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Do nome civil

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Ana Luiza Bittencourt 
DIREITO CIVIL I – TEORIA GERAL DO DIREITO PRIVADO I 
Do nome civil 
- Conceito: o nome é um sinal exterior pelo qual se individualiza a pessoa no seio da família e da 
sociedade > para que uma pessoa existia JURIDICAMENTE, é preciso ter um registro civil, com 
nome. 
- O nome é um dos atributos da personalidade e mecanismo de identificação do sujeito, 
juntamente com os outros atributos da personalidade: capacidade, fama, status (individual, 
social, familiar e político) e o domicílio. 
- Para o direito privado: as pessoas naturais e jurídicas têm direito ao nome por terem direito à 
identidade. O direito à identidade pessoal protege aspectos da potência intelectiva (inteligência, 
liberdade, dignidade) ou aspectos da potência sensitiva (autoestima, memória). 
- Para a ordem pública: as pessoas naturais e jurídicas têm a obrigação de ter um nome para 
que possam ser identificados perante a sociedade e o Poder Público. Além do nome funcionar 
como um mecanismo de identificação do sujeito, é por meio dele que o ordenamento jurídico 
tutela a identidade pessoal. 
Obs.: o direito ao nome não tem natureza patrimonial, posto que ninguém pode dispor do 
próprio nome, alienando-o ou abandonando-o à mercê de terceiros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lei 6.015/73 (Lei de Registros Públicos): 
Art. 54. O assento do nascimento deverá conter: 
1°) o dia, mês, ano e lugar do nascimento e a hora certa, sendo possível determiná-la, ou 
aproximada; 
2º) o sexo do registrando; 
3º) o fato de ser gêmeo, quando assim tiver acontecido; 
4º) o nome e o prenome, que forem postos à criança; 
5º) a declaração de que nasceu morta, ou morreu no ato ou logo depois do parto; 
6º) a ordem de filiação de outros irmãos do mesmo prenome que existirem ou tiverem 
existido; 
7º) Os nomes e prenomes, a naturalidade, a profissão dos pais, o lugar e cartório onde se 
casaram, a idade da genitora, do registrando em anos completos, na ocasião do parto, e o 
domicílio ou a residência do casal. 
8º) os nomes e prenomes dos avós paternos e maternos; 
9o) os nomes e prenomes, a profissão e a residência das duas testemunhas do assento, 
quando se tratar de parto ocorrido sem assistência médica em residência ou fora de unidade 
hospitalar ou casa de saúde; 
10) o número de identificação da Declaração de Nascido Vivo, com controle do dígito 
verificador, exceto na hipótese de registro tardio previsto no art. 46 desta Lei; e 
11) a naturalidade do registrando. 
 
 
 
 
Composição do nome 
1. Prenome – nome de batismo; pode ser simples ou composto, escolhido livremente 
pelos pais, desde que não exponha seu titular ao ridículo. 
2. Sobrenome – patronímico; indicativo da origem, família. Pode ser formado pelo nome 
de família do pai ou da mãe ou de ambos. A forma fundamental para adquirir-se o 
patronímico é a filiação. Mas, pode-se adquiri-lo também pela adoção (art. 47, §5°, ECA); 
pelo casamento (art. 1565, §1°, CC); pelo enteado (art. 57, §8°, LRP). 
Ex.: Camila Azevedo Rodrigues > nome (Camila Azevedo Rodrigues); prenome (Camila); 
sobrenome (Azevedo Rodrigues). 
● Elementos secundários 
1. Axiônimo – a lei não se ocupa. Servem para designações de títulos nobiliários ou 
honoríficos (ex. conde, comendador; títulos eclesiásticos (ex. padre, monsenhor, 
cardeal); de identidade oficial (ex. senador, prefeito) e títulos acadêmicos e 
científicos (ex. professor, doutor, mestre). 
2. Agnome – atribuído para diferenciar pessoas, em geral parentes que tenham o 
mesmo nome (Neto, Sobrinho, Filho, Júnior, Segundo). 
● Elementos substitutivos 
1. Nome vocatório – designação pela qual o sujeito é comumente chamado ou 
conhecido. Ex.: Pontes de Miranda (Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda); 
Venosa (Sílvio de Salvo Venosa); Agatha Christie (Dame Agatha Mary Clarissa Miller 
Christie Mallowan); Nelson Rodrigues (Nelson Falcão Rodrigues). 
2. Alcunha, epíteto, apelido – designação que substitui o nome, tirado de 
particularidades físicas da pessoa ou de sua vida. Ex.: Tiradentes (José Joaquim da 
Silva Xavier); o Rei do Baião (Luiz Gonzaga); Pelé (Edson Arantes do Nascimento). 
3. Pseudônimo – substitutivo utilizado para identificar o sujeito em ramo específico 
de suas atividades, escondendo seu verdadeiro nome. Ex.: Julinho da Adelaide 
(Francisco Buarque de Holanda); Susana Flag (Nelson Rodrigues). Nesses casos, a lei 
dá ao pseudônimo utilizado em atividades lícitas a mesma proteção conferida ao 
nome (art. 19, CC). 
Imutabilidade do nome 
- A regra geral é que, feito o registro, não mais poderá haver modificação do nome, porém 
em alguns casos é admitida alteração: Art. 56. O interessado, no primeiro ano após ter 
atingido a maioridade civil, poderá, pessoalmente ou por procurador bastante, alterar o 
nome, desde que não prejudique os apelidos de família, averbando-se a alteração que 
será publicada pela imprensa. 
- Art. 57. A alteração posterior de nome, somente por exceção e motivadamente, após 
audiência do Ministério Público, será permitida por sentença do juiz a que estiver sujeito 
o registro, arquivando-se o mandado e publicando-se a alteração pela imprensa, 
ressalvada a hipótese do art. 110 desta Lei. 
- As alterações podem ser feitas por motivos de: 
1. Homonímia - prejudica a identificação do sujeito podendo trazer-lhe prejuízos 
econômicos e/ou morais; 
2. Exposição ao ridículo, em decorrência de nomes ou de combinações de nomes que 
possam constranger a pessoa. 
3. Acréscimo para melhor identificação da pessoa para fins sociais e políticos. Ex. 
Convivente que acrescenta ao seu o sobrenome do companheiro – art. 57, §2º, LRP; 
político que acrescenta ao seu nome apelido pelo qual é conhecido junto aos seus 
eleitores – ex. Lula, Xuxa - art. 58, caput. 
4. Para proteção de vítima ou testemunha de crime eleitores – ex. Lula, Xuxa - art. 58, 
caput. 
5. Adoção. Em casos excepcionais, pode-se proceder a alteração do prenome – (art. 47, § 
5º, ECA). 
6. Pessoas transexuais – o Provimento 73/2018 do CNJ estabeleceu regras para as pessoas 
trans mudarem nome e gênero em suas certidões de nascimento ou casamento 
diretamente nos cartórios, a fim de adequá-los à identidade autopercebida. Hoje, para 
realizar a retificação de nome seguindo as novas normas que foram impostas pela 
Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça, não é necessário que a pessoa trans 
“prove” ser de fato transexual – basta ser maior de 18 anos e conseguir expressar o 
desejo de forma livre. Para que haja a mudança legal, é necessário separar uma extensa 
lista de documentos e pagar uma taxa. 
7. É possível também a substituição do prenome por apelido público notório (art. 58, da 
Lei 6015/73). Art. 58. O prenome será definitivo, admitindo-se, todavia, a sua 
substituição por apelidos públicos notórios. 
Obs.: registro de nascimento sem registro de sexo > O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) 
aprovou uma norma para permitir que crianças sejam registradas na condição de sexo ignorado. 
A medida vale para casos de nascimentos com a chamada anomalia de diferenciação de sexo, 
uma malformação na genitália, ocasionando dificuldade na diferenciação entre o sexo masculino 
e feminino. As regras estão previstas no Provimento 122/2021 e passaram a valer em 12 de 
setembro. O registro com sexo ignorado deverá ser feito na Declaração de Nascido Vivo (DNV), 
que será emitida pelo sistema de saúde após o nascimento. Segundo o CNJ, a família poderá 
optar por um nome neutro para a criança. Posteriormente, alterações de nomes e designação 
de sexo poderão ser feitas pelos pais. Antes do provimento do conselho, os cartórios de registro 
civil não poderiam emitir certidões de nascimento sem a definição de sexo. Nesses casos, era 
necessário entrar com uma ação judicial. Dessa forma, até a resolução do processo, a criança 
ficava sem documentação, impedindo acesso a vários serviços públicos e privados, comomatrícula em escolas e plano de saúde. 
 
Proteção do nome - art. 17 e art. 18 / CC 
- O nome é protegido referente à: atos lesivos cometidos pela imprensa; publicidade 
indevida; publicidade indevida de nome de menor; uso indevido no nome de pessoa 
falecida; cadastros de proteção ao crédito; dados constantes de processo judicial que 
tramita em segredo de justiça. 
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do 
interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário 
a esta norma.

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