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Tutoria Sp2 1) Compreender a anatomia da orelha e estruturas relacionadas a via da audição. A orelha é o órgão da audição e do equilíbrio, sendo composta por três partes: orelha externa, média e interna. As partes externa e média estão relacionadas principalmente com a transferência de som para orelha interna, que contém o órgão do equilíbrio e também da audição. Orelha Externa A orelha externa é formada pela orelha (pavilhão) e meato acústico externo. A orelha é composta de cartilagem e coberta por pele fina, sendo composta de várias depressões e elevações. A concha é a depressão mais profunda. A margem elevada da orelha é a hélice. O trago é uma projeção linguiforme superposta à abertura do meato acústico externo. As demais depressões e elevações estão indicadas na Figura 1. A irrigação arterial da orelha advém das artérias auricular posterior e temporal superficial. A drenagem linfática da face lateral da metade superior da orelha é feita pelos linfonodos parotideos superficiais, enquanto que a face cranial da metade superior é feita pelos linfonodos mastoideos e cervicais profundos, e o restante da orelha, drena para os linfonodos cervicais superficiais. Os principais nervos para a pele da orelha são o auricular magno e o auriculotemporal. O nervo auricular magno supre a face cranial (medial) e a parte posterior (hélice, antélice e lóbulo) da face lateral. O nervo auriculotemporal, um ramo do NC V3, supre a pele da orelha anterior ao meato acústico externo. Figura 1: Componentes da Orelha Externa. Standring, 2010. O meato acústico externo é um canal que liga o pavilhão auditivo até a membrana timpânica (sua “base”), medindo uma distância de 2 a 3 centímetros em adultos. O terço lateral desse canal é cartilagíneo e revestido por pele, já os dois terços mediais são ósseos e revestidos por pele fina e contínua com a camada externa da membrana timpânica. O meato acústico externo contém glândulas ceruminosas, responsáveis por produzir cerume (cera de ouvido). A membrana timpânica é uma divisória entre o meato acústico externo e a cavidade timpânica da orelha média, medindo cerca de 1 cm de diâmetro. A membrana timpânica movimenta-se em resposta às vibrações do ar que atravessam o meato acústico externo e chegam até ela. Os movimentos da membrana são transmitidos pelos ossículos da audição através da orelha média até a orelha interna. Orelha Média A cavidade timpânica ou cavidade da orelha média corresponde a uma câmara estreita e cheia de ar na parte petrosa do temporal. A cavidade tem duas partes: a cavidade timpânica propriamente dita, o espaço diretamente interno à membrana timpânica, e o recesso epitimpânico, o espaço superior à membrana. A cavidade timpânica está unida na parte ântero medial à parte nasal da faringe pela tuba auditiva (e por esse motivo, é composta de ar) e na parte póstero superior às células mastóideas através do antro mastoideo. O conteúdo da orelha média é composto por: • Ossículos da audição (martelo, bigorna e estribo); • Músculos estapédio e tensor do tímpano; • Nervo corda do tímpano, um ramo do NC VII; • Plexo timpânico de nervos. Figura 2: Orelha Média. Moore, 2014. Orelha Interna A orelha interna contém o órgão vestibulococlear relacionado com a recepção do som e a manutenção do equilíbrio. A orelha é formada pelo labirinto ósseo (parte petrosa do osso temporal) e o labirinto membranáceo, que está contido no labirinto ósseo. O labirinto membranáceo, contendo endolinfa, está suspenso no labirinto ósseo cheio de perilinfa, seja por delicados filamentos semelhantes aos filamentos de aracnóide-máter que atravessam o espaço subaracnóideo ou pelo grande ligamento espiral. Ele não flutua. Esses líquidos participam da estimulação dos órgãos de equilíbrio e audição, respectivamente. A orelha interna contém a cóclea, órgão da audição, e o utrículo, sáculo e canais semicirculares, órgãos do equilíbrio. A cóclea é a parte em forma de concha do labirinto ósseo que contém o ducto coclear, a parte da orelha interna associada à audição. O canal espiral da cóclea começa no vestíbulo e faz duas voltas e meia ao redor de um centro ósseo, o modíolo – composto por osso esponjoso contendo canais para os vasos sanguíneos e para a distribuição do nervo coclear. O vestíbulo do labirinto ósseo é uma pequena câmara oval que contém o utrículo e o sáculo e partes do aparelho do equilíbrio (labirinto vestibular). O vestíbulo apresenta a janela do vestíbulo em sua parede lateral, ocupada pela base do estribo. O vestíbulo é contínuo com a cóclea óssea anteriormente, os canais semicirculares posteriormente e a fossa posterior do crânio pelo aqueduto do vestíbulo, o qual dá passagem ao ducto endolinfático. Os canais semicirculares (anterior, posterior e lateral) comunicam-se com o vestíbulo do labirinto ósseo. Cada canal semicircular forma cerca de dois terços de um círculo e tem cerca de 1,5 mm de diâmetro, exceto em uma extremidade onde há um alargamento, a ampola óssea. O labirinto membranáceo é formado por uma série de sacos e ductos comunicantes que estão suspensos no labirinto ósseo. Contém endolinfa, um líquido aquoso cuja composição é semelhante à do líquido intracelular, assim diferindo em composição da perilinfa adjacente (que é semelhante ao líquido extracelular) que preenche o restante do labirinto ósseo. O labirinto membranáceo é constituído de duas divisões: ➢ Labirinto vestibular: ● Utrículo: ● Sáculo; ● Três ductos semicirculares: cada ducto possui uma ampola, com criptas ampulares (área sensitiva), que registra os movimentos da cabeça. ➢ Labirinto coclear: ducto coclear na cóclea – é um tubo fechado em uma extremidade, que está presente dentro do canal espiral ósseo. Figura 3: Orelha Interna. Standring, 2010. Por fim, o meato acústico interno é um canal estreito que segue lateralmente por cerca de 1 cm dentro da parte petrosa do temporal. O poro acústico interno do meato acústico interno está situado na parte posteromedial deste osso, alinhado com o meato acústico externo. O meato acústico interno é fechado lateralmente por uma lâmina fina e perfurada de osso que o separa da orelha interna. Através desse plano seguem o nervo facial (NC VII), o nervo vestibulococlear (NC VIII) e suas divisões, além dos vasos sanguíneos. O nervo vestibulococlear divide-se perto da extremidade lateral do meato acústico interno em duas partes: um nervo coclear e um nervo vestibular. 2)Compreender as estruturas relacionadas ao equilíbrio. O equilíbrio é um estado de balanço, se a palavra é utilizada para descrever concentrações iônicas em fluidos corporais ou a posição do nosso corpo no espaço. No posicionamento corporal, a informação sensitiva proveniente da orelha interna e dos proprioceptores das articulações e dos músculos comunica ao nosso encéfalo a localização das diferentes partes do nosso corpo, uma em relação a outra, e estas em relação ao meio ambiente. A informação visual também tem um papel importante no equilíbrio. Nosso senso de equilíbrioé mediado por células pilosas que estão no aparelho vestibular cheio de fluido e nos canais semicirculares da orelha interna. Esses receptores respondem às mudanças rotacionais, verticais, e a aceleração linear. A função das células pilosas é similar à das células da cóclea, mas a gravidade e a aceleração, mais do que as ondas sonoras, é que proveem a força que move os estereocílios. O aparelho vestibular está cheio com endolinfa O aparelho vestibular consiste de duas estruturas semelhantes a sacos que são os otólitos, o utrículo e o sáculo, que estão presentes ao longo de três canais semicirculares. O canais semicirculares conectam-se ao utrículo por suas bases, e são orientados em ângulos retos um em relação ao outro, semelhantes a três planos que ficam juntos para formar a ponta de uma caixa. A extremidade de cada canal é alargada em uma câmara, a ampola (garrafa), que consiste de um receptor sensitivo conhecido como crista. A cristã consiste de uma massa gelatinosa, a cúpula (tubo pequeno), que se alarga da base ao topo da ampola, fechando-a. Os cílios das células pilosas ficam embutidos na cúpula. As membranas basais das células pilosas fazem sinapse com os neurônios sensitivos do nervo vestibular (uma ramificação do nervo craniano VIII). Os receptores sensitivos do utrículo e do sáculo, as máculas, são diferentes dos que estão na crista. Cada mácula consiste de uma massa gelatinosa conhecida como membrana do otólito, em que pequenos cristais de carbonato de cálcio denominados otólitos estão mergulhados. Debaixo da membrana do otólito estão as células pilosas cujos cílios são conectados na membrana. O aparelho vestibular, assim como o ducto coclear, é preenchido por um fluido chamado endolinfa, secretado pelas células epiteliais. Como o líquido cerebroespinhal, a endolinfa é secretada continuamente e drenada da orelha interna para o seio venoso na dura-máter do encéfalo. Se a produção de endolinfa excede a taxa de drenagem, a quantidade maior de fluido pode causar uma doença denominada Doença de Ménière, condição marcada por episódios de tontura e náuseas, aparentemente como resultado de mudanças na pressão do fluido dentro do aparelho vestibular. Ela pode também cursar perda de audição se o órgão de Corti no ducto coclear for danificado. O aparelho vestibular fornece informações sobre o movimento e a posição no espaço. O sentido especial do equilíbrio tem dois componentes; um componente dinâmico, que nos informa sobre o nosso movimento no espaço, e um componente estático, que nos diz se a nossa cabeça está deslocada da posição vertical normal. Os três canais semicirculares sentem a aceleração rotacional em várias direções. Os otólitos nos informam sobre a aceleração linear e a posição da cabeça. As células receptoras de ambos os conjuntos de órgãos sensitivos são células pilosas que funcionam como as células pilosas do órgão da Corti. Quando os cílios inclinam em uma direção, eles despolarizam, e quando eles inclinam em direção oposta, hiperpolariza. As células pilosas vestibulares possuem um cílio longo denominado quinocílio, que está localizado em um lado do feixe, criando um ponto de referência para a direção das inclinações. Os canais semicirculares sentem a aceleração rotacional Com a rotação é sensitivamente percebida? Quando a cabeça gira, a estrutura óssea do crânio e o labirinto membranoso movem-se, mas a endolinfa dentro dos canais nao pode acompanhar, por causa da inércia. O obstáculo do fluido empurra a cúpula e as células pilosas em direção oposta àquela do giro da cabeça. Fazendo uma analogia, pense em um pincel usado em uma pintura (a crista ligada a parede do canal) passando com tinta (a endolinfa) em um quadro. Se você pressionar o pincel para a direita, o obstáculo da tinta no quadro fará com que as cerdas sejam empurradas para a esquerda. Do mesmo modo, a inércia do fluido dos canais semicirculares empurra a cúpula e os cílios das células pilosas para a esquerda quando a cabeça vira para a direita. Se a rotação continuar, o movimento da endolinfa finalmente a alcança. Então, se a cabeça para de rodar abruptamente, o fluido não consegue parar rapidamente. O fluido então continua a rodar na direção da rotação da cabeça, levando a pessoa a sentir tontura. Se a sensação é muito forte, a pessoa pode ficar tonta e posicionar o seu corpo na direção oposta à da rotação, em um reflexo que tende a compensar a aparente perda de equilíbrio. Os otólitos sentem a aceleração linear e a posição da cabeça. Os otólitos estão preparados para sentir forças lineares. A mácula do utrículo está localizada horizontalmente quando a cabeça encontra-se na posição vertical normal. Se a cabeça pende para trás, os otólitos da membrana gelatinosa vão para trás, uma vez que a gravidade age sobre essas partículas densas. Os cílios das células pilosas batem, provocando um sinal. A mácula do sáculo está orientada verticalmente quando a cabeça está ereta e as forças verticais são sentidas, como quando um elevador subindo para abruptamente. O encéfalo analisa o padrão das células pilosas que despolariza e que são hiperpolarizadas com o objetivo de computar a posição da cabeça e a direção do movimento. 3)Quais são as causas mais prevalentes para a perda auditiva? (gênese da perda auditiva: ruído ocupacional, trauma, +) e quais as possíveis prevenções? http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_perda_auditiva.pdf ➢ Perda auditiva relacionada à idade À medida que envelhecemos, podemos perder a capacidade de ouvir sons mais suaves e agudos. O som dos pássaros é bastante fácil de viver sem, mas passar quando você perde alguns dos blocos de construção do discurso é um negócio muito mais desafiador. A perda auditiva relacionada à idade é causada pelo desgaste diário da vida do sistema auditivo, e os sintomas mais comuns são problemas para ouvir vozes suaves, bem como problemas para ouvir a fala quando o ruído de fundo está presente. Muitas vezes, os membros da família notarão perda auditiva relacionada à idade antes que a pessoa com a perda seja realmente incomodada por isso ➢ Perda auditiva induzida por ruído Isso geralmente é causado por excesso de exposição ao ruído excessivo. Isso ameaça a audição de pessoal militar, policiais, trabalhadores da construção, trabalhadores de fábrica, agricultores, dentistas e professores de jardim de infância - para citar apenas alguns. Os concertos de rock e os tocadores de MP3 também podem prejudicar a audição das pessoas. A exposição regular ao ruído alto irá acelerar a perda auditiva. É por isso que é importante sempre usar protetores auriculares se você estiver exposto a barulho excessivo. Tipos de perda auditiva As causas mais comuns de perda auditiva são idade ou sobreexposição ao ruído alto. Mas a perda de audição também pode ser causada por infecção, ferimento na cabeça, tratamentos contra o câncer ou tomar certos medicamentos. A perda auditiva pode ser causada por problemas na orelha externa e média ou por célulasou fibras danificadas no ouvido interno. Ou pode ser uma combinação de ambos. Perda auditiva do ouvido externo e médio (condutiva) A perda auditiva condutiva é causada por problemas na orelha externa e média, o que pode impedir que os sons passem pelo ouvido interno. A causa mais comum pode ser uma acumulação de cera no canal auditivo, tímpanos perfurados, líquido na orelha média ou ossos danificados ou defeituosos da orelha média (ossículos). Perda auditiva no ouvido interno (neurossensorial) Este tipo de perda de audição ocorre quando as fibras nervosas delicadas na orelha interna ficam danificadas. Isso os impede de transmitir o som corretamente. Pode ser causada por exposição excessiva ao ruído, mas as causas mais comuns de perda auditiva neurossensorial são os processos naturais do envelhecimento. Para alguns, as células sensoriais se desgastam já com a idade de 50, enquanto outras têm apenas perda de audição insignificante mesmo aos 80 anos. Esta condição é permanente na maioria dos casos. Perda mista envolve ambas as perdas, condutiva e neurossensorial. Ela pode ser causada por lesões graves da cabeça, infecção crônica, ou um dos muitos distúrbios genéticos raros.Causas As causas mais comuns , no total, são: ● Acúmulo de cera (cerume) https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/doen%C3%A7as-do-ouvido-externo/bloqueios-auditivos ● Ruído ● Envelhecimento ● Infecções do ouvido (particularmente em crianças e adultos jovens) Acúmulo de cera é a causa mais comum de perda auditiva tratável, especialmente dentre as pessoas mais velhas. Ruído pode causar perda auditiva neurossensorial súbita ou gradual. Exposição a um único ruído extremo (como um tiro ou explosão muito próximos) pode causar uma perda auditiva súbita, à qual nos referimos como trauma acústico. Algumas pessoas com trauma acústico também desenvolvem zumbidos ou zunidos nos ouvidos (acufeno). A perda auditiva por trauma acústico geralmente desaparece dentro de um dia (a não ser que a explosão também tenha atingido o tímpano ou o ouvido médio). No entanto, exposição a ruídos por longo prazo causa a maioria das perdas auditivas causadas por eles. Ruídos mais altos que uns 85 decibéis (dB) podem causar perda auditiva, se a exposição ocorrer por bastante tempo. Embora as pessoas variem um pouco quanto à susceptibilidade para perda auditiva causada por ruídos, quase todas perdem um pouco da audição se forem expostos a ruídos suficientemente intensos por um período bastante longo. O envelhecimento, juntamente com a exposição a ruídos e fatores genéricos, é um fator de risco comum para perda auditiva. A perda auditiva relacionada à idade (presbiacusia) limita a capacidade de uma pessoa de ouvir frequências mais elevadas em comparação a frequências mais baixas. Infecções do ouvido são uma causa comum de perda auditiva temporária leve a moderada (principalmente em crianças). A maioria das crianças recupera a audição normal após 3 ou 4 semanas depois de passada a infecção; porém, algumas sofrem perda permanente da audição. A perda de audição persistente é mais provável em crianças com infecções de ouvido recorrentes. Causas menos comuns Causas menos comuns incluem o seguinte: https://www.msdmanuals.com/pt/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/dist%C3%BArbios-dos-ouvidos-do-nariz-e-da-garganta-em-crian%C3%A7as/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-infec%C3%A7%C3%B5es-do-ouvido-m%C3%A9dio-em-crian%C3%A7as-pequenas https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/sintomas-das-doen%C3%A7as-dos-ouvidos/zumbido-ou-zunido-no-ouvido https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/perda-da-audi%C3%A7%C3%A3o-e-surdez/perda-da-audi%C3%A7%C3%A3o#v7538784_pt Doenças autoimunes Doenças congênitas Substâncias que lesionam o ouvido (medicamentos ototóxicos) Lesões Tumores Prevenções 1.Não coloque objetos no ouvido Muitas crianças apresentam o hábito de colocar objetos dentro dos ouvidos e é essencial que os pais prestem atenção a essas atitudes. Isso porque eles podem obstruir a passagem do som e provocar um processo infeccioso ou inflamatório no local. Nos adultos e adolescentes, o maior risco é com o uso de cotonetes na tentativa de limpar a orelha. O ouvido expulsa a cera em excesso naturalmente e a interferência nesse processo pode causar a perfuração do tímpano e infecções. 2. Evite sons altos A poluição sonora é uma das causas principais de perda auditiva em jovens, devido ao hábito de ouvir música com um volume muito alto em fones de ouvido. Assim, mesmo quando nos acostumamos com o volume nas alturas, existe um risco de os ouvidos serem danificados, e o ideal é que o som não ultrapasse 50% do limite do aparelho. A sensação de zumbido provocada por esse hábito pode ser decorrente de um trauma auditivo e é um sinal de alerta que precisa ser investigado por um médico. 3. Faça o tratamento de doenças adequadamente Algumas doenças infectocontagiosas, como a meningite e a otite, podem evoluir para a surdez quando o tratamento não é feito de maneira adequada. Isso acontece porque alguns micro-organismos podem destruir estruturas que são responsáveis pela audição. Portanto, o recomendado é buscar ajuda médica e seguir o tratamento prescrito, caso o primeiro sinal da doença seja percebido. https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/dist%C3%BArbios-do-ouvido-interno/dist%C3%BArbios-do-ouvido-causados-por-f%C3%A1rmacos https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/doen%C3%A7as-do-ouvido-externo/tumores-dos-ouvidos https://comunicareaparelhosauditivos.com/doencas-auditivas/ 4. Utilize EPIs em trabalhos com intensos ruídos Quando somos expostos a ruídos diários que ultrapassam o limite de segurança, seja de forma súbita, seja de forma esporádica ou de forma prolongada, devemos sempre utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Esses estímulos sonoros de alta intensidade têm a capacidade de matar as células da nossa audição. Por isso, o seu uso é fundamental. Como vimos, os cuidados de como prevenir a surdez incluem medidas que devem ser tomadas todos os dias. Por isso, devemos evitar colocar objetos no ouvido, fazer o tratamento de doenças de modo adequado, não ouvir sons muito altos, entre outros. Com isso, é possível evitar o problema e ter mais qualidade de vida. ● Utilize fones de ouvido de forma segura A exposição constante a ruídos acima de 80 decibéis (equivalente a um liquidificador) já é suficiente para causar perda auditiva – e esse limite é facilmente ultrapassado pelos fones de ouvido atuais. Para reduzir o risco, é necessário adotar alguns cuidados ao utilizar esses acessórios, por exemplo: ● Mantenha o volume do aparelho sonoro abaixo da metade da capacidade total; ● Certifique-se de que as pessoas a 1 metro de distância não estejam escutando o som dos seus fones; ● Não durma de fone de ouvido; ● Opte por fones de ouvido de boa qualidade, capazes de isolar o ruído externo. 2. Mantenha distância da caixa de som em shows e festas Ao frequentar eventos musicais, procure ficar longe das caixas de som. O zumbido característico que aparece horas depois de shows e festas já pode indicar dano auditivo, podendo ser necessário consultar o otorrinolaringologista. 3. Adote cuidados especiais se você trabalha em call center Atendentes de call center e serviços de telemarketing passam o dia todo utilizando fones de ouvido, o que aumenta o risco deuma doença irreversível conhecida como perda auditiva por ruído (PAIR). Para evitar esse problema, é recomendável: ● Alterne o uso do fone de ouvido entre a orelha direita e a esquerda; ● Ajuste o volume do fone para o mínimo possível; ● Faça pausas de 10 minutos para cada hora de trabalho. 4. Utilize protetores auriculares em ambientes ruidosos Trabalhadores de fábricas e da construção civil apresentam risco elevado de perda auditiva por ruído devido à exposição constante ao barulho de soldas, furadeiras e máquinas em geral, devendo utilizar protetores auriculares durante o expediente. https://comunicareaparelhosauditivos.com/melhor-idade/ 5. Abandone o uso dos cotonetes A cera é uma substância naturalmente produzida pelo organismo com o objetivo de manter os ouvidos lubrificados e impedir a entrada de microrganismos, portanto ela não deve ser removida sem a avaliação de um otorrinolaringologista. Além desse motivo para abandonar o uso dos cotonetes, considere que eles ainda podem causar perda auditiva por perfurar o tímpano, lesionar os canais internos do ouvido e prejudicar o posicionamento correto dos ossinhos auriculares. 6. Cuide da sua saúde e controle as doenças crônicas Embora a perda auditiva não esteja entre os efeitos mais famosos das doenças crônicas, ela de fato pode ocorrer. No caso de obesidade, diabetes, hipertensão e osteoporose, por exemplo, a redução da capacidade auditiva se dá pelo prejuízo da circulação sanguínea nos vasinhos do ouvido. Ter uma alimentação equilibrada é um dos principais pilares para evitar e controlar essas doenças. Além disso, a audição é diretamente beneficiada pelo consumo de frutas, verduras, legumes e castanhas, que são ricos em substâncias como vitamina C, vitamina E e carotenoides, que ajudam a preservar as células ciliadas da orelha interna. 7. Faça os tratamentos de acordo com a recomendação médica Tratamentos incompletos ou inadequados de infecções como gripe, otite, sinusite e meningite podem levar à perda auditiva. Por isso, é necessário seguir as recomendações médicas e não substitui-las por soluções caseiras. A automedicação também deve ser evitada porque alguns medicamentos, quando mal utilizados, podem ser tóxicos para os ouvidos. Este é o caso de determinados antibióticos (neomicina, gentamicina, eritromicina), da furosemida e do ácido acetilsalicílico. 8. Consulte-se regularmente com o otorrinolaringologista A maior parte das pessoas só procura o otorrinolaringologista quando já apresenta algum comprometimento da audição, que talvez pudesse ter sido evitado com um tratamento precoce ou com medidas de prevenção. Por isso, recomenda-se consultar o médico especialista na saúde do ouvido se houver qualquer tipo de desconforto, dor ou zumbido na região, de forma a evitar que o problema se instale ou se agrave. Além disso, pessoas com mais de 50 anos devem fazer uma consulta anual para avaliar sua capacidade de audição e reduzir a velocidade da perda auditiva. 4)Reconhecer o efeito do ruído na perda auditiva e identificar aspectos epidemiológicos e legais a respeito das doenças ocupacionais. (ruído ocupacional) A maior característica da Pair é a degeneração das células ciliadas do órgão de Corti. Recentemente tem sido demonstrado o desencadeamento de lesões e de apoptose celular em decorrência da oxidação provocada pela presença de radicais livres formados pelo https://medprev.online/blog/como-se-prevenir-de-gripes-e-resfriados-com-a-chegada-do-outono.html excesso de estimulação sonora ou pela exposição a determinados agentes químicos. Esses achados têm levado ao estudo de substâncias e condições capazes de proteger as células ciliadas cocleares contra as agressões do ruído e dos produtos químicos (OLIVEIRA, 2001, 2002; HYPPOLITO, 2003). Em 1998, o Comitê Nacional de Ruído e Conservação Auditiva definiu como características da Pair: • Ser sempre neurossensorial, uma vez que a lesão é no órgão de Corti da orelha interna. • Ser geralmente bilateral, com padrões similares. Em algumas situações, observam-se diferenças entre os graus de perda das orelhas. • Geralmente, não produzir perda maior que 40dB(NA) nas freqüências baixas e que 75dB(NA) nas altas. • A sua progressão cessa com o fim da exposição ao ruído intenso. • A presença de Pair não torna a orelha mais sensível ao ruído; à medida que aumenta o limiar, a progressão da perda se dá de forma mais lenta. • A perda tem seu início e predomínio nas freqüências de 3, 4 ou 6 kHz, progredindo, posteriormente, para 8, 2, 1, 0,5 e 0,25 kHz. • Em condições estáveis de exposição, as perdas em 3, 4 ou 6 kHz, geralmente atingirão um nível máximo, em cerca de 10 a 15 anos. • O trabalhador portador de Pair pode desenvolver intolerância a sons intensos, queixar-se de zumbido e de diminuição de inteligibilidade da fala, com prejuízo da comunicação oral. O American College of Occupational and Environmental Medicine (Acoem), em 2003, apresenta como principais características da Pair: • Perda auditiva sensório-neural com comprometimento das células ciliadas da orelha interna. • Quase sempre bilateral. • Seu primeiro sinal é um rebaixamento no limiar audiométrico de 3, 4 ou 6kHz. No início da perda, a média dos limiares de 500, 1 e 2kHz é melhor do que a média de 3,4 ou 6kHz. O limiar de 8kHz tem que ser melhor do que o pior limiar. • Em condições normais, apenas a exposição ao ruído não produz perdas maiores do que 75dB em freqüências altas e do que 40dB nas baixas. • A progressão da perda auditiva decorrente da exposição crônica é maior nos primeiros 10 a 15 anos e tende a diminuir com a piora dos limiares. • Evidências científicas indicam que a orelha com exposições prévias a ruído não são mais sensíveis a futuras exposições. Uma vez cessada a exposição, a Pair não progride. • O risco de Pair aumenta muito quando a média da exposição está acima de 85dB(A) por oito horas diárias. As exposições contínuas são piores do que as intermitentes, porém, curtas exposições a ruído intenso também podem desencadear perdas auditivas. Quando o histórico identificar o uso de protetores auditivos, deve ser considerada a atenuação real do mesmo, assim como a variabilidade individual durante o seu uso. A deficiência auditiva provocada pela exposição continuada a ruído pode provocar diversas limitações auditivas funcionais, as quais referem-se, além da alteração da sensibilidade auditiva, às alterações de seletividade de freqüência, das resoluções temporal e espacial, do recrutamento e do zumbido (SAMELLI, 2004). A alteração da seletividade de freqüência provoca dificuldades na discriminação auditiva. Essa lesão provoca aumento do tempo mínimo requerido para resolver um evento sonoro (resolução temporal), o que, principalmente associado com a reverberação dos ambientes de trabalho, provoca limitação da capacidade do portador de Pair em reconhecer sons (BAMFORD; SAUNDERS, 1991). Quando o indivíduo é portador de uma Pair, que tem como característica ser neurossensorial, ocorre uma redução na faixa dinâmica entre o limiar auditivo e o limiar de desconforto, provocando um aumento na ocorrência de recrutamento (fenômeno de crescimento rápido e anormal da sensação de intensidade sonora) e, portanto, um aumento da sensação de desconforto. Isso é comum nos ambientes de trabalho com elevados níveis de pressão sonora. O zumbido é um dos sintomas mais comumente relatados pelos portadores de Pair, e provocamuito incômodo (KANDEL; SCHWARTZ; JUSSEL, 2003). Ele é definido como sendo a manifestação do mau funcionamento, no processamento de sinais auditivos envolvendo componentes perceptuais e psicológicos (VESTERAGER, 1997). Num estudo com 3.466 trabalhadores requerentes de indenização por Pair, Mc Shane, Hyde Alberti (1988) observaram uma prevalência de zumbido de 49,8%. Destes, 29,2% afirmaram que o zumbido era o problema principal. As dificuldades de compreensão de fala são as mais relatadas pelo trabalhador portador de Pair, cujo padrão de fala poderá sofrer alterações, de acordo com o grau de perda auditiva. Doenças ocupacionais 5)Quais as vias neurológicas sensitivas envolvidas na audição? A audição se baseia na transformação de ondas sonoras em energia elétrica que é transmitida ao sistema nervoso central. O som é gerado por ondas de compressão e descompressão que são transmitidos em meios elásticos como água e ar. Nós expressamos a pressão sonora em decibéis (dB) e a frequência sonora em ciclos por segundo, que é o famoso hertz (Hz). A orelha humana pode capturar sons com frequência entre 20 e 20.000 Hz. A fala humana está em torno de 300 a 3.500 Hz, que corresponde a intensidade de 65dB. Sons com intensidades maiores que 100dB podem danificar o aparelho auditivo e provocar dor. Várias estruturas da nossa orelha estão envolvidas no processo de transdução sonora. Esse processo nada mais é do que a transformação do som em energia elétrica. Lembra quando falamos sobre a orelha externa e interna? Então! Elas são preenchidas por ar, enquanto que a orelha interna é preenchida por líquido. A orelha externa transmite as ondas sonoras para o canal auditivo, que as transmite para a membrana timpânica. Para gerar a audição é preciso que ocorra a conversão das ondas sonoras que vem do ar para as ondas de pressão que vão seguir pelo líquido. É a combinação da atuação da membrana timpânica e dos ossículos que fazem a equivalência entre ondas sonoras do ar para o líquido. Essa equivalência só é conseguida pela relação entre a grande área de superfície da membrana timpânica e a pequena área da superfície da janela oval e da vantagem mecânica obtida com o sistema de alavanca dos ossículos. Quando as ondas sonoras movimentam a membrana timpânica, a cadeia de ossículos também se move, empurrando a plataforma do estribo em direção à janela oval e deslocando o fluido no interior da orelha interna. Com isso, as ondas sonoras causam a vibração do órgão de Corti que, conforme dito anteriormente, possuem células ciliadas auditivas com mecanorreceptores. A base das células ciliadas estão em cima da membrana basilar, e seus cílios estão embebidos na membrana tectorial. A membrana basilar é mais elástica do que a mem-brana tectorial. Assim, a vibração do órgão de Corti provoca a curvatura dos cílios das células ciliadas à medida que os cílios são empurrados em direção à membrana tectorial. A curvatura dos cílios altera a condutância ao K+ na membrana da célula ciliada. Quando temos a curvatura em uma direção aumenta a condutância ao íon, provocando hiperpolarização; já quando a curvatura é na direção oposta, diminui a condutância ao íon, provocando despolarização. Essas alterações no potencial de membrana são os potenciais receptores das células auditivas. Quando as células ciliadas são despolarizadas, seus canais de Ca2+ voltagem dependentes dos terminais pré-sinápticos são abertos (Figura 11). Em decorrência disso, o íon entra nos terminais pré-sinápticos e provoca a liberação de glutamato. Essa substância funciona aqui como neurotransmissor excitatório, causando potenciais de ação nos nervos cocleares aferentes responsáveis pela transmissão dessa informação ao SNC. Quando as células ciliadas são hiperpolarizadas, ocorrem eventos opostos, e a liberação do glutamato é diminuída. Assim, a oscilação entre potenciais receptores despolarizantes e hiperpolarizantes, nas células ciliadas, leva à liberação intermitente do glutamato, produzindo disparos intermitentes nos nervos cocleares aferentes. Essas fibras transmitem a informação das células ciliadas auditivas primeiro para o bulbo, no tronco encefálico, que depois chegam ao tálamo e, por fim, no córtex auditivo. É nesse último local que é feita a discriminação complexa das características de cada som. Se liga! Uma coisa bem interessante das vias auditivas é o fato de que algumas fibras auditivas se cruzam no bulbo e outras não. Assim, lesões na cóclea de uma orelha provocam surdez ipsilateral. No entanto, lesões unilaterais mais centrais não causam surdez, porque algumas das fibras que transmitem a informação dessa orelha já cruzaram para o lado íntegro. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- VIA AUDITIVA A liberação de neurotransmissor pela curvatura das células ciliadas do órgão espiral gera, em última análise, impulsos nervosos nos neurônios auditivos de primeira ordem que inervam as células ciliadas. Os axônios desses neurônios formam o nervo coclear, ramo do nervo vestibulococlear (NC VIII). Esses axônios fazem sinapse com neurônios nos núcleos cocleares do bulbo (Figura 8). Alguns dos axônios provenientes dos núcleos cocleares sofrem decussação (cruzamento) no bulbo, ascendem por um trato denominado lemnisco lateral, do lado oposto, e terminam no colículo inferior do mesencéfalo. Outros axônios dos núcleos cocleares terminam no núcleo olivar superior da ponte. Pequenas diferenças na sincronização dos potenciais de ação provenientes das duas orelhas nos núcleos olivares superiores nos permitem localizar a fonte de um som. Os axônios dos núcleos olivares superiores ascendem até o mesencéfalo, onde terminam nos colículos inferiores. A partir de cada colículo inferior, os axônios estendemse até o núcleo do corpo geniculado medial do tálamo. Por sua vez, os neurônios no tálamo projetam axônios para a área auditiva primária do córtex cerebral, no lobo temporal do cérebro (ver áreas 41 e 42 na Figura 9), onde ocorre a percepção consciente do som. A partir do córtex auditivo primário, os axônios estendem-se para a área de associação auditiva do córtex cerebral, no lobo temporal do cérebro (ver área 22 na Figura 9) para a integração mais complexa do som. A chegada de impulsos nervosos na área auditiva primária nos permite perceber o som. Um aspecto do som que é percebido por essa área é a altura (frequência). A área auditiva primária é mapeada de acordo com a altura: o influxo sobre a altura proveniente de cada parte da lâmina basilar é conduzido para uma parte diferente da área auditiva primária. Os sons de alta frequência ativam uma parte do córtex, os sons de baixa frequência ativam outra parte e os sons de frequência média ativam a região situada entre essas duas partes. Por conseguinte, diferentes neurônios corticais respondem a alturas diferentes. Os neurônios na área auditiva primária também permitem perceber outros aspectos do som, como a intensidade e a duração. A partir da áreaauditiva primária, a informação é conduzida parar a área de associação auditiva, no lobo temporal. Essa área armazena as memórias auditivas e compara experiências auditivas passadas e presentes, permitindo o reconhecimento de determinado som como fala, música ou ruído. Se o som for a fala, o influxo na área de associação auditiva é retransmitido para a área de Wernicke na parte adjacente do lobo temporal, que interpreta o significado das palavras, traduzindo-as em pensamentos (ver áreas 22 e, possivelmente, 39 e 40 na Figura 9). 6)Quais as vias neurológicas sensitivas envolvidas no equilíbrio? Vias do equilíbrio A inclinação dos feixes ciliados das células ciliadas nos canais semicirculares, no utrículo ou no sáculo provoca liberação de um neurotransmissor (provavelmente glutamato), que gera impulsos nervosos nos neurônios sensitivos fixados às células ciliadas. Os corpos celulares das células ciliadas estão localizados nos gânglios vestibulares. Os impulsos nervosos passam ao longo dos axônios dos neurônios, que formam o nervo vestibular, um ramo do nervo vestibulococlear (VIII) (Figura 12). A maioria desses axônios faz sinapse com neurônios sensitivos nos núcleos vestibulares, os principais centros de integração para o equilíbrio, no bulbo e na ponte. Os núcleos vestibulares também recebem influxos provenientes dos olhos e dos proprioceptores, particularmente proprioceptores existentes nos músculos do pescoço e dos membros, que indicam as posições da cabeça e dos membros. Os axônios remanescentes entram no cerebelo por meio dos pedúnculos cerebelares inferiores. O cerebelo e os núcleos vestibulares são conectados por vias bidirecionais. Os núcleos vestibulares integram a informação proveniente dos receptores vestibulares, visuais e proprioceptores e, em seguida, enviam comandos para as seguintes áreas: 1.Núcleos dos nervos oculomotor (NC III), troclear (NC IV) e abducente (NC V). Esses nervos cranianos controlam movimentos conjugados dos olhos com os da cabeça para ajudar a manter o foco no campo visual. 2.Núcleos dos nervos acessórios (NC XI). Os nervos acessórios ajudam a controlar os movimentos da cabeça e do pescoço e auxiliam na manutenção do equilíbrio. 3.Trato vestibulospinal. O trato vestibulospinal conduz impulsos ao longo da medula espinal para manter o tônus muscular nos músculos esqueléticos, de modo a ajudar a manter o equilíbrio. 4.Núcleo ventral posterior no tálamo → a área vestibular no lobo parietal do córtex cerebral. Essa parte da área somatossensitiva primária (ver áreas 1, 2 e 3 na Figura 9) proporciona a percepção consciente da posição e dos movimentos da cabeça e dos membros. Diversas vias entre os núcleos vestibulares, o cerebelo e o cérebro permitem que o cerebelo desempenhe uma função essencial na manutenção do equilíbrio estático e equilíbrio dinâmico. O cerebelo recebe continuamente informações sensitivas atualizadas provenientes do utrículo e do sáculo. O cerebelo monitora essa informação e efetua ajustes corretivos. Basicamente, em resposta ao influxo proveniente do utrículo, do sáculo e dos ductos semicirculares, o cerebelo envia continuamente impulsos nervosos para as áreas motoras do cérebro. Essa retroalimentação possibilita a correção de sinais provenientes do córtex motor para músculos esqueléticos específicos, de modo a facilitar os movimentos e coordenar sequências complexas de contrações musculares para ajudar na manutenção do equilíbrio 7) identificar os métodos diagnósticos clínicos e complementares para avaliar audição e equilíbrio. (teste da orelhinha, audiometria, +) TESTES AUDITIVOS Na otorrinolaringologia uma boa anamnese e exame físico permitem um bom grau de suspeita diagnóstica. Por exemplo, disfunções auditivas podem ocorrer por danos desde a orelha externa, até o córtex auditivo. Por isso, a avaliação do conduto aditivo e membrana timpânica também faz parte da semiologia auditiva. Por isso, quando se trata de doenças auditivas, muitas vezes o médico em associação com outras especialidades, como a fonoaudiologia, precisam lançar mão de testes que corroboram o diagnóstico. Esses testes podem ser feitos por meio de simples manobras semiológicas, até aparelhos de tecnologia avançada. Podemos classificar a perda auditiva em: Hipoacusia de condução: há im- pedimento por qualquer razão do som ser transmitido com eficiência através das orelhas externa e mé- dia para a orelha interna. • Disacusia neurossensorial: acontece quando há disfunção do mecanismo de transdução do som (energia mecânica) em impulsos elétricos, ou da condução destes impulsos elétricos até o córtex auditivo; ou seja, em doenças da orelha interna ou das vias auditivas centrais. • Disacusias mistas: ambos os tipos de perda de audição estão presentes. A seguir, descreveremos os principais testes auditivos. Teste de Weber Nesse teste se usa um instrumento chamado diapasão que serve para avaliar subjetivamente o funcionamento auditivo. Esse aparelho é barato e permite a realização de testes rápidos. No teste de Weber verifica-se a integridade da condução óssea. Por isso, coloca-se um diapasão na linha média da fronte ou na linha média da calota craniana. Se o som se lateralizar para o ouvido que apresenta a hipoacusia, é sinal de comprometimento condutivo naquele ouvido (Figura 12). Se o som se lateralizar para o ouvido melhor, é sinal de comprometimento neurossensorial no ouvido hipoacúsico. Se o som não se lateralizar e for ouvido igualmente em ambos ouvidos, ou está normal ou a queda auditiva é similar em ambos. Teste de Rinne Nesse teste, faz a comparação entre a audição do paciente por via aérea com a audição por via óssea. O diapasão é colocado alternadamente sobre a cortical da mastóide e em frente e próximo ao pavilhão. O indivíduo com audição normal ou com disacusia neurossensorial ouvirá o som mais alto quando colocado em frente ao pavilhão. Este achado é conhecido como teste de Rinne positivo (Figura 13). O indivíduo com comprometimento condutivo e com uma diferença entre a audição aérea e óssea de mais de 20 dB ouvirá melhor o som quando o diapasão é colocado na mastoide. Este achado é denominado teste de Rinne positivo. Teste de Schwabach É usado para comparar a condução óssea do doente e do examinador. Imediatamente após colocar o diapasão na mastoide do doente até que ele pare de ouvir o som, passar o diapasão para a própria mastoide, e se continuar ouvindo o som significa que o doente apresenta provável disacusia neurossensorial. Audiometria tonal. O exame de audiometria é capaz de determinar a menor intensidade sonora que o paciente consegue detectar. Para isso, faz-se um teste com várias frequências sonoras que vão de 250 a 8000 Hz e forma uma curva em um gráfico. A audiometria é feita tanto por via aérea como por via óssea. A via aérea fornece a menor intensidade sonora captada por sons transmitidos no meio aéreo. Como forma de confirmar o limiar audiométrico por via aérea, é feito a audiometria vocal, onde o examinador fala algumaspalavras e pede para que o paciente as repita. Essa também é uma forma de verificar a discriminação da fala feita pelo paciente. Já o teste na via óssea, testa a capacidade de captar os sons transmitidos por via óssea. Adivinhem como ele é feito? Com o diapasão colocado na região retroauricular. Lembrando que normalmente detectamos sons em um limiar até 25 dB. Portanto, pacientes com detecção de sons em intensidades acima disso no gráfico, apresenta alguma perda auditiva (Figura 14). Audiometria de tronco encefálico (BERA) O BERA é um teste usado em crianças pequenas e quando há suspeita de simulação da perda auditiva. Nesse teste faz-se uma estimulação sonora no conduto auditivo externo e por meio de eletrodos fixados no paciente, forma-se uma curva que evidencia a passagem ou não do estímulo nas vias neurológicas da audição. Portanto, esse teste mostra tanto a perda auditiva, como a intensidade dela. Emissões otoacústicas Esse é o famoso “teste da orelhinha” usado na triagem auditiva neonatal. Lembra que o órgão de Corti é responsável por transformar a vibração da endolinfa em estímulo elétrico para ser transmitido pelas vias nervosas? Então! Esse teste é feito com a captação, por meio de fones especiais, desses ruídos gerados pela vibração. A ausência de resposta nesse teste indica perda auditiva. 8)Qual o impacto da perda auditiva na vida do paciente e familiares? Impacto da perda auditiva→ A perda auditiva pode afetar a fala e o desenvolvimento da linguagem em crianças e deixá-los com dificuldade de comunicação quando adultos. ● Comunicação; a consequência mais óbvia da perda auditiva são as dificuldades de comunicação , conversas são menores, menor uso do telefone, problemas de comunicação com a família, amigos e colegas de trabalho e pedir a outros que se repita com frequência ou manter a conversa sem entendê-la. ● Social; Como a habilidade em ouvir piora, muitas pessoas se isolam de interações sociais; evitam grupos estranhos, diminuem a eficiência no trabalho e se mantem em silêncio e isoladas. ● Emocional; Perda auditiva não tratada causa uma série de sentimentos nas pessoas como raiva, frustração, falta de concentração, depressão, embaraço, ansiedade, incerteza, incompetência e distanciamento de relações pessoais. Os defeitos do não tratamento da perda auditiva podem aumentar. O uso de aparelho auditivo, combinado com a práticas efetivas de comunicação, pode ajudar as pessoas com problemas auditivos a viverem em total harmonia com a sociedade. ● Dificuldade as atividade de lazer; Até mesmo a maneira como nos divertimos nos momentos livres pode ser prejudicada pela perda auditiva como um momentos em Shows podem se tornar um incômodo pelos ruídos altos, assim como aqueles que tocam algum instrumento musical, sofrem com a falta de sensibilidade dos ouvidos para determinar o tom correto. Nos esportes, a comunicação entre os jogadores é fundamental para o desempenho da equipe. Frequentar o cinema, assistir TV e assistir vídeos no celular, são outros exemplos de atividades de lazer que ficam comprometidos com a dificuldade auditiva. ● Sensação de solidão; Como o indivíduo começa a se afastar do convívio social, outra consequência da perda auditiva é a solidão. Em muitos casos, também ocorre a rejeição social, pois outras pessoas não compreendem as dificuldades do deficiente auditivo. ● Depressão; Alguns estudos já mostraram que, quanto mais grave for a deficiência, maior a probabilidade de apresentar sinais depressivos. Os indivíduos com perda auditiva severa possuem um risco 4,3 vezes maior de ter depressão do que alguém com a audição normal. São vários fatores que desencadeiam a depressão em deficientes auditivos, entre eles: isolamento, sentimento de rejeição, má qualidade do sono, falta de energia e desinteresse em fazer atividades que costumava praticar antes de ter dificuldades para ouvir. ● Redução na produtividade e nos ganhos; Quando as pessoas começam a perder a audição, pode se tornar mais difícil acompanhar discussões e apresentações em salas de reunião, por exemplo. Principalmente em cargos que dependem da comunicação com os clientes, a dificuldade para compreender a fala pode ser encarada como grosseria. É por isso que a dificuldade de comunicação também pode ter outras implicações desanimadoras Uma delas é a redução na produtividade, que ainda pode afetar nos ganhos ou até causar demissão. ● Estresse; Não conseguir ouvir sons comuns do dia a dia pode ser muito estressante para quem sofre com a perda auditiva não tratada. Além da irritação diária, o estresse pode levar a outras consequências mais graves, como aumento do risco de doenças cardíacas e até mesmo o câncer. ● Efeitos na função cerebral e memória; Cientistas mostraram que a perda auditiva também afeta as habilidades cognitivas do indivíduo. Em estudos comparativos entre deficientes auditivos, o comprometimento cognitivo foi encontrado em até 43% dos pacientes. A função cerebral e a memória se relacionam com a audição porque ouvir estimula muitas áreas do cérebro, e não apenas a responsável por interpretar os sons. Quando há algo errado com a audição, o cérebro tenta compensar essa falta de outras maneiras. Assim, o deficiente auditivo precisa se concentrar mais para ouvir, aumentando a carga cognitiva necessária para processar as informações, cansando o cérebro e reduzindo a atenção em outras atividades. Além disso, ouvir nos ajuda a lembrar das coisas. Logo, a falta de audição pode afetar nossa memória a longo prazo. ● Coloca a segurança pessoal em risco; A sua segurança pessoal também pode ser comprometida com a deficiência auditiva. Nas ruas, por exemplo, quando você não consegue ouvir bem, os sons dos veículos que se aproximam, buzinas e outros sinais importantes podem passar despercebidos, aumentando os riscos de acidentes. Já no ambiente de trabalho, as pessoas com perda auditiva estão mais vulneráveis a acidentes, seja porque não ouviram o som de uma máquina, o alarme de incêndio ou outros problemas de segurança. Devido às consequências na comunicação, a participação da família é de grande importância no tratamento e na integração social da pessoa com deficiência auditiva, pois pode colaborar com incentivo e oportunidades de relacionamentos. É importante que os idosos, seus familiares e seus cuidadores aprendam a aceitar e lidar com a perda auditiva de maneira saudável. Existem algumas dicas práticas para facilitar a comunicação e garantir uma convivência agradável mesmo com a diminuição da audição e são elas; ● Consiga a sua atenção; Conversar a uma certa distância ou em cômodos diferentes, por exemplo, pode ser um desafio para quem possui perda auditiva. Se você não chamar a sua atenção antes, o idoso pode não perceber que você está falando com ele, mesmo que esteja bem perto. Por isso, antes de começar a falar, procure ficar próximo e obtenha o máximo de atenção do ouvinte. Às vezes, pode ser necessário tocar suavemente o braço ou o ombro para se certificar que o idoso está pronto para entender você. ● Faça contato visual; Para complementar a dica anterior, é válido fazer contato visual ao conversar com um paciente com perda de audição. Isso porque muitas pessoas dependem da leitura labial para compensar a dificuldade auditiva. Então, garanta que o idoso sempre possa ver sua boca se movendo enquanto estiver conversando com ele. ● Mantenha uma boa iluminação no ambiente; Os pacientes com perda auditiva precisam de um local bem iluminado para conseguir fazer a leitura labial, enxergar as expressões faciais e linguagem corporal da pessoa com quem estão conversando. Por isso, procure sempre manter os ambientes bem iluminados. ● Falede maneira clara; Você não precisa gritar com uma pessoa que tem dificuldades de audição. A melhor estratégia para ser compreendido é falar em um ritmo natural, ou seja, não precisa falar mais devagar do que o normal. Também é válido falar um pouco mais alto, desde que não grite. ● Elimine o ruído de fundo; Barulhos no fundo - como o som da TV, rádio ou outras pessoas conversando - podem dificultar a compreensão das pessoas com perda auditiva. Portanto, tente manter o ambiente tranquilo para facilitar a comunicação no dia a dia. Desligue os aparelhos eletrônicos que fazem barulho em segundo plano ou diminua o volume até que a conversa termine. ● Use gestos e expressões faciais Muitas vezes, o paciente com perda auditiva pode não entender uma ou duas palavras do que você disser. Nesse sentido, o uso de gestos e expressões faciais podem preencher essa lacuna e facilitar a compreensão. No entanto, tenha cuidado para não exagerar nos gestos e evite colocar as mãos na frente do seu rosto. ● Reformule as frases; Mesmo com tantos esforços, o paciente ainda pode ter dificuldade para entender as falas. Isso porque algumas pessoas com perda auditiva não conseguem ouvir determinados tipos de sons, como consoantes e sons agudos. Assim, se o idoso tiver problemas para entender algumas frases, o problema pode estar no modo como as palavras soam. Então, em vez de se repetir, tente reformular a frase. ● Seja paciente; Sabemos que é fácil sentir-se frustrado ou estressado com um paciente quando é difícil se comunicar com ele. Contudo, é importante lembrar que o idoso não tem problemas auditivos de propósito. Na verdade, eles estão lutando com um problema de saúde que é irreversível e podem estar enfrentando sentimentos de vergonha, tristeza ou solidão. Mesmo que essa seja uma tarefa difícil, procure manter a paciência. Quando as coisas estiverem complicadas, procure respirar fundo e manter a cabeça fria. Isso pode fazer toda a diferença para o paciente. ● Seja respeitoso; Ter dificuldades para ouvir não afeta necessariamente a capacidade mental de uma pessoa. Portanto, o idoso pode ter problemas para acompanhar as conversas, mas isso não significa que ele não entende. Na verdade, ele simplesmente não consegue ouvir. Então, respeite a condição e trate o idoso com perda auditiva assim como qualquer outro adulto. Acredite, isso pode ajudar (e muito) a manter a sua autoestima. ● Cuidados com os aparelhos auditivos O uso de aparelhos auditivos é o tratamento mais comum para a perda auditiva. Embora não sejam capazes de restaurar a audição, os dispositivos ajudam a amplificar os sons e melhoram a qualidade de vida de uma pessoa com perda auditiva. Quando o paciente utiliza os aparelhos auditivos, é importante que o cuidador tenha alguns cuidados específicos com os dispositivos. Tais como: ● Os aparelhos auditivos precisam de uma limpeza regular para remover a sujeira e a cera de ouvido. Portanto, procure as orientações de limpeza do fabricante para que os aparelhos continuem funcionando corretamente. ● A umidade pode estragar os dispositivos. Por isso, é importante conferir se o idoso retirou as próteses ao tomar banho, por exemplo. ● Os aparelhos funcionam com pilhas. Isso significa que é necessário trocá-las regularmente. ● Durante o sono, as próteses precisam ser desligadas. Então, guarde os aparelhos auditivos no local adequado à noite. ● Se tiver alguma dúvida quanto ao funcionamento dos aparelhos auditivos, entre em contato com o fonoaudiólogo. As consultas regulares são essenciais para verificar se os dispositivos estão funcionando corretamente, fazer ajustes e qualquer outra manutenção necessária. Contar com o apoio de um cuidador profissional ou de familiares pode ser uma grande ajuda para os idosos com perda auditiva. Da mesma forma, é muito importante que os cuidadores entendam como ajudar melhor esses pacientes. As dicas acima são bem úteis para facilitar a relação entre cuidador e idoso, além de amenizar o impacto da perda auditiva.
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