinar seriamente a natureza desses fundamentos e extrair daí elementos que nos permitam entrar num processo reflexivo e crítico sobre nossas próprias práticas como formadores e como pesquisadores (Tardif, 1999, p. 4). As discussões são tamanhas sobre o assunto formação de professores e a valorização do magistério no Brasil, pois devido o pouco investimento na qualidade e valorização na educação, em determinados lugares há carência de profissionais da educação. Investir na qualidade da educação resulta no crescimento e desenvolvimento sustentável do país. Nesse sentido é importante considerar o que afirma Figueiredo: 6 O Brasil acaba de ser reconhecido como a 6º maior economia do mundo. Inúmeras análises, estudos e projeções quanto a consolidação do Brasil no grupo de países desenvolvidos e ao seu crescimento sustentável têm um denominador comum: o país precisa investir na qualidade da educação básica. (FIGUEIREDO, 2012 s.p apud GUIMARÃES 2011, p.5) No entanto os esforços e as lutas das entidades representativas da categoria no sentido de aumentar os investimentos em políticas de formação e valorização dos profissionais do magistério, é um grande desafio na busca de consolidar seus direitos de formação, comprometimento social e salário digno. 4 PRÁTICA INTERDISCIPLINAR 4.1 CONCEITOS Sendo quando duas ou mais disciplinas relacionam seus conteúdos para aprofundar o conhecimento e levar dinâmica ao ensino, A relação entre os conteúdos disciplinares é a base para um ensino mais interessante, onde a matéria auxilia a outra. O termo foi empreendido pela primeira vez em 1937 pelo sociólogo alemão Louis Wirth, que respondia à ideia de que disciplinas podem estar interligadas a partir de relações previamente definidas em um processo dinâmico para solucionar ou responder uma questão ou investigação. Segundo Fazenda, (1979, p. 27) a interdisciplinaridade: É uma nova atitude diante da questão do conhecimento, de abertura à compreensão de aspectos ocultos do ato de aprender e dos aparentemente expressos, colocando-os em questão. [...] A interdisciplinaridade pauta-se numa ação em movimento. Pode-se perceber esse movimento em sua natureza ambígua, tendo como pressuposto a metamorfose, a incerteza. A interdisciplinaridade é uma ferramenta que amplia e complementa uma formação mais inclusiva e com uma visão que orienta o professor a compreender o processo interdisciplinaridade na aprendizagem dos educandos. A interdisciplinaridade quebra o paradigma que antes se prendia em se trabalhar somente com uma disciplina. Segundo FORTES (p.7 s/d): 7 Essa temática é compreendida como uma forma de trabalhar em sala de aula, no qual se põe um tema com abordagem em diferente disciplina. É compreender, entender as partes de ligação entre as diferentes áreas do conhecimento, unindo para transformar por algo inovador, abrir sabedorias resgatar possibilidades e ultrapassar o pensar fragmentado. É a busca constante de investigação, na tentativa de superação do saber. A Interdisciplinaridade exige do educador uma maneira de ensinar que desenvolva no estudante a competência de estabelecer relações entre partes e o todo, superando a concepção unidirecional e fragmentada do conhecimento que tem caracterizado sua prática. Diante disso. De acordo com Fazenda (2005, p.16): Os currículos organizados pelas disciplinas tradicionais conduzem o aluno apenas a um acúmulo de informações que de pouco ou nada valem na sua vida profissional, principalmente porque o desenvolvimento tecnológico atual e de ordem tão variada que fica impossível processar-se com a velocidade adequada a esperada sistematização que a escola requer. Em vez de dar ênfase à importância de um ensino da relação dos conteúdos escolares com a realidade dos alunos, a escola acaba difundindo um conhecimento disciplinado, fragmentado, reduzido, não formando o aluno para a base da estrutura social que são as relações sociais e mundo do trabalho. Onde o aluno pode descobrir- se profissionalmente numa visão critica e humanizada. Mesmo que a educação como transformação da sociedade tenha sido discutida por educadores, nem sempre essa educação tem acontecido na prática cotidiana das escolas. Pois não está despertando a consciência crítica desses alunos para realidade a sua volta e sim alienados sem a relação entre si das disciplinas, ou seja, disciplina enxuta, que não gera uma visão critica consciente da realidade a sua volta. A interdisciplinaridade deve está diretamente relacionada á realidade, necessita conhece-la, para assim trabalhar com métodos interdisciplinares, onde há participação de todos. É desafiador a prática interdisciplinar, a escola deve dialogar com o currículo integrado e os temas geradores e precisam ser de acordo com o cotidiano, que valorize as especificidades do sujeito, contribuindo na transformação social dos mesmos. Como nos afirma Brito e Soares (2012, p. 19) „‟A construção de um currículo integrado criado de temas geradores tem em sua dinâmica a ação interdisciplinar, pois todos os saberes disciplinares podem dialogar integradamente com a realidade e com o saber especifico disciplinar. ‟‟ É de grande relevância o planejamento coletivo e integrado envolvendo o diálogo com a contextualização, ondetoda a comunidade escolar se envolve no planejamento disciplinar partindo da 8 realidade, nesse sentido segundo Brito e Soares (2012) „‟ para tanto, o planejamento coletivo, integrado é fundamental no diálogo sobre o real e como será trabalhada esta realidade na escola. ‟‟ Para obter a visão crítica do aluno sobre a realidade e o mundo, é papel da escola, portanto executar um ensino voltado na interdisciplinaridade, Que não sujeite o aluno a uma carga de conteúdos e regras em desvantagens da reflexão do pensamento critico e consciente, Japiassu (1976. p81-82) afirma que '' a interdisciplinaridade não é apenas um conjunto teórico. Cada vez parece impor-se como uma prática. '' Diante deste novo cenário do mundo, a escola necessita de estratégias de ensino inovadoras, criativas, visando romper com o conhecimento fragmentado. A interdisciplinaridade surge como uma ferramenta necessária na formação docente, possibilitando uma visão histórica sobre os objetos de análise. Portanto a interdisciplinaridade surge então da necessidade de uma resposta para a fragmentação das disciplinas, ela é um diálogo entre as diversas áreas do conhecimento, um modo de trabalhar o conhecimento. O trabalho interdisciplinar é algo que deveria existir nas escolas e muitas vezes não existe porque uma das problemáticas está na fragmentação que existe entre os conteúdos e as disciplinas, acontecendo que o professor acaba considerando a outra disciplina apropriada a sua própria finalidade e deste modo cada qual faz seu planejamento e não permite que o mesmo seja flexível. Falta formação suficiente e força de vontade para se pensar a interdisciplinaridade, pois se determinadas disciplinas possuem o mesmo conteúdo deveriam trabalhá-las em perspectiva diferente. Pois para que ocorra a interdisciplinaridade não se trata de eliminar as disciplinas, trata-se de torná-las comunicativas entre si. 4.2 PRÁTICA INTERDISCIPLINAR: DESAFIOS E POSSIBILIDADES A educação hoje leva a preocupações que vão desde a valorização do espaço, tempo que o professor oferta em sala de aula, levando em conta o aproveitamento de seus alunos. Passar de velhos conceitos em novas realidades, recriar, renovar, este é um grande desafio. Diante disso um dos caminhos a ser seguido pelo professor é o trabalho numa perspectiva interdisciplinar como uma possibilidade, mostrando aos alunos que não existem fronteiras entre as disciplinas, mas que uma dinamiza a outra. De acordo com (BARTBES 1988, apud MACHADO 2000, P. 117) 9 O interdisciplinar de que tanto se fala não está em confrontar disciplinas já constituídas das quais na realidade, nenhuma consiste em abandonar-se. Para se fizer interdisciplinaridade, não basta tomar um „‟assunto‟‟ (um tema) e convocar em torno de duas ou três ciências. A interdisciplinaridade consiste em um objeto novo que não pertença a ninguém. ‟‟ Ou seja, a interdisciplinaridade de que falamos inclui a troca e colaboração, a incorporação entre as disciplinas, tornando as fronteiras entre elas invisíveis, fazendo compreensíveis as relações, e destacadas. A temática pela interdisciplinaridade conquistou a atenção de muitos educadores brasileiros, pelo fato de ser uma novidade que está em construção coam a ação pedagógica, sendo um desafio. No cenário mundial educacional esse movimento pela interdisciplinaridade teve grande visibilidade, porém para afirma-lo enquanto teoria de ensino deve-se dispor á algumas questões. Professores que usam rótulos interdisciplinares não estão necessariamente engajados em práticas interdisciplinares, pois a mesma ainda não está definida claramente, mostrando-se mais uma inspiração, um sonho, uma necessidade. Não se pode esperar que os alunos contribuíssem com qualquer coisa, que o corpo docente não faça, a interdisciplinaridade parte de um diálogo. Segundo SEVERINO, "se o sentido do interdisciplinar precisa ser redimensionado quando se trata do saber teórico, ele precisa ser construído quando se trata do fazer prático". (idem, 2001, p.41). Observa-se uma grande variedade de práticas nos diferentes níveis de ensino que levantam a bandeira da interdisciplinaridade, mas, muitas vezes, não passam do discurso vazio ou da prática sem fundamentos. A "prova de fogo" da instrução que se diz interdisciplinar é a integração, que visa um entendimento mais amplo. São algumas formas de interdisciplinaridade: o currículo baseado em problemas; a organização de um seminário integrador comum, baseado em um tópico específico; o currículo elaborado a partir de um tema central, etc. O que normalmente acontece é que os professores trabalham com as mesmas matérias e com os mesmos temas, desperdiçando uma oportunidade de promover a interação, ficando numa repetição vazia e cansativa para os alunos. |Diante disso Klein afirma que: A relutância dos professores em se engajar na educação interdisciplinar não é apenas uma questão de não saber como, apesar da literatura abundante, ou da força dos obstáculos, apesar da multiplicidade de estratégias e modelos já provados. Ela também surge da socialização disciplinar, que leva os 10 professores a acreditar que não estão fazendo o seu trabalho da maneira como foram treinados para fazê-lo. (KLEIN, 2001, p.123) A prática interdisciplinar promove a comunicação e articulação dos alunos com os professores destacando ainda a experiência e o convívio em grupo. Partindo deste princípio é importante, no entanto analisar essa metodologia como uma forma de promover a união escolar em torno do objetivo comum de formação de indivíduos com o olhar crítico do mundo a sua volta. Neste aspecto a função da interdisciplinaridade é apresentar aos alunos possibilidades diferentes de olhar um mesmo fato e estuda-los. (SILVA, 2013). No desenvolvimento de atividades interdisciplinares o aluno não constrói sozinho o conhecimento, mas sim em conjunto com outros e tendo a figura do professor como uma orientação, um norte a ser seguido. Conforme Fazenda (2008) existe cinco princípios relacionados a essa pratica: humildade espera respeito, coerência e desapego. Esses princípios são a base para o sucesso da interdisciplinaridade na sala de aula, uma vez que para alcançar os resultados esperados com atividades em grupo é importante que todos sejam humildes ao demonstrar seus conhecimentos e técnicas; saibam o momento propício para falar e ouvir; respeitem os outros; sejam coerentes quanto ao que dizem e fazem e pratiquem o desapego do conhecimento, não achando que são mais nem menos que os outros alunos. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do trabalho realizado, ao analisarmos a legislação em favor da formação docente percebemos uma relevante preocupação com a formação contínua e valorização dos profissionais do magistério, porém ainda é necessário que tenha mais investimentos nessa área, para então garantir a efetividade de seus direitos á capacitação e o retorno aplicados em sua prática em sala. Vendo também o grande trabalho desafiador de educador surge uma nova proposta e dinâmica de trabalho, a interdisciplinaridade. O trabalho interdisciplinar é crucial no ensino atualmente, todavia precisa está aliado à capacitação do docente, pois o mesmo tem que está preparado para desenvolver seu trabalho, aliando a teoria á pratica. Diante de tais exposições acerca do tema interdisciplinaridade, cabe aos docentes e ao sistema identificarem as vantagens e viabilidades de utilizarem essa metodologia nas salas de aula. É importante que a educação se desenvolva e evolua assim como a economia, a política, as pessoas, o mundo. Afinal as escolas têm a responsabilidade de formar cidadãos críticos e sociáveis. 11 As dificuldades e os desafios são grandes, as práticas tradicionais ainda estão presentes, assim como, a falta de diálogo no planejamento escolar. É precisoavançar gradativamente com a certeza e a esperança que a escola é um lugar possível de aprender, onde os alunos são sujeitos ativos e reflexivos. REFERÊCIAS BRITO,Diselma Marinho ; SOARES, Ivo. A vivência da interdisciplinaridade no currículo integrado na escola Nossa Senhora da Paz no rio Arumanduba no município de Abaetetuba- Pa: Alguns princípios teóricos.In: Construção coletiva: Contribuições à formação docente de professores para a educação básica. V.2- Belém: IFPA, 2012. CORDOVA, F.J, GRINES, V.T. Formação docente: um processo permanente, s/d. Disponível em: http://coral.ufsm.br/gpforma/2senafe/PDF/024e5.pdf>Acesso em: 01/12/2017. FAZENDA, I.C. A. Integração e Interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia. São Paulo: Loyola, 1979. FAZENDA, Ivani. (Org.). Práticas interdisciplinares na escola. 10. Ed. São Paulo: Cortez, 2005. FIGUEIREDO, Raimundo Otoni Melo. Desafios do PIBID no processo de Formação Docente no IFPA. In: Construção coletiva: Contribuições à formação docente de professores para a educação básica. V.2- Belém: IFPA,2012. JAPIASSÚ, Hilton. A interdisciplinaridade e a patologia do saber. Rio de Janeiro. 1976. KLEIN, Julie Thompson. Didática e interdisciplinaridade. Ivani C. A. Fazenda (org.). (coleção Práxis). 6 Ed. Campinas, SP. Papirus, 2001. (p.109-191). http://coral.ufsm.br/gpforma/2senafe/PDF/024e5.pdf%3eAcesso 12 LDB: Lei n 5.692, de 11 de Agosto de 1971-Ed- Brasília: Câmara dos deputados, vol. 5 1971- Publicação original. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei- 5692-11-agosto-1971-357752-publicacaooriginal-1-pl.html>Acesso em: 02/12/2017. MACHADO, N. J. Educação: projetos e valores. 3. Ed. São Paulo: Escrituras, 2000. OLIVEIRA, Emanuelle. Interdisciplinaridades/d. Disponível em: https://www.infoescola.com/pedagogia/interdisciplinaridade/>Acesso: 24/11/2017. NÓVOA, A. Vidas de Professores 2. Ed., Porto Editora, Porto, 1995. (Coleção Ciências da Educação). UMBELINO, Moacir e ZABINI, Franciele. A importância da interdisciplinaridade na formação do Docente. 2014. 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Disponível em: http://www4.pucsp.br/gepi/downloads/TESES_CONCLUIDAS/IVONE.pdf> Acesso em : 24/11/2017. http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-5692-11-agosto-1971-357752-publicacaooriginal-1-pl.html%3eAcesso http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-5692-11-agosto-1971-357752-publicacaooriginal-1-pl.html%3eAcesso https://www.infoescola.com/pedagogia/interdisciplinaridade/ https://www.uniso.br/publicacoes/anais_eletronicos/2014/1_es_formacao_de_professores/44.pdf https://www.uniso.br/publicacoes/anais_eletronicos/2014/1_es_formacao_de_professores/44.pdf https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/importancia-da-interdisciplinaridade-no-processo-de-aprendizagem/49573 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/importancia-da-interdisciplinaridade-no-processo-de-aprendizagem/49573 http://www4.pucsp.br/gepi/downloads/TESES_CONCLUIDAS/IVONE.pdf
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