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Resenha crítica de A Evolução Cultural do Homem
de CHILDE, Gordon,
Por Aloha Xavier. (Disponível em: https://www.academia.edu/6789561/Resenha_de_A_Evolu%C3%A7%C3%A3o_Cultural_do_Homem_V_Gordon_Childe?auto=download)
“A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”
Fernando Birri
Gordon Childe morreu na Austrália, em outubro de 1957, aos 65 anos. Estava recém aposentado da cátedra de Arqueologia Europeia na Universidade de Londres. Era o mais culto especialista em neolítico vivo. Escreveu certa de 20 livros sobre pré-histórica. 
Durante o livro, logo em sua introdução podemos perceber grandes variações sobre o que seria a cultura de uma determinada região e suas diversas variações e absorções de outros povos, temos assim um determinado povo e seus muitos caminhos que variam de acordo com cada descoberta arqueológica feita. 
 “Para os arqueólogos, a descoberta mais desconcertantes foi a de que nem todos os agricultores (no período neolítico) eram ceramistas”.
“Por ironia diziam que os historiadores da pré-história tinham a missão de criar a pré-história a partir de ossos e potes quebrados. “Fazer com que os cacos falassem e os ossos vivessem” (p. 11)
O livro representa a visão que Childe tinha dessas “três idades”, visão essa que foi criada por Thomas Worsaae, foi ele quem definiu a chamada “Revolução Neolítica e Urbana (ou Segunda Revolução) termos que passaram à linguagem comum dos arqueólogos e historiadores. Ninguém ao estudar a história remota do homem pode deixar de conhecer essa primeira exposição da síntese da pré- história, feita por Childe” (p.12)
Na França e na Inglaterra a arqueologia pré-histórica desenvolveu- se em torno do estudo sobre o Período Paleolítico e foi influenciada pela antropologia evolucionista e pelas ciências naturais.
Parece que Childe quis dizer que a Revolução Neolítica ocorreu apenas uma vez e no mais antigo Oriente Próximo, hoje já se levanta a hipótese de que a cultura neolítica teve origem independente em vários lugares, tanto a vida urbana, quanto a agricultura pode ter surgido em várias partes do antigo mundo ao mesmo tempo. “Numa palavra, hoje parece possível ter havido várias revoluções neolíticas e urbanas” (p. 13)
Podemos pensar da seguinte forma a evolução do homem, se fez gradual e lenta, temos três idades antigas marcadas por fases de evolução, fases essas que acredito que posteriormente se fizeram claramente objetivas em demonstrar que um povo isolado também é capaz de criar, não de absorver, porém sua criatividade existe.
A ideia de revolução é moderna. Nenhum homem primata pensou o neolítico como fase revolucionária. O século XIX foi o século do progresso. O progresso impregnou a ciência e os cientistas. Tema esse desconhecido pelos medievais ou antigos. Depois das duas guerras mundiais, o pessimismo é quem está na ordem do dia. O saudosismo é uma consequência inevitável.
“Um dos objetivos deste livro é mostrar que, de um ponto de vista científico, impessoal, a História pode justificar ainda a fé e o progresso, tanto na época de depressão como no auge da prosperidade do século passado” (p. 20)
A Inglaterra representava o progresso mundial, hoje querem transformar a pré-história em uma introdução do mundo civilizado. 
	O progresso antigo visto pelos modernos é desconcertante, os mais ilustres intelectuais gregos surgiram em momentos em que a história nomeou como trevas da história grega clássica. Nessa fase o que havia declinado foi o poder político de Atenas. A contribuição dos atenienses para o helenismo estava em fase crescente. Fala-se em ascensão e queda no mundo antigo do ponto de vista da história política. Isso é apenas uma visão. O que a história diz sobre a Ascensão de Roma é do ponto de vista da moral, um declínio total.
Se formos analisar de uma forma mais crítica nosso estado atual e o que se diz como o início da civilização, veremos que evoluímos dentro de nossos padrões de possibilidades, isto é, evoluímos de acordo com nossas necessidades de criatividades, aprendemos a sobreviver de modo prático e assim criamos atenções para as nossas necessidades, hoje, criamos necessidades para as nossas atenções. Temos projetos e vida diferentes e assim criamos outras necessidades, contudo, na pré-história tínhamos necessidades diferentes das de hoje, e isso talvez não nos faça mais evoluídos e sim mais necessitados e mais fracos tendo em vista nossos costumes e políticas atuais.
“A história antiga e a história britânica tendem a ser representadas exclusivamente como história política”. (P.23) 
As descobertas científicas e o progresso pareciam estar situados em um determinado período e noutros não. A pré-história foi renegada, pois era impossível ao historiador resgatar dela os nomes “importantes” da política. 
	A história não pode estar refém do olhar político ou econômico. Marx retirou o olhar da política e colocou no econômico como fator de transformação social. Hoje a história tende a tornar-se a história cultural. Nenhum documento histórico sobreviveu, mas se encontra instrumentos e ferramentas de trabalho característicos do sistema econômico que imperava nos grupos pré-históricos. Assim poderia ser analisado o momento em que o homem passou a necessitar da criação/evolução de acordo com a sua realidade econômica e também cultural.
“As divisões arqueológicas do período pré-histórico, nas idades da Pedra, do Bronze e do Ferro, ao são total mente arbitrárias. Baseiam-se nos materiais usados para os instrumentos de corte, especialmente machados, e tais instrumentos estão entre as mais importantes ferramentas de produção” (p. 25)
O machado de pedra, ferramenta característica de pelo menos parte da Idade da Pedra, é um produto doméstico que podia ser feito e usado por qualquer pessoa, num grupo autônomo de caçadores ou camponeses. Não exige especialização do trabalho nem um comércio fora do grupo. O machado de bronze, que o substitui, não só e uma ferramenta superior como também pressupõe uma estrutura econômica e social mais complexa.
	As modificações em que os arqueólogos insistem em ter ocorrido, correspondem às mudanças das forças produtivas. Dessa forma, a história muda de fase, conforme os instrumentos de produção. Visão economicista.
“A pré-história não só faz recuar a história escrita como também faz avançar a história natural, a pré-história constitui uma ponte entre a história humana e as ciências naturais da zoologia, paleontologia e geologia”
“O progresso do historiador pode ser equivalente à evolução do zoologista... a sobrevivência do mais capaz é um bom princípio evolucionário” (p. 26)
Sendo assim, se nossa evolução estará liga a nossos sistemas e também em nossas dificuldades de necessidades, os sobreviventes não foram tantos por causa de serem mais fortes, talvez seja pela capacidade de se fecundarem mais ou de melhor organizarem suas estruturas.
O principal objetivo deste livro é examinar a pré-história e a história antiga sob este ângulo. Esperamos que um exame das revoluções, tão remotas que é impossível nos irritarmos ou entusiasmarmos com elas, possa ajudar a defender a ideia de progresso, contra os sentimentalistas e os místicos” (p. 31)
“Já se afirmou ser a pré-história uma continuação da história natural, havendo uma analogia entre a evolução orgânica e o progresso na cultura...A história humana mostra o homem criando novas indústrias e novas economias que estimularam o aumento de sua espécie e com isso provaram sua maior capacidade” (p. 32)
É uma relação entre o legado social e a hereditariedade biológica.
Partindo agora pela tradução como foco central da evolução do ser humano, em suas estruturas e formas de vivência, destacamos a importância da língua, sendo ela um produto social, assim o ser humano desde o nascimento é modificado por uma sociedade anteriormente estruturada sendo adaptado ao que seria a sua melhorforma de sobrevivência no mundo, e na sociedade em que ele vive, sendo assim, após o nascimento e principalmente após o primeiro contato com outros seres humanos, preceitos e são adquiridos e o ser humano começa a se tornar social. Não só os objetos resgatados mas também o cotidiano influencia na construção da sociedade. 
Se olhadas em sua totalidade, “revelam não só o nível de habilidade técnica e de ciência alcançado, mas também a forma pela qual seus autores ganhavam o sustento, sua economia. E é esta economia que determina a multiplicação de nossa espécie e, assim, seu êxito biológico. Estudadas deste ângulo, as velhas divisões arqueológicas adquirem nova significação. As idades arqueológicas correspondem aproximadamente aos estágios econômicos. Cada idade nova é iniciada por uma revolução econômica do mesmo tipo e dos mesmos efeitos da Revolução Industrial do século XVIII” (p.49)
Temos então os períodos:
Paleolítico: os homens dependiam da caça, pesca e coleta de grãos, raízes, animais lentos e mariscos.
Neolítico: cultiva plantas e cria animais. Em consequência da revolução neolítica a população aumentou extraordinariamente. 
Idade de Bronze: caracterizada pelas cidades populosas e comércio.
O período a as condições de vida juntamente com a necessidade influenciaram o homem em relação ao uso da natureza a seu favor pra que dessa forma pudesse aproveita-la as melhor maneira em que se tivesse em troca o desenvolvimento social, de instituições políticas e demais formas de organização. Essa dificuldade do desenvolvimento humano perdura durante anos e ainda dirá até hoje.
Se pensarmos nos anos em que V. Gordon Childe escreveu A História da Evolução do homem veremos que no sentido econômico temos resquícios das trocas e valores que duram até hoje.
“É tão importante compreender o caráter arqueológico das épocas quanto perceber as grandes extensões de tempo que elas podem indicar em certas áreas” (p.58)
Ainda se acredita em que costumes de tribos sejam primitivos e que precisam ser desenvolvidos, ignorando que dentro de cada contexto de sociedade humana se evoluí de diferentes formas e momentos. 
“A suposição de que qualquer tribo selvagem de hoje é primitiva, no sentido de que sua cultura reflete fielmente a cultura de homens muito mais antigos, é gratuita” (p. 60)
Temos períodos em que o homem se adaptou a natureza e que adaptou a natureza a si e isso varia de sociedade e de formas de utilização geográficas em determinadas civilizações. Assim como o uso das ferramentas e suas evoluções ao longo dessas idades. 
Temos indício de aparecimento do homem sobre a terra assim que os seus instrumentos são identificados e são também identificados o uso deles, sua finalidade, para que foram criados e depois modificados, melhorados, evoluídos e assim os instrumentos tornam-se componentes auxiliadores nas suas deficiências. Somente depois que manufatura foi estabelecida o homem pode dar início a uma criação de ferramentas específicas e começar suas técnicas. Isso engloba também o controle do fogo e de outros fenômenos da natureza o que foi um grande marco na evolução do homem, aprender a utilizar a natureza é até hoje um dos grandes auxiliadores e também desafios da humanidade.
Temos por exemplo básico as nossas estruturas ambientais modernas e nosso modo conjunto de habitações nas cidades grandes, parasitamos a natureza nos usando de recursos naturais esgotáveis, assim diminuindo pouco a pouco nossas chances de estabilização no solo, reduzindo nossa capacidade produtiva e esterilizando nossa terra, ainda temos dificuldades em mantermos nossa produção num meio sustentável de produção que não exija a diminuição de uso do que já foi inventado e é hoje utilizado como conforto nas grandes cidades.
“Ao dominar o fogo, o homem estava controlando uma poderosa força física e uma notável transformação química. Pela primeira vez na história, uma criatura da natureza dirigia uma das grandes forças naturais... ao alimentar ou apagar o fogo, ao transportá-lo e usá-lo, o homem afastou-se revolucionariamente do comportamento dos outros animais. Afirmou sua humanidade e se fez homem... Talvez a variedade de métodos usados para obter o fogo indique que a técnica humana, quando nossa espécie já se havia dispersado em grupos isolados... tornou-se, conscientemente, um criador” (p. 63)
No período paleolítico o homem começou a dar inícios aos conhecimentos zoológicos, durante a velha idade da pedra a coleta e caça já eram primordiais para a garantia da subsistência. A primeira revolução deu margens pro homem começar o cultivo e abastecimento as sua própria alimentação, dessa forma o homem começou a plantar, cultivar e armazenar alimentos, sendo esses ervas, raízes comestíveis e etc, e também deu início a domesticação de certos animais, dando início a uma nova face de sociedade e evolução humana. Alguns acreditam que uma fase pastoril foi anterior ao cultivo da terra.
Porém, logo depois teve início a exaustão do solo, derivada da forma primitiva de cultivo, nesse caso o homem começou a utilizar os grãos do trigo e da cevada como alimento armazenado bem antes de dar início ao cultivo, logo depois foi criada a irrigação natural do solo. Podemos assim observar mais uma vez que a necessidade e a dificuldade leva o ser humano a modificação, mesmo assim quando nos utilizarmos do termo evolução ainda são bastante confuso, pois o ser humano quando modifica para a resolução da necessidade criada ele altera a forma normal de desenvolvimento da natureza em que ele habita e isso pode gerar o desequilíbrio quando mal utilizado.
Posteriormente com a criação de animais domésticos o homem se fixa em aldeias camponesas e se tem início a um outro tipo de economia, que gera a segunda revolução econômica da história do homem, isso gera o controle do abastecimento de alimento e o cultivo fixo e constante da terra, porém a produção de alimentos não ceifa o sistema de coleta.
Gradativamente a agricultura foi se estabilizando e se firmou como “indústria independente e predominante” ( V. Gordon Childe. p. 90), e a caça se faz como uma espécie de esporte ritual e assim a caça e também a pesca se transforma numa indústria praticada por grupos dentro das comunidades. Dessa forma o período neolítico é visto como uma malha de interligações de contatos que se repetem entre uma aldeia e outra frequentes e irregulares o que de origem a um processo contínuo de trocas e ligações que não se pode isolar no tempo, porém, não dá para provar que o neolítico se desenvolveu simultaneamente em várias regiões.
Vários grupos diferentes em suas realidades geográficas adotaram ao mesmo tempo a mesma estética de cultivo para a subsistência, mesmo vivendo em condições climáticas e econômicas diferentes. Nesse caso novas ferramentas de cultivos foram criadas e cada uma corresponde à realidade de cada comunidade, embora sirvam para um mesmo fim, o do de auxílio as deficiências físicas do ser humano.
Com isso temos também os indícios de conserva ligados a fabricação de potes de cerâmica no período neolítico, lembrando que nem todos os povos possuíam cerâmica. A atividade é a mais antiga utilização consciente feia pelo homem de uma transformação química.
“A essência da arte do ceramista é poder modelar um pedaço de argila segundo sua vontade, e dar-lhe então permanência, cozendo-o” (p. 97.)
Nesse mesmo plano temos também outras criações da raça humana como o tear, que foi de grande importância econômica para vários povos. Naquela época –e até hoje- não existia especificação de trabalho para essas técnicas econômicas de auxílio de subsistência, tanto o homem quando a mulher aparentemente faziam a mesma coisa. Todas as atividades só foram possíveis graças “à acumulação da experiência e à aplicação de deduções nela baseadas” (p. 103) 
Nesse cenário de estabilização do cultivo de alimento, coleta e criação de animais, fica claro também o surgimento bem aguçado de rituais e do sagrado, a vida política e religiosa que parecia ter mantido estagnada começa a dar uma nova face e ritos mágicose de fertilidade começam a ser praticados com mais frequência, a segunda revolução criou um vasto sistema de crenças.
Os cultos da fertilidade, os ritos mágicos para ajudar ou obrigar as forças da reprodução, podem-se ter tornado mais destacados do que nunca nesse período, mas na religião não sabemos até que ponto já havia concebido qualquer ideia de divindade. O período neolítico é surpreendente por que é quando nos desprendemos de maneira considerável de alguns instintos para par lugar a racionalidade. Quando começamos pensar além das necessidades imediatas.
Em menos de dois mil anos nos transformamos em cidades industriais e comerciais tão rapidamente que a necessidade de adaptação religiosa precisou se fazer igual. A revolução neolítica não foi uma catástrofe mas um processo (p.106). Instituições firmes e arraigadas são inimigas do progresso, elas necessitaram de divisão em períodos para uma dar lugar a outra e depois essa outra ser alcançada.
Uma outra observação foi o culto aos mortos e o surgimento ambíguo dos líderes espirituais, não há provas definidas da existência de chefias, nos primeios cemitérios e aldeias neolíticas. (p.107) O cuidado dos mortos, remontando à Velha idade da pedra, pode ter adquirido maior significação na Nova.
Essa revolução exemplificada acima foi um o auge de um processo imenso que deve ser demonstrada como um acontecimento súbito pois a arqueologia só conheceu os resultados desse processo, o que transformou pequenas aldeia em cidades populosas e comerciais, organizada quase que como Estados.
Assim, o homem se equipou com processos de contagem, calendários e escritas, “o tempo restante e a vida sedentária deu oportunidade ao aperfeiçoamento das instalações residenciais e abriu caminho para a arquitetura” (p. 117) 
Nesse caso temos a partir daí as mais diversas formas de adaptação e criação do homem, como a roda, o cultivo lucrativo dentre outras práticas de aldeamentos, além da cerâmica, do uso de metal fundido e da comunicação. A segunda revolução exigiu a acumulação de capital na forma de alimentos, tal concentração foi possível graças a conquistas e a conquista militar foi um dos meios de garantir a acumulação de riquezas, a guerra mais do que outra coisa estimulou a demanda por metais. A guerra mostrou que os homens podiam ser domesticados. Assim surge o escravismo. A escravidão foi um instrumento poderoso para a acumulação de capital, ela mostrou que o aumento da riqueza pode ser insuperável em comparação ao trabalho lento e manufaturado anterior, assim surgem os escravos por dívidas, os exilados de outras comunidades. 
“A guerra e a fome eram, igualmente, agentes potenciais para o recrutamento da força de trabalho à disposição das cidades, depois da segunda revolução” (p. 137)
Mesmo nesse contexto os rituais religiosos não foram esquecidos, os rituais continuaram sendo os responsáveis por afastar da comunidade as forças nocivas e prejudiciais. Olhando para os cemitérios locais nas aldeias, vemos o aumento da riqueza e da hierarquia e também o aumento populacional de um local. E sendo assim uma estrutura totalmente nova foi criada. Concretamente os resultados da segunda revolução no Egito, Mesopotâmia e Índia foram espantosamente diferentes. Os produtores apresentam formas diversas, apesar do mesmo material empregado. 
A violência e a forma de controle do imperialismo, sempre foram marcos poderosos da construção desses novos sistemas. Ainda assim, segundo V. Gordon Childe, muitas comunidades eram bastante atrasadas para apreciar as vantagens da nova economia e de seus produtos. (p.170)
No mais, muitos povos tiveram que adotar obrigatoriamente esse novo sistema de adaptação ao capital. Assim como nos dias de hoje ainda nos adaptamos a cada dia mais a uma nova atualização política que sempre está ligada ao poder do capital.
Nesse livro V. Gordon Childe abre diversas opiniões sobre como os métodos de evolução culturais do homem e como suas aptidões e dificuldades naturais influenciaram seu processo evolutivo. Criando-se os sistemas econômicos e suas leis que perduram até hoje. Temos esses sistemas bem estabilizados, mas todavia, não conseguimos mantê-lo em equilíbrio e ao mesmo tempo se desenvolvendo atualmente. Essa revolução só foi possível porque povos como os egípcios dispunham de um grande conjunto de ciência aplicada e ativa, o que temos hoje são consequências de projetos do passado e que foram modificados para adicionar conhecimento, lembrando que uma sociedade sem contato com outra também tem poder criativo e adaptações também podem ser vistas como criações pois essas contribuem e se desenvolvem.
 “A revolução inaugurou um novo método de transmitir experiência, novas formas de organizar o conhecimento e ciência mais exata... As necessidades práticas da nova economia tinham, na realidade, provocado as inovações” (p. 176)
Uma sociedade estará sempre evoluindo dentro de seus limites e suas dificuldades, o ser humano é apto para a criação e ele é a prova perfeita de que tudo que se cria de certa forma evoluí. Porém partindo de um pensamento básico evolucionista de que o mais evoluído conseguiria compreender e analisar a sua produção cultural, ambiental e linguística como artística, sustentável e complexa, podemos nos dar conta de que não atendemos as nossas próprias exigências e caímos por vezes na malha fina do nosso próprio julgamento perante a outras culturas e formas de sociedade. Podemos então nos perguntar como ainda não conseguimos uma forma saudável de produzir sem degradar o meio ambiente, e se a evolução máxima seria a busca de um outro meio de vida artificial com tecnologia avançada e produzida pra criar oxigênio e vida em tubos e até quando e a que custo isso seria produzido, rentável e possível na sociedade e na economia moderna atual, sem que isso nos prejudicasse.

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