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agravo de instrumento

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Autos de ORIGEM nº __________
Xª VARA CÍVEL DA COMARCA DE BAURU/SP
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS MATERIAIS
Viação Meteoro S/A, localizada na Rua , número , no Bairro , CEP , Cidade de São Paulo/SP, inscrita sob o CNPJ nº , com endereço eletrônico, vem respeitosamente à sua presença, não conformada com a decisão de fls. ____, pelo Juízo da Xª Vara Cível da Comarca de Bauru-SP nos autos da Ação de Indenização por Perdas e Danos Materiais nº ________ em face de Caipira Hortaliças Ltda.-ME, inscrita sob o CNPJ , com sede na rua , número , no Bairro de , Bauru, SP, possuidora do endereço eletrônico , tendo por seu preposto o senhor Barnabé, brasileiro, casado, agricultor, portador da cédula de identidade RG SSP/SP, inscrito sob o CPF , endereço eletrônico , residente e domiciliado à rua , nº , Bairro , Bauru, SP, apresenta-se perante vossa excelência na forma do artigo 1.015 e seguintes do Código de Processo Civil, interpor o seguinte recurso de:
AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO
Pelos fatos e fundamentos jurídicos expostos:
I. DA TEMPESTIVIDADE DO RECURSO
1.1 Conforme consta nos autos, contra a decisão de folhas , publicada na data de 02 de Abril de 2018, o Agravante interpôs Embargos de Declaração, as quais foram rejeitados por este r. juízo, sendo certo que foi o réu intimado da decisão na data retro informada, conforme se verifica da Certidão de fls. .
1.2 A data da publicação da Decisão, em 02/04/2018, realizada sob as regras do Art. 1003 do CPC/2015 sobre a contagem do prazo processual para a interposição dos recursos, excetuados os Embargos de Declaração, que possuem 5 (cinco) dias, faz com que este recurso esteja a cumprir a determinação legal, tendo em vista que encerra-se sua contagem na data de 23/04/2018.
II. DA PRELIMINAR DE NULIDADE
Conforme a análise fundamentada sobre o indeferimento justificado da Denunciação à Lide citada anteriormente, conforme o Art. 93, inciso IX da Constituição Federal que:
“Art. 93 da CRFB/1988, inciso IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade (...);”.
Ocorre que a Intervenção de Terceiros peticionada é prerrogativa da Agravante para que possa exercer direito de regresso contra a Seguradora qualificada.
Ademais , o Código de Processo Civil menciona nos artigos :
“Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.”
“Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;”.
Assim , alegada preliminar com vistas a que haja fundamentação e análise do pedido de Denunciação à Lide da Seguradora Trafegar S/A, resguardando o direito de regresso da Agravante contra a denunciada.
III. DOS FATOS
3.1 Conforme consta das fls. xx e xx, foi juntado aos autos, as cópias da Apólice de Seguros firmada entra a Agravante e o Terceiro denunciado à lide, para assegurar o direito de regresso da ré em caso de prejuízo causado por sentença desfavorável aos seus interesses empresariais. Resta configurado que a Seguradora Trafegar S/A, já qualificada nos autos, se recusou a entregar os documentos originais da contratação , o que forçou o defensor a juntar aos autos apenas as cópias já mencionadas.
3.2 Após a infrutífera audiência de conciliação, ocorria no dia 15/02/2018, respeitando o prazo de 15 (quinze) dias para a Contestação da parte contrária, foi elaborado o pedido de Denunciação à lide, com pedido de intervenção de terceiros em relação à Seguradora Trafegar S/A e a entrega dos documentos originais que atestassem o contrato e responsabilidade desta seguradora para com a obrigação acordada com a Viação Meteoro em casos de Sinistro.
3.3 Ocorre que o r. juízo competente a julgar esta demanda prolatou decisão, conforme consta das fls. que exigiu da Agravante a juntada das cópias originais, sendo porém impossível para esta a obtenção das mesmas sem intervenção judicial que obrigasse a Denunciada a fornecer tais documentos, que forma não concedida quando do pedido feito pela Viação Meteoro, Agravante desta decisão que indeferiu a denunciação à lide pelo não cumprimento da decisão de juntada das referidas fotocópias da Apólice de Seguros.
IV. DO DIREITO
4.1 A recusa dos Embargos de Declaração para contrapor a antecedente decisão ocasiona conflito que decorre de comandos legais, conforme se do Artigo 424 do Código de Processo Civil, abaixo:
“Art. 424. A cópia de documento particular tem o mesmo valor probante que o original, cabendo ao escrivão, intimada as partes, proceder à conferência e certificar a conformidade entre a cópia e o original.”
4.2 Dessa forma, deveria o Juízo de primeira instância ter procedido desta forma, a verificar a autenticidade das fotocópias apresentadas para convergir à denunciação da Seguradora Trafegar S/A à lide.
4.3 O direito faz cessar a fé de documento particular somente quando, conforme preceitua o artigo 428 do CPC/2015:
“Art. 428. Cessa a fé do documento particular quando:
I – for impugnada sua autenticidade e enquanto não se comprovar sua veracidade.”
4.4 Assim , verifica-se que não foi o caso em tela, ou seja, concomitante ao artigo 429, inciso I , que determina que a parte produtora do documento seja a responsável à sua impugnação, resta que o documento particular apresentado, na forma das cópias da Apólice de Seguro, presumem-se verdadeiros até que o contrário seja comprovado.
A decisão vai de encontro também ao que determina o artigo 758 do Código Civil:
“Art. 758. O contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do bilhete do seguro, e, na falta deles, por documento comprobatório do pagamento do respectivo prêmio.”
Além, o artigo 410 do CPC/2015 considera:
“Artigo 410. Considera-se Autor do documento particular:
I – aquele que o fez e o assinou;
II – aquele por conta de quem ele foi feito, estando assinado;
É claro que o caso em tela encontra guarida no artigo citado, afinal, foi a própria Agravante que firmou o contrato de seguro com a Seguradora, portanto, contando com a força probante conferida pelo artigo 428 do CPC/2015.
Ademais, o artigo 422 do mesmo Código informa que qualquer reprodução mecânica, incluído aqui a fotocópia, tem aptidão de fazer prova dos fatos ou das coisas representadas, caso não seja a sua conformidade com o original impugnada por aquele contra quem foi produzida.
Podemos citar tambem o Art. 411 do CPC/2015 que informa:
“Art. 411. Considera-se autêntico o documento quando:
(...)
III – não houver impugnação da parte contra quem foi produzido o documento.”
Observamos que o contrato foi elaborado para firmar contrato entre as partes, sendo que a Apólice de Seguros, mesmo que somente sua cópia, possui força de prova, resta configurado o desvio em proporcionar ao menos os meios de sua verificar a originalidade para provar a obrigação , que de fato a Seguradora deve ser recepcionada no processo através da Denunciação à Lide, para assegurar o direito de regresso do Agravante.
Inteligência do Código Civil de 2002 neste sentido:
“Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados.”
4.5 Configura-se que a decisão do r. juízo é equívoca ao afirmar que se faz necessária a apresentação das ocópias originais da Apólice de Seguros contratado, afinal, o direito resta claro ao fornecer ao documento , o qual deverá ser verificada pelo escrivão, ainda no primeiro grau de jurisdição, conforme a lei .
V. DAS RAZÕES PARA O PEDIDO DE REFORMA DA DECISÃO
5.1 Provada a recusa das cópias conforme decisão do juízo de primeiro grau,em desacordo com o Direito, fica demonstrado que haverá prejuízo à defesa da Agravante caso não haja a reforma da decisão anteriormente proferida, que permita que a Empresa Viação Meteoro não arque com todo o ônus dos prejuízos de eventual sentença desfavorável.
VI. DO EFEITO SUSPENSIVO
6.1 Requer a Agravante que os efeitos da Decisão proferida às fls. Xxx sejam suspensos para que não haja prejuízo imediato à defesa da parte ré, conforme artigo 1019, inciso I do Código de Processo Civil de 2015, pois o andamento do processo antes do julgamento deste poderá prejudicar e tornar ineficaz o resultado de eventual deferimento deste recurso e proporcionar a prática de atos processuais desnecessários.
VII. DO NOME E ENDEREÇO DOS ADVOGADOS
Advogado do Agravante: Dr. xxx, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de xxx, sob o nº xxx, com escritório à Rua xxx, nºxxx, Cidade xxx-xx.
Advogado do Agravado: Dr.xxx, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção xxx, sob o nº xxx, com escritório à Rua xxx, nº xxx, Cidade xxx-xx.
VIII. DO PEDIDO
Diante do exposto, requer:
a) O acolhimento da preliminar de nulidade arguida;
b) Seja o presente Agravo de Instrumento recebido com seu regular efeito suspensivo;
c) Requer seja dado provimento para assegurar o exercício do direito da Agravante para o bom andamento do processo, com todos os pressupostos por ele admitidos;
d) Requer a intimação do Agravado para apresentar contrarrazões no prazo de 10 dias, conforme sua faculdade;
e) Acosta à juntada das peças que instruem este agravo, conforme artigo 1017 do CPC/2015, informando que são declaradas autênticas por este advogado, sob sua responsabilidade:
i) Petição Inicial;
ii) Contestação;
iii) Decisão Agravada;
iv) Certidão de Intimação;
v) Embargos de Declaração;
vi) Procuração dos Advogados;
Termos em que pede deferimento.
Local e Data
Assinatura do Advogado
Nome do Advogado
OAB

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