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UNIMAIS – FACULDADE EDUCAMAIS PEDRO LUIZ PEREIRA A IMPORTÂNCIA DO USO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO PEDRO LUIZ PEREIRA CACHOEIRA DOURADA - MG 2020 UNIMAIS – FACILDADE EDUCAMAIS PEDRO LUIZ PEREIRA A IMPORTÂNCIA DO USO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO PEDRO LUIZ PEREIRA Artigo Científico Apresentado à Faculdade Educamais – UNIMAIS, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho. CACHOEIRA DOURADA - MG 2020 A IMPORTÂNCIA DO USO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO Pedro Luiz Pereira RESUMO O intuito desse estudo é enfatizar a importância que se tem da utilização dos equipamentos de proteção individual e coletiva. Acredita-se que esse assunto deve ser abordado com bastante seriedade pois o uso adequado dos equipamentos evita grandes transtornos tanto para o trabalhador, quanto para a empresa, garantindo com que as atividades sejam desenvolvidas com maior segurança. Este artigo tem como objetivo fundamental conscientizar os trabalhadores quanto a necessidade de utilizar os equipamentos de proteção, garantindo assim a saúde física e psicológica do trabalhador e evitando danos em casos de acidentes no trabalho. Neste contexto, atualmente em nosso país o órgão responsável por apresentar as estatísticas em relação aos acidentes de trabalho é a Organização do Trabalho – OIT, a qual estimou que 2,34 milhões de pessoas morrem por ano em acidentes de trabalho, indicando que cerca de 2 milhões dessas mortes são causadas por doenças relacionadas ao trabalho. Conclui-se que este trabalho orientar-se-á no sentido de reduzir os acidentes de trabalho através do uso adequado dos equipamentos de proteção individual e coletiva, garantindo que o profissional não será exposto a doenças ocupacionais. Palavras-chave: Equipamentos de Proteção. Segurança. Acidentes. Conscientização. Introdução O presente trabalho tem como tema a importância do uso dos equipamentos de proteção individual e coletiva em frente às atividades desenvolvidas no ambiente de trabalho, expondo aos trabalhadores a necessidade da utilização para que ocorre a redução dos acidentes e mantenha a integridade física dos trabalhadores. Nesta perspectiva, construiu-se questões que nortearam este trabalho: • O conhecimento do trabalhador com relação ao uso correto dos equipamentos de proteção pode ajudar na redução dos acidentes? • Planejamento de campanhas e treinamentos de segurança sendo realizados com frequência, possuem um impacto positivo? Quando se fala em equipamentos de proteção é do conhecimento de todos que o uso é obrigatório e de extrema responsabilidade da empresa o fornecimento dos EPI's em perfeito estado de conservação, funcionamento e adequado ao risco de cada atividade. Daí a importância de se investir cada vez mais em segurança, pois a conscientização e o treinamento são fatores importantíssimos aos quais capacitam os trabalhadores para o desempenho de suas funções no que diz respeito aos riscos de cada processo. Vários autores conceituam a segurança do trabalho como sendo a ciência que tem por objetivo proteger o empregado em seu ambiente de trabalho buscando minimizar acidentes. Afirmam ainda, que o acidente é causado pelo ato inseguro ou então pelas condições inseguras. Conforme Chiavenato, Segurança do trabalho é o conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas utilizadas para prevenir acidentes seja eliminando condições inseguras do ambiente, seja instruindo ou convencendo as pessoas da utilização de práticas preventivas. (CHIAVENATO, 2004, p.352) Neste contexto, o objetivo primordial deste estudo é, pois, enfatizar a importância dos equipamentos de proteção, fazendo com que os empregados se conscientizem do quão essencial e indispensável é a sua utilização. Para alcançar os objetivos propostos, utilizou-se como recurso metodológico, a pesquisa bibliográfica, realizada a partir da análise de materiais já publicados na literatura e artigos científicos divulgados no meio eletrônico. O texto final foi fundamentado nas ideias e concepções de autores como: Lida (2002), Chiavenato (2004). Desenvolvimento Os equipamentos de proteção têm como objetivo proteger os trabalhadores e garantir a segurança para que os mesmos não venham adquirir nenhuma doença ocupacional e nem acidentes. Primeiramente, vale ressaltar que a lei nº 6.514 de 22 de dezembro de 1977, estabeleceu a redação dos art. 154 a 201 da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT, relativas à segurança e medicina do trabalho. Daí, surgiram as normas regulamentadoras também conhecidas como NR'S, as quais tratam de procedimentos e técnicas relativos a segurança do trabalho. Atualmente, existem 37 Normas Regulamentadoras devidamente aprovadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O uso dos equipamentos de proteção é determinado pela norma técnica denominada NR 06, que estabelece que os EPI devem ser fornecidos de forma gratuita ao trabalhador para o desenvolvimento de suas funções dentro da empresa. Os tipos de EPI variam de acordo com a atividade que o colaborador exerce e o risco ao qual estão submetidos. As empresas e os funcionários responsáveis pela área de segurança do trabalho devem ter o conhecimento de que os equipamentos de proteção individual sendo nacional ou importado só podem ser utilizados com a identificação do Certificado de Aprovação – CA, o qual garante que o equipamento foi submetido a testes de garantia e qualidade. De acordo com o subitem 6.6.1 da norma regulamentadora n° 06, cabe ao empregador quanto ao EPI: 1. “adquirir o adequado ao risco de cada atividade; 2. exigir seu uso; 3. fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; 4. orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação; 5. substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; 6. responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; 7. comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada; 8. registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico.” De acordo com o subitem 6.7.1 da norma regulamentadora nº 06, cabe ao empregado quanto ao EPI: 1. “usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina; 2. responsabilizar-se pela guarda e conservação; 3. comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso 4. cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado” As empresas assumem uma enorme obrigação no dever de cumprir as normas regulamentadoras que regem a higiene e segurança no trabalho, e cabe aos trabalhadores o papel de cumpri-las sem que haja nenhuma não conformidade. É necessário um comprometimento de todos os colaboradores da organização e engajamento da alta liderança, para que as normas sejam seguidas e aplicadas. É fundamental conhecer todos os riscos que determinado local de trabalho pode oferecer, pois assim a empresa oferece os equipamentos de proteção adequados para proteger o trabalhador dentro daquele ambiente e durante a execução de um trabalho específico. Mesmo que os locais de trabalho sejam considerados seguros, os riscos de acidentes ainda podem estar presentes de diversas formas. Contudo, nem todos os funcionários de uma empresa precisamutilizar o EPI, pois nem todos os cargos oferecem riscos diretos aos trabalhadores. Por isso, os EPI's são necessários para todas as atividades que podem acarretar riscos diretos de acidentes e saúde do trabalhador. Para que a empresa tenha conhecimento de quais serão os equipamentos de proteção que devem disponibilizar aos funcionários é preciso elaborar um estudo dos riscos ocupacionais, pois com esse estudo facilita descobrir quais são os riscos no ambiente de trabalho. Levando em consideração os diversos riscos aos quais os trabalhadores estão sendo submetidos, há também diversos EPI's para a proteção de partes específicas: Proteção da cabeça – capacete para proteção contra impactos de objetos, capuz para proteção do crânio e pescoço contra riscos de origem térmica, agentes químicos, umidade de proveniente de operações com uso de água; Proteção dos olhos e da face – óculos para proteção dos olhos contra impactos de partículas volantes, contra luminosidade intensa, radiação ultravioleta e infravermelha, máscara de solda; Proteção auditiva – protetor auditivo tipo concha ou de inserção (plug) para proteção do sistema auditivo contra ruídos acima do permitido; Proteção respiratória – respirador purificador de ar (descartável), respirador purificador de ar (com filtro), respirador de adução de ar (máscara autônoma) para proteção das vias respiratórias; Proteção dos membros superiores – luvas para proteção das mãos contra agentes térmicos, abrasivos e cortantes, creme de segurança para proteger os membros contra agentes químicos, manga para proteção do braço e antebraço, dedeira para proteger os dedos; Proteção dos membros inferiores – bota de couro (cano médio) para proteção dos pés e pernas contra torções, escoriações, derrapagem e umidade, bota de couro (cano longo) para proteção contra animais peçonhentos, bota de borracha (cano longo) para proteção da ação de agentes químicos, perneira de segurança para proteger as pernas contra objeto perfurocortante; Proteção do corpo inteiro – macacão para proteção do tronco e membros superiores contra agentes térmicos e químicos, vestimenta de corpo inteiro para proteção de todo o corpo; Proteção contra quedas com diferença de nível – cinturão de segurança com dispositivo trava-queda para proteção contra quedas em operações, cinturão com talabarte para proteção do usuário contra riscos de quedas em trabalhos em altura. Os equipamentos de segurança devem ser armazenados de forma correta quando não estiverem sendo utilizados. Eles precisam ser mantidos limpos e em boas condições e devidamente identificados com o nome do colaborador para que o mesmo cuide e zele da segurança do seu equipamento. É muito importante que um gestor esteja sempre atento e verifique se os EPI's estão sendo utilizados e guardados de maneira correta, para que os resultados sejam eficientes e satisfatórios. É necessário que toda empresa forneça um treinamento aos funcionários quanto ao manuseio dos EPI's. O trabalho de conscientização e prevenção evita acidentes e melhora a saúde e produtividade de todos os trabalhadores. Também temos os famosos equipamentos de proteção coletiva também denominados de EPC's. Esses dizem respeito ao coletivo, devendo proteger todos os trabalhadores expostos a determinado risco. O equipamento de proteção coletiva protege todos os trabalhadores ao mesmo tempo, pois todos usam ou são beneficiados. Segue abaixo alguns exemplos bastante conhecidos em nosso dia a dia: • Placas sinalizadoras; • Sensores de máquinas; • Corrimão; • Fitas antiderrapantes de degrau na escada; • Piso antiderrapante; • Sirene de alarme de incêndio; • Cabines para pintura; • Chuveiro e lava olhos de emergência; • Cones de sinalização; • Faixa refletiva; • Fita adesiva demarcatória; • Bandeirola; • Grade dobrável; • Cavaletes. Dependendo da atividade mesmo que os trabalhadores estejam utilizando capacete e botas, por exemplo, é necessário utilizar cones, correntes e alertas para indicar os riscos e consequentemente evitar os acidentes. Somente assim é possível preservar a saúde e segurança dos colaboradores de forma ampla, visto que apenas a utilização de um ou outro não adianta. Itiro Lida (2002), assim conceitua: [...] A redução de acidentes em níveis mais significativos só será conseguida adotando-se um programa de segurança do trabalho, com atuação a longo prazo. Este inclui a fixação clara de objetos e metas a serem alcançadas, definição de uma estrutura e uma organização administrativa e de trabalhadores, e investigação dos acidentes com elaboração de registros, relatórios e análises estatísticas. Itiro Lida (2002) destaca que “o acompanhamento da segurança pode ser feito por meio de inspeções periódicas aos principais postos de trabalho, sendo disponíveis questionários ou check lists para fazer essas verificações”. Diante do exposto é de extrema importância conhecer as causas raízes que acarretam os diferentes tipos de acidentes, entre elas podemos destacar: estresse mental, negligência, imprudência, imperícia, falta de atenção, fadiga, esforço físico excessivo, gambiarra, condições inseguras e atos inseguros. As condições inseguras são fontes de perigo ou risco no ambiente de trabalho que não depende da vontade do funcionário para que ocorra. Exemplos: máquinas sem proteção, ferramentas defeituosas, ventilação inadequada, piso danificado e etc. Ato inseguro é a ação praticada pelo homem, em geral consciente do que está fazendo, que está contra as normas de segurança. Exemplos: subir em telhado sem cinto de segurança contra quedas, ligar tomadas de aparelhos elétricos com as mãos molhadas e dirigir a altas velocidades. Eliminando-se as condições inseguras e os atos inseguros é possível reduzir os acidentes e as doenças ocupacionais. Esse é um dos papeis da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), a qual controla a prevenção de acidentes e doenças do trabalho, de modo a tornar compatível o trabalho com a preservação da vida e a saúde do trabalhador. Conclusão Independentemente do porte da organização, o assunto utilização de equipamentos de proteção individual é destaque no setor de segurança do trabalho, e vem sendo muito discutido atualmente. O uso dos EPI's é uma forma preventiva fundamental, sendo indispensável para a segurança do trabalhador, pois visa proteger e reduzir os riscos existentes no ambiente de trabalho. Todo e qualquer tipo de equipamento de proteção tem sua função específica visando exclusivamente proteger o colaborador e evitar com que ele venha adquirir uma doença ocupacional devido ao trabalho exercido. Diante do exposto pode-se afirmar que a obrigatoriedade de usar o EPI gerou inicialmente desconfortos por parte dos trabalhadores, pelo fato de ocasionar algum incômodo para quem não está habituado a utilizá-lo. Mas é importante salientar que para a empresa e trabalhadores foi muito importante investir e insistir nessa política de segurança, pois colabora bastante na qualidade de vida das pessoas. REFERÊNCIAS BRASIL, Ministério do Trabalho. Manual de legislação, segurança e medicina do trabalho. 27. ed. São Paulo: Atlas, 1994. PORTAL AREASEG. Introdução à segurança do trabalho em perguntas e respostas. Disponível em: Acesso em: 04 de Junho de 2020. IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. 8. ed. São Paulo: Edgard Blücher Ltda, 2002. Ministério da Economia: Cipa é instrumento essencial para a redução de acidentes de trabalho. <https://www.gov.br/economia/ptbr/assuntos/noticias/2019/04/cipa- instrumento-essencial-para-a-reducao-de-acidentes-de-trabalho> : Acesso em 04 de junho de 2020.
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