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PENAL 2 - AULA

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Olá estudante, vamos ler um resumo de nossa disciplina? Verifique os artigos abaixo. 
 
Princípios Processuais 
Fonte: http://domtotal.com/direito/pagina/detalhe/28250/os-principios-fundamentais-do-direito-penal 
Os Princípios Fundamentais do Direito Penal 
Autor: Breno Gonçalves Verçosa 
 
Segundo consta na obra de Fernando ( CAPEZ, 2004, p. 14), é da dignidade da pessoa humana que nascem os 
princípios orientadores e limitadores do Direito Penal (DP). Damásio (JESUS, 2009, p. 9-12) 
define quatorze Princípios Fundamentais do Direito Penal: 
a) Princípio da Legalidade ou da reserva legal: Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia 
cominação legal (CF/88, art. 5º, XXXIX e Código Penal (CP) art. 1º). 
b) Princípio da proibição da analogia “in malam partem”: Proibição da adequação típica “por semelhança” entre 
os fatos. 
c) Princípio da anterioridade da lei: Só há crime e pena se o ato foi praticado depois de lei que os define e esteja 
em vigor. 
d) Princípio da irretroatividade da lei mais severa: A lei só pode retroagir para beneficiar o réu. 
e) Princípio da fragmentariedade: O estado só protege os bens jurídicos mais importantes, assim intervém só nos 
casos de maior gravidade. 
f) Princípio da intervenção mínima: O estado só deve intervir pelo DP “quando os outros ramos do Direito não 
conseguirem prevenir a conduta ilícita.” (JESUS, 2009, p. 10). 
g) Princípio da ofensividade: Não basta que a conduta seja imoral ou pecaminosa, ela deve ofender um bem 
jurídico provocando uma lesão efetiva ou um perigo concreto ao bem. 
h) Insignificância ou Bagatela: Baseia no pressuposto de que a tipicidade penal exige um mínimo de lesividade 
ao bem jurídico, reconhecendo a “atipicidade do fato nas perturbações jurídicas mais leves.” (JESUS, 2009, p. 10). 
Segundo informações do site de notícias Supremo Tribunal Federal (STF) (BRASIL, 2009a), o Supremo aplicou o “ 
princípio da insignificância a pedidos de habeas corpus”. São 18 pedidos de habeas corpus fundados no princípio da 
insignificância, “15 foram analisados, sendo 14 concedidos em definitivo e um foi negado por uma questão técnica, 
mas teve a liminar concedida. Três habeas ainda não foram julgados.” 
Ainda segundo a notícia: 
“Os ministros aplicam a esses casos o chamado “princípio da insignificância”, preceito que reúne quatro condições 
essenciais: mínima ofensividade da conduta, inexistência de periculosidade social do ato, reduzido grau de 
reprovabilidade do comportamento e inexpressividade da lesão provocada. 
As decisões também levam em conta a intervenção mínima do Estado em matéria penal. Segundo esse 
entendimento, o Estado deve ocupar-se de lesões significativas, ou seja, crimes que têm potencial de efetivamente 
causar lesão.” (BRAZIL, 2009a). 
 Num dos casos de Habeas Corpus (HC) – 98.152 (BRASIL, 2009b), o relator ministro Celso de Mello afirmou a 
existência de diferença entre absolver o acusado com base no princípio da insignificância (conforme decisão do STJ) 
e a extinção de punibilidade. Segundo o Min., conforme notícia publicada no domínio do STF,: 
“[...] a extinção da punibilidade por si só não exclui os efeitos processuais. Ou seja, a tentativa de furto ficaria 
registrada e poderia pesar contra o acusado caso ele venha ser reincidente, na qualidade de maus antecedentes. Ao 
ser absolvido, todavia, o acusado volta a ser considerado primário caso seja réu posteriormente em outra ação.” 
(BRASIL, 2009c). 
No citado HC a decisão do STF havia reformado a pena de um ano e quatro meses de reclusão, aplicada pela primeira 
instância, a um caso de uma tentativa de furto de cinco barras de chocolate num supermercado – O voto do ministro 
Celso de Mello, acompanhado por unanimidade, absolveu o acusado e ordenou extinta a ação penal porque, 
segundo ele, a conduta sequer poderia ser considerada crime. 
É tênue o limite da aplicabilidade ou não deste princípio, e até controverso. Veja-se que há dois casos recentes no 
STJ, nos quais a diferença entre os valores do bem objeto de delito foi de R$70,00. Em janeiro do ano corrente: 
“A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aplicou o princípio de insignificância ao conceder habeas 
corpus e extinguir ação penal imposta a um réu pelo furto de duas calotas de um automóvel, avaliadas em R$ 70,00, 
e pela tentativa de furto de outro veículo, no estado de Minas Gerais em junho de 2007.” (BRASIL, 2010a). 
O entendimento do relator neste processo - HC 147.052 (BRASIL, 2010b), Min. Arnaldo Esteves Lima, foi o de que 
apesar de se definir como crime nas modalidades tentada e consumada o furto não ultrapassou o exame da 
“tipicidade material, sendo desproporcional a sanção penal imposta”. 
Todavia, em março do mesmo ano, a mesma quinta turma do STJ, ao julgar o HC nº 152.738), “indeferiu habeas-
corpus a estudante de Direito que tentou furtar um Código de Processo Civil interpretado, no valor de R$ 150, em 
uma livraria de Brasília.” (BRASIL, 2010c. No processo, o mesmo Min. Arnaldo Esteves Lima afirmou ser impossível 
aplicar o “princípio da insignificância [...], tendo em vista a má-fé do universitário. Considerou que cabe ao fato a 
medida proporcional da pena pela relevante lesão ao estabelecimento.” (BRASIL, 2010d). 
i) Princípio da culpabilidade: Só será penalizado quem agiu com dolo ou culpa cometeu um fato atípico e 
antijurídico. 
j) Princípio da humanidade: O réu deve ser tratado como pessoa humana. 
l) Princípio da Proporcionalidade da pena: “A pena não pode ser superior ao grau de responsabilidade pela prática 
do fato.” (JESUS, 2009, p. 11.). 
m) Princípio do estado de inocência: “Ninguém será culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória.” (CF/88, art. 5º, LVII). 
n) Princípio da igualdade: Todos são iguais perante a lei. (CF/88, art. 5º, caput). 
o) Princípio do “ne bis in idem”: É dizer que ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato. 
 
INVESTIGA ÇÃO PRELIMINAR 
Fonte: https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/536178340/investigacao-preliminar-conceito-e-
natureza-juridica 
Investigação preliminar: conceito e natureza jurídica 
Por Andressa Tomazini 
Começaremos do começo, seguindo a cronologia dos atos do procedimento penal. Logo, com a investigação 
preliminar é que se dará início ao desenvolvimento dos Ensaios Processuais. 
Em tempos de Lava Jato e Delação Premiada está se remodelando as relações existentes entre a sociedade, 
juristas, operadores do direito e a persecução penal como um todo, mas principalmente as percepções acerca 
das investigações preliminares, bem assim os vieses mercadológicos da tendência dos meios de comunicação de 
massa movimentarem o aparato da Justiça, pautando e pressionando as decisões dos jogadores (ROSA, 2018, p. 
20). 
Bom, os jogos e subjogos que compõem a persecução penal ocorrem, querendo ou não, e estão mais complexos, 
de modo que saber as regras do jogo e aprender a jogar, pensando nas jogadas, tentando prever resultados e 
suas consequências, é necessário para não ser ingênuo e acabar virando uma peça na mão de jogadores 
profissionais. 
Dentro desse cenário, a fase investigativa (re) conquistou a atenção dos operadores, visto que relembrou a 
importância do bom acompanhamento desta partia (e de partidas conexas) para fazer um campeonato bem feito. 
A fase investigativa ou investigação preliminar consiste no primeiro grande momento da persecução penal, 
anterior ao processo, visto que possui a finalidade de, através da reunião de atos de averiguação das 
circunstâncias, indícios de autoria e materialidade advindas da notitia criminis, dar subsídios (quando for o caso) 
ao oferecimento da denúncia e à instrução penal. 
Vale lembrar: a notícia-crime não necessariamente corresponderá a uma infração penal, desta forma, trata-se de 
notificação da Autoridade Policial, a qual preside todas as atividades investigativas, acerca da suposta 
ocorrência de um suposto fato criminoso. Isso porque,não quer dizer que ele ocorreu e não quer dizer que tal 
fato corresponde a um crime - lato senso. 
No sentido do já exposto, a natureza jurídica da Investigação Preliminar, a qual determina-se pelo sujeito que 
preside os atos e natureza dos atos realizados, é variável. 
No âmbito jurídico internacional, “em alguns países, como Itália e Portugal, os promotores de justiça são membros 
do Poder Judiciário” (QUEIROZ, 2017, p. 32) e ao poder ter na presidência dos atos, membros do Órgão 
Jurisdicional, a natureza jurídica é de procedimento judicial pré-processual. 
Em território brasileiro, a natureza jurídica é de procedimento administrativo pré-processual, visto que ligado a 
membros do Poder Executivo: Polícia ou Ministério Público. 
O inquérito policial, as comissões parlamentares de inquérito, sindicâncias são espécies do gênero “investigação 
preliminar” (LOPES, JR. 2016, p. 119), materializados por meio de um documento de mesmo nome, que conterão, 
via de regra, a descrição dos atos, diligências, depoimentos, termos de apreensão, laudos periciais, etc. 
Conceituar Inquérito Policial não é tarefa fácil, visto a confusão gerada por tomar como sinônimos ou como 
“quase a mesma coisa” investigação preliminar e inquérito policial. Assim, a fim de sanar quaisquer dúvidas a 
respeito, inquérito policial, é o documento fruto do que fora produzido e colhido com as investigações. 
Nas palavras de David Queiroz, Inquérito Policial “pode ser conceituado como o instrumento que documenta o 
resultado do conjunto de diligências desenvolvidas pelas polícias que exercem função investigativa” (QUEIROZ, 
2017, p. 32). 
Assim, por não se tratar de procedimento e sim de um meio documental, a norma não determinou a sequência 
concatenada de atos que irão ou não compor o caderno investigativo, visto o dinamismo das investigações, 
ficando a cargo discricionário do Delegado de Polícia. 
Desta forma, possui natureza jurídica administrativa e seus atos têm função preparatória para o processo ou 
demonstração da impossibilidade de uma Ação Penal. 
 
AÇÃO PENAL E ADITAMENTO 
Fonte: http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=592 
Alan Rodrigues da Motta 
O Aditamento no Processo Penal tem como razão existencial a agilização dos atos processuais e a busca da verdade 
real mais rápida e sem burocracia técnica do processo formal tradicional. 
Agilização dos atos processuais porque sem o aditamento, o processo penal teria que ser extinto devido ao vício e 
adentrar nova imputação, de fato ou sujeito (em regra) em outra Denúncia (em regra), trazendo lentidão para todas 
as partes no processo, leia-se, o Ministério Público teria que formatar nova peça acusatória, o réu teria que se 
submeter novamente a imputação e o Juiz teria que exercer novamente todos os atos processuais atinentes ao 
processo, assim, o aditamento é uma forma, um instrumento capaz de agilizar o processo, sempre obedecendo aos 
princípios do contraditório e da ampla defesa, e, consequentemente, o devido processo legal. 
Busca da Verdade Real, é o princípio praxe do processo penal, e no aditamento, é uma dentre outras razões lógicas 
de sua existência, pois serve para integralizar, acrescentando à denúncia (ou queixa) os fatos ou sujeitos que 
faltaram na exordial, tendo como fim, por óbvio, a verdade real. 
Outro princípio correlato a sua existência, como não poderíamos esquecer, é a Obrigatoriedade da Ação Penal 
Pública. O Ministério Público é obrigado a denunciar quando ação penal pública, e obrigado a aditar, pois sua função 
constitucional é a defesa da sociedade, é um órgão “pro societate”, e o aditamento nada mais é que um dever-poder 
do MP, e não mera faculdade, quando surgem novos fatos ou sujeitos, leia-se, o MP é obrigado a aditar a peça 
acusatória, sob pena de o Juiz, vendo a desobediência ao que a lei manda, remeter os autos ao Procurador Geral de 
Justiça para providenciar as medidas cabíveis. 
Temos também o Princípio da Congruência, é a correlação da acusação com a sentença, sem o aditamento, seria 
impossível o juiz julgar, pois é defeso ao juízo julgar “ultra petita, citra petita e extra petita”. 
TORNAGHI - “A correlação deve existir entre o fato descrito na denúncia (ou queixa) e o fato pelo qual o réu é 
condenado (Curso de Processo Penal, Saraiva, 7ª ed., p. 169)”. 
Gustavo BADARÓ – “A regra da correlação entre acusação e sentença impõe que a sentença julgue somente o que 
foi objeto da imputação, mas também tudo o que foi objeto da imputação. A sentença deve esgotar o conteúdo da 
pretensão, resolvendo-a totalmente, e nada resolvendo que esteja fora da mesma. Também haverá violação da 
regra da correlação entre acusação e sentença quando o juiz deixar de considerar ou omitir um ou alguns dos fatos 
contidos na imputação”. (Correlação entre Acusação e Sentença, p. 140). 
Frederico MARQUES – “A acusação determina a amplitude e conteúdo da prestação jurisdicional pelo que o juiz 
criminal não pode decidir além e fora do pedido com que o órgão da acusação deduz a pretensão punitiva. Os fatos 
descritos na denúncia ou queixa delimitam o campo de atuação do poder jurisdicional” (Elementos, vol. I, 1997, p. 
181). 
O conceito de aditamento é simples, vem da própria nomenclatura: aditar significa acrescentar, emendar, 
complementar fatos, sujeitos ou circunstâncias novas que não faziam parte da peça acusatória, sempre obedecendo 
ao devido processo legal formal. 
Falamos em acrescentar a peça acusatória, pois poderá ser feito o aditamento tanto na denúncia, que é o mais 
normal, mas também poderá acontecer o aditamento na queixa, na representação e no libelo. 
Sempre que houver o aditamento, que poderá ser feito a qualquer momento, até a sentença, deverá ser observado 
a ampla defesa e o contraditório, citando o réu, interrogando-o, todos os atos normais da defesa, é a regra contida 
no devido processo legal formal. 
STF (HC 71.7449-7-RS): “O aditamento proposto pelo Ministério Público traz à cena fato novo. Deve-se, pois, garantir 
ao paciente o direito à notificação para eventual resposta escrita. Habeas Corpus deferido”. Assim, caberá HC caso 
não houver respeito a estes princípios. Há que se ter em mente, como ensina o Professor Paulo Rangel, que quando 
se deparar com um aditamento próximo a sentença, é melhor entrar com outra denúncia. 
E nada afeta o réu, se respeitado estes princípios, e é como entende o STF, no julgado RTJ 81/742 deixou claro: “A 
baixa dos autos para efeito de aditamento da denúncia do parágrafo único, do art. 384, do Código de Processo Penal, 
não implica em constrangimento ilegal”. Claro que não, se respeitando a ampla defesa e o contraditório. 
Classifica-se o Aditamento em: 
ADITAMENTO PRÓPRIO – REAL (novos fatos) ou PESSOAL (novos sujeitos) 
ADITAMENTO IMPRÓPRIO (retificação, ratificação, esclarecimentos circunstanciais) 
Aditamento próprio sua própria síntese supracitada já se abstrai suas diretrizes. Com relação ao impróprio, é 
quando, por exemplo, complementar-se a qualificação do acusado, ou o dia preciso do fato criminoso, são 
elementos circunstanciais da denúncia. 
Quanto à oportunidade, o Aditamento classifica-se em: 
ADITAMENTO ESPONTÂNEO (pelo MP) 
ADITAMENTO PROVOCADO (pelo Juiz) 
Aditamento Espontâneo – é a regra, leia-se, o MP é o órgão incumbido de aditar, pelo princípio da obrigatoriedade 
da Ação Penal Pública, assim, espontâneo, porque é o MP, espontaneamente, quando averiguado novas provas 
(fatos ou sujeitos) ou circunstancias, aditará a peça acusatória., pois é o órgão acusador estatal. 
Aditamento Provocado – é um exercício anômalo pelo juiz que provoca o MP a aditar, este aceitando ou não, não 
aceitando, aplica-se a regra do art. 28 do CPP (remete-se os autos ao Procurador Geral de Justiça). 
Importante ressaltar que este aditamento provocado não é aceito por toda a doutrina, devido ser hoje o nosso 
processo penal de sistema acusatório, sem a participação do juiz na acusação, o que seria em tal aditamento, uma 
participação imparcialdo órgão julgador, impetrando ainda na atribuição constitucional dada ao Promotor de 
Justiça, que, através da obrigatoriedade da ação penal pública, tem a responsabilidade de tal exercício, e não o 
magistrado. É como entendemos. No mesmo entendimento o Prof. Paulo Rangel leciona (Direito Processual Penal, 
8ª edição, 2004, Ed. Lúmen Júris, pág. 294): 
“Entendemos que diante do sistema acusatório, que tem como um dos seus o objetivos manter a imparcialidade do 
órgão jurisdicional, não deve mais o juiz provocar o Ministério Publico para aditar a denúncia, mantendo assim a sua 
postura de sujeito processual imparcial. O Promotor de Justiça, face o princípio da obrigatoriedade da ação penal 
pública, é quem tem o dever de aditar a denúncia independentemente de manifestação judicial. Portanto, o 
aditamento quanto à oportunidade, que chamamos de provocado, não encontra amparo frente a Constituição da 
República sendo, consequentemente, inconstitucional”. (grifamos). 
Embora entendemos ser inconstitucional, há entendimento divergente, como razão de nossa ciência ser uma ciência 
inexata, é como nos deparamos num estudo feito: “O aditamento à denúncia”, da EMERJ, de Leonardo de Araújo 
Costa Tumiati: 
“O aditamento provocado decorre do exercício pelo magistrado de função anômala de fiscal do princípio da 
obrigatoriedade que ao vislumbrar, em tese, a necessidade de aditamento à denúncia, provocará o órgão do parquet 
a pronunciar-se (...). 
O aditamento provocado surge nas hipóteses: aditamento próprio real e pessoal e aditamento impróprio de 
retificação”. (grifamos). 
Com isto, se fomos candidato de concursos públicos diversos, leia-se, por exemplo, de uma prova para a 
Magistratura, tanto estadual como federal, a resposta mais provável seria que o aditamento provocado é 
constitucional e aplicável tranquilamente. E no caso de provas para ingresso no Ministério Público, de sua 
inconstitucionalidade. Assim, ficamos a mercê dos nossos queridos “amigos da banca” para acatar a melhor posição 
possível. Mas pelo bom senso, a tese de sua inconstitucionalidade é a mais justa para o sistema normativo processual 
penal de um Estado Democrático de Direito. 
Interrupção da Prescrição só há quando for aditamento próprio real (fato novo), pois há a prescrição somente com 
relação ao fato, em contraposição ao aditamento próprio pessoal (sujeito novo), pois não existe prescrição de 
pessoa, e sim de fato. Leia-se, o que prescreve é o fato, e não o agente. 
 
RELAÇÃO PROCESSUAL E SUJEITOS DO PROCESSO 
Fonte: https://fernandotorres698.jusbrasil.com.br/artigos/177851272/sujeitos-processuais-penais 
Sujeitos processuais penais 
Publicado por Fernando Torres 
Sujeitos Processuais 
Conceito: Todas as pessoas que intervém na relação jurídico-processual, ou seja, aquelas que atual no processo. 
Classificação: 
1) Sujeitos processuais principais: Participam da relação em caráter de obrigatoriedade, de modo que, sem eles, 
não se constitui um processo. São sujeitos processuais principais: i) o juiz; ii) o acusado; iii) o MP; iv) o querelante. 
Deles, forma-se a relação angular-processual, estando o juiz acima e entre as partes (em decorrência de sua 
imparcialidade) e 
2) Sujeitos processuais secundários (acessórios ou colaterais): Integram a relação processual sem caráter de 
obrigatoriedade. Em suma, sua presença é facultativa. É chamado também de colateral, haja vista que se agregam 
ao polo ativo ou passivo processual. Faz parte desse grupo o assistente de acusação ou o fiador do réu. 
3) Sujeitos processuais terceiros: Intervêm no processo, mas não integram a relação jurídico-processual. 
a) Interessados: Possuem interesse na causa, nesse rol se enquadra o ofendido que vem prestar declarações. 
b) Não interessados: Não possuem direito a ser tutelado na causa, tal como a testemunha, o perito, escrevente, 
oficial de justiça e etc. 
Obs: O ofendido pode ocupar 3 posições na relação processual, a depender da natureza da ação penal, assim: 
 Se privada, ele é sujeito processual principal, haja vista ser querelante. 
 Se pública, ele pode ser tanto sujeito processual secundário, se for habilitado nos autos como assistente 
da acusação, como terceiro interessado, se não houver habilitação. 
Obs2: o MP na ação penal subsidiária da pública é chamado de interveniente adesivo obrigatório, sendo 
impossível que o processo se desenvolva sem sua presença, sendo, desse modo, um sujeito principal. Já na ação 
penal privada exclusiva, sua intervenção será como custos legis, sendo também obrigatória na relação 
processual. Logo, no processo penal, o MP SEMPRE será sujeito processual principal. 
Ressalte-se que os advogados não são sujeitos processuais, apenas representam algum sujeito processual. 
O promotor não é sujeito processual, e sim o MP. 
Sujeitos processuais em espécie 
O juiz 
Juiz: é sujeito processual, mas não é parte no processo. A ele compete conduzir o processo e solucionar a lide, 
mediante aplicação do direito material penal objetivo, ou seja, a lei é um norte na convicção do magistrado, de 
modo que a vontade manifestada é também a vontade estatal. 
Para o exercício da função jurisdicional, o juiz deve possuir capacidade, que pode ser subjetiva e objetiva: 
1) Capacidade subjetiva: 
a) Em abstrato (funcional): Preenchimento dos requisitos objetivos/legais para a ocupação do cargo. 
b) Em concreto (especial): É preciso que o juiz tenha imparcialidade, se apresenta 
pela ausência de impedimento ou suspeição do juiz. Portanto, o estabelecimento de causas de suspeição e 
impedimento do julgador presta para o resguardo de sua imparcialidade. 
2) Capacidade objetiva: estabelecimento de competências que são limites da jurisdição. 
ü Impedimento (Art. 252/253 do CPP), são critérios objetivos (processuais), e se referem ao vínculo do juiz com 
determinada pessoa no processo. O impedimento se traduz numa presunção absoluta de parcialidade, de modo 
que os atos praticados são inexistentes. É alegado a qualquer tempo por intermédio de exceção de 
impedimento. 
ü Suspeição (Art. 254), são critérios subjetivos (afetivos/extraprocessuais) e se referem ao vínculo afetivo do 
magistrado com determinada pessoa fora da relação processual, e se traduz em nulidade absoluta. 
Obs: Não se reconhece a suspeição ou o impedimento se a parte injuriar o juiz ou criar a hipótese de parcialidade 
(Art. 256). 
O juiz é detentor de poder administrativo (de polícia). Este poder decorre da presidência do processo pelo juiz, 
com base nele pode mobilizar forças públicas, retirar o acusado da sala e restringir a publicidade do processo. 
Também é detentor de poder jurisdicional. 
O poder Jurisdicional pode ser: 
a) Ordinatórios: Poder de dar vazão ao processo, ocorrem com atos do juiz que objetivam o desenvolvimento do 
processo, como a designação de audiência. 
b) Instrutórios: Atinente à obtenção de provas no processo. 
c) Fins: Poder decisório do magistrado. 
A CF também resguarda a imparcialidade do juiz, estabelecendo garantias e vedações: 
· Garantias 
a) Vitaliciedade: constitui uma garantia do cargo, que só pode ser perdido mediante sentença judicial transitada 
em julgado. Não pode ser reconhecida com perpetuidade, uma vez que pode ocorrer aposentadoria compulsória 
o por invalidez. 
b) Inamovibilidade: a movimentação só se dá por ato voluntário. Essa garantia não é absoluta, podendo haver 
a remoção compulsória que se justifica pelo interesse público. Pode ser aplicado pelo tribunal ou pelo CNJ, por 
maioria absoluta dos seus membros, ressalvada a ampla defesa. 
c) Irredutibilidade dos subsídios: o salário não pode ser reduzido. 
Obs: Nos juízes de primeiro grau, não se adquire a vitaliciedade antes de transcorrer 2 anos, no estágio probatório. 
Ocorrendo a não confirmação na carreira, pode ocorrer a perda do cargo por processo administrativo. Os 
ministros do STF a adquirem automaticamente. 
Há um plano de carreira para os magistrados, arquitetado em: 
1- Juiz substituto 
2- Entrância inicial 
3- Entrância intermediária 
4- Entrânciafinal 
5- Desembargador 
Há movimentação horizontal e vertical: 
 Horizontal: na mesma entrância. 
 Vertical: entrâncias diferentes (promoção). Deve-se ressaltar que não há rebaixamento de entrâncias, e 
também não se pode “pular” entrâncias. 
Vedações aos magistrados (Art. 95, P. U.: 
1) Exercer outro cargo público ou função, salvo uma de magistério. 
2) Receber a qualquer título ou pretexto, custas ou participação no processo. 
3) Dedicar-se à atividade político-partidária. 
4) Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílio ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou 
privadas, ressalvadas exceções em lei. 
5) Exercer a advocacia no juízo ou tribunal em que foi afastado, antes de decorridos 3 anos do afastamento do 
cargo, seja por aposentadoria ou por exoneração. 
Ministério Público (Arts. 127 a 130 CF e Arts. 257/258 CPP). 
Conceito: O MP é instituição permanente (pois exerce parte da soberania estatal) essencial à função jurisdicional 
do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica (custos legis), do regime democrático, dos interesses 
sociais e individuais indisponíveis (Art. 127, CF). 
Interesse público: 
1) Primário: É o bem geral, ou seja, aquilo que interessa à sociedade como um todo, interesses coletivos. 
2) Secundário: É o interesse da Administração Pública. 
Ao MP cabe a tutela única do interesse público primário. A própria Administração tutela seus interesses. Assim, 
o MP deve ser totalmente separado do interesse secundário, até porque veda-se inclusive a prestação de auxílio 
para a administração. 
Em suma, o MP atua quando se verifica a indisponibilidade total ou parcial do interesse ou quando convém à 
sociedade como um todo. 
Atuação: A atuação do MP será obrigatória quando: 
1- Houver total ou parcial indisponibilidade de interesse em litígio. 
2- Houver interesse coletivo, mesmo que este interesse seja disponível. 
3- Há processo eleitoral, desde o alistamento do eleitor, apuração das eleições, acompanhando o pleito eleitoral, 
fiscalizando, apurando crime eleitoral etc. 
Natureza jurídica- O MP faz parte do poder estatal, que é uno e indivisível. Além disso, não integra a qualquer 
um dos 3 poderes públicos, haja vista a disposição da Carta Magna que o elencou como “função independente”, 
até porque, ao MP incumbe a defesa da sociedade, e não do Estado. 
Organização: 
1) MP da União. 
a) MP Federal. 
b) MP do Trabalho. 
c) MP Militar. 
d) MP do DF e territórios. 
2) MP dos estados. 
MP da União: 
Seu chefe é o Procurador Geral da República (PGR), nomeado pelo Presidente, observando 2 
requisitos: i) ser membro do MP da União; ii) ter idade mínima de 35 anos. 
O processo de nomeação é complexo, uma vez que se desenvolve entre 2 poderes públicos, e compreende: 
1- Indicação pelo Presidente da República. 
2- Sabatina realizada pelo Senado Federal. 
3- Aprovação por maioria absoluta do Senado. 
4- Nomeação. 
O PGR cumpre um mandato de 2 anos. Findo o período, ele pode ser reconduzido novamente ao cargo, 
mas deverá passar pelo mesmo processo seletivo e complexo no qual fora submetido; poderá ser 
reconduzido quantas vezes desejar. 
Perda do cargo: 
1) Impeachment: caso condenado por crime de responsabilidade. 
2) Destituição: um processo complexo que compreende: 
a) Pedido de destituição do Presidente da República. 
b) Aprovação pelo Senado por maioria absoluta, resguardada a ampla defesa. 
c) Destituição pelo Presidente da República. 
MP dos Estados: 
Seu chefe é o Procurador Geral de Justiça, nomeado pelo Governador do Estado-Membro, sendo submetido a 
um processo complexo que envolverá o próprio MP e o executivo. Tal processo se divide em 2 momentos: 
1) No próprio MP dos estados: ocorre a formação da lista tríplice(indicação de 3 pessoas pela instituição), 
por intermédio de uma eleição. 
 Quem pode votar? Todos os membros da instituição, não importando se vitalícios ou não, excluindo-se 
os servidores. 
 O voto é obrigatório, sendo facultado apenas àqueles que gozarem de férias ou licença. 
 Quem pode ser votado? É definido em cada Constituição Estadual. 
2) Pelo Governador: ao receber a lista, o Governador terá 15 dias para proceder à nomeação. Caso transcorra o 
prazo estabelecido, fica nomeado o mais votado no registro de candidatura (lista elaborada em observação à 
ordem de classificação dos candidatos). 
O PGJ cumpre mandato de 2 anos e pode ser reconduzido ao cargo. Nesta hipótese, terá que se sujeitar ao 
mesmo processo. Poderá cumprir 2 mandatos consecutivos, sendo possível o retorno após. 
Perda do cargo: 
1- Impeachment: condenação por crime de responsabilidade. 
2- Destituição: falta funcional ou ato incompatível com o decoro do cargo. 
O processo de destituição compreenderá: 
1- Iniciativa do Governador do Estado ou do Colégio de Procuradores do MP. 
2- Aprovação da destituição por maioria absoluta dos seus membros, resguardada a ampla defesa. 
3- Destituição pela assembleia legislativa. 
· Deve-se ressaltar que o método da lista tríplice se aplicam ao MP dos territórios e DF, que fazem parte do MP 
da União. 
Princípios constitucionais norteadores do MP> 
1- Indivisibilidade (unidade): não pode ser segmentado. Assim, quem atua no processo é sempre o MP e não 
apenas o membro, desse modo, o membro do MP pode ser substituído de acordo com as normas legais. 
2- Independência funcional: O órgão do MP é independente no exercício de suas funções, não ficando sujeito à 
ordens de quem quer que seja, somente devendo prestar contas de seus atos à constituição, às leis e sua 
consciência. 
3- Promotor natural: os membros do MP possuem cargos específicos com atribuições predeterminadas, de modo 
que não pode o PGE realizar designação discricionária, veda-se, portanto, a figura do promotor de exceção. 
Garantias concedidas à instituição: 
1) Estruturação em carreira. 
2) Autonomia administrativa, financeira e funcional. 
3) Limitação à liberdade do chefe do executivo para nomeação e destituição do PGR. 
4) Vedações de promotores ad hoc. 
Garantias concedidas aos seus membros: 
1) Vitaliciedade. 
2) Inamovibilidade. 
3) Irredutibilidade de subsídios. 
Vedações: 
1) Exercer outro cargo público ou função, salvo uma de magistério. 
2) Receber a qualquer título ou pretexto, custas ou participação no processo. 
3) Dedicar-se à atividade político-partidária. 
4) Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílio ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou 
privadas, ressalvadas exceções em lei. 
5) Exercer a advocacia no juízo ou tribunal em que foi afastado, antes de decorridos 3 anos do afastamento do 
cargo, seja por aposentadoria ou por exoneração. 
Funções: 
1) Promover, privativamente, a ação penal pública na forma estabelecida no CPP. 
2) Fiscalizar a execução da lei. 
Obs: O promotor se sujeita ao impedimento ou suspeição, nas mesmas regras dos magistrados: 
ü Impedimento (Art. 252/253 do CPP), são critérios objetivos (processuais), e se referem ao vínculo do juiz com 
determinada pessoa no processo. O impedimento se traduz numa presunção absoluta de parcialidade, de modo 
que os atos praticados são inexistentes. É alegado a qualquer tempo por intermédio de exceção de competência. 
ü Suspeição (Art. 254), são critérios subjetivos (afetivos/extraprocessuais) e se referem ao vínculo afetivo do 
magistrado com determinada pessoa fora da relação processual, e se traduz em nulidade absoluta. 
O acusado. 
Conceito: o acusado é o suposto autor da infração penal, é aquele a quem se imputa a prática de uma conduta 
criminosa. É sujeito passivo da relação processual e sujeito ativo da relação material. Além disso, sua condição 
é personalíssima, ou seja, somente recai no autor da infração (Princípio da intranscendência), para tanto deve 
haver no processual sua qualificação, individualizando o sujeito passivo. Suas concepções mudam de acordo com 
o procedimento. No Inquérito Policial, é chamado de investigado, averiguado ou, se houver indiciamento, 
indiciado. Advinda a denúncia, é chamado de denunciado. Após o recebimento dadenúncia é chamado de 
acusado ou réu e após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, é chamado de condenado. 
Quem não pode figurar: 
1) Menores de 18: há presunção absoluta de que, para entender a ilicitude da conduta, é necessário ter 
capacidade. Assim, responde por ato infracional no juízo da infância e juventude. Deve-se atentar ainda que os 
menores de 12 anos se sujeitam a medidas protetivas, por sua vez os maiores de 12 e menores de 18 se sujeitam 
a medidas socioeducativas. 
2) Mortos: até porque ocorre a extinção da punibilidade. 
3) Os detentores de imunidade parlamentar: estes deve haver autorização da casa. 
4) Os detentores de imunidades diplomáticas. 
Obs: Questão interessante se dá com a pessoa jurídica. A despeito da Lei 9.605/98 ter tornado possível sua 
responsabilização penal, há dificuldade de procedimento. Assim, a PJ será citada, na pessoa de seu representante 
legal, sendo obrigatório seu interrogatório, ou do representante ou do preposto 
Obs2: Os doentes mentais podem ser acusados, contudo, constatada tal condição, o juiz nomeará curador 
especial. Os doentes mentais serão submetidos a medida de segurança. 
Através da citação se dá conhecimento do processo ao acusado e o chama para se defender, 
sendo obrigatório tal ato. Entretanto, o não comparecimento do acusado não tem caráter de obrigatoriedade. 
Dá-se o nome de contumácia o fato do acusado não comparecer em juízo, assim, a revelia é consequência da 
contumácia. 
Ainda que não tenha atendido à chamada inicial, é possível seu comparecimento no processo a qualquer 
momento. 
É resguardada a Ampla Defesa que compreende: 
1) Autodefesa: realizada pelo próprio acusado. 
2) Defesa técnica: realizada por advogado/defensor, sendo irrenunciável. Pode ser realizada pelo acusado se ele 
possuir cadastro na OAB. 
O defensor. 
Conceito: Profissional habilitado responsável pela defesa do acusado, é necessário que seja bacharel em direito 
e esteja inscrito na OAB. Divide-se em: 
1) Constituído: escolhido pelo próprio acusado mediante procuração que não exige poderes especiais. Entretanto, 
atos como aceitar o perdão do ofendido, arguir suspeição do juiz ou incidente de falsidade documental 
necessitam de poderes especiais. 
2) Dativo: defensor nomeado. O defensor não pode recusar a nomeação, salvo por motivo justificado, e o acusado 
não pode recusá-lo, mas nada o impede de constituir outro defensor. Se houver mais de um réu no processo, é 
possível que um defensor defenda ambos, desde que não haja defesas colidentes. 
3) Público: é profissional ocupante de cargo público, membro da defensoria pública. A ele cabe a defesa do réu 
pobre. 
· O defensor não pode abandonar o processo, salvo por motivo imperioso (Art. 265 CPP). 
· Se o defensor deixar de comparecer em audiência injustificadamente, a audiência ocorrerá com a nomeação de 
um substituto (ad hoc). Contudo, se a ausência for justificada até a abertura da audiência o juiz poderá redesignar 
o ato. Isso não é obrigatório, devendo ser realizado um juízo de prejudicialidade para o processo, como prescrição 
próxima e prisão cautelar excessiva. 
· Os honorários do advogado são pagos pelo réu, se tiver condições para tanto (Art. 263, PU). 
O ofendido 
Conceito: Sujeito passivo eventual do delito. Pode ser sujeito passivo principal (como querelante na ação penal 
privada) ou secundário(habilitado nos autos como assistente de acusação). 
O assistente de acusação 
Conceito: É o ofendido (se tiver OAB) ou o seu representante legal, que ingressa na ação penal, no polo ativo 
como um sujeito processual secundário. 
· Na falta do ofendido (morte ou ausência), qualquer um do Art. 31 do CPPpode habilitar-se nos autos para ser 
assistente de acusação, ou seja, o CADI, em ordem preferencial. 
· Somente a condição de inventariante não legitima o ingresso no processo, devendo fazer parte do CADI 
O Estado pode se habilitar como assistente de acusação? 
1) Sim, pois o MP não representa o interesse do Estado, e sim da sociedade. Assim, o próprio Estado deve tutelar 
seus interesses e pode fazê-lo como assistente de acusação (prevalece). 
2) Não, pois seria uma atuação sui generis. 
Função do assistente: 
1) Ingressa no processo para auxiliar a acusação, ou ver o acusado condenado. Há críticas pois legitima a vingança. 
2) O assistente ingressa no processo para tutelar interesse próprio, ou seja, a reparação do dano. 
3) Ingressa tanto para auxiliar a acusação como para defesa de interesse próprio. 
O ingresso do assistente se dá de maneira formal nos próprios autos do processo e só pode ser dada após o 
recebimento da denúncia e antes do trânsito em julgado da sentença penal, excepcionando o júri onde o 
assistente deve ser habilitado com 5 dias de antecedência do plenário. 
· Não há a figura do assistente no inquérito policial. 
Procedimento: Se dá por meio de simples requerimento, e após se ouve o MP obrigatoriamente. Em seguida, o 
juiz profere decisão, que é irrecorrível (Art. 273 CPP) e pode admitir o assistente ou não. Deve-se ressaltar que a 
doutrina e a jurisprudência admitem a impetração de MS contra a decisão que negou a entrada como assistente, 
assim é impossível a interposição de recurso, mas é possível a interposição de ação autônoma de impugnação. 
· O corréu não pode intervir no processo como assistente, somente se for absolvido. 
O assistente deve ser intimado de todos os atos do processo, mas a sua ausência não impede dos atos, não 
importando o motivo, até porque é sujeito processual secundário. Contudo, se sua ausência não for justificada ou 
sua justificação não for plausível, ele perderá o direito de ser intimado do processo. Se sua ausência for 
justificada, ele continuará sendo intimado. 
Ao assistente é permitido: 
1) Propor meio de prova: Em tese não haveria impedimento para propor qualquer tipo de prova, mas há uma 
impossibilidade prática de arrolar testemunhas, haja vista que o momento do arrolamento é a denúncia e o 
assistente somente ingressa nos autos depois do recebimento. Entretanto, há posição minoritária que entende a 
possibilidade de se arrolar supletivamente. 
2) Participar da produção da prova: fazendo perguntas às testemunhas, acompanhar interrogatório do réu, 
formular quesitos, contraditar testemunha. 
3) Participar dos debates orais e apresentar alegações escritas. 
4) Legitimidade recursal subsidiária ou supletiva: só poderá interpor recurso se não houver interposição pelo 
MP. Assim, o prazo para o assistente somente se iniciará quando transcorrer o do MP. 
5) Arrazoar os recursos interpostos pelo acusado. 
· A atuação do assistente não está vinculada ao MP. 
 
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA 
Fonte: http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,jurisdicao-e-competencia,32400.html 
André Prado Marques dos Reis 
1. JURISDIÇÃO 
Introdução 
O homem moderno, nas suas relações em sociedade, está sujeito a diversas situações capazes de desencadear 
conflitos de interesses; conflitos que, em alguns casos, poderão ser resolvidos entre as próprias partes – quando 
ambos os envolvidos fazem concessões, flexibilizando o diálogo e possibilitando um acordo, não havendo, portanto, 
a necessidade de intervenção estatal; e, em outros, devido à resistência de uma parte à pretensão de outra, surge a 
necessidade de que o Estado, por meio do processo, resolva esses conflitos de interesse entre os envolvidos, já que 
é vedada a autotutela. 
É nisso que consiste a jurisdição que, basicamente, é o poder que o Estado possui de aplicar o Direito objetivo, a fim 
de resolver conflitos de interesse em sociedade. 
O eminente professor Mirabete elucida que: “jurisdição é, pois, a faculdade que tem o poder judiciário de pronunciar 
concretamente a aplicação do direito objetivo”. 
Seguindo o mesmo entendimento, Tourinho Filho explana: “é aquela função do Estado consistente em fazer atuar, 
pelos órgãos jurisdicionais, que são os Juízes e Tribunais, o direito objetivo a um caso concreto, obtendo-se a justa 
composição da lide”. 
1.2 Características da jurisdição 
Paraque a jurisdição realize plenamente a aplicação do direito positivo aos casos concretos, ela deverá estar 
revestida de características formais invariáveis, quais sejam: um órgão apropriado (juiz) - distinto dos órgãos que 
exerçam as funções de legislar e administrar; um contraditório regular - que permita que as partes litiguem em pé 
de igualdade e, finalmente, um procedimento pré-estabelecido – que garanta a justa solução da lide. 
Desse modo, são características da jurisdição: 
a) Unidade 
A jurisdição é indivisível – uma, visto que é atributo da soberania estatal, distinguindo-se apenas no julgar causas 
civis e penais. 
b) Substitutividade 
A atividade do juiz substitui a atuação particular dos litigantes. 
c) Definitividade 
Característica que difere a atividade administrativa da jurisdicional. Enquanto a decisão administrativa irrecorrível é 
passível de anulação pelo Poder judiciário, as decisões judiciais de mérito, não mais passíveis de recursos, tornam-
se definitivas (imutáveis). 
1.3 Elementos 
Sobre esse tópico, brilhante é alusão de Júlio Fabbrini Mirabete aos ensinamentos de Paulo Lúcio Nogueira: A 
jurisdição é composta de certos elementos, atos processuais que devem ser praticados para que se chegue a uma 
decisão. São eles: notio, vocatio, coertio, judicium, executium. 
A notio (conhecimento) compreende o poder atribuído aos Órgãos Jurisdicionais de conhecer dos litígios, de prover 
à regularidade do processo, de investigar a presença dos pressupostos de existência e de validade da relação 
processual, das condições de procedibilidade, das condições da ação e de recolher o material probatório. 
A vocatio (chamamento) é a faculdade de fazer comparecer em juízo todo aquele cuja presença é necessária ao 
regular desenvolvimento do processo. 
A coertio ou coercitio abrange todas as medidas coercitivas (...). Aliás, de nada valeira a função jurisdicional se o 
Estado não armasse o braço do juiz do poder de coação, indispensável para tornar efetivos seus 
pronunciamentos: jurisdictio sine coercitione nulla est. 
O juditium (julgamento) é a conclusão da prestação jurisdicional. Consiste na aplicação do Direito a uma pretensão. 
E, finalmente, a executio (execução) resume-se no cumprimento da sentença, tornando-a obrigatória. 
1.4 Princípios 
Dos princípios que gerem a jurisdição destacam-se: 
a) Ne procedat judex ex officio. 
Também conhecido como Princípio da Inércia ou da Iniciativa das partes – determina que não poderá haver 
jurisdição sem provocação pela parte interessada. 
b) Investidura. 
Para que alguém possa exercer função jurisdicional é necessário ser investido para tal cargo, de acordo com a 
legislação, sob pena de nulidade do processo e da sentença e sujeição às sanções do art. 328 do CP. 
c) Devido processo legal. 
Ninguém será privado da sua liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal (art. 5.º, LIV, CF). Pelo princípio 
do devido processo legal, qualquer imposição que atinja a liberdade ou os bens de uma pessoa, deve estar sujeita à 
apreciação do Poder Judiciário, que operará mediante juiz natural, em processo contraditório que assegure às partes 
ampla defesa. 
d) Juiz natural. 
Não haverá juízo ou tribunal de exceção (art. 5.º, XXXVII, da CF). 
Corolário do princípio do devido processo legal, o princípio do juiz natural assegura que todos têm o direito, 
garantido pela Constituição, a um julgamento imparcial, realizado por órgão jurisdicional, que seja constituído antes 
da ocorrência do fato, conduzido por um magistrado não suspeito e investido na função jurisdicional. 
e) Indeclinabilidade da jurisdição. 
Advém do art. 5. º, XXXV, da Constituição Federal – que determina que: “a lei não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Sendo assim, nenhum juiz poderá esquivar-se do exercício da função 
jurisdicional. 
f) Indelegabilidade da jurisdição. 
A jurisdição é indelegável, o juiz não poderá delegá-la a outro órgão, exceto nos casos permitidos por lei. 
g) Improrrogabilidade da jurisdição. 
A causa não poderá ser submetida à autoridade que não tenha jurisdição e competência para essa função. Isto é, os 
casos de competência de um juízo não poderão ser julgados por outro. 
h) Inevitabilidade ou irrecusabilidade da jurisdição. 
As partes estão submetidas e não poderão recusar o juiz escolhido pelo Estado para determinada causa. 
Excepcionalmente, nos casos de suspeição, impedimento ou incompetência é possível, porém, afastá-lo. 
i) Correlação ou relatividade. 
Esse princípio é que garante a harmonia entre a sentença e o pedido. A acusação é que determina a amplitude e 
conteúdo da prestação jurisdicional (...). Os fatos descritos na denúncia ou queixa delimitam o campo de atuação do 
poder judiciário. 
1.5 Espécies 
A jurisdição é una, indivisível; todavia, didaticamente, os órgãos que a exercem podem ser classificados sob vários 
aspectos: 
a) Quanto à graduação. 
Poderá ser inferior, quando corresponder à primeira instância - primeiro grau de jurisdição. Composta por juízes 
estaduais, federais, do trabalho etc. Ou superior - exercida pelos Tribunais Superiores (STF, STJ, TST, STM) e Tribunais 
de Apelação (TJ, TRF, TER, TRT). 
b) Quanto à matéria. 
Relaciona-se com a matéria sobre o qual versa o litígio, podendo ser classificada em jurisdição civil, penal, eleitoral 
e militar. 
c) Quanto ao organismo jurisdicional. 
A jurisdição poderá ser estadual – exercida pelos juízes estaduais (Justiça Comum); ou federal – que julga as causas 
de interesse da União (Justiça Federal). 
d) Quanto ao objeto. 
Contenciosa – quando existe litígio; ou voluntária – quando é apenas homologatória da vontade das partes. 
e) Quanto à função. 
Jurisdição ordinária – formada pelos órgãos da Justiça comum; e jurisdição especial – quando é investido, 
excepcionalmente, do poder de julgar outro órgão (como nos crimes de responsabilidade do Presidente e Vice-
Presidente da República, que são julgados pelo Senado) 
f) Quanto à competência 
A jurisdição é determinada pelas leis de organização judiciária, que disciplinam os órgãos julgadores, podendo ser: 
Plena – quando o magistrado tem competência para julgar todos os casos; e limitada – quanto à competência é 
restrita a certos casos. 
2. DA COMPETÊNCIA 
2.1 Noções introdutórias 
A competência é a medida e o limite da jurisdição, é a delimitação do poder jurisdicional. 
Sendo assim, torna-se evidente que um juiz não poderá julgar todas as causas e nem a jurisdição poderá ser exercida 
ilimitadamente por qualquer magistrado; sendo, portanto, o poder de aplicação do Direito a casos concretos, ou 
jurisdição, distribuído pela Constituição Federal e por Lei entre os diversos órgãos do judiciário, por meio 
da competência. 
Consoante Júlio Fabbrini Mirabete, essa distribuição baseia-se em dois elementos, a saber: 
a causa criminal – em que a competência é delimitada tendo em vista a natureza do litígio, é 
determinada conforme a causa a ser julgada (competência material). O segundo é o referente aos atos 
processuais, em que o poder de julgar é distribuído de acordo com as fases do processo, ou o objeto 
do juízo, ou o grau de jurisdição (competência funcional). (MIRABETE, 2008, p. 156) 
2.2 Competência material 
O poder jurisdicional no setor da competência material é delimitado da seguinte forma: em razão da natureza da 
relação de direito; em razão da qualidade da pessoa do réu; e em razão do território. 
No que tange à natureza da relação de direito (ratione materiae), o juiz somente poderá apreciar determinadas 
causas. Essa competência é delimitada pelas leis, exceto quando esta for fixada por preceito constitucional (como 
nos casos dos crimes dolosos contra a vida – que são atribuídos ao Júri Popular – art. 5. º XXXVIII, da CF). O Código 
de Processo Penal fixa a competência pela “natureza da infração” (art. 69, III). 
Quanto à pessoa do réu, de acordo com o art. 69, VII, do CPP, a competência é fixada de acordo com a função 
exercida pelo autor da infração (ratione personae).Agora, quanto ao território sobre o qual é exercida a autoridade do magistrado, a competência é também 
determinada pelas leis de organização judiciária em razão do lugar da infração ou da residência ou domicílio do réu 
(ratione loci), como no artigo 69, I e II. 
2.3 Competência funcional 
Na competência funcional, referente aos atos processuais, conforme dito anteriormente, o poder de julgar é 
distribuído de acordo com as fases do processo, ou o objeto do juízo, ou o grau de jurisdição. 
A priori, o juiz é competente para todos os atos do processo. Todavia, essa competência poderá ser limitada e 
redistribuída entre dois ou mais juízes, de acordo com a fase do processo. A título de exemplo, no processo relativo 
aos crimes contra a vida existe o juiz que é competente para a instrução e o juiz competente para o julgamento (júri). 
A competência também poderá estar relacionada com as diversas questões apresentadas para conhecimento e 
decisão do processo (objeto do juízo). Um exemplo clássico dessa espécie de competência é o Tribunal do júri – no 
qual há juízes profissionais – incumbidos de resolver as questões de direito (art. 497, CPP), lavrar a sentença (art. 
492, CPP), fixar a pena, quando aplicável (art. 59, CP); e juízes populares – que a eles compete responder aos quesitos 
onde lhes são formuladas as questões em que o julgamento se fundará (art. 481, CPP). 
Por fim, a competência é fixada segundo os graus de jurisdição – que podem ser de primeira e de segunda instância. 
Nessa hipótese, a competência pode ser originária (como no foro por prerrogativa de função) ou em razão de 
recurso (pelo princípio de duplo grau de jurisdição). 
Em todas as suposições, a competência funcional presume a existência da atribuição jurisdicional segundo a 
competência ratione loci e ratione materiae. 
2.4 Prorrogação da competência 
Entende-se como prorrogação de competência, a possibilidade de substituição de um juízo por outro; submetendo 
as partes a um juiz que, originariamente, não seria competente. Ocorre, portanto, a modificação de competência na 
esfera de um órgão - podendo ser em virtude de disposição legal (necessária); ou em consequência da manifestação 
de vontade expressa ou tácita das partes (voluntária). 
2.5 Delegação de competência 
A delegação é a transferência da atribuição jurisdicional de um juízo para o outro. Poderá ser externa – se essa 
transferência ocorre em juízos diferentes (Ex: cartas precatórias citatórias – art. 353, CPP e instrutórias, para 
interrogatório de testemunhas (arts. 222 e 224, CPP); ou interna – na qual não há alteração de juízo, ocorrendo, 
consequentemente, dentro do mesmo juízo (Ex: juízes auxiliares e substitutos do juiz titular). 
2.6 Competência na Constituição Federal 
A competência na matéria penal é regulamentada pela Constituição Federal, Constituições Estaduais, pelas Leis 
Complementares, Leis Ordinárias Federais (temos como exemplo o Código de Processo Penal) e Leis Ordinárias 
estaduais. 
A Constituição distribuiu o poder de julgar entre os diversos órgãos jurisdicionais levando-se em conta a natureza 
da lide; estabelecendo, expressamente, de um lado, as justiças especiais, quais sejam: Justiça do Trabalho (sem 
competência para a matéria penal), a Justiça Eleitoral (competente para o julgamento de crimes eleitorais e conexos, 
assim como os remédios constitucionais referentes a tais crimes) e a Justiça Militar (competente para o julgamento 
dos crimes definidos pelo Código Penal Militar); de outro, a justiça comum: Tribunais e Juízes dos Estados, Tribunais 
Regionais Federais e Juízes Federais; e os juizados especiais ou de pequenas causas federais e estaduais. 
A Constituição da República Federativa do Brasil, em seu artigo 109, fixou competência à Justiça Federal para 
processar e julgar determinadas matérias, sendo a competência da Justiça Comum estadual, em regra, fixada por 
exclusão; isto é, o que não for de competência das justiças especiais e da Justiça Federal será de competência da 
Justiça Comum estadual. 
O Código de Processo Penal, por sua vez, no campo infraconstitucional, elenca, em seu artigo 69, os parâmetros de 
fixação de competência: 
Art. 69. Determinará a competência jurisdicional: 
I - o lugar da infração; 
II - o domicílio ou residência do réu; 
III - a natureza da infração; 
IV - a distribuição; 
V - a conexão ou continência; 
VI - a prevenção; 
VII - a prerrogativa de função. 
2.7 A Competência pelo lugar da infração (competência ratione loci) 
A competência pelo lugar da infração está prevista no artigo 69, I do Código de Processo Penal – que adotou a teoria 
do resultado, ou seja, determina-se a competência pelo lugar onde se consumou o delito, ao contrário dateoria da 
ubiquidade - art. 6.º do CP – eleita pelo Código Penal: “considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a 
ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado”. 
Em sua obra, Processo Penal, Fernando da Costa Tourinho Filho tece alguns comentários sobre a Teoria do resultado: 
Entendeu o legislador que o juiz competente para processar e julgar uma causa criminal é o do lugar 
onde a infração se consumou (locus delicti comissi). Este é o foro comum, para as infrações penais em 
geral. É a regra em matéria de competência penal. É o lugar onde se consumou a infração que firma a 
competência para o processo e julgamento da causa. (TOURINHO FILHO, 2008, p. 92). 
Como em toda regra há exceções, nos Juizados Especiais Criminais, a competência ratione loci, consoante o artigo 
63 da Lei n.º 9.099, é determinada pelo “lugar em que foi praticada a infração penal”. 
2.8 A Competência pelo domicílio ou residência do réu 
O inciso II, do artigo 69 apregoa que a competência poderá ser determinada pelo “domicílio ou residência do réu”. 
Caso não ocorra outra hipótese de fixação da competência, duas são as circunstâncias em que esta se determinará 
pelo fórum domicilii. A primeira situação está prevista pelo artigo 72, caput: “Não sendo conhecido o lugar da 
infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu”. 
A segunda está prevista pelo artigo 73, caput: “Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o 
foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração”. 
2.9 Competência pela natureza da infração 
Após atribuir competência pelo lugar da infração ou, casualmente, pelo domicílio ou residência do réu, é necessário 
fixá-la em razão da matéria - se é da Justiça Especial ou da Justiça comum. Resolvida essa questão, referente à 
competência do juízo, deve-se buscar, no caso de haver vários juízes e, não tendo todos a competência plena (para 
todas as infrações), aquele que seja competente em razão da natureza da infração. A competência em razão da 
natureza da infração não constitui, portanto, critério de fixação do Juízo, mas de fixação do Juiz. 
2.10 Competência por distribuição 
“A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um 
juiz igualmente competente”. (Art. 75, CPP). 
O supramencionado artigo determina que quando houver vários juízes no foro competente para o processo e 
julgamento do delito, a competência será resolvida pela distribuição. Trata-se, portanto, de mais um caso de 
determinação da competência do juiz e não parâmetro para fixação do Juízo. 
2.11 Competência por conexão ou continência 
Prevista nos artigos 76 a 82 do CPP, a competência por conexão ou continência, não é causa de fixação de 
competência, como o são o domicílio do réu, o lugar do crime etc., mas motivo determinante de alteração de 
competência, atraindo, portanto, para um juiz ou juízo o crime que seria de atribuição de outro. 
O Código de Processo Penal, em seu artigo 76, determina a reunião dos crimes conexos (relacionados, vinculados) 
em um único processo, ante a existência desse vínculo. 
Doutrinariamente, a conexão é diferenciada em material (ou substantiva) - em quevárias infrações estão ligadas por 
laços circunstanciais, havendo conexão entre os próprios delitos (prevista no artigo 76, I e II) [18] e conexão 
processual (ou instrumental) - em que não há nexo entre as infrações, mas a prova de uma infração ou de qualquer 
circunstância elementar influi da de outra. 
A conexão material ou substantiva poderá ser puramente subjetiva - como nas infrações praticadas por várias 
pessoas em concurso; puramente objetiva - quando um delito é praticado para ocultar outro; ou subjetiva-objetiva 
- quando a infração for praticada por várias pessoas em concurso. 
O artigo 76, III, trata da conexão processual ou instrumental - em que a competência é de um juiz apenas “quando 
a prova de um crime ou de qualquer de sua circunstâncias elementares influir na prova de outra infração”. 
O comentário de Tourinho filho, citado pelo professor Mirabete, em sua obra Processo Penal, é esclarecedor: “se a 
prova de uma infração influir na prova de outra, é evidente que deve haver unidade de processo e julgamento, pois, 
do contrário teria o juiz que suspender o julgamento de uma aguardando a decisão de outra”. 
O artigo 77 do CPP determina os casos em que a competência será determinada pela continência (quando uma coisa 
está contida em outra e não for possível separá-las): “(...) quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma 
infração” (art. 77, I); ou, “no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1.º, 53, segunda parte, 
e 54 do Código Penal” (art. 77, II). 
2.12 Competência por prevenção 
A competência pela prevenção (art. 69, VI), relaciona-se com o que, em direito, expressa o conhecimento anterior. 
Prescreve o artigo 83 do CPP: 
Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente 
competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum 
ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da 
queixa (arts. 70, § 3.º, 71, 72, § 2.º, e 78, II, c). 
Diz-se por prevenção, “a competência de um juiz quando ele se antecipa a outro, também competente, por haver 
praticado algum ato ou ordenado alguma medida do processo, mesmo antes do oferecimento da denúncia ou da 
queixa”. 
Segundo a Súmula 706, do Supremo Tribunal Federal, “é relativa a nulidade decorrente da inobservância da 
competência penal por prevenção”. Considerando-se, a nulidade relativa, sanada se não alegada oportunamente. 
2.13 Competência pela prerrogativa de função 
Considerando a dignidade do cargo exercido pela pessoa, já que existem funções de suma importância para o Estado, 
a competência poderá ser determinada pela prerrogativa de função (art. 69, VII). 
Habitualmente, usa-se a expressão foro privilegiado; expressão que não indica privilégio às pessoas - pois a legislação 
não admite “preferências”. Todavia, devido à relevância, para o Estado, do cargo exercido por alguns, torna-se 
necessário que estes sejam processados por órgãos superiores. 
A Constituição Federal destaca as hipóteses de competência por prerrogativa de função referentes ao Supremo 
Tribunal Federal e ao Superior Tribunal de Justiça. O Supremo Tribunal Federal, cuja função principal é a “guarda da 
Constituição”, na área penal tem competência para processar e julgar: 
(...) nas infrações penais comuns o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do 
Congresso Nacional, seus Ministros e o Procurador-geral da República; nas infrações penais comuns e 
nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e 
da Aeronáutica, ressalvada a hipótese dos crimes de responsabilidades conexos com os do Presidente 
e Vice-Presidente, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes 
de missão diplomática de caráter permanente (art. 102, I, “b” e “c”). (MIRABETE, 2008, págs. 176, 177) 
Já ao Superior Tribunal de Justiça compete processar e julgar: 
(...) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de 
responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os 
membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais 
Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de 
Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante os tribunais (art. 105, 
I, “a”). (MIRABETE, 2008, p.177) 
A competência por prerrogativa de função abarca também as pessoas que não possuem foro especial, toda vez que 
houver concurso de pessoas (arts. 77, I e 78, III). De acordo com a Súmula 704 do STF, “não viola as garantias do juiz 
natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao 
foro por prerrogativa de função de um dos denunciados”. “Entretanto, rejeitada a denúncia contra a pessoa que 
goza de foro privilegiado, a competência para o julgamento dos demais retorna para o 1º grau de jurisdição”. [23] 
A competência fixada pelo foro por prerrogativa de função afasta a regra do foro pelo lugar da infração. Estende-se, 
a qualquer região do território nacional, ainda que a infração tenha sido praticada em outro Estado, a competência 
do Tribunal de Justiça do Estado sobre o seu jurisdicionado. 
Importantíssimo trazermos à baila os casos de crimes dolosos contra a vida, que sejam praticados por quem goze de 
foro por prerrogativa de função estabelecido pela Constituição Federal. Nesse caso, a competência para processá-
lo e julgá-lo será do foro especial, já que a própria Constituição estabelece exceção à regra do Tribunal do Júri. 
Contudo, se o foro especial for estabelecido pela Constituição estadual, por lei processual ou de organização 
judiciária, o autor do crime doloso contra a vida será submetido ao Tribunal do Júri, já que tais regras não poderão 
sobrepujar a competência do juízo estabelecido pela Carta Magna. Nesses termos é a Súmula 721 do STF: “A 
competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido 
exclusivamente pela Constituição estadual”.

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