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Direito Empresarial I ESTUDO DE CASO ALUNA: FERNANDA BARCELLOS Direito Empresarial I Professora: Bárbara Nuns | Aluna: Fernanda Barcellos 1 | P á g i n a UNESA – NOVA AMÉRICA (2020.2) AV1 Aluna: Fernanda Barcellos - Matrícula: 2015.01.340786 Nova América - Noite / Quarta Avaliação 1 Questão 1 Guilhermina Souza e Ricardo Lima se casaram sob o regime da separação obrigatória de bens quando Guilhermina completou 16 anos. Guilhermina procura um advogado para saber se poderá ser sócia de uma sociedade em conjunto com Ricardo. Justifique e fundamente sua resposta. O STF reconhece como legal a sociedade entre cônjuges, contudo, o CC/2002 restringe as possibilidades dessa sociedade em seu art. 977 “Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.”, logo, não é possível realizar a sociedade entre Guilhermina e Ricardo. Questão 2 Juliana Castro e Carolina Gonçalves são renomadas escritoras e constituíram uma sociedade com o intuito de divulgação de importantes obras da literatura escritas por eles, sob a forma de sociedade em nome coletivo. Tendo como base o caso hipotético acima citado, responda como os sócios responderão pelas obrigações sociais e quem poderá ser administrador desta sociedade. Justifique sua resposta. Juliana e Carolina responderão de forma solidária e ilimitada pelas obrigações sociais da sociedade e as dívidas contraídas por essa, podem atingir os bens dos sócios, o p.u. do art. 1.039 dispõe a possibilidade de limitar entre si a responsabilidade de cada um dos sócios: “Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um.”. Apenas os sócios podem exercer a administração da sociedade, excluindo-se a possibilidade de um terceiro fazê-la., de acordo com o art. 1.042: “Art. 1.042. A administração da sociedade compete exclusivamente a sócios, sendo o uso da firma, nos limites do contrato, privativo dos que tenham os necessários poderes.”. Questão 3 “Ausência de bens não basta para desconsideração de personalidade jurídica”. Com esse entendimento, a 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná negou provimento à apelação de credores que pediam a instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica com base na ausência de bens da empresa devedora e no seu encerramento irregular. A empresa, que foi defendida no caso pelo advogado Alison Gonçalves da Silva, consta como ativa na Receita Federal, mas não está mais em funcionamento no endereço apontado no contrato social, indicando dissolução irregular. Os credores relataram dificuldade na localização de bens de titularidade da empresa”. Disponível em https://www.conjur.com.br/2020-set-12/ausencia-bens-nao-basta- desconsideracaopessoa-juridica Tendo como base a decisão abaixo, responda de forma fundamentada as seguintes questões: a) Em que consiste o instituto da desconsideração da personalidade jurídica? Justifique sua resposta (valor 1,0 ponto). https://www.conjur.com.br/2020-set-12/ausencia-bens-nao-basta-desconsideracaopessoa-juridica https://www.conjur.com.br/2020-set-12/ausencia-bens-nao-basta-desconsideracaopessoa-juridica Direito Empresarial I Professora: Bárbara Nuns | Aluna: Fernanda Barcellos 2 | P á g i n a UNESA – NOVA AMÉRICA (2020.2) Os credores, depois de exaurir todo o patrimônio da sociedade e ainda assim não tendo conseguido adimplir as dívidas existentes, pode utilizar o instituto da desconsideração da personalidade jurídica, ou desconsideração da autonomia patrimonial da pessoa jurídica. Os credores usam este instituto para alcançar os bens particulares dos sócios e seus administradores com a finalidade de cumprir com as obrigações financeiras existentes. Este instituto é apresentado pelo CPC/15, do art. 133 ao 137 e ainda no art. 50 do CC em caso de desvio de finalidade. Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. b) Indique a explique as modalidades de desconsideração da personalidade jurídica. Justifique sua resposta (valor 1,0 ponto) Primeiramente existem os requisitos para a desconsideração, são eles a Teoria Maior, adotada pelo art. 50 do CC, que para ser deferida, a desconsideração exige que se apresentem 2 requisitos: confusão patrimonial e prejuízo ao credor. Já a Teoria Menor (acolhida pelo ordenamento jurídico brasileiro), exige apenas o prejuízo ao credor tendo como fundamento o art. 28 do CDC. Essas teorias se desmembram da seguinte forma: ▪ Teoria da Desconsideração - atinge os bens da empresa que estão em nome dos sócios; ▪ Teoria da Desconsideração invertida - atinge os bens dos sócios que estão em nome da empresa; ▪ Teoria da Desconsideração indireta - atinge os bens da empresa controladora que estão em nome da controlada; ▪ Teoria da Desconsideração expansiva - atinge os bens do sócio oculto que estão em nome de terceiro; ▪ Teoria da Despersonalização - dissolução da pessoa jurídica.1 Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração. Questão 4 Joana Lopes é sócia da sociedade limitada Produtos Caninos Ltda, cujo capital social é de R$ 100.000,00 (cem mil reais). Joana Lopes se comprometeu a integralizar R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Contudo, Joana Lopes não integralizou, nas condições do contrato, a sua parcela do capital social. Tendo como base o caso hipotético acima citado, responda de forma fundamentada as seguintes questões: a) Joana possui a obrigação de subscrever? Justifique sua resposta (valor 1,0 ponto). Joana, na qualidade de sócia remissa, conforme trata o art. 1004 do CC: Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá perante esta pelo dano emergente da mora.. É obrigação dos sócios dispor do valor ao qual se comprometeu no contrato social, logo, Joana possui obrigação de subscrever dentro do prazo acordado no contrato social. 1 https://www.emerj.tjrj.jus.br/paginas/trabalhos_conclusao/1semestre2011/trabalhos_12011/MarianaRochaCorrea.pdf https://www.emerj.tjrj.jus.br/paginas/trabalhos_conclusao/1semestre2011/trabalhos_12011/MarianaRochaCorrea.pdf Direito Empresarial I Professora: Bárbara Nuns | Aluna: Fernanda Barcellos 3 | P á g i n a UNESA – NOVA AMÉRICA (2020.2) b) Joana Lopes será necessariamente excluída da sociedade? Justifique sua resposta (valor 1,0 ponto) O p.u do art. 1004 do CC, apresenta as medidas que podem ser tomadas pela sociedade em relação a Joana, a saber: Parágrafo único. Verificada a mora, poderá a maioria dos demais sócios preferir, à indenização, a exclusão do sócio remisso, ou reduzir-lhe a quota ao montante já realizado, aplicando-se, em ambos os casos, o disposto no § 1º do art. 1.031.. Isso não significaque ela será excluída, se não for a alternativa da maioria dos demais sócios. Questão 5 Pedro Santos, José Dias, Luciana Pedrosa e Caio Nigri são dentistas e desejam constituir um consultório. Nesse consultório, atenderão seus clientes com horário agendado individual, contratarão 2 secretárias, 3 enfermeiras e um auxiliar de limpeza. Os dentistas também compraram o imóvel em que o consultório se instalará. Como não entendem nada sobre o tema, contratam, um advogado para orientá-los na constituição do consultório. Tendo como base o caso hipotético acima citado, responda de forma fundamentada as seguintes questões: a) Qual o tipo societário se aplica neste caso? Justifique sua resposta (valor 1,0 ponto) Estamos diante de uma sociedade empresária, mesmo se tratando de profissão intelectual, os profissionais passam a ser elementos da empresa, além de empregar profissionais que não exercem a medicina, conforme trata o p.u. do art. 966 do CC “Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa”. b) Onde esta sociedade poderá ser registrada. Justifique sua resposta (valor 1,0 ponto). Sobre o registro, o art. 1.150 do CC trata do registro da sociedade empresária: “Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária”
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