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PROVAS DE FUNÇÃO RENAL E MARCADORES DE SAÚDE ÓSSEA ELETRÓLITOS Uréia - Classicamente considerada como principal produto final do metabolismo das proteínas; Formada à partir do grupamento amino dos aminoácidos no fígado, proveniente do ciclo da ornitina de sua descarboxilação; Níveis séricos variam de acordo com a alimentação (dietas hiper ou hipoproteicas); Variação da uréia ao volume urinário e ingestão hídrica. ATENÇÃO !!!! A uréia é reabsorvida nos túbulos proximais (varia com a ingestão e catabolismo proteicos, além da observação da ocorrência de sangramentos digestivos); Indivíduos hipohidratados e com dieta normoproteica níveis urêmicos limítrofes ou superior à margem; A variação da uremia pode ser decorrente ao mal funcionamento renal e/ou hepáticos, devendo ser à outras análises complementares; Referência : 20 – 40 mg/100ml Creatinina Substância endógena proveniente do metabolismo celular; Ótimo marcador de função renal; Não sofre influência da alimentação; Após a quebra da fosfocreatina, a creatina é liberada para o sangue na forma íntegra ou desidratada como creatinina (catabólito preponderante de sua excreção urinária). Sua excreção urinária relaciona-se fundamentalmente à massa muscular; Devendo-se analisá-la às enzimas musculares (TGO ou AST; LDH – hormônio lactodesidrogenase; Creatinoquinase – CK e Creatinoquinase Tipo MB - CKMB); É necessário distinguir-se o sérico de creatinina lesão muscular ou outros motivos (Insuficiência Renal); Utilizar níveis de creatinina aos de uréia e ácido úrico (função renal), com as [ ] de enzimas hepáticas (degeneração muscular); Sofrimento muscular (excesso ou longo períodos) Degeneração muscular; Referência : 0,6 – 2 mg/100 ml IDOSOS < massa muscular < elevação de creatinina apesar de importante deterioração de função renal Ácido Úrico Originado do catabolismo das nucleoproteínas em nucleosídeos; Catabolismo nucleoproteico do ácido úrico; Acidose JJ prolongado (lipólise); [ ] ácido úrico análise de uréia e creatinina Panorama de estados de má-hidratação, lesão muscular e/ou doenças renais. Ácido Úrico [ ] ácido úrico útil no controle do catabolismo proteico, pp, referente às nucleoproteínas (DNA) glicogênio hepático e constante gliconeogênese com liberação de produtos de degradação de purinas Hiperuricemia Referência : 2 – 5 mg/100 ml Definiu-se como Doença Renal Crônica: a presença de um ritmo de filtração glomerular inferior a 75 ml/min/1,73m2, por três meses seguidos ou mais; presença de sinais de lesão renal (laboratorial, imagens ou histologia renal). Insuficiência Renal Crônica Diagnóstico Na IRC, com a redução da TFG ou perda progressiva da capacidade excretora renal solutos tóxicos (provenientes do metabolismo ptco e aas), acumulados no soro ou plasma; Uréia (10 a 45 mg/dl) e Creatinina (0,5 a 1,2 mg/dl) mais importantes; Taxa de Filtração Glomerular na prática estima-se a TFG clearence ou depuração de creatinina . Clearence ou Depuração de Creatinina (Ccr) Como a quantidade de creatinina depende da massa muscular, o Ccr, deverá ser corrigido pela superfície corporal, logo , o valor obtido deve ser dividido pela superfície corporal e o resultado multiplicado por 1, 73 m2; A creatinina é um metabólito produzido constantemente pelos músculos e eliminada em sua maior parte , por filtração glomerular. VALOR NORMAL : 80 a 120 mL/min/ 1,73 m2 ou Cockcroft-Gault Nephron 16:31-41,1976 (r=0,9176) (140 – Idade em anos) x (Peso em kg) Clear (ml/min/1,73m2) = ---------------------------------------------------- 72 x Creatinina sérica (mg/dL) Para mulheres, multiplicar o valor obtido por 0,85. Insuficiência Renal Crônica Avaliando a Função Renal A creatinina sérica estima a TFG; A avaliação da função renal feita pela dosagem de creatinina sérica isolada reflete tardiamente a diminuição da TFG; A creatinina sérica só começa a se elevar após perda de mais de 50% da TFG. Diagnóstico Laboratorial EAS Bioquímica Proteinúria de 24 horas Clearance da Creatinina Gasometria Ultra-sonografia Radiografia simples Tomografia Computadorizada Ressonância Magnética Eco Doppler de Artérias Renais Doença Renal Crônica Estadiamento e Classificação Estágio Filtr. Glomerular (ml/min) Creatinina (mg/dL) Grau de I.R.C. 0 > 90 0,6 – 1,4 Grupo de risco para DRC Ausência de lesão renal 1 > 90 0,6 – 1,4 Função renal normal Presença de lesão renal 2 60 – 89 1,5 – 2,0 IR leve ou Funcional 3 30 – 59 2,1 – 6,0 IR moderada ou laboratorial 4 15 – 29 6,1 – 9,0 IR severa ou clínica 5 < 15 > 9,0 IR terminal ou pré-dialítica Pacientes em Hemodiálise Diálise Peritoneal PACIENTE EM CAPD Avaliação Bioquímica Objetivo Avaliar e monitorar o estado nutricional do paciente renal. Os métodos bioquímicos são mais sensíveis que os antropométricos, podendo detectar alterações nutricionais mais precocemente. Valores laboratoriais Hemoglobina >11g/dl Potássio 3,5 – 5,5 mEq/l Colesterol total LDL TG HDL < 200mg/dl < 100mg/dl < 150 mg/dl 35 – 80 mg/dl Glicemia 70 – 100 mg/dl Sódio urinário < 130 mEq/l Avaliação bioquímica Exames Laboratoriais Pacientes em estágio 3 e 4 Pacientes em estágio 5 e Diálise Cálcio 8,4 – 10,2 mg/dl 8,4 – 9,5 mg/dl Fósforo 2,7 – 4,6 mg/dl 3,5 – 5,5 mg/dl Produto Ca x P < 55mg2/dl2 < 55mg2/dl2 PTH (paratormônio) Estágio 3 = 35 – 70 pg/ml Estágio 4 = 70 – 110 pg/ml 150 – 300 pg/ml Avaliação bioquímica Exames Laboratoriais Índice (mg/min) Ptn da dieta (g) 30 - 20 50 20 - 15 40 15 - 10 30 10 - 05 25 - 20 Ccr = (140 - I) x Peso Atual 72 x Cr sérica (mg/dL) ou Ccr = (140 - I) x Peso Atual 0.81 x Cr sérica ( mol/l) Onde: I = idade em anos ; Ccr = clearance de creatinina OBS.: Para mulheres deve-se reduzir o valor resultante em 15%. Ccr (ml/min/1,73m2) Ptn (g/kg P/dia) 20 0.75 – 0.8 19 0.5 – 0.75 < 10 0.5 Hemodiálise 1.2 Diálise Peritonial 1.5 Pacientes renais: Cálculo da Proteína pelo Clearance de creatinina urinário e Crockoft: Clearance de creatinina urinário 2/3 das proteínas são de origem animal Fórmula do Crockoft e Gault: Considerações finais ASSOCIAÇÃO ENTRE IRC E ENFERMIDADES ANEMIA Rim 90 % da produção de eritropoietina (medula óssea eritropoiese); Anemia na IRC é normocrômica normocítica; Uso de eritropoietina humana recombinante associada à reposição de ferro em pacientes IRC responsável por uma importante redução da morbidade relacionada à uremia. Considerações finais ASSOCIAÇÃO ENTRE IRC E ENFERMIDADES DESEQUILÍBRIOS SÉRICOS DE CÁLCIO E FÓSFORO E AS CALCIFICAÇÕES O PTH possui as seguintes ações: Aumentar a síntese de vitamina D ativa no rim; Aumentar a absorção de cálcio pelo intestino; Aumentar a reabsorção de cálcio pelos túbulos renais; Favorecer a eliminação de fosfato pelos rins; Aumentar a atividade osteoclástica. Entretanto, quando os níveis de TFG forem <25mL/min, o PTH não consegue mais aumentar a excreção de fósforo, estabelecendo a hiperfosfatemia Os quelantes contêm compostos que são empregados para reduzir a absorção de fósforo dietético, os mais utilizados são o carbonato de cálcio e o acetato de cálcio (mais eficaz) Considerações finais ASSOCIAÇÃO ENTRE IRC E ENFERMIDADES HIPERPARATIREOIDISMO SECUDÁRIO E OSTEODISTROFIA RENAL O excesso de PTH é fator de risco para mobilização de cálcio, magnésio e fósforo dos ossos e deposição destes nos tecidos moles MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS A encefalopatia urêmica pode se manifestar por meio de fadiga intensa, tendência à inversão do ciclo sono-vigília, prurido, déficit de atenção, anorexia, náuseas e vômitos, memória imprecisa. Os sintomas são aliviados com diálise e cessam após restabelecimento da função renal normal (transplante renal bem-sucedido) DIABETES MELLITUS Entre as complicações do DM encontra-se a IRC, causada principalmente pela escleroseglomerular MARCADORES DE SAÚDE ÓSSEA Osteoblastos e Osteoclastos OSTEOBLASTOS OSTEOCLASTOS Formação Óssea (osso novo) Rebasorção Óssea Síntese de matrizes protéicas osteóides: Derivados de células monocitárias, de linhagem hematopoiéticas Fibras Lamelares de Colágeno tipo 1 Degradação de tecido ósseo enzimas e secreção de ácido capaz de solubilizar matriz de colágeno, liberando Ca e P do osso reabsorção óssea Osteocalcina e outros (10%) Mineralização depósito de cristais de hidroxiapatita (entre as fendas de colágeno da matriz osteóide) osteócitos (parte integrante do osso, que constitui o tecido ósseo) Comunicação secreção de citocinas que atuam nos osteoclastos Comunicação secreção de citocinas que atuam nos osteoblastos Marcadores Bioquímicos - Importância Acompanhamento clínico-nutricional da doença e avaliação da terapia instituída; Evidenciam as diversas etapas da diferenciação osteoblástica; Demonstram o grau de degradação proteica dos osteoclastos a matriz de colágeno. Marcadores mais evidentes : Fosfatase alcalina síntese de matriz osteóide Osteocalcina sérica mineralização osteóide; Fração óssea e fração hepática da FAL especificidade doença hepática Marcadores Bioquímicos - Importância As fibras de colágeno são interligadas radicais de lisina e hidroxilisina das cadeias proteicas formação de piridinolinas; Após a degradação do colágeno liberação de piridinolina livre e piridinolina ligada a fragmentos de colágeno nas porções : carboxiterminal (C-telopeptídeos ou CTx); aminoterminal (N-telopeptídeos ou NTx) . Marcadores utilizados como mediadores da ação dos osteoclastos. Marcadores Bioquímicos FAL [ P ] na matriz osteóide preciptação com o Ca e formação de cristais de hidroxiapatita; Piridinolina livre ; Piridinolina ligada a fragmentos de colágeno : Porção carboxiterminal (C-telopeptídeos ou CTx); Porção aminoterminal (N-telopeptídeos ou NTx) . Hormônios Calciotrópicos - PTH Sistema de regulação hormonal ação do paratormônio ou PTH, vitamina D e calcitonina efeitos no intestino, rins e tecido ósseo responsável pelo equilíbrio e fluxo orgânico de Ca e P; PTH hormônio polipeptídeo, contendo 84 aas, sintetizado e liberado pelas glândulas paratireóides [ Ca ] sérico, estímulo à reabsorção nos túbulos renais e reabsorção ósseas transferência de Ca do tecido ósseo para a circulação Hormônios Calciotrópicos - PTH Efeitos do PTH no osso : Liberação contínua da formação de matriz óssea pelos osteoblastos e a ação catabólica dos osteoclastos; Liberação intermitente estimula a proliferação e diferenciação dos osteoblastos justificando a utilização de PTH exógeno no tratamento da osteoporose; PTH estimula a excreção renal de P liberação conjunta com o Ca no processo de reabsorção óssea evitando o processo de Hiperfosfatemia quelação de Ca plasmático Hormônios Calciotrópicos - PTH PTH excreção urinária de bicarbonato Acidose Metabólica a dissociação do cálcio conjugado a PTN quantidade de Ca ionizável no plasma fração metabolicamente ativa do Ca; PTH age no túbulo renal adenilciclase Adenosina Monofostato cíclico (AMPc) urinário marcador indireto da secreção e ação do PTH. Hormônios Calciotrópicos - PTH Estimula a produção renal da vitamina D3 (1,25 - diidroxicolecalciferol) > absorção de Ca intestinal e > mobilização da matriz óssea; A [25-OH] no fígado referência para avaliação do estado nutricional reflete o somatório da síntese cutânea e oferta exógena; Hipovitaminose D níveis de 25-OH de 20 ng/ml; [ 25-OH ] ideal é aquela que não promove dos níveis de PTH permanecendo suprimido em valores de 30 ng/ml de 25-OH. Hormônios Calciotrópicos - Calcitonina Calcitonina hormônio polipeptídeo, composto de 32 aminoácidos, sintetizado e liberado pelas células C parafoliculares da glândula tireoidiana; Calcitonina X PTH a calcemia impedimento da reabsorção renal do Ca e do efluxo do tecido ósseo; Calcitonina efeito inibidor do PTH situações de reabsorção óssea exacerbada da atividade dos osteoclastos hiperativos. IMPORTÂNCIA DOS ESTERÓIDES SEXUAIS NO METABOLISMO ÓSSEO Esteróides sexuais progressiva da massa óssea após menopausa importância dos esteróides sexuais no controle metabólico do osso; Estrógenos e Andrógenos estimular a proliferação e atuação dos osteoblastos atenuação da atividade dos osteoclastos. Raquitismo e Osteomalácea Manifestações Clínicas de Osteomalácea Alterações no aparelho locomotor e no SNC Sintomatologia Clássica : Dor óssea difusa região lombar, irradiação para coxa, na região dorsal e/ou costelas; Fraqueza muscular; Dificuldade ao deambular; Melhora da dor repouso; persistente; Leve atrofia muscular fraqueza e do tônus muscular Perda óssea fraturas hiperparatireoidismo secundário deficiência de vitamina D Tríade Bioquímica Diagnóstica Tríade Bioquímica Diagnóstica : - hipofosfatemia, FAL e calcemia normal ou levemente Hipofosfatemia dado bioquímico mais importante; Fosfatase alcalina apresenta relação com a intensidade da enfermidade hiperparatireoidismo secundário portadores de deficiência de vitamina D; Dosagens de PTH e 25-OHD importante para portadores de deficiência de Vitamina D. Osteoporose Caracterizada por perda de massa óssea, ou seja, o osso vai desgastando-se ao ponto que até pequenos traumas podem provocar fraturas. Principais áreas Desmineralizadas – Coluna e Pélvis PERDA ÓSSEA MEDIADA PELO HORMÔNIO PARATIREÓIDEO Estado de pouca vitamina D Ingestão inadequada de Calcio Consumo excessivo de fósforo Hiperparatireoidismo assintomático EXCESSO DE HORMÔNIO PARATIREÓIDEO OSSO Aumento: Efluxo de Ca/P para o sangue; Renovação óssea com predominância de reabsorção SANGUE Aumento: Calcio 1,25 (OH)2 vitam. D Marcadores de reabsorção óssea RIM Aumento: 1,25 (OH)2 vitam. D Reabsorção de cálcio Excreção P FISIOPATOLOGIA Tratamento clínico Reposição estrógeno Bifosfonatos (medicamentos JJ- 30’) Calcitorina Tratamento Nutricional: Ingestão adequada de cálcio Ingestão adequada de Vit. D Prevenção de excesso de fósforo Equilíbrio de macronutrientes CAUSAS: Avaliação Nutricional Objetivos Identificar os distúrbios nutricionais Diagnóstico nutricional Possibilitar uma intervenção dietética adequada Avaliação Nutricional Avaliação Dietética (Recordatório 24h, Inquérito alimentar e Questionário de freqüência alimentar) História médica e exame físico Antropometria Avaliação Bioquímica Funções TGI (nâuseas, vômitos, diarréia, apetite, flatulências, mastigação) DESAFIOS PARA UMA VIDA SAUDÁVEL NO PACIENTE RENAL CRÔNICO E NA DOENÇA ÓSSEA !!!
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