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Resumo Monitoria Final TGDP 1 Monitoras: Fernanda M. e Giuliana Rezende Pessoa Jurídica O desenvolvimento econômico dos povos demonstrou a necessidade de o homem formar grupos para atingir suas metas. Inicialmente, os pequenos grupos confundiam-se com as famílias, mas, com o tempo, eles tornaram-se complexos e surgiu a necessidade de o Estado intervir para coibir abusos. Surge, então, a necessidade de personalizar o grupo, para que possa proceder a uma unidade, participando do comércio jurídico, com individualidade. (Orlando Gomes). O Direito equipara à pessoa natural certos argumentos de indivíduos e certas destinações patrimoniais e lhes aconselham atribuir personalidade e capacidade de ação a entes abstratos assim gerados. O sentimento gregário do indivíduo permite afirmar que a associação é inerente à sua natureza (Caio Mario). Esse grupo terá personalidade jurídica autônoma, patrimônio autônomo, existência independente dos membros e autonomia no exercício dos direitos. Em Portugal, esses entes são denominados de Pessoa Coletiva enquanto na França denominam-se Pessoa Moral. O direito, então, confere personalidade jurídica a esse grupo. 1) Conceito: grupo humano, criado na forma da lei e dotado de personalidade jurídica própria, para a realização de fins comuns. Surge, então, um novo sujeito de direito, dotado de personalidade e de sua própria capacidade de fato. Tem, portanto, autonomia. 2) Pressupostos existenciais da PJ: Ø A vontade humana criadora Ø A observância das condições legais para a sua instituição Ø A licitude do seu objeto ou finalidade Quando duas ou mais pessoas se congregam e desenvolvem as suas atividades ou reúnem seus esforços, trabalhando em companhia ou conjugando suas aptidões para o mesmo fim, nem por isso dão nascimento a uma entidade personificada. Não nasce daí uma personalidade autônoma. Para que isso ocorra é essencial a conversão das vontades dos participantes do grupo na direção integrativa deste em um organismo. Sempre a pessoa jurídica tem sua gênese na vontade humana, vontade criadora, que, para ser eficaz, deve emitir-se na conformidade do que prescreve o direito. O segundo requisito está na observância das prescrições legais relativas à sua constituição. É a lei que determina a forma a que obedece a aquela declaração de vontade, franqueando aos indivíduos a adoção de instrumento particular ou exigindo ao o escrito público. É a lei que determina a conversão de um aglomerado de pessoas em uma só pessoa jurídica. Um terceiro requisito ainda é exigido: a liceidade dos objetivos, pois não se compreende que a ordem jurídica vá franquear a formação de uma entidade, cuja existência é à projeção da vontade humana investida de poder criador pela ordem legal, a atuar e proceder em descompasso com o direito que lhe possibilitou o surgimento. Natureza Jurídica Numerosas teorias dividem os escritores acerca da natureza jurídica da pessoa jurídica: 1) Teoria da Ficção: sob esta epígrafe podem ser agrupadas as teorias que negam a existência real da pessoa jurídica procurando explicá-la como ente fictício. Na verdade, existem muitas teorias da ficção: a primeira delas, para Caio Mario, é a que considera a pessoa jurídica mera criação legal, cuja existência só encontra explicação como ficção da lei, ou da doutrina. A qualidade de sujeito da relação jurídica é prerrogativa exclusiva do ser humano e, fora dele, como ser do mundo real, o direito concebe a pessoa jurídica como uma criação artificial, engendrada pela mente humana, e cuja existência, por isso mesmo, é mera ficção. 2) Teorias realistas: em contraposição às teorias da ficção, as teorias realistas reúnem a aceitação dos juristas modernos. Realista foi a concepção de Lecerda de Almeida, ao construir sua doutrina do dualismo, segundo a qual na pessoa jurídica devem distinguir-se a ideia que se manifesta e os órgãos que a exprimem, em perfeita similitude com a pessoa natural, que manifesta a sua vontade através de seus órgãos. Classificação DE DIREITO PÚBLICO: ART. 41 e 42 DO CC • Externo: Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidos pelo DIP • Interno: PJ criadas por lei para administração pública direta ou indireta. • União, Estados, Municípios, autarquias (serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receitas próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública), etc. DIREITO PRIVADO: ART. 44 DO CC • Sociedades, associações e fundações. 3) Surgimento da pessoa jurídica: ART. 45 do CC “Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo”. Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. Podemos concluir, portanto, que a inscrição do ato constitutivo ou do contrato social no registro competente é condição indispensável para a atribuição de personalidade à pessoa jurídica. O registo da PJ, então tem natureza constitutiva, por ser atributivo de sua personalidade, diferentemente do registo civil de nascimento da pessoa natural, eminentemente declaratório. O registro declarará: ART 46. CC Art. 46. O registro declarará: I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; Junta Comercial: sociedades mercantis em geral Cartório de Registro Civil de PJS: fundações, associações e sociedades. Ato Constitutivo civis. o pode ser: contrato social, escritura pública ou testamento. Em algumas hipóteses exige-se ainda a autorização do Poder executivo para seu funcionamento. V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso. Como pessoa, a PJ tem assegurados seus direitos patrimoniais, obrigacionais, sucessórios e, até mesmo, da personalidade. Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. Súmula 227 do STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. Capacidade: por sua própria natureza, a PJ tem capacidade especial. Ela não poderá, por óbvio, praticar todos os atos jurídicos admitidos para a pessoa natural. Não exerce, por exemplo, direitos puros de família, nem pode ser objeto de institutos protetivos como a tutela, a curatela ou a ausência. • O seu campo de atuação encontra-se delimitado no contrato social, nos estatutos ou na própria lei. Representação: ora, por sua própria natureza, a PJ necessita de representação para poder atuar na órbita social. ART 47. Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo. Mas, e se a administração for exercida por várias pessoas? ART 48. Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso. Parágrafo único. Decai em três anos o direito deanular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude. Desconsideração da Personalidade Jurídica A desconsideração visa levantar o véu da Pessoa Jurídica. No nosso cenário isso aparece no CDC em 90 e no artigo 50 o CC institucionalizou a temática. Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. (Redação dada pela Medida Provisória no 881, de 2019). Com efeito, a teoria maior da desconsideração da personalidade jurídica impõe justamente a observância aos requisitos do Código Civil, salientando-se a Medida Provisória n° 881/2019 (Liberdade Econômica), editada em caráter recente, especificou que a extensão dos efeitos dependerá da prova de que os administradores ou sócios forem beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. Além disso, a medida provisória também forneceu restrições conceituais para a caracterização do incidente, senão vejamos : § 1o Para fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização dolosa da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza. (Incluído pela Medida Provisória no 881, de 2019) § 2o Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por: (Incluído pela Medida Provisória no 881, de 2019) I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa; (Incluído pela Medida Provisória no 881, de 2019) II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto o de valor proporcionalmente insignificante; e (Incluído pela Medida Provisória no 881, de 2019) III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. (Incluído pela Medida Provisória no 881, de 2019) § 3o O disposto no caput e nos § 1o e § 2o também se aplica à extensão das obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica. (Incluído pela Medida Provisória no 881, de 2019) § 4o A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput não autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica. (Incluído pela Medida Provisória no 881, de 2019) § 5o Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da atividade econômica específica da pessoa jurídica. (Incluído pela Medida Provisória no 881, de 2019) Há, ainda, a teoria menor da desconsideração da personalidade jurídica, segundo a qual a mera impossibilidade de satisfação do crédito já impõe a necessidade de instauração do incidente. Esta teoria é aplicada em legislações específicas, como no Código de Defesa do Consumidor e na legislação ambiental. "Com efeito, no que concerne à aplicação do § 2o do art. 28 do CDC, é assente na jurisprudência desta Corte o entendimento que admite, por aplicação da teoria menor, a desconsideração da personalidade jurídica unicamente pelo fato de ela representar um obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. De fato, como já decidido pela Terceira Turma, a aplicação da teoria menor da desconsideração às relações de consumo está calcada na exegese autônoma do § 5o do art. 28 do CDC, porquanto a incidência desse dispositivo não se subordina à demonstração dos requisitos previstos no caput do artigo em referência, mas apenas à prova de causar, a mera existência da pessoa jurídica, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores (REsp 279.273/SP, Terceira Turma, DJ 29/03/2004). " Cabe, ainda, ressaltar que a desconsideração não leva à extinção da pessoa jurídica mas sim, retira-se o véu para aquele ato específico. Extinção: A extinção da pessoa jurídica ocorre em 3 momentos: 1) Dissolução – averbação no cartório de registro 2) Liquidação – vai-se liquidar os eventuais débitos deixados 3) Cancelamento do registro – ocorre após a liquidação Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua. § 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução. § 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado. § 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscriçãoda pessoa jurídica. Associação Conceito: entidades de direito privado, formadas pela união de indivíduos com o propósito de realizarem fins não econômicos (pode ser artístico, religioso, profissional). ART. 53 A receita, portanto, deve ser revertida para a própria associação, visando a melhoria de sua atividade. O ato constitutivo (estatuto), portanto, não contêm direitos e obrigações recíprocos. (Parágrafo único do Art. 53) Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. Estatuto art. 54: Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: I - a denominação, os fins e a sede da associação; Art. 1o. O Minas Tênis Clube é uma associação civil sem não econômicos, fundada em 15 de novembro de 1935, com prazo de duração indeterminado, localizado na rua da Bahia no 2244, com sede e foro na cidade de Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais. Parágrafo único. O termo “Clube” e a denominação “Minas Tênis Clube” se equivalem, neste Estatuto. Art. 2o. O Clube tem por finalidade proporcionar aos seus sócios, titulares e dependentes lazer, esporte, educação e entretenimentos físico, cívico e artístico/cultural. II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; III - os direitos e deveres dos associados; IV - as fontes de recursos para sua manutenção; V - o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; (Redação dada pela Lei no 11.127, de 2005) VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. VII - a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. (Incluído pela Lei no 11.127, de 2005) ð Assembleia: Órgão colegiado das pessoas jurídicas (Há invocação prévia para deliberação e/ou votação para algum ato) – Estabelece-se um quórum mínimo e edita-se um documento oficial. ð Reunião (Apenas divulgação de informações) Além da Assembleia Geral, é muito comum que a associação tenha um conselho ( por exemplo, XVIII - deliberar sobre planos e estratégias do Clube;) Cabe à Assembleia (Art. 59) destituir os administradores e alterar o estatuto. Para isso, entretanto, deliberação da assembleia deve ser convocada para esse fim, cujo quórum será estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores. Garante-se o direito de convocação a 1/5 dos associados (art. 60) A condição de associado é intransmissível (art. 56). Se o estatuto permitir, entretanto, o titular da quota ou fração poderá transmitir, por ato inter vivo ou mortis causa a um terceiro, a um terceiro, a condição de associado. § 3o. A autorização para transferência de quota fica condicionada à aprovação pela Diretoria, nos termos de disposição específica. Por óbvio, ninguém está preso à associação e pode desligar-se a qualquer momento. A exclusão do associado é prevista desde que haja justa causa e, na estrita forma do estatuto, deve haver um procedimento que assegure o direito de defesa e de recurso.(Art. 57) III - atentar contra a moralidade social e desportiva ou contra superiores interesses do Clube; Extinta uma associação, o patrimônio líquido (- quotas de cada associado), bem como os débitos sociais – será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, se este for silente, a instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes (art. 61) Por cláusula do estatuto ou, no silêncio deste, prevê o parágrafo primeiro do art. 61 que é permitido aos respectivos membros, antes da destinação do remanescente a entidade congênere, receber em restituição, em valor atualizado, as contribuições que houverem prestado ao patrimônio da entidade. Fundação (Viva Cazuza): Resultam da afetação de um patrimônio, por testamento ou escritura pública, especificando o fim para o qual ela se destinará. Tais fins serão: assistência social, cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico, saúde, segurança, pesquisa, etc e, portanto, não visam a divisão do lucro. Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. Todo o dinheiro é investido na própria atividade. Não tem sócios ou associados, apenas administradores. Sua criação por meio da instituição (escritura pública ou testamento), pela redação do estatuto e, então, pela aprovação do MP. Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz. Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público. Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação; II - não contrarie ou desvirtue o fim desta; III - seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. (Redação dada pela Lei no 13.151, de 2015) O Ministério Público fiscaliza as fundações. ART 66 Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. Art. 63: Quando insuficientes para constituir uma fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante. Art. 64: Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens adotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial. “O que se encontra é a atribuição de personalidade jurídica a um patrimônio, que a vontade humana destina a uma finalidade social” Extinção da Fundação: Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante. O MP ou qualquer interessado pode promover a ação de extinção da fundação de maneira que seu patrimônio será incorporado por outra fundação ( a não ser que o ato constitutivo ou o estatuto disponha o contrário). 2ª parte do resumo: Sociedades Civis e Comerciais Conceito: sociedade é pessoa jurídica composta por corporação de pessoas reunidas com finalidade lucratica (art. 981, CC). Espécies: sociedades civis/simples: organizadas sem os elementos caracterizadores da forma empresarial, envolvendo atividades econômicas de natureza intelectual, artistica, científica ou literária (tem fins econômicos, mas não fins empresariais, ver artigo 966, parágrafo único, CC); sociedades empresariais/comerciais, organizadas com os elementos caracterizadores da empresa, especificamente a organização para a produção ou circulação de bens ou serviços (tem fins econômicos E empresariais, ver artigos 966, parágrafo único e 982, CC). Podem ser: o Sociedade limitada: cada sócio tem quota. Responsabilidade dos sócios é limitada a partir da integralização do patrimônio social. Até a integralização, os sócios têm responsabilidade solidária pela mesma. Regido pelos artigos 1.052 a 1.087, CC. o Sociedade anônima: capital divide-se em ações. Responsabilidade dos sócios é limitada. Regida pela Lei de Sociedades por Ações (Lei n. 6.404/76). o Sociedade em nome coletivo: todos os sócios (devem ser pessoas naturais) respondem, ilimitadamente, pelas obrigações sociais. Diferencia-se por apresentar o nome dos sócios em sua denominação. Regido pelos artigos. 1.039 a 1.044, CC. o Sociedade em comandita simples: um ou alguns dos sócios têm responsabilidade ilimitada pelas obrigações sociais (comanditados), e os demais têm responsabilidade limitada pelas obrigações sociais (comanditários). Regido pelos artigos 1.045 a 1.051, CC. o Sociedade em comandita por ações: capital é dividido em ações, o acionista diretor responde subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade. Regido pelos artigos 1.090 a 1.092. *Observação terminológica: No Código Civil de 1916, dividia-se as socieddades em civis e comerciais. Já no Código Civil de 2002 todas as sociedades são civis, e foi adotada a nova classificação em sociedade simples e empresarial. Constituição: Contrato social (elementos: art. 997, CC), que cria direitos e deveres entre sócios, e entre estes e a sociedade. As sociedades empresariais/comerciais devem ser inscritas no Registro de Empresas de sua sede para terem personalidade jurídica (art. 985, CC) *Sociedade Unipessoal de Advocacia: figura criada pela Lei 13.247/16, que alterou os arts. 15 a 17 do Estatuto da Advocacia. É empresa individual, composta por pessoa física que não possua impedimentos para o regular exercício da atividade. O titular da sociedade responde ilimitada e subsidiariamente por danos causados no exercício da profissão. Um mesmo advogado não pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais de uma sociedade unipessoal de advocacia nem integrar, simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia. Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI. Conceito: pessoa jurídica de direito privado constituída por um único indivíduo, titular da totalidade do capital social (Art. 980-A, CC). O patrimônio da EIRELI será diferente do patrimônio do seu titular (há autonomia – art. 980-A, §7º, CC) Limitações: Uma pessoa natural só pode constituir uma EIRELI (art. 980-A, §2 º, CC). Direitos patrimoniais do autor: Pode ser atribuída à EIRELI a cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional (ex. Xuxa pode constituir uma EIRELI e atribuir a ela a remuneração decorrente do uso de sua própria imagem). Desconsideração da personalidade jurídica: ocorrerá se demonstrada fraude, hipótese na qual o patrimônio da pessoa titular da EIRELI poderá responder pelas obrigações assumidas pela empresa (art. 980-A, §7º, CC). Sofre críticas por não ser correspondente aos requisitos do art. 50, CC. Entes despersonalizados:espólio, massa falida, condomónio Conceito: grupos sociais que, embora sejam constituídos para consecução de um fim como, não são dotados de personalidade jurídica, mas são titulares de alguns direitos e obrigações. Capacidades titularizadas: (1) processual; (2) Hipóteses:. Costuma ocorrer em caso de universalidade de direito e massas de bens identificáveis: complexo de relações jurídicas de uma pessoa, dotadas de valor econômico (art. 91, CC). É o caso da herança, da massa falida, dos condomínios etc. Exemplos: Condomínio edilício: situação na qual um bem é submetido à propriedade de mais de um indivíduo, e cada condômino tem uma parte ideal do todo. Representado processualmente pelo administrador ou síndico (art. 75, inciso XI, CPC). Espólio: Complexo de direitos e obrigações do falecido, surge quando da abertura da sucessão e extingue-se com a partilha (art. 618 e 655, CC). Representado processualmente pelo inventariante (art. 75, inciso VII, CPC). Herança jacente: Diz-se jacente a herança quando se abre a sucessão, mas o falecido não deixou testamento e não se sabe da existência de herdeiros (art. 1.819, CC). O curador administrará os bens até que ocorra a habilitação dos herdeiros. Representada processualmente pelo curador (art. 75, inciso VI, CPC). Herança vacante:Se, após a declaração de herança jacente e da realização de todos os procedimentos legais, herdeiros não se habilitam ou renunciam à herança, a mesma se torna vacante (art. 1.820 a 1.823, CC). Os bens que compõe a herança erão então ser incoporados ao domínio da União, do Estado ou do Município. É representada processualmente pelo curador (art. 75, inciso VI, CPC). Massa Falida: é o acervo de bens pertencentes ao falido. Surge após sentença declaratória de falência. Exerce os direitos do falido, e pode inclusive agir contra ele. Representada processualmente pelo administrador judicial (art. 75, inciso V, CPC). Sociedade ou Associação de Fato: São entidades existentes na prática, mas que, por não terem registro no órgão competente ou por falta de autorização legal, não têm personalidade jurídica (art. 986, CC). Representada processualmente por “quem couber a administração de seus bens” (art. 75, inciso IX, CPC). Domicílio Conceito: local onde o sujeito responde por suas obrigações. Domicílio da pessoa natural Critérios: Geral (art. 71,CC): o Elemento objetivo: Residência: é estado de fato, onde o sujeito mora com habitualidade. É diferente de morada ou habitaçao (ocupação esporádica de determinado local). o Elemento subjetivo: Ânimus definitivo *Domicílio é situação jurídica, enquanto residência é estado de fato. Ou, no que tange às relações profissionais (art. 72, CC): o Domicilio profissional: centro de atividades relativos à profissão do indivíduo. Ou, em caso de ausência de residência habitual (art. 73, CC): o Domicílio aparente/Domicílio ocasional: se o indivíduo não tiver residência fixa (ex. andarilhos, pessoas em situação de rua), seu domicílio será o local onde se encontrar. Espécies: Domicílio de origem: local onde o sujeito nasceu Voluntário: o Geral/comum: depende da vontade exclusiva do sujeito = há liberdade de escolha o Especial Contrato: sede jurídica ou local especificado no contrato para cumprimento das obrigações nele determinadas. Obriga os herdeiros e sucessores das partes (art. 63, §2º, CPC). Eleição: escolhido pelas partes quando da propositura de ações relativas às obrigações contratuais (art. 63, CPC) Necessário/legal: determinado por lei em razão da condição/situação de determinadas pessoas (não há liberdade de escolha ou a mesma é mitigada). Têm domicílio necessário (art. 76, caput e parágrafo único, CC): o Incapaz: onde estiver domiciliado seu representante ou assistente o Servidor Público: onde exercer permanentemente suas funções o Militar: onde servir, e , no caso da marinha ou aeronáutica, onde estiver a sede de comando à qual se encontra imediatamente subordinado o Marítimo: onde o navio estiver matriculado o Preso: onde cumprir sentença. o Outros, não previstos no art. 76, CC: Cônjuge: domicílio do casal (art. 1.569, CC) Agente diplomático do Brasil servindo em solo estrangeiro: Distrito Federal (Art. 77, CC). Pluralidade domiciliar: é possível ter mais de um domicílio, desde que o sujeito tenha diversas residências e as ocupe alternadamente com elemento subjetivo definitivo. É possível inclusive no caso de domicílio necessário/lega, de forma que, por exmplo, um indivíduo que seja aprovado em concurso público para ser servidor em São Paulo, mas cuja família mantiver domicílio em Belo Horizonte, poderá ter dois domicílios. Alteração do domicílio: Mudança: é possível mudar de domicílio, desde que transfira-se de residência com a intenção manifesta de o mudar (art. 74, CC) = é preciso ânimus definitivo. Prova-se o ânimus com declarações feitas pela pessoa às municipalidades que deixa e para onde vai, ou das circunstâncias da própria mudança (art. 74, parágrafo único, CC). Determinação legal: ver espécies – domícilio necessário/legal. Vontade das partes (contrato ou eleição de foro): ver no tópico espécies de domicílio, voluntário, especial. Domicílio da pessoa jurídica *Obs.: pessoa jurídica não tem residência, só sede. Pessoas jurídicas de Direito Público: local onde a pessoa jurídica poderá ser demandada. É hipótese de domicílio especial, podendo ser selecionado no estatuto ou ato constitutivo. Se não houver determinação, será no local onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações (art. 75, inciso IV, CC). Pluralidade domiciliar: admitida (Art. 75, §§1º e 2º, CC): em caso de diversos estabelecimentos em locais distintos, ou em caso de administração/diretoria tiver sede no estrangeiro, cada um será considerado domicílio para os atos neles praticados. Pessoas Jurídicas de Direito Público: domicílio é sede do governo (Art. 75, CC : União – Distrito Federal, Estados – Capital, Municípios, onde funcione a administração municipal).
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